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Relatório Estágio Filipe Cruzeiro

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Academic year: 2018

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INSTITUTO PIAGET

Campus

Universitário de Viseu

INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS INTERCULTURAIS E TRANSDISCIPLINARES

(I.S.E.I.T.)/ VISEU

Decreto-Lei n.º 211/ 96, de 18 de novembro

Relatório Final da Prática de Ensino

Supervisionada

Filipe Costa Cruzeiro

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Ficha de Catalogação:

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INSTITUTO PIAGET

Campus

Universitário de Viseu

INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS INTERCULTURAIS E TRANSDISCIPLINARES

(I.S.E.I.T.)/ VISEU

Decreto-Lei n.º 211/ 96, de 18 de novembro

Relatório Final da Prática de Ensino

Supervisionada

Relatório Final apresentado com vista à obtenção do 2º Ciclo conducente ao grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (Decreto-lei nº 74/2006, de 24 de março e Decreto-Lei nº 43/2007, de 22 de fevereiro).

Professor Orientador

Carlos Ferreira

Professor Cooperante

António Silva

Filipe Costa Cruzeiro

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA AGRADECIMENTOS

AGRADECIMENTOS

Após o términus do 1º ano do mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, da Prática de Ensino Supervisiona e a conclusão deste documento, resta-me agradecer a todos os intervenientes que interferiram direta ou indiretamente nas minhas decisões, me informaram e aconselharam, estando sempre comigo nas pequenas batalhas que foram surgindo ao longo desta experiência.

Parece ter sido ontem o início deste projeto que atualmente estou em fase de conclusão, no entanto, foram necessárias diversas horas de estudo, dedicação e empenho para que se tornasse possível um início de uma construção sólida de conhecimento e vontade em querer aprofundar mais esse “saber”.

Ao grande dinamizador e construtor deste mestrado, sem o qual não seria possível o seu funcionamento. De uma bondade e dedicação extraordinárias, o professor, orientador e coordenador do curso, Carlos Ferreira. Sempre presente e disponível oferecendo “tempo” profissional e pessoal (que por vezes é tão escasso), para nos auxiliar em todas as fases do projeto.

A todos os meus amigos e camaradas de curso, em especial ao António Rebelo, Nuno Vaz, Rui Ribeiro e Tiago Morgado. Pessoas com quem partilhei grande parte do tempo debatendo diversos temas, nas mesas de café ou em bibliotecas, vários e produtivos momentos nas diversas fases do curso. Pessoas a quem eu lhes desejo os maiores e melhores sucessos pessoais e no futuro exercício da profissão.

A todos os professores que lecionaram as várias disciplinas que o mestrado contempla, transmitindo-nos o seu conhecimento e sobretudo experiências de vida que com toda a certeza me serão uteis para o exercício da profissão. Aliás, várias delas, já colocadas em prática no ano de estágio.

Por falar em estágio, à instituição e a todos os funcionários da Escola Secundária Alves Martins de Viseu, minha “casa emprestada” que me acolheu de forma formidável. Todos eles me trataram como se já fizesse parte da mobília, apesar dessa casa ser apenas aquela “emprestada”, escrita no papel, mas que na prática fui um deles.

Ao grupo de Educação Física da escola, que me trataram igualmente como ativo presente. Auxiliando-me em tudo o que para mim era “novo”, dicas e sugestões que me fizeram crescer enquanto professor, “em escola” e enquanto pessoa, dentro e fora dela.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA AGRADECIMENTOS

processo organizativo e de ensino na escola, conselhos, dúvidas, debates, antes, durante e após o contacto com os alunos. A todas as horas do dia, da noite, aos fins de semana e mesmo durante os tempos de “férias”, sempre pronto a ouvir e a dar a sua opinião.

A todas as entidades que tornaram possível a realização do projeto de investigação, disponibilizando-me o material necessário, professor Carlos Ferreira, Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares e sobretudo, ao ginásio “FFitness”, o grande suporte no que material físico diz respeito.

Aos funcionários do pavilhão desportivo da escola, que ao verem-me montar todo aquele “estaminé” (que por vezes mais parecia uma feira de usados), eram os primeiros a ajudar-me no transporte e disposição do material.

Aos alunos do 9ºB e do 12ºJ, turmas que lecionei. Souberam ser alunos, obrigando-me a repensar, improvisar e refletir sobre a prática de ensino, exercícios propostos e tudo o que acarreta a carreira docente. Sobretudo, conseguiram colocar-me os verdadeiros problemas da profissão, procurando eu sempre dar resposta da melhor forma possível.

Ao professor Valdemar Salselas, pela ajuda no tratamento estatístico dos dados no projeto de investigação. Igualmente ao professor António Azevedo pelos esclarecimentos sobre as questões de apresentação da informação no relatório.

Aos meus colegas de equipa de arbitragem durante os anos de mestrado, Bruno Nascimento e Diogo Ferreira, pelos constrangimentos que a “obrigação maior” me colocou e pelo apoio que me souberam dar.

A todos os meus amigos (que não vou mencionar), por todas as conversas e momentos que me fizeram passar, por vezes esquecer (quando necessário) ou realçar o trabalho desenvolvido. Também eles muito muito importantes!

Por fim, e mais importante, à minha família, em especial aos meus pais e irmãs que me ajudaram a tornar este projeto uma realidade, oferecendo-me as melhores condições possíveis, pelo exemplo de vida que sempre me deram, pela motivação transmitida e pelo orgulho demonstrado. Este trabalho é em especial dedicado a eles, tal como à minha namorada Catarina Costa. Ela que me ouviu, me sossegou, me aturou e que me incentivou quando por vezes as coisas não corriam como desejado. Por todos os momentos que privei de estar com estes para que no final, tudo pudesse estar o mais trabalhado e organizado possível e ir ao encontro das espectativas criadas inicialmente.

Parte deste trabalho, é sem dúvida, vosso.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA RESUMO

RESUMO

Um dos objetivos primordiais da Pratica de Ensino Supervisionada é a formação de um professor capaz de analisar/refletir e que possua a capacidade de fundamentar todas as suas opções. Promover no aluno/professor, através do desenvolvimento “in loco, competências que lhes permitam conhecer, analisar, avaliar e questionar a sua própria prática de ensino.

Neste seguimento, o presente relatório salienta nos seus vários capítulos toda a importância para a formação enquanto pessoa e futuro docente de Educação Física. Tem como propósito a realização de uma análise critica e reflexiva sobre tudo o que sucedeu na Prática de Ensino Supervisionada ao longo do ano letivo de estágio. Estágio esse realizado na Escola Secundária Alves Martins de Viseu, pelas turmas do 9ºB e 12ºJ, turmas com as quais desenvolvi todo o trabalho de dois anos de mestrado em Ensino da Educação Física no Ensino Básico e Secundário.

Aliado à prática docente, a realização de um projeto de investigação no terreno relacionada com a aplicação de um programa de Treino Funcional na escola a uma turma pertencente ao ensino secundário. Tal projeto visou a investigação dos efeitos de um programa de Treino Funcional aplicados em aulas de Educação Física nas capacidades condicionais e coordenativas dos alunos e avaliar as perceções dos mesmos relativamente à sua aplicação.

Os resultados evidenciaram que um programa de Treino Funcional aplicado durante 18 sessões, 20 minutos por sessão provocou nos alunos uma melhoria significativa na sua condição física geral e que estes consideraram ser uma prática interessante/importante a realizar nas aulas de Educação Física.

Palavras-chave: Prática de Ensino Supervisionada; Estágio pedagógico;

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA ABREVIATURAS

ABREVIATURAS

AI – Avaliação Inicial AF – Avaliação Final

CMV – Câmara Municipal de Viseu DE - Desporto Escolar

EB – Escola(s) Básica(s) EF – Educação Física

ESAM – Escola Secundária Alves Martins ESE – Escola Superior de Educação INE – Instituto Nacional de Estatística

INEF – Instituto Nacional de Educação Física IPV – Instituto Politécnico de Viseu

ISEF – Instituto Superior de Educação Física

ISEIT – Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares

MEEFEBS – Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

MI – Membros Inferiores MS – Membros Superiores

PEF – Projeto de Educação Física PES - Prática de Ensino Supervisionada PNEF – Plano Nacional de Educação Física Rpts – Repetições

SP – Supervisão Pedagógica TF – Treino Funcional

TRX –Total-body Resistance Exercise UD -Unidade Didática

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA ÍNDICE

ÍNDICE GERAL

Agradecimentos ... I Resumo ... III Abreviaturas ... IV Índice de Figuras ... VIII Índice de Gráficos ... IX Índice de Tabelas ... X

Introdução ... 1

1. Enquadramento Biográfico ... 4

1.1. Perfil do aluno/estagiário ... 5

1.2. Expectativas iniciais ... 7

1.3. Realidade encontrada ... 9

2. Enquadramento da Prática de Ensino Supervisionada ... 12

2.1. Do contexto legal à sua importância ... 13

2.2. Caracterização do contexto de estágio ... 14

2.2.1. O meio ... 14

2.2.2. A escola ... 19

2.2.3. As turmas ... 23

3. Enquadramento Teórico ... 29

3.1. A Formação de professores e a Educação Física - Olhar pela história . 30 3.1.1. 1º Ciclo – Constitucionalismo (1911-1974) ... 30

3.1.2. 2º Ciclo – Renascimento (1974-1986) ... 31

3.1.3. 3º Ciclo –Revisionismo (1986…) ... 32

3.2. Orientações na formação de professores de Educação Física na Escola……….... ... 33

3.2.1. Modelos de formação de professores em Educação Física... 34

3.3. A Supervisão Pedagógica na escola ... 36

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA ÍNDICE

3.3.2. Supervisão, que objetivos? ... 38

3.4. As perceções profissionais do professor de Educação Física na Escola39 3.5. O Professor reflexivo na escola ... 46

4. Realização da Prática de Ensino Supervisionada ... 49

4.1. Organização e gestão do ensino e da aprendizagem ... 50

4.1.1. Conceção ... 51

4.1.2. Planeamento ... 51

4.1.3. Realização ... 53

4.1.4. Avaliação ... 55

4.2. A Prática. O ensino dos diversos conteúdos ... 57

4.2.1. 9ºB ... 57

4.2.2. 12ºJ ... 63

4.2.3. Apreciação global ... 69

4.3. Outras atividades realizadas ... 70

5. Projeto de Investigação ... 73

5.1. Resumo ... 74

5.2. Enquadramento teórico ... 76

5.2.1. Introdução ... 76

5.2.2. Revisão da literatura ... 77

5.2.3. Justificação e enquadramento do estudo ... 82

5.2.4. Objetivo do estudo ... 89

5.3. Desenvolvimento ... 90

5.3.1. Metodologia ... 90

5.3.2. Caracterização dos participantes ... 90

5.3.3. Instrumentos de recolha de dados ... 90

5.3.4. Procedimentos ... 91

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA ÍNDICE

5.4.1. Apresentação e discussão dos resultados ... 98

5.4.2. Conclusão ... 115

5.4.3. Limitações do estudo ... 118

5.4.4. Propostas para trabalhos futuros ... 120

6. Reflexão Final ... 121

7. Bibliografia ... 126

8. Anexos ... 134

8.1. Cronograma: Avaliação Treino Funcional ... 135

8.2. Sebenta: Exercícios de Treino Funcional ... 139

8.3. Apresentação dos resultados ao aluno (exemplo) ... 145

8.4. Questionário: Motivação e Treino Funcional ... 146

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA ÍNDICE

ÍNDICE DE FIGURAS

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA ÍNDICE

ÍNDICE DE GRÁFICOS

gráfico 1 – Média das repetições da turma por exercício ... 101 gráfico 2 – Percentagem (%) de “ganho”/”perda” da média da turma por exercício... 101

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA ÍNDICE

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Benefícios do Treino Funcional ... 84

Tabela 2 - Exercício 1: Agachamento com torção (com o TRX) ... 92

Tabela 3 - Exercício 2: Burpees ... 93

Tabela 4 - Exercício 3: Equilíbrio em prancha trocando os mecos de sítio... 93

Tabela 5 - Exercício 4: Desenvolvimento com Kettlebell ... 94

Tabela 6 - Exercício 5: Saltos de corda ... 94

Tabela 7 - Exercício 6: Passe de peito com bola medicinal no plano sagital ... 94

Tabela 8 - cronograma da aplicação do Treino Funcional... 96

Tabela 9 - Estrutura da Unidade Didática – Treino Funcional ... 97

Tabela 10 – Apresentação dos resultados obtidos pelos alunos na AI e AF (1) . 99 Tabela 11 - Apresentação dos resultados obtidos pelos alunos na AI e AF (2) . 99 Tabela 12 – Comparação entre a Avaliação Inicial e Avaliação Final por exercício (1) ... 103

Tabela 13 - Comparação entre a Avaliação Inicial e Avaliação Final por exercício (2) ... 104

Tabela 14 - “Gostei de ter participado na aplicação do Treino Funcional na escola porque (…)” ... 106

Tabela 15 - “Gostei de ter participado na aplicação do Treino Funcional ao longo do 3º Período (Unidade Temática/ Didática)” (1) ... 107

Tabela 16 - “Gostei de ter participado na aplicação do Treino Funcional ao longo do 3º Período (Unidade Temática/ Didática)”. Justifica (2) ... 107

Tabela 17 - “Gostei da forma como foi distribuído o tempo destinado por aula ao Treino Funcional ao longo de todo o 3º Período” (1) ... 108

Tabela 18 - “Gostei da forma como foi distribuído o tempo destinado por aula ao Treino Funcional ao longo de todo o 3º Período”. Justifica (2) ... 108

Tabela 19 - “Aprendi muito sobre o Treino Funcional nas aulas de Educação Física” (1) ... 109

Tabela 20 - “Aprendi muito sobre o Treino Funcional nas aulas de Educação Física”. Justifica (2) ... 109

Tabela 21 –Comparação das respostas dos alunos “Antes” e “Após” a aplicação do Treino Funcional (1) ... 110

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA ÍNDICE

Tabela 23 - “classifica de 1 a 10 o quanto gostaste e participaste com entusiasmo nesta “Unidade de Ensino” (Treino Funcional)” (1) ... 113

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA INTRODUÇÃO

I

NTRODUÇÃO

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

É já indiscutível a importância que a atividade física pode acarretar no que diz respeito ao contributo para o bem-estar físico, psicológico e emocional do Ser Humano.

A escola, ao ter conhecimento de toda essa importância, pode tornar-se num local privilegiado para, através da Educação Física (EF) (e não só), a realização de atividades físicas regulares. Visando, entre outros, a melhoria das capacidades físicas e evolução cognitiva de todos os seus alunos, promovendo o espirito de grupo e a felicidade na prática desportiva

Ministrada de forma criteriosa, a EF contribui para o desenvolvimento da personalidade, onde podem incutidos aos alunos hábitos e estilos de vida mais saudáveis, que lhes serão úteis ao longo de toda a sua vida escolar e pessoal.

Assim sendo, concomitantemente com a realização do estágio e no sentido de colocar em prática toda a experiência envolvendo a docência no seu mais alargado espectro de funções, conhecimento, e todas as atividades no estágio realizadas, procedeu-se à realização do presente documento. Este pretende explanar todo o processo de formação realizado no âmbito da disciplina de Prática de Ensino Supervisionada (PES), contemplado no plano de estudos do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (MEEFEBS) do Instituto Superior de Estudos Intercultu1rais e Transdisciplinares (ISEIT) - Instituto Piaget de Viseu.

O processo de formação inicial tem por base a aplicação em prática do conhecimento teórico adquirido nas disciplinas do ano anterior desenvolvendo-se ao longo do ano letivo num contexto real de ensino. Este processo, decorreu na Escola Secundária Alves Martins de Viseu (ESAM) (com as turmas do 9ºB e do 12ºJ), tendo sido timonado pelo professor orientador Carlos Ferreira do ISEIT e o professor Cooperante da ESAM, António Silva.

De uma forma crítica e reflexiva, pretende-se neste documento, expor todas as vivências e atividades realizadas. As dificuldades, sucessos, caraterizações, processos, discrições de tudo o que decorreu ao longo de todo o ano letivo e da forma como decorreu. De acordo com regulamento da PES, o presente relatório organiza-se em oito capítulos, são eles:

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA INTRODUÇÃO

O segundo capítulo, “Enquadramento da Prática de Ensino Supervisionada”, tal como o nome indica, apresenta o enquadramento da prática no contexto legal, bem como uma pequena análise, caracterizando o contexto de estágio inserido nas diversas áreas, a região, a cidade, a escola e os alunos;

O terceiro capítulo, “Enquadramento Teórico”, procura através de uma breve pesquisa bibliográfica, esclarecer o que respeita aos principais temas que envolvem a PES, surgindo-se como grandes temáticas, a formação de professores de EF, a Supervisão Pedagógica (SP) na Escola, acrescentando ainda, aqui já com base naquilo que foi a experiência do estágio pedagógico, perceções profissionais do professor de EF na escola e o professor reflexivo na escola;

O quarto capítulo, “Realização da Prática de Ensino Supervisionada”, uma descrição e reflexão sobre tudo o que promoveu o meu desenvolvimento como profissional, desde o planeamento à avaliação fazendo igualmente uma reflexão crítica àquilo que foi a atuação do professor nas várias modalidades abordadas.

O quinto capítulo, “Projeto de Investigação”, inclui o enquadramento teórico, o desenvolvimento e as conclusões de todo um projeto relacionado com abordagem do Treino Funcional (TF) na escola. Apresenta como objetivo principal, investigar os efeitos de um programa de TF aplicados nas aulas de EF nas capacidades condicionais e coordenativas dos alunos do ensino secundário e avaliar as perceções dos mesmos relativamente à aplicação do referido programa.

O sexto capítulo “Reflexão Final”, tal como o nome indica, uma reflexão crítica sobre tudo o que envolveu a PES, como por exemplo, planeamento, atuação do professor, projeto de investigação, envolvência com a profissão que o MEEFEBS e consequente estágio implicou. Tudo influenciou direta ou indiretamente o meu processo de formação e evolução enquanto futuro profissional.

O sétimo capítulo, “Bibliografia”, apresenta toda a bibliografia consultada e utilizada para a realização e suporte na construção de todo este documento e de tudo aquilo que este implicou.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 1.ENQUADRAMENTO BIOGRÁFICO

1.

E

NQUADRAMENTO

B

IOGRÁFICO

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 1.ENQUADRAMENTO BIOGRÁFICO

1. ENQUADRAMENTO BIOGRÁFICO

1.1. Perfil do aluno/estagiário

Nascido a 09 de janeiro de 1992, em Lamego, residente em Chosendo, aldeia pertencente ao concelho de Sernancelhe, distrito de Viseu.

Frequentei o Jardim de Infância de Chosendo durante 03 anos, e aos 06 anos ingressei no 1º ano na Escola Primária de Chosendo onde iniciei e terminei o 1º ciclo. Ao longo destes 04 anos, frequentei aulas de natação (quinzenais) oferecidas pelo município e perto do final de cada ano letivo todas as escolas do concelho se preparavam para realizar as “Olimpíadas” dos jogos tradicionais do concelho de Sernancelhe, evento em que eu participava sempre com muita dedicação e entusiasmo.

Mais tarde, completei o meu 2º e 3º ciclo na Escola EB 2,3 Padre João Rodrigues de Sernancelhe. Inscrevi-me vários anos no Desporto Escolar (DE) oferecido pela escola nas modalidades de basquetebol e futsal e paralelamente, ingressei no futebol de 11 onde joguei durante 04 épocas, Grupo Desportivo do Concelho de Penedono e no Clube Desportivo de Sernancelhe.

Completos os 03 ciclos que constituem o ensino básico, ingressei na Escola Secundária Emídio de Navarro de Viseu para concluir o Ensino Secundário. Para tal tive que passar a viver em Viseu onde apenas regressava a casa ao fim de semana. Esta experiência permitiu-me dar um salto de crescimento em termos de maturidade e de responsabilidade. Ao longo destes 03 anos, os fins de semana e interrupções escolares foram preenchidos com trabalhos sazonais/esporádicos que foram surgindo, tais como: ajudante eletricista/canalizador; agricultura (especialmente em vinhas e pomares); e até mesmo trabalhos fora do país (trabalho de férias em empresa de alcatrão na Suíça).

A prática de exercício sempre ocupou uma fatia significativa do meu dia a dia, os passeios de bicicleta com os amigos e em provas/passeios (principalmente em terrenos acidentados), as corridas, o futebol com os amigos e o ginásio foram as atividades mais praticadas nesta fase.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 1.ENQUADRAMENTO BIOGRÁFICO

Politécnico de Viseu (IPV) deixando assim o 1º ano da licenciatura de Engenharia Informática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, também do IPV.

Ao longo da licenciatura também foram vários os hobbies que foram surgindo: tirei o curso de arbitragem de futebol de 11 na Associação de Futebol de Viseu (época desportiva 2012/2013) onde ainda me encontro no ativo; realizei mais um trabalho de férias fora do país (no mesmo local e na mesma área que o anterior); e realizei um outro trabalho de férias num bar e parque de desportos de aventura, agora mais perto de casa e já com relação mais direta com a área. As atividades desportivas que ocupavam o meu dia a dia no secundário foram-se mantendo também ao longo da licenciatura.

Sempre tive uma ligação direta com o desporto e a atividade física em geral procurando estar informado e ao corrente do que se ia passando. Também ao longo da licenciatura, fui realizando algumas formações na área do desporto no sentido de aumentar a experiência que ia adquirindo ao longo do curso. Realizei estágio na vertente de treino desportivo em ginástica (com especial dedicação à ginástica de trampolins) em conjunto com gestão desportiva e prática de exercício físico em atividade física sénior. Não procurei uma especialização, mas sim uma generalização, tentando abranger assim um maior leque de áreas dentro do Desporto.

Terminada a licenciatura no ano de 2014, e não satisfeito em termos académicos/pessoais/profissionais, decidi matricular-me no MEEFEBS, no ISEIT – Instituto Piaget de Viseu. A inscrição neste novo ciclo de estudos tinha como objetivo, através de esforço e dedicação, que este me fornecesse os instrumentos e técnicas necessárias para o desempenho da função docente, com o intuito de melhorar, atualizar os meus conhecimentos e a possibilidade de alargar horizontes a nível profissional e pessoal.

Paralelamente ao mestrado, efetuei aulas de psicomotricidade e natação adaptada como técnico na Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA) de Viseu onde apesar de ter ensinado, aprendi igualmente com os técnicos que exerciam funções na associação e com os utentes. Também regressei aos treinos de ginástica de trampolins onde realizei anteriormente o estágio da licenciatura (Associação de Solidariedade Social Cultural e Recreativa de Gumirães).

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 1.ENQUADRAMENTO BIOGRÁFICO

1.2. Expectativas iniciais

Após a conclusão da licenciatura, e sem a possibilidade nem o conhecimento suficiente para poder dar aulas, iniciei então o MEEFEBS, que sempre foi meu objetivo desde o inicio da minha vida académica na área de Desporto. Mais um investimento na minha formação que considero essencial e que nos apetrecha de ferramentas fundamentais para a prática do ensino na escola.

Tenho plena consciência que, apesar de ainda não me ter afastado da via académica, esta foi sofrendo várias alterações por onde passei com o avançar dos anos, o aumento do número de alunos por turma é exemplo. Nesse sentido tenho a noção de que tudo o que posso vir a encontrar pode não ser bem como aquilo que eu idealizo, positiva ou negativamente. Vou procurar adaptar-me o mais possível à realidade para que consiga começar a “engrenar” o mais rapidamente possível.

O meu objetivo é conseguir aproveitar ao máximo todas as situações, todas as experiências para me tornar cada vez melhor profissional no que ensino da EF diz respeito. Quero aproveitar e pôr em prática todo o conhecimento adquirido anteriormente e ao longo deste curso para alcançar esse objetivo.

Toda a teoria é obviamente importante, no entanto, quando toda essa teoria não se consegue fazer transferir para a prática acabamos por não atingir o nosso objetivo primordial, a transmissão do conhecimento do professor para o aluno de forma conseguida. Deste modo, a realização do estágio torna-se fundamental, aplicando na prática o adquirido na teoria para que o processo de formação do futuro docente da EF atinja o sucesso.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 1.ENQUADRAMENTO BIOGRÁFICO

matéria. Colaborar com os meus colegas de curso para tirar dúvidas, esclarecer ou até mesmo debater os assuntos que não me estejam totalmente esclarecidos.

Mais do que nunca, será colocada à prova a minha capacidade de “improviso”. Sei que, após um determinado tempo a planear os exercícios necessários, estarei ansioso para os colocar em prática. O que é, à partida uma situação ideal no papel/planeamento, poder-se-á tornar numa autêntica “desgraça” com a falta de material, falta do espaço desejado, número habitual de alunos, entre outros. Estas situações colocar-me-ão à prova, para no momento conseguir remediar a “situação” e abordar pretendido mesmo sem ter as condições que idealizava. Considero esta capacidade uma capacidade importantíssima para o professor de EF, pois, como todos sabemos, ou são as bolas que rebentam ou a chuva que impossibilita a prática num espaço exterior e tantas outras coisas que poderão acontecer na aula de EF que nos faz alterar os planos. Quero e espero conseguir desenvolver esta capacidade para abordar o pretendido criando sempre que possível uma alternativa exequível.

As espectativas para este estágio são as melhores, embora esteja ciente das muitas dificuldades que este me vai proporcionar, pretendo ultrapassá-las sempre da melhor forma pois considero-me preparado para aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo da minha formação. São estas dificuldades que me irão fazer crescer como futuro profissional e que me munirão da experiência necessária para exercer esta função futuramente.

Prevejo algumas dificuldades acrescidas na abordagem à expressão corporal e ao voleibol relativamente à turma do 9º ano e na abordagem às danças sociais, hóquei de campo e igualmente ao voleibol relativamente à turma do 12º ano. São modalidades com as quais nunca tive um contacto muito próximo pelo que terei que redobrar o cuidado e aplicar-me ainda mais no planeamento e no exercício destas modalidades.

Numa vertente mais científica e de acordo com o programa da PES, pretendo implementar um programa de TF à turma do 12º ano. Pretendo realizar uma Avaliação Inicial (AI) utilizando uma bateria de testes, aplicar o programa desenhado, e uma Avaliação Final (AF) com a mesma bateria de testes para perceber se se verificaram ou não melhorias nos resultados dos alunos. Pretendo também, aplicar um questionário para avaliar as perceções dos alunos relativamente à aplicação do TF na escola.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 1.ENQUADRAMENTO BIOGRÁFICO

diária de modo a crescer como Professor e me preparar o melhor possível para o exercício da EF no seio da comunidade escolar.

1.3. Realidade encontrada

Perante todas aquelas perspetivas iniciais, após o primeiro contacto com a instituição e o professor cooperante, eis que começam a surgir todas as dificuldades/problemas daquilo que é o verdadeiro “ser professor” no sentido de criar uma melhor resolução possível.

O departamento de EF da ESAM de Viseu construiu um documento/ projeto/ conjunto de normas pelo qual todos os professores de EF se regem para o planeamento anual, médio e de todas as aulas de EF, Projeto de Educação Física (PEF) da ESAM.

Após as turmas me terem sido atribuídas em reunião com o professor cooperante, comecei a realizar o planeamento anual das turmas do 9º e 12º ano. No entanto, para tal, tive que ter em especial atenção o material disponível e a distribuição anual dos espaços para que todo o meu plano anual se pudesse tornar exequível. Aqui começam as “dificuldades”, a escola tem um elevado número de turmas a praticar EF ao mesmo tempo desde o início até ao fim do dia. Provavelmente mais do que aquele que as estruturas desportivas da escola conseguem “suportar” com todas as “adversidades” que surgem no dia a dia da comunidade escolar. Desta forma, todos espaços se encontram explorados de forma a serem o máximo aproveitados e distribuídos. As modalidades a abordar por cada turma ao longo do ano letivo são então distribuídas consoante o espaço disponível para a data, o que obrigou a uma enorme “ginástica” para conseguir preencher tudo da forma mais adequada.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 1.ENQUADRAMENTO BIOGRÁFICO

que estar ou deslocar-me à arrecadação da ESAM, local onde se encontrava todo o material desportivo.

Penso que apesar de bem organizado, poder-se-ia melhorar ainda mais. Se após os planeamentos anuais, os professores de EF se reunissem para ver se as mesmas modalidades não coincidiam com os mesmos horários, evitando assim correr o risco de várias turmas necessitarem do mesmo material ao mesmo tempo (o que acabou por acontecer durante o ano). Se houvesse essa partilha de informação/comunicação, este tipo de problemas poderia ser minimizado.

Igualmente, uma das grandes dificuldades encontradas, foi o facto de a divisão do pavilhão desportivo se encontrar divido em 03 espaços para 03 turmas diferentes. Além de se aumentarem as probabilidades de interferências acústicas, o espaço por quantidade de alunos obrigava a um esforço acrescido no planeamento para conseguir colocar o máximo de alunos em prática o máximo de tempo possível e de forma produtiva. Nos restantes espaços, estas duas condicionantes são mais fáceis de gerir.

O facto de as turmas do 9º ano terem apenas 02 aulas de 50 minutos por semana (ao contrário do que acontece no 12º ano), dificultava um pouco o trabalho do professor principalmente em momentos de avaliação ou em momentos de abordagem de novos conteúdos. Dispensando 05 minutos da aula à turma para se equipar e se deslocar ao local de prática, e 10 minutos para tomarem o seu banho e se desequiparem, restam apenas 35 minutos para a chamada, o aquecimento, o retorno à calma e a parte fundamental, o que considero manifestamente pouco. A meu ver, o mínimo aceitável seria 1 bloco de 50 minutos e 1 bloco de 100 minutos, especialmente quando estamos a referir-nos a uma faixa etária tão importante e num momento em que a comunidade em geral reconhece a importância que a atividade física pode proporcionar no estilo de vida de um indivíduo. Para muitos dos alunos, a aula de EF é o único local e o único momento em que praticam atividade física no seu dia a dia.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 1.ENQUADRAMENTO BIOGRÁFICO

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 2.ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

2.

E

NQUADRAMENTO DA

P

RÁTICA DE

E

NSINO

S

UPERVISIONADA

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 2.ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

2. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA

2.1. Do contexto legal à sua importância

Atualmente, para o exercício da docência da EF em Portugal, torna-se necessário como qualificação mínima, o Mestrado na área. Assim sendo, a estruturação atualmente em vigor, obriga a que um candidato a professor de EF realize com sucesso, após a conclusão do ensino escolar obrigatório (12º ano), uma licenciatura e posterior Mestrado em EF. Estas últimas alterações tiverem como principal referência a adoção dos princípios do Tratado de Bolonha possibilitado assim a uniformização de critérios e a validação do grau adquirido em Portugal, por exemplo, em todo o território europeu (mediante a inevitável admissão ao país de destino).

Integrando o quadro legal que regula a formação de professores, o Decreto-lei nº43/2007 de 22 de fevereiro publicado em Diário da Republica, 1.ª Série – N.º38, estabelece que a formação deve incluir unidades curriculares centradas em: - formação educacional geral; - didáticas específicas; - iniciação à prática profissional; - formação cultural, social e ética; - formação em metodologias de investigação educacional, e; - formação na área de docência.

Às instituições de formação compete definir os objetivos dos cursos de formação inicial que preparam para a docência, bem como organizar e desenvolver o ensino, a aprendizagem e a avaliação necessários à formação dos futuros docentes. Assim sendo, o ISEIT – Instituto Piaget de Viseu, comporta 02 anos letivos divididos por 02 semestres cada. De um modo geral, o 1º ano visa munir o futuro professor de ferramentas teóricas e práticas sobre todo o processo da docência desde o planeamento curricular até aos estilos de ensino, entre todos os restantes aspetos relevantes. O 2º ano visa proporcionar principalmente ao aluno um estágio completamente inserido numa realidade de contexto escolar (PES). O aluno/estagiário é auxiliado e orientado por um professor da instituição de ensino e da instituição que o acolheu para o exercício da docência. Finalmente após conclusão destes 02 anos, este pode atingir a graduação profissional necessária ao exercício da profissão docente. A PES visa promover um contexto muito próximo da situação real de trabalho de um professor, caracterizando-se como um período evidente de transição entre a realidade do mundo académico e o mundo profissional.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 2.ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

• Experiências de planificação, ensino e avaliação, de acordo com as competências e funções cometidas ao docente, dentro e fora da sala de aula;

• Atitude crítica e reflexiva em relação aos desafios, processos e desempenhos do quotidiano profissional

Toda a estrutura do estágio pedagógico segue as orientações dos Decretos-lei referidos anteriormente, estando também de acordo com o regulamento do 2º Ciclo de estudos e formação do Instituto Piaget, assim como as orientações expressas no regulamento do MEEFEBS.

2.2. Caracterização do contexto de estágio 2.2.1. O meio

Para nos ajudar à caracterização procedemos à recolha de dados principalmente através da Câmara municipal de Viseu (CMV) e Instituto Nacional de Estatística (INE).

Viseu, cidade portuguesa pertencente à região Centro, intimamente associada à figura de Viriato, já que se pensa que o herói lusitano tenha nascido na região.

Mesmo antes da formação do Condado Portucalense, Viseu foi várias vezes residência dos condes D. Teresa e D. Henrique que, em 1123 lhe concedem um foral. Seu filho D. Afonso Henriques terá nascido em Viseu a 5 de agosto de 1109, segundo tese do historiador Almeida Fernandes. O segundo foral foi-lhe concedido pelo filho dos condes, D. Afonso Henriques, em 1187, e confirmado por D. Afonso II, em 1217.

No século XIV, Viseu foi atacada, saqueada, e incendiada pelas tropas de Castela. Após o ataque, D. João I manda construir um cerco muralhado defensivo (pouco mais resta que a Porta dos Cavaleiros, Porta do Soar, e escassos troços de muralha) que seriam concluídos apenas no reinado de D. Afonso V (conhecida pela muralha afonsina) já com a cidade a crescer para além do perímetro da estrutura.

No século XV, Viseu é doada ao Infante D. Henrique, na sequência da concessão do título de Duque de Viseu, cuja estátua, construída em 1960, se encontra na rotunda que dá acesso à rua do mesmo nome. O Seu irmão D. Duarte (rei), nasceu em Viseu, 31 de outubro de 1391.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 2.ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

2.2.1.1. Geografia e clima

Geograficamente, o município é limitado a norte pelo município de Castro Daire, a nordeste por Vila Nova de Paiva, a leste por Sátão e Penalva do Castelo, a sudeste por Mangualde e Nelas, a sul por Carregal do Sal, a sudoeste por Tondela, a oeste por Vouzela e a noroeste por São Pedro do Sul. Para além de sede de distrito e de concelho, Viseu é igualmente sede de Diocese e de Comarca.

É envolvida por um sistema montanhoso, constituído a norte pelas Serras de Leomil, Montemuro e Lapa, a noroeste a Serra do Arado, a sul e sudoeste as Serras da Estrela e Lousã, e a oeste a Serra que mais diretamente influencia esta área, a do Caramulo. O município caracteriza-se por uma superfície irregular com altitudes compreendidas entre os 400 e os 700 m sendo a maior extensão do município composta por granitos, rocha principal responsável na formação dos solos existentes.

"Enclausurada" pelas Serras do Caramulo, Buçaco, Estrela, Leomil e Montemuro, tem um clima mediterrânico com influência continental e marítima. O seu clima é caracterizado por invernos frescos a frios, com temperaturas médias mensais entre os 06°C e os 09 a 10°C, húmidos, com uma precipitação total de cerca de 499,4mm, e relativamente ventosos, em especial no mês de janeiro. A primavera é amena, com alguma precipitação, concentrada nos primeiros 02 meses do ano, máximas que podem atingir os 28 a 30°C e mínimas que vão desde os 03 a 05°C até os 15°C, em dias de muito calor diurno. O verão é quente e seco, com máximas entre os 22 a 25°C e os 30 a 33°C, mínimas entre os 12 e os 25°C. O outono é húmido e fresco, com bastante precipitação e concentrada nos últimos 02 meses da estação. As temperaturas vão desde a mínima na ordem dos 04 a 15°C, ou mais nos dias de setembro e máximas que podem ir aos 30°C em setembro e os 15°C no fim de novembro.

2.2.1.2. Demografia e população

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SUPERVISIONADA

O concelho de Viseu é constituído por 34 freguesias das quais, 13 são predominantemente rurais, 12 são predominantemente urbanas e 08 são mediamente urbanas.

Ao analisarmos os dados fornecidos pelo INE (2011), deparamo-nos que o número de habitantes da cidade de Viseu tem vindo a aumentar significativamente ao longo dos anos, registando-se um aumento de quase 7 000 habitantes entre 2001 e 2011 (93 501 e 99 274, respetivamente). Em contraste com este aumento populacional, constatamos uma a ligeira diminuição do número de indivíduos com idades compreendidas entre os 00 e os 14 anos de idade (15 788 e 15 159 respetivamente e em igual período apresentado) assim como uma diminuição mais significativa nos indivíduos entre os 15 e os 24 anos de idade (14 589 e 10 897 habitantes).

2.2.1.3. Contexto e atividade económica

Viseu caracteriza-se como um centro administrativo, de comércio e de serviços. O sector agrícola ocupa apenas 02% da população ativa, em especial na produção hortícola, fruta, designadamente maçã e viticultura, especialmente os vinhos maduros DOC Dão e os verdes de Lafões. O sector secundário, com uma atividade centrada em empresas de média dimensão, ocupa 16% da população. A indústria viseense produz, essencialmente, têxteis e têxteis-lar, mobiliário, metalurgia, máquinas e equipamentos industriais, agroquímicos e componentes automóveis. Importante, igualmente, a indústria da construção civil. O sector de serviços ocupa 83% da população.

2.2.1.4. Educação, formação e qualificação profissional

Criar na sociedade uma cultura de participação, cidadania e de melhoria da qualidade de vida são fundamentais. pelo que é de extrema importa implementar e consolidar medidas e estratégias que possibilitem elevar os níveis de escolaridade e qualificação dos indivíduos.

Com efeito, nível de escolaridade e de qualificação profissional dos indivíduos influencia a sua relação com o mercado de trabalho, podendo, por isso, constituir-se um baixo nível de escolaridade, um entrave à melhoria da condição de vida de um indivíduo ou família e ao desenvolvimento socioeconómico.

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SUPERVISIONADA

Ao nível do 2º e 3º ciclo existem 08 escolas públicas: EB23 Azeredo Perdigão, EB23 Grão Vasco, EB23 do Viso, EB23 Infante D. Henrique, EB23 de Silgueiros, EB12 João de Barros, EB23 de Mundão e EB 2,3 de D. Duarte, Vil de Soito. Para além destas, funcionam três colégios privados: Colégio da Via Sacra, Colégio da Imaculada Conceição e EBIS Jean Piaget.

No que diz respeito a agrupamentos de escolas: Agrupamento de Escolas do Viso, Agrupamento de Escolas de Grão Vasco, Agrupamento de Escolas de Marzovelos, Agrupamento de Escolas de Silgueiros, Agrupamento de Escolas de Vil de Soito, Agrupamento de Escolas do Infante D. Henrique, Agrupamento de Escolas do Mundão e o Agrupamento de Escolas Dr. Azeredo Perdigão.

Para o ensino secundário, existem três escolas: ESAM (local de estágio), Escola Secundária Viriato e a Escola Secundária Emídio Navarro.

Viseu dispõe igualmente de ensino profissional na Escola Profissional Mariana Seixas, na Escola Profissional de Torredeita e na Profitecla.

Relativamente a Instituições de ensino superior públicas, Viseu possui, o IPV, e privadas, a ESE Jean Piaget, a Escola Superior de Saúde Jean Piaget, ISEIT de Viseu, e a Universidade Católica Portuguesa.

2.2.1.4. Cultura, lazer e Desporto

Desde o século XVIII que Viseu dispõe de duas feiras: a de todas as primeiras terças-feiras de cada mês, que atualmente se realiza às terças-feiras, todas as semanas; e a Feira Franca (denominada Feira de São Mateus - Viseu), anual, surgindo esta em 1392. A mais antiga de toda a península ibérica e das mais longas, onde, durante 38 dias, se registaram nos últimos anos de feira, perto de 1 milhão de visitantes (inclusive, este ano de 2016, ultrapassou esse número).

Existem em Viseu, 09 Museus Municipais que exploram o património histórico, natural, arqueológico e artístico da região. São eles, Casa de Lavoura/Oficina do Linho, Casa da Ribeira, Casa das Memórias, Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental, Coleção Arqueológica José Coelho, Museu Almeida Moreira, Museu do Quartzo, Solar Condes de Prime e Quinta da Cruz.

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SUPERVISIONADA

No que se refere estritamente ao desporto, segundo a recente atualização do Registo Municipal de Clubes Desportivos de 2011, existem, no concelho de Viseu, 60 Associações (para além de outras coletividades que não efetuando o seu registo não constam na lista) que promovem vários tipos de atividades, abrangendo o carácter social, cultural, desportivo e/ou de lazer

São de salientar alguns programas/projetos dinamizados pela CMV, nomeadamente: Manhãs Desportivas; Conhecer Viseu em Bicicleta; Atividade sénior; Percursos Pedestres; Feira do Desporto de Viseu; Observatório do Desporto; Downhill Urbano de Viseu, Meia Maratona do Dão, entre outros.

Todos os projetos (embora uns mais do que ouros) tem em vista o abarque de todas as faixas etárias que visam a promoção da atividade física e o combate ao sedentarismo. É, portanto, de frisar o envolvimento constante nas diversas atividades do movimento associativo local, mobilizando centenas de atletas, técnicos e dirigentes.

O Parque Desportivo do Fontelo

O Parque Desportivo do Fontelo, considerado o pulmão da cidade, constitui-se como uma área privilegiada para a prática de atividades físicas de lazer e competição. A sua centralidade em relação à cidade, os seus excelentes acessos, a sua diversidade de instalações e espaços desportivos tornam-no num complexo desportivo de elevada procura pelos viseenses. Integra o Estádio Municipal, Pista de Atletismo, Complexo de Piscinas, Pavilhão Desportivo, Circuitos de Manutenção, entre vários campos de futebol sintéticos e relvados e salas de desporto. Hoje, o Parque Desportivo do Fontelo, assume-se como fundamental no deassume-senvolvimento do desporto de formação de vários clubes do concelho, nomeadamente nas modalidades de Futebol, Basquetebol, Andebol, Atletismo, Natação e Voleibol, assim como local de realização de inúmeras atividades desportivas de organização municipal.

Ecopista

Com início na estação de Santa Comba Dão, onde intersectava a Linha da Beira Alta, a Linha do Dão viria ainda a passar por Tondela, atravessando as terras do Dão, até chegar à estação de Viseu numa extensão total de 49,2km. A partir daqui viria a ligar à Linha do Vouga que estabeleceria a ligação até Aveiro interligando com a Linha do Norte.

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SUPERVISIONADA

de mercadorias foi suspenso, sendo a Linha do Dão totalmente encerrada em 25 de setembro de 1988.

A reconversão do antigo ramal ferroviário em Ecopista inicia-se em 2001, e utilização deste canal ferroviário foi finalmente devolvida à população após décadas de abandono, através da sua reconversão em Ecopista, tendo sido inaugurada no dia 01 de julho de 2011. Este espaço proporciona à população um local propício à pratica de atividades de lazer, entre outros, como caminhadas, passeios de bicicleta assim como circuitos de manutenção (dispersos não só pela ecopista como pela cidade).

Percursos Pedestres

Os Percursos Pedestres são uma atividade física com elevados níveis de procura e que se insere numa perspetiva de Desporto para Todos, uma vez que abrange vários escalões etários e segmentos socioeconómicos. A CMV iniciou em 2007 a criação de uma Rede Municipal de Percursos Pedestres, através da Rota da Ribeira de Várzea, na freguesia de Calde. Durante os anos de 2008, 2009 e 2010 mais 11 Percursos Pedestres foram inaugurados, nas várias freguesias do concelho.

Pavilhões Desportivos, Polidesportivos e outros

São vários os Pavilhões Desportivos e os Polidesportivos (públicos e privados), vocacionadas para a competição, o lazer e recreação nas modalidades de andebol, basquetebol, futsal, ténis e voleibol, entre outras, consoante os equipamentos disponíveis em cada instalação. Destaque para o Pavilhão Cidade de Viseu (antigo Inatel) e para o Pavilhão Desportivo do Fontelo, espaços dinamizados pela CMV.

Existem também em Viseu vários espaços de lazer e prática desportiva como ginásios, clubes de Fitness, entre outros, que proporcionam à comunidade viseense uma panóplia de atividades.

2.2.2. A escola

A ESAM de Viseu, escola que me acolheu para realizar o estágio, é uma instituição que já perfez mais de 150 anos de atividade.

Fundada em 1849 como “Liceu Central de Viseu”, tendo como primeiro reitor o Padre José d’Oliveira Berardo.

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SUPERVISIONADA

Em 1911, por determinação do Dr. António José de Almeida, quando Ministro do Interior Governo Provisório, uma vez proclamada a pública, o Liceu Central de Viseu passou a designar-se Liceu Alves Martins, em homenagem do Bispo de Viseu, Dom António Alves Martins.

Em 1922, o Liceu “mudou-se” paro o recém-encerrado Colégio SacréCoeur (hoje ESE, do IPV), devido ao constante aumento do número de alunos e a consequentemente necessidade de se encontrar um edifício que reunisse os requisitos necessários para a prática pedagógica.

A mudança do Liceu Central de Viseu ainda não havia de ficar por aqui. O último e definitivo local (até aos dias de hoje) teve sua inauguração a 27 de abril de 1948, na Avenida Infante D. Henrique (projeto do arquiteto Carlos Ramos).

Após o 25 de abril de 1974, surge o decreto-lei n.º 80/78, de 27 de abril, citando que os Liceus e as Escolas Comerciais e Industriais passariam a denominar-se genericamente Escolas Secundárias. Passando assim a intitular-se de ESAM.

Já com instalação em definitivo, foi objeto de uma profunda requalificação e modernização (no âmbito da intervenção da Parque Escolar), entre 2009 e 2011. A intervenção caracterizou-se pela remodelação dos três pavilhões, ao nível do reordenamento de compartimentação, beneficiação de revestimentos interiores, remodelação integral de infraestruturas elétricas, de telecomunicações, de águas e esgotos.

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SUPERVISIONADA

Trata-se de uma escola com uma matriz de ensino secundário, sendo que apenas desde 2007-2008 se iniciou a lecionação do 3.º ciclo do ensino básico.

Para o Conselho Executivo da ESAM (10/2005), a escola tem um lugar de destaque no conjunto das escolas nacionais pela qualidade da formação académica que proporciona, pelas realizações culturais e artísticas, pelo sentido ético e de cidadania que procura incutir nos jovens.

A ESAM, no ano letivo 2015/2016, para além do ensino básico, dispôs das seguintes ofertas formativas para o ensino secundário:

 Curso Profissional Técnico de Design;

 Curso Científico Humanístico de Ciências e Tecnologias;  Curso Científico Humanístico de Ciências Socioeconómicas;  Curso Científico Humanístico de Línguas e Humanidades;  Curso Científico Humanístico de Artes Visuais.

Ainda, em regime de ensino noturno, em ensino modelar:

 Curso Científico Humanístico de Ciências e Tecnologias;  Curso Científico Humanístico de Ciências Socioeconómicas.

Reconhece, valida e certifica competências do ensino básico (4º, 6º e 9º anos de escolaridade) e/ou do nível secundário (12º ano) no âmbito do Centro das Novas Oportunidades

É uma escola constituída essencialmente por alunos residentes na cidade de Viseu, não obstante, também existem alunos da periferia da cidade e inclusive, alunos de localidades mais distantes que “obrigam” ao alojamento na cidade durante o tempo de aulas (embora em menor número). Nas turmas com as quais fiquei responsável, encontrei alunos das várias situações. Ao contrario das restantes escolas secundárias de Viseu (Escola Secundária Emídio de Navarro e Escola Secundária Viriato), essa situação já se encontra mais repartida, ou seja, existe um equilíbrio entre alunos da cidade e de “forasteiros”. Nesse sentido, a ESAM apresenta o estereotipo de “meninos da cidade”, como muitos lhe costumam chamar.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 2.ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

almoçar em casa ou em locais exteriores à escola ou até mesmo por se deslocar logo para casa a quando o términus do dia de aulas.

Recursos materiais e espaciais desportivos:

Para o leccionamento das aulas de EF, a escola dispunha dos seguintes espaços:  01 Ginásio;

 01 Pavilhão Desportivo (dividido sempre em 03 espaços, 01 para cada turma);

 01 Sala de aula no Pavilhão Desportivo com computador e projetor vídeo;

 01 Campo de basquetebol externo;  01 Campo de Voleibol externo;  01 Campo Sintético;

 Balneários femininos e masculinos, para alunos e professores.

Decorriam simultaneamente 06 aulas, praticamente desde o início até ao fim do dia. Para a distribuição das turmas pelos espaços, foi facultado aos professores um documento com a distribuição dos espaços e dos balneários (já para todo o ano letivo), realizando-se a rotação dos espaços sensivelmente de 03 em 03 semanas. Foi através deste documento que foi possível o planeamento anual das atividades (descrito mais pormenorizadamente no capítulo 04 deste documento).

Considero que todos os espaços estão em excelentes condições para a prática das várias modalidades. No entanto, o campo de voleibol e o campo de basquetebol externos, por se encontrarem em zona com várias árvores de grande porte, durante o outono e o inverno, esses espaços encontram-se frequentemente cheios de folhas e pequenos ramos de árvore, fruto da “caducidade” da época. Apesar do espaço ser limpo com alguma regularidade, durante esse período, o espaço encontra-se pouco propício à prática de atividade física no local, tornando-se algo perigoso para todos. Também o facto do pavilhão desportivo se encontrar divido dificulta um pouco a tarefa do professor (realçado e descrito melhor no capítulo 03 deste documento), 03 divisões para um pavilhão desportivo com 03 turmas a funcionar em simultâneo é sinónimo de muitos alunos (cerca de 90) para pouco espaço (no máximo, 16x22m).

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 2.ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

arrecadação do ginásio. Existe igualmente um documento, atualizado ano após ano, de todo o material disponível para a prática das modalidades (inventário) que é facultado aos professores no sentido de facilitar o seu trabalho de planeamento.

Os funcionários responsáveis pelo material trabalham e dedicam-se de forma exemplar, encontrando-se este sempre limpo e bem organizado na arrecadação para que o professor consiga encontrá-lo e prepará-lo facilmente. Inclusive, são os primeiros a disponibilizar-se para auxiliar o professor no transporte do material para o local da aula.

A escola dispunha de material em bom estado de conservação, de qualidade e em grande número para todas as modalidades de leccionamento obrigatório e facultativo (o que acaba por ser quase obrigatório dado o elevado número de alunos por turma hoje em dia).

2.2.3. As turmas

Numa reunião com o professor António Silva, professor cooperante do estágio, após definição de alguns objetivos para o estágio, foram-me atribuídas as turmas pertencentes a 02 ciclos diferentes, 9ºB e o 12ºJ.

2.2.3.1. “9º B”

Apreciação Inicial

A turma do 9ºB do ano letivo 2015/2016 é constituída por 30 elementos (sendo que um desses elementos terá aulas em casa devido a problemas de saúde), dos quais, 20 são rapazes e 10 são raparigas com uma média de idades de 13.8 anos, o aluno mais novo tem 13 anos e o mais velho 15 anos de idade. A turma tem 02 aulas de 50 minutos cada de EF por semana, à terça e quinta feira de manhã.

Através da aplicação de um questionário no início do ano letivo, foi possível observar que 19 dos 29 alunos (excluindo o nº20 que não terá aulas de EF), praticam atividade física fora da escola. Em média, a turma pratica atividade física quase 02 vezes por semana (1.7), o que em horas se traduz em pouco mais que 02 horas (2.1) por aluno. São várias as modalidades que praticam fora da escola: futebol (07); ténis (03); natação (03); Ginástica (02); Basquetebol (01); karaté (02); kickboxing (01); ténis de mesa (01) e ciclismo (01).

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 2.ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

De ressalvar que o que os alunos mais gostam de praticar em EF é praticar Futsal, mas também há vários alunos que gostam da prática em geral e de atividades de grupo. Em menor número surgem modalidades como a Ginástica, Basquetebol, Badminton e 2 elementos também mencionaram gostar das aulas de EF com a finalidade de trabalhar a sua condição física.

Quanto ao que menos gostam de realizar nas aulas de EF o destaque vai para a Ginástica, seguido da teoria e do trabalho da Condição Física. Em menor número surgem também o Badminton, o Futsal e o Basquetebol.

No que diz respeito às atividades de ocupação de tempos livres favoritas, 12 alunos mencionaram a prática de atividades físicas (variadas) como os passatempos favoritos, 04 alunos mencionaram a prática de atividades físicas em conjunto com o computador ou televisão e 10 alunos referiram o computador ou televisão como a sua atividade favorita nos tempos livres.

Há 09 alunos que se pretendem inscrever no DE, sendo que o grande destaque é o Futsal e apenas um pretende inscrever-se no Ténis de Mesa. Apenas 01 aluno ainda não decidiu e os restantes não pretendem inscrever-se no DE.

Quanto a problemas de saúde, 07 alunos reportaram ter problemas de visão, 02 alunos já foram sujeitos a intervenções cirúrgicas e 01 dos alunos toma medicamentos para as alergias. Para além do já mencionado, 01 aluno apresenta ter uma lesão no joelho, 01 aluno problemas nos pés (hereditário), 01 aluno com asma e 01 aluno com uma fratura no joelho. Ninguém menciona ser alérgico a medicamentos.

Analisando os dados, podemos concluir que grande parte dos alunos pratica atividade física fora da escola, o que é bastante positivo embora o número de horas semanais seja em média, a nosso ver, insuficiente. “Aglomerando” essas atividades às aulas de EF, esse valor já se considera mais significativo (cerca de 100 minutos a mais por aluno). O que deixa um pouco a desejar é o facto de poucos alunos se pretenderem inscrever no DE (tema que deverá que ser abordado durante as aulas para que se possa incentivar mais alunos a inscreverem-se no DE).

Existem poucos casos clínicos na turma, no entanto requerem os seus cuidados (como por exemplo a asma), sendo que o problema que mais se evidencia é o problema de visão.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 2.ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

modalidade que os alunos referiram ser o aspeto que menos gostam nas aulas de EF, será uma das modalidades a abordar ao longo deste ano letivo (ginástica acrobática), teremos de antemão, ter que encontrar soluções que cativem os alunos e que os faça “provocar” interesse na modalidade.

Apreciação final

Após um ano de intervenção com esta turma, no cômputo geral consideramos que o trabalho realizado foi positivo.

Em termos comportamentais a turma era bastante conversadora, o que por vezes originava faltas de compreensão em relação ao exercício quando este era mais complexo (por exemplo em formas de rotação quando os espaços eram mais reduzidos ou quando existiam critérios de êxito diferentes para as várias zonas de trabalho). Não considero uma turma problemática (ao contrário de outros professores em outras disciplinas), no entanto esta “conversa a mais” prejudicava de diferentes formas todos os alunos que aliada ao tempo reduzido da aula causava um maior impacto. Neste aspeto, os rapazes em maior número que as raparigas, destacavam-se mais negativamente.

Era praticamente impossível, devido à falta de tempo, a integração da turma no projeto da aplicação do programa de TF. Fator este que, aliado a tipo de comportamento apresentado nos fez optar por não realizarem tal programa.

Na sua generalidade, a turma demonstrou um desempenho motor razoável. Não existiram alunos com um elevado desempenho nas várias modalidades (ecléticos), apenas alunos que se destacaram esporadicamente em uma ou outra modalidade para a qual possuíam uma maior apetência.

Turma caracterizada por uma maturidade que em meu entender não corresponde à sua idade cronológica. Esta característica revelou-se em várias áreas, especialmente no que respeita ao cumprimento de tarefas e prazos previamente estipulados.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 2.ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

2.2.3.2. “12ºJ”

Apreciação Inicial

A turma do 12ºJ do ano letivo 2015/2016 é constituída por 28 elementos dos quais, 25 são rapazes e 3 são raparigas (que posteriormente, 01 aluno saiu da turma e 01 aluna entrou na turma) com uma média de idades de 16.6, o aluno mais novo tem 16 anos e o mais velho tem 18 anos de idade. Têm 02 aulas de 100 minutos cada de EF por semana, à segunda e quinta feira de manhã e têm como diretor de turma, o professor António Silva.

Através da aplicação de um questionário no início do ano letivo, foi possível observar que 23 dos 28 alunos, praticam atividade física fora da escola. Em média, a turma pratica atividade física quase 03 vezes por semana (2.6), o que em horas se traduz em quase 4 horas (3.7) por aluno.

São várias as modalidades que praticam fora da escola: futebol (02); ginásio (03); natação (02); atletismo (02); karaté (01); kickboxing (01); taekwondo (01); patinagem no gelo (01); e rugby (01). No entanto, 15 alunos alegaram não praticar nenhuma modalidade específica.

Quanto a preferências, 19 alunos preferem Desportos Coletivos, 04 Desportos Individuais e 05 alunos não têm preferência pela escolha.

De ressalvar que o que os alunos mais gostam de praticar em EF é o Futsal, mas também vários alunos gostam da prática em geral. Em menor número aparecem modalidades como a basquetebol, atletismo, aulas livres e 02 elementos também apontaram gostar das aulas de EF pelo “trabalho” em Grupo.

Quanto ao que menos gostam de praticar em EF o destaque vai para a ginástica e a dança, seguido da teoria e do trabalho da condição física.

No que diz respeito às atividades de ocupação de tempos livres favoritas, 03 alunos mencionaram a prática de atividades físicas (variadas) como os passatempos favoritos, 07 alunos mencionaram a prática de atividades físicas em conjunto com o computador ou televisão e 09 alunos referiram o computador ou televisão como a sua atividade favorita nos tempos livres. E ainda 04 alunos não responderam à questão.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 2.ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

Analisando os dados, podemos concluir que grande parte dos alunos pratica atividade física fora da escola, o que é bastante positivo. Juntando essas horas (3.7 horas em média por semana distribuídas por 2.6 vezes) às aulas de EF, já se considera um valor positivo (cerca de 200 minutos a mais por aluno). O que deixa muito a desejar é o facto de apenas 01 aluno se pretender inscrever no DE. Tema que terá que ser abordado durante as aulas para que se possa incentivar mais alunos a inscrever-se no DE. Trata-se de um ano crucial, o 12º ano é um ano de muitas decisões, no entanto penso que os alunos se quiserem conseguem facilmente conciliar as suas tarefas, basta quererem.

Existem poucos casos clínicos, mas que requerem os seus cuidados, sendo que o problema que mais se evidencia é o problema de visão.

A grande maioria dos alunos prefere desportos coletivos a individuais, o que corresponde ao plano de turma para o 12º ano, 04 de 06 modalidades são coletivas. Uma vertente da modalidade que os alunos referiram ser o aspeto que menos gostam nas aulas de EF será uma das modalidades a abordar ao longo deste ano letivo (dança). Terei, de antemão, que encontrar soluções que os cativem e os faça provocar interesse na modalidade.

Apreciação Final

Após um ano de intervenção com esta turma, no cômputo geral considero que o trabalho realizado foi muito positivo.

Em termos comportamentais, a turma do 12ºJ apresentou-se ao longo de grande parte do ano letivo com um comportamento muito responsável e empenhado para com as tarefas apresentadas. Não obstante, existe(m) sempre aquele(s) aluno(s) mais distraído(s) e esta turma não é exceção, no entanto, são uma turma muito trabalhadora e dedicada.

Esse comportamento, originou a que se se avançasse com o projeto e fosse aplicado o programa de TF à turma ao longo do 3º período como era pretendido inicialmente. Mais uma experiencia muito positiva e que atingiu resultados bastante satisfatórios dadas as características e circunstâncias do contexto.

Demonstraram um desempenho motor considerável, existindo mesmo alguns alunos a destacarem-se em várias modalidades, inclusive, na modalidade em que a maioria considerou não gostar de praticar nas aulas de EF, a dança.

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 2.ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 3.ENQUADRAMENTO TEÓRICO

3.

E

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T

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA 3.ENQUADRAMENTO TEÓRICO

3. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

3.1. A Formação de professores e a Educação Física - Olhar pela história

Através de uma pesquisa no Dicionário de Língua Portuguesa, o vocábulo “formação” define-se, entre outros, como “ato ou efeito de formar ou de se formar;” ou “Aula, sessão ou curso destinado a adquirir ou atualizar conhecimentos profissionais ou relacionados com uma atividade”. No entanto, quando associado à “formação de professores” acarreta um conjunto de transformações globais e profundas do individuo.

Entende-se por “formação de professores”, o processo pelo qual os futuros professores, ou professores em exercício, se preparam para desenvolver a função de docência (Cunha, 2008).

Ao realizarmos uma retrospetiva sobre a formação de professores de EF em Portugal desde o seu início até aos dias de hoje, verificamos que a mesma é o reflexo de diversas influências históricas, sociais, políticas, culturais, científicas, etc (Cunha & Estrela, 2007). Fazendo um apanhado sobre o que foi todo esse percurso, podemos sintetizar toda esta evolução em 03 grandes ciclos (Brás, 1996): - Constitucionalismo (1911-1974); - Renascimento (1974-186) e; - Revisionismo (1986…); acontecimentos importantes em cada ciclo que fazem do professor de EF aquilo que é nos dias de hoje.

3.1.1. 1º Ciclo – Constitucionalismo (1911-1974)

“Momento em que se dá a génese da institucionalização da formação de professores de EF em Portugal” (Brás, 1996; p.48).

Surge em 1905, a disciplina de EF (Costa Sacadura, chama à atenção, sem sucesso sobre a formação de professores especializados em EF), mais tarde, a ginástica (1918) no curso geral e no curso complementar, no entanto, a disciplina acaba por ser retirada do curso complementar. Havia uma clara oposição entre os que defendiam uma educação baseada nas disciplinas Humanísticas do passado e os que defendiam as novas realidades da sociedade ocidental, baseada na formação profissional dos jovens (Crespo, 1991).

Surgem vários cursos de caráter provisório (“ensaios” e experimentações) que não conseguiram resolver de forma conveniente os problemas emergentes no que respeita à formação de professores da época.

Imagem

Figura 1 - Escola Secundária Alves Martins de Viseu (ESAM)
Tabela 2 - Exercício 1: Agachamento com torção (com o TRX)
Tabela 4 - Exercício 3: Equilíbrio em prancha trocando os mecos de sítio
Tabela 7 - Exercício 6: Passe de peito com bola medicinal no plano sagital
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Referências

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