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Sistemas de informação gerenciais e as instituições de ensino superior particulares

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA PRODUÇÃO. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS E A GESTÃO DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PARTICULARES. GUSTAVO BRENO BANDEIRA GALINDO Orientador: Professor Francisco de Sousa Ramos 2004.

(2) GUSTAVO BRENO BANDEIRA GALINDO. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS E A GESTÃO DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PARTICULARES. Dissertação submetida ao Programa de Pós-graduação em Engenharia da Produção da Universidade Federal de Pernambuco PPGEP-UFPE como requisito à obtenção do grau de Mestre modalidade Mestrado Profissionalizante.. Orientador Professor Doutor Francisco de Sousa Ramos. RECIFE PERNAMBUCO - BRASIL 2004.

(3) Galindo, Gustavo Breno Bandeira Sistemas de informações gerenciais e a gestão de instituições de ensino superior particulares / Gustavo Breno Bandeira Galindo. – Recife : O Autor, 2004. vii, 82 folhas : il., tab., fig., graf. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG. Engenharia da Produção, 2004. Inclui bibliografia e anexos 1. Engenharia de produção – Sistemas de Informações. 2. Ensino Superior – Modelo de Gestão – Balanced Scorecard. 3. Planejamento Estratégico – Aplicações e controle. I. Título. 658.5 658.5. CDU (2.ed.) CDD (20.ed.). UFPE BC2005-069.

(4)

(5) RESUMO. GALINDO, Gustavo. Sistemas de Informações Gerenciais e a Gestão de Instituições Superiores Particulares. RECIFE: PPGEP-UFPE, 2004. (Dissertação - Mestre). O presente trabalho tenta apresentar uma metodologia de gestão para instituições de ensino superior brasileiras que deve ter em seu centro os sistemas de informações gerenciais alimentados por dados da própria instituição e dos organismos reguladores do sistema federal de ensino superior. O objeto de estudo da pesquisa se volta, especificamente, para as instituições nãouniversitárias que tradicionalmente possuíam uma gestão familiar e informal e que atualmente enfrentam um mercado altamente mutável, com novos entrantes - nacionais e internacionais -, alterações no marco regulatório e complexas relações entre prestadores de serviços e clientes. No correr do trabalho, são tratadas questões como: valor das informações no processo gerencial, sistemas de custeio mais adequados à atividade de ensino, papel do benchmarking na definição de estratégias, viabilidade de utilização de ferramentas de planejamento estratégico e avaliação do desempenho (com maior ênfase nas teorias de Custeio Baseado na Atividade, Gestão Estratégia e Balanced Scorecard).. i.

(6) ABSTRACT The present dissertation attempts to present a new management methodology for higher education institutions in Brazil. The core is focused in information systems technologies and data collection within the institution and the regulating organisms of the Brazilian federal system of higher education. Specifically designed for non-university institutions, which were traditionally managed by a family or informal structure, and currently faced with a extremely volatile market, with new comers, domestic and international, modifications in the legal landmark and relations between employees and customers this work deals with questions such as, value of the information in the managerial process, cost systems appropriated to education companies, the role of benchmarking in strategies choice, the feasibility use of strategical planning tools and performance valuation, with special emphasis in the ABC – Activity Based Costing, Strategic Management and Balanced Scorecard theories.. ii.

(7) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................1 2 O ENSINO SUPERIOR – DESENVOLVIMENTO ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO .......4 2.1 Ensino Superior – origens e missão ...................................................................................................5 2.1.1 Desenvolvimento do Ensino Superior no Brasil .............................................................................6 2.1.1.1 As primeiras Universidades Brasileiras ................................................................................6 2.1.2 Evolução do Ensino no Final do Século XX no Brasil ...........................................................8 2.2 Regulamentação do Sistema Federal de Ensino Superior ....................................................10 2.3 Contexto atual do Ensino Superior ............................................................................................17 2.4 Diretrizes e Objetivos do Plano Nacional de Ensino...............................................................25 2.5 Papel do Ensino Superior Privado .............................................................................................28 3 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E TOMADA DE DECISÃO......................................................35 3.1 Dados e Informação .....................................................................................................................36 3.2 Sistemas e Sistemas de informação .........................................................................................39 3.3 Tipologia de Sistemas de Informação .......................................................................................41 3.3.1 Sistema de Processamento de Transações (SPT) ..............................................................42 3.4 Sistemas Integrados de Gestão .................................................................................................45 3.5 Sistema de Informação Gerenciais e Decisões em Instituições de Ensino Superior ........47 4 SISTEMAS DE CUSTEIO E GESTÃO EDUCACIONAL ...........................................................48 4.1 Sistemas de Custeio – Principais Escolas e suas Aplicações ..............................................49 4.1.1 Sistema de Estágio I .................................................................................................................50 4.1.2 Sistemas de Estágio II ..............................................................................................................51 4.1.3 Sistemas de Estágio III .............................................................................................................51 4.2 Custeio por Atividades e sua Aplicabilidade a Instituições de Ensino .................................52 4.2.1 Conceitos sobre Custeio Baseado em Atividades ...............................................................53 4.2.1.1 Atividades ................................................................................................................................53 4.2.1.2 Direcionadores de Custos.....................................................................................................53 4.2.2 Implantação do ABC nas Instituições de Ensino..................................................................54 4.2.2.1 Desenvolver o dicionário de atividades ..............................................................................54 4.2.2.2 Determinar quanto a organização está gastando em cada uma de suas atividades..55 4.2.2.3 Identificar produtos, serviços e clientes da organização .................................................56 4.2.2.1 Selecionar geradores/direcionadores de custo da atividade que associam os custos da atividade aos produtos, serviços e clientes da organização ...................................................56 4.3 Dificuldades na implantação e manutenção do Sistema ABC em Instituições de Ensino 57 iii.

(8) 5 SISTEMAS DE GESTÃO E ACOMPANHAMENTO DE DESEMPENHO...............................60 5.1 Estratégia e Ação nas IES...........................................................................................................61 5.1.1 Eixos Temáticos Essenciais do PDI ..............................................................................................61 5.2 Necessidade de Acompanhamento do Planejamento Estratégico.......................................64 5.3 Balanced Scorecard .....................................................................................................................65 5.3.1 Perspectivas...............................................................................................................................66 5.3.1.1 Financeira................................................................................................................................66 5.3.1.2 Cliente ......................................................................................................................................66 5.3.1.3 Interna da empresa................................................................................................................67 5.3.1.4 Inovação e aprendizado........................................................................................................67 6 MODELAGEM DE UM SISTEMA GERENCIAL DE INFORMAÇÕES DESTINADO AO AUXÍLIO DO GESTOR UNIVERSITÁRIO ............................................................................................................68 6.1 Sistemas de Informações Proposto ...........................................................................................70 7. CONCLUSÃO ....................................................................................................................................74 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................................75 ANEXO I ...............................................................................................................................................80. iv.

(9) LISTA DE FIGURAS. Figura 1 - Organismos governamentais de coordenação da Educação Superior..................... 12 Figura 2 - Modelo de Transformação de dados em informações ........................................... 36 Figura 3 – Processamento sistêmico..................................................................................... 40 Figura 4 – Exemplo de sistema de aquisição de conhecimentos de uma instituição de ensino superior ........................................................................................................................ 40 Figura 5 – Sistema de Processamento de Transações Exemplo ............................................. 43 Figura 6 – Sistemas de Informação e a tomada de decisão – Enfoque Sistemas de Informações Gerenciais .................................................................................................................... 44 Figura 7 – Modelo de Sistema Integrado de Gestão.............................................................. 46 Figura 8 – atribuições dos Sistemas de Custeio de Estágio IV .............................................. 52 Figura 9 – Esquema de Processamento de Transações Segundo ABC................................... 53 Figura 10 – Processo de Avaliação de Desempenho ............................................................. 65 Figura 11 – Visão simplificada do Balanced Scorecard ........................................................ 66 Figura 12 - Visão geral do modelo de gestão proposto por Tachizawa e Andrade................. 69 Figura 13 - Modelo Simplificado do Sistema Proposto......................................................... 70. v.

(10) LISTA DE TABELAS. Tabela 1 – Marco Regulatório do Ensino Superior Brasileiro ............................................... 17 Tabela 2 – Evolução do número de matrículas – Brasil – 1980 - 1999 .................................. 21 Tabela 3 - Matrícula por Dependência Administrativa – Brasil e Regiões – Nível Superior 1998 Dependência Administrativa Região.................................................................... 22 Tabela 4 – Número de Matrículas no Ensino Superior por unidade da Federação ................. 24 Tabela 5 – Instituições e Cursos por Dependência Administrativa........................................ 29 Tabela 6 – 10 Maiores Instituições de Ensino Superior do Brasil – por número de matrículas ..................................................................................................................................... 31 Tabela 7 – Grau de Formação docente por dependência administrativa – 1994-2002............ 34 Tabela 8 – Estágios dos Sistemas de Custeio egundo Kaplane Cooper ................................. 50 Tabela 9 – Dicionário de Atividades do Australian Higher Education Sector ....................... 54 Tabela 10 – Atividades de uma secretaria de Instituição de Ensino Superior fictícia............. 58 Tabela 11– Carga de Trabalho de uma secretaria de Instituição de Ensino Superior fictícia.. 58 Tabela 12 - A IES possui documentado(a) e divulgado(a): ................................................... 60. vi.

(11) LISTA DE GRÁFICOS. Gráfico 1 – Dependência Administrativa das Universidades 1980 .......................................... 9 Gráfico 2 – Dependência Administrativa dos Estabelecimentos Isolados................................ 9 Gráfico 3 - % de crianças de 7 a 14 anos na escola - Nordeste.............................................. 19 Gráfico 4 - % de jovens de 15 a 17 anos no 2º grau ou mais de 8 anos de estudo – Nordeste 20 Gráfico 5 – Evolução consolidada 1980-1999 ...................................................................... 22 Gráfico 6 – crescimento de matrículas 1988-1998 ................................................................ 23 Gráfico 7 – Evolução do Número de matrículas - Nordeste .................................................. 25 Gráfico 8 – variação de matrículas por região 1992-2002 ..................................................... 27 Gráfico 9 – Evolução do número de matrículas, por categoria administrativa – Brasil 19922002............................................................................................................................. 29 Gráfico 10 – Distribuição do Número de Matrículas, por categoria Administrativa 1991-2002 ..................................................................................................................................... 30 Gráfico 11 – Distribuição das matrículas nas dez maiores instituições do país, por dependência administrativa - 2002 ............................................................................... 31 Gráfico 12 – Estimativa de mercado alvo por classe social................................................... 33. vii.

(12) Capítulo 1. Introdução. 1 INTRODUÇÃO Em artigo publicado em recente edição da Revista Brasileira de Administração, o administrador Antonio Ribas Reis afirma que “para se administrar uma organização é necessário conhecimento, habilidades, competências, visão estratégica e, principalmente, métodos que possibilitem o suporte ao processo de tomada de decisão” (REIS, 2004). As Instituições de Ensino Superior Privadas brasileiras, assim como grande parte da economia nacional, passa por momentos de grande velocidade nas mudanças, notadamente iniciadas em 1994 e sem previsão de conclusão ao longo dos próximos anos. Desde 1922, com o surgimento da primeira universidade brasileira no Rio de Janeiro às 163 registradas pelo Censo da Educação Superior em 2003 (INEP, 2004) o país deu um salto de alguns cursos isolados espalhados pelo território para 1.859 instituições e 16.453 cursos superiores presenciais (INEP, 2004). A professora Doutora Maria Lucia Maciel, prefaciando o livro do Professor Trigueiro (2000) afirma que “parece existir um consenso – pelo menos no plano da retórica – quanto à necessidade premente de (re) pensarmos a Educação no Brasil como única possibilidade de recuperar os atrasos”. Caso as metas do Plano Nacional de Educação sejam atingidas, ao final da década a cobertura do ensino superior seja equivalente a 30% da população de 18 a 24 anos. A fim de atender a esta demanda o Governo Federal passado adotou um modelo de expansão de vagas em instituições públicas e definição de procedimentos para assegurar a legitimidade e qualidade de instituições privadas, com ou sem fins lucrativos. A atratividade do “negócio” educação é grande. No entanto, as altas taxas de lucro e de crescimento desse mercado podem induzir o ingresso de empresários, sem o devido preparo gerencial para garantir o sucesso desses empreendimentos. Para aumentar as chances de concretização desse lucro de forma duradoura, no entanto, será necessário que essas instituições contem com sistemas de gestão eficientes. Quando o perfil dos responsáveis pelas IES que vêm sendo autorizadas é analisado, são identificados dois grupos de gestores que podem comprometer o sucesso das IES, pelo risco de potencial desequilíbrio no binômio “qualidade vs lucratividade”. De um lado empresários de outros setores, com pouquíssimas ligações com o meio acadêmico, os quais podem 1.

(13) Capítulo 1. Introdução. comprometer a qualidade do ensino e o sucesso do negócio, pela falta de conhecimento das especificidades dos atributos de qualidade que garantem o sucesso ao longo prazo. O outro grupo é o dos acadêmicos, que conhecedores do processo ensino-aprendizagem podem enfatizar excessivamente esse aspecto, esquecendo-se do lado financeiro e desvinculando-se de tal maneira dos aspectos da gestão, que também podem colocar em risco a saúde financeira e longevidade do empreendimento. Vê-se assim que o sucesso das IES depende de uma combinação adequada de qualidade e lucratividade. Qualquer uma delas em excesso ou em déficit pode comprometer a continuidade do empreendimento. Qualidade acima do que o consumidor está disposto a pagar produz desequilíbrio financeiro. Lucro acima do padrão de qualidade percebido como mínimo pelo consumidor também pode comprometer o futuro da organização. Este trabalho pretende enfatizar a importância dos sistemas de informações gerenciais, como ferramenta de análise do desempenho das estratégias organizacionais. Encontrar formas para que o profissional da educação, em qualquer área, possa desenvolver melhor seus trabalhos, é missão da administração de qualquer IES. Por tratar-se de uma empresa nitidamente de prestação de serviços, o componente pessoal já possui um alto impacto nos custos da empresa, levando em consideração que nesta indústria específica a utilização de mão de obra altamente qualificada é fator essencial, visto que em 2003, 152.748 profissionais destas empresas possuíam titulação de mestrado ou superior, e que estes profissionais necessitam constantemente serem atualizados, os gastos com pessoal apresentam-se como o maior componente de custos destas empresas. Em algumas instituições, o custo com pessoal passa dos 65% do total de despesas, permitindo pouca mobilidade ao gestor para investir em qualificação dos quadros, melhoria da estrutura física e tecnológica. Desta forma um sistema de informações que permita um melhor controle, e principalmente facilite o processo decisório do gestor possui grande importância para instituições de ensino superior particulares. Tachizawa e Andrade, (1998) estudando a gestão de EIS’s, propuseram um modelo que leva em consideração elementos como planejamento estratégico; projeto pedagógico; indicadores e benchmarking; processos, configuração organizacional e tecnologias da informação; recursos humanos; e qualidades e critérios de avaliação.. 2.

(14) Capítulo 1. Introdução. O modelo apresentado por esses autores servirá de base para determinação de um modelo de sistemas de informações que colete e analise estes dados bem como acompanhe o desempenho da organização. A pergunta é como coordenar, em um sistema de informações gerenciais, todo este conjunto de informações e auxiliar os gestores na condução deste processo? Na tentativa de responder esta questão, o trabalho irá abordar a atual situação do Ensino Superior Nacional, posteriormente será analisado como as tecnologias de informações podem ser inseridas neste contexto e ferramentas mais apuradas de custeio e planejamento e acompanhamento gerencial serão discutidas, culminando com a elaboração em linhas gerais deste modelo de sistemas de informação para a gestão de Instituições de Ensino Superior particulares, e em especial as instituições não universitárias. O trabalho está organizado em cinco capítulos adicionais a esta introdução. No primeiro capítulo será apresentada a evolução da educação e do ensino superior em particular ao longo da História e em especial no Brasil, para posteriormente permitir uma análise do contexto educacional superior nacional e a inserção das instituições privadas. O terceiro capítulo versa sobre os sistemas de informação e o processo decisório do gestor educacional. Serão analisados conceitos de dados e informação e o processo decisório bem como relacionados os diversos aspectos da área de sistemas de informação a realidade das Instituições Privadas de Ensino Superior. No capítulo seguinte, o foco principal são os sistemas de custeio, onde será realizada uma investigação sobre a adequação dos diversos modelos de apropriação de custos às instituições estudadas. Será dada maior atenção ao sistema de custeio baseado na atividade, e serão levantadas questões sobre sua implantação e manutenção. O penúltimo capítulo, referente ao planejamento e acompanhamento de desempenho o centro da questão reside na utilização por parte destas instituições de ferramentas como o planejamento estratégico e balanced scorecard. O último capítulo apresenta o modelo de gestão proposto que privilegie os sistemas de informação na atividade do administrador de instituições particulares de ensino superior.. 3.

(15) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. 2 O ENSINO SUPERIOR – DESENVOLVIMENTO ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO Berço da civilização ocidental, a Grécia assumiu papel fundamental na formação do significado para nossa cultura dos termos pedagogia e educação. Analisando a contribuição ateniense, pode-se perceber a evolução da sociedade heróica e cavalheiresca – em um estágio inicial - para uma outra, cívica, onde a cultura e a educação possuem primazia sobre o militarismo. Esta sociedade foi, durante grande parte de seu desenvolvimento, governada por uma aristocracia ou “governo das melhores pessoas”. Para Atenas, a Pólis era o centro de tudo. Segundo o historiador J. M. Roberts esta palavra designava mais que apenas a cidade-estado, também deu origem à política, que o autor interpreta de grosso modo como “uma forma de conduzir os negócios públicos, tomando-se decisões sobre eles depois de uma discussão pública das diferentes formas de ação possível” (2001:176). A pólis era responsável ainda pela educação dos jovens. A partir dos sete anos o garoto participava de aulas de educação física, que não era limitada aos exercícios, e tencionava construir o caráter individual e conhecimentos musicais, que compreendiam ainda poesia, gramática e retórica. Apesar do aumento do número de cidadãos, com participação de ricos comerciantes e proprietários de terra nos processos de tomada de decisões, o ensino não gozava de universalidade. Apenas aqueles que faziam parte da classe das “melhores pessoas” tinham acesso à educação. No âmbito da educação superior a contribuição ateniense foi explicitada na formação de comunidades como a Academia de Platão e o Liceu de Aristóteles. A cultura helenística, no século IV a.C. viu o surgimento do ensino privado e estabeleceu as bases do ensino superior na chamada Universidade de Atenas e no Museu de Alexandria. Na sociedade do inicio do século XXI, em contrapartida, a educação é ainda mais necessária que nos idos de Platão e Aristóteles, é um requisito e até condição de acesso à cidadania, e não o inverso. A Constituição brasileira, em seu artigo 205 determina que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade”.(1988:94) Quanto à estrutura do ensino, a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, chamada lei Darcy Ribeiro e sancionada 20 de dezembro de 1996 classifica a educação no. 4.

(16) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. Brasil em: ensino básico – composto por ensino infantil e fundamental, ensino médio e ensino superior. Segundo o Professor Paulo Souza, o ensino superior “diz respeito ao grau de escolaridade que, na hierarquia do Sistema de Ensino, situa-se no topo de todos os demais” e complementa “assemelha-se a uma escada ascendente” pois exige que o candidato aos seus cursos porte os comprovantes de escolaridade dos graus anteriores. (1991:3). 2.1 Ensino Superior – origens e missão Surgidas no século XII, as universidades medievais representaram o ápice da estruturação do conhecimento da época. Seu surgimento, segundo Lorenzo Luzuriaga, em seu livro História da educação e pedagogia, deu-se “espontaneamente e de várias formas” (1979). Em geral eram instituições representantes do movimento de criação de uma cultura superior clerical e profissional. A primeira universidade européia foi a Escola de Medicina de Salermo, na Itália; contudo, ainda segundo Luzuriaga “nenhuma importou para cultura ocidental como a de Paris, fundada no século XIII, e que modelou as demais escolas européias” (1979:85) que no final do século XV somavam pouco mais de oitenta instituições. Independentemente de sua forma de nascimento (atração e autoridade de um mestre, fundação do Papa, edito do príncipe, ou criadas pela Igreja e Estado), em geral eram autônomas em face dos governos nacionais: elegiam seus reitores e autoridades, nomeavam professores e concediam graus (LUZURIAGA, 1979:86), plantando as sementes da autonomia universitária ainda hoje debatida. “As universidades surgiram como stadium generale e depois como universitas studiorum, expressões nas quais a palavra universidade não significa enciclopédia de estudos, mas seu caráter geral, para todos os estudantes, fossem de que país fossem” (LUZURIAGA, 1979:85). Nas Universidades medievais o ensino predominantemente de método silogístico e filosofia escolástica era empregado, consistia geralmente de exposição ou leitura de textos; apresentação e argumentos; e discussões sobre tema sugerido pelo mestre. Estas instituições concediam títulos de bacharel – o primeiro, uma espécie de aprendiz de professor – de licenciatura – capacitava ao ensino – e no topo da estrutura de mestre ou doutor, ainda segundo Luzuriaga (1979:86).. 5.

(17) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. 2.1.1 Desenvolvimento do Ensino Superior no Brasil Dentre os planos dos inconfidentes mineiros do século XVIII estava a criação da primeira escola de ensino superior do Brasil. Até 1808 as únicas alternativas aos brasileiros que almejavam o diploma universitário estavam nas Universidades européias e mais tarde norte-americanas. No século XVII, 363 estudantes brasileiros formaram-se em Coimbra, já no século seguinte este número subiu para 1.749 (NISKIER, 1995:66). O Governo português tratava a educação e o conhecimento de forma mais ampla como fatores perturbadores da vida colonial. As idéias iluministas eram proibidas no país e os representantes coloniais tinham como obrigação a vigilância da “infiltração perigosa” que estes livros poderiam causar. No desembarque de sua comitiva em Salvador, em 1808, D. João preocupou-se com a necessidade de formação de profissionais que pudessem servir à nova sede do império, de forma que em 18 de fevereiro deste ano criou o Colégio Médico-cirúrgico da Bahia e em 5 de novembro do mesmo ano deu-se início ao ensino de medicina no Rio de Janeiro. A chegada da família real também criou condições para o ensino de economia (1808), Ensino militar (1810) e Teologia (1809) além das cadeiras de Cálculo Integral, Mecânica e Hidrodinâmica na capitania de Pernambuco. Entretanto, neste mesmo ano de 1809, o senado baiano - com apoio de homens abastados - sugeriu a criação de uma Universidade, o que foi rejeitado pelo governo central, possivelmente com receio de criar concorrência para Universidade de Coimbra. Mas, segundo Niskier (1995:86), por trás desta decisão também estava a centralização do governo federal, “o que acabou por se tornar uma característica da educação brasileira” até nosso passado recente. O ‘sonho’ dos inconfidentes de criar uma universidade no Brasil também foi objeto de debates na constituinte de 1823 (fechada por ordem de D. Pedro I) e novamente durante o segundo reinado, quando o projeto de 1881, patrocinado pelo Barão Homem de Melo, (que sofreu forte campanha contrária por parte dos positivistas) ficou apenas como promessa até 1912, já no regime republicano.. 2.1.1.1 As primeiras Universidades Brasileiras Em 1912, a primeira universidade brasileira foi fundada na cidade de Curitiba, entretanto esta durou apenas três anos. A primeira universidade a produzir resultados surgiu no Rio de Janeiro, em 1922, trezentos e setenta e um anos após a primeira experiência na América latina – No México. 6.

(18) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. Próximo do final desta mesma década, na capital do estado das Minas Gerais, um decreto regulamentou a união das Faculdades de Direito; Medicina; Engenharia; Química Industrial; Enfermagem e Farmácia; e Agronomia e Veterinária em outra Universidade. Cinco anos após o surgimento da Universidade de Minas Gerais, em 1934, com a estabilização política do estado de São Paulo, o governador Armando de Salles Oliveira e o Jornalista Júlio de Mesquita Filho lideraram o movimento que tendo por base a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, implantou a Universidade de São Paulo, com a junção da Faculdade de Direito; da Faculdade de Medicina; da Faculdade de Farmácia e Odontologia; Escola Politécnica; Instituto de Educação; Faculdade de Filosofia; Ciências e Letras; Instituto de Ciências Econômicas e Comerciais; Escola de Medicina Veterinária; Escola Superior de Agricultura; e Escola de Belas-Artes, além da adição de novos estabelecimentos, como: Instituto Biológico; Instituto de Higiene; Instituto Butantã; Instituto Agronômico de Campinas; Instituto Astronômico e Geofísico; Instituto de Radium Dr. Arnaldo de Carvalho; Assistência Geral a Psicopatas; Instituto de Pesquisas Tecnológicas; Museu de Antropologia, História e Etnografia; e Serviço Florestal. O decreto 6.283 de 25 de janeiro de 1934 definiu as finalidades da Universidade, de acordo com o transcrito: a) “promover, pela pesquisa, o progresso da ciência; b) transmitir, pelo ensino, conhecimentos que enriqueçam ou desenvolvam o espírito e sejam úteis à vida; c) formar especialistas em todos os ramos de cultura e técnicos e profissionais em todas as profissões de base científica e artística; d) realizar a obra social de vulgarização das ciências das letras e das artes, por meio de cursos sintéticos, conferências, palestras, difusão pelo rádio, filmes científicos e congêneres “. (SOUZA, 1991:17). Desta forma, em 1934, as bases das funções universitárias modernas foram definidas: ensino, pesquisa e extensão. O período pós-II Guerra viu a expansão das universidades federais, estaduais, municipais e particulares para todas unidades da federação. “Era a vitória da tese da descentralização do ensino superior brasileiro, dentro, aliás, do espírito da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”.(SOUZA, 1991). Na década de 1970, a repercussão das expansões das décadas de 1940 (ensino primário), 1950 (ensino ginasial), e 1960 (colegial) possibilitaram em conjunto com outros fatores uma expansão de 300.000 estudantes no ensino superior no início da década para um milhão e meio em 1980. 7.

(19) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. 2.1.2 Evolução do Ensino no Final do Século XX no Brasil Em 1980, Alvin Toffler, em sua obra seminal, A Terceira Onda, descreveu a sociedade da informação. As bases desta sociedade segundo Sicsú são “as tecnologias da informação e da comunicação e a expansão das redes telemáticas (que) adquirem uma especial relevância na estrutura mais íntima do sistema” (2002) Estas mudanças na economia e na sociedade impuseram uma nova ordem, que segundo Peter Drucker, em artigo no ano de 2003, constitui-se também em mudanças na vida das corporações. Segundo o autor, desde 1870 a corporação assumiu cinco pontos básicos dentre os quais estava a constatação do desequilíbrio nos meios de produção. Uma vez que a empresa era a proprietária da terra e capital, o funcionário necessitaria mais desta que o inverso. Com esta nova era nas relações, o conhecimento - individual e de propriedade do funcionário - passou a ter mais peso e de certa forma equilibrou as relações produtivas. (Drucker, 2003). Neste contexto, é possível a identificação de um processo de reconhecimento e valorização do ensino superior como forma de acesso a carreiras de maior possibilidade de ascensão social. No ano de 1980, o Brasil possuía 882 instituições de ensino superior espalhadas pelo país. Deste total, 65 eram universidades, 20 Faculdades Integradas e 797 Estabelecimentos isolados. (INEP, 2000:13). Nesse ano, a maioria das Universidades – trinta e quatro - estavam sob controle Federal; em contra-partida, as instituições privadas administravam vinte destas instituições; os governos estaduais eram responsáveis por nove universidades; municípios supervisionavam apenas duas. Ao se analisar as instituições isoladas neste mesmo ano de 1980, o quadro era bem diferente. Neste item, enquanto as instituições federais eram em número de apenas 22 as instituições privadas somavam 643, as municipais 87 e os governos estaduais possuíam 43 estabelecimentos. A pressão cada vez maior pelo oferecimento de vagas gerou o quadro onde “não houve tempo para o planejamento racional da expansão, o que resultou na improvisação docente, na insuficiência de fiscalização do poder público, na multiplicação de abusos por parte das entidades mantenedoras, na queda vertical da qualidade e na criação dessa imagem negativa, que hoje reveste o ensino da iniciativa privada, tido e havido como uma atividade apenas mercantilista.” (SOUZA, 1991:19) 8.

(20) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. Gráfico 1 – Dependência Administrativa das Universidades 1980 Dependência Administrativa das Universidades 31%. 52%. 3%. 14%. Federal. Estadual. Municipal. Privada. Fonte: INEP, 2000. O de regime de força neste período impôs aos poucos uma centralização e violações a autonomia universitária, chegando a decretos que proibiram por dois anos a criação de novos cursos superiores. Estas agressões à competência das universidades não foi maior por conta dos sistemas de ensino e desapareceram com a constituição de 1988 que reafirmou o respeito à autonomia dos Sistemas e da Universidade.. Gráfico 2 – Dependência Administrativa dos Estabelecimentos Isolados Dependência Administrativa dos Estabelecimentos Isolados 3%. 5% 11%. 81%. Federal. Estadual. Fonte: INEP, 2000. 9. Municipal. Privada.

(21) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. 2.2 Regulamentação do Sistema Federal de Ensino Superior Conforme anteriormente citado, a Constituição Federal determina em seu Artigo 205 que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (1988) e no artigo 22, inciso XXIV determina ainda que é competência exclusiva da União legislar sobre as diretrizes e bases da educação (Senado Federal, 1988), o que foi feito no final de 1996 com a sanção da LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação. A LDB explicitou os princípios da Educação brasileira nos seguintes pontos: I-. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;. II-. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;. III-. pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;. IV-. respeito à liberdade e apreço à tolerância;. V-. coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;. VI-. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;. VII-. valorização do profissional da educação escolar;. VIII- gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX-. garantia de padrão de qualidade;. X-. valorização da experiência extra-escolar;. XI-. vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas escolares.. A LDB entre os artigos 16 e 18 define as competências dos três sistemas de ensino criados, a saber: sistemas municipais de ensino (instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal; instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada; e órgãos municipais de educação); sistemas de ensino dos Estados e Distrito Federal (as instituições de ensino mantidas, respectivamente pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal; instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal; instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa privada; e órgãos de educação estaduais); e. 10.

(22) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. sistema federal de ensino (instituições de ensino mantidas pela União;instituições de educação superior criadas e mantidas pela iniciativa privada; e órgãos federais de educação). Dessa forma a legislação e controle do ensino superior privado encontra-se na esfera da União, que possui as seguintes incumbências pertinentes ao ensino superior: I-. elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, Distrito Federal e os Municípios;. II-. organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos Territórios;. III-. prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva;. IV-. estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;. V-. coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;. VI-. assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;. VII-. baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;. VIII- assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino; IX-. autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos de seu sistema de ensino.. A mesma lei determinou que na estrutura educacional federal, haverá um Conselho Nacional de Educação - CNE, com funções normativas e de supervisão determinadas em legislação específica. Desta forma a estrutura pública de controle e gestão das instituições de ensino superior privadas podem ser apresentadas no organograma abaixo. O Ministro de Estado de Educação é nomeado livremente pelo Presidente da República, tendo a responsabilidade sobre a política nacional de educação; educação em 11.

(23) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. geral, compreendendo todos os níveis de ensino exceto militar; avaliação, informação e pesquisa educacional; pesquisa e extensão universitárias; e magistério entre outras. É auxiliado tanto pela estrutura interna do Ministério da Educação - alterada pelo Decreto 5.159 de 28 de julho de 2004 - quanto por órgão colegiados, notadamente o já citado Conselho Nacional de Educação.. Ministério da Educação Conselho Nacional De Educação. Câmara de Educação Superior. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Secretaria de Educação Superior. INEP. CAPES. Centros de Educação Tecnológica. Universidades. Centros Universitários Faculdades. Faculdades Integradas Institutos Superiores. Figura 1 - Organismos governamentais de coordenação da Educação Superior Fonte: Ruiz, 2004. Ao Conselho Nacional de Educação compete: I-. subsidiar a elaboração e acompanhar a execução do Plano Nacional de Educação;. II-. manifestar-se sobre questões que abranjam mais de um nível ou modalidade de ensino;. III-. assessorar o Ministério da Educação no diagnóstico dos problemas e deliberar sobre medidas para aperfeiçoar os sistemas de ensino, especialmente no que diz respeito à integração dos seus diferentes níveis e modalidades; 12.

(24) Capítulo 2. IV-. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. emitir pareceres sobre assuntos da área educacional, por iniciativa de seus conselheiros ou quando solicitado pelo Ministro de Estado da Educação;. V-. manter intercâmbio com os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal;. VI-. analisar e emitir parecer sobre questões relativas à aplicação da legislação educacional, no que diz respeito à integração entre os diferentes níveis e modalidades de ensino;. VII-. analisar, anualmente, as estatísticas da educação, oferecendo subsídios ao Ministério da Educação;. VIII- promover seminários sobre os grandes temas da educação brasileira; IX-. elaborar o seu regimento, a ser aprovado pelo Ministro de Estado da Educação.. De acordo com o Parecer 99 de 1999, que alterou o regimento do Conselho Nacional de Educação, este está estruturado em duas Câmaras, a de Ensino Básico e a de Ensino Superior, esta com atribuições específicas sobre o funcionamento do ensino superior, conforme artigo 5º a seguir: I-. examinar problemas da educação superior, oferecendo sugestões para a sua solução;. II-. analisar e emitir parecer sobre os procedimentos e resultados dos processos de avaliação da educação superior;. III-. oferecer sugestões para a elaboração do Plano Nacional de Educação, observando sua repercussão na Lei de Diretrizes Orçamentárias e acompanharlhe a execução no âmbito de sua competência;. IV-. deliberar sobre as diretrizes curriculares propostas pelo Ministério da Educação, para os cursos de graduação;. V-. deliberar, com base em relatórios e avaliações encaminhados pelo Ministério da Educação, sobre o reconhecimento de cursos e habilitações oferecidos por instituições de ensino superior, assim como sobre autorização daqueles oferecidos por instituições não universitárias;. VI-. deliberar, com base em relatórios e avaliações encaminhados pelo Ministério da Educação, sobre a autorização, o credenciamento e o recredenciamento periódicos de universidades e de instituições isoladas de educação superior;. VII-. deliberar sobre os estatutos das universidades e o regimento das demais instituições de educação superior que fazem parte do sistema federal de ensino;. 13.

(25) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. VIII- deliberar, com base em relatórios resultantes da avaliação de cursos, elaborados pelo Ministério da Educação, sobre o reconhecimento periódico dos cursos de mestrado e doutorado; IX-. analisar as questões concernentes à aplicação da legislação relativa à educação superior;. X-. assessorar o Ministro de Estado da Educação nos assuntos relativos à educação superior, oferecendo sugestões de critérios e procedimentos para o reconhecimento de cursos, avaliação, credenciamento e recredenciamento de instituições.. A SESu – Secretaria de Ensino Superior – órgão da estrutura interna do Ministério da Educação - possui suas atribuições descritas no artigo 17 do decreto 5.159/2004 abaixo transcrito: I-. planejar, orientar, coordenar e supervisionar o processo de formulação e implementação da política nacional de educação superior;. II-. propor políticas de expansão e de supervisão da educação superior, em consonância com o Plano Nacional de Educação;. III-. promover e disseminar estudos sobre a educação superior e suas relações com a sociedade;. IV-. promover o intercâmbio com outros órgãos governamentais, entidades nacionais e internacionais sobre matéria de sua competência;. V-. apoiar técnica e financeiramente as instituições de ensino superior;. VI-. articular-se com outros órgãos e instituições governamentais e nãogovernamentais visando à melhoria da educação superior;. VII-. atuar como órgão setorial de ciência e tecnologia do Ministério para as finalidades previstas na legislação que dispõe sobre o Sistema Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico;. VIII- subsidiar a elaboração de projetos e programas voltados à atualização do Sistema Federal de Ensino; IX-. zelar pelo cumprimento da legislação educacional no âmbito da educação superior;. X-. subsidiar a formulação da política de oferta de financiamento e de apoio ao estudante do ensino superior gratuito e não gratuito e supervisionar os programas voltados àquelas finalidades; e. 14.

(26) Capítulo 2. XI-. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. estabelecer políticas e executar programas voltados à residência médica, articulando-se com os vários setores afins, por intermédio da Comissão Nacional de Residência Médica.. Todas instituições de ensino componentes do Sistema Federal de Ensino são supervisionadas pela SESu e classificadas pelo Decreto Nº 3.860 de nove de julho de 2001 da seguinte forma e com as características abaixo descritas: universidades - As universidades caracterizam-se pela oferta regular de atividades de ensino, de pesquisa e de extensão, dedicada à produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional e que devem contar com pelo menos um terço do corpo docente, com titulação de mestrado ou doutorado e regime de tempo integral. As. Universidades. contam. com. autonomia. garantida. pela. Emenda. Constitucional Nº 11, de 1995 que deu nova redação ao artigo 207 da carta magna. “As. universidades. gozam. de. autonomia. didático-científica,. administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.” No exercício desta autonomia, as universidades, assumem as seguintes atribuições: I. criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino; II. fixar os currículos dos seus programas, observadas as diretrizes gerais pertinentes; III. estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica, produção artística e atividades de extensão; IV. fixar o número de vagas de acordo com a capacidade institucional e as exigências do seu meio; V. elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonância com as normas gerais atinentes; VI. conferir graus, diplomas e outros títulos; VII. firmar contratos, acordos e convênios;. 15.

(27) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. VIII. aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem como administrar rendimentos conforme dispositivos institucionais; IX. administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato constituição, nas leis e nos respectivos estatutos; X. receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação financeira resultante de convênios com entidades públicas e privadas. centros universitários - A LDB no §2° de seu artigo 54 faculta a extensão da autonomia universitária a instituições que comprovem alta qualificação para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação realizada pelo Poder Público. Esta inovação possibilitou a criação dos centros universitários, instituições de ensino superior pluri-curriculares, que se caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pelo: 1. desempenho de seus cursos nas avaliações coordenadas pelo Ministério da Educação; 2. qualificação do seu corpo docente; e 3. condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar. faculdades integradas, faculdades, institutos ou escolas superiores - As Faculdades, objeto de estudo deste trabalho, podem ser organizadas na forma de faculdades integradas - instituições com propostas curriculares em mais de uma área de conhecimento, organizadas para atuar com regimento comum e comando unificado; faculdades isoladas – instituições com proposta curricular em área específica, ou várias instituições com propostas em mais de uma área, mas que possuem comando descentralizado; e institutos superiores de educação, instituições criadas com propósito único de formação para o magistério e cuja organização curricular busca a formação de professores para a atuação multidisciplinar, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. Quanto ao marco regulatório, segundo Antônio Ruiz, pode ser demonstrado na tabela abaixo: Encontra-se em discussão com a sociedade um projeto de reforma universitária que pretende redefinir o marco regulatório e a própria estrutura de funcionamento do ensino superior.. 16.

(28) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. Tabela 1 – Marco Regulatório do Ensino Superior Brasileiro. DISPOSITIVOS. Procedimentos e critérios para autorização e reconhecimento de cursos (dentro e fora da sede). DECRETOS E PORTARIAS. Decreto nº 2.406/97 e 3.860/01 e Portaria nº 612/99, 639/97, 640/97, 641/97, 752/97, 80/97, 877/97, 946/97, 971/97, 1.679/99, 2.175/97, 2.297/98 e 2.402/01. Procedimentos e critérios para credenciamento e recredenciamento de IES. Decreto nº 3.860/01 e Portaria nº 302/98, 637/97, 639/97, 640/97, 752/97, 946/97, 1.679/99, 2.040/97 e 2.297/98;. Procedimentos operacionais para avaliação. Resolução CES/CNE nº 10/02 Decreto nº. dos cursos, programas e desempenho. 2.406/97 e 3.860/01 e Portaria nº 302/98,. individual de IES e órgãos responsáveis. 972/97 e 2.297/98. Organização do ensino superior (natureza. Decreto nº 2.406/97 e 3.860/01 e Portaria nº. jurídica, acadêmica e mantenedora das IES). 302/98, 972/97 e 2.297/98. Entidades mantenedoras das IES. Decreto nº 3.860/01. 2.3 Contexto atual do Ensino Superior Ainda discutindo o papel da educação no Brasil, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 214, determina a necessidade de existência de um Plano Nacional de Educação. Não bastasse o disposto na carta magna, a LDB, de 1996, explicita nos artigos 9º e 87, respectivamente, que cabe à União, a elaboração do Plano, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e instituiu a Década da Educação. O Plano foi encaminhado em 1998 ao Congresso Nacional, que após uma série de audiências e consultas públicas, aprovou o plano que foi sancionado pelo Presidente em 2001, com os seguintes objetivos: 1. elevação global do nível de escolaridade da população; 2. melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis; 3. redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública e 17.

(29) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. 4. democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolares e locais em conselhos escolares ou equivalentes. Levando em consideração que “... os recursos financeiros são limitados e que a capacidade para responder ao desafio de oferecer uma educação compatível, na extensão e na qualidade, à dos países desenvolvidos precisa ser construída constante e progressivamente” (PNE,2001) o congresso determinou um conjunto de cinco prioridades, abaixo citadas, onde apenas aquelas relativas ao ensino superior serão analisadas: •. garantia de ensino fundamental obrigatório de oito anos a todas as crianças de 7 a 14 anos, assegurando o seu ingresso e permanência na escola e a conclusão desse ensino;. •. garantia de ensino fundamental a todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria ou que não o concluíram;. •. ampliação do atendimento nos demais níveis de ensino – para a análise deste item é necessário apresentar a justificativa do legislador ao propor tal projeto: A ampliação do atendimento, neste plano, significa maior acesso, ou seja, garantia crescente de vagas e, simultaneamente, oportunidade de formação que corresponda às necessidades das diferentes faixas etárias, assim como, nos níveis mais elevados, às necessidades da sociedade, no que se refere a lideranças científicas e tecnológicas, artísticas e culturais, políticas e intelectuais, empresariais e sindicais, além das demandas do mercado de trabalho. Faz parte dessa prioridade a garantia de oportunidades de educação profissional complementar à educação básica, que conduza ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia. (PNE, 2001). Nesta redação, o legislador torna clara a necessidade do investidor privado no processo de ampliação do atendimento, lembrando a necessidade de padrões mínimos de qualidade que possam realmente propiciar o desenvolvimento do país; •. valorização dos profissionais da educação; e. •. desenvolvimento de sistemas de informação e de avaliação em todos os níveis e modalidades de ensino – neste momento, o legislador reconhece a necessidade de controle do Estado sobre o ensino, a fim de garantir a qualidade, permitir a construção de padrões de formação profissional nacional e processo de melhoria contínua do ensino.. 18.

(30) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. O Plano Nacional de Educação apresenta um diagnóstico do ensino superior brasileiro, bem como diretrizes e metas de desempenho até 2011. Os dados de análise do PNE são de 1998, mas para este trabalho serão atualizados com informações do Censo do Ensino Superior de 2002. “Como resultado conjugado de fatores demográficos, aumento das exigências do mercado de trabalho, além das políticas de melhoria do ensino médio, prevê-se uma explosão na demanda por educação superior.” (PNE,2001) Conforme gráficos abaixo, o primeiro demonstrando a evolução das matrículas no ensino fundamental nordestino na década de 1990, a implantação de programas de incentivo e financiamento à educação, bem como erradicação do trabalho infantil, oferecido pela União, Estados e Municípios, permitiu que a maioria dos estados nordestinos, de forma específica, passassem a ter um índice de mais de 90% das crianças com menos de catorze anos na escola. Esta nova pressão por vagas no ensino médio criou um aumento nos investimentos públicos, notadamente estaduais, no ensino médio. Tomando por exemplo a situação do nordeste brasileiro, em alguns estados, em vinte anos o número de alunos na faixa adequada – entre 15 e 17 anos de idade – aumentou mais de trezentos por cento. % de crianças de 7 a 14 anos na escola - Nordeste 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0. AL. BA. CE. MA 1991. PB. PE. PI. RN. SE. 2000. Gráfico 3 - % de crianças de 7 a 14 anos na escola – Nordeste Fonte: INEP. Possivelmente, na primeira vez na história da educação brasileira, um contingente incrível de jovens de camadas mais pobres da sociedade conseguiram terminar o ensino médio. Esta explosão do ensino médio refletiu-se rapidamente no ensino superior. Levando em consideração o crescimento das matrículas no ensino superior apenas entre os anos de 1998 e 1997, onde foi verificado um aumento de 9%, o país ultrapassou a barreira de dois 19.

(31) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. milhões de estudantes, atingindo um volume de dois milhões e cento e vinte cinco mil alunos matriculados.. Gráfico 4 - % de jovens de 15 a 17 anos no 2º grau ou mais de 8 anos de estudo – Nordeste % de jovens de 15 a 17 anos no 2º grau ou mais de 8 anos de estudo - Nordeste 30 25 20 15 10 5 0. AL. BA. CE. MA. PB. 1982 1992. PE. PI. RN. SE. 2002. Fonte: INEP. O índice de crescimento apontado entre estes dois anos é bem próximo do atingido pelo sistema em toda a década de 80. Esta expansão – acelerada - no ensino superior ainda não foi suficiente para a necessidade nacional. Em comparação com outros países da América Latina, o Brasil apresenta um dos mais baixos índices de acesso aos níveis mais elevados do ensino, segundo dados do PNE, levando-se em consideração a população na faixa etária entre 18 e 24 anos os índices do Brasil não chegam aos 12%, “comparando-se desfavoravelmente com os índices de outros países do continente” Argentina 40%, entretanto é feita observação que o acesso ao ensino superior neste país é irrestrito, mas possui altos índices de evasão, entretanto, mesmo comparando os números brasileiros frente ao Chile (20,6%), à Venezuela (26%) e à Bolívia (20,6%) a situação ainda é preocupante. Para reverter esta situação, o PNE julga que o fortalecimento do setor público é indispensável, à medida que “as atividades típicas das universidades - ensino, pesquisa e extensão - constituem o suporte necessário para o desenvolvimento científico, tecnológico e cultural do País”. Entretanto é feita a ressalva que “paralelamente, a expansão do setor privado deve continuar, desde que garantida a qualidade”.. 20.

(32) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento Tabela 2 – Evolução do número de matrículas – Brasil – 1980 - 1999. Ano. Públicas #. %. Particulares #. Total. %. % Ano. Década. 1980 492.232. 35,74. 885.054. 64,26 1.377.286. -. 1981 535.810. 38,64. 850.982. 61,36 1.386.792. 0,69%. 1982 548.388. 38,95. 859.599. 61,05 1.407.987. 1,53%. 1983 576.689. 40,08. 862.303. 59,92 1.438.992. 2,20%. 1984 571.879. 40,87. 827.660. 59,13 1.399.539. -2,74%. 1985 556.680. 40,71. 810.929. 59,29 1.367.609. -2,28%. 1986 577.632. 40,74. 840.564. 59,26 1.418.196. 3,70%. 1987 584.965. 39,78. 885.590. 60,22 1.470.555. 3,69%. 1988 585.351. 38,94. 918.204. 61,06 1.503.555. 2,24%. 1989 584.414. 38,48. 934.490. 61,52 1.518.904. 1,02%. 1990 578.625. 37,58. 961.455. 62,42 1.540.080. 1,39%. 1991 605.736. 38,71. 959.320. 61,29 1.565.056. 1,62%. 1992 629.662. 41,00. 906.126. 59,00 1.535.788. -1,87%. 1993 653.516. 40,99. 941.152. 59,01 1.594.668. 3,83%. 1994 690.450. 41,57. 970.584. 58,43 1.661.034. 4,16%. 1995 700.540. 38,82 1.059.163. 60,18 1.759.703. 5,94%. 1996 735.427. 39,36 1.133.102. 60,64 1.868.529. 6,18%. 1997 759.182. 39,03 1.186.433. 60,97 1.945.615. 4,13%. 1998 804.729. 37,86 1.321.229. 62,14 2.125.958. 9,27%. 1999 832.022. 35,11 1.537.923. 64,89 2.369.945. 11,48%. 10,28%. 53,88%. Fonte: INEP A presença do Estado é ainda necessária para corrigir distorções geográficas, “esta desigualdade resulta da concentração das matrículas em instituições particulares das regiões mais desenvolvidas. O setor público, por outro lado, está mais bem distribuído”. 21.

(33) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento Gráfico 5 – Evolução consolidada 1980-1999. Evolução das Matrículas em IES 1980-1999 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000 0. 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 Públicas. P rivadas. Fonte: INEP. Tabela 3 - Matrícula por Dependência Administrativa – Brasil e Regiões – Nível Superior 1998 Dependência Administrativa Região Federal. Estadual. Municipal. Particular. Total. #. %. #. %. #. %. #. %. 2.125.958. 408.640. 19,22. 274.934. 12,93. 121.155. 5,69. 1.321.229. 62,14. 85.077. 45.957. 54,01. 9.688. 11,38. 952. 1,11. 28.480. 33,47. NE. 310.159. 118.455. 38,19. 80.702. 26,01. 10.681. 3,44. 100.321. 32,34. SE. 1.148.004. 127.991. 11,14. 114.716. 9,99. 43.210. 3,76. 862.087. 75,09. S. 419.133. 71.960. 17,16. 55.543. 13,25. 61.264. 14,61. 230.366. 54,96. CO. 163.585. 44.277. 27,06. 14.285. 8,73. 5.048. 3,08. 99.975. 61,11. Brasil N. Fonte : MEC/INEP/SEEC. Durante os debates para formulação do Plano Nacional de Educação, o papel das esferas federativas foi bastante discutido. Mesmo sendo levado em consideração o papel histórico da União de atuar na educação superior - função prevista na Constituição Federal – o aumento de vagas ao longo do período analisado deu-se principalmente na rede estadual. “As universidades públicas têm um importante papel a desempenhar no sistema, seja na pesquisa básica e na pós-graduação stricto sensu, seja como padrão de referência no ensino de graduação.” (PNE,2001). 22.

(34) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento Gráfico 6 – crescimento de matrículas 1988-1998 Índice de Crescimento da Matrícula por Dependência Administrativa Brasil 1988-1998 160 150 140 130 120 110 100 90 1998. 1989. 1990 Federal. 1991. 1992. 1993. Estadual. 1994. 1995. Municipal. 1996. 1997. 1998. Privada. Fonte: INEP. Esta expansão estadual sobre o ensino superior levanta questões sobre o financiamento público do ensino – assunto que será tratado em item posterior deste trabalho – “os recursos destinados pelos Estados à educação superior devem ser adicionais aos 25% da receita de impostos vinculada à manutenção e desenvolvimento da educação básica.” (PNE,2001) Outra observação feita é sobre o papel dos municípios no ensino superior, mesmo participando com menos de seis por cento do total de matrículas, esta atuação na visão do Plano Nacional de Educação “contraria o disposto na Emenda Constitucional nº 14, de 1996, onde o sistema municipal de ensino deve atender prioritariamente à educação infantil e ao ensino fundamental.”. 23.

(35) Capítulo 2. O Ensino Superior – Desenvolvimento, Estrutura e Funcionamento. Tabela 4 – Número de Matrículas no Ensino Superior por unidade da Federação Unidade da Federação BRASIL Norte. 1992. 1994. 1996. 1998. 2000. 2002. 1.535.788 1.661.034 1.868.529 2.125.958 2.694.245 3.479.913. % 1992/2002 126,6. 52.230. 64.254. 77.169. 85.077. 115.058. 190.111. 264,0. Rondônia. 4.505. 5.533. 7.196. 9.306. 15.651. 22.219. 393,2. Acre. 2.433. 2.672. 2.900. 3.514. 4.498. 9.801. 302,8. Amazonas. 9.557. 12.094. 20.344. 20.096. 30.982. 57.038. 496,8. Roraima. 1.191. 3.131. 2.594. 3.347. 4.006. 4.172. 250,3. 31.559. 35.453. 36.394. 38.902. 46.440. 61.175. 93,8. 917. 1.861. 2.593. 2.713. 4.348. 8.776. 857,0. 2.068. 3.510. 5.148. 7.199. 9.133. 26.930. 1.202,2. Nordeste. 245.741. 264.396. 279.428. 310.159. 413.709. 542.409. 120,7. Maranhão. 11.725. 18.178. 19.076. 20.476. 27.008. 45.221. 285,7. Piauí. 9.559. 10.749. 13.743. 16.374. 31.117. 49.814. 421,1. Ceará. 38.823. 36.820. 41.238. 46.496. 56.717. 74.271. 91,3. Rio Grande do Norte. 18.580. 18.497. 20.087. 24.391. 38.836. 43.195. 132,5. Paraíba. 31.409. 32.357. 33.984. 35.587. 42.636. 47.500. 51,2. Pernambuco. 64.798. 66.673. 68.302. 70.820. 86.011. 109.207. 68,5. Alagoas. 14.666. 16.829. 14.668. 17.638. 22.651. 31.268. 113,2. Sergipe. 9.650. 10.757. 11.775. 14.239. 19.542. 24.308. 151,9. 46.531. 53.536. 56.555. 64.138. 89.191. 117.625. 152,8. Pará Amapá Tocantins. Bahia Sudeste. 858.372. 916.131 1.028.297 1.148.004 1.398.039 1.746.277. 103,4. Minas Gerais. 144.756. 153.198. 172.797. 199.115. 239.456. 306.895. 112,0. Espírito Santo. 19.878. 22.400. 25.280. 31.470. 44.286. 66.489. 234,5. Rio de Janeiro. 193.025. 199.817. 222.135. 238.713. 295.993. 384.197. 99,0. São Paulo. 500.713. 540.716. 608.085. 678.706. 818.304. 988.696. 97,5. Sul. 279.315. 304.852. 349.193. 419.133. 542.435. 677.655. 142,6. Paraná. 98.425. 104.949. 115.039. 141.119. 186.113. 238.724. 142,5. Santa Catarina. 49.749. 55.820. 69.772. 82.966. 118.059. 153.232. 208,0. Rio Grande do Sul. 131.141. 144.083. 164.382. 195.048. 238.263. 285.699. 117,9. Centro-Oeste. 100.130. 111.401. 134.442. 163.585. 225.004. 323.461. 223,0. Mato Grosso do Sul. 18.086. 19.978. 25.523. 32.925. 42.304. 55.824. 208,7. Mato Grosso. 14.198. 17.589. 24.213. 30.336. 42.681. 52.297. 268,3. Goiás. 33.993. 38.430. 43.706. 52.777. 72.769. 119.297. 250,9. Distrito Federal. 33.853. 35.404. 41.000. 47.547. 67.250. 96.043. 183,7. Fonte: INEP. 24.

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