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Arq Bras Endocrinol Metab vol.54 número4

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Academic year: 2018

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343 Arq Bras Endocrinol Metab. 2010;54/4

editorial

Hiperparatireoidismo primário:

importante conirmar

primeiro, localizar depois

Maria Lucia Fleiuss de Farias1

N

íveis sanguíneos de paratormônio acima da faixa normal são um achado fre-quente na investigação de osteopenia/osteoporose em pacientes idosos, espe-cialmente no sexo feminino. É justamente neste último grupo que encontraremos a maioria dos casos de hiperparatireoidismo primário; por outro lado, é nos idosos em geral que encontraremos frequentemente o hiperparatireoidismo secundário à carência de vitamina D. Somente após termos certeza da autonomia funcional de uma ou mais paratireoides é que devemos passar aos testes de imagem para guiar o cirurgião; jamais antes, jamais para conirmar tratar-se de hiperparatireoidismo primário, pois que todos esses testes têm suas limitações e podem ser negativos mesmo nos casos de adenoma único da paratireoide.

Neste número dos ABE&M, Oliveira e cols. abordam esses temas de forma bastan-te didática, mostrando suas experiências com o diagnóstico e com os bastan-tesbastan-tes localizató-rios da(s) paratireoide(s). O diagnóstico baseia-se na concomitância de hipercalcemia e PTH elevado, e a deiciência de vitamina D, reconhecida nos idosos brasileiros (1), deve ser pesquisada nos casos de calcemia limítrofe. Lembramos que os níveis ade-quados de 25-hidroxivitamina D nos idosos são estimados em não menos que 90-100 mmoles (36-40 ng/ml) (2,3) e que muitos meses de reposição de doses adequadas de vitamina D podem ser necessários para reverter o hiperparatireoidismo secundário. A reposição está autorizada mesmo na impossibilidade de dosarmos 25-hidroxivitami-na D, sem medo de intoxicação desde que sigamos os níveis de cálcio em sangue e uri-na. O progressivo declínio da iltração glomerular no envelhecimento pode contribuir para a elevação do PTH, mas essa inluência não foi considerada signiicativa no estudo de Need e cols. (4); segundo os autores, o principal determinante do hiperparatireoi-dismo nos idosos é o declínio de vitamina D.

Quanto aos métodos de imagem, também é nossa experiência que um simples ul-trassom pode identiicar um volumoso adenoma único de paratireoide, mas que todos os recursos devem ser utilizados em casos duvidosos, especialmente nas reinterven-ções, em pacientes não curados na primeira abordagem cirúrgica. Yip e cols (5) classi-icam os resultados do Sestamibi (2 momentos) associado ao SPECT em: 0 = negativo, 1 = possível, 2 = provável, 3 = certamente adenoma, ou 4 = doença multiglandular. O adenoma único foi achado em 211/262 (81%) daqueles 0-1 versus 263/288 (91%) dos 2-3 (p < 0,001); doença multiglandular foi conirmada em 31/144 (22%) pacien-tes grau 0 versus 13/166 (8%) pacientes grau 3 (p = 0,0005); por outro lado, somente 7/27 (26%) pacientes classiicados como 4 tinham realmente doença multiglandular. Outra recente publicação enfatiza a vantagem de associar todos os métodos de ima-gem até que se esgotem as possibilidades de localização pré-operatória (6).

Em tese, e principalmente na segunda intervenção cirúrgica, concordamos.

1 Professora de Endocrinologia,

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Correspondência para:

Maria Lucia Fleiuss de Farias Rua Santa Clara, 195, ap. 501 22041-012 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil

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344 Arq Bras Endocrinol Metab. 2010;54/4

REFERÊNCIAS

1. Saraiva GL, Cendoroglo MS, Ramos LR, Araújo LMQ, Vieira JGH,

Maeda SS, et al. Prevalência da deiciência, insuiciência de vita-mina D e hiperparatireoidismo secundário em idosos institucio-nalizados e moradores na comunidade da cidade de São Paulo, Brasil. Arq Bras Endocrinol Metab. 2007;51:437-42.

2. Lips P. Vitamin D deiciency and secondary hyperparathyroidism

in the elderly: consequences for bone loss and fractures and the-rapeutic implications. Endocr Rev. 2001;22:477-501.

3. Bischoff-Ferrari HA, Giovannucci E, Willett WC, Dietrich T,

Daw-son-Hugues B. Estimation of optimal serum concentrations of

25-hydroxyvitamin D for multiple health outcomes. Am J Clin Nutr. 2006;84:18-28.

4. Need AG, O’Loughlin PD, Morris HA, Horowitz M, Nordin BEC.

The effects of age and other variables on serum parathyroid hor-mone in postmenopausal women attending an osteoporosis cen-ter. J Clin Endocrinol Metab. 2004;89:1646-9.

5. Yip L, Pryma DA, Yim JH, Carty SE, Ogilvie JB. Sestamibi SPECT

intensity scoring system in sporadic primary hyperparathyroi-dism. World J Surg. 2009;33:426-33.

6. Wimmer G, Profanter C, Kovacs P, Sieb M, Gabriel M, Putzer D, et

al. CT-MIBI-SPECT image fusion predicts multiglandular disease in hyperparathyroidism. Langenbecks Arch Surg. 2010;395:73-80.

Referências

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