2º Grupo de Estudo – Professores PEB1
Alfabetização e Letramento na Educação de Jovens e AdultosRogério Luís Massensini
Consultor/Analista em Políticas Públicas de Educação
Agenda
Abertura
Objetivos do encontro, apresentação do tema, contexto da EJA no Brasil
1° Momento:
Agenda
AberturaObjetivos do encontro, apresentação do tema, contexto da EJA no Brasil 1° Momento: Fundamentação Teórica 2° Momento: Prática e projetos Fechamento
Objetivos do encontro
1. Compreender a prática pedagógica escolar enquanto
prática social;
2. Refletir sobre as especificidades do processo de
Alfabetização e Letramento na Educação de Jovens e Adultos;
3. Valorizar a diversidade no processo de Alfabetização e Letramento;
4. Discutir sobre as teorias e práticas relativas ao processo de ensino-aprendizagem afetos à educação de jovens e adultos;
Apresentação do tema
A formação de educadores de EJA: “Duas dimensões da atuação profissional do educador, em
geral, são presentes na EJA: a dimensão prática (o fazer, a intervenção profissional em si) e a dimensão teórica (o pensar, a reflexão sobre a prática e a partir dela)”. (GIONVANETTI, 2005,
p.243).
Os educandos da EJA são, em sua maioria, de origem popular, absorvendo o legado da educação popular. Os educandos são sujeitos que por diversas questões sociais vivenciam o não-atendimento a questões básicas dentre elas a educação. São seres humanos marcados pela exclusão social.
Apresentação do tema
A formação de educadores de EJA: “Segundo dados do INEP, em 2003, dos 1.306 cursos de
pedagogia existentes no País, apenas 16 (1,2% do total) ofereciam habilitação em educação de jovens e adultos
(SOARES, 2005, 285).
Contexto da EJA no Brasil
“[…], anos 80, a oferta pública de educação para jovens e adultos era muito restrita. A Constituição em vigor estabelecia a oferta de estudos gratuitos apenas para aqueles que se encontravam na faixa etária dos sete aos 14 anos. [...] O direito à educação para jovens e adultos representava, naquele momento, uma luta a ser travada.”
(SOARES, 2005, p. 274).
“[...] O Movimento de Educação Popular e Paulo Freire não se limitaram a repensar métodos de educação-alfabetização de jovens-adultos, mas recolocaram as bases e teorias da educação e da aprendizagem. EJA tem sido um campo de interrogação do pensamento pedagógico. O que levou a essa interrogação? Perceber a especificidade das trajetórias dos jovens-adultos” (ARROYO, 2005, p. 36).
Contexto da EJA no Brasil
Legislação para a EJA:
Resolução CNE/CEB 1, de 5 de julho de 2000;
Resolução 444, de 24 de abril de 2001; Lei Nº 11.741, de 16 julho de 2008;
Resolução SEE-MG nº 1614/2010;
Resolução CNE/CEB nº 3, de 15 de junho de 2010;
Resolução SEE-MG nº 2250/2012;
Contexto da EJA no Brasil
TAXA DE ANALFABETISMO DA POPULAÇÃO COM 15 ANOS OU
MAIS - 2013
Contexto da EJA no Brasil
ESCOLARIDADE MÉDIA DA POPULAÇÃO COM 25 ANOS OU
Contexto da EJA no Brasil
TAXA DE ATENDIMENTO DA POPULAÇÃO DE 18 A 24 ANOS -
2013
Contexto da EJA no Brasil
TAXA DE ATENDIMENTO DA POPULAÇÃO DE 25 ANOS OU
Agenda
AberturaObjetivos do encontro, apresentação do tema, contexto da EJA no Brasil 1° Momento: Fundamentação Teórica 2° Momento: Prática e projetos Fechamento
Conceituando alfabetização e
letramento
As facetas da alfabetização: O conceito de alfabetização; A natureza do processo de alfabetização;
Conceituando alfabetização e
letramento
O Conceito de alfabetização:
“processo de aquisição do código escrito, das habilidades de leitura e escrita” (SOARES, 2013, p. 15).
Métodos de alfabetização podem ser classificados como
fônico ou global, em que se percebe que o ato de ler
(grafemas em fonemas) e de escrever (fonemas em grafemas) pode ser diferenciado do ato de ler textos complexos e escrever um livro, o que pode exigir uma compreensão de significados.
Conceituando alfabetização e
letramento
A natureza do processo de alfabetização:
“[...] conceito de alfabetização, [...] fenômeno de natureza complexa, multifacetado.” (SOARES, 2013, p. 18).
As facetas referem-se às perspectivas: psicológica, como pré-requisitos para a alfabetização; psicolinguística, voltados para a
caracterização da maturidade linguística do sujeito;
sociolinguística, em que a alfabetização é vista como um
processo relacionado com os usos sociais da língua; e linguística do processo, que aborda a relação presente entre sons e símbolos gráficos ou entre fonemas e grafemas.
Conceituando alfabetização e
letramento
Os condicionantes do processo de alfabetização:
“[...] fatores sociais, econômicos, culturais e políticos que o condicionam.” (SOARES, 2013, p. 23).
O Processo de alfabetização é afetado pelas
condicionantes relacionadas às classes socioeconômicas. Esse processo não pode ser despido de seu caráter político
ideológico. Afinal, a alfabetização é um processo de
conscientização e uma forma de ação política.
Conceituando alfabetização e
letramento
O Conceito de alfabetismo:
“[...] estado ou condição de analfabeto.” (SOARES, 2013,
p. 28).
Conceituando alfabetização e
letramento
Alfabetismo: perspectivas de análise
“[...] são perspectivas históricas, antropológicas, sociológicas, psicológicas e psicolinguísticas, sociolinguísticas, discursivas, textuais, literárias, educacionais ou pedagógicas e política.” (SOARES, 2013,
p. 38-39).
Dessa enumeração pode-se concluir que o estudo do alfabetismo tem de ser forçosamente multidisciplinar.
Conceituando alfabetização e
letramento
Letramento: um tema em três gêneros
Verbete: um texto informativo, descritivo e crítico;
Texto didático: um texto produzido para utilização em cursos, seminários, oficinas de formação continuada;
Ensaio: um texto analítico, argumentativo, questionador, em que ideias são submetidas a cuidadoso escrutínio.
Conceituando alfabetização e
letramento
Letramento: um tema em três gêneros
“[...] Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita.” (SOARES,
2008, p. 18).
O Termo letramento é trabalhado por Mary Kato (1986), Leda Verdiani (1988), Ângela Kleiman (1995), Magda Soares (1998) entre outros pesquisadores. O termo literacy surge para tentar responder às mudanças sociais ou como literacia, “entendida aqui como a utilização social da competência alfabética”.
Conceituando alfabetização e
letramento
Letramento: um tema em três gêneros
“[...] tomam como critério para avaliar o letramento da população o número de anos de escolaridade completados pelos indivíduos [...].” (SOARES, 2012. p. 22).
Conceituando alfabetização e
letramento
Letramento: um tema em três gêneros
“[...] um indivíduo pode não saber ler e escrever, isto é, ser analfabeto, mas ser de certa forma, letrado” (SOARES, 2012, p.
24.
O educador precisa identificar as diferenças e relações entre
alfabetização e letramento, nos processos educativos de ensino e
aprendizagem da leitura e da escrita, seja para crianças, seja para adultos.
Alfabetização Letramento
Pesquisas sobre aprendizagem da leitura e da escrita, na série inicial, para se identificar alfabetizados e analfabetos.
Pesquisas sobre os usos e práticas sociais de leitura e escrita em determinado grupo social.
Conceituando alfabetização e
letramento
Letramento: um tema em três gêneros
“[...] letramento é um estado, uma condição: o estado ou condição de quem interage com diferentes portadores de leitura e de escrita, com diferentes gêneros e tipos de leitura e de escrita, com as diferentes funções que a leitura e a escrita desempenham na nossa vida.” (SOARES, 2012. p. 44).
Conceituando alfabetização e
letramento
Letramento: um tema em três gêneros
“[...] A questão principal, aqui, é a formulação de um conjunto adequado de definições operacionais, considerando-se o que realmente deve ser levado em conta como letramento em dado contexto, a seleção, a partir daí, de uma amostra adequada de habilidades e práticas sociais desejadas, e a construção de instrumentos para avaliar corretamente essas habilidades e práticas.” (SOARES, 2012. p.
118).
Agenda
AberturaObjetivos do encontro, apresentação do tema, contexto da EJA no Brasil
1° Momento:
Fundamentação Teórica
Para iniciar a conversa…
1. Usar mais projetos nas aulas: o ensino pode ser baseado em problemas ou projetos; 2. Foco na produção de conteúdo pelos estudantes:
o ensino pode ser mais centrado na produção do próprio estudante; 3. Repensar o papel da avaliação:
avalia-se o processo, como um filme e não apenas o momento, como uma foto;
4. Usar a tecnologia disponível:
orientar o uso para a aprendizagem ou invés de proibir;
Para iniciar a conversa…
5. Desenvolver habilidades para o século XXI: o ensino pode estimular a independência do estudante por meio da comunicação, pensamento crítico e empreendedorismo;
6. Intervalos mais frequentes entre as aulas:
o tempo e o espaço podem contribuir para tornar o processo menos tenso;
7. Cultivar elos com a vida real:
o ensino pode levar o estudante a desenvolver projetos para a comunidade ou empresas locais;
8. Formação mais prática e valorização do professor:
busca-se uma capacitação voltada para o dia a dia alinhada à uma
Trabalhando com projetos
Projetos educacionais para jovens e adultos
Trabalhando com projetos
•Identificar o problema •Determinar o que o projeto vai realizar •Definir a abrangência do projeto •Detalhar o escopo do projeto •Listar as atividades e tarefas necessárias •Definir um •Organizar e coordenar equipes •Resolver conflitos e problemas •Manter comunicação •Identificar desvios na execução •Adotar ações corretivas •Adequar recursos disponíveis •Verificar, analisar e avaliar os resultados •Elaborar relatório final •Divulgar os resultados
Prática
Escola e inclusão social
Levando-se em consideração o tempo que o estudante
permanece na escola, faz-se necessário compreender melhor as suas limitações para ler e escrever.
1. Do ponto de vista da experiência escolar, que brasileiros somos? (Procure identificar qual a experiência de
escolarização familiar, idade, sexo, se chefe de família, se trabalha ou está desempregado)
Prática
Escola e inclusão social
Vivencia-se um número considerável de práticas que
precisam ser trabalhadas para o letramento do sujeito. Desde consultar a agenda do telefone, ver o telejornal, tomar a condução até escrever bilhetes e produzir relatórios no trabalho.
2. Quais eventos e práticas de letramento o estudante realiza no dia a dia? (Procure identificar quais atividades foram
realizadas, registrando o evento de letramento, contexto da atividade, finalidade e se usou de leitura e/ou escrita)
Prática
Escola e inclusão social
“[...] na construção do conhecimento sobre a relação entre os sons e as letras, o que está envolvido não é nem simples, nem transparente e exige um longo trabalho de construção por parte dos alunos e de ensino pelos professores” (ROJO,
2009, p. 69).
3. Que tipo de conteúdos de ortografia você daria prioridade ao ensinar? (Procure categorizar os “erros” ortográficos dos
estudantes pelo tipo de correspondência fono-ortográfica e veja em que tipo de processo – contextual, gramatical ou memorização – ele mais incide)
Prática
Escola e inclusão social
“[...] a escrita ou produção de textos também envolve uma multiplicidade de capacidades ou competências e habilidades desenvolvidas ao longo da educação básica, se não ao longo da vida, [...] (ROJO, 2009, p. 83).
Prática
Escola e inclusão social
As práticas de leitura podem sofrer mudanças, dependendo
do suporte e do instrumento utilizado. Em cada esfera de atividade humana precisamos de um determinado tipo de letramento para nos interagirmos de forma discursiva.
5. Como desenvolver um diálogo polifônico entre os textos/enunciados/discursos das diversas culturas no processo de alfabetização/letramento? A que necessidades atende? (Procure desenvolver correlações entre os suportes)
Agenda
AberturaObjetivos do encontro, apresentação do tema, contexto da EJA no Brasil 1° Momento: Fundamentação Teórica 2° Momento: Prática e projetos Fechamento
Fechamento
Os projetos desenvolvidos, na prática pedagógica,
precisam estar alinhados à prática social (problemas sociais), trazendo para a sala de aula o dia a dia dos estudantes;
O processo de alfabetização e letramento na educação
de jovens e adultos exige um entendimento específico (das características sociolinguísticas) de cada sujeito ou grupo;
As diferenças (culturais) precisam fazer parte do processo
de alfabetização e letramento dos jovens e adultos;
É preciso rever, sempre, as práticas relativas ao processo de ensino-aprendizagem, tornando-os mais próximos da realidade vivenciada pelos jovens e adultos.
Referências utilizadas
MOURA, Dácio G.; BARBOSA, Eduardo Fernandes. Trabalhando com projetos:
planejamento e gestão de projetos educacionais. 3. ed., amp. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. ROJO, Roxane Helena R. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo:
Parábola, 2009.
SEBRA, Alessandra Gotuzo; DIAS, Natália Martins. Métodos de alfabetização: delimitação de procedimentos e considerações para uma prática eficaz. Rev. psicopedag., São Paulo , v. 28, n. 87, 2011 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862011000300011&lng=pt&nrm=iso>.
SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia Gomes de Castro.; GOMES, Nilma Lino (Coord). Diálogos na educação de jovens e adultos. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.