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A produção científica da enfermagem na perspectiva da representação social: Brasil, 1975-2001.

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A PRODUÇÃO CI ENTÍ FI CA DA ENFERMAGEM NA PERSPECTI VA DA

REPRESENTAÇÃO SOCI AL. BRASI L, 1 9 7 5 - 2 0 0 1

Ser gio Cor r êa Mar ques1 Mar ia Ant oniet a Rubio Ty r r el2 Denize Cr ist ina de Oliv eir a3

O pr esen t e est u do obj et iv ou : lev an t ar os qu an t it at iv os de t eses e disser t ações de en f er m agem do per íodo ent r e 1 9 7 5 e 2 0 0 1 , com abor dagem das r epr esent ações sociais ( RS) , car act er izar as pr oduções em r elação à in st it u ição de or igem , às r egiões do país, aos su j eit os dos est u dos e obj et os de r epr esen t ação, agrupar nas cat egorias t em át icas e linhas de pesquisa em enferm agem . Os dados foram colet ados do cat álogo d o Cen t r o d e Est u d os e Pesq u isas em En f er m ag em d a Associação Br asileir a d e En f er m ag em . O r esu lt ad o ev id en ciou 1 3 1 est u d os com su p or t e d as RS, or ig in ad os em 1 9 9 0 , com m aior p r od u ção n o an o d e 2 0 0 0 , pr incipalm ent e na Região Sudest e ( 83,1% ) . Regist r ou- se 145 suj eit os, os obj et os m ais com uns são “ doença” , “ pr ocesso saúde- doença” , “ pr át ica pr ofissional do enfer m eir o” e o “ cuidar ” . Na cat egor ização t em át ica, a ár ea assist en cial é a qu e r eú n e a m aior qu an t idade de pesqu isas. Em su m a, a en f er m agem v em pr ocu r an do se ap r op r iar d esse r ef er en cial t eór ico- m et od ológ ico n a f u n d am en t ação e g u ia d e p ar t e d a p r od u ção d o seu con h ecim en t o.

DESCRI TORES: pesqu isa em en fer m agem ; classificação; m ét odos

SCI ENTI FI C NURSI NG PRODUCTI ON FROM THE PERSPECTI VE OF SOCI AL

REPRESENTATI ON. BRAZI L, 1 9 7 5 -2 0 0 1

This st udy aim ed t o: sur v ey t he num ber of nur sing t heses and disser t at ions pr oduced bet w een 1975 and 2001 wit h a social represent at ion approach ( RS) ; charact erize t he product s wit h regard t o t he inst it ut ion of origin, count ry region, st udy subj ect s and represent at ion obj ect s; t o group in t o t hem e cat egories and research lines in nur sing. The dat a w er e collect ed fr om t he Cent er of St udies and Resear ch in Nur sing at t he Br azilian Nursing Associat ion. The result evidenced 131 st udies wit h RS support , originat ed in 1990, wit h higher product ion in t he year 2000, m ainly in t he Sout h East ( 83.1% ) . I t regist ered 145 subj ect s; t he m ost com m on obj ect s are “ d isease” , “ h ealt h - d isease p r ocess” , “ n u r ses’ p r of ession al p r act ice” an d “ car e d eliv er y ” . I n t h e t h em at ic cat egor izat ion , t h e car e ar ea j oin s t h e gr eat est qu an t it y of st u dies. I n sh or t , n u r sin g h as been seek in g t o appropriat e it self of t his t heoret ical- m et hodological fram ew ork as t he basis and guide for part of it s know ledge p r od u ct ion .

DESCRI PTORS: nur sing r esear ch ; classificat ion; m et hods

LA PRODUCCI ÓN CI ENTÍ FI CA DE LA ENFERMERÍ A EN LA PERSPECTI VA DE LA

REPRESENTACI ÓN SOCI AL. BRASI L, 1 9 7 5 -2 0 0 1

Est e est u dio obj et iv ó: in v en t ar iar el n ú m er o de t esis y diser t acion es de en f er m er ía del per íodo de 1975 a 2001 con aproxim ación de las represent aciones sociales ( RS) ; caract erizar las producciones con relación a la inst it ución de or igen, a las r egiones del país, a los suj et os de los est udios y obj et os de r epr esent ación; r eunir en las cat egor ías t em át icas y lineas de inv est igación en enfer m er ía. Los dat os fuer on r ecolect ados del cat álogo del Cent r o de Est udios y Pesquisas en Enfer m er ía/ Asociación Br asileña de Enfer m er ía. El r esult ado ev iden ció 1 3 1 est u dios con sopor t e de las RS, pr odu cidos desde 1 9 9 0 , con m ay or pr odu cción en el añ o de 2 0 0 0 , pr in cipalm en t e en la Región Su dest e ( 8 3 , 1 % ) . Se r egist r ar on 1 4 5 su j et os; los obj et os m ás com u n es fu er on “ en fer m edad” , “ pr oceso salu d- en fer m edad” , “ pr áct ica pr ofesion al del en fer m er o” y el “ cu idar ” . En la cat egorización t em át ica, el área de at ención es el que reúne el m ayor núm ero de invest igaciones. En resum en, la Enferm ería busca apropiarse de est e referencial t eórico y m et odológico en el em basam ient o y guía de part e de la pr oducción de su conocim ient o.

DESCRI PTORES: in v est igación en en fer m er ía; clasificación ; m ét odos

(2)

I NTRODUÇÃO

N

a e n f e r m a g e m b r a si l e i r a , a p r o d u çã o científica não se constituiu em foco especial de atenção por par t e das enfer m eir as, per m anecendo lat ent e, t ant o na sua form ação com o na prát ica profissional, por várias décadas. Tom ou im pulso a partir de m eados d a d écad a d e 7 0 co m as p esq u i sas o r i u n d as d o p r i m e i r o cu r so d e p ó s- g r a d u a çã o s t r i c t o s e n s u

( m est rado) da Escola de Enferm agem Anna Nery da Un i v e r si d a d e Fe d e r a l d o Ri o d e Ja n e i r o( 1 - 2 ). Post eriorm ent e, out ros program as de pós- graduação de carát er st r ict o sensu foram im plem ent ados, com o o Program a I nterunidades, em nível doutorado, pelas Escolas d e En f er m ag em d a Un iv er sid ad e d e São Pa u l o , f o r t a l e ce n d o a co n st r u çã o d o sa b e r d a en f er m agem e f om en t an do o desen v olv im en t o da pesquisa de form a regular( 3).

É im por t an t e r essalt ar qu e a ev olu ção da pesquisa em enferm agem vem encontrando apoio não só nos pr ogr am as de pós- gr aduação, m as t am bém dos órgãos de classe da profissão, especialm ent e da Asso ci a çã o Br a si l e i r a d e En f e r m a g e m ( ABEn ) e t am b ém d os ór g ãos d e f om en t o d a at iv id ad e d e pesquisa, com o a Coor denação de Aper feiçoam ent o de Pessoal de Nível Superior ( CAPES) e o Conselho Nacional de Desenvolvim ent o Cient ífico e Tecnológico ( CNPq) .

Se , p o r u m l a d o , p o r r a zõ e s h i st ó r i ca s, políticas, ou sociais, a enferm agem tardou a se inserir na prát ica da pesquisa cient ífica, por out ro, verifica-se avanço progressivo e constante na experim entação e i n co r p o r a çã o d e m o d el o s e m et o d o l o g i a s q u e m elhor se adequam à análise dos seus obj et os de inv est igação.

At é 1984, as pesquisas em enferm agem no Br asil, acom panhando os par adigm as cient íficos da ép oca, er am or ien t ad as p elo p osit iv ism o, o q u al p r i v i l e g i a a m e n su r a çã o e co m p a r a çã o d o s f en ô m en o s, a o b j et i v i d ad e d as o b ser v açõ es e a ausência ou lim it ação nas análises explicat ivas( 2), ou sej a, o pr edom ínio da abor dagem quant it at iv a com ênfase na descrição dos fat os e na padronização dos p r o ce d i m e n t o s. No i n íci o d a d é ca d a d e 8 0 , f o i o b ser v a d o o i n t er esse p el o d esen v o l v i m en t o d e pesquisas, em pregando out ras orient ações filosóficas e paradigm áticas, com o a dialética e a fenom enologia, q u e v i sa m “ a p r e e n d e r o sa b e r e a p r á t i ca d a e n f e r m a g e m co m o h i st ó r i co s e a r t i cu l a d o s a form ações sociais concret as”( 2).

I sso evidencia a percepção da enferm agem de que as quest ões relacionadas ao processo saúde-doença envolvem aspectos históricos e sociais, dando i n íci o a u m a t r a j e t ó r i a d e d i st a n ci a m e n t o d o s p ar ad ig m as d a ár ea b iom éd ica e d e ap r ox im ação àqueles da ár ea das hum anidades. Esse cam po de est udo passou a ex per im ent ar abor dagens t eór ico-m et odológicas inov ador as, que se aj ust av aico-m a uico-m obj et o t ão vast o e diversificado quant o “ o cuidar no pr ocesso saúde- doença”.

Essa s o b se r v a çõ e s a p o n t a m p a r a o p r e d o m ín i o a t u a l n a á r e a d a e n f e r m a g e m d e pesqu isas or ien t adas por r efer en ciais t eór icos das ciências hum anas e sociais, t ais com o a psicologia social e a sociologia, o qu e r efor ça a h ipót ese de ocorrência de m udança do paradigm a ut ilizado nessa área. Essa t endência culm inou, nas décadas de 80 e 90, com a busca e incorporação de diferentes teorias, com o a Teor ia d e Rep r esen t ações Sociais, a q u al e n co n t r o u e sp a ço f e cu n d o n o ca m p o d a enfer m agem( 4).

Al g u n s en f er m ei r o s v êm se d ed i ca n d o à análise das produções cient íficas da enferm agem ao longo dos anos, abordando diferentes aspectos: áreas nas quais as pesquisas são desenvolvidas, m arco de r e f e r ê n ci a e a co n t r i b u i çã o p a r a o co r p o d e con h ecim en t os da en f er m agem( 5 ), classif icação da produção cient ífica de acordo com o m ét odo adot ado para det erm inar as fases at ingidas pela invest igação n a e n f e r m a g e m( 6 ) e , a i n d a , p a r a a n a l i sa r o con h eci m en t o em en f er m ag em e cl assi f i cá- l o d e acor d o com d et er m in ad as ár eas d e in t er esse d a pesquisa ( 7).

Esses e ou t r os t r ab alh os com p r op ósit os se m e l h a n t e s m o st r a m - se r e l e v a n t e s, p o i s evidenciam , sob diferent es aspect os, com o o cam po da enfer m agem v em se apr opr iando de t eor ias de ou t r as ár eas do con h ecim en t o, ev iden cian do esse p r ocesso d e r et r ad u ção n a p r od u ção cien t íf ica, e perm it indo ainda vislum brar as t endências fut uras do cam po.

(3)

r ep r esen t ações sociais, car act er izar as p r od u ções cien t íf icas em r elação à in st it u ição de or igem , às regiões do país, aos suj eit os de est udo e obj et os de r epr esen t ação, agr u par os est u dos n as cat egor ias t em át icas e linhas de pesquisa em enferm agem dos Pr ogr am as de Pós- Gr aduação.

Cabe dest acar que a enfer m agem , at r av és das Oficinas de Coor denador es de Pós- Gr aduação, pr om ov idas pela CAPES/ CNPq, env idou esfor ços no sen t ido de est abelecer u m a pr opost a de esqu em a classificat ório da produção cient ífica que favorecesse a co n so l i d a çã o d a s l i n h a s e d a s p r i o r i d a d e s d e pesquisa em enferm agem . Esse esquem a “ serve de ‘t ipologia classificat ór ia’ fundam ent al à or dem dos conhecim ent os pr oduzidos. No plano da const r ução cient ífica serve de est rut ura ao arranj o do cor pus da en f er m agem br asileir a”( 8 ). No en t an t o, é pr eciso dest acar que esse esquem a m erece ser subm et ido à experiência para avaliar a sua confiabilidade( 9).

O conceito de representação social pode ser obser v ado em div er sas ár eas de conhecim ent o das ciên cias h u m an as e sociais com o a sociolog ia, a antropologia, psicologia social, história e a filosofia, que apr esent am nuances em suas esfer as de dom ínio, par t icu lar m en t e n as con cepções gr u pais e sociais adotadas, e tam bém na form a de identificar os objetos de representação em determinado contexto social. Nessa medida, ficou inviabilizada a pretensão de identificar sob quais perspectivas teóricas as produções da enfermagem foram realizadas, um a vez que, de todas as produções analisadas, som ente dezoito registraram explicitam ente nos resum os que desenvolveram o estudo no contexto da abordagem psicossocial. As dem ais não registram a sua filiação teórica.

METODOLOGI A

Trat a- se de est udo explorat ório e descrit ivo, com abordagem quant it at iva, cuj as font es de dados foram os cat álogos de I nform ações sobre Pesquisa e Pesquisadores em Enferm agem do Centro de Estudos e Pesquisas em Enferm agem ( CEPEn) , da Associação Brasileira de Enferm agem ( ABEn) . Utilizou- se a edição em CD- room , que reúne os volum es 1 a 18, relativos ao período de 1979 a 2000, e a versão im pressa do v olum e XI X, edit ado em 2001. For am consult ados os resum os de t eses e dissert ações defendidas nos program as de pós- graduação st rict o sensu, relat ivos

ao período ent re 1975 e 2001.

I nicialm ente, procedeu- se à leitura dos 2.642 resum os contidos nas referidas publicações, buscando

fazer o r ast r eam ent o das pr oduções que adot ar am as represent ações sociais no seu referencial t eórico-m et od ológ ico. A colet a d e d ad os f oi r ealizad a n o período de agost o a out ubro/ 2004.

A análise dos dados consistiu na quantificação e apresent ação em t abelas das seguint es cat egorias: m odalidade de produção, instituição, período, suj eitos do est udo, obj et os de represent ação, dist ribuição por cat egoria t em át ica e linhas de pesquisa.

DESCRI ÇÃO E ANÁLI SE DOS RESULTADOS

Dos 2.642 resum os de t eses e dissert ações publicados pelo CEPEn/ ABEn, no período ent re 1975 e 2 0 0 1 , f o r a m i d en t i f i ca d a s 1 3 1 p r o d u çõ es q u e utilizaram a representação social com o aporte teórico e/ ou m etodológico, o que corresponde a 5% do total dessas produções cient íficas da enferm agem .

Ob se r v a - se , n a Ta b e l a 1 , q u e , d e sse q u a n t i t a t i v o , a m a i o r i a ( 7 1 , 7 % ) r e f e r e - se a dissertações e apenas 28,3% a teses, sendo que um a delas é de livre- docência.

Tabela 1 - Distribuição das pesquisas em enferm agem por m odalidade de produção. Brasil, 2004

o ã ç u d o r p e d o p i

T f %

e s e

T 37 28,3

o ã ç a t r e s s i

D 94 71,7

l a t o

T 131 100

O Br a si l p o ssu i 2 7 Pr o g r a m a s d e Pó s-Graduação st rict o sensu em enferm agem , sendo que,

(4)

s e õ ç i u t i t s n I

o n i s n e e d

s o n A

f %

0

9 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01

J R F U / N A E

E - - 01 - 01 05 09 07 06 04 05 - 38 29,0

o t e r P o ã r i e b i R / P S

U 01 - - - - 02 03 05 07 03 04 01 26 19,8

o l u a P o ã S / P S

U - - 01 01 01 - 01 02 04 07 06 01 24 18,3

O I R I N

U 01 - - - 01 - 02 01 01 02 07 - 15 11,4

C S F U / . f n E . t p e

D - 02 - - 01 - - - 03 01 - - 07 5,3

á r a e C . d e F .

U - - - 02 - - 01 01 02 06 4,6

a b í a r a P . d e F .

U - - - 01 - - - 02 01 04 3,1

a i h a B . d e F .

U - - - 02 02 04 3,1

o l u a P o ã S . d e F .

U - - - 02 - - 02 1,5

s i a r e G s a n i M . d e F .

U - - - 01 01 02 1,5

o l u a P o ã S / C U

P - - - 01 - - - 01 0,8

a s o ç i V . d e F .

U - - 01 - - - 01 0,8

a il í s a r B . v i n

U - - - 01 - 01 0,8

l a t o

T 02 02 03 01 04 08 18 15 21 20 29 08 131 100

Tabela 2 - Produções de enferm agem que se fundam entam no conceito de representação social, por instituição e cronologia. Brasil, 2004

Na Tabela 2 verifica- se que as pesquisas que se f u n d a m e n t a m n a p e r sp e ct i v a t e ó r i ca d a r epr esent ação social, r egist r adas nos cat álogos do CEPEN, t i v e r a m i n íci o e m 1 9 9 0 , a p r e se n t a n d o a u m e n t o p r o g r e ssi v o a o l o n g o d o s a n o s, principalm ente a partir de 1995, com pequena queda e m 1 9 9 7 , se n d o r e g i st r a d o m a i o r n ú m e r o d e pr odu ções em 2 0 0 0 ( 2 9 t r abalh os) . No an o 2 0 0 1 ob ser v a- se r ed u ção acen t u ad a d os t r ab alh os, n o ent ant o, supõe- se que t al ocorrência sej a result ant e do at raso no envio dos resum os ao CEPEn, quando d a co n cl u sã o d o v o l u m e XI X. Essa a f i r m a t i v a é r efor çada pela const at ação de que, nessa edição, est ão cat alogadas 3 6 0 r esu m os de pr odu ções em 2000 e apenas 89 em 2001, o que, cert am ent e, não reflet e o t ot al de produções nesse ano, m arcando a defasagem de publicações.

Os p r o g r a m a s d e p ó s- g r a d u a çã o s t r i c t o sensu que desenvolveram dissert ações e t eses com m ais freqüência nessa perspectiva foram os da Escola de Enferm agem Anna Nery - ( EEAN/ UFRJ) , responsável por 29% das pr oduções, da Escola de Enfer m agem d e Rib eir ão Pr et o d a USP ( 1 9 , 8 % ) , d a Escola d e En f e r m a g e m d a USP/ Sã o Pa u l o ( 1 8 , 3 % ) e d a Universidade do Rio de Janeiro - UNI RI O - ( 11,4% ) . D e n t r e a q u e l a s q u e t i v e r a m m e n o r n ú m e r o d e pr odu ções dest acam - se a Pon t if ícia Un iv er sidade Cat ólica de São Pau lo, a Un iv er sidade Feder al de Viçosa e a Universidade de Brasília, com percent ual de 0,8% cada.

Con v ém dest acar qu e n essas t r ês ú lt im as inst it uições os Program as de Pós- Graduação não são d a á r e a d a e n f e r m a g e m , n o e n t a n t o , co m o a s produções dos enferm eiros const am no cat álogo do CEPEN, font e dos dados desse est udo, considerou- se convenient e não excluí- las.

Esse r esu lt ad o t am b ém ev id en cia q u e os p r o g r a m a s q u e t i v e r a m m a i o r p r o d u çã o e st ã o localizados na Região Sudest e do País, a qual cont a co m m ai o r n ú m er o d e p r o g r am as, co n t r i b u i n d o , co n se q ü e n t e m e n t e , p a r a co n ce n t r a r o m a i o r p er cen t u al d o t o t al d e t r ab al h o s ( 8 3 , 1 % ) n essa Região, em det rim ent o das out ras.

Em bora das t reze inst it uições que int egram o pr esent e est udo, oit o sej am da Região Sudest e, esse d ad o n ão j u st if ica, p or si só, a p osição d e d e st a q u e d e ssa r e g i ã o . Co n f o r m e d e scr i t o an t er ior m en t e, as q u at r o in st it u ições com m aior percentual de produção, não só foram pioneiras, com o t a m b é m co n t i n u a r a m a p r o d u zi r r e g u l a r m e n t e pesquisas apoiadas pelo referencial das RS ao longo do per íodo est udado. Esse m ov im ent o ocor r eu em m en or escala n as d em ais in st it u ições d a m esm a Região e não é observado nas outras Regiões do País. A Região Nort e não possui cursos de pós- graduação

st rict o sensu, o que explica a ausência de produções nessa r egião.

É i n t e r e ssa n t e o b se r v a r q u e a p o r t a d e en t r ad a d as r ep r esen t ações sociais n o Br asil, n a per spect iv a da psicologia social, o Nor dest e, m ais pr ecisam ent e o Est ado da Par aíba, não foi o local onde os pr ogr am as de pós- gr aduação st r ict o sen su

de enferm agem t iveram o seu prim eiro cont at o com essa abordagem t eórica, haj a vist a que som ent e em 1996 surgiram nest a região as prim eiras pesquisas, sendo um a na Universidade Federal da Paraíba ( UFPA) e du as n a Un iv er sidade Feder al do Cear á ( UFCE) . Con t u do, depois da Região Su dest e é a qu e m ais regist rou produção ( 10,8% ) .

(5)

1982, por int erm édio da Profª Ângela Arruda, que a co n v i d o u p ar a m i n i st r ar u m cu r so , em Cam p i n a Gr ande/ PA, sobr e m et odologia das r epr esent ações sociais, e assessor ar na elabor ação de um pr oj et o sobre saúde m ent al e som át ica no Núcleo de Ciência e Tecnologia da Univ ersidade Federal da Paraíba( 11).

O i n íci o d a d i f u sã o d a Te o r i a d e Representação Social no Brasil, bem com o o interesse desper t ado nas difer ent es ár eas do conhecim ent o, inclusiv e na enfer m agem , e a fase de consolidação desse cam po de est udos foram aspect os analisados e m u m a p e sq u i sa q u e o b j e t i v o u ca r a ct e r i za r a produção nacional sobre representações sociais, entre o s a n o s 1 9 8 8 e 1 9 9 7 , a t r a v é s d e f o n t e s docum entais( 11). Nesse estudo, os autores observaram crescim ento contínuo de pesquisas na área da saúde, em especial no âm bit o da enfer m agem e da saúde colet iv a, pr in cipalm en t e a par t ir de 1 9 9 2 . Den t r o, especificam ent e, do cam po da saúde, a enferm agem ap r esen t ou a m aior con t r ib u ição ( 4 8 , 1 % ) , o q u e ev idencia o gr au de im por t ância at r ibuído por essa á r e a d o co n h e ci m e n t o n a a p r o p r i a çã o d e sse r efer encial t eór ico.

Co n si d e r a n d o q u e o co n ce i t o d e r ep r esen t ação social p od e ser en t en d id o com o a reprodução m ent al de algum a coisa, o dar form a ou significado a algo elaborado m ent alm ent e, ou, ainda, com o “um ato do pensam ento pelo qual um sujeito se reporta a um objeto”(12), sendo, portanto, fruto de um a atividade m ental de um indivíduo acerca de um objeto, as possibilidades de u t ilização desse con ceit o são am p las. I sso p er m it e in ú m er as p ossib ilid ad es d e apropriação, tanto no nível dos indivíduos, quanto dos grupos sociais, especialm ent e quando o obj et o a ser representado guarda relação social com o seu contexto de vida. Esse pressupost o básico das represent ações sociais m otivou a investigação sobre quais grupos de indivíduos têm sido o foco de interesse dos estudos de enferm agem nessa perspect iva t eórica.

Tabela 3 - Suj eit os dos est udos das pr oduções de e n f e r m a g e m q u e se f u n d a m e n t a m n a s represent ações sociais. Brasil, 2004

s o t i e j u

S f %

s o r i e m r e f n

E 37 25,5

s e r e h l u

M 25 17,3

s e t n e i c a

P 19 13,1

m e g a m r e f n e e d s e r o s s e f o r

P 11 7,6

m e g a m r e f n e e d s i a n o i s s if o r

P 10 6,9

s e t n e c s e l o d a e s a ç n a i r

C 10 6,9

s e r o d a d i u c e s e r a il i m a

F 09 6,2

s e t n a d u t s

E 06 4,1

e d ú a s e d s i a n o i s s if o r

P 06 4,1

s o i r á t i n u m o c s o p u r

G 05 3,4

s e r o d a h l a b a r

T 03 2,1

) s a g o r d e d s o i r á u s u , s o s o d i , s n e m o h ( s o r t u

O 04 2,8

l a t o

T 145 100,0

Os dados da Tabela 3 m ostram que, nas 131 p esq u isas, f or am id en t if icad os 1 2 cat eg or ias d e suj eitos, cuj a freqüência total corresponde a 145. I sso revela que algum as pesquisas, possuem m ais de um t ipo de suj eit o. Os enfer m eir os apar ecem com o os m ais freqüent es nas pesquisas, t ant o com o cat egoria isolada ( 25,5% ) com o inseridos em outras categorias com o “ docent es de enfer m agem ”, “ pr ofissionais de enfer m agem ” e “ pr ofissionais de saúde”. Um out r o asp ect o r ev elad o p or essas cat eg or ias é q u e os p r o f i ssi o n a i s d e sa ú d e, em esp eci a l a q u el es d a enfer m agem , t êm sido pr iv ilegiados nas pesquisas dos enferm eiros, pois, agregados, correspondem a 44,1% dos suj eit os.

Os docent es de enfer m agem const it uír am -se com o foco de at enção dessas pr oduções, t endo apresent ado a quart a m aior freqüência, m ot ivo pelo qual opt ou- se por m ant ê- los dest acados do grupo de en fer m eir os. Obser v a- se, por t an t o, o in t er esse da análise na form ação de profissionais de enferm agem , a part ir da incorporação psicossocial desses suj eit os, bem com o das suas prát icas.

Ap ó s o s e n f e r m e i r o s, a s m u l h e r e s e o s pacientes são os suj eitos que vêm se destacando nas pesquisas, com o se pode observar pelos percent uais 17,3 e 13,1% , respect ivam ent e, alcançados por eles, que os diferenciam , inclusive, dos dem ais grupos de suj eitos. No grupo “ pacientes”, a m aioria ( 14) refere-se a i n d i v íd u o s q u e f o r a m su b m e t i d o s a procedim ent os cirúrgicos, e os dem ais são indivíduos com pr oblem as psiquiát r icos.

A an álise d os su j eit os m er ece ain d a u m a ob ser v ação r elat iva à cat eg or ia “ f am iliar es”, cu j a fr eqüência ( 9) m ost r a t endência de cr escim ent o do int eresse dos invest igadores pela análise m icrossocial do processo saúde- doença, a part ir desse grupo.

Os r esult ados r ev elam que a pesquisa em enfer m agem enfoca um a v ar iedade de suj eit os nas suas pesquisas, e ainda que se apr opr ia de gr upos d e i n d i v íd u o s q u e a p r e se n t a m , e m r e l a çã o a d e t e r m i n a d o s a sp e ct o s, ca r a ct e r íst i ca s q u e o s ident ificam com o gr upos pr eocupados com obj et os d e r ep r esen t ação d o seu cot id ian o, j á q u e esses aspect os são im prescindíveis quando há a propost a de utiliDADE???? a representação social com o suporte t eórico e/ ou m et odológico.

(6)

represent ação é caract erizada por um a visão global e unitária de um obj eto, de um indivíduo, ou grupo, o que lhe confere o seu caráter social( 13). Dessa form a, por prescindir dessa indissociabilidade suj eit o/ obj et o, é que se buscou ident ificar nas pesquisas em est udo q u a i s o s o b j e t o s d e r e p r e se n t a çã o q u e v ê m despertando interesse e inquietações nos enferm eiros em suas invest igações.

Tabela 4 - Obj et os de represent ação das produções d e e n f e r m a g e m q u e se f u n d a m e n t a m e m represent ação social. Brasil, 2004

o ã ç a t n e s e r p e r e d s o t e j b

O f

a ç n e o

D 26

l a n o i s s if o r p a c it á r

P 23

r a d i u

C 19

a ç n e o d -e d ú a s o s s e c o r

P 17

o r i e m r e f n e o d l a n o i s s if o r p e d a d it n e d

I 09

s d i a / v i

H 07

o ã ç a t n e m a m A / z e d i v a r

G 07

r a il i m a f o d a d i u

C 05

e d a d il a u x e

S 04

e d a d i a r i e c r e

T 04

s o r t u

O 07

l a t o

T 112

Foram ident ificados 112 t ipos de obj et os de r epr esen t ação n as 1 3 1 pr odu ções, o qu e sign if ica d isp er são d e ob j et os d e est u d o, f at o q u e ex ig iu agr upá- los em cat egor ias.

Ten do em v ist a a h ier ar qu ia m ost r ada n a Tabela 4, verifica- se concent ração de est udos sobre ob j et os r elacion ad os à “ d oen ça” ( 2 6 ) , à p r át ica p r of ission al ( 2 3 ) , ao “ cu id ar ” ( 1 9 ) , ao “ p r ocesso saúde- doença” ( 17) e, em m enor proporção, sobre a ident idade profissional do enferm eiro ( 9) .

Um o b j e t o d e r e p r e se n t a çã o p o d e se r d e f i n i d o co m o u m a p e sso a , u m a co n t e ci m e n t o m at er ial, psíquico ou social, um fenôm eno nat ur al, u m a i d é i a o u t e o r i a , p o d e n d o , a i n d a , se r r e a l , im aginário ou m ít ico( 12). Essa gam a de possibilidades p ar a a d ef in ição d e u m ob j et o d e r ep r esen t ação, pr ov av elm en t e, se t r adu z em elem en t o f acilit ador par a os enfer m eir os ao ut ilizar em essa abor dagem t e ó r i ca , u m a v e z q u e a s á r e a s d e a t u a çã o d a enferm agem colocam - na diante de m últiplas situações ou fenôm enos.

Por outro lado, há de se advertir que, em bora t odo obj et o sej a passível de ser represent ado, nem t od os se con st it u em em ob j et o d e r ep r esen t ação social. Dada a lim it ação do est udo, t endo em vist a que foram ut ilizados os resum os e não as produções na ínt egra, não foi possível fazer um a análise m ais

r efin ada em r elação a esse aspect o. Ain da assim , pôde ser observado em algum as pesquisas dificuldade de especificação dos obj et os, com o conseqüência da t om ada das r epr esen t ações sociais com o con ceit o isolado, r est r it o à sua dim ensão de im agem ou de con t eú do su bj et iv o n ão especif icado, con f or m e j á identificado por outros pesquisadores( 13). A relevância social do obj et o e sua especificidade nem sem pr e est av am ad eq u ad am en t e d ef in id os n os t r ab alh os analisados.

Analisando- se, ainda, a Tabela 4, verifica- se q u e as cat eg o r i as f azem p ar t e d o co t i d i an o d o s profissionais de enferm agem , no ent ant o, com fort e t endência par a a adoção de obj et os r elacionados à represent ação da doença. Nesse grupo, a loucura e o cân cer f or am os ob j et os d e r ep r esen t ação q u e t i v er a m a m a i o r f r eq ü ên ci a . O cu i d a r d a o u n a enferm agem t em se revelado com o obj et o de est udo em v ár i as p esq u i sas e aq u i , d e i g u al f o r m a, se dest aca. Apresent a- se com o obj et o de represent ação sob difer ent es enfoques, ist o é, com o essência do sa b e r / f a ze r d a e n f e r m a g e m , o u d o cu i d a r e m sit uações específicas ou, ainda, em ár eas dist int as de at uação do profissional enferm eiro.

A prática e a identidade profissional tam bém se d ist in g u ir am en t r e as cat eg or ias, r eu n in d o os obj et os “ ser enfer m eir o”, “ cor po” ( da enfer m eir a) , “ prática profissional” e “ m odelos e práticas gerenciais”, sej a na form a com o são percebidos ou representados pelos pr ópr ios pr ofissionais, ou ainda pela client ela p or eles assist id a. Os est u d os m ost r am t am b ém p r eo cu p ação co m a f o r m a co m o esses asp ect o s i n f l u e n ci a m o s m o d o s d e f a ze r e p e n sa r d a enferm agem , assim com o com o seu aprim oram ento. Pr o cu r a r i d e n t i f i ca r co m o d e t e r m i n a d o s grupos sociais representam o processo saúde- doença, sej a ele com o t al, ou a part ir de seus det erm inant es sociais ou polít icos, const it uiu o foco do est udo em dezesset e produções, sendo o quart o t ipo de obj et o de r epr esent ação social inv est igado, confer indo- lhe

st at u s não despr ezív el, o qual a enfer m agem v em procurando com preender para adequar a sua prát ica pr ofissional.

(7)

se u i m p a ct o n a v i d a so ci a l , t r a d u zi n d o - se e m im p or t an t e ob j et o d e r ep r esen t ação d o m om en t o p r esen t e, t en d o si d o ex p l o r ad a em ap en as set e pr odu ções.

Alguns objetos de representação não puderam ser agregados a nenhum a categoria e assim , constam da categoria outros, com o é o caso do Sistem a Único de Saúde, estrutura social e viver na rua.

Co m o co n cl u são g er al , d est aca- se n esse r esu lt ado o f at o de a m aior p ar t e das cat egor ias enfocare o m esm o obj et o da prát ica profissional do enferm eiro - a saúde, a doença e o processo saúde-d oen ça; b em com o a g r an saúde-d e ên f ase n as p r át icas p r of ission ais - o cu id ar, a p r át ica p r of ission al, a ident idade pr ofissional do enfer m eir o - r evelando o carát er de aplicação da pesquisa em enferm agem .

Buscando proceder à análise dos result ados referent es ao esquem a de classificação das linhas de pesquisa no Br asil ( confor m e definido nas Oficinas de Pós- Gr adu ação CAPES/ CNPq( 9 ), r essalt a- se qu e esse é estruturado em três categorias tem áticas, quais sej am , p r of ission al, assist en cial e or g an izacion al, com port ando um conj unt o de linhas de pesquisa em cada cat egor ia.

A cat eg or ia p r o f i ssi o n a l e su as lin h as d e pesquisa report am - se à esfera do suj eit o epist êm ico/ consciência cognoscent e, que int egr am “ disciplinas/ cont eúdos t eóricos e experiências que se aj ust am ou co m p õ e m a p a r t e m a i s su b st a n t i v a d o sa b e r ( p r o f i ssi o n a l ) o u á r e a d o co n h e ci m e n t o d a enfer m agem ”. A cat egor ia assist en cial e os t ópicos d e su a s l i n h a s r e f e r e m - se à e sf e r a d o o b j e t o cognoscív el/ r ealidade obj et iv a, ou sej a, “ no que se cogita ( pensar/ saber) , ou que se possa cogitar, sobre aq u ilo q u e a con sciên cia p r of ission al se d á, a si m esm a, com o real obj et ivado, e t am bém com o t udo aquilo que se possa predicar sobre o ‘saber fazer’ do pr ofissional, desde que ent endidas, ev ident em ent e, as possív eis dim ensões do fenôm eno do conhecer, tal com o relativo ao contexto dos assistidos”. A terceira e últim a categoria, denom inada organizacional e suas respect ivas linhas int egram a esfera da im agem ou “ i n st r u m e n t a l ” q u e se r e f e r e m “ à s d i sci p l i n a s/ cont eúdos t eóricos e experiências de ciências afins/ co r r e l a t a s/ d o m ín i o co n e x o e q u e se r v e m à s aproxim ações da realidade no âm bit o das at ividades d o co n h e ci m e n t o , t a l co m o i n t e r e ssa à enfer m agem ”( 9).

Nesse est udo, a dist r ibuição dos t r abalhos an alisados, segu n do essas cat egor ias t em át icas e

linhas de pesquisa m ost rou os result ados const ant es da Tabela 5.

Ta b e l a 5 - Ag r u p a m e n t o d a s p r o d u çõ e s d e enferm agem que se fundam ent am em represent ação social, por categorias tem áticas e linhas de pesquisa, Brasil, 2004 s a i r o g e t a

C Linhasdepesquisa f %

l a n o i s s if o r

P 1-fundamentosteórico-fliosóifcosdocuidar e d ú a s m

e 14 10,7

m e g a m r e f n e e e d ú a s m e a i g o l o n c e t

-2 05 3,8

m e g a m r e f n e e e d ú a s m e a c it é

-3 02 1,5

m e g a m r e f n e a d a i r ó t s i h

-4 01 0,8

l a t o T -b u

S 22 16,8

l a i c n e t s i s s

A 1-processodecuidaremsaúdee m e g a m r e f n

e 51 38,9

a d i v e d e d a d il a u q e e d ú a s

-2 34 25,9

l a t o T -b u

S 85 64,8

l a n o i c a z i n a g r

O 1-poílitcasepráitcasemsaúdee m e g a m r e f n

e 04 3,1

e o ã ç a c u d e e d s a c it á r p e s a c it íl o p -2 m e g a m r e f n

e 06 4,6

e e d ú a s m e o h l a b a r t e l a i c o s o ã ç u d o r p -3 m e g a m r e f n

e 11 8,4

e e d ú a s e d s o ç i v r e s s o d o t n e m a i c n e r e g -4 m e g a m r e f n e e

d 03 2,3

e e d ú a s m e o ã ç a c i n u m o c / o ã ç a m r o f n i -5 m e g a m r e f n

e -

-l a t o T -b u

S 24 18,4

l a t o

T 131 100,0

Na Tabela 5 são apresent ados os result ados do agr upam ent o das pr oduções cient íficas, onde se constata que a m aior parte das pesquisas se enquadra na cat egor ia t em át ica assist en cial, com per cent ual de ( 64,8% ) , que a distingue das categorias tem áticas

o r g a n i z a c i o n a l ( 1 8 , 4 % ) e p r o f i s s i o n a l ( 1 6 , 8 % ) , reafirm ando os result ados da análise ant erior sobre o carát er aplicado das pesquisas em enferm agem .

Dent r e as linhas de pesquisa da cat egor ia

assist encial, aquela do “ processo de cuidar em saúde e enferm agem ”, que envolve o processo sistem atizado de cuidar do ser hum ano sadio ou doente, no âm bito indiv idual ou colet iv o e nas dim ensões subj et iv a e obj et iva de cuidar e de ser cuidado, se sobrepõe em freqüência ( 38,9% ) à linha “ saúde e qualidade de vida” ( 2 5 , 9 % ) . Essa lin h a r ef er e- se aos det er m in an t es, indicador es e ex pr essões da saúde e qualidade de vida e sua relação com o processo saúde- doença, no âm bit o individual e colet ivo.

(8)

Teoria das Representações Sociais com os paradigm as do cuidar em enferm agem e da prom oção da saúde, evidenciado na afir m ação de que a saúde r equer o p l a n e j a m e n t o d e a çõ e s t e cn i ca m e n t e v i á v e i s e adequadas à realidade apresent ada sem , no ent ant o, esquecer o papel de ser ativo assum ido pelos suj eitos colet iv os. Nessa per spect iv a, a subj et iv idade social coloca- se com o par t ícipe das ações cot idian as da e n f e r m a g e m , co n t r i b u i n d o co m e x p l i ca çõ e s d o pr ocesso saúde- doença alicer çada no conhecim ent o d o se n so co m u m , b e m co m o co m si g n i f i ca çõ e s p ar t i cu l ar es q u e p ar t i ci p am d a d et er m i n ação d e p r o cesso s g r u p a i s, t a n t o d e p r o m o çã o co m o d e cur a( 13). A cat egor ia

or gan izacion al, a segunda, em freqüência no agrupam ent o das produções ( 18,4% ) , co m p õ e - se d e ci n co l i n h a s d e p e sq u i sa q u e cont em plam , na esfera da saúde e da enferm agem , co n t e ú d o s r e l a ci o n a d o s a p o l ít i ca s d e sa ú d e , con cepções pedagógicas, polít icas e de t ecn ologia educacional, pr odução do pr ocesso de t r abalho em saúde, adm inist ração de serviços, e com unicação em saúde e enfer m agem .

A linha de pesquisa que se dest aca, dent ro dessa cat egoria t em át ica, é a da “ produção social e t rabalho em saúde e enfer m agem ”, com per cent ual d e 8 , 4 % . Ver i f i ca- se q u e, n o p er ío d o est u d ad o, nenhum a produção se agregou à linha “ inform ação/ com unicação em saúde e enfer m agem ”. Esse dado r em et e à hipót ese de que esse cam po de est udos ainda é insipient e na enferm agem ou, ainda, que os o b j e t o s d e e st u d o l i g a d o s a e ssa l i n h a n ã o se a j u st a r a m à p r o p o st a d o r ef er en ci a l t eó r i co em quest ão.

Em bor a em m enor escala ( 3,1% ) , v er ifica-se a aplicação da abordagem t eórica em est udo na área da enferm agem em sua int erface com o plano d a s p o l ít i ca s p ú b l i ca s d e sa ú d e , e n v o l v e n d o a com preensão dessas políticas e sua operacionalização art iculada com as prát icas de enferm agem .

Nos r esult ados da cat egor ia or gan izacion al, v er ifica- se um a for m a par t icular de ar t iculação da Teoria das Represent ações Sociais com o cam po da saú d e, aq u i colocad o n u m p lan o in st it u cion al ou posicion al, associado à pr át ica pr of ission al( 1 3 ). Na análise dos resum os, observa- se que os enferm eiros buscaram apreender o conhecim ento constituído pelos pr of ission ais de en f er m agem sobr e os obj et os do cotidiano, principalm ente, nas dim ensões do processo de t r abalho em saúde e de pr át icas educat iv as no t r abalho.

A cat egor ia p r of ission al, qu e com por t ou o m enor núm er o de pr oduções cient íficas ( 16,8% ) , é const it uída por quat ro linhas de pesquisa que est ão r elacionadas às cor r ent es t eór ico- filosóficas, t eor ias e aos conceit os que nort eiam o saber e o fazer em saúde e enfer m agem , os pr ocessos de pr odução e incorporação de bens e serviços, os aspect os ét icos, e o desenvolvim ento histórico- social da profissão, das prát icas e organizações da enferm agem .

No co n t e x t o d e ssa ca t e g o r i a , a m a i o r i a ( 1 0 , 7 % ) d a s p r o d u çõ e s d e e n f e r m a g e m f o r a m classificadas na linha “ fundam ent os t eórico- filosóficos do cuidar em saúde e enferm agem ”, e no t ocant e às dem ais linhas de pesquisa obser v a- se apr ox im ação m u i t o t ím i d a co m a s r e p r e se n t a çõ e s so ci a i s, especialm ent e nas pesquisas que abordam aspect os ét icos e hist óricos relacionados à profissão.

Cham a a at enção nesse result ado o fat o de que as linhas de pesquisa com as m aiores freqüências t am b ém t êm r elação com asp ect os d o cu id ar em saúde e enferm agem , o que reforça a idéia de que essa t em át ica encont r ou acolhida nos pr essupost os da r epr esent ação social.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

(9)

d e i m p o r t â n ci a p a r a o ca m p o d a p e sq u i sa e m enfer m agem no Br asil.

Pelo crescente interesse que essa abordagem t eórica vem suscit ando nas diversas regiões do País pode- se evidenciar um m ovim ento para consolidação de novos paradigm as de pesquisa na enferm agem , o q u e i m p l i ca n a b u sca d e m o d e l o s t e ó r i co s d e ex p l i ca çã o ca p a zes d e p r o d u zi r d i a g n ó st i co s o u resultados que atendam às dem andas a ela colocadas. Out r o aspect o a dest acar r efer e- se ao fat o de est e est udo t er ut ilizado com o font e de dados os cat álogos do CEPEN, um a vez que diversos t rabalhos acadêm icos de en fer m eir os for am defen didos for a dos pr ogr am as de pós- gr aduação em enfer m agem , especialm ent e nas décadas de 8 0 e 9 0 , quando o acesso ao d o u t o r ad o em en f er m ag em ai n d a er a rest rit o, t endo sido responsáveis por um conj unt o de produções não com put adas nest e t rabalho.

Com o result ado da análise, pode- se afirm ar que a pesquisa ut ilizando o r efer encial t eór ico das r epr esen t ações sociais v em se desen v olv en do, n o cam po da enfer m agem , r eafir m ando o seu car át er de pesquisa aplicada, voltada aos problem as e obj etos o r i u n d o s d a p r á t i ca p r o f i ssi o n a l co t i d i a n a d o

enfer m eir o. Por out r o lado, o pr ópr io t r abalho e o desenvolvim ent o de novas t ecnologias de cuidar em enferm agem t am bém t em orient ado essas pesquisas. Ai n d a , a s ca r a ct er íst i ca s p a r t i cu l a r es d a apropriação da Teoria de Represent ações Sociais no ca m p o d a sa ú d e , d e st a ca d a s n a l i t e r a t u r a , especialm en t e a n ecessidade de ar t icu lação dessa t e o r i a a o s p a r a d i g m a s d o p r ó p r i o ca m p o d a enferm agem , a sua apropriação a obj et os de est udo característicos de um plano institucional ou posicional, associado à prát ica profissional, e t am bém a adoção da t eoria com o form a específica de est udo do saber profissional, m odalidade int erm ediária ent re o saber d o se n so co m u m e o sa b e r ci e n t íf i co f o r a m confirm adas ( 13).

Po r f i m , co n si d e r a - se q u e e st e e st u d o per m it iu dar v isibilidade à ev olução das pr oduções ci e n t íf i ca s d a e n f e r m a g e m n o ca m p o d a s r ep r esen t ações sociais, em r elação aos asp ect os est u dados. Por t an t o, esper a- se qu e est a in iciat iv a sir v a de est ím ulo à r ealização de nov as pesquisas que possam for necer análise m ais apr ofundada de nov as nuances que o uso apenas dos r esum os das produções não perm it iu realizar.

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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