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Estrutura ecológica. Caso de Estudo - Concelho de Cinfães

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Academic year: 2021

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(1)ESTRUTURA ECOLÓGICA Caso de Estudo – Concelho de Cinfães. Ana Rita da Silva Martinho Calhanas Figueira Dissertação para a obtenção do grau mestre em Arquitectura Paisagista. Orientador: Doutora Maria Manuela Cordes Câbedo Sanches Raposo de Magalhães Co-orientador: Mestre Natália Sofia Canelas da Cunha. Júri: Presidente: Doutora Maria Manuela Silva Nunes Reis Abreu, Professora Catedrática do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa. Vogais: Doutora Maria Manuela Cordes Câbedo Sanches Raposo de Magalhães, Professora Auxiliar do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa; Doutor Luís Paulo Faria de Almeida Ribeiro, Professor Auxiliar do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa; Mestre Natália Sofia Canelas da Cunha, na qualidade de especialista; Licenciado Pedro Miguel Ramos Arsénio, Assistente do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, na qualidade de especialista.. Lisboa, 2010.

(2) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães. Agradecimentos À Professora Manuela Raposo Magalhães pela sua orientação cientifica, pela critica construtiva, pela disponibilidade, pela transmissão de conhecimentos presentes desde sempre e pela oportunidade de desenvolver este trabalho na área do Ordenamento do Território. À Arquitecta Paisagista Natália Cunha, por se ter disponibilizado para ser co-orientadora deste trabalho, pelo apoio e incentivo, pelas orientações dadas, pelas conversas e pela boa disposição com que sempre me brindou. À Câmara Municipal de Cinfães, em particular ao Engenheiro Telmo, pela documentação disponibilizada para o caso de estudo A todos os amigos que me acompanharam ao longo da realização deste trabalho. À Carmen pela presença constante ao longo do meu percurso académico. A toda a minha família por todo o apoio e incentivo. À Carolina por me fazer sorrir nos momentos mais difíceis. Ao Rui, por ter estado sempre presente, pela paciência e incentivo e pela compreensão e carinho que sempre me dispensou. Por fim, um agradecimento muito especial aos meus pais e ao meu irmão, pela ajuda e optimismo e por acreditarem sempre.. i.

(3) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães. Resumo A Estrutura Ecológica da Paisagem constitui um instrumento de planeamento territorial que integra de forma contínua os elementos da Paisagem e que garante a protecção, manutenção e equilíbrio dos processos ecológicos importantes para o desenvolvimento sustentável e para a melhoria da qualidade de vida das populações. A dissertação tem por objectivo aprofundar o tema da Estrutura Ecológica através da sistematização de conceitos e de exemplos de delimitação e implementação desta figura de planeamento no Mundo. O estudo e análise da evolução da Estrutura Ecológica em diferentes países demonstra um variado número de terminologias, de metodologias e de objectivos, e consequentemente, um grande número de iniciativas a serem desenvolvidas. A parte prática desta dissertação consiste numa proposta de delimitação da Estrutura Ecológica para o concelho de Cinfães e está inserida no projecto “A Dimensão Social dos Incêndios Florestais – Contributo para uma Gestão Sustentável Integrada” desenvolvida no Centro de Estudos de Arquitectura Paisagista “Prof. Caldeira Cabral” em parceria com a Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Utilizou-se a metodologia “Sistema-Paisagem” que permite englobar todos os sistemas naturais importantes para a preservação do equilíbrio ecológico da Paisagem. Por fim, a partir da Estrutura Ecológica proposta definiram-se ocupações de solo potenciais e medidas de gestão de forma a atingir um correcto uso do solo do concelho de Cinfães.. Palavras-chave: Paisagem; Estrutura Ecológica; Interpretação Ecológica da Paisagem; Ordenamento do Território; Cinfães. ii.

(4) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães. Abstract The Ecological Network of the Landscape is an instrument of territorial planning that seamlessly integrates the elements of the Landscape and that ensures the protection, maintenance and balance of ecological processes which are important to sustainable development and improving quality of life of populations. The objective of this work is to deepen the subject of Ecological Network through the systematization of examples of delimitation and implementation of this planning tool in the world. The study and analysis of the evolution of Ecological Network in different countries shows a diverse number of terminologies, methodologies and objectives, and consequently, a large number of initiatives to be developed. The delimitation of the Ecological Network of the case study – Municipality of Cinfães – is included in the project “The social dimension of forest fires - Contribution to a Sustainable, Integrated Management” developed at the Centro de Estudos de Arquitectura Paisagista “Prof. Caldeira Cabral” in partnership with Faculdade de Letras da Universidade do Porto. The use of the methodology “Sistema-Paisagem” allows to cover all major natural systems to preserve the ecological balance of Landscape. Finally, from the proposal of the Ecological Network were defined occupations of land and potential management measure to achieve a proper land use in the municipality of Cinfães.. Key-words: Landscape; Ecological Network; Ecological Interpretation of Landscape; Spatial Planning; Cinfães. iii.

(5) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães. Extended Abstract How does mankind ensures the protection and safeguarding of their natural resources, in an increasingly consumerist society, where the main and only interested is the immediate gratification of their desires and needs, is without any doubt one of the most complex and difficult problems, that has been gaining more and more importance on today´s developed countries, political agendas. Men has taken a leading role in all of the changes and breakthroughs that have occurred in recent years, both in social, technological and scientific areas, which despite having created an increasingly dynamic environment, where we are now able to transform Earth landscape, also contributed to the destruction of Nature. Ecosystems fragmentation, biodiversity loss, and the deprivation scientific and aesthetic values provided by Nature, makes it essential and urgent to create and develop sustainable policies in order to find the balance between society and natural ecosystems. That being said, we consider the Ecological Network a fundamental planning tool, that ensures the protection, maintenance and balance of ecological breakthroughs, important to sustainable development and improving life quality of populations. The main objective of this dissertation is to demonstrate the importance of Ecological Network in planning processes, so that the maintenance and equilibrium of ecological processes guarantees a sustainable development, improving the life quality of population. We have made a bibliographical study and review in order to deepen the subject, summarized cases, defined and implemented the limits to the Ecological Network of Portugal and worldwide, and we have applied this proposal to the county of Cinfães. The case studies presented for Portugal were: The Ecological Network of Lisbon Metropolitan Area, and The Ecological Network of Sintra’s Municipality, conducted by “Centro de Estudos de Arquitectura Paisagista – Professor Caldeira Cabral”, and also The Ecological Network of Porto, conducted by “Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-Alimentares”, of the University under the coordination of the landscape Architect Teresa Andresen. These three examples show different approaches, especially between the two Metropolitan Ecological Networks. This difference is believed to be, due to the lack of objectivity of the Portuguese Legislation, on this particular subject. And the lack of cooperation national wise, when performing and creating the various Ecological Networks. Subsequently we presented the role of Ecological Network in the context of the various existing continents and gave examples of this figure in each one: Europe – Estonia Green Network, Netherlands National Ecological Network, Germany’s Biotopverbund, and The Land of Saxony Ecological Network. . North America - Florida Ecological Greenways Network and the Ecological Network of the Canada’s city of Edmonton.. . South America – Central Corridor of Brasil’s Atlantic Forest.. . Asia and Pacific – Terai Arc Landscape, Nepal;. . Africa – Tri-DOM Landscape, and Ecological Network (which includes three countries);. iv.

(6) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães . Australia – National Reserve System and Gondwana Link;. The presented examples of Ecological Networks show that there is a great diversity of approaches and concepts. However, the components that integrate this instrument and their objectives are similar. One other objective of this thesis, was to draft a proposal of an Ecological Network for the county of Cinfães, which features a landscape with strong rural character. The importance and need of Planning, is mainly due to an ancestral relationship between the population of this County and primary economic activities, that require a more intensive exploration of ecosystems, also, forest fires that have occurred in recent years and there is a huge lack of investment in the protection and safeguarding of natural resources. The economic, social and ecological vulnerability of Cinfães, make it difficult to implement measures required in order to have a sustainable development. The methodology applied was “System-Landscape” (Sistema-Paisagem) which consists in a systemic approach to landscape, that allows the distinction between the fundamental Networks to a sustainable ecological and cultural Landscape, and the structures that are capable of adapting to the circumstances of a particular moment in time. Thus enabling the interaction between the human and ecological balance, resulting to be positive to the environment. After further analysis on the Ecological Network, we came to the conclusion that this is truly an instrument of territorial planning, that seamlessly integrates the elements of the landscape, which contribute to the maintenance and preservation of Ecosystems and Ecological processes. The elements that compose it, must be carefully selected, organizes and managed, in order to achieve different objectives, which may be ecological, recreational, productive, cultural, aesthetic, among others, that take in account the main objective of this Network. The Ecological Network should not be considered as a form of forbidding human activities, but as a guideline of human intervention in the Landscape, in a way that we may recognize, preserve and promote it’s natural and cultural elements, so that development is done sustainably and may contribute to the life of populations. The credibility and viability of this planning tool can only be achieved through effective management, collaboration and involvement of various sectors, from the government to the community. It is considered that the development of an Ecological Network shouldn’t have a beginning nor an end. And as well as the landscape it should be an evolutionary process, which varies in time and space, which will indeed find many barriers that must be overcome through cooperation and participation of the entire community. Only then can we preserve the space we inhabit.. v.

(7) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães. Índice Agradecimentos .......................................................................................................................................................i Resumo....................................................................................................................................................................ii Abstract................................................................................................................................................................... iii Extended Abstract .................................................................................................................................................. iv Índice de Figuras .................................................................................................................................................... ix Índice de Quadros .................................................................................................................................................. xi Lista de Abreviaturas ............................................................................................................................................ xii 1.. 2.. Introdução ...................................................................................................................................................... 1 1.1.. Contextualização do Tema ................................................................................................................... 1. 1.2.. Objectivos .............................................................................................................................................. 1. 1.3.. Metodologia e Estrutura da Dissertação ............................................................................................. 2. Conceitos – Sistema-Paisagem ..................................................................................................................... 3 2.1.. 2.1.1.. Sub-sistema Natural e Sub-sistema Cultural da Paisagem ....................................................... 4. 2.1.2.. Paisagem Global .......................................................................................................................... 5. 2.2.. Conceitos ...................................................................................................................................... 6. 2.2.2.. Metodologia ................................................................................................................................. 7. Estrutura Global da Paisagem ............................................................................................................. 8. 2.3.1.. Estrutura Ecológica da Paisagem ............................................................................................... 9. 2.3.2.. Estrutura Cultural da Paisagem .................................................................................................. 9. 2.3.3.. Estrutura Ecológica Urbana e Estrutura Ecológica Rural ........................................................ 10. Estrutura Ecológica – Enquadramento e Conceitos .................................................................................. 11 3.1.. Contextualização ................................................................................................................................ 11. 3.2.. Componentes e Objectivos da Estrutura Ecológica .......................................................................... 13. 3.3.. Implementação da Estrutura Ecológica ............................................................................................ 14. 3.4.. Estrutura Ecológica em Portugal ....................................................................................................... 16. 3.4.1.. Enquadramento Legal ............................................................................................................... 16. 3.4.2.. Articulação da Estrutura Ecológica com Outros Diplomas Legais de Protecção ................... 18. 3.5. 4.. Sistema-Paisagem ................................................................................................................................ 6. 2.2.1.. 2.3.. 3.. Paisagem .............................................................................................................................................. 3. Síntese ................................................................................................................................................ 20. Estruturas Ecológicas – Casos de Estudo .................................................................................................. 22 vi.

(8) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães 4.1.. Portugal ............................................................................................................................................... 22. 4.1.1.. Estrutura Ecológica da Área Metropolitana de Lisboa ............................................................ 22. 4.1.2.. Estrutura Ecológica da Área Metropolitana do Porto ............................................................... 24. 4.1.3.. Estrutura Ecológica Municipal de Sintra .................................................................................. 26. 4.2.. Europa ................................................................................................................................................. 28. 4.2.1.. Estónia – Green Network .......................................................................................................... 29. 4.2.2.. Holanda – Estrutura Ecológica Nacional .................................................................................. 32. 4.2.3.. Alemanha – Biotopverbund ...................................................................................................... 34. 4.3.. América do Norte ................................................................................................................................ 39. 4.3.1.. Flórida – Florida Ecological Greenways Network..................................................................... 40. 4.3.2.. Canadá – Estrutura Ecológica da City of Edmonton ................................................................ 42. 4.4.. América do Sul .................................................................................................................................... 45. 4.4.1. 4.5.. Ásia e Pacifico ..................................................................................................................................... 48. 4.5.1. 4.6.. Camarões, Gabão e Congo – Tri-DOM Ecological Network ..................................................... 51. Austrália .............................................................................................................................................. 53. 4.7.1.. National Reserve System .......................................................................................................... 53. 4.7.2.. Sudoeste da Austrália - Gondwana Link .................................................................................. 55. 4.8. 5.. Nepal – Terai Arc Landscape .................................................................................................... 49. África ................................................................................................................................................... 51. 4.6.1. 4.7.. Brasil – Corredor Central da Mata Atlântica ............................................................................ 46. Síntese ................................................................................................................................................ 57. Caso de Estudo – Concelho de Cinfães ...................................................................................................... 59 5.1.. Enquadramento Geral do Concelho .................................................................................................. 59. 5.2.. Paisagem de Cinfães .......................................................................................................................... 60. 5.3.. Importância e Metodologia para a Delimitação da Estrutura Ecológica ......................................... 62. 5.4.. Interpretação Ecológica da Paisagem ............................................................................................... 64. 5.4.1.. Hipsometria ................................................................................................................................ 64. 5.4.2.. Declives ...................................................................................................................................... 64. 5.4.3.. Exposições .................................................................................................................................. 65. 5.4.4.. Hidrografia .................................................................................................................................. 65. 5.4.5.. Morfologia do Terreno ............................................................................................................... 66. 5.4.6.. Unidades Geológicas/Litológicas.............................................................................................. 67 vii.

(9) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães 5.4.7.. Permeabilidade do Sub-Solo ..................................................................................................... 68. 5.4.8.. Classificação Taxonómica do Solo ............................................................................................ 69. 5.4.9.. Permeabilidade do Solo ............................................................................................................ 69. 5.4.10.. Valor Ecológico do Solo ............................................................................................................. 70. 5.5.. 5.5.1.. Sistema Húmido......................................................................................................................... 72. 5.5.2.. Solos de Elevado Valor Ecológico ............................................................................................. 72. 5.5.3.. Áreas Declivosas ........................................................................................................................ 73. 5.5.4.. Áreas de Máxima Infiltração...................................................................................................... 73. 5.5.5.. Habitat da Directiva 92/43/CEE .............................................................................................. 74. 5.5.6.. Estrutura Edificada .................................................................................................................... 75. 5.6. 6.. Proposta de Delimitação da Estrutura Ecológica de Cinfães ........................................................... 71. Estrutura ecológica, Ocupação Potencial e Medidas de Gestão ..................................................... 76. Considerações Finais ................................................................................................................................... 79. Referências Bibliográficas ................................................................................................................................... 81 Legislação Consultada ..................................................................................................................................... 87 Sites .................................................................................................................................................................. 88 Anexos ..................................................................................................................................................................... I Anexo I – Capítulo 3 – Estrutura Ecológica e Conceitos .................................................................................. II A.. Diferentes Terminologias para o Conceito de Estrutura Ecológica ................................................... II. Anexo II – Capítulo 4 – Estrutura Ecológica – Casos de Estudo .................................................................... IV A.. Estrutura Ecológica da Holanda em 2018. ........................................................................................ IV. B.. Sistema de Ordenamento do Território da Alemanha ........................................................................ V. C.. Sistema de Planeamento da Paisagem da Alemanha ...................................................................... VI. D.. Conservação dos Recursos Naturais e Concepção de Paisagens Culturais na Alemanha............ VII. Anexo III – Capítulo 5 – Caso de Estudo – Cinfães ....................................................................................... VIII A.. Metodologia de Delimitação da Estrutura Ecológica de Cinfães .................................................... VIII. B.. Cartografia ........................................................................................................................................... IX. C.. Informação Relativa à Elaboração Cartográfica ............................................................................ XXXI. viii.

(10) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães. Índice de Figuras Fig. 1 - Esquema que mostra a complexidade da Paisagem e como as suas estruturas se podem sobrepor sem se inviabilizarem mutuamente. Apresenta ainda os elementos fundamentais das estruturas: linhas, pontos e áreas. Fonte: Magalhães et al., 2007.. ………………………………………………………………………………….8. Fig. 2 – Diagrama representativo das componentes da Estrutura Ecológica. Adaptado de Bennett, 2004. 14 Fig. 3 – Estrutura Ecológica da AML. Fonte: Magalhães et al., 2003............................................................... 23 Fig. 4 – Metodologia para a delimitação da Estrutura Ecológica. Fonte: Andresen, 2004b. .......................... 24 Fig. 5 – Estrutura Ecológica “Bruta”. Fonte: Andresen, 2004b. ....................................................................... 25 Fig. 6 – Zonas de minimização dos efeitos de risco na AMP, por classe e a totalidade. Fonte: Andresen, 2004b. .................................................................................................................................................................. 25 Fig. 7 – Distribuição dos valores notáveis na AMP, por classe e a totalidade. Fonte: Andresen, 2004b). .... 26 Fig. 8 – Estrutura Ecológica Fundamental do Concelho de Sintra. Fonte: Magalhães et al., 2005. .............. 27 Fig. 9 – Percurso do Green Belt da Europa. Fonte: Terry et al., 2006.............................................................. 29 Fig. 10 – Green Network da Estónia. Fonte: Külvik et al., 2008. ..................................................................... 31 Fig. 11 – Estrutura Ecológica Nacional da Holanda. Fonte: Ministry of Agriculture, Nature and Food Quality, 2005. .................................................................................................................................................................... 32 Fig. 12 – Estrutura Ecológica da Alemanha. Fonte: http://www.bfn.de/0311_biotopverbund.html. ............ 36 Fig. 13 - Organização dos dois tipos de planeamento de Estruturas Ecológicas. Fonte: Leibenath, 2008 .. 37 Fig. 14 – Áreas possíveis para a delimitação de uma Estrutura Ecológica na Saxónia. Fonte: SMI 2003 in Leibenath, 2008.. ................................................................................................................................................ 39 Fig. 15 – Florida Ecological Greenways Network. Fonte: Hoctor et al., 2008. ................................................. 41 Fig. 16 – Estrutura Ecológica da cidade de Edmonton. Adaptado de: City of Edmonton, 2007. ................... 44 Fig. 17 – Corredor Central da Mata Atlântica. Fonte: http://www.corredores.org.br. ..................................... 47 Fig. 18 – Terai Arc Landscape. Fonte: www.wwfnepal.org. ............................................................................... 50 Fig. 19 – Tri-DOM Ecological Network. Fonte: Bennett, 2004 .......................................................................... 52 Fig. 20 – National Reserve System da Austrália. Fonte: Department of the Environment, Water, Heritage and the Arts, 2010. .............................................................................................................................................. 54 Fig. 21 – Áreas onde se concentra o Gondwana Link. Fonte: Bradby, 2008. ................................................. 56 Fig. 22 – Localização e divisão administrativa do Concelho de Cinfães .......................................................... 59 Fig. 23 – Agricultura em socalcos, Cinfães. ....................................................................................................... 60 Fig. 24 – Vertente com agricultura em socalco e com cultura florestal, Cinfães. ........................................... 60 Fig. 25 – Vale do Rio Bestança, Cinfães............................................................................................................. 61. ix.

(11) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães Fig. 26 – Carta de Morfologia do Terreno do concelho de Cinfães. Localização da Estrutura Edificada e dos solos de elevado valor ecológico. ....................................................................................................................... 61 Fig. 27 - Pastoreio de gado ovino na zona serrana, onde é possível observar a vegetação existente de carácter sub-arbustivo.. ....................................................................................................................................... 62 Fig. 28 e Fig. 29 – Mancha de eucaliptal na freguesia da Nespereira. ........................................................... 62 Fig. 30 – Esquema da metodologia utilizada para a delimitação da Estrutura Ecológica de Cinfães. .......... 63 Fig. 31 – Morfologia do Terreno do Concelho de Cinfães. ................................................................................ 67 Fig. 32 – Proposta da Estrutura Ecológica para o Concelho de Cinfães. ......................................................... 71 Fig. 33 – Tecido Edificado, Cinfães. .................................................................................................................... 75 Fig. 34 – Estrutura Ecológica da Holanda em 2018. Fonte: Ministry of Agriculture, Nature and Food Quality, 2004. ..................................................................................................................................................................... IV Fig. 35 – Conservação dos recursos naturais e concepção de paisagens culturais na Alemanha. Fonte: BMVBS, 2006. ...................................................................................................................................................... VII. x.

(12) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães. Índice de Quadros Quadro 1 – Artigo 20 e 21 da Lei Federal da Conservação da Natureza de 2009 referentes à Estrutura Ecológica. Adaptado de: BMU, 2010. ................................................................................................................ 35 Quadro 2 – Objectivos das Estruturas Ecológicas apresentadas de acordo com os objectivos referidos por Bennett e Wit (2001). ........................................................................................................................................ 57 Quadro 3 – Unidades Litológico-Estratigráficas existentes no Concelho de Cinfães. ..................................... 68 Quadro 4 – Valor ecológico dos solos do concelho de Cinfães......................................................................... 70 Quadro 5 – Habitat da Directiva n.º 92/43/CEE do Concelho de Cinfães. ...................................................... 74 Quadro 6 – Ocupação Potencial e Medidas de Gestão - Concelho de Cinfães................................................ 76 Quadro 7 – Sistema de Ordenamento do Território da Alemanha. Adaptado de: Leibenath, 2008. ............... V Quadro 8 – Sistema de Planeamento da Paisagem da Alemanha. Adaptado de: Leibenath, 2008. .............. VI Quadro 9 – Descrição das unidades litológicas e respectivos valores de permeabilidade ......................... XXXI Quadro 10 – Descrição dos solos dominantes no concelho e respectivas permeabilidades. .................... XXXV Quadro 11 – Solos dominantes no concelho e respectivos valores ecológicos ....................................... XXXVIII. xi.

(13) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães. Lista de Abreviaturas AML – Área Metropolitana de Lisboa AMP – Área Metropolitana do Porto BfN – Federal Agency for Nature Conservation BMU - Federal Ministry for the Environment, Nature Conservation and Nuclear Safety CCMA – Corredor Central Mata Atlântica CEAP – Centro de Estudos de Arquitectura Paisagista CMC – Câmara Municipal Cinfães EEF – Estrutura Ecológica Fundamental EEM – Estrutura Ecológica Municipal EEN – Estrutura Ecológica Nacional EER – Estrutura Ecológica Rural EEU – Estrutura Ecológica Urbana FEGN – Florida Ecological Greenways Network IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza NRS – National Reserve System ONG – Organização Não Governamental PDM – Plano Directo Municipal PU – Plano de Urbanização RAN – Reserva Agrícola Nacional REN – Reserva Ecológica Nacional RJIGT – Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial SIG – Sistema de Informação Geográfica TAL – Terai Arc Landscape WWF – World Wildlife Fund. xii.

(14) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães. 1. Introdução 1.1.. Contextualização do Tema. O modo de garantir a protecção e salvaguarda dos recursos naturais, numa sociedade cada vez mais consumista e interessada apenas na satisfação imediata dos seus desejos e necessidades, é uma das questões mais complexas com que a humanidade se depara actualmente e que assume uma importância cada vez maior nas agendas políticas dos países desenvolvidos. As rápidas mudanças que têm ocorrido nos últimos anos, quer a nível social, quer tecnológico e científico, criam um ambiente cada vez mais dinâmico, onde o Homem assume um papel preponderante nas transformações que ocorrem na Paisagem. O domínio do ser humano sobre a Paisagem provoca frequentemente a destruição da Natureza devido à fragmentação dos ecossistemas, à perda de biodiversidade e à privação dos valores estéticos e científicos importantes para a vida humana. Torna-se imperativo que as Políticas de Desenvolvimento sigam uma abordagem sustentável, de forma a encontrar o equilíbrio entre os sistemas naturais e as sociedades. Assim, considera-se a Estrutura Ecológica como uma figura de planeamento fundamental na sustentabilidade ecológica da Paisagem e na qualidade de vida das populações, porque reúne e integra, de forma contínua, os espaços necessários à conservação dos recursos naturais, entendidos como factores dinâmicos que interagem entre si (Magalhães et al., 2007). A delimitação e implementação da Estrutura Ecológica no meio rural é fundamental, pois permite um correcto planeamento dos novos usos, tendo em conta o factor ecológico da Paisagem, o que contribui para melhorar a qualidade de vida das populações rurais. Deste modo, o problema sobre o qual incide esta dissertação é o de saber como salvaguardar sistemas ecológicos fundamentais para um correcto equilíbrio da Paisagem, um espaço rural em mutação e com uma sociedade cada vez mais exigente.. 1.2.. Objectivos. Pretendem alcançar os seguintes objectivos com a construção deste trabalho: . Justificar a importância da Estrutura Ecológica nos processos de planeamento;. . Sintetizar exemplos de delimitação e implementação de Estruturas Ecológicas existentes em Portugal e noutros países;. . Definir uma proposta metodológica para a delimitação da Estrutura Ecológica num espaço predominantemente rural e aplicá-la ao concelho de Cinfães.. Introdução. 1.

(15) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães. 1.3.. Metodologia e Estrutura da Dissertação. A dissertação foi elaborada em três fases: na primeira procedeu-se a uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, a partir da qual foi feita uma revisão bibliográfica; na segunda fase delimitou-se a proposta metodológica e aplicou-se ao caso de estudo, o concelho de Cinfães; e na última fase analisou-se os resultados obtidos. A estrutura deste trabalho está organizada da seguinte forma: Capítulo 1 – Introdução: apresenta-se a contextualização ao tema e a justificação da sua escolha, bem como os objectivos que se pretende alcançar. Capítulo 2 – Conceitos – Sistema-Paisagem: define-se os diversos conceitos que são pertinentes para o assunto desta dissertação, recorrendo-se a contributos teóricos de alguns autores. Capítulo 3 – Estrutura Ecológica – Enquadramento e Conceitos: aprofunda-se o tema da Estrutura Ecológica, através da sua contextualização. Refere-se a importância da sua delimitação e implementação, as suas componentes e objectivos. Menciona-se o seu enquadramento legislativo em Portugal. Capítulo 4 – Estruturas Ecológicas – Casos de Estudo: descreve-se vários casos de delimitação e implementação de Estruturas Ecológicas existentes em Portugal e noutros países. Capítulo 5 – Caso de Estudo – Cinfães: apresenta-se a caracterização e a interpretação ecológica da Paisagem, a metodologia e a delimitação da Estrutura Ecológica do concelho de Cinfães. Capítulo 6 – Conclusão: registam-se as principais conclusões e ideias que ficam da elaboração desta dissertação.. Introdução. 2.

(16) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães. 2. Conceitos – Sistema-Paisagem 2.1.. Paisagem. O conceito de Paisagem é um conceito complexo e dinâmico, utilizado em vários contextos e por uma grande variedade de áreas, como a arte, a ecologia, a biologia, as ciências sociais, o que contribui para um grande número de definições. Do estudo etimológico da palavra Paisagem surge a noção de que a esta é uma “entidade resultante da interacção entre a Natureza e o Homem” (Magalhães, 2007a, p. 104). Paisagem deriva do latim pagus que significa o “território cultivado”. A partir deste étimo latino derivam semelhanças nas diversas línguas: em francês paysage que se desdobra no termo pays, ideia de Pátria e no sufixo age que provém do latim agine e que designa a arte de ordenar o espaço em resposta às necessidades do Homem (Telles, 2002); em italiano paesaggio e em espanhol paisage. Nas línguas germânicas, diz-se landscape em inglês e landschaft em alemão, que provém da palavra holandesa landschap, em que o prefixo land provém da palavra landa que significa terra trabalhada (Magalhães, 2007a). A palavra em português é uma adaptação da palavra francesa paysage (Amaral, 2001). O conceito de Paisagem começou a ser utilizado nos finais do século XVI, início do século XVII, quando pintores holandeses utilizaram a Paisagem nas suas obras e encorajaram outros pintores do Renascimento a utilizarem o tema nas suas pinturas, que retratavam especialmente situações de Paisagens Rurais (Magalhães, 2001). Paisagem surge da necessidade de designar uma realidade que não correspondia à Natureza intocada pelo Homem, mas sim a uma outra, resultante da natureza modificada. Entre os séculos XVIII e XIX, com a Revolução Industrial, as representações de Paisagens constituíam cenários naturalizados com pouca intervenção humana. Era a representação da “Natureza” que tinha deixado de existir com a introdução da tecnologia (Magalhães, 2007a). Até aos finais do século XIX e princípio do século XX, a Paisagem estava ligada a um cenário, impunha um observador. A partir daí, com a evolução do estudo sobre a Natureza, a Paisagem passa a ser encarada como o conjunto de ecossistemas que a formam e os processos humanos que incidem sobre o substrato natural (Magalhães, 2001). Constata-se que a Paisagem é um conceito que tem evoluído ao longo do tempo, existindo, hoje em dia, diversas definições. De acordo com Magalhães (2007a), o significado de Paisagem evoluiu de um objecto em que a sua essência era ele próprio, para um objecto que tem de ser interpretado e descodificado, para que aquilo que não é visível seja identificado. Ribeiro (1967), no seu livro Portugal: o Mediterrâneo e o Atlântico, transmite a ideia geral de que a Paisagem resulta de um produto do passado, constituindo um registo da memória colectiva e que traduz a história do povoamento e das formas de aproveitamento para fins produtivos, de determinado espaço geográfico. Assim, Ribeiro atribui importância aos valores culturais na definição de Paisagem.. Conceitos – Sistema-Paisagem. 3.

(17) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães Cabral (in Enciclopédia Luso-Brasileira da Cultura, 1973, p. 1072) define Paisagem como “a figuração da biosfera e que resulta da acção complexa do Homem e de todos os seres vivos – plantas e animais – em equilíbrio com os factores físicos do ambiente”. Na Legislação Portuguesa, o conceito de Paisagem vem descrito na Lei de Bases do Ambiente (Decreto-Lei n.º 11/87 de 7 de Abril , artigo 5.º alínea c) como “a unidade geográfica, ecológica e estética resultante da acção do homem e da reacção da Natureza, sendo primitiva quando a acção daquele é mínima e cultural quando a acção humana é determinante, sem deixar de se verificar o equilíbrio biológico, a estabilidade física e a dinâmica ecológica”. Esta definição vai de encontro à definição de Caldeira Cabral. Na Convenção Europeia da Paisagem (Decreto-Lei n.º 4/2005 de 14 de Fevereiro, artigo 1.º alínea a) o conceito de Paisagem designa “uma parte do território, tal como é apreendida pelas populações, cujo carácter resulta da acção e da interacção de factores naturais e/ou humanos”. Segundo esta Convenção, a Paisagem constituem um elemento fundamental de identidade local e regional ou até mesmo à escala europeia. De acordo com Magalhães (2001, p. 50), o objecto de intervenção do Arquitecto Paisagista é a Paisagem, entendida como “uma realidade ecológica, corporizada fisicamente num espaço que se poderia chamar natural (se considerado antes de qualquer intervenção humana), no qual se inscreveram os elementos e as estruturas construídas pelos Homens com determinada cultura, designada também por Paisagem Cultural”. A Paisagem é então um sistema complexo em permanente transformação, que resulta de processos naturais e/ou de processos antrópicos. Apreende-se um conceito holístico de Paisagem e que integre as várias componentes: a ecológica, relativa aos ecossistemas, a cultural, relativa à humanização da Paisagem e a socioeconómica referente aos factores sociais e às actividades económicas que transformam a Paisagem.. 2.1.1. Sub-sistema Natural e Sub-sistema Cultural da Paisagem Na Natureza as acções do Homem são quase nulas, pelo que o funcionamento ecológico não terá sido muito afectado. Por sua vez, na Paisagem a componente antrópica é bastante marcada ao longo do tempo. Para Zonneveld (1995), a Paisagem é uma combinação da Natureza e da Cultura, onde o Homem desempenha o papel principal. Define Natureza como tudo o que existe sem a intervenção do Homem e Cultura como o resultado das capacidades espirituais do Homem. A Paisagem é então composta por um Sub-sistema Natural e por um Sub-sistema Cultural. Cabral et al. (1978 in Correia et al., 2001, p. 198) define os conceitos de Paisagem Natural e de Paisagem Cultural: . A Paisagem Natural é o “resultado da interacção exclusiva dos factores físicos e bióticos, anteriores à acção do Homem, tratando-se apenas de um conceito lógico, sem existência no Mundo”;. Conceitos – Sistema-Paisagem. 4.

(18) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães . A Paisagem Cultural é a “resultante da acção multissecular, contínua ou intermitente, do Homem sobre a Paisagem natural, apropriando-a e modificando-a a fim de a adaptar pouco a pouco às suas necessidades…”.. A Paisagem é composta por tudo o que existe à superfície da Terra, de natureza ecológica e/ou cultural. Se houver um predomínio de elementos vivos designa-se por Paisagem Rural, enquanto, se houver um predomínio de elementos inertes ou construídos pelo Homem, designa-se por Paisagem Urbana (Magalhães, 2007a).. 2.1.2. Paisagem Global Observa-se um afastamento entre a cidade e o campo, que resulta em rupturas, quer a nível ecológico quer a nível espacial, que se reflectem na Paisagem através da fragmentação e da degradação das suas estruturas fundamentais, provocando danos nos recursos naturais insubstituíveis (Magalhães, 2001). É necessário voltar a ligar a cidade e o campo, como sugere Cabral (1980, p. 37) porque “só no entendimento dos dois contínuos, o Natural e o Cultural, se poderá encontrar a posição correcta em relação ao Homem que queremos servir”. Segundo Cabral (1980), a ligação entre o espaço rural e o espaço urbano faz-se através do continuum naturale, conceito que surgiu da aplicação do princípio Homeostasis de 1924, de Walter Cannon, à Paisagem. A Homeostasia é “capacidade que os ecossistemas possuem para se auto-regularem e auto-conservarem, ou seja, para manterem as suas características estruturais e funcionais dentro de certos limites” (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1985, p.137). Cabral (1980) afirma que são necessários quatro princípios para manter o equilíbrio ecológico e o continuum naturale: . Continuidade: os elementos fundamentais da Paisagem devem ser contínuos;. . Elasticidade: todos os elementos fundamentais da Natureza devem ser capazes de se adaptarem às diversas situações que caracterizam a vida;. . Meandrização: tendência para aumentar as interfaces ou superfícies – limite dos vários elementos presentes na Paisagem;. . Intensificação: quando acontece uma redução da superfície ocupada pelos elementos fundamentais da Paisagem tem de existir uma optimização dos efeitos da área restante.. A tendência é de não separar o espaço urbano e o espaço rural, mas sim interligá-los. Segundo Telles (1992), defensor da terminologia de Paisagem Global, o espaço urbano e o espaço rural devem estar intimamente ligados, de forma a contribuir para um equilíbrio ecológico, uma maior segurança e uma maior diversidade ecológica. Com este conceito esbate-se a oposição entre espaço urbano e rural, a edificação e os outros usos do solo devem distribuir-se no território em função dos pressupostos da aptidão ecológica. De acordo com Abreu et al. (2002), no conceito de Paisagem Global, o espaço urbano e o rural tendem a desaparecer, tal como a identidade de cada Paisagem, progredindo-se para uma identidade global. As. Conceitos – Sistema-Paisagem. 5.

(19) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães expressões como Paisagem Urbana e Paisagem Rural pretendem salientar determinadas características da Paisagem, que não as torna independentes, mas que lhes confere um carácter forte e característico. A visão global da Paisagem permite a manutenção da diversidade biológica e que as actividades humanas se desenvolvam de foram sustentável, sem pôr em causa as suas estruturas fundamentais.. 2.2.. Sistema-Paisagem. 2.2.1. Conceitos O Sistema-Paisagem consiste numa metodologia de intervenção da Paisagem que tem sido desenvolvida desde 2005 com os Planos Verdes Municipais, no Centro de Estudos de Arquitectura Paisagista “Prof. Caldeira Cabral" (CEAP) e permite que a interacção entre os factores ecológicos e humanos resulte num balanço ecologicamente positivo. Aos conceitos anteriormente inerentes ao Ordenamento do Território acrescenta outras noções que provêem do Estruturalismo, do Pensamento Sistémico e da Complexidade. O Estruturalismo é uma corrente filosófica que tem por base o conceito de estrutura e que se desenvolveu nos anos 60 no âmbito da Linguística, com Ferdinand de Saussure. Posteriormente foi aplicada a outras disciplinas, como a Antropologia com Claude Lévi-Strauss (1985) ou a Psicologia com Jean Piaget (1981) (Cunha, 2008). Esta corrente demonstra que “o conhecimento e o comportamento humano resultam da interacção entre a informação proveniente do Mundo exterior e os processos de organização e estruturação activos da mente” (Gelernter, 1995 in Magalhães, 2001, p. 277). A estrutura é entendida como uma construção do pensamento. De acordo com Magalhães (2001, p. 277), a aplicação do Estruturalismo ao planeamento da Paisagem constitui um método útil, especialmente nas intervenções à grande escala, pois a “intervenção através de uma estrutura permite uma certa abertura às exigências de adaptabilidade duma Paisagem, sempre em mutação, perante necessidades também variáveis, na sua natureza, no tempo e no espaço”. Este método permite assim compatibilizar a função e a forma da Paisagem. O Estruturalismo foi introduzido na Morfologia Urbana por autores como Kevin Lynch, Rossi, Rapoport ou Norberg-Schulz. Na área de Ordenamento do Território metodologias como a de Ian MacHarg e o conceito de continuum naturale têm por base esta filosofia. Rapoport (1977, in Magalhães, 2001, p. 326), membro da Escola de Arquitectura EUA, aplicou o conceito de estrutura ao espaço urbano, definindo-a como “um sistema de sistemas que estão integrados uns nos outros às diferentes escalas de intervenção”. Schulz (1979, p. 32) na sua ligação de estrutura à Paisagem afirmou que “a estrutura pode ser descrita nos termos de nós, percursos e áreas; mais propriamente em termos de elementos que centralizam o espaço como as colinas… tal como em termos de elementos que orientam o espaço como os vales e os rios… ou ainda em termos de elementos que definem uma dada organização espacial, como as sequências uniformes dos campos…”.. Conceitos – Sistema-Paisagem. 6.

(20) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães Na Arquitectura Paisagista, a Paisagem, enquanto estrutura, é constituída por um “sistema de sistemas, de vários níveis interligados, aos quais correspondem diversos conteúdos, tanto de natureza funcional (incluindo os ecológicos), como simbólica” (Magalhães et al., 2005, p. 4). No livro “O Estruturalismo” de Jean Piaget são apresentadas três características de uma Estrutura (Piaget, 1981): . Totalidade - a estrutura é formada por elementos que se subordinam às leis que caracterizam o sistema, embora as ligações não se reduzam apenas a associações cumulativas, mas a propriedades formadas pelas inter-relações e interdependências dessas ligações;. . Transformação – as propriedades são sempre estruturantes e estruturadas, logo a estrutura constitui um sistema de transformações. Na Paisagem, a Natureza determina o processo de formação da estrutura que ocorre de forma dinâmica;. . Auto-regulação – as estruturas têm capacidade de se regularem a si próprias, promovendo a sua conservação.. Segundo Piaget (1981), a estrutura é um sistema fechado, sem relações com o exterior. No entanto, de acordo com Magalhães (2001), a auto-regulação deve ser entendida como um sistema complexo, com relações internas e externas ao sistema. A auto-regulação é a adaptação do sistema às transformações que ocorrem no mesmo. Os conceitos de totalidade, transformação e auto-regulação permitem entender a estrutura como um sistema complexo. O conceito de complexidade defendido por Morin (1991) associa a noção de sistema aberto, em que existe uma auto-regulação processada com o exterior, para além de uma auto-regulação dentro da estrutura. Desta forma é permitida a adaptação e a complexificação do sistema com a entrada de nova informação. Segundo Morin (1991, p. 49) “o sistema auto-organizador destaca-se do meio e distingue-se dele, pela sua autonomia e a sua individualidade, liga-se tanto mais a ele pelo crescimento da abertura e da troca que acompanham qualquer progresso de complexidade: ele é auto-eco-organizador.” É a aplicação da complexidade à Paisagem que permite que esta seja entendida como um sistema aberto, complexo e auto-regulado, que resulta da interacção de factores naturais e humanos.. 2.2.2. Metodologia A Paisagem, na metodologia Sistema-Paisagem, é constituída por diversos subsistemas: a morfologia do terreno, a geomorfologia, o solo, a vegetação, o clima e as actividades humanas ao longo do tempo. O Sistema-Paisagem (Fig. 1) consiste numa abordagem sistémica da Paisagem, que é “constituído por estruturas, pelos nós resultantes do cruzamento das estruturas e por áreas complementares, que estão para além das estruturas e que apresentam um significado menos importante que elas e que podem evoluir para funções complementares a cada uma das estruturas” (Magalhães et al., 2007, p. 22).. Conceitos – Sistema-Paisagem. 7.

(21) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães. Fig. 1 - Esquema que mostra a complexidade da Paisagem e como as suas estruturas se podem sobrepor sem se inviabilizarem mutuamente. Apresenta ainda os elementos fundamentais das estruturas: linhas, pontos e áreas. Fonte: Magalhães et al., 2007.. O conceito de estrutura aplicado à Paisagem está relacionado com o conceito de Morfologia. A Morfologia, segundo Cunha (2008, p. 153), é “a forma e as suas relações entre os elementos dos sistemas, isto é, depende da estrutura e da organização e do funcionamento dessa mesma estrutura”. A Morfologia representa a forma do espaço que resulta da sua estrutura, não sendo exactamente correspondente a esta (Rossi, 1965 in Magalhães, 2001). A intervenção na Paisagem através do Sistema-Paisagem e da Morfologia da Paisagem permite a identificação dos elementos fundamentais ao funcionamento ecológico da Paisagem, reunindo-os em estruturas de forma a permitir o uso múltiplo do solo consoante as suas características e aptidões. A metodologia Sistema-Paisagem vai de certa forma ao encontro da metodologia de McHarg (1992) descrita no seu livro “Design with Nature” de 1969. Este autor, através da sobreposição manual de cartas temáticas, que incidiam em factores ambientais e factores de humanização da Paisagem, determinava a capacidade intrínseca do território. Segundo McHarg (1992, p. 40), “se os valores identificados e classificados estiverem correctos, o mapa final representa a soma dos valores sociais, as oportunidades fisiográficas e os constrangimentos”. Para McHarg a Paisagem é uma construção cultural, em que estão presentes a dimensão económica, política e estética, entre outras e em que o Homem participa, modificando-a positiva ou negativamente. Apesar deste método ter sido útil para a delimitação das zonas non aedificandi, trata-se de uma metodologia que prolongou a tradição modernista dos planos de zonamento (Magalhães, 2001). O Sistema-Paisagem, pelo contrário, considera a Paisagem um sistema dinâmico e, embora também reconheça a importância das estruturas fundamentais da Paisagem permite um modelo de planeamento, que distingue aquilo que é essencial à sua sustentabilidade ecológica e cultural, daquilo que é secundário e portanto susceptível de se adaptar às circunstâncias de determinado momento.. 2.3.. Estrutura Global da Paisagem. A evolução da Paisagem deve desenvolver-se no sentido de criar uma Estrutura Global da Paisagem clara e reconhecível que englobe, por um lado, os sistemas ecológicos fundamentais e, por outro, os elementos resultantes do processo de humanização (Magalhães, 2001).. Conceitos – Sistema-Paisagem. 8.

(22) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães O Sistema-Paisagem é constituído pela Estrutura Global da Paisagem que é decomposta em duas subestruturas: a Estrutura Ecológica que engloba a Paisagem Primitiva onde posteriormente assentou a humanização e a Estrutura Cultural que compreende as intervenções resultantes dessa acção humana (Magalhães et al., 2007).. 2.3.1. Estrutura Ecológica da Paisagem A Estrutura Ecológica é a estrutura espacial da Paisagem “Natural” que reúne e integra todos os espaços necessários à preservação e manutenção dos principais recursos naturais e processos ecológicos (Magalhães et al., 2007), onde a edificação é total ou parcialmente condicionada (Magalhães, 2001). Esta estrutura é constituída pelos elementos que integram os sistemas ecológicos fundamentais da Paisagem. A componente visível destes ecossistemas constitui áreas de elevada sensibilidade que devem ser preservadas de modo a permitirem a conservação da água, do solo, da vegetação natural e seminatural e a circulação de massas de ar ao nível topoclimático (Magalhães, 2001). Também o sub-solo e o clima são elementos que influenciam a Paisagem “Natural”, embora sem expressão espacial visível, mas com influência determinante. (Magalhães, 2001). As diferentes componentes que constituem esta estrutura, tais como a hidrografia, a morfologia do terreno, as áreas com risco de erosão, as áreas de máxima infiltração, os solos e a vegetação, devem ser caracterizados não isoladamente, mas em termos relacionais, no contexto da metodologia SistemaPaisagem. Segundo Telles (2001), a Estrutura Ecológica deve ser constituída por sistemas contínuos, não só de recreio, mas também de produção e protecção e deve estabelecer com a Estrutura Edificada uma relação espacial coerente e equilibrada. No capítulo 3 aprofundara-se-á o conceito de Estrutura Ecológica que representa a base da Estrutura Global e que determina todo o desenvolvimento da Estrutura Cultural.. 2.3.2. Estrutura Cultural da Paisagem Para Schulz (1979), a primeira acção do Homem sobre a Paisagem Natural é a construção de casas e fazendas, progredindo para aldeias e vilas e, em segundo lugar, a construção de caminhos que ligam essas construções, bem como os vários elementos que transportam a Natureza para a Paisagem. A Estrutura Cultural da Paisagem inclui toda a obra do Homem na Paisagem através dos tempos. Constituída pelos elementos construídos com materiais inertes, nomeadamente os edifícios, as vias que interligam os espaços edificados e que permitem dar uma continuidade à estrutura e pelas áreas com aptidão ecológica à edificação (Magalhães et al., 2007). Segundo Magalhães et al. (2007, p. 41), esta estrutura pode ser dividida em duas sub-estruturas: . A Estrutura Edificada da qual faz parte o espaço edificado existente (incluindo os equipamentos colectivos), as infraestruturas viárias (rede viária existente e percursos de mobilidade suave) e as áreas com aptidão ecológica à edificação;. Conceitos – Sistema-Paisagem. 9.

(23) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães . A Estrutura Patrimonial da qual faz parte o património cultural, como os aglomerados tradicionais, o património arqueológico e arquitectónico, as quintas, o património natural (património geomorfológico, directiva habitat, recomendações habitat) e os percursos culturais.. A intervenção na Estrutura Cultural deve ocorrer no sentido de criar condições de legibilidade do sistema cultural para o Homem, através da instituição de uma hierarquia e de um grau de continuidade do espaço exterior e do espaço edificado (Magalhães, 2001). Deve-se tirar partido das diferentes formas construídas, para permitir o desenvolvimento da Paisagem Urbana e a Paisagem Rural de acordo com a interpretação da estrutura e com as características que lhe deram origem. Deve-se ter em consideração que os elementos artificiais devem estar em sintonia com os elementos naturais, através do conceito de aptidão ecológica à localização das diversas actividades.. 2.3.3. Estrutura Ecológica Urbana e Estrutura Ecológica Rural A Estrutura Ecológica Cultural é composta pela Estrutura Ecológica Urbana (EEU) e pela Estrutura Ecológica Rural (EER). A EEU é a Estrutura Ecológica no meio urbano, predominantemente edificado, e que permite assegurar o funcionamento ecológico da Paisagem Urbana, através da salvaguarda da riqueza biológica e dos sistemas fundamentais para o equilíbrio ecológico. Enquanto a Estrutura Ecológica depende fortemente da Natureza, a EEU constitui uma entidade fortemente antrópica, ou seja, é determinada pela Paisagem Cultural pré-existente. A delimitação da EEU é feita a partir de espaços patrimoniais, espaços provenientes de vazios de edificação, espaços de integração de infraestruturas e corredores verdes (Magalhães et al., 2007). A EER, tal como a EEU, é de natureza antrópica, e assegura o funcionamento ecológico da Paisagem Rural que foi construída ao longo do tempo, com o objectivo da produção de alimentos ou materiais. A EER é composta por diferentes tipologias da Paisagem: Paisagem compartimentada constituída por mata, matos e sebes e na Paisagem de árvore dispersa mediterrânica constituída por montado, por sebes ou elementos da cerca mediterrânica que compartimentam o olival e pomares de sequeiro, por bosquetes de vegetação natural e semi-natural e por galerias ripícolas (Magalhães et al., 2007).. Conceitos – Sistema-Paisagem. 10.

(24) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães. 3. Estrutura Ecológica – Enquadramento e Conceitos 3.1.. Contextualização. O número de terminologias existentes para o conceito de Estrutura Ecológica é muito vasto. Varia de região para região e de língua para língua, como se pode observar pelos exemplos dados por Bennett (2004): ecological network, green infrastructure, greenway, territorial system of ecological stability, reserve network, bioregional planning, connectivity conservation areas e corridor (utilizado especialmente nos países da América Latina e com uma conotação diferente da “faixa de vegetação”) (ANEXO I.A). Na pesquisa bibliográfica utilizou-se sobretudo os termos ecological network, green infrastructure e greenway. Apesar das diferentes terminologias, todos os modelos são caracterizados por cinco elementos chave (Bennett e Wit, 2001, p. 5): . “Conservar a biodiversidade à escala da Paisagem ou do ecossistema;. . Manter e/ou reforçar a coerência ecológica, especialmente através do estabelecimento de ligações;. . Garantir a protecção de áreas críticas sujeitas a efeitos potencialmente negativos;. . Restaurar os ecossistemas degradados;. . Promover a complementaridade entre o uso do solo e os objectivos de conservação da biodiversidade.”. Mell (2008), do Departamento de Arquitectura, Planeamento e Paisagem da Universidade de Newcastle, afirma que Frederick Law Olmsted e Ebenezer Howard foram fundamentais para o desenvolvimento do conceito de Estrutura Ecológica, uma vez que os seus trabalhos foram dos primeiros a integrar no planeamento a ligação entre as capacidades ecológicas e as actividades humanas de uma determinada área. Em 1860, Frederick Law Olmsted propôs um plano para Broklyn e mais tarde para Boston onde criou o Boston Park System, designado por Emerald Necklace. Este projecto foi desenvolvido como resposta às inundações do Rio Charles. Era constituído por parques urbanos interligados, que promoviam a multifuncionalidade da Paisagem e disponibilizavam benefícios ecológicos, económicos e sociais para os residentes e visitantes de Boston (Fabos, 2004). Olmsted é considerado por muitos autores como o pai do greenway movement, terminologia utilizada nos Estados Unidos da América (Fabos, 2004). Contudo, este movimento só se tornou mais importante nos anos 60 com a contribuição de autores como Rachel Carson com o livro Silent Spring em 1962 e Ian McHarg com Design with Nature, de âmbito mais aplicado, em 1969 (Fabos, 2004). Em 1898, Ebenezer Howard desenvolveu o conceito de greenbelt, através da criação e manutenção de espaços verdes de carácter envolvente da cidade que se destinavam a controlar a expansão urbana em Londres e noutros locais da Inglaterra (Mell, 2008).. Estrutura Ecológica – Enquadramento e Conceitos. 11.

(25) Estrutura Ecológica – Caso de Estudo: Concelho de Cinfães Com o desenvolvimento de projectos como o de Olmsted e o de Howard um pouco por todo o Mundo, tornou-se evidente uma crescente preocupação com a conservação dos recursos naturais na construção de novas cidades. Nos anos 20, a Conservação da Natureza juntou-se ao planeamento urbano através de uma declaração feita em 1924 no Congresso Internacional de Habitação e Desenvolvimento Urbano que ocorreu em Amesterdão. A declaração afirmava que a protecção da Natureza era importante para a realização de actividades de recreio ao ar livre, para a beleza cénica dos espaços urbanos e para a conservação do seu valor intrínseco. Após a Segunda Guerra Mundial a Conservação da Natureza foi incluída na agenda política dos países desenvolvidos e passou a focar-se na preservação dos valores ecológicos dentro da Paisagem mais urbana (Jongman, 2004). Para Bennett e Mulongoy (2006) muitos dos programas de Estruturas Ecológicas desenvolvidos na Europa Central e Ocidental nos anos 80 tinham como base a teoria da Paisagem Polarizada de Rodoman de 1974. Os projectos com base nesta teoria seguiam uma abordagem eco-estabilizadora da Paisagem, ou seja, propunham que esta fosse dividida, de modo a que as zonas naturais contínuas e auto-reguladoras compensassem as zonas com um uso mais intensivo. Assim, colocaram em causa a delimitação de áreas protegidas, dado que estas constituíam ilhas isoladas e sem o tamanho suficiente para a sobrevivência das espécies Nas restantes regiões os modelos de Estruturas Ecológicas baseavam-se principalmente na teoria do equilíbrio da biogeografia de ilhas e na teoria das metapopulações de MacArthur e Wilson, que se focam sobretudo no estudo das capacidades de sobrevivência das populações isoladas. Os autores destas teorias consideram que a fragmentação do habitat aumenta a vulnerabilidade das populações de espécies, devido à redução da área de habitat disponível e à limitação das oportunidades de dispersão, migração e troca genética (Bennett e Mulongoy, 2006). Em 2000, a Conference of the Parties, o órgão executivo da Convention on Biological Diversity, recomendou que fosse utilizada uma abordagem ecossistémica para a conservação da biodiversidade (Bennett, 2004). Esta abordagem promove a consciência de que, sem uma efectiva gestão e manutenção dos ecossistemas e sem o envolvimento dos diversos sectores sociais e económicos, não é possível uma conservação eficaz nem um desenvolvimento económico sustentável que promova o bem-estar social. Os princípios inerentes à abordagem ecossistémica apresentam uma elevada relação com as características do modelo da Estrutura Ecológica, já que ambas se focam na manutenção das funções dos ecossistemas e asseguram o uso sustentável do solo a longo prazo. Neste sentido, Bennett e Mulongoy (2006, p. 6) definem Estrutura Ecológica como “um sistema coerente de elementos naturais ou semi-naturais da Paisagem que devem ser geridos de forma a manter ou restabelecer funções ecológicas, como meio para a conservação da biodiversidade, proporcionando ao mesmo tempo condições apropriadas para o uso sustentável dos recursos naturais”. Por sua vez, Jongman (2004, p. 24) descreve a Estrutura Ecológica como um “sistema de reservas naturais e suas ligações que compõem um sistema natural fragmentado coerente, de modo a suportar a diversidade ecológica de forma mais vasta”. Estrutura Ecológica – Enquadramento e Conceitos. 12.

Imagem

Fig. 2 – Diagrama representativo das componentes da  Estrutura Ecológica. Adaptado de Bennett, 2004
Fig. 4 – Metodologia para a delimitação da Estrutura Ecológica. Fonte: Andresen, 2004b
Fig. 6 – Zonas de minimização dos efeitos de risco na AMP, por classe e a totalidade. Fonte: Andresen, 2004b (amarelo  –  zonas  sujeitos  a  erosão  costeira;  azul  claro  –  zonas  sujeitas  a  cheias;  vermelho  –  prevenção  aos  incêndios;  azul  esc
Fig.  9  –  Percurso  do  Green  Belt  da  Europa.  Fonte:
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