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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E AS CONCEPÇÕES DE LETRAMENTO POR PROFESSORES DE ALUNOS SURDOS

SIMONE D’AVILA ALMEIDA

Rio de Janeiro

2020

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SIMONE D’AVILA ALMEIDA

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E AS CONCEPÇÕES DE LETRAMENTO POR PROFESSORES DE ALUNOS SURDOS

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do título de Doutora em Educação.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Celeste Azulay Kelman

Rio de Janeiro

2020

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iv

FOLHA DE APROVAÇÃO

Simone D’Avila Almeida

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E AS CONCEPÇÕES DE LETRAMENTO POR PROFESSORES DE ALUNOS SURDOS

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do título de Mestra em Educação.

Prof.ª Dr.ª Celeste Azulay Kelman (UFRJ)

Prof.ª Dr.ª Annie Gomes Redig (UERJ)

Prof.ª Dr.ª Cátia Crivelenti de Figueredo Walter (UERJ)

Prof.ª Dr.ª Maria Vitória Campos Mamede Maia (UFRJ)

Prof.ª Dr.ª Mônica Pereira dos Santos (UFRJ)

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v

Ao meu filho Yisrael Haim, Filho meu

Eu te abençoo

Com toda sorte de bênçãos Eu te abençoo com pureza Para que seus olhos vejam Deus Eu te abençoo com a fé

Pra conquistar o que ele prometeu Eu te abençoo com saúde

Longevidade e vigor Eu te abençoo com alegria Que fortalece no senhor Eu te abençoo com amor O amor de Deus jamais acaba Manifestado em Jesus Cristo Que por amor se entregou Eu te abençoo com a paz

A paz de Deus que excede o entendimento Eu te abençoo com sabedoria

Inteligência e conhecimento Eu te abençoo com lealdade Amigos mais chegados que irmãos Eu te abençoo com fidelidade Esposo e filhos que te amarão Eu te abençoo com prosperidade De Deus é o dom de construir riquezas Eu te abençoo com bondade

Com altruísmo e generosidade

Eu te abençoo com influência

Autoridade para transformação

Eu te abençoo com chamado

Do céu na terra em sua geração

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas”.

À minha família, pequena em tamanho, mas imensa em amor, Yisrael Haim e Evandro, minha vida e meu tudo. O que seria de mim sem vocês. Um faz parte de mim e o outro fez essa parte se tornar real. Sou feliz porque tenho vocês. Como é bom saber que pra sempre estaremos juntos! Amo muito vocês!

À Celeste Azulay Kelman, querida professora e orientadora, como diria Karol Voitila,

“uma pessoa” em plenitude. Paciência é um dom que lhe foi dado. Mil desculpas por não ter conseguido ser como poderia ter sido. Infelizmente não atendi às suas e tão pouco às minhas próprias expectativas. No entanto, sinto-me generosamente agraciada por Deus, afinal, sua pessoa foi um doce e suave presente na minha existência. Se hoje ainda estou aqui, é porque jamais poderia suportar a decepção em seus olhos. Obrigada! Minha sincera gratidão, pois do meu filho fez um neto, e isso me tocou a alma!

Agradeço as professoras Maria Judith Sucupira da Costa Lins (UFRJ) e Vivian Mary Barral Dodd Rumjaneck (UFRJ), por aceitaram prontamente compor a banca de defesa desta tese, mas que, por conta da necessidade de utilizar a tecnologia, optaram por declinar do convite.

Agradeço as professoras Catia Walter (UERJ) e Maria Vitória Campos Mamede Maia (UFRJ) por aceitaram de última hora, compor a banca examinadora. É um privilégio poder contar com o direcionamento de vocês. Por fim, agradeço imensamente a professora Mônica Pereira dos Santos (UFRJ) pela generosidade com que acompanhou meu pleito, e obviamente por se tornar parte integrante da banca

Ao Grupo de Estudos e Pesquisas sobre surdez (GEPeSS). Em vocês encontrei apoio.

Houve momentos em que minha confiança esteve seriamente abalada, mas as palavras que de vocês ouvi, os exemplos, os abraços sinceros... Obrigada!

Às colegas de mestrado e doutorado do PPGE Adriana, Renata, Raffaela e Thabata.

Obrigada pelas dicas, incentivo, conselhos e principalmente pelas orações.

À Aline, por ter sem revelado uma das melhores surpresas em minha permanência no GEPeSS, mas principalmente pela empatia e carinho quando mais precisei. Obrigada por chorar comigo, por interceder por mim.

Às amigas, Joseane, Marcinha, Vanessa, Cíntia, Quedma, Priscila (TILSP) e Paulo,

pessoas que de alguma forma motivaram meu ingresso e permanência no doutorado. Amo

vocês!

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À Bianca, pela paciência e apoio tecnológico.

À Érica sempre. Pois como em o pequeno príncipe, “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”

Aos amigos Getsemâne, Maciel e Maíra, por toda ajuda...Vocês foram meu socorro presente no tempo da angústia!

Ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), pela oportunidade de crescimento intelectual, mas principalmente por nos dar a Solange como secretária do programa. Pessoa acessível, bem-humorada, inteligente e sempre disposta a nos auxiliar em nossas dificuldades.

Aos parceiros de profissão, professores e equipe da Escola Municipal Santa Luzia. Em vocês encontro exemplos de profissionalismo e dedicação. É muito bom tê-los como referência profissional em uma realidade tão dura. Aos que permanecem e aos que se foram, partiram para seguir outros caminhos. Obrigado por fazerem parte da minha história.

À Secretaria Municipal, em especial à equipe de surdez, pela acolhida ao projeto, pelas contribuições e por estarem sempre em busca do melhor para nossos alunos surdos.

Aos professores e assistentes educacionais que prontamente aceitaram o convite para ser parte e colaborar com esse estudo. A vocês minha admiração e aplausos.

Aos amigos, profissionais e alunos surdos, por pacientemente compartilharem comigo o que tem de mais valor para vocês, a Libras.

A turma do Letras/Libras de Maringá. Com vocês aprendi tanto! Juliana, Érica, Nadiely, Gisa, Denise, Viviane e as que porventura esqueci de citar. Mil desculpas e meu muito obrigada!

Vocês fizeram essa difícil e longa jornada se tornar tão doce. Rimos e choramos juntas, mas isso faz parte.

Especialmente à Kenia. Por ter sido amiga, parceira e irmã. E ainda o é. Mesmo distantes

seremos eternamente amigas. Obrigada por me ensinar que é possível ser igual mesmo sendo

diferente. Por me mostrar que assistencialismo e favoritismo algum são necessários, para

alguém como você, surda, ‘japa’, professora e mãe.

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Não é o objeto da memória tão-somente testemunhar que outrora existiram coisas que retornaram, de uma vez por todas, para o nada, mas antes lhes devolver a vida pela qual se fizeram uma vida espiritual que só começa quando elas não existem mais.

(Trecho de Notas sobre o Tempo - Louis Lavelle)

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ALMEIDA, Simone D`Avila. O ensino de língua portuguesa e as concepções de Letramento por professores de alunos surdos. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.

O tema da educação de surdos tem recebido maior atenção nos debates contemporâneos na área de Educação A preocupação com o modelo praticado seja em escolas bilíngues para surdos, classes bilíngues em escolas com perspectiva inclusiva, ou mesmo em classes regulares, tem sido alvo de vários debates, publicações e pesquisas. No tocante à educação de surdos, e mais especificamente no que concerne ao ensino da Língua Portuguesa para esses alunos, o número de pesquisas realizadas tem se mostrado insuficiente, principalmente em relação à perspectiva de letramento (SOARES, 2004). A proposta de pesquisa aqui relatada tem como foco analisar as concepções de professores no atendimento de alunos surdos, responsáveis pelo ensino da Língua Portuguesa como L2, utilizadas em duas escolas que atendem alunos surdos de uma rede pública de ensino, na Baixada Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro. Para tanto, investigaremos as concepções dos professores de Língua Portuguesa (classe regular), professores das classes bilíngues (composta apenas por alunos surdos) e os professores do AEE, cujo atendimento é realizado na sala de recursos multifuncionais. Como referencial teórico, utilizaremos os estudos de Vygotsky (1989; 1998; 2000), dando ênfase ao processo de letramento mediado pela linguagem. Para a realização da investigação, adotamos o Estudo de Caso como proposta metodológica, utilizando como instrumentos de construção de dados a análise documental e a entrevista semiestruturada. Foram realizadas doze entrevistas com professores que atuam no ensino de Língua Portuguesa, em 2018. Os dados produzidos foram sistematizados através da Análise de Conteúdo. A pesquisa conclui que a concepção de letramento influencia diretamente as práticas pedagógicas citadas pelos professores e consequentemente o processo de ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa como L2 para alunos surdos. Concluímos também que a escolarização de alunos surdos deve estar pautada no ensino em Libras e no processo de aquisição e desenvolvimento da Língua Portuguesa, em sua modalidade escrita, e que as práticas destinadas para esses fins precisam ter como foco o desenvolvimento da leitura, intepretação e produção dos diferentes gêneros textuais.

Palavras-chave: Surdez; Ensino/Aprendizagem; Língua Portuguesa.

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ALMEIDA, Simone D’ Avila. Teaching Portuguese language and teachers’ conceptions of deaf students literacy. Thesis (Doctorate in Education) - Faculty of Education, Federal University of Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.

The issue of education for the deaf has been receiving more attention in contemporary debates in the area of education. Concerns with the model practiced in bilingual schools for the deaf, bilingual classes in schools as an inclusive perspective, or even in regular classes has been the subject of several debates, publications and researches. With regard to the education of the deaf and, more specifically, with regard to the teaching of Portuguese for these students, the number of researches carried out have been insufficient, especially with regard to the using of the literacy perspective (SOARES,2004). The proposal of this research is focused on analyzing the pedagogical practices used to teach Portuguese as L2, used in two schools that serve the deaf students in a public school system, in Baixada Fluminense, State of Rio de Janeiro. Therefore, we will investigate the practices of Portuguese teachers (regular class), bilingual class teachers (composed only by deaf students) and the AEE teachers, whose service is carried out in the multifunctional resource rooms. As a theoretical reference, we will be in dialogue with Vygotsky’s studies (1989, 1998, 2000), emphasizing the process of literacy mediated by language. To carry out this investigation, we chose the Case Study as methodological proposal, using instruments such as data collection and the semi-structured interview. Twelve teachers who teach Portuguese Language were interviewed, in 2018. The data collected were systematized through the Content Analysis approach. The research concludes that the conception of literacy influence directly the pedagogical practices used by teachers and consequently the process of teaching and learning of Portuguese Language as L2 for deaf students. We also conclude that the schooling of deaf students must be based on teaching Libras and the acquisition and development process of Portuguese Language, in its written form, and the practices designed for these purposes, need to have focus on the reading, interpretation and making up different kinds of texts genders.

Key words: Deafness; Teaching/Learning; Portuguese Language.

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ALMEIDA, Simone D’ Avila. Conceptos de alfabetización y enseãnza del idioma português por parte de professores de estudiantes sordos. Tese (Doutorado en Educación) - Facultad de Educación Universidad de Rio de Janeiro 2020.

El tema de la educación de sordos ha recibido mayor atención en los debates contemporáneos en el área de Educación. La preocupación con el modelo practicado, sea en escuelas bilingües, en escuelas con perspectivas inclusivas, o hasta en clases regulares, ha sido blanco de varios debates, publicaciones e investigaciones. En lo que se refiere a la educación de sordos, y más especificamente en lo que concierne a la enseñanza de la Lengua Potuguesa para estos alumnos, el número de investigaciones realizadas se ha mostrado insuficiente, principalmente en relación a la perspectiva de letramiento (SOARES 2004). La propuesta de investigaciones aquí relatada tiene como objetivo Analizar las concepciones de los docentes en el cuidado de los estudiantes sordos, responsables de enseñar el idioma portugués como L2, utilizado en dos escuelas que atienden a estudiantes sordos de un sistema de escuelas públicas, en Baixada Fluminense, en el Estado de Río de Janeiro. Para eso investigaremos las prácticas de los profesores de Lengua Potuguesa (clase regular), profesores de las clases bilingües (compuestas solamente por alumnos sordos) y los profesores del AEE, cuyo atendimiento es realizado en la sala de recursos multifuncionales. Como referencial teórico, utilizaremos los estudios de Vygotsky (1989; 1998;

2000), dando énfasis al proceso de letramiento mediado por el lenguaje. Para la realización de la investigación, adoptamos el Estudio de Caso como propuesta metodológica, utilizando como instrumento de colecta de datos el análisis de documental participante y la entrevista semiestructurada. Fueron realizadas doce entrevistas con profesores que actúan en la enseñanza de Lengua Portuguesa, en 2018. Los datos producidos fueron sistematizados a través del abordaje de Análisis de Contenido. La investigación concluye que la concepción de letramiento influencia directamente las prácticas pedagógicas citadas por los profesores y consecuentemente el proceso de enseñanza y aprendizaje de la Lengua Portuguesa como L2 para alumnos sordos. Concluimos también que la escolarización de alumnos sordos debe estar pauteada en la enseñanza en Libras y en el proceso de adquisición y desarrollo de la Lengua Portuguesa, en su modalidad escrita, y las prácticas destinadas para estos fines, necesitan tener como objetivos el desarrollo de la lectura, interpretación y producción de los diferentes géneros de textos.

Palabras-claves: Sordera; Enseñanza/Aprendizaje; Lengua Portuguesa.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Distribuição do número de artigos por eixo ...38

Tabela 02 Caracterização da produção na área de letramento e sua origem...45

Tabela 03 Distribuição das escolas por distrito ...82

Tabela 04 Número de escolas, turmas e alunos atendidos ...84

Tabela 04 Quantitativo de escolas, turmas e alunos atendidos...85

Tabela 05 Caracterização do Atendimento Educacional Especializado...100

Tabela 05 Turmas, níveis e modalidades de ensino que compõem as unidades escolares...96

Tabela 06 Caracterização da distribuição de alunos, turmas e funcionários...97

Tabela 07 Caracterização das dependências das escolas...99

Tabela 08 Caracterização do Atendimento Educacional Especializado...100

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 Número de trabalhos por categorias de deficiências...32

Quadro 02 Categorias de análise adotadas...34

Quadro 03 Abordagem de letramento presente nos artigos...36

Quadro 04 Caracterização dos professores participantes...102

Quadro 05 Síntese das atividades realizadas na pesquisa de campo...104

Quadro 06 Problemática, questões e objetivos da pesquisa...108

Quadro 07 Categorias de análise identificadas nas transcrições das entrevistas...109

Quadro 08 Subcategorias identificadas nas transcrições das entrevistas...110

Quadro 09 Visão geral da concepção de letramento dos participantes por área de atuação...114

Quadro 10 Visão geral das práticas pedagógicas para ensino da L2, utilizadas pelos participantes...126

Quadro 11 Visão geral da percepção dos participantes, acerca da produção textual de seus

alunos...139

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LISTA DE FIGURAS E IMAGENS

Figura 01 Biblioteca Digital Brasileira de Teses...44

Figura 02 Estrutura funcional do Programa de Educação de Surdos...87

Figura 03 Dados obtidos através das entrevistas...111

Figura 04 Práticas pedagógicas utilizadas no ensino da LP para alunos surdos...137

Imagem 01 Produção textual de aluno surdo de oito anos de idade, cursando o terceiro ano do ensino fundamental, sobre o seu colega Lúcio...143

Imagem 02 Produção textual de aluno surdo de oito anos de idade, cursando o 3◦ ano do ensino fundamental, sobre o seu colega Lúcio...145

Imagem 03 Produção textual de grupo de surdos do 2º ano do ensino médio...146

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LISTA DE SITES CONSULTADOS

http://g1.globo.com/mundo/noticia/brasil-fica-em-sexto-em-ranking-de-paises-mais- ignorantes-do-mundo.ghtml

http://www.oecdbetterlifeindex.org/pt/quesitos/education-pt/

http://www.folhapolitica.org/2013/05/educacao-75-dos-brasileiros-nao-sabem.html

https://folhapolitica.jusbrasil.com.br/noticias/113329087/pesquisador-conclui-que-mais-da metade-dos-universitários-brasileiros-são-analfabetos-funcionai

https://www.aedi.ufpa.br/parfor/letras/images/documentos/ativ-a-dist-jan-

fev2014/BREVES/breves-2010/escrita%20de%20surdos%20artigo%20anexo.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2008/Decreto/D6571.htm.

https://www.planalto.gov.br

http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/ mi1/analisedocumentos.pdf http://www.editorarealize.com.br/revistas/ceduce/trabalhos

http://www.grupoelri.com.br/Incluir/downloads/OA_SURDEZ_Escrita_Texto.doc.

http://www.scielo.br/scielo Acessado

https://www.passeidireto.com/arquivo/5243871/revista-espaco/44 http://www.fflch.usp.br/dlcv/lport/pdf/slp27/06.pdf

http://www.ines.gov.br/

https://www.somospar.com.br/saeb/

https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/ensino/brasil-tem-cerca-de-38-

milh%C3%B5es-de-analfabetos-funcionais-1.268788

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xvi

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 Caracterização das pesquisas por área de desenvolvimento, no período1994 a

2018...42

Gráfico 02 Produção por período de desenvolvimento………...43

Gráfico 03 Número de matrículas em creche, pré-escola e ensino fundamental no

Município (2008-2017)...83

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AEE Atendimento Educacional Especializado ANA Avaliação nacional de Alfabetização CBEE Congresso Brasileiro de Educação Especial

CBMEE Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educação Especial Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CEE Coordenadoria de Educação Especial

CEP Comitê de Ética e Pesquisa

CEDERJ Centro de Educação à Distância do Estado do Rio de Janeiro CFCH Centro de Filosofia e Ciências Humanas

CLT Consolidação das Leis do Trabalho DA Deficiência Auditiva

EJA Educação de Jovens e Adultos ETP Equipe técnico-pedagógica

FAPERJ Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro GEPeSS Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Surdez

G1 Portal de Notícias da Rede Globo

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IDH Índice de Desenvolvimento Humano

Inep Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira INES Instituto Nacional de Educação de Surdos

LAPEADE Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio à Participação e à Diversidade em Educação

Libras Língua Brasileira de Sinais

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional L1 Primeira língua

L2 Segunda língua

MEC Ministério da Educação

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico PIB Produto Interno Bruto

Pisa Programa Internacional de Avaliação de Estudantes

PPP Projeto Político-Pedagógico

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18

PPGE Programa de Pós-graduação em Educação PPGEduc Programa de Pós-graduação em Educação PPGL Programa de Pós-graduação em Linguística Prolibras Exame de Proficiência em Libras

PNE Plano Nacional de Educação

PNAD Pesquisas Nacionais por Amostragem de Domicílios SAEB Sistema de Avaliação do Ensino Básico

SciELO Scientific Electronic Library Online SME Secretaria Municipal de Educação SRM Sala de Recursos Multifuncionais TILSP Tradutor e intérprete de língua de sinais UEL Universidade Estadual de Londrina UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro UFRRJ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UFSCar Universidade Federal de São Carlos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UNESP Universidade Estadual Paulista

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...21

1.Justificativa ...24

2.Objetivos...25

2.1 Objetivo Geral ...25

2.2 Objetivos Específicos ...25

1. PENSANDO E INVESTIGANDO A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA POR ALUNOS SURDOS...28

1.1 GEPeSS: história e produção científica na área de Surdez...30

1.2 O lugar da surdez e do ensino de Língua Portuguesa à luz da perspectiva de letramento para alunos surdos, na produção científica...33

1.3 A Revista Espaço e o letramento de alunos surdos: o que tem a nos dizer?...38

1.4 O espaço do letramento de alunos surdos no Banco de Teses da CAPES...41

2. LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO: TUDO JUNTO, MISTURADO OU SEPARADO? ...47

2.1 Alfabetizar é ensinar a ler e a escrever letras, palavras, frases...49

2.2 No meu entender letramento é... ...57

2.3 Tudo junto ...64

3. SURDEZ E AUTORIA: O LETRAMENTO E A ESCRITA DOS GÊNEROS DISCURSIVOS...68

3.1 Letramento e surdez: entre caminhos e possibilidades...69

3.1.1 Visualidade e surdez, desvelando didáticas e práticas pedagógicas...71

3.1.2 Os gêneros discursivos e o letramento...73

4. CAMINHOS PERCORRIDOS...77

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4.1 Reflexões sobre a pesquisa qualitativa com enfoque sóciohistórico... ...77

4.2 O Estudo de Caso como opção metodológica...78

4.3 Contribuições da análise de conteúdo...80

4.4 Os primeiros passos...81

4.4.1 A escolha para a realização da pesquisa de campo...81

4.4.2 Organização da educação de surdos no município...86

4.4.2.1 Funcionamento da educação de surdos no município na prática...87

4.4.3 Os Casos presentes na pesquisa...90

4.4.4 O PPP e a organização escolar: O que está explícito?...95

4.4.5 Os sujeitos participantes da pesquisa...101

4.5 Desenvolvimento da pesquisa...102

4.5.1 A pesquisa de campo...103

4.5.1.1 Procedimentos adotados para a construção dos dados...104

4.6 A análise das entrevistas...107

5. LETRAMENTO OU ALFABETIZAÇÃO: CONCEPÇÕES ACERCA DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA ALUNOS SURDOS ...113

5.1 E agora professor? afinal, um aluno letrado é aquele que...113

5.1.1 Letramento com foco acadêmico ou social?...115

5.1.1.1 O que dizem os professores de Língua Portuguesa...114

5.1.2 Letramento e alfabetização: Processos distintos ou complementares?...121

5.2 E agora, com que prática eu vou?...125

5.3 Produção textual e autoria: como percebo a escrita dos alunos surdos?...137

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...150

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...157

Apêndice... 169

Anexos... 170

Termo de solicitação de autorização de entrevista...170

Roteiros para entrevista... ...172

Transcrição das entrevistas...176

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INTRODUÇÃO

As primeiras questões que deram origem a este trabalho de pesquisa surgiram a partir da minha prática pedagógica com alunos surdos em classes bilíngues e posteriormente como professora de sala de recursos – modalidade do atendimento educacional especializado – AEE (BRASIL, 2008; 2009; 2011).

É pertinente iniciar este texto trazendo luz a essas informações, devido ao fato de que essas experiências foram determinantes para as escolhas na vida, e na construção de minha carreira profissional e acadêmica, bem como na descoberta da potencial docente pesquisadora que poderia vir a ser. Dessa forma, pude transpor os questionamentos que muitas vezes tomavam conta da minha mente, acerca do processo de aprendizagem de meus alunos. A escrita desta tese e de outros trabalhos acadêmicos apresentam essas marcas que me constituem. Sendo assim, espero contribuir – ainda que de forma simplória - para o ensino de alunos surdos, os quais possuem como maior obstáculo para sua aprendizagem a aquisição da Língua Portuguesa.

Almejamos – digo por que esse estudo não foi uma iniciativa individual - também o reconhecimento das possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento desses alunos.

Minha trajetória profissional teve início em 1993, quando ingressei, por concurso público, na Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu/RJ, como docente dos primeiros anos do ensino fundamental. Posteriormente, para ser mais precisa no ano de 1999, fui aprovada para o Município de São João de Meriti e paralelamente ingressei na graduação em Pedagogia, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/Maracanã). Neste curso, adquiri habilitações para exercício no Magistério das Séries Iniciais, o que legitimou ainda mais minha participação em processos seletivos para atuar no ensino público, em nível de primeiro segmento do ensino fundamental.

Em 2002, ainda em processo de graduação, conquistei aprovação para uma rede municipal de ensino na Baixada Fluminense (na qual atuo até a presente data). Na ocasião de meu ingresso nessa Rede Pública de Ensino, tive meu primeiro contato com alunos surdos, o que me motivou a buscar formação continuada em Libras na própria unidade escolar, por meio de curso oferecido pela Secretaria Municipal de Educação destinado a professores (durante o horário destinado ao planejamento escola) e também à comunidade escolar.

Em 2004, comecei a atuar como professora em uma das turmas bilíngues da escola - no

Município, passando então, a ter contato direto com alunos surdos, diariamente. Em meio a este

cenário, percebi que apenas a graduação em Pedagogia e o curso de Libras não me fariam dar

conta do desafio a ser enfrentado. Busquei então um curso de especialização na área de ensino

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de alunos surdos, realizado na Fundação Educacional de Duque de Caxias (FEUDUC, 2004), o qual contribuiu de forma significativa para minhas práticas posteriores.

Todavia, tinha a clareza de que a minhas estratégias pedagógicas não contemplavam de forma significativa o processo de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos. Dessa forma, iniciei a busca individual por mais conhecimento na área de surdez (KELMAN, 2011;

CAMPELLO, 2007, 2008; LODI, 2004; LACERDA, 2002; QUADROS, 1997) desenvolvendo uma ação pedagógica diferenciada através da elaboração de estratégias que tinham como princípio a utilização da pedagogia visual e da análise contrastiva, o que será mais bem detalhado adiante.

Em 2011, passei a integrar o grupo de pesquisa “Observatório de Educação Especial e Inclusão Educacional (ObEE)

1

”. Neste espaço de muito diálogo entre prática e teoria, obtive acesso a importantes bases referentes à perspectiva sócio histórica, vivenciando também minha primeira experiência como pesquisadora. A experiência vivenciada no grupo me forneceu subsídios para obter a aprovação e ingressar no “Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares” (PPGEDUC/UFRRJ), no qual visava adquirir aprofundamento teórico.

Ainda no grupo, tive a oportunidade de atuar como coordenadora adjunta no projeto “A escolarização de alunos com deficiência mental/intelectual: políticas públicas, processos cognitivos e aspectos pedagógicos (2012-2015)”, financiado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ

2

. Experiência fundamental que me propiciou contato direto com um campo de pesquisa ao qual, supostamente, não teria oportunidade de atuar, possibilitando também o contato direto com dois bolsistas de Iniciação Cientifica. Dessa forma, essa experiência contribuiu também para uma maior obtenção da prática e do desenvolvimento de pesquisas de campo.

Minha dissertação “Implantação de uma educação bilíngue para alunos surdos na Escola Municipal Santa Luzia em Duque de Caxias/RJ” (ALMEIDA, 2014) apresentou bases teóricas para melhor compreender o conceito de bilinguismo por parte de uma professora de sala de recursos multifuncionais, um professor de Língua Portuguesa, um intérprete educacional de Libras, duas professoras de classes bilíngues para surdos e dois assistentes educacionais surdos.

1 Coordenado pela Profª. Drª. Márcia Denise Pletsch.

2 Financiado pela FAPERJ por meio do Edital Apoio a projetos de pesquisa na área de humanidades/ 2011 (Proc.n.º 110.061/2012)

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A investigação qualitativa, com base nos pressupostos do estudo de caso, foi realizada em uma escola da rede pública do Município de Duque de Caxias. O trabalho de campo foi desenvolvido através da realização de entrevistas semiestruturadas. Na construção de dados, também foram analisados documentos referentes à organização da educação de surdos na escola, assim como para elucidar a trajetória da educação de surdos na referida instituição.

Como referencial teórico, optamos pela perspectiva sócio histórica, em especial, os pressupostos desenvolvidos por Vygotsky (1998), dando ênfase à subjetividade presente no processo de constituição do conceito de bilinguismo, por parte dos participantes deste estudo.

Os resultados da pesquisa realizada no mestrado, evidenciaram, entre outros aspectos: a complexidade do trabalho pedagógico realizado no AEE; que a rede de ensino pesquisada apresenta uma boa organização, no que concerne à implementação da política federal, para a escolarização de alunos surdos; o potencial do funcionamento do Atendimento Educacional Especializado (AEE) acerca da compreensão do papel de todos os envolvidos e, finalmente, que as concepções sobre os conceitos relacionados ao bilinguismo pelos participantes da pesquisa, ainda encontram-se em processo de construção, o que muitas vezes leva à interpretação equivocada dos mesmos em relação à escola e à educação bilíngue.

É importante ressaltar que entendemos por sujeito bilíngue, aquele que é capaz de ler interpretar e produzir diferentes tipos de textos em duas línguas de modalidade diferentes - como no caso das línguas orais e de línguas espaço visuais, tais como a Libras (ALMEIDA, 2014).

As análises durante o mestrado mostraram que não há pleno consenso sobre a definição

do conceito de bilinguismo. Isso se deve ao fato de alguns considerarem que para que um

indivíduo seja considerado bilíngue, basta que vivencie uma situação bilíngue, por meio da

utilização da língua de sinais e da língua oral (SANTORO, 1994). Brito (1997) faz referência à

aquisição parcial da L2, como possibilidade para a consolidação do bilinguismo. Para Savedra

(1994), o bilinguismo é uma condição humana e comum, através da qual qualquer indivíduo,

supostamente, é capaz de utilizar, em níveis diferentes, línguas distintas. Heye (2001)

compreende que um indivíduo bilíngue é alguém que utiliza duas línguas no nível mais alto de

desempenho - no que se refere à leitura, à fala ou à produção escrita. Finalmente Skliar (2001,

p. 92) faz o seguinte comentário sobre a concepção de surdos bilíngues, ao mencionar que “essa

concepção não deve reproduzir a ideia errada e perigosa de que saber e/ou utilizar corretamente

a língua oficial é indispensável para o surdo ser como os demais – ouvintes –, como a norma –

ouvinte”.

(24)

24

Além da falta de consenso em relação ao conceito de bilinguismo, a investigação evidenciou também a escassez de pesquisas sobre o tema em questão, em particular no campo educacional. Em relação à escolarização de alunos surdos, a situação piora, havendo bem poucos estudos empíricos, o que nos parece estar diretamente ligado à ineficácia das práticas pedagógicas direcionadas a essa parcela da população – isso em nível de Brasil. Devido a esta constatação, consideramos pertinente realizar a pesquisa do doutorado com foco na investigação do processo ensino aprendizagem da Língua Portuguesa por alunos surdos, tendo como base a perspectiva de professores sobre o letramento acadêmico, o que para nós está diretamente relacionado ao desenvolvimento da habilidade de produção escrita dos diversos gêneros textuais em circulação, a qual daremos maior ênfase no terceiro capítulo.

Tendo em vista especificamente a condição de sujeito “bilíngue” por alunos surdos, o referencial sociohistórico colaborou na discussão das seguintes questões: como tem se efetivado a educação de alunos surdos em escolas inclusivas bilíngues e em escolas bilíngues para surdos?

Que nível de conhecimento quanto à Língua Portuguesa (na modalidade escrita) é desejável que alunos surdos alcancem a cada nível de escolaridade? Que práticas são utilizadas quanto ao ensino da Língua Portuguesa como L2 em classes inclusivas?

Em 2016 ingressei no Programa de Pós Graduação em Educação (PPGE/UFRJ) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no qual obtive bolsa de estudos financiada pela CAPES por um determinado período

3

. No período de realização dos estudos de doutorado, no qual tive como orientadora a Profa. Dra. Celeste Azulay Kelman, tive a oportunidade de integrar o Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Surdez (GEPeSS), por ela fundado e coordenado.

Dessa forma pude então atuar na Organização do I e do II Surdez em Foco (2015 e 2016), evento que acontece anualmente e é organizado pelos participantes do GEPeSS. Como desdobramento dos eventos, surgiu também a oportunidade de atuar como palestrante nos dois Cursos de Extensão, sob a coordenação e responsabilidade da Profa. Dra. Celeste Azulay Kelman, com organização do GEPeSS.

A inserção no referido Grupo, trouxe também outras oportunidades como: a publicação do capítulo A pesquisa colaborativa e a produção de instrumentos de avaliação: uma análise da parceria entre o professor especialista e da classe regular (ALMEIDA;

KELMAN, 2018) e do artigo Bilinguismo e Educação: práticas pedagógicas e formação de professores

4

(KELMAN; LAGE; ALMEIDA, 2015). Tais práticas de produção e escrita

3 Benefício interrompido a pedido da pesquisadora.

4 Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/5243871/revista-espaco/44

(25)

25

fizeram emergir a questão central deste estudo: Como a concepção de letramento deve/pode contribuir para a construção de práticas pedagógicas que potencializem o processo de aquisição da Língua Portuguesa, na modalidade escrita, por sujeitos surdos?

Foi a partir desta problematização que se estruturou a presente pesquisa, que tem como objetivos:

Objetivo geral:

• Analisar a concepção de letramento por parte dos professores participantes da pesquisa, e se essa concepção causa impacto nos processos de escolarização de educandos surdos.

Objetivos específicos:

• Acompanhar e analisar a produção científica em relação à área de letramento e alfabetização de alunos surdos na educação no cenário nacional;

• Verificar a concepção de letramento e alfabetização de surdos por professores participantes da pesquisa;

• Analisar a relação teoria/práticas pedagógicas de letramento e se de acordo com o relato dos participantes da pesquisa, essas contribuem para o desenvolvimento dos alunos surdos quanto ao letramento acadêmico em Língua Portuguesa;

• Discutir o processo de aquisição de segunda língua por sujeitos surdos e o seu impacto no desenvolvimento desses à luz da teoria sociohistórica, com foco no conceito de letramento.

Considerando esses objetivos e as referidas questões que busquei elucidar em relação à escolarização desses estudantes, foi desenvolvida a tese

5

sobre como a perspectiva de letramento deve/tem que contribuir para o desenvolvimento dos alunos surdos, adotando os pressupostos do estudo de caso múltiplo, bem como enfoque sociohistórico. Para tanto, elencamos alguns autores que colaboraram para abarcar a complexidade das questões propostas e das análises realizadas (GERALDI, 2014; ANDRADE, 2014; CORRÊA, 2011; KLEIMAN, 2009; SANTOS; MENDONÇA, 2007; SOARES; BATISTA, 2005).

5 Com financiamento parcial da CAPES.

(26)

26

Na pesquisa de campo, foram empregados dois procedimentos, a saber: entrevistas semiestruturadas com as docentes das unidades e a análise documental. Esta tese está organizada em cinco capítulos, como descreveremos a seguir:

O primeiro capítulo, “Pensando e investigando a aprendizagem da língua portuguesa por alunos surdos”, apresenta a trajetória do GEPeSS desde sua origem, bem como as atividades e as produções científicas realizadas em seu âmbito. A seguir, destacamos um levantamento realizado em três repositórios nacionais, que evidenciam o lugar ocupado pela área da surdez e o letramento em Língua Portuguesa para alunos surdos, na produção científica.

O segundo capítulo, “Letramento e alfabetização: tudo junto, misturado ou separado?”, apresenta a evolução dos conceitos de letramento e alfabetização, bem como os equívocos relacionados a ambos. Para tal, são referências autores como Geraldi (2014), Soares e Batista (2005) e Soares (1998, 2004).

O terceiro capítulo, "Pode até se letrado, mas não é alfabetizado", aborda questões ao processo de aquisição da Língua Portuguesa – como segunda língua - para alunos surdos em uma perspectiva de letramento, com foco em aspectos tais como a pedagogia e o letramento visual. Destacaremos também, a importância da utilização dos gêneros discursivos no processo de letramento, citando Kelman (2011)

6

, Gerardi, (2014), Lebedeff (2017) entre outros.

O quarto capítulo, "Caminhos percorridos” traz a luz reflexões sobre as contribuições da pesquisa qualitativa com enfoque sociohistórico para nosso estudo (GÓES, 2009; LAPLANE, 2014; 2015; dentre outros) . Em seguida, destacamos a abordagem teórico-metodológica utilizada e descrevemos o campo de investigação, os sujeitos participantes, bem como os procedimentos e instrumentos adotados para a sua realização e para a análise dos dados.

O quinto capítulo, “O ensino da língua portuguesa para alunos surdos; pensamentos, concepções com foco no letramento”, discorre sobre o pensamento e a concepção dos professores sobre o processo de aquisição da Língua Portuguesa, na modalidade escrita, por seus alunos, com base nos pressupostos sobre o conceito de letramento. Refletimos também sobre os suportes que seriam imprescindíveis para a produção textual realizada por esses sujeitos considerando as propostas de letramento acadêmico, que têm como foco o desenvolvimento da capacidade de elaboração de diferentes gêneros textuais (GERALDI, 2014).

Enfim, apresentamos as considerações finais, retomando as questões iniciais e os objetivos delineados para a realização deste trabalho. Enfatizamos os principais resultados

6 Disponível em: https://pt.slideshare.net/alexandrerosado/apresentao-celeste-kelman

(27)

27

apontados na pesquisa, bem como os desdobramentos do processo de autoanálise das práticas

pedagógicas realizada pelos próprios professores participantes após a conclusão da pesquisa de

campo. Destacamos ainda que consideramos a pesquisa relevante, uma vez que esta possa vir a

contribuir para a discussão e o avanço na produção do conhecimento sobre o processo

ensino/aprendizagem da Língua Portuguesa para alunos surdos sob a perspectiva de letramento.

(28)

28

1 PENSANDO E INVESTIGANDO A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA POR ALUNOS SURDOS

Investigar o processo de ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa para alunos surdos no Brasil pressupõe a necessidade de reconhecermos, que grande parcela desses alunos estuda em ambientes inclusivos e, portanto, está matriculada em classes regulares. Dessa grande parcela, muitos frequentam o serviço educacional que ocorre nas Salas de Recursos Multifuncionais, o chamado Atendimento Educacional Especializado - AEE. Nesse sentido, destacamos que o ideal de inclusão preconiza a necessidade de que os mesmos frequentem as classes regulares, expostos a práticas pedagógicas corretamente adaptadas, o que visa à garantia de acesso ao currículo comum.

No que tange ao ensino da Língua Portuguesa como segunda língua de falantes oriundos de outros países, entendemos que essa tarefa exige dos professores a realização de adaptações metodológicas, que viabilizem o processo de aprendizagem e deem significado à aquisição dessa língua. Vale a pena ressaltar, que o ensino de Língua Portuguesa para alunos estrangeiros ocorre em um ambiente oral auditivo, dado que são duas línguas faladas por pessoas ouvintes.

Isso não ocorre com o ensino de Língua Portuguesa para surdos, visto que são duas línguas usadas em ambientes distintos e de diferentes modalidades, ou seja, uma de modalidade já mencionada, oral auditiva e a outra de modalidade viso-espacial, a Língua de sinais. Portanto, no que se refere ao ensino da Língua Portuguesa para alunos surdos, pouco ainda se sabe sobre metodologias e práticas pedagógicas, que propiciem a esses indivíduos uma melhor aquisição da língua, de forma que dela se apropriem.

Lacerda (2002) propugna que, concernentemente ao atendimento educacional de alunos surdos, razões de ordem linguística e pedagógicas devem ser consideradas, pois de acordo com Felipe (1991), além da intermediação da Libras, também se faz necessária a elaboração de práticas educacionais adequadas às especificidades linguísticas desses alunos.

Apoiada na teoria sócio histórica de Vygotsky (1989), a pesquisa aqui realizada tem como objetivo geral analisar a concepção de letramento por parte dos professores participantes da pesquisa, e se essa concepção impacta os processos de escolarização de educandos surdos.

Ênfase será dada às contribuições geradas a partir da utilização da pedagogia visual (KELMAN,

2011), baseada em recursos imagéticos, no que se refere ao letramento acadêmico (GERARDI,

(29)

29

2014; FERNANDES

7

, 2008 e SOARES, 2004) de alunos surdos em Língua Portuguesa como segunda língua (L2).

Concernente à importância da elaboração e utilização de práticas diferenciadas direcionadas a alunos surdos em ambientes inclusivos, Kelman (2011) propugna a utilização da pedagogia visual baseada em recursos imagéticos que, segundo a autora, quando aliada ao bilinguismo, constitui-se na base para o desenvolvimento cognitivo desses educandos.

Corroborando com esta afirmação Pereira (2013, p. 112) destaca que:

A adoção da língua de sinais na educação trouxe contribuição adicional ao ensino da Língua Portuguesa para alunos surdos, uma vez que possibilitou tanto a ampliação de seu conhecimento de mundo, como permitiu o acesso ao conteúdo de textos, por meio da tradução para a língua de sinais.

Destacamos que a pedagogia visual é parte do que é denominado por Skliar (1999), de Pedagogia Surda, ou seja, a prática de elaboração de um currículo no qual as identidades, as línguas, os projetos educacionais, a história, a arte, as comunidades e as culturas surdas são abordados e compreendidos com foco na diferença, a partir do sentimento de pertencimento à comunidade surda. Sendo assim, o sujeito surdo passa a ser reconhecido em sua plenitude e não como deficiente. Portanto, a Pedagogia Surda não enfatiza o que falta em detrimento da cultura visual dos surdos em suas práticas, antes a valoriza.

Ressaltamos também que para que de fato ocorra a aquisição da Língua, diversos fatores precisam ser considerados. Dentre eles, termos a existência de um grupo de alunos surdos em um mesmo ambiente, de forma a favorecer o desenvolvimento e aquisição de conceitos científicos (VYGOTSKY, 1989) através do inter-relacionamento com seus pares. Lacerda (2002, p. 124) ressalta que “o fato de a criança surda não ter outros parceiros com domínio em língua de sinais nos parece um aspecto negativo. Um grupo de surdos poderia favorecer mais discussões em sinais e trocas de ideias sobre os conteúdos a partir da ótica da surdez”.

Em consonância com a afirmação acima, Stumpf (2005, p.144) destaca que a interação entre pares usuários da mesma língua proporciona experiências significativas, ou seja, momentos de aprendizagem, de compartilhamento de saberes em sala de aula, ao propugnar que “a escola é o espaço privilegiado que deve proporcionar a seus alunos surdos as situações necessárias a essas interações significativas, em língua de sinais, que darão início e continuidade a seus processos de aprendizagem”.

Outro fator fundamental para que ocorra a internalização da estrutura da Língua Portuguesa pelos alunos surdos está diretamente relacionado à perspectiva de letramento, ou

7 Disponível em: <http://www.fflch.usp.br/dlcv/lport/pdf/slp27/06.pdf>. Acesso em 10 mar. 2017.

(30)

30

seja, com base no trabalho com diferentes gêneros textuais. A esse respeito Pereira (2013, p.

113) ressalta que:

[...] a abordagem de ensino da Língua Portuguesa para os alunos surdos deve propiciar-lhes, desde cedo, situações de leitura, pois é desta forma que eles serão inseridos no funcionamento linguístico-discursivo da Língua Portuguesa e poderão se constituir como leitores e escritores. Para isso, os alunos surdos devem ler muito, até mais do que os ouvintes, já que a leitura se constitui como a principal fonte para o aprendizado da Língua Portuguesa.

Buscamos entender a essência de como o letramento em Língua Portuguesa, é trabalhado por professores que atuam com alunos surdos. Para tanto, apoiamo-nos nos estudos de Bakhtin (2003) sobre os gêneros discursivos, que explicitam que a origem dos diferentes gêneros está indiretamente relacionada às necessidades especificas de um campo de atividade e, que dessa forma, cada gênero primário dá origem a outros vários gêneros interligados. O autor afirma também que todo campo de atividade humana está interligado, devido ao fato de estarem todos também cunhados pela linguagem e seus modelos de atuação.

Destacamos que os dados construídos neste estudo serão analisados à luz dos estudos de Bakhtin (2003), bem como de outros autores (VYGOTSKY, 1989; MARCUSCHI, 2002a), que atribuem à linguagem papel fundamental no processo de aprendizagem, em meio ao ambiente cultural em que o sujeito se encontra inserido. No entanto, no que se refere ao trabalho com gêneros discursivos, os estudos de Bakhtin (2003) serão nosso principal referencial.

1.1 GEPESS: História e produção científica na área de surdez

A professora Celeste Azulay Kelman fundou o Grupo de Pesquisas e Estudos Sobre Surdez (GEPeSS) em 2011 e o coordena. A ideia de sua criação surge da necessidade e busca constante por conhecimento e aperfeiçoamento na área de surdez.

Tudo teve início durante a oferta do primeiro curso de extensão “Surdez, comunicação, educação e inclusão”, destinado a estudantes e profissionais vinculados ao tema, realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - campus Praia Vermelha.

Com a proximidade do encerramento das aulas, um grupo de alunos interessados pela

área de estudos solicitou juntamente à professora Celeste Azulay Kelman a possibilidade da

criação de um grupo de estudos que enfatizasse as discussões iniciadas no curso. A criação do

Grupo de Pesquisas e Estudos Sobre Surdez (GEPeSS) passou a integrar o Laboratório de

Pesquisa, Estudos e Apoio à Participação e à Diversidade em Educação (LaPEADE) da

(31)

31

Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Há quase dois anos ele faz parte do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.

Em 2012 e 2013, respectivamente, novas versões do curso de extensão foram oferecidas.

A versão “Dialogando com profissionais das escolas polo bilíngues do Rio de Janeiro”, foi direcionada exclusivamente à Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Com novos integrantes e com o ingresso de alunos na Pós-Graduação em Educação (PPGE), interessados na temática da surdez e na orientação da professora Celeste Azulay Kelman, os participantes do GEPeSS consideraram que além das reuniões de grupo de estudos, passariam também, a realizar pesquisas acadêmicas voltadas para surdez e educação, passando assim o GESS a utilizar a atual nomenclatura: “Grupo de Estudos e Pesquisas Sobre Surdez (GEPeSS)”.

Com o passar dos anos, novos participantes passaram a integrar o GEPeSS, a saber:

professores da Faculdade de Educação da UFRJ; profissionais de outras áreas ligadas ao atendimento de surdos, tais como fonoaudiólogos; doutorandos, mestrandos e alunos de graduação; colaboradores de diferentes municípios do Estado do Rio de Janeiro, como Teresópolis, Nova Iguaçu e Duque de Caxias; de outras instituições como a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), e finalmente da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro.

Entre os anos de 2011 e 2018, foram produzidos 28 trabalhos no âmbito do GEPeSS abordando diferente temas como: implante coclear, atuação do intérprete de Libras, educação inclusiva, prática docente, bilinguismo, políticas públicas, entre outros. Destacamos também que vários trabalhos se encontram em andamento.

O incentivo à produção científico-acadêmica também se tem feito presente através de três (03) projetos de pesquisa em andamento. A saber: 1) Atendimento Educacional Especializado para Crianças e Jovens Surdos no Instituto de Neurologia Deolindo Couto (coordenado pela professora Celeste Azulay Kelman); 2) Formação de educadores: inclusão, interculturalidade e inovação pedagógica em contextos interacionais de ensino superior (coordenado pela professora Monica Pereira Santos) e Educação e surdez: processos formativos, ensino e aprendizagem, sendo este o lócus de elaboração desta tese e também coordenado pela professora Celeste Azulay Kelman.

Com reuniões quinzenais, o Grupo de Pesquisa e Estudos Sobre Surdez além de

compartilhar apresentações de trabalhos expostos em eventos, também promove a realização

de debates abordando assuntos de interesse do grupo. Anualmente, duas importantes atividades

são realizadas pelo grupo, são essas: a oferta anual de uma nova edição do curso de extensão, e

(32)

32

o evento "Surdez em Foco", que sempre conta com a participação de palestrantes de referência na área de surdez.

O ano de 2018 pode ser considerado um dos mais importantes para o Grupo de Pesquisa e Estudos Sobe Surdez (GEPeSS), pois demarca duas importantes conquistas para o grupo. São elas: o fato de se tornar parte do o Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (DGP/CNPq), e também, a publicação de seu primeiro livro intitulado: “Surdez: Comunicação, Educação e Inclusão

8

.

No que tange à educação de surdos, ressaltamos que, nas últimas décadas, a produção científica direcionada à aprendizagem desses sujeitos, tem alcançado espaço significativo nas pesquisas acadêmicas (ROCHA, 2018). Este fato é exemplificado pela autora através do quadro a seguir:

Quadro 01: Número de trabalhos por categorias de deficiências Resultados de pesquisa exploratória OBEE analisando anais de eventos

Eventos XII Jornada de Educação Especial Ciência e Conhecimento em Educação Especial - UNESP - Marília 2014

VI Seminário Nacional sobre Educação e Inclusão Social de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais - Natal 2014

VI Congresso Brasileiro de Educação Especial CBEE – UFSCar – São Carlos 2014

I Congresso Internacional de Educação Especial e Inclusiva

XIII Jornada de Educação Especial – Desenhos contemporâneos da Educação Especial e Inclusiva: Fundamentos, Formação e Práticas - UNESP - Marília 2016

VII Seminário Nacional sobre Educação e Inclusão Social de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais - Natal 2016.

VII Congresso Brasileiro de Educação Especial CBEE –UFSCar – São Carlos 2016

Total de trabalhos analisados: 2.796 Número de trabalhos que mencionam as deficiências Deficiência

Intellectual

Deficiência auditiva/surdez

Deficiência visual

Transtornos globais do desenvolvimento

Deficiência Múltipla

402 427 290 232 71

Fonte: elaborado com base nos estudos de Rocha (2018)

Todavia, mesmo que haja um maior quantitativo de pesquisas destinadas à área da surdez, se comparada a outas deficiências, entendemos que o número de estudos na área de práticas pedagógicas destinadas a alunos surdos é considerado incipiente (ALMEIDA, 2014;

RAMOS; ZANIOLO, 2014). Para ilustrar tal alegação, apresentaremos a seguir três estudos

8 Disponível em: https://editoracrv.com.br/produtos/detalhes/33553-crv

(33)

33

que tiveram foco, as práticas pedagógicas utilizadas no processo ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa como L2, sob a perspectiva de letramento. Os levantamentos a que nos referimos, foram realizados respectivamente no banco de dados da SciELO, em todos os arquivos disponíveis online da Revista Espaço e finalmente no Banco de Teses da CAPES.

1.2 O lugar da surdez e do ensino de língua portuguesa a luz da perspectiva de letramento para alunos surdos, na produção científica

Visando encontrar o lugar ocupado pela aprendizagem de alunos surdos na produção acadêmica nacional, fizemos um levantamento bibliográfico no banco de dados da SciELO . Nossa busca visou obter um panorama dos estudos realizados sobre as práticas de letramento, e o ensino da Língua Portuguesa no processo ensino/aprendizagem de alunos surdos .

Para tanto, foi utilizada a combinação dos seguintes descritores

9

: letramento; surdez;

deficiência auditiva; surdo e língua portuguesa. Dessa forma, não estabelecemos um período para o levantamento, pois entendemos que as discussões relacionadas ao tema “letramento de alunos surdos” são ainda muito recentes Foram encontrados apenas seis (06) artigos que foram analisados de acordo com cinco categorias, a sabe r : Número de artigos produzidos; área de conhecimento; instituições de origem, tipos de estudos mais utilizados nos trabalhos identificados, sujeitos das pesquisas e finalmente a análise dos artigos sobre o ensino e na aprendizagem da Língua Portuguesa na perspectiva de letramento, por nós considerados relevantes.

No quadro

10

a seguir, estão expressos resultados obtidos:

9 Ressaltamos que houve variação nos descritores utilizados para a realização dos estudos. Isso se deve ao fato de que na utilização dos mesmos descritores não obtivemos os resultados esperados, ou seja, ampliamos, reduzimos e alternamos os descritores de forma a obter o maior número de trabalhos ou artigos presentes em cada banco de dados investigado.

10 O estudo contemplou ainda a categoria análise de artigos sobre o ensino e na aprendizagem da Língua Portuguesa que apresentaremos fora do quadro.

(34)

34

Quadro 02: Categorias de análise adotadas Ano de

publicação

Autor Área de

conhecimento

Origem Tipo de estudo Sujeitos da pesquisa

2006 BANDINI;

OLIVEIRA;

SOUZA.

Fonoaudiologia UNCISAL11 Relato de pesquisa na aplicação de

testes

07 crianças com idades entre 6.5 e

7.3 anos 2008

SCHEMBERG Ciências

Biológicas da Saúde

UTP12

Relato de pesquisa na realização de entrevistas com

os pais e questionários aos professores.

12 professores do ensino regular e

12 pais

2009 SCHEMBERG;

GUARINELLO;

SANTANA.

Fonoaudiologia UTP Relato de

pesquisa baseado na realização de entrevistas com

os pais e questionários aos professores

12 professores do ensino regular e

12 pais

2009 GUARINELLO;

BERBERIAN;

SANTANA;

BORTOLOZZI;

SCHEMBERG;

FIGUEIREDO.

Fonoaudiologia UTP Relato de

pesquisa Baseado na aplicação de

textos

Vinte surdos inseridos em diferentes

cursos de Graduação

2014 SILVA Educação UFMG Pesquisa de

cunho etnográfico

Sete alunos, de classe bilíngue do

9º ano do Ens. F

2015 AZEVEDO;

GIROTO;

SANTANA.

Educação Especial

UNESP E UFSC

Revisão de Literatura

Revista Brasileira de Educação

Especial Fonte: Quadro elaborado pela autora.

No que concerne ao período analisado (1998 a 2019), as autoras destacam que apesar da homologação do decreto 5.626/2005 (BRASIL, 2005), que tornou obrigatório o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua (L2) para alunos surdos, bem como enfatizou a observância das especificidades linguísticas atribuídas à produção escrita destes, o número de pesquisas na área destacada ainda é considerado incipiente.

Os dados por nós obtidos corroboram com as afirmações de Gongorra, Almeida, Kelman e Angeli (2014), ao analisarem as produções disponíveis no banco de dados SCIELO- Brasil (Scientific Eletronic Library Online), sobre o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para alunos surdos. As autoras destacam, que apenas nove entre os trinta e quatro artigos

11 Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas.

12 Universidade Tuiuti do Paraná.

(35)

35

presentes no banco de dados da SciELO eram direcionadas à análise da produção escrita da Língua Portuguesa por alunos surdos, dentre os quais apenas um (01) apresentava práticas pedagógicas que poderiam ser utilizadas para o ensino da L2.

Quanto à área de produção de conhecimento relacionada a cada artigo, distribuídos em quatro áreas distintas, os dados ressaltam um maior quantitativo de pesquisas abordando a temática pesquisada – Letramento – pertencem à área de Fonoaudiologia, seguido por Educação, Educação Especial e Ciências Biológicas.

Destacamos também as instituições de origem das produções (06) no qual o estado do Paraná figura com maior número de produções, ou seja, três artigos, sendo todos oriundos da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) em Curitiba. Um dos artigos tem como origem a UNESP em São Paulo e a UFSC em Santa Catarina, sendo está a primeira instituição a oferecer o Curso de Letras/Língua Brasileira de Sinais a nível superior no Brasil (na modalidade presencial e na modalidade EAD), tendo como coordenadora a Prof. Dra. Ronice Müller de Quadros, que atua como professora e pesquisadora do CNPq na referida instituição.

Os tipos de estudo constituem a quarta categoria eleita. Os dados apresentados destacaram Estudo Descritivo ou Relato de Pesquisa como o mais utilizado, ou seja, em quatro (04) artigos, seguido de estudo etnográfico utilizado em um (01) artigo e a Pesquisa Bibliográfica/Pesquisa Documental também utilizado em um artigo (01). O artigo ao qual nos referimos: “Produção Científica na Área da Surdez: Análise dos Artigos Publicados na Revista Brasileira de Educação Especial no Período de 1992 a 2013” trata-se de um levantamento, realizado por Azevedo; Giroto; Santana (2015) que teve como objetivo mapear a produção científica sobre o tema “surdez”, publicada na Revista Brasileira de Educação Especial, desde sua criação, em 1992, até 2013.

As autoras ressaltam a presença de 49 artigos que constituíram a amostra do estudo realizado e a organização desses em temas voltados para a surdez, de acordo com o predomínio do assunto ou o enfoque dado pelas mesmas, nos quais são descritos sucintamente, as características principais de cada um dos temas evidenciados.

O tema que nos chamou atenção foi denominado pelas autoras como Letramento e surdez. A esse foram atribuídos 13 artigos, que apresentaram reflexões sobre os variados aspectos do processo de apropriação da Língua Portuguesa, em sua modalidade escrita, como segunda língua (L2), por “pessoas com surdez”

13

. Os artigos abordaram aspectos como técnicas

13 Te

r

mo utilizado pelas autoras que caiu em desuso.

(36)

36

e avaliações, tendo sido o tema letramento considerado por Azevedo, Giroto e Santana (2015) como o tema mais recorrente.

Todavia, realizando uma leitura dos textos a que se referem as autoras, podemos afirmar

que as abordagens de letramento feitas nos textos não correspondem à perspectiva por nós

adotada, ou seja, o letramento acadêmico (GERARDI, 2014), que tem como foco o

desenvolvimento das habilidades de produção escrita dos diferentes gêneros textuais, e que se

constituiu na base de nossos estudos. De modo a ilustrar nossa afirmação, o quadro a seguir

apresenta a abordagem feita pelos 13 autores e seus respectivos textos citados por Azevedo,

Giroto e Santana (2015):

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