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RESULT ADOS DA INDúSTRIA DE CONSTRUÇõES

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Ente:ndem·se por construção civil, neste estudo. a atividade econômica exercida por emprêsas construtoras de habitações, edifícios comerciais e fabris. Outras firmas dedicadas ã construção de estradas de rodagem, serviços de te:r~ raplenagem e obras pública~ como açudes e barragens estão agrupadas no item "diversos", No 19 grupo somam-se dados de 169 emprêsas. e no 29 , 39.

per-fazendo, portanto. 208, tôdas sob a forma jurídica de sociedades anônimas, cujos balanços foram publicados. em 1959. nos Diârios Oficiais da União e

dos Estados.

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INVERSÕES ADICIONAIS

As emprêsas aqui consideradas mobilizaram, em 1958, Cr$ 5,5 bilhões de recursos adicionais, aplicados em novas inversões, das quais Cr$ 2348 milhões incorporados ao ativo fixo e Cr$ 2971 milhões ao ativo reali-zável.

Dêsse montante adicional de in-versões, couberam às firmas de cons-trução civil CrS 4220 milhões

(77~~I ), equivalentes a aproximada-mente Cr$ 25 milhões por unidade

econômica, e às demais, CrS 1 280 milhões (23~ ), ou seja, cêrca de Cr$ 33 milhões por unidade.

Se bem que as emprêsas de cons-trução civil propriamente dita te-nham realizado inversões adicionais

médias em volume bem inferior ao das que se dedicam à construção de estradas, terraplenagem e outras obras de grande porte, pois as

pri-meiras atingiram, como foi indica-do antes, Cr$ 25 milhões por emprê-sa, contra Cr$ 33 milhões dessas úl-timas, a participação das inversões fixas no total das inversões adicio-nais [oi bem mais elevada no pri-meiro caso do que no segundo.

De fato, os dados revelam que, em 1958, as sociedades de construção civil aplicaram 441'1 de seus

(2)

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timentos fixos, contra 37% para as demais. Isto parece um tanto

para-doxal, de vez que as emprêsas do 2.°

grupo necessitam, para exercer as

suas atividades, de inversões em má

-quinas e equipamentos em volume

bem maior que as do 1.0 grupo. A

explicação para o caso baseia-se tal

-vez no fato de as emprêsas de

cons-trução civil, nào raro, receberem

parte do pagamento dos seus

servi-ços em imóveis por elas construidos.

E como a classificação contábil

pela qual se expressam os balanços

das sociedades não permite

distin-guir os imóveis para uso próprio das

emprêsas do daqueles que apenas

constituem seu patrimônio, a noção

de ativo fixo sob o ângulo

econômi-co, quando divergente dessa class

ifi-cação contábil, fica seriamente

pre-judicada, o que afeta as conclusões

da análise.

Outro ponto importante que SP.

assinala

é

o relativo à origem dos

recursos mobilizados. As emprêsas de construção civil, incluídas nesta

análise, mobilizaram 73% de seus

re-cursos em fontes externas, isto é, pelo aumento de dívidas (bancos e

outros credores), e as demais cêrca

de 77%. Percentagens tão altas

des-toam das demais emprêsas

comer-ciais e industriais, que em média

ra-ramente ultrapassam 50 a 60%. Isso

vem contrariar a impressão

falsa-mente apregoada de escassez de cré

-dito para a indústria de construção.

É que se costuma pensar em finan

-ciamentos apenas sob forma de cré-dito bancário, quando a mobiliza<:ão

de recursos financeiros via crédito,

no caso, se opera substancialmente através dos próprios compradores

de imóveis, ou de adiantamentos por

parte das firmas e instituições

pú-blicas que contratam as obras que

mandam executar.

Esclarecimentos complementares

podem ser encontrados nos estudos

sôbre mercado imobiliário que " C on-juntura Econômica" publica regu-larmente.

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(4)

74 CONJUNTURA ECONOMICA

1958, Cr$ 18,6 bilhões, ou seja, em

média, Cr$ 110 milhões por

emprê-5a.

No

caso

das 39

componentes

do

grupo "diversos", já definidas, essas

inversões somaram Cr$ 4,4 bilhões,

ou seja, Cr$ 113 milhões por

unida-de. Quando se comparam as

inver-sões totais com as inversões

pró-prias brutas, vê-se que há enorme

disparidade, tanto na indústria em

conjunto, como em cada um dos

seus agregados. É que a diferença

entre êsses dois agregados, ou seja.

o passivo exigível, representa parte

substancial do primeiro, no qual

ne-cessàriamente se inclui. De fato, o

passivo exigível das emprêsas

agru-padas como de construção civil

re-presentava, em 1958, nada menos de

7i,4% contra

68A

%

pala as "demais.

O uso de fontes externas de

recur-sos financeiros por parte das emprê-sas de construção, tanto civis quanto

as de estradas e outras obras públi-cas, é tão saliente que o ativo fixo de tais firmas (com as reservas

an-teriormente indicadas no caso da~

emprêsas de construção civil) é de'

montante inferior ao de suas inver~

sões próprias brutas (comparar QUADROS II e I1I).

Embora seja muito difícil espe

-cular em tôrno das prováveis cau

-sas dêsse uso abundante e substan-cial de crédito, por tal tipo de

ati-vidade, especialmente em face da li-mitação dos elementos de análise de

simples peças contábeis, parece ra-zoável admitir-se ser a inflação

do-minante, de um lado, e as pequenas

taxas de juros cobradas pelos insti-tutos de previdência e Caixas Eco-nômicas, de outro, uma das

princi-.

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paIS varIaveIs em Jogo.

Evidentemente, tais instituições de crédito não apenas financiam di-retamente essas emprêsas. O que ocorre, outrossim, é que as pessoas físicas antecipam recursos às firmas

construtoras (entradas, sinais de compras etc.), a uma taxa de juros igual a zero, baseadas na expecta-tiva (fortemente posiexpecta-tiva na maioria dos casos) do financiamento a ser

obtido dessas instituições. Quando a

operação se ultima e a instituiçãJ paga ao vendedor o preço ajustado,

o montante traspassa-se a novo

em-preendimento e o mecanismo se re-pete com a presença de novos com-pradores movidos por estímulos

se-melhantes.

É bem verdade que as contas

de-vedoras classificadas como realizá

-vel, nessas emprêsas, constituem parcela ponderável de seus ativos circulantes, o que pode resultar d~

créditos concedidos aos seus cliepl.es

no decorrer da execução das obi:as:.

como, por exemplo, serviços pres

ta-dos e ainda não cobertos por

'Paga-mentos (ver QUADRO 11); mas isso

não invalida a hipótese anterior

-mente aventada, pelo menos em

fa-ce dos dados dos balanços aqui

ap\.:-rados.

LUCROS E DIVIDENDOS

Os baixos coeficientes de lucros

(5)

in-ABRIL 75

versões próprias líquidas e capital realizado contrastam com a marchd ascendente dos negócios de constru-ção, nos últimos anos. A rentabili-dade apurada à luz das peças cont:l-beis publicadas pelos interessado~,

de apenas 6,3c'c e 7,3' ( sóbre i nver-sões próprias brutas em 1957 e 1958,

respectivamente, ou de 7,7' ( e 9,1 f (

sôbre inversões próprias líquidas, ou, ainda, de 9,8% e 12,6{"( sôbre o ca-pital realizado, nesses mesmos anus,

indica claramente que as emprêsas consideradas omitem parte substan-cial dos lucros em seus reg:stros le ·

gais.

Com as taxas de inflação apun

t-das, da ordem de 1470 em 1957 e 13',(

em 1958 (índice de preços de ..

Con-juntura Econômica"), aceitar como

verdadeiras essas taxas de lucros se-ria admitir que as emprêsas da in

-dústria de construção não estão co-locando os seus recursos financeiros

dentro dos princípios elementares dos custos alternativos. Ao

contrá-rio, estariam tendo prejuízos reais

equivalentes a aproximadamente

50~;'. que é, grosso modo, a difereli-ça entre as taxas de lucros declara-dos e as de inflação. E isso seria, em

princípio, um contra-senso, numa economia inflacionada, na qual o~

negócios imobiliários e outros seme-lhantes que dão base econômica a existência de emprêsas de constru-ção têm sido causados, substancial-mente, por essa mesma inflação.

Quando se examina a mesma cor

-relação quanto aos dividendos, bt,)

é, a taxa de lucros distribuídos aos

acionistas, as observações feitas t...:r-nam-se ainda mais incisivas. Err:

1958, a taxa de dividendos sóbre " capital nominal foi de apenas 2l

( , e

de 2,5(~ em 1957. Essa participação

do acionista só seria concebível e!11 economias altamente capitalizadél<; e na ausência absoluta de inflação; nunca numa economia do tipo da brasileira, com oportunidades de lu

-cros 10 a 15 vêzes maiores. Se os

acionistas pusessem seu dinheiro em bancos, sem qualquer risco mercan

-til, receberiam, no mínimo, 3 vêzes

mais (dentro das normas legais), e se

°

fizesse em títulos públicos, con-siderados como péssimo investimen-to financeiro, ganhariam no míni

-mo 6 vêzes mais (em têr-mos reais). Tudo isso leva a crer que as ins

-tituições fiscais do Poder Público)

necessitam empenhar-se na urgente tarefa de rever, de modo menos su-perficial, os balanços e contas de

lu-cros e perdas de muitas firmas, em defesa do Tesouro Nacional.

ASSINATURAS

FUNDAÇÃO GETúLIO VARGAS

Referências

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