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Arq. NeuroPsiquiatr. vol.1 número2

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REUNIÕES CIENTÍFICAS

ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA SECÇÃO DE NEURO-PSIQUIATRIA

Sessão ordinária — 5, Março, 1943

PRESIDENTE — DR. ANDRÉ TEIXEIRA LIMA

Orientação da neuro-psiquiatria em Chicago. Dr. Aníbal Silveira.

Chicago é, com justa razão, considerado u m dos principais centros do p e n s a m e n t o m é d i c o n o r t e - a m e r i c a n o . A s principais publicações médicas e a s principais o r g a n i z a ç õ e s neuro-psiquiátricas t ê m sede naquela g r a n d e u r b e . H a intima cooperação entre os especialistas de neurologia, de neurocirurgia e de psiquiatria, quer nas instituições hospitalares, quer nas universidades. A neuro-fisiologia, a neuro-patologia, a neurologia experimental e a psicanálise constituem objeto de ensino oficial e de investigação. N o dominio da psi-quiatria existem excelentes o r g a n i z a ç õ e s das clínicas de orientação social (Social W o r k ) , de orientação infantil e escolar (Child Guidance), de pes-quisas médico-legais especialmente relativas à j u v e n t u d e , de psicologia e o I n s t i t u t o de Psicanálise. É extensa a o r g a n i z a ç ã o neuro-psiquiátrica afeta ao ensino — hospitais de pesquisas anexos às Universidades, leitos em hospitais públicos, serviços de ambulatório. A l e m disso, ha hospitais da Municipali-dade e do E s t a d o votados à neuro-psiquiatria. Desses hospitais n ã o destinados ao ensino, participam psiquiatras de varia hierarquia, pesquisadores s o -ciais (social w o r k e r s ) e psicólogos, alem dos que se dedicam à fisiologia nervosa e à psicotécnica. C o m o r e p r e s e n t a n t e s dos vários tipos de hospital de ensino, o a u t o r recorda os que estão ligados às t r ê s principais

universi-dades de Chicago ( N o r t h w e s t e r n University, University of Chicago, University of Illinois) e os que recebem casos a g u d o s s o m e n t e — Chicago S t a t e H o s p i t a l , Cook C o u n t r y Hospital, Michael Reese H o s p i t a l , P h y c h o p a t i c H o s

-pital — o Eljin S t a t e H o s p i t a l p a r a a g u d o s e crônicos, principalmente a colônia Joliett onde se a d m i t e m crônicos e onde existem institutos judiciários. Menciona as varias instituições das especialidades ligados à Universidade de Illinois: P s y c h o p a t h i c H o s p i t a l , Behavior Clinic of Cook C o u n t r y , I n s t i t u t e for Juvenile R e s e a r c h , I n s t i t u t e for Psychoanalisis, Illinois Neuropsychiatric I n s t i t u t e . Destes focalisa especialmente os dois últimos. O I n s t i t u t e for Psychoanalisis, sob a direção de F . A. Alexander, de r e n o m e mundial, m a n -têm intensa atividade de o r i e n t a ç ã o e pesquisa. Alem da finalidade didática, m a n t ê m curso regular para candidatos e p a r a psiquiatras em geral, n u m e -rosos cursos trimestriais p a r a leigos e p a r a médicos não especializados, alem de p r o m o v e r congressos. S ã o r e n o m a d a s as pesquisas atuais sobre a s m a , sobre endócrinopatias e sobre os p r o b l e m a s psicofisiológicos. O i m p o n e n t e bloco de 9 a n d a r e s do Illinois N e u r o p s y c h i a t r i e I n s t i t u t e , i n a u g u r a d o e m J u n h o de 1939, t e m a ala n o r t e (54 leitos) v o t a d a à neurologia orgânica sob a direção de Bailey e O l d b e r g e a ala sul à psiquiatria, com 98 leitos, sob a

direção de F . J. G e s t r y ; nesta funciona a secção infantil dirigida p o r Schroeder, com 14 leitos. O L a b o r a t ó r i o de Neurofisiologia sob a direção de McCulloch, a b r a n g e t o d o o e m b a s a m e n t o da ala sul. Aí o g r a n d e sucessor de D u s s e r de B a r e n n e conduz pesquisas c o n s a g r a d a s ao m a p a funcional da cortex cerebral, à bioquímica da cortex, aos processos bioquímicos correlatos da

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Traços essenciais da personalidade neurótica. Dr. Darcy Mendonça Uchôa.

Depois de fazer considerações gerais sobre a tendência da m o d e r n a psi-quiatria e p a r t i c u l a r m e n t e sobre os t r a b a l h o s de F r e u d e seus colaboradores, o a u t o r estuda a personalidade à luz da psicologia dinâmica e define a p e r s o -nalidade neurótica r e v e n d o seus principais característicos e suas relações com os próprios s i n t o m a s neuróticos. E l e a considera como p e r t e n c e n t e ao g r u p o das personalidades psicopáticas e c o m o certas circunstancias descritas p o r B i r n b a u m , Lafora e o u t r o s , os quais d ã o valor à personalidade anterior dos psiconeuróticos. Refere e critica o conceito da nervosidade constitucional. T e n t a d e t e r m i n a r a personalidade n o r m a l , s u g e r i n d o a existência de sinais indicadores da personalidade neurótica. Citando as concepções m o d e r n a s de H a r e n H o r n e y e d a n d o particular importância aos fatores culturais, t e r m i n a m o s t r a n d o as relações de tais estudos com as m o d e r n a s aquisições da psi-cologia do ego.

Sessão ordinária — 5, Abril, 1943

Ligadura de trompas e reação psicótica. Nota prévia. Dr. Paulo Lentino.

T e n d o o A. observado a frequência do aparecimento de d e t e r m i n a d o s q u a d r o s m ó r b i d o s mentais ligados a intervenções ginecológicas a c o m p a n h a d a s de ligaduras de t r o m p a s , propoz-se a e s t u d a r os casos que p a s s a s s e m pelo P a v i l h ã o F e m i n i n o de O b s e r v a ç õ e s do H o s p i t a l de J u q u e r í . Conseguiu reunir d u r a n t e o a n o de 1942, cinco casos b e m definidos que foram apresentados em

rápida exposição, todos com o m e s m o q u a d r o p s i q u i á t r i c o : síndrome parafrênica. P r e t e n d e o A. realizar, j u n t a m e n t e com u m ginecologista, u m e s t u d o de estatística das doentes hospitalizadas p o r t a d o r a s de moléstias mentais e de

ligadura de t r o m p a s , verificando qual a personalidade pre-psicótica dessas doentes b e m c o m o a sua herança, p r o c u r a n d o d e m o n s t r a r qual é a síndrome psiquátrica mais frequente e, se possivel, qual o m e c a n i s m o de p r o d u ç ã o dos distúrbios mentais em relação com a i n t e r v e n ç ã o ginecológica, e, finalmente, c o m p a r a r os resultados obtidos com os dos a u t o r e s que se t e n h a m o c u p a d o do a s s u n t o ou de a s s u n t o correlato.

Função do psiquiatra na clínica de orientação infantil. Dr. Mario Velez.

O A, depois de definir a posição d o psiquiatra na Clínica de O r i e n t a ç ã o

Infantil, passa a salienta-lo c o m o c o o r d e n a d o r do t r a b a l h o dos técnicos, interpretador dos sintomas e atitudes da criança, r e m a t a d o r da e s t r u t u r a da Clínica. E m seguida, passa em revista as principais técnicas de exame, a t u a l m e n t e a d o t a d a s p a r a a elucidação dos p r o b l e m a s afetivos da criança, tecendo

consi-derações em t o r n o da sua improvisação, variabilidade, empirismo, concluindo que n ã o existe u m a técnica convencionada, n e m u m m é t o d o e s t a n d a r t i z a d o para entrevista psiquiátrica. Eles v a r i a m com a criança e com o psiquiatra. Refere-se à técnica de jogo, ao e s t u d o dos s o n h o s , à associação livre, etc. D e s t e c o m u t o a p u r a o psiquiatra os d e s a j u s t a m e n t o s infantis, os erros e d u -cativos, as r e a ç õ e s afetivo-instintivas, os p r o b l e m a s da personalidade e da conduta, as n e u r o s e s nascentes e, então, a técnica já é terapêutica, q u a n d o consegue despertar e convencer a criança. Considera a psicanálise c o m o excelente m é t o d o terapêutico, p o r e m inaplicavel na Clínica de O r i e n t a ç ã o I n

-fantil por exigir tempo prolongado. Conclue referindo-se à ação terapêutica tia Clínica que age sobre a criança-problema, diretamente por meio do tra-tamento médico e psicoterápico e, indiretamente, pela modificação do ambiente

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Sessão ordinária — 5, Maio, 1943

Resultados práticos de uma psicanálise em um caso de neurose de caráter com alguns sintomas orgânicos. Dr. Flavio Rodrigues Dias.

O A. descreve u m caso de psicanálise que pelas dificuldades e n c o n t r a d a s , exigiu u m longo p r a z o de t r a t a m e n t o (3 anos e 4 m e s e s ) . E s t a dificuldade foi devido ter a n e u r o s e se estabilizado e cristalizado parcialmente e m t r a ç o s de caráter, t o r n a n d o - s e assim sua resistência p a r t i c u l a r m e n t e dificil e pouco accessivel e m certos p o n t o s a o m é t o d o analítico. A análise se m o s t r o u p a r t i c u l a r m e n t e eficaz, r e m o v e n d o c o m p l e t a m e n t e certos sintomas c o m o a a n o r e x i a m e n t a l , a m a g r e z a de n a t u r e z a psicógena, a impotência sexual e

o m e d o às doenças em geral. D e s c r e v e sob este p o n t o de vista, a psico-gênese e o m e c a n i s m o psicológico de tais sintomas, b e m como o seu meca-n i s m o de cura. E s t u d a , em seguida, o c o m p o r t a m e meca-n t o comeca-njugal do paciemeca-nte,

a s profundas modificações por ele p a s s a d a s até sua normalização definitiva.

Amiotrofia familial com atrofia testicular em três irmãos. Drs. Oswaldo

Frei-t a s J u l i ã o e R o b e r Frei-t o M e l a r a g n o Filho.

Este trabalho vem publicado, na integra, no presente número desta revista.

Sobre um caso de aliquorréia. Drs. J. Batista dos Reis, Dante Giorgi e

Fran-cisco Glicerio de F r e i t a s Filho.

Os A A . apresentam um caso de aliquorréia, observado no Hospital S. Paulo, que veio ressaltar a importância da medida da p r e s s ã o liquórica n a orientação s e g u r a p a r a adequada terapêutica. A p ó s justificarem a d e n o m i n a ç ã o dada, p a s s a m em revista as causas que favorecem o a p a r e c i m e n t o da síndrome, tais

c o m o o sofrimento diréto dos plexos coroides, as p e r t u r b a ç õ e s funcionais decorrentes do estado de choque p o s t - t r a u m á t i c o ou cirúrgico, a p u n ç ã o lom-bar, o a u m e n t o da p r e s s ã o osmótica do s a n g u e após d e s h i d r a t a ç ã o e x t r e m a , moléstias degenerativas do sistema nervoso de longa d u r a ç ã o e m e c a n i s m o s "bloqueantes à livre circulação do liquor. E x p õ e m a observação de u m doente o p e r a d o de talha hipogástrica com anestesia raquidiana (2,5 cc de percaina)

em cujo decurso p o s t - o p e r a t ó r i o foram a d m i n i s t r a d a s varias injeções endovenosas de solução hipertônica de glicose. T r ê s dias depois s u r g i r a m cefaléia e confusão mental. Feita a p u n ç ã o sub-occipital, n ã o foi obtido liquor; m e s m o

depois de aspiração só foi conseguida u m g o t a de liquor sanguinolento. N o v a p u n ç ã o sub-occipital foi realizada com o doente em posição sentada ainda

sem o resultado desejado. Foi e n t ã o o paciente levado p a r a o gabinete radiológico onde u m a chapa d o cranio, em incidência de perfil, revelou presença d e c o n t r a s t e gazoso a o nivel dos espaços aracnoidianos das regiões frontal e

parietal. O t r a t a m e n t o p o r altas doses de solutos iso e hipotônicos, por vias s u b c u t a n e a e endovenósa, normalizou a p r e s s ã o liquórica com desapareci-m e n t o da sintodesapareci-matologia clínica.

Sessão extra-ordmaria — 19, Maio, 1943.

Da estrutura da psicose. D r . Maio Yahn.

O autor e x a m i n a o p a n o r a m a geral das psicoses, orientando-se pelo caráter

de terem etiologia exógena ou endógena. Reconhece que cada uma das psicóses desses dois grupos tem uma formação, um curso e uma estrutura que lhe são proprias e que, em muitas circunstancias, são facilmente identificáveis

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Sessão ordinária — 5, Junho, 1943

Estudo de seis casos de síndromes vasculares do tronco encefálico. Drs. Oswaldo F r e i t a s Julião e R o b e r t o M e l a r a g n o Filho.

O t r o n c o encefálico é u m s e g m e n t o do neuro-eixo de dimensões exiguas e p o r ele trafegam em feixes mais ou m e n o s condensados, as vias c o n d u t o r a s d a s mais diversas funções nervosas (vias m o t o r a s piramidal e extrapiramidal, vias das sensibilidades superficial e profunda, vias cerebelares e vestibulares, feixes de associação). Alem disso, aí e s t ã o situados os núcleos de quasi todos os nervos cranianos. P o r tais motivos, compreende-se que frequentemente lesões m í n i m a s d e t e r m i n a m sintomatologia rica e complexa. R e a l ç a d o o valor

dessas particularidades, p a s s a m os A A . ao e s t u d o de diversos casos clínicos que tiveram o p o r t u n i d a d e de observar. O s dois primeiros casos são diagnos-ticados como s í n d r o m e alterna bulbar retro-olivar, t a m b é m conhecida c o m o s í n d r o m e de W a l l e m b e r g . O s tres casos seguintes são de mais dificil diag-nóstico topográfico, por isso que os s i n t o m a s observados o b r i g a v a m a admitir lesões múltiplas e bilaterais. O sexto caso, relativo a u m a t r o m b o s e da artéria

basilar e que evoluiu para êxito letal é a c o m p a n h a d o de e s t u d o anátomo-patológico. F i n a l m e n t e , tecem considerações gerais sobre a etiologia e a patogenia d a s s í n d r o m e s vasculares do t r o n c o encefálico, salientando o papel relevante

d e s e m p e n h a d o pela sífilis e r e c o r d a n d o que tais casos são e x t r e m a m e n t e r e -beldes à terapêutica específica.

Desordens do comportamento post-encefalíticas. Considerações terapêuticas a propósito de um caso. Drs. Fernando de Oliveira Bastos e Joy Arruda.

O s A A fazem u m r e s u m o da literatura sobre o a s s u n t o e focalizam as q u e s t õ e s p a t o g ê n i c a e terapêutica das desordens d o c o m p o r t a m e n t o p o s t

-encefalíticas. Discutem as várias teorias neurológicas, tóxicas, degenerativas, psicológicas, etc., que procuram interpretar os distúrbios do comportamento em crianças post-encefalíticas. Descrevem o caso de uma menina de 8 anos

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Sessão ordinária — 6, Julho, 1943

Tumor protuberancial. Estudo anátomo-clínico. Drs. Oswaldo Lange, Carlos

V. Savoy e W a l t e r E . Maffei.

Este trabalho será publicado, na integra, no próximo número desta revista.

Acidentes encefálicos da convulsoterapia. Dr. Paulo Pinto Pupo.

O A. p r o c u r a c h a m a r a t e n ç ã o p a r a o fato que a convulsoterapia n ã o é t o t a l m e n t e inócua para o cérebro, deixando nele pequenas cicatrizes de lesões por distúrbios circulatórios, as quais p o d e m se t o r n a r epileptógenas ou deter-minar a instalação de s í n d r o m e de lesão focal. P r e v i a m e n t e porém, depois de r e l e m b r a r os m o d e r n o s estudos sobre as convulsões provocadas (princi-p a l m e n t e os de L i m a , n o P e r ú ) , estabelece c o m o fatos aceitos os s e g u i n t e s : a ) que o cardiazol age d i r e t a m e n t e sobre a substancia n e r v o s a para determi-n a r a c o determi-n v u l s ã o ; b ) que a crise codetermi-nvulsiva epilética é propria do sistema nervoso que possue elevada i n t e g r a ç ã o de suas funções; c) que na serie animal essa crise é t a n t o m a i s telencefalizada q u a n t o o é a função da m o tricidade; d) que as reações v a s o m o t o r a s e v a s o p r e s s o r a s que se p a s s a m d u -r a n t e as c-rises convulsivas s ã o p -r o d u t o de u m a desca-rga inopinada do sistema

nervoso vegetativo, c o n c o m i t a n t e à d e s c a r g a similar do a p a r e l h o neuro-muscular. A seguir, faz detalhada revisão dos estudos s o b r e a anatomia-patológica da convulsoterapia, e x p e r i m e n t a l ou h u m a n a , concluindo que lesões de o r i g e m circulatória existem p r a t i c a m e n t e e m todos os indivíduos que se s u b

-m e t e -m ao t r a t a -m e n t o convulsivante. N u -m capitulo à p a r t e sintetiza os

aci-dentes encefálicos já assinados na literatura, dividindo-os nos seguintes grupos: a) convulsões expontâneas tardias; b) distúrbios circulatórios mais ou menos graves; c) lesões cerebrais em focos. Finalmente, apresenta 3 observações anátomo-clínicas de acidentes encefálicos post-convulsoterapia (1 de cardiazol, 2 de eletro-choque) que observou entre 8 pacientes falecidos em

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N a primeira, t r a t a v a - s e de u m a esquizofrênica, com 22 anos de idade, que fez 21 crises cardiazólicas sem beneficio p a r a o estado m e n t a l e que, 16

mezes após passou a a p r e s e n t a r crises convulsivas expontâneas, de tipo Bravais-Jackson (braquio-facial direita), e m media 3 a 4 p o r dia d u r a n t e u m mez, e n t r a n d o depois em estado de m a l e vindo a falecer. A necropsia evidenciou

infarto h e m o r r á g i c o recente n o terço medio da circunvolução frontal ascen-dente esquerda e tuberculose p u l m o n a r . O infarto h e m o r r á g i c o foi, sem dú-vida, consequente a distúrbios na dinâmica vascular encefálica d u r a n t e as crises epiléticas, que se instalaram em região cerebral já p r e v i a m e n t e lesada em consequência da convulsoterapia. A favor desta explicação falam a au-sência de o u t r a lesão histológica cerebral ou vascular e a topografia da lesão em relação com a sede da crise Bravais-Jackson. N a 2.ª o b s e r v a ç ã o tratava-se

de u m a doente de 23 anos de idade, personalidade psicopática com surto delirante, que fez aplicações de eletrochoqueterapia, a qual foi suspensa p o r t e r a g r a v a d o o seu estado mental. Depois de 15 dias a p r e s e n t o u crises

convul-sivas expontâneas, vindo a falecer em estado de m a l epilético. A necropsia

evidenciou lesões a g u d a s — edema cerebral e sufusões h e m o r r á g i c a s pericapilares nas leptomeninges, sobre a circunvolução da dobra-curva e no parenquima dessa m e s m a circunvolução — e lesões crônicas — alterações isquêmicas das células nervosas nas 2.ª e 3.ª c a m a d a s arquitetônicas de varias circunvoluções e focos de amolecimento, de a l g u m t e m p o , no c o r n o de A m

nion, bilateralmente. A interpretação dada para este caso é idêntica ao a n t e rior, isto é, as lesões c o n s e q u e n t e s à convulsoterapia — das quais t e m o s e x e m -plo nos focos malácicos do corno de A m m o n e n a s lesões isquêmicas de células nervosas — t o r n a r a m - s e , por m o t i v o s o u t r o s , epiletógenas e as crises convulsivas epiléticas são as responsáveis pelas lesões a g u d a s recentes. N a 3." observação, indivíduo de 25 anos de idade, esquizofrênico, que fez 39 comas insulínicos, t e n d o a p r e s e n t a d o u m a única vez crise epiletiforme d u r a n t e este t r a t a m e n t o , fez depois 14 choques elétricos. E s t a d o mental inalterado. T r ê s meses depois passou a ter crises convulsivas e x p o n t a n e a m e n t e , vindo a falecer em estado de mal. A necropsia m o s t r o u u m p e q u e n o amolecimento em vias de cicatrização no corpo caloso e múltiplos pequenos focos h e m o r r á -gicos confluentes em t o d o lobo frontal direito. E s t a observação é, sem dú-vida, superponivel às anteriores, podendo-se i n t e r p r e t a r que a eletrochoque-terapia foi responsável pelas lesões crônicas (a exemplo o amolecimento d o corpo caloso) que se t o r n a r a m p o s t e r i o r m e n t e convulsivógenas e às crises epiléticas tardias se devem as h e m o r r a g i a s recentes que d e t e r m i n a r a m a m o r t e do paciente.

São pois 3 casos b a s t a n t e semelhantes, de indivíduos jovens, sem o u t r a a l t e r a ç ã o orgânica prévia, com o sistema vascular encefálico histologicamente íntegro, que a p r e s e n t a r a m crises convulsivas e x p o n t â n e a s secundariamente à convulsoterapia, vindo a falecer em conseqüência delas. T o d o s eles p o d e m ser interpretados como si as crises convulsivas terapêuticas tivessem deixado no encéfalo pequenas lesões cicatricials (verificadas efetivamente em 2 deles), as quais se t o r n a r a m t a r d i a m e n t e epiletógenas, por fatores outros, m e s m o e n d ó g e n o s . A s crises convulsivas secundárias, com as desordens dinâmicas vasculares que a c a r r e t a m , teriam d e t e r m i n a d o , sobre o t e r r e n o previamente

lesado, os infartos hemorrágicos recentes e graves que foram mortais. Diante disso chama atenção para o perigo que há em se fazer convulsoterapia em indivíduos idosos e em indivíduos que sejam portadores de lesões vasculares

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córtico-subcorticais e, ainda, estabelecer a direção dos axônios. Aludiu ao m a p a

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