• Nenhum resultado encontrado

ANUÁRIO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA DOCENTE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "ANUÁRIO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA DOCENTE"

Copied!
130
0
0

Texto

(1)

RESUMO: A endometriose acomete cerca de 5 a 10% das mulheres em idade fértil.

Neste trabalho 60 pacientes da Farmácia Medex Bauru foram entrevistadas com o objetivo de identificar o perfil clínico das portadoras de Endometriose deste serviço, com idades de 18 a 50 anos. Como metodologia após a aprovação do comitê de ética da Faculdade Anhanguera e pelo centro de estudos e pesquisas do Hospital Estadual Bauru, a seleção foi realizada à partir do cadastro de pacientes com diagnóstico confirmado, em seguida as mulheres foram convidadas por meio de contato telefônico ou pessoalmente para responder questionário específico. Como resultados, foi observada que a endometriose acomete mulheres com idade entre 20 a 39 anos, de cor branca, que tiveram sua primeira menstruação aos 11 anos e a primeira relação sexual aos 20 anos. Com este estudo foi possível concluir a importância da divulgação dos principais sintomas da endometriose e elaboração de campanhas de conscientização à população e o engajamento do Ministério da Saúde na melhoria da política de saúde da mulher.

ABSTRACT: Endometriosis affects approximately 5-10% of women of childbearing age. In this study of 60 patients Medex Pharmacy Bauru were interviewed in order to identify the clinical profile of women with endometriosis this service, aged 18 to 50 years. As methodology after approval of the ethics committee of the Faculty Anhanguera and the center of searches and studies of Bauru State Hospital, the selection was made from the records of patients with a confirmed diagnosis, the women were then invited by telephone or personally respond to specific questionnaire. As a result, it was observed that endometriosis affects women aged 20 to 39 years old, white, who had their first menstrual period at age 11 and first intercourse at age 20. With this study we concluded the importance of disclosure of the main symptoms of endometriosis and development of the public awareness campaigns and the engagement of the Ministry of Health in improving women’s health policy.

IDENTIFICAR O PERFIL CLÍNICO DAS PACIENTES PORTADORAS DE ENDOMETRIOSE COM IDADES DE 18 A 50 ANOS, ATENDIDAS PELA FARMÁCIA DE MEDICAMENTOS ESPECIALIZADOS DE BAURU

Publicação

Anhanguera Educacional Ltda.

Coordenação

Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Correspondência

Sistema Anhanguera de Revistas Eletrônicas - SARE rc.ipade@anhanguera.com

Valeria Pinto Miranda– Faculdade Anhanguera de Bauru - Unidade Norte

Ana Carolina Barbosa Faria Goncalves – Faculdade Anhanguera de Bauru - Unidade Norte

Palavras-chave:

Dor Pélvica, Endometriose, Mulher Moderna.

Keywords:

Pelvic Pain, Endometriosis, Modern Woman.

artigo original

Recebido em: 14/01/2013 Avaliado em: 15/03/2013 Publicado em: 13/06/2014

(2)

1. INTRODUçãO

A Endometriose é uma doença ginecológica que acomete cerca de 5 a 10% das mulheres em idade fértil. Consiste basicamente na presença de endométrio em locais fora do útero e seus principais sintomas são: dor em cólicas fortes no período menstrual, dor na relação sexual e até infertilidade. O diagnóstico é feito através de análise clínica feita pelo médico assistente dos sintomas descritos pela paciente, realização de exames clínicos com comprovação através exames de imagem ou, em alguns casos, por videolaparoscopia seguida de exame anátomo patológico (BARACAT, 2004).

A Farmácia de Medicamentos Especializados de Bauru, também conhecida como Medex Bauru, tem por objetivo a entrega de medicamentos destinados ao tratamento de patologias especificas que atingem um número limitado de pacientes, e que apresentem custo elevado seja em razão do valor unitário seja em virtude da utilização por período prolongado, conhecidos como Medicação de Alto Custo. Atende às pacientes com diagnóstico fechado de endometriose, encaminhadas pelo seu médico para adquirir os medicamentos destinados ao tratamento desta enfermidade que, obrigatoriamente apresentam além do encaminhamento médico, receita médica com o medicamento prescrito, cópias dos exames complementares de diagnóstico da doença, deixando clara a necessidade do uso do medicamento (BARROS, 2006).

A endometriose é conhecida como “doença da mulher moderna”, tendo em vista que o diagnóstico dessa é mais frequente em mulheres que nunca ficaram grávidas, pois atualmente as mulheres preocupadas em alcançar o sucesso profissional adiam a gravidez, porém não podemos generalizar, pois às vezes adolescentes ou mulheres que já tiveram filhos também são acometidas da doença (ENCINAS, 2009).

O presente trabalho tem como objetivo identificar os principais fatores clínicos das pacientes com endometriose, de idade entre 18 a 50 anos, atendidas pela Farmácia Medex Bauru, através de questionário especifico respondido pelas próprias.

2. OBjETIvO

2.1. Objetivo Geral

Identificar os fatores clínicos das pacientes portadoras de endometriose com idade entre 18 a 50 anos, atendidas pela Farmácia de Medicamentos Especializados de Bauru.

2.2. Objetivo Especifico

Identificar as características clínicas das pacientes portadoras de endometriose atendidas pela Farmácia Medex Bauru.

(3)

Promover a coleta de informações especifica e armazenar os dados dessas pacientes para, posteriormente fazer a tabulação dos resultados. Secundariamente, traçar o perfil socioeconômico dessas pacientes.

3. METODOLOGIA

Foi realizado um estudo junto às pacientes portadoras de endometriose com idades entre 18 a 50 anos, atendidas pela Farmácia de Medicamentos Especializados de Bauru.

Foram selecionadas aleatoriamente, 60 mulheres com diagnóstico de endometriose confirmado e encaminhadas até a Farmácia Medex para aquisição dos medicamentos necessários para o tratamento, seguindo critérios citados anteriormente.

Critérios de inclusão:

A) Ter diagnóstico fechado de endometriose;

B) Ter idade entre 18 a 50 anos;

C) Ser do sexo feminino;

D) Ser ou ter sido paciente da Farmácia Medex Bauru.

Critérios de exclusão:

A) Possuir outras patologias, mesmo que ginecológica que não seja endometriose;

B) Não ser ou não ter sido paciente da Farmácia Medex Bauru;

C) Estar fora da faixa etária exigida na pesquisa.

A seleção foi realizada a partir do cadastro de pacientes com indicação para o tratamento da endometriose, portanto, com diagnóstico confirmado da doença. Uma vez ocorrida à seleção, as pacientes foram convidadas por meio de contato telefônico ou pessoalmente para responder um questionário especifico (anexo I) e deram sua autorização no termo de consentimento livre e esclarecido (anexo II).

O trabalho foi iniciado após a aprovação do projeto pelo comitê de ética da Faculdade Anhanguera e pelo Centro de estudos e pesquisas do Hospital Estadual Bauru, gestor da Farmácia de Medicamentos Especializados de Bauru.

4. RESULTADOS

Com a colaboração das pacientes que aceitaram responder o questionário (anexo I) e deram permissão assinando o termo de consentimento (anexo II) para utilizar seus dados estatísticos, foram obtidos os seguintes resultados:

4.1. Idade na época em que responderam o questionário

O Gráfico 1 apresenta a faixa etária das mulheres que responderam o questionário, onde 40% das entrevistadas apresentavam idade entre 20 a 29 anos, 40% idade entre 30 a 39 anos

(4)

e 20% com idade de 40 a 49 anos, ao se comparar os dados obtidos nesta pesquisa com outros autores observamos que a mostra de sujeitos da pesquisa desenvolvida por Arruda (2002), as mulheres apresentavam idade entre 17 a 60 anos e no trabalho de Matos (2006), pesquisou mulheres de 15 a 59 anos, onde ambos os autores apontaram uma incidência maior da doença em mulheres de 20 a 39 anos, compatível com os dados verificados por este estudo.

Gráfico 1 – Faixa etária das mulheres que responderam questionário.

4.2. Idade da menarca (Primeira menstruação)

Em relação à idade em que ocorreu a menarca (primeira menstruação), o Gráfico 2 explana que 30% das entrevistadas iniciaram a menarca aos 11 anos, 20% aos 12 anos, 30% aos 13 anos, 15% aos 14 anos e 5% aos 15 anos, conforme Neme (2005), a menarca é considerada precoce se ocorrer antes dos 11 anos, portando as pacientes entrevistadas está dentro dos padrões normais, e não há dados conclusivos nos estudos que apontam relação risco x idade na menarca.

Gráfico 2 – Faixa etária da primeira menstruação dessas mulheres.

(5)

4.3. Idade da primeira relação sexual

O Gráfico 3 mostra a faixa etária da primeira relação sexual das mulheres que responderam o questionário, onde em 20% das entrevistadas ocorreu dos 14 aos 19 anos e 80% dos 20 aos 29 anos, os autores Arruda (2002), Neme (2005), Matos (2006), não obtiveram resultados estatisticamente comprovados que correlacione a endometriose com a idade da primeira relação sexual.

Gráfico 3 – Faixa etária da primeira relação sexual.

4.4. Idade na época do diagnóstico

O Gráfico 4 apresenta a faixa etária na época do diagnóstico de endometriose, verificamos que 15% das entrevistadas tinham de 15 a 19 anos, 35% tinham de 20 a 29 anos, 35% tinham de 30 a 39 anos e 15% tinham de 40 a 49 anos, de acordo com Arruda (2002), a endometriose é em sua maioria diagnosticada em mulheres com idades entre 15 e 29 anos, já Matos (2006), relata que a partir dos 19 anos até os 49 anos a mulher esta sujeita à endometriose, neste estudo a maior porcentagem de acometimento ocorreu nas mulheres com faixa etária entre 20 a 39 anos.

Gráfico 4 – Faixa etária na época do diagnóstico de endometriose.

(6)

4.5. Idade na época do inicio dos sintomas

Conforme Marques (2002) e Matos 2006 e outros autores da literatura, a incidência dos primeiros sintomas relacionados à endometriose foi percebida dos 15 aos 19 anos, porém na confirmação do diagnóstico as mesmas já tinham entre 20 e 29 anos de idade. Em relação aos resultados obtidos por este estudo, o Gráfico 5 explana a faixa etária do inicio dos sintomas de endometriose das mulheres que responderam o questionário, sendo que 30% tinham de 15 a 19 anos, 50% tinham de 20 á 29 anos e 20% de 30 a 39 anos.

Gráfico 5 – Faixa etária do inicio dos sintomas de endometriose.

4.6. Número de médicos que assistiram antes do diagnóstico

De acordo com o Gráfico 6, quantidade de médicos que atenderam as pacientes que responderam o questionário antes do diagnóstico, sendo que 20% foram apenas a 01 médico, 20% a 02 médicos, 45% a 03 médicos, 5% a 04 médicos, 5% a 06 médicos e 5% a 10 médicos, há concordância de outros autores como Arruda (2002) e Matos (2006) que relatam em seus estudos que até o diagnóstico de endometriose essas mulheres tiveram que passar por vários médicos.

Gráfico 6 – Quantidade de médicos que assistiram até o diagnóstico.

 

(7)

4.7. Número de Filhos

O Gráfico 7 representa o índice de maternidade das mulheres que responderam o questionário, onde 10% das entrevistadas tinham filhos e 90% não tinham filhos, há concordância praticamente em todos os estudos que em sua grande maioria as portadoras de endometriose são mulheres sem filhos Neme (2005), Arruda (2002), Matos (2006) e Marques (2002).

Gráfico 7 – Índice de maternidade dessas mulheres.

4.8. Doenças associadas na época do diagnostico

O Gráfico 8.1 mostra número de mulheres que ao responderem o questionário, relataram ter a presença de doença associada na época do diagnóstico de endometriose, sendo 55% das entrevistadas não apresentavam doença associada e 45% tinha alguma doença associada.

Em continuidade, o gráfico 8.2 classifica a porcentagem das entrevistadas e as patologias específicas sendo que em 33% das entrevistadas tinham cisto ovariano, 19% infertilidade, 16% mioma uterino, 15% hipertensão arterial, 12% artrite reumatoide e 5% tumor na bexiga, Neme (2005), em seu estudo cita pacientes com alterações urinárias e intestinais, porém sem relacionar essas doenças ao diagnóstico de endometriose.

Gráfico 8.1 – Presença de doença associada na época do diagnóstico de endometriose.

(8)

Gráfico 8.2 As doenças associadas na época do diagnóstico.

4.9. Principal sintoma apresentado na época do Diagnóstico

Em relação aos principais sintomas apresentados, o gráfico 9 mostra que 65% das entrevistadas apresentavam dor a menstruação, 60% dor pélvica, 55% dor a relação sexual, 30% infertilidade, 30% sangramento menstrual anormal, 20% sintomas gastrointestinais e 15% sintomas urinários. Em relação aos sintomas apresentados, os outros autores concordam que o principal sintoma apresentado pela paciente na época do diagnóstico de endometriose é a dismenorréia (dor pélvica + dor a menstruação), confirmando esses resultados Arruda (2002) e Marques (2002) demonstraram em seus estudos que 86% das pacientes, apresentavam este sintoma, esses autores relatam uma relação entre os sintomas apresentados e o grau de endometriose diagnosticado.

Gráfico 9 – Principais sintomas apresentados pelas pacientes na época do diagnóstico.

4.10. Intensidade da endometriose

Neste trabalho obtivemos resultados relacionados com o grau da intensidade da endometriose diagnosticada, onde 55% das entrevistadas apresentou grau III – moderada, 20% grau IV- severa, 15% grau I - mínima 10% grau II – leve, tais resultados estão apresentados no gráfico 10.

 

(9)

Gráfico 10 – Intensidade de endometriose diagnosticada nessas mulheres.

4.11. Perfil Socioeconômico

Raça

O Gráfico 11 apresenta a incidência da cor das mulheres que responderam o questionário, onde 80% das entrevistadas eram brancas, 15% pardas e 5% pretas, tais dados confirmam com os das pacientes estudadas por Matos (2006), que em sua maioria se declararam brancas, porém a relação da raça e o risco da doença ainda é muito questionada.

Gráfico 11 – Incidência da cor das mulheres que responderam o questionário.

Renda familiar

Em relação à faixa salarial das participantes, o Gráfico 12 pontua que 55% das entrevistadas relataram uma renda de três a seis salários mínimos, 40% até dois salários mínimos e 5%

acima de seis salários mínimos, porém não existe relação entre a renda da paciência e a incidência da doença, porém Marques (2002) relata que as pacientes com maior renda tendem a iniciar o tratamento antes que as de menos renda.

(10)

Gráfico 12 – Renda familiar das mulheres que responderam o questionário.

5. CONSIDERAçõES FINAIS

Após a finalizar este trabalho, foi verificado que a endometriose é uma doença que acomete principalmente mulheres com idades dos 20 aos 39 anos de cor branca, que tiveram sua primeira menstruação aos 11 anos e a primeira relação sexual aos 20 anos, foram assistidas em média por 03 médicos antes de diagnosticar a doença, momento esse por volta dos 20 anos, sendo a intensidade apresentada dessa doença varia principalmente entre moderada e severa, porém as mesmas relataram que os primeiros sintomas foram sentidos a partir dos 15 anos de idade, que diagnóstico de endometriose foi dado após a videolaparoscopia e biopsia, os principais sintomas apresentados pelas pacientes foram dor a menstruação, dor pélvica e dor a relação sexual, porém particularmente a procura pelo tratamento na maioria dos casos foi à dificuldade em engravidar.

Os resultados obtidos neste estudo são semelhantes aos trabalhos desenvolvidos pelos autores Neme (2005), Marques (2002), Arruda (2002) e Matos (2006).

Foi concluído que realmente todas as pacientes que responderam o questionário mostram em seu perfil a mudança de comportamento das mulheres da nova geração, ou seja, apesar de estarem na idade “madura” 90% dessas ainda não tem filhos, isso concretiza o fato de menstruarem mais vezes que as mulheres do passado que passavam a maior parte do seu período reprodutivo grávidas.

Foi verificado ainda que a maioria das pacientes entrevistadas se declarou branca e com renda familiar de 02 e 04 salários mínimos, dados irrelevantes no que diz respeito à incidência de endometriose nessas mulheres.

É importante a divulgação dos principais sintomas da endometriose e desmistificar que todos os problemas relacionados ao ciclo menstrual da mulher estão relacionados à TPM, e que seu diagnostico precoce evita principalmente as dificuldades de engravidar e até a infertilidade e, que o diagnóstico correto leva ao tratamento adequado. Para isso,

(11)

consideramos importante à popularização de campanhas de conscientização e o engajamento do Ministério da Saúde na implementação de uma política de saúde da mulher mais atuante e que facilitasse e promovesse de uma forma mais efetiva a viabilização de consultas médicas e realização de exames diagnósticos, garantindo assim, uma melhora significativa na diminuição no tempo de tratamento ou indicações cirúrgicas, garantindo uma melhoria na qualidade de vida evidente e inquestionável.

REFERêNCIAS

ARRUDA, S.M., Avaliação do Tempo decorrido entre o inicio dos sintomas e o diagnóstico de endometriose. Unicamp, 2002. Disponível em: <bibliotecadigital.unicamp.br>. Acesso em:

<26/11/2012>.

BARACAT, E.C.; LIMA, G.R.; GIRÃO, M.J.C. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar UNIFESP- Escola Paulista de Medicina –Ginecologia. São Paulo: Manoel, 2004.

BARROS, J.V. et.al. Sistema de Dispensação de Medicamentos Excepcionais no Estado de São Paulo. 2006. Disponível em: <http://www.sbis.org.br/cbis/arquivos/790.pdf>. Acesso em:

<20/06/2012>.

ENCINAS, F. Avaliação dos fatores Clínicos e Genéticos relacionados a Endometriose. Niterói:

Proppi, 2009. Disponível em: <www.proppi.uff.br/arquivos/pibic/files/.../2009pjt_411671772.

doc>. Acesso em: <20/06/2012>.

MARQUES, A.A. Qualidade de vida de mulheres com endometriose através do SF-36. Unicamp, 2002. Disponível em: <bibliotecadigital.unicamp.br> Acesso em <26/11/2012>.

MATOS, A.M. Conduta do Tocoginecologista Brasileiro diante de sintomas de endometriose.

Unicamp, 2006.Disponível em: <bibliotecadigital.unicamp.br> Acesso em: <26/11/2012>.

MONTGOMERY, M. Endometriose: O Fantasma do Fim do Século. São Paulo: Próprio, 2007.

Disponível em: <http://www.drmm.com.br/saude-da-mulher>. Acesso em: <20/11/2012>.

NEME, R.M; Avaliação do perfil epidemiológico e clinico de portadoras de endometriose pélvica e identificação dos principais fatores de risco relacionado à doença obtidos através de questionário interativo. São Paulo: USP, 2005. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/

disponiveis/5/5139/tde-12042005-181432/pt-br.php>. Acesso em: < 20/06/2012 >.

O programa de medicamentos expecionais. Disponível em: <http://www.opas.org.br/

medicamentos/docs/pcdt/04_programa.pdf>. Acesso em:< 20/06/2012>.

PORTAL do Ministério da Saúde. Disponível em: <http://www.saude.sp.gov.br/

assistenciafarmaceutica>. Acesso em: <20/11/2012>.

PORTAL da endometriose. Disponível em: <http: portaldaendometriose.com>. Acesso em:

<20/06/2012 >.

ROCHA, A.A.; CÉSAR, C.L.G. Saúde Pública Bases Conceituais. São Paulo: Atheneu, 2008.

(12)

ANExOS

Questionário

1- Nome: ____________________________________________________________

2- Telefone:_________________________ 3-Raça: __________________

4- Idade: ______ anos

5-Idade na época do diagnóstico: _______________anos 6-Idade da menarca (Primeira menstruação): ______ anos 7- Idade na primeira relação sexual: ___________ anos 8- Paridade: ______ Gestações: __________________

9- Abortamento: ___________

10-Principal sintoma na época do diagnóstico: ( ) Infertilidade ( ) dor a menstruação ( ) Dor pélvica ( ) Dor a relação sexual ( ) Sintomas urinários ( ) Sangramento menstrual Anormal ( ) Sintomas gástricos ( ) outros

11- Doenças associadas na época do diagnóstico: ______________________________

12- Diagnóstico da cirurgia: ( ) Endometriose ( ) Sem doença

13- Grau dos endométrios: ( ) mínima (I) ( ) Leve (II) ( ) moderada (III) ( ) Severa (IV)

14- Resultado da patologia comprova endometriose: ( ) Sim ( ) Não

15- Familiares com endometriose: ( ) Não ( ) Sim. Quem?_________________

16- História familiar de câncer de ovário, mama e linfoma? ( ) Sim ( ) Não ( ) Outros._________

17- Renda familiar: ( ) até 2 salários mínimos ( ) 3 a 6 salários mínimos ( ) acima de 6 salários mínimos.

18- Idade na época do inicio dos sintomas: _______ anos

19- Números de médicos que a assistiram antes do diagnóstico: ______

20- No caso de gravidez, complicações pré-natais: ____________.

21- Usou Anticoncepcional? ( ) não ( ) Sim. Houve melhora dos sintomas? ( ) Sim () Não

22 – Usou AINES (Antiinflamatórios não esferóides) como AAS, Nimesulida, Diclofenaco, etc.? ( ) Não ( ) Sim. Houve melhora dos sintomas? ( ) Sim ( ) Não.

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Identificar o perfil clínico das pacientes portadoras de Endometriose com idades de 18 a 50 anos, atendidas pela Farmácia de Medicamentos Especializados de Bauru

(13)

Você está sendo convidado para participar como voluntária de um projeto de pesquisa.

I - O presente estudo tem como objetivo Identificar o perfil clínico das pacientes portadoras de Endometriose com idades de 18 a 50 anos, atendidas pela Farmácia de Medicamentos Especializados de Bauru que será realizado e apresentado como parte integrante da monografia da aluna Valéria Pinto Miranda , como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas da Faculdade Anhanguera Unidade Bauru sob a orientação da Professora Ana Carolina Barbosa Faria Gonçalves.

II – Você responderá a um questionário sobre os principais sintomas clínicos percebidos por você antes, durante e após o diagnóstico final de endometriose.

III – A qualquer momento você pode desistir da participação neste estudo.

IV – Os dados obtidos com as respostas do questionário, poderão ser publicados, mas seus dados pessoais serão mantidos em sigilo.

Nome do pesquisador responsável: Ana Carolina Barbosa Faria Gonçalves Fone: (14 3011-7172) e-mail: carol.barbosa.fisio@gmail.com

Nome da Aluna: Valéria Pinto Miranda

Fone: ( 14 3011-8566 ) e-mail: valeria.miranda.2009@aedu.com

Caso necessite entre em contado com o CEP Anhanguera Educacional:

End: Alameda Maria Tereza, 2000 – Dois Córregos. Valinhos - S.P.

CEP: 13.278-181. Fone: (19) 3512-4815. Fax: (19) 3512-1703 e-mail: cep@unianhanguera.edu.br

Eu, ________________________________________________________, após ter recebido informações sobre o estudo Identificar o perfil clínico das pacientes portadoras de Endometriose com idades de 18 a 50 anos, atendidas pela Farmácia de Medicamentos Especializados de Bauru , por meio da carta informativa lida por mim ou por terceiro, declaro que ficaram claros os objetivos do estudo, os procedimentos a serem realizados, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Não tendo dúvidas a respeito da pesquisa, concordo tomar parte como voluntário no estudo, do qual posso deixar de participar a qualquer momento, sem penalidades ou prejuízos, ou perda de qualquer benefício que possa ter adquirido.

___________________________________ Data: ____/____/____

Assinatura do participante

_____________________________________ Data: ____/_____/____

Assinatura do pesquisador responsável

(14)

Este termo será assinado em 2 vias, devendo ficar uma delas com o pesquisador responsável e a outra com o voluntário participante da pesquisa.

ATENÇÃO: De acordo com Carta Circular no. 003/2011 CONEP/CNS.

1. O sujeito de pesquisa ou seu representante, quando for o caso, deverá rubricar todas as folhas do TCLE, apondo sua assinatura na última página do referido Termo.

2. O pesquisador responsável deverá, da mesma forma, rubricar todas as folhas do TCLE – apondo sua assinatura na última página do referido Termo.

(15)

RESUMO: Este artigo priorizou o processo de pesquisa empreendida por um grupo de pesquisadores na busca de compreender a percepção dos quintanistas de Psicologia sobre o início da prática da clínica psicológica. Utilizamos o método qualitativo na categorização de 21 entrevistas semi estruturadas feitas com os estagiários. Destacamos os seguintes resultados: o atendimento e o compartilhar com os colegas e o supervisor, configuravam a percepção que tinham de si como terapeutas. Neste processo havia elementos facilitadores (determinação, investimento continuado, incentivo familiar, supervisores e a flexibilidade pessoal). O enfrentamento da angústia do estágio estava vinculado à possibilidade de fazer terapia pessoal além da própria supervisão. As fantasias sobre o futuro profissional eram variadas e incluíam sensação de impotência alternando com onipotência. O estágio se apresenta como um rito de passagem rumo a identidade profissional de psicoterapeuta porque impõe os desafios de responder adequadamente às situações clínicas.

ABSTRACT: This article focused on the process of the study on the perception that students of psychology have on their clinical internship period. Qualitative method and categorization technique of 21 semi-guided interviews with interns were used.

The following results are highlighted: the care of patients, the peers sharing and the supervisor actions shaped their self-perception as therapists. In this process, it was found facilitating factors (self focus, continual investment, family support, supervisors and personal flexibility). Personal psychotherapy and supervision were connected with the coping capacity over the anxiety generated by the internship. The fantasies about the professional future were diverse and included the alternation of feelings of impotence with omnipotence. The internship proved to be a rite of passage towards the identity of professional psychotherapist as it puts the challenges to which the interns adequately must respond clinically.

ESTUDO DAS PERCEPÇÕES DE ALUNOS SOBRE O ESTÁGIO EM PSICOLOGIA CLÍNICA

PROCESSO DA PESQUISA

Publicação

Anhanguera Educacional Ltda.

Coordenação

Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Correspondência

Sistema Anhanguera de Revistas Eletrônicas - SARE rc.ipade@anhanguera.com

Fernanda Doretto Barbosa – Faculdade Anhanguera de Sumaré

Maria Aparecida Laurenti – Centro Universitário Anhanguera de Santo André - UniA Miguel Mello Silva – Faculdade Anhanguera de Campinas - unidade 4

Palavras-chave:

Formação de psicólogos; Transição universidade e mundo de trabalho;

Supervisão; Psicologia Clínica;

Vivência

Keywords:

Psychotherapists formation; Transi- tion university-work; Supervision;

Clinical Psychology; Experience

artigo original

Recebido em: 19/12/2012 Avaliado em: 28/03/2013 Publicado em: 13/06/2014

(16)

1. INTRODUÇãO

O propósito desta publicação é ela funcionar como um informe da pesquisa que empreendemos, sendo apresentada de forma sintética.

Com o advento do programa de pesquisa da Anhanguera Educacional, foi formado o grupo de pesquisa em Psicologia e definido os seus componentes.

Inicialmente planejado para ser composto de quatro pesquisadores, a saída de um integrante não prejudicou o trabalho,pois o cronograma previsto foi cumprido com bastante envolvimento em todas as etapas.

Quanto à definição do tema de pesquisa, havia o interesse de que ele tivesse uma aplicação ou que os seus resultados pudessem reverter em conhecimentos pautadores de aplicação de uma prática de utilidade ao órgão patrocinador e ao campo de conhecimento psicológico. Obviamente, isto ajudou a definir as unidades de ensino como campo da pesquisa.

Decidimos focalizar na atividade de estágio clínico, que era de conhecimento vivencial dos pesquisadores. O nosso interesse era compreender os significados que os alunos davam a esse estágio que ocorriam em duas unidades da Anhanguera Educacional.

Um projeto de pesquisa foi elaborado e submetido à Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular (Funadesp) que, após avaliação e melhorias, foi aceito como objeto de fomento. Posteriormente, o mesmo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Anhanguera Educacional.

Para a coleta de dados em campo, obtivemos apoio formal e colaboração das direções e coordenações das unidades e cursos envolvidos, bem como dos próprios estagiários que se mostraram muito interessados em relatar as suas próprias experiências.

A seguir, discorreremos sobre os estudos feitos sobre o tema escolhido, a proposta da pesquisa, os aspectos metodológicos com ênfase na etapa de campo e a discussão dos resultados principais. Para detalhamento desta parte, sugerimos a leitura de nossa outra publicação sobre a pesquisa.

1.1. Estudos Sobre o Tema Escolhido

Na pesquisa que Caires (2003) empreendeu com estagiários de Psicologia, observou que o momento do estágio é um período de intensa exploração e descobertas, do qual faz parte uma multiplicidade de cognições e afetos que o torna em um dos momentos mais ricos e desafiantes do percurso do aluno de Psicologia.

Aguirre et al. (2000) afirmaram que o futuro psicólogo encontra-se em um complexo rito de passagem, às voltas com sobreposição de papéis, na medida em que ele é, ao mesmo tempo, aluno frente ao seu supervisor e profissional frente ao seu cliente.

Investigar a percepção quanto ao preparo para a atividade clínica em formandos de

(17)

Psicologia, significa compreender o ambiente acadêmico, pessoal e social do estagiário de psicologia.

O conceito de percepção utilizado é o mesmo empregado por Monteiro (2010) quando o definiu como sendo o modo próprio de cada indivíduo elaborar, interpretar ou representar suas ideias a respeito de uma determinada situação e de agir de acordo com elas. A percepção, assim, é construída a partir das experiências individuais, dos conhecimentos prévios e dos valores e pode ser entendida como um fluxo de informação que permite ao sujeito a sua interação com o ambiente.

Na pesquisa feita por Telles e Wanderley (2000), foi constatada a importância do supervisor como influenciador da formação da identidade profissional do aluno. Segundo os autores e de acordo com a pesquisa por eles realizada, a forma como o supervisor se comunicava com o supervisionando era fundamental para que este pudesse introjetar o conteúdo comunicado e assimilá-lo.

1.2. A Proposta de Pesquisa

O nosso trabalho visou compreender as vivências dos estagiários de psicologia clínica por acreditarmos que isto traria um conhecimento sobre a população específica da Anhanguera Educacional no contexto do estágio sendo, portanto, uma oportunidade para conhecer e aprimorar as práticas pedagógicas existentes. Assim, esta pesquisa possui valor acadêmico ao abrir possibilidade reflexiva acerca dessa etapa específica do processo educacional de formação do psicólogo.

Tivemos, portanto, o objetivo de compreender a percepção dos alunos de 9º e 10º semestres sobre o início da prática da clínica psicológica. Em específico, investigar os significados dados pelos alunos à experiência do estágio, identificar as percepções relacionadas com a supervisão e identificar possíveis relações entre a experiência de estágio e uma futura escolha de atividade clínica.

2. MéTODO

Para a pesquisa foi utilizada a metodologia qualitativa descritiva e os referenciais da Teoria das Representações Sociais.

Os estudos qualitativos têm por finalidade observar, descrever e documentar os aspectos de uma determinada situação. Eles são eficazes para produzir teorias sem ter a preocupação de realizar intervenções em seu contexto ou contabilizar frequências de comportamentos.

Esses estudos objetivam a significação que uma ou mais pessoas atribuem aos fenômenos que lhe dizem respeito. (BOGDAN; BIKLEN, p.38, 1998; TURATO, p.28, 2003).

(18)

Além disso, o método qualitativo também se presta para compreender o fenômeno dentro de um campo específico ainda insuficientemente inexplorado e abrir caminho para futuras explorações ampliando-lhe a compreensão e de objetos relacionados, inclusive com uso de metodologia quantitativa.

2.1. Sujeitos

Os critérios de inclusão dos sujeitos na amostra foram: serem alunos de 9º e 10º semestre de psicologia em estágio de atendimento psicológico na clínica escola, de ambos os sexos que aceitaram livremente o convite para participarem da pesquisa e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

O tamanho da amostra foi aquele definido pelo critério de saturação (MORSE, 1994, p.230; KVALE, 1996, p.101-2; BOGDAN; BIKLEN, 1998, p.62). A profundidade e a análise orientada para o caso, típica desta metodologia de pesquisa, requer que a amostra não seja nem muito grande nem muito pequena, mas o suficiente para aquilo que o método se propõe: a compreensão (ao invés da explicação) do fenômeno (SANDELOWSKI, 1995;

TURATO, 2003, p.261). Segundo esses autores, após coletadas informações com certo número de sujeitos, na ocorrência de repetições de conteúdo, o pesquisador entende que novas falas passarão a ter acréscimos pouco significativos e que o material colhido dará conta de satisfazer a discussão dos objetivos almejados. Essa postura se justifica pelo fato de pretendermos aprofundar buscando a compreensão (MINAYO, 1996; MARTINS; BICUDO, 1989, p.23) ao invés de generalizar; isto é, nos interessa o específico, o peculiar, o individual suficiente para formular uma compreensão do fenômeno estudado (TURATO, 2003, p.360- 1).

2.2. Campo da Pesquisa

Os locais da pesquisa foram as clínicas-escolas de duas unidades da Anhanguera Educacional onde existem alunos em fase de estágio de Psicologia Clínica: Faculdade Anhanguera de Campinas 3 e Centro Universitário Anhanguera de Santo André I (UNIA). Essa escolha se justifica em razão das clínicas serem o ambiente natural de relevância do fenômeno a ser estudado.

2.3. Técnica para Coleta de Dados

A técnica de coleta de dados foi o uso de entrevista individual semi-dirigida e gravada de questões abertas. Essa técnica permitiu ao informante se expressar livremente, apresentando de forma narrativa o seu depoimento, a partir de perguntas abertas disparadoras (RUBIN;

RUBIN, 1995, p.52-53). Essa forma de coleta de dados mediante um roteiro de assuntos é coerente com o interesse de interpretar os sentidos e as significações dadas pelos

(19)

entrevistados, enxergando o problema sob a perspectiva deles (BRITTEN, 1995) e sem induzi-los com perguntas do tipo fechada. (TURATO, 2003, p.316)

2.4. Instrumentos

Como instrumentos, foram utilizados:

a) Ficha de Identificação do entrevistado

Composta dos seguintes campos: iniciais do nome; data de nascimento; idade; estado civil; número de filhos; naturalidade; procedência; tempo de procedência; religião; semestre que está cursando; se cursou o ensino médio em instituição pública ou privada; atividade e jornada de trabalho e de lazer.

b) Roteiro de Entrevista

Composto de perguntas organizadas na forma dos tópicos que foram cobertos. Fez-se necessário a adoção da estratégia de roteiro com focos explícitos de investigação em razão de ter havido mais de um entrevistador coletando os dados em campo (BOGDAN; BIKLEN, 1998, p.71).

Elaborado a partir da experiência dos pesquisadores com o campo de interesse da pesquisa, os dados da literatura e o questionário desenvolvido especificamente para um estudo de vivências e percepções de estágio de psicologia (MONTEIRO, 2010)

Os focos da entrevista foram as percepções dos sujeitos: percepções sobre o estágio em clínica, percepções sobre a transição da graduação para a vida profissional, percepções sobre si mesmo, percepções sobre suas competências e percepções acerca do atendimento em si feito no estágio, organizados na forma de perguntas disparadoras conforme a seguir:

Percepção geral do estágio em clínica

1. O que significa para você o estágio em clínica?

Percepção sobre a transição da graduação para a vida Profissional

2. Do seu ponto de vista, qual a relação que você vê entre a formação da graduação e o campo de atuação que você pretende?

Percepção de si mesmo

3. Você já se sente “psicólogo (a)”?

4. Em sua opinião, quais coisas pessoais podem ajudar ou atrapalhar a formação do psicólogo?

5. Sentiu que o estágio te levou a crescer como pessoa?

6. Se voltasse atrás teria escolhido outro curso/profissão?

(20)

Percepção de competências

7. Sente que o estágio foi um importante complemento dos primeiros anos do curso?

8. No seu modo de pensar o quê da formação você considera decisivo para um bom/mau desempenho clínico futuro?

Percepções acerca do atendimento no estágio

9. Gostaria que você me relatasse sua experiência (ou vivência) no momento do atendimento.

10. Teve momentos no estágio em que pensou em desistir?

Percepções acerca da supervisão do estágio

11. Gostaria que você me relatasse sua experiência (ou vivência) no momento da supervisão.

12. A supervisão constituiu, para você, uma importante fonte de suporte emocional?

2.5. Aspectos Éticos da Pesquisa

Sobre os aspectos éticos da pesquisa, seguimos o determinado pela resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996), tendo sido autorizada sob o parecer de nº 23112.

Os entrevistados assinaram o termo de consentimento livre esclarecido, garantindo- lhes o anonimato e sendo denominados de “S1” a “S21”, ficando claro que seus nomes não seriam divulgados e que as entrevistas seriam gravadas mediantes consentimento deles. Também foram informados de que os pesquisadores se comprometiam a utilizar as informações gravadas somente para este estudo.

2.6. Etapas da Pesquisa:

Compondo as etapas da pesquisa tivemos:

1. Submissão do projeto de pesquisa ao comitê de ética em pesquisa resolução (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996);

2. Obtenção de consentimento por escrito da instituição autorizando a atividade dos pesquisadores;

3. Coleta de informação sobre as rotinas dos sujeitos dentro do campo de pesquisa;

4. Etapa preliminar (piloto) para avaliar se os componentes da entrevista foram entendidos claramente pelos sujeitos e para verificar se a mesma se mostrou adequada e suficiente para a coleta dos dados teoricamente concebidos.

(TURATO, 2003, p.316);

5. Abordagem do sujeito: explicação da finalidade da pesquisa, leitura do termo de

(21)

consentimento livre e esclarecido, obtenção da assinatura do termo, assinatura do pesquisador, entrega de uma via do termo assinada para o sujeito, coleta de dados pessoais de identificação do entrevistado. Os momentos das atividades em sala dos pesquisadores foram utilizados para a aproximação com os grupos de alunos, mas, para evitar viéses de coleta, na distribuição dos sujeitos para a entrevista, tomou-se o cuidado de separá-los de forma a formarem grupos de alunos que não eram pares de atividades acadêmicas com os entrevistadores e 6. Realização da Entrevista: coleta de dados propriamente dita, eventualmente feita

em duas etapas, durando aproximadamente de uma a duas horas (TURATO, 2003, p.601).

2.7. Análise dos Dados

O tratamento dos dados segue a tradição do método qualitativo, feito obrigatoriamente a partir de uma análise multifacetada sobre a totalidade dos resultados que contêm os múltiplos sentidos atribuídos pelos sujeitos que vivenciam os fenômenos estudados (CAMPOS, 2004), permitindo uma compreensão dos significados em um nível além de uma leitura comum (MORAES, 1999).

Foi empregada a técnica da análise de conteúdo (BARDIN, 1995), quando o material empírico (frase ou palavra chave) é transformado sistematicamente (BLAUNER, 1987) e agregado em unidades menores que permitem a descrição exata das características pertinentes ao conteúdo. Isso foi feito por meio de uma codificação das falas consolidadas em temas que, depois, foram reagrupadas de modo a formar categorias de significados (SILVA; QUEIROZ, 2006).

Esse processo foi organizado nas seguintes fases (DOWNE-WAMBOLDT, 1992;

TURATO, 2003, p.449):

1. Preparação inicial do material: transcrição das entrevistas gravadas e das anotações de campo do entrevistador para arquivos de computador (processo de editoração). Foi formada uma pequena equipe de transcritores isentos e qualificados das entrevistas colhidas em áudio. Para facilitar a leitura, as falas foram editadas preservando os seus significados (BLAUNER, 1987);

2. Pré-análise: realização das leituras flutuantes, busca do não-dito dentre as palavras (TURATO, 2003, p.449);

3. Categorização e subcategorização: transformação dos dados brutos em organizados/lapidados. Neste processo ocorreu o destacamento dos assuntos por freqüência/repetição e relevância (BARDIN, 1995; TURATO, 2003), inclusive levando-se em conta aspectos implícitos da fala (silêncios, ironia, tom de voz, contradições, etc.) (ANDRÉ, 1983; LUDK e ANDRÉ, 1986). Por freqüência,

(22)

enfocou-se aquilo que existe de comum com o depoimento de outros sujeitos;

isto é, distinguiram-se as colocações reincidentes do discurso. E por relevância e “sem ter um sabor estatístico, considerou-se os pontos mais ricos úteis para confirmar ou refutar hipóteses iniciais da investigação” (TURATO, 2003, p.446).

Nessa etapa também ocorreram eventuais reagrupamentos. Esta etapa também é conhecida como codificação (WEISS, 1995, p.154-6);

4. Validação externa: Discussão com os entrevistadores e pares de grupos de pesquisa. (TURATO, pág. 449, 2003) e

5. Apresentação dos resultados: feita de forma descritiva e com citações ilustrativas das falas, servindo de base para a discussão/inferência/interpretação deste material. (DUARTE, 2002).

A discussão dos dados foi feita por intermédio do que Turato (2003, p.464) chamou de “movimento do uso da tríade fenômeno-significado-interpretação”. Segundo o autor, o fenômeno é o representado na consciência do sujeito a partir de suas experiências, observações e imaginação; o significado é o querer-dizer para o sujeito desse fenômeno na sua visão e entendimento e interpretação é o discutido, compreendido pelo pesquisador a partir do significado trazido pelo sujeito.

3. DISCUSSãO

A seguir, apresentamos a discussão dos dados coletados segundo os campos de investigação propostos.

Percepção geral do estágio em clínica

A reação inicial dos sujeitos ao questionamento de suas vivências quanto o estágio em clínica, possibilitou a obtenção de relatos vinculados a sentimentos de frustração, desejos idealizados, preocupações quanto a escolha teórica e, principalmente, a questão da identidade profissional.

Percepção sobre a transição da graduação para a vida profissional

No que diz respeito à relação entre a formação e o campo de atuação profissional no qual os sujeitos pretendiam trabalhar, percebemos que a maioria se sentia despreparada.

Os motivos alegados estavam relacionados com a sensação de conteúdo teórico-prático insuficiente, ora conectados com a graduação e ora com os estágios clínicos.

Percepção de si mesmo

Como é de conhecimento, embora ainda não formados, os estagiários exercem funções profissionais sob supervisão. Nesse sentido, era importante compreender como eles se viam dentro dessa condição. Encontramos três modos de autopercepção: os que não se sentiam psicólogos (o caso da maioria), os que se já se sentiam psicólogos e os alunos que se percebiam em uma posição intermediária entre as duas formas anteriores.

(23)

Percepções de competências

Buscamos investigar a percepção dos alunos quanto as suas competências para as atividades de estágio e também para o desempenho clínico futuro.

No que diz respeito ao estágio, dentre as percepções positivas, a maioria percebia esse momento como o de uma concretização da teoria vista dos anos anteriores do curso. Isto é, eles podiam colocar em prática conceitos, ideias e sistemas estudados. Alguns, inclusive, viam no estágio a possibilidade de comprovar a efetividade das teorias estudadas no curso ou ainda resignificar as vivências de anos anteriores, ampliando-as e reaproveitando-as dentro do estágio clínico - mesmo aquelas de natureza aparentemente distante da clínica.

Finalmente, para alguns, o estágio em clínica parecia ser um “momento da verdade”, de ratificar se o que tinha sido aprendido era suficiente para atuar em clínica.

Percepções acerca do atendimento no estágio

Na vivência do estágio os alunos se sentiam desafiados principalmente na tarefa de compreender empaticamente os pacientes, escutando-os de forma atenta e diferente de uma conversa cotidiana embasada no senso-comum.

Percepção acerca da supervisão

A vivência dos alunos na supervisão constituia-se como um momento extremamente enriquecedor, até mesmo mais importante do que o próprio atendimento, sendo capaz de produzir mudanças no comportamento do aluno, no processo de conquista de habilidades terapêuticas, determinante da qualidade da experiência de estágio (BITONDI; SETEM, 2007;

MONTEIRO, 2010).

Quanto ao supervisor, os alunos valorizavam e buscavam extrair o máximo dos encontros com o supervisor, por verem-no como capaz de lhes abrir os caminhos de entendimento.

Sob o mesmo aspecto, a maneira como o supervisor se coloca na tarefa de instruir os alunos é vista como decisiva e a sua postura de acolhimento acolhe compreensivamente, orientando comportamentos implícitos e explícitos, ora por meio de uma maneira formal, ora lúdica.

Quanto aos colegas, a vivência de companheirismo é forte, mas coexistem sentimentos de inveja, competição, agressividade, ciúmes e disputa pela atenção do supervisor. Nesse sentido, há grupos de supervisão maduros e colaborativos e outros mais agressivos, dificultadores do processo de ensino aprendizagem. (AGUIRRE et al., 2000).

A maioria dos estagiários via a supervisão como um momento de suporte emocional, fornecedor de compreensão e reflexão aprofundadas do que se sucede com os pacientes e com o terapeuta nos atendimentos clínicos. Havendo uma tênue linha entre a supervisão e o processo terapêutico, sua diferenciação ocorre pela ênfase: a supervisão, no desenvolvimento de habilidades clínicas dos alunos; a terapia, nos aspectos pessoais.

(24)

Excluir a dimensão pessoal-emocional das situações de atendimento significaria cindir a própria tarefa do atendimento, no qual o terapeuta precisa comparecer por inteiro.

Nesse sentido, as falas que denotaram uma eventual separação entre essas duas esferas, se constituíam anomalias do processo de desenvolvimento pessoal do terapeuta em formação, pois é na ação do supervisor que ocorre a integração dos fatores técnicos e emocionais do atendimento, fundamental para o aluno-terapeuta discernir entre os fatores componentes do seu mundo interior e exterior, conforme apontado por Telles e Wanderley (2000).

O campo de investigação referente aos elementos da supervisão foi bastante rico e elucidativo, sendo merecedor de outros estudos.

A respeito de uma eventual possibilidade de desistirem nesse momento do curso, ainda que angustiados e se sentissem despreparados para a responsabilidade exigida, os estagiários mostraram capacidade de enfrentamento e não desejavam desistir.

Os comentários que os sujeitos podiam fazer livremente ao final das entrevistas serviram de síntese das vivências mais marcantes que tiveram no estágio. Uma delas foi se referir ao estágio como um rito de passagem rumo a identidade profissional de psicoterapeuta e outra a da percepção da necessidade de ampliar o ferramental terapêutico e sair do enrijecimento do profissional iniciante rumo a uma postura que integre alternativas técnicas com os respectivos referenciais teóricos. Assim, o estágio é percebido como fundamental para fornecer a tão necessária base de atuação profissional e também apontar necessidades de aprimoramentos ulteriores.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados dessa pesquisa vieram acrescentar à experiência dos pesquisadores um valor significativo em suas vidas profissionais e foi possível perceber a interferência positiva no ensino da prática clínica aos quintanistas de psicologia.

Constatamos que os alunos associavam ao estágio um momento de escolha teórica no qual a identidade profissional era construída. A maturidade sobre o fazer psicológico precisava ser alcançada através da empatia, que é um fator peculiar à clínica. Foi visto que este processo era dificultoso e suscitador de sentimentos de frustração e mecanismos de defesa correlacionados, especialmente o de idealização.

Apareceu sentimento de despreparo entre a formação e o campo de atuação profissional.

Foram encontrados três modos de autopercepção dos sujeitos: os que não se sentiam psicólogos (maioria), os que sentiam ser psicólogos e aqueles que estavam em uma posição intermediaria entre ser e não ser.

A percepção dos alunos quanto as suas competências para as atividades de estágio e também para o desempenho clínico futuro.

(25)

No estágio, as percepções positivas se conectava à concretização da teoria vista dos anos anteriores do curso. Alguns, inclusive, viam no estágio a possibilidade de comprovar a efetividade das teorias estudadas no curso. Para alguns, o estágio em clínica parecia ser um

“momento da verdade”, de ratificar se o aprendido anteriormente era suficiente para atuar clinicamente.

Era desafiador para os alunos compreender empaticamente os pacientes durante os atendimentos, escutando-os atenta e diferenciadamente de uma conversa cotidiana de senso-comum.

A vivência dos alunos na supervisão refletia a sensação de conquista de habilidades terapêuticas. Eles valorizavam o supervisor extraindo dele conhecimentos úteis para trilhar o início da pratica clínica.

Nesse prisma, o supervisor era decisivo na instrução dos alunos por meio de sua postura acolhedora que permitia orientar-lhes os comportamentos ora de uma maneira formal, ora lúdica.

A interferência dos colegas no grupo de supervisão suscitava sentimentos de companheirismo e dificuldades do processo de ensino aprendizagem quando permeados de sentimentos de inveja e competição.

A maioria dos estagiários via a supervisão como um momento de suporte emocional.

Foi levantado que os estagiários mostraram capacidade de enfrentamento e não desejavam desistir do curso, apesar dos desafios que este lhes impunha.

O estágio também foi referido como um rito de passagem rumo à identidade profissional de psicoterapeuta e uma oportunidade de constatação da necessidade de ampliação do ferramental terapêutico com aprimoramento dos estudos feitos ulteriormente.

Conforme mencionado anteriormente, este artigo focalizou a proposta da pesquisa, os aspectos metodológicos com ênfase na etapa de campo e a discussão dos resultados principais. Para detalhes dos resultados desta pesquisa, oferecemos outra publicação cuja leitura recomendamos.

REFERêNCIAS

ANDRÉ, M.E.D.A. Texto, contexto e significados: algumas questões na análise de dados qualitativos. Cad. Pesq. São Paulo, 45: 66-71, 1983.

AGUIRRE, A.M.B.; HERZBERG, E.; PINTO, E.B.; BECKER, E.; CARMO, H.M.S.; SANTIAGO, M.D.E. A Formação da atitude clínica no estagiário de Psicologia. Psicologia USP, v. 11 n.1, p.49-62, 2000.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1995.

BITONDI, F.R.; SETEM, J. A importância das habilidades terapêuticas e da supervisão clínica: uma revisão de conceitos. Revista Uniara, n.20, p. 203-212, 2007.

BLAUNER, B. Problems of editing “First Person” Sociology. Qualitative Sociology, v.10, n.1, p. 46- 64, Spring 1987.

(26)

BOGDAN, R.C.; BIKLEN, S.K. Qualitative research for education: an introduction for theory and methods. 3rd edition, Boston: Allyn and Bacon, 1998.

BRITTEN, N. Qualitative interviews in medical research. British Medical Journal, 311 (6999):251- 253, 1995.

CAIRES, S. Vivências e percepções do estágio pedagógico: a perspectiva dos estagiários da Universidade do Minho. 330 pág. Tese (Doutorado em Psicologia da Educação).-Universidade do Minho Departamento de Psicologia, Braga, 2003.

CAMPOS CJG. O método de análise de conteúdo: ferramenta para a análise de dados qualitativos no campo da saúde. Rev Bras Enferm. 2004 setembro-outubro; 57(5):611

DOWNE-WAMBOLDT, B. Content Analysis: Method, Applications, and Issues. Health Care Women Int. v13, n.3, p.313-321, 1992.

DUARTE, R. Pesquisa qualitativa: reflexões sobre o trabalho de campo. Cad. Pesqui., São Paulo, n.115, mar, 2002.

KVALE, S. Interviews: an introduction to qualitative research interviewing. Thousand Oaks, CA:

Sage, 1996.

LUDKE, M. & ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo, EPU.

1986

MARTINS, J. & BICUDO, M. A.V. A pesquisa qualitativa em psicologia: fundamentos e recursos básicos. 1a ed. Moares/Educ. São Paulo, SP. 1989

MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo - Rio de Janeiro, Hucitec-ABRASCO. 1996

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Resolução, n. 196/96. Brasília. Conselho Nacional de Saúde, 1996.

MONTEIRO, R.M. Vivências e percepções de Estágio em Psicologia: estudo comparativo entre estagiários da Universidade de Minho e da Universidade de Coimbra. 78 p. Dissertação (Mestrado em Psicologia da Educação, Desenvolvimento e Aconselhamento) - Universidade de Coimbra, Coimbra, 2010.

MORAES, R. Análise de conteúdo. Revista Educação, Porto Alegre, v. 22, n. 37, p. 7-32, 1999.

MORSE, J.M. Designing funded qualitative research. In: DENZIN, N.K.; LINCOLN, Y.S.

Handbook of Qualitative Research. London: Sage, 1994.

RUBIN, H.J.; RUBIN, I.S. Qualitative interviewing: the art of hearing data. Thousand Oaks, CA:

Sage, 1995.

SANDELOWSKI, M. Sample Size in Qualitative Research. Res. Nurs. Health, v.18, n.2, p. 179-183, 1995.

SILVA, M.A.M.; QUEIROZ, M.S. Somatização em migrantes de baixa renda no Brasil. Psicologia e Sociedade. São Paulo, v.18, n.1, p. 31-39, jan/abr, 2006.

TELLES, S.R.A.; WANDERLEY, K.S. A importância na formação do psicólogo: uma contribuição da teoria winnicotiana. Psikhê-Rev do Centro Univ FMU, São Paulo, v.5, n.1, p. 18-23, jan/jun, 2000.

TURATO, E.R. Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa: construção teórico- epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas. Petrópolis, RJ:

Vozes, 2003.

___ Método clínico-qualitativo: definições, diferenciais e fundamentações. In: TURATO, E.R.

(Org.). Psicologia da Saúde: estudos clínico-qualitativos. Taubaté: Cabral Editora e Livraria Universitária, 2003.

WEISS, R.S. Analysis of Data. In: WEISS, R. Learning from Strangers: the art and method of qualitative research interview studies. The Free

(27)

RESUMO: Na era da informação o sistema educacional está sendo questionado quanto sua utilidade para a mudança da vida dos que se submetem a ele. Este questionamento é baseado nas áreas de crescimento e formação do indivíduo como ser completo e independente. Esta Educação da era industrial que esperava encontrar um emprego especializado, ser o melhor empregado e se aposentar com benefícios está sendo consumida pelas incertezas atuais, principalmente quanto à previdência social e privada. Os conteúdos são utopias sem utilidades na vida real da grande maioria de nossos alunos. As tecnologias mal interpretadas e usadas desordenadamente têm trazidos prejuízos a mentalidade dos usuários e seus modelos deturpados com coisas fantasiosas quanto o futuro. Será que o sistema educacional está falido? Precisamos repensar o sistema a partir do zero absoluto.

ABSTRACT: In the information age the educational system is being questioned about its utility for changing the lives of those who undergo it. This question is based on areas of growth and formation of the individual as a complete and independent. This education of the industrial age that hoped to find a job specialist, and be the best employee to retire with benefits being consumed by current uncertainties, particularly regarding social security and private. The contents are utopias without utilities in real life the vast majority of our students. The technologies used and wildly misinterpreted losses have brought the mentality of the users and their distorted models with fanciful things as the future. Does the education system is broken? We need to rethink the system from absolute zero.

EDUCAÇÃO FALIDA? EDUCAÇÃO DESNECESSÁRIA?

Publicação

Anhanguera Educacional Ltda.

Coordenação

Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Correspondência

Sistema Anhanguera de Revistas Eletrônicas - SARE rc.ipade@anhanguera.com

Salvio Ferreira Leitão – Faculdade Anhanguera de Santa Bárbara

Palavras-chave:

Educação; Educação falida;

Educação Completa

Keywords:

Education, Education bankrupt;

Complete Education

artigo original

Recebido em: 16/05/2013 Avaliado em: 16/06/2013 Publicado em: 13/06/2014

(28)

1. INtRODUÇÃO

O que você diria se entrasse em uma sala de aula do terceiro ano do Ensino Médio e se deparasse com uma moça exibindo seu álbum de formatura do ciclo dois do Ensino Fundamental? Até ai nada de anormal, mas quando se depara com a data, o coração de professor se preocupa, pois é do ano passado.

Exatamente como foi descrito esta aluna se formou no Ensino Fundamental em um ano e no próximo imediato se formava no Ensino Médio. Está é a realidade enfrentada pelos professores na educação brasileira.

Os alunos passam pelos anos escolares desinteressados e preocupados em relacionamentos sociais de uma sílaba que dura horas, não dormem direito pois permaneceram na frente dos computadores, tablets ou celulares, quando não todos juntos.

Os trabalhos não são feitos ou até são, mas com três teclas (Ctrl+C+V) e entregues sem a preocupação com o que aprenderam.

Como professor e pai, a minha preocupação, é que será não estarem corretos em não levar em consideração matérias e conteúdos que nunca usarão em suas vidas?

O escritor Robert T Kiyosaki, em “Pai rico e pai pobre” apresenta o sistema educacional como ultrapassado que prepara para um mundo que já não existe.

O autor descreve que mudamos para a era da informação, mas ficamos presos na era industrial, onde havia necessidade de estudar bastante para arrumar um emprego.

Nosso sistema força o professor a sair do técnico e levar o aluno para o lúdico ou prática. O professor foi ensinado na graduação e pós-graduação a serem extremamente teóricos e metódicos.

Os professores devem servir de deuses em quantificar o conhecimento, interessar alunos em matérias desatualizadas, além de conviver com pais da era agrária e industrial que não entendem a construção do conhecimento pedagógico sem giz, lousa e caderno, ter conhecimentos psicológicos em trabalhar individualmente com trinta crianças em cinqüenta minutos.

2. EDUCAÇÃO pARA A vIDA

Uma das ideias principais deste é levar em consideração a vivencia na era da informação, onde repensar o que é necessário e real é mais importante que fórmulas e conceitos que serão esquecidos imediatamente amanhã.

Uma das matérias necessárias dentro da era em que vivemos se chama administração financeira, pois muitos tem se endividado e permaneceram para o resto da vida sem dormir direito por não se organizarem nesta área por falta de conhecimento.

Princípios contábeis deveriam ser apresentados na tenra idade, como preenchimento

(29)

de livros de gastos e recebíveis, além de criação de ativos e controle absoluto de passivos.

Relacionamentos Sociais e familiares, como doenças psicológicas, perigos da rede social, como se proteger de pessoas mal intencionadas, são necessárias no ambiente digital em que muitos têm acesso e em pouco tempo praticamente todos terão acesso.

A preocupação real com o ambiente deve ser apresentada não como remediar o que está acontecendo mascarando o capitalismo selvagem, mas preparando uma geração que precisa dar um basta no sistema e recomeçar reconstruindo o pensar o ecocapitalismo.

Aprender a se portar em público com necessidade de aprender a falar, andar e se portar em várias situações no decorrer de sua vida.

Deveríamos incentivar urgentemente o civismo de forma prática e sem egoísmo, pensando no outro como igual e que devemos sempre trabalhar para nós, nossa família e sociedade como um todo, podendo fazer real diferença na vida das pessoas menos favorecidas.

Tirar o erro da consciência geral, principalmente da cabeça dos professores, pois isto é um grande entrave na construção e criação do pensar o novo, criando medo de tentar, pois estão movidos pelo acertar sempre. Cada pessoa tem que ser encorajada a tentar sempre, consciente das conseqüências e com a certeza que não serão censuradas por não alcançarem seus objetivos nesta tentativa.

Apresentar a busca pela felicidade e paz como primordial à vida e retirar a ganância mortal que habita em cada um de nós, sem disputas ou comparações entre alunos, professores ou direção. Apenas agir em busca da felicidade e paz não somente para a pessoa, mas com o foco principal em fazer outros felizes.

O trabalho ativo dentro de casa como cozer o próprio alimento, lavar e passar roupas, além do cuidado da higiene seria outro demonstrativo de uma sociedade em que leva as crianças a saírem de casa cada dia mais cedo e precisarem viver com as próprias pernas para estudar ou por terem pais separados em que quem tem a custódia tem que trabalhar dobrado para sustentá-lo.

Precisaríamos ensinar informática para nossos alunos, mas não como o conhecimento que temos hoje, e sim prepará-los para utilizar cada recurso desta área para facilitar e serem úteis dentro desta sociedade, organizando dados, facilitando contas e planilhas, além de apresentar suas idéias mais claramente e organizadas. Não podemos condescender com nossa ignorância em dizer que nascem sabendo, por mecanicamente entrar e sair, postar fotos e vídeos e comentários que tem competência para gerir, organizar e trabalhar ativamente com os recursos desta área.

Ensinar a amar a arte como expressão e forma de expor o sentimento, apreciar o belo e questionar letras e poesias sem conteúdo que hoje temos que engolir como cultura. Ensinar

(30)

a pensar criticamente tem sido a falta desta geração que pouco se cria nesta área como referência.

As salas de aula deveriam ser ao ar livre, sem carteiras ou paredes, fazendo cada aluno demonstrar seus dons e trabalhá-los em conjuntos aprendendo a viver e respeitar as diferenças entre pares, forçando a mente a criar situações de adaptação e encontrando a si mesmo para o futuro não distante.

A verdadeira educação lúdica deveria ser descoberta, onde não o usar brincadeiras desatualizadas ou desinteressantes ou até as conhecidas hoje, mas sim com objetivos bem definidos e apresentados fazendo com que cada um colabore com regras e formulas a serem seguidas.

O ensinar empreendimentos devem ser lembrados, pois o maior problema de nossa sociedade é que desconhecem fatores que podem mudar sua vida de forma legal e segura. Pensam em investimento como seus pais conhecem de eras passadas em que mais enriquecemos que já são ricos e continuam a trabalhar feitos loucos sem pensar em um futuro não distante sem benefícios e aposentadoria do governo.

Precisamos com urgência ensinar metodologia no trabalho, na família e nos sonhos, formulando objetivos, cronogramas e levantamentos estatísticos para melhor entender a vida.

Ensinar princípios de vendas é outro foco de nossa educação, pois sempre precisamos estar vendendo, seja nosso serviço, seja nossos produtos ou nossas idéias, sendo assim fundamental para a vida.

Criar discípulos que saibam fundamentos pedagógicos e sejam ativos em ensinar e praticar o ensino como busca primária em sua vida. Formaremos educadores onde buscaram mais conhecimento para poderem ensinar seus pares.

3. EDUCAÇÃO pSICOLógICA

Estamos transformando as gerações futuras em zumbis ou será que somente estamos

“evoluindo” para algo incompreensivo?

Está é a preocupação central do profissional da educação atual, onde não entendendo como motivar, impressionar ou instruir esta nova geração no processo ensino aprendizagem demonstrando aspectos que prejudicam, além do psicológico do aluno, o do professor, como a falta de comunicação ou preparação psicológica para entender o momento desta geração.

A geração dos professores acima de quarenta anos foi diretamente afetada pela babá televisiva, onde passaram horas em programas infantis, iniciando algo pouco estudado, mas poderosíssimo chamado atualmente de SPA (Síndrome do Pensamento Acelerado).

Esta síndrome causa desinteresse ao pensamento crítico analítico, onde não há a necessidade de produzir mentalmente o quadro analisado e formando posições críticas

Referências

Documentos relacionados

RESUMO: Tendo em vista a Tendo em vista a exploração das ferramentas gráficas disponíveis em softwares de exploração das ferramentas gráficas disponíveis em softwares de

A combinação dessas dimensões resulta em quatro classes de abordagem comunicativa, que podem ser exemplificadas da seguinte forma: interativo/dialógico: professor e

MEDIDAS DE CONTROLE PARA DERRAMAMENTO OU VAZAMENTO O atendimento de vazamento só deve ser efetuado por pessoal treinado em manuseio de hipoclorito de sódio;.. Precauções pessoais:

O estômago é um órgão revestido por uma mucosa, e essa mucosa produz enzimas digestivas, protege as células estomacais do ácido clorídrico e faz uma espécie de separação

CANTOR CÓD TITULO DA MÚSICA INÍCIO DA LETRA EV156 Diante do Trono (Crianças) 7776 Esconde-esconde Deus conhece o.... EV156 Fernanda Brum e Emerson Pinheiro 7842 Nos teus olhos Os

Nesse contexto, nossos resultados demonstram que as combinações dos testes aplicados são válidos, e que os resultados encontrados com distâncias menores apresentaram

Fundação Celesc de Seguridade Social Av... Fundação Celesc de Seguridade Social

O PAGAMENTO DO IMPOSTO OCORRERÁ ATE A DATA DE VENCIMENTO DA COTA ÚNICA /PRAZO PARA ENTREGA DA DOCUMENTAÇÃO SERÁ DE 30 DIAS UTEIS APÓS O RETORNO DA NORMALIDADE