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COLÉGIO SÃO LUÍS ENSINO MÉDIO CURSO DE METODOLOGIA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA CHIARA MALAVOLTA MAGALHÃES

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COLÉGIO SÃO LUÍS ENSINO MÉDIO

CURSO DE METODOLOGIA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

CHIARA MALAVOLTA MAGALHÃES

OS EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO NA ECONOMIA DOS PAÍSES PÓS- SOVIÉTICOS

São Paulo 2020

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CHIARA MALAVOLTA MAGALHÃES

OS EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO NA ECONOMIA DOS PAÍSES PÓS SOVIÉTICOS:

Artigo apresentado como requisito para aprovação em “Metodologia de Iniciação Científica”, na 2ª série do EM do Colégio São Luís

Orientador: Prof. Dr. Paulo Niccoli Ramirez

São Paulo

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Sumário

AGRADECIMENTOS: ... 4

1. RESUMO ... 4

2. ABSTRACT ... 5

3. LISTA DE SIGLAS ... 5

4. INTRODUÇÃO ... 6

5. DESENVOLVIMENTO ... 11

5.1 O FIM DA URSS ... 11

5.2 AS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS ... 12

5.2.1 ENTRE OS ESTADOS BÁLTICOS E A RÚSSIA ... 12

5.2.2 A RÚSSIA E A UNIÃO EUROPEIA NO SÉCULO XXI ... 14

5.3 AS BASES ECONÔMICAS ... 14

5.3.1 AS ECONOMIAS BÁLTICAS... 14

5.3.2 A ECONOMIA RUSSA ... 16

5.4 O EFEITO DA CRISE DE 2008 ... 17

5.5 AS RESPOSTAS PARA A CRISE... 23

5.6 O RELACIONAMENTO COM A UNIÃO EUROPEIA ... 25

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 27

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 29

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AGRADECIMENTOS:

Meus mais profundos agradecimentos:

Ao professor e orientador Paulo Niccoli Ramirez no curso de Metodologia de Iniciação Científica do Colégio São Luís por seu constante apoio, estímulo e correções;

Ao Colégio São Luís, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram o aprendizado contido nesse trabalho;

Aos meus pais não apenas pelo incentivo e pelo amor incondicional, mas também pelas opiniões emitidas;

Aos amigos que me incentivaram e que estiveram aqui por mim.

1. RESUMO

Após o colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), houve uma mudança da velha ordem mundial para a nova ordem. Como consequência disso, alguns estados como a Letônia, a Estônia e a Lituânia que se tornaram independentes com a dissolução da URSS optaram por voltar suas políticas externas para o Ocidente, ou seja, entraram para a União Europeia (UE) e para organismos internacionais como a Organização do Tratado do Atlântico Norte. Outros, no entanto, optaram por deixar suas políticas externas para o Oriente. Esse é o caso de países como a Rússia que se juntaram a pactos como a Organização para a Cooperação de Xangai e se aproximaram de Estados como, por exemplo, o Chinês. Assim, esse trabalho estudou como as escolhas feitas pelos países Bálticos e pela Rússia no final do século XX influenciaram na recuperação dos mesmos após a crise de 2008. A partir disso, estudou-se como as economias Russa e Bálticas foram afetadas pela crise de 2008, como os Estados se saíram nessa recuperação econômica, como o relacionamento com a UE interferiu na extensão e na reação à crise, quais foram as medidas tomadas pelos Estados com o objetivo de reverter a crise e qual foi o papel da União Europeia nestas medidas.

Palavras-Chave: Economia, Crise, 2008, Bálticos, Rússia

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2. ABSTRACT

After the collapse of the Union of Soviet Socialist Republics (USSR), there was a change of the old world order to the new order. As a result of this, some States such as Latvia, Estonia and Lithuania that became independent with the dissolution of USSR made the choice to turn its foreign politics to the Western, in other words, they became part of the European Union (EU) and of international organizations such as North Atlantic Treaty Organization. Others, however, made the option of let its foreign police to the Eastern. This is the case of countries such as Russia that became part of agreements as Shangai Cooperation Organization and became closer with other States, China, for instance. Therefore, this project studied how choices made by Baltic countries and Russia in the end of the 20th century impacted in their recovery after the 2008 crisis. Thereafter, it was studied how the Baltic and Russian economies were affected by the 2008 crisis, how the States fared in the economic recovery, how the relationship with the EU interfered in the extension and reaction to the crisis, which measures were taken by the countries in order to revert the crisis and what was the European Union role in those measures.

Key words: Economy, Crisis, 2008, Baltic 3. LISTA DE SIGLAS

 ABE: Autoridade Bancária Europeia

 BRICS: Acrônimo pra Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

 EIOPA: Autoridade Europeia de Seguros e Pensões Complementares

 ESPA: Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e Mercados

 EUA: Estados Unidos da América

 FMI: Fundo Monetário Internacional

 MEE: Mecanismo Europeu de Estabilidade

 OECD: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

 OMC: Organização Mundial do Comércio

 OTAN: Organização do Tratado do Atlântico Norte

 PCUS: Partido Comunista da União Soviética

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 PIB: Produto Interno Bruto

 PIIGS: Acrônimo para Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha

 PIT: Imposto de Renda Pessoal

 RTS: Sistema de Comércio Russo

 TIC: tecnologia da informação e comunicação (TIC)

 UE: União Europeia

 URSS: União das Repúblicas Socialistas Soviéticas

4. INTRODUÇÃO

A Revolução Russa, em 1917, gerou grandes implicações no século XX.

Dentre elas, a maior foi o surgimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1922, a qual foi inspirada no Socialismo científico1 de Marx e Engels. Essa teoria foi criada a partir do socialismo utópico2, com a visão de que poderia se construir uma sociedade mais igualitária pela vontade comum tanto da burguesia quanto dos operários. Contudo, o socialismo científico acreditava que só seria possível atingir esta sociedade utópica, o comunismo, por meio da luta do proletariado e que seria necessário passar pelo socialismo, uma sociedade que estaria entre o capitalismo e o comunismo.

A economia dessa sociedade recém-surgida baseava-se na eliminação da propriedade privada, nacionalização dos meios de produção e planejamento econômico centralizado. A continuidade da exploração do trabalho assalariado e da divisão social do trabalho geraram, no entanto, desigualdade social, à medida que a sociedade estava dividida em duas classes: a burocracia, que cuidava do planejamento, da administração e do controle, e a massa de trabalhadores (produtores), desprovidos do poder de decisão.

A partir do surgimento das sociedades socialistas no início do século XX, o mundo pós-Segunda Guerra Mundial sofreu uma bipolarização. De um lado,

1 O Socialismo científico foi a corrente do socialismo que, a partir de análises científicas, chegou ao

resultado de que uma sociedade mais igualitária poderia sim existir, mas a partir de uma revolução feita pelos operários com a finalidade de colocar os mesmos no poder.

2 O Socialismo utópico foi uma corrente do socialismo que possuía ideias extremamente positivistas quanto ao surgimento das sociedades comunistas. Essa teoria acreditava que as sociedades comunistas surgiriam da boa vontade da burguesia de tornar o mundo mais igualitário e menos injusto.

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estavam os países capitalistas, que sofriam influência dos Estados Unidos da América (EUA) e, do outro, os socialistas influenciados pela URSS.

Na década de 1980, a URSS enfrentou uma crise em seu sistema político- econômico. Diante desta situação, Gorbachev propôs a Perestroika3 e a Glasnost4, que consistiam, respectivamente, em reformas econômicas e políticas. Ainda que a Glasnost e a Perestroika tenham sido implementadas, a União Soviética só durou mais alguns anos, já que a mesma teve sua desintegração em 1991, em razão das contradições no sistema político.

Essa desintegração gerou o fim do mundo bipolar e o início do mundo unipolar com hegemonia dos Estados Unidos da América para alguns teóricos como, por exemplo, Charles Krauthammer5 . Para outros, como Waltz e Layne6, esse foi o início do mundo multipolar, ou seja, cada país ou países possuem influências específicas em determinados países ou zonas globais. Alguns exemplos seriam os Estados Unidos, como potência militar e econômica, Japão, como potência tecnológica, países da Europa, como potências econômicas, etc.

Diante disso, o trabalho estuda os efeitos da globalização na economia da Estônia, Letônia, Lituânia e Rússia após a crise de 2008. Essa globalização, segundo Joseph E. Stiglitz em seu livro “Globalização- a grande desilusão”, de 2004, consiste na abertura dos mercados e na integração econômica, social e cultural de todos os países do mundo.

Como ponto de partida, utiliza-se a declaração de Rawi Abdelal, professor da Harvard Business School que, em seu livro “National Purpose in the World Economy:

Post-Soviet States in Comparative Perspective”, afirmou:

Até o fim da década de 90, dez anos após o término da URSS, os Estados pós-Soviéticos se organizaram em três grupos definidos pelo seu comportamento em relação à Rússia e ao que eles consideravam

3 Perestroika ou reestruturação consistia em acabar com a centralização econômica instaurada após

a Revolução Russa em 1917.

4 Glasnost ou transparência buscava aproximar a população das decisões políticas da União Soviética e combater a corrupção no Partido Comunista.

5Em seu livro “O momento Unipolar”, disse que os EUA emergiram da Guerra Fria como o país mais poderoso do planeta, com ampla vantagem sobre os demais. Por esta razão, segundo Krauthamer, o mundo pós-Guerra Fria era unipolar.

6Segundo Waltz e Layne, o imediato momento após a URSS era um período de transição e que, em questão de anos, o mundo se transformaria em multipolar. Isso porque segundo os teóricos acreditavam que a unipolaridade é insustentável pois ela implica a ocorrência da sobre-extensão que por sua vez implica na potência estar presa em retorno que a longo prazo faz com que outras potências se fortaleçam.

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ser “Oeste”. Alguns optaram por reintegrar suas economias com a da Rússia. Outros escolheram reorientar suas economias para que elas se integrassem com a economia da União Europeia (EU) e reduzissem a dependência russa. Ainda o terceiro grupo foi ambivalente;

rejeitaram uma reintegração com a Rússia, mas falharam em ter uma política de reorientação coerente.” (ABDELAL, Rawi, 2001, p. vii)7

A priori, a relevância dos países Bálticos deve-se à aproximação deles com o Ocidente, que se deu primeiramente através das reformas econômicas pós- independência, em que foram usados recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI), entre os anos de 1995 e 2001. Esses fundos, que foram feitos por stand-by credit8, no caso da Letônia, por facilidade de transformação sistemática9, no caso da Estônia, e por duas linhas de crédito, no caso da Lituânia, possibilitaram a transformação econômica dos países Bálticos, com altas taxas de crescimento, apesar das muitas crises econômicas que os mesmos sofreram.

As medidas tomadas a partir da disponibilização de créditos do Fundo Monetário Internacional (FMI) possibilitaram que a Letônia, a Estônia e a Lituânia pudessem direcionar, cada vez mais, seu comércio para o mercado do bloco europeu e, consequentemente, se distanciar da Rússia, já que a mesma voltou seu comércio para a Ásia Central. O ano de 2004 foi considerado definitivo para a ocidentalização dos países Bálticos já que, em março daquele ano, passaram a integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), tendo sido incluídos no alcance do escudo aéreo da aliança Atlântica e, em maio de 2004, finalmente entraram na União Europeia.

Já a relevância da Rússia que, entre os anos de 1991 e 1998, não teve orientação ideológica e/ou estratégia geopolítica definida, tornando este período da história deste Estado conhecido como “vácuo geopolítico”10, deve-se, principalmente, a sua influência nos países ex-soviéticos da Ásia Central, e às relações estabelecidas com Estados ,como o Irã e a Índia, tendo ingressado para a Organização para a Cooperação de Xangai, uma organização política, econômica e

7 Tradução livre por Chiara Malavolta Magalhães.

8 Sistema de crédito que fornece assistência financeira para países de baixa renda visando o

equilíbrio de curto prazo no balanço de pagamentos.

9 A facilidade de transformação sistemática é um mecanismo de financiamento temporário para prestar assistência aos países-membros do Fundo Monetário Internacional (FMI) que enfrentam dificuldades na balança de pagamentos decorrentes de graves interrupções de seus acordos tradicionais de comércio e pagamentos, devido a uma mudança da dependência da negociação a preços não mercantis para um sistema multilateral de comércio com base no mercado.

10Vácuo Geopolítico é o termo utilizado para designar o período em que a Rússia não possuía orientação ideológica e/ou estratégia geopolítica definida.

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militar da Eurásia, assim, reforçando cada vez mais a aliança política entre a China e a Rússia.

Apesar do vácuo geopolítico, o país compensou sua economia entre os anos de 2000 e 2008, quando “a economia Russa teve um imenso crescimento [...] o PIB cresceu 83% e a produtividade cresceu 70%” (KUDRIN, Alexey e GURVICH, Evsey 2015 p.30).

“Enquanto no período pré-crise de 2000 a 2008, a média anual do crescimento do PIB [Russo] era de 6.9%, depois da crise (2009-2013) esse crescimento caiu para 1.0%.” (KUDRIN, Alexey e GURVICH, Evsey 2015 p.30). Essa desaceleração intensa, e maior do que a de qualquer Estado, no crescimento, ainda segundo o artigo de Kudrin e Gurvich, foi inesperada tanto para o governo Russo quanto para os analistas.

Além disso, o crescimento, tanto econômico quanto político da Rússia, se mostra intensamente ligado e relacionado com aspectos das relações internacionais do país, tendo em vista que o seu crescimento econômico acontece, principalmente, pelas reservas de petróleo e gás natural que são exportadas para a Europa. A Rússia, sabendo da importância que o gás possui no inverno Europeu, utiliza-o como chantagem política em alguns casos, obtendo, assim, uma posição protagonista na política internacional. Um exemplo desses casos foi em 2014 quando, segundo a BBC, foi dito pelo ministro da Energia ucraniano que a Rússia havia suspendido todo o fornecimento de gás para a Ucrânia. Ao utilizar seu poder de barganha, a Rússia se mostra um país mais importante na geopolítica mundial, aproximando-se da figura da antiga URSS, assim, com isso, Estados como a Ucrânia passam a temer mais o Estado Russo e ceder em determinados assuntos.

Por fim, a Rússia, como parte dos BRICS11, é cotada para assumir o papel de líder mundial junto com a China, Brasil, Índia e África do Sul no século XXI em diversas frentes e, consequentemente, mudar a vigente ordem da governança global12. Portanto, tanto a Rússia quanto os outros países dos BRICS estão tendo cada vez mais importância na economia mundial.

11 BRICS é um acrônimo criado por Jim O’Neill, economista-chefe da Goldman Sachs, em 2001 para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (em inglês South Africa). Esses países são cotados para assumir o papel de líderes mundiais no século XXI em diversas frentes e, consequentemente mudar a ordem da governança global.

12 O termo governança glo al foi utili ado pelo Banco Mundial durante a década de 1 0 para avaliar não apenas os resultados das políticas de governo, mas tam ém como o governo exerce sua liderança no m ito internacional (GON ALVE , 200 ).

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Para realizar esta pesquisa foram utilizados relatórios econômicos disponibilizados tanto pelo Banco Mundial quanto pela Organização para cooperação e desenvolvimento econômico (OECD), que permitem um panorama da economia dos países pós-Soviéticos. Além disso, recorreu-se também à construção e utilização de gráficos que facilitem a compreensão de dados, da comparação entre as políticas adotadas por Estado com o objetivo de identificar as mais eficazes e de outras referências bibliográficas que tratem dessas políticas.

Para isso, o projeto visa analisar como as economias Russa e Báltica foram afetadas pela crise de 2008. A partir disso, concluir qual dos Estados saiu-se melhor na recuperação econômica; como o relacionamento com a UE interferiu na reação à crise, bem como analisar quais foram as medidas utilizadas para a reversão da situação e qual foi o papel do relacionamento com a UE nessas medidas.

Como consequência dessa análise, supõe-se que a crise de 2008 tenha afetado mais o desenvolvimento da Rússia do que o dos países Bálticos. Imagina-se que isso aconteceu, pois Lituânia, Estônia e Letônia fazem parte da União Europeia, que propõe uma estabilidade econômica para os Estados maior do que eles seriam capazes de oferecer a si próprios. Além disso, supõe-se que os países entraram em uma recessão econômica após a crise que durou um período entre 3 e 5 anos, aproximadamente.

Ademais, pensa-se que a recuperação econômica dos Estados Bálticos deve ter sido mais rápida e mais eficiente do que a recuperação Russa. Isso possivelmente se deve ao fato de que ser parte de um bloco econômico tão grande como a União Europeia faz com que haja um apoio maior de outros Estados, tanto durante momentos de ascensão, quanto durante momentos de recessão econômica.

Por fim, em relação às medidas tomadas, presume-se que elas tenham sido uma política fiscal de expansão, ou seja, aumento de gastos públicos, incluindo subsídios governamentais ao setor produtivo. Entretanto, medidas como essas podem ampliar o déficit público, levando a crises subsequentes. Além disso, os Estados podem ter utilizado também ferramentas de política monetária de expansão que podem ser, basicamente, diminuir as taxas de juros ou emitir moeda. Acredita-se que a estabilidade econômica e política tenha influenciado também na recuperação do PIB de cada país.

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5. DESENVOLVIMENTO 5.1 O fim da URSS

O colapso da União Soviética é um fato que ainda hoje, quase três décadas após a separação, impõe muitas dúvidas. A URSS deve o seu final às contradições dos sistemas políticos e econômicos, porém, ainda há divergências no porquê desta dissolução.

Segundo Richard Sakwa, da Universidade de Kent, quando se trata da economia, existem três versões mais aceitas. A primeira se dá com base no PIB que, a partir do fim dos anos 80, apresentava um sinal de estagnação e possível declínio a longo termo. Nesta teoria, ainda havia a variável do mercado de óleo, que aponta a entrada da Arábia Saudita como principal responsável pela queda nos preços, de US$66,00 para US$20,00, por barril.

Outra teoria é a apoiada por Immanuel Wallerstein que discute o colapso da URSS como fruto de uma maior participação dos países do Leste Europeu no sistema econômico internacional. A última teoria, de caráter econômico, discorda das duas teorias citadas anteriormente e diz que o colapso deste Estado Socialista aconteceu pela ineficiência na tentativa de mudar o modo de produção, o que era exigido pela globalização.

Já na política, a principal contradição residia na tentativa de implementar elementos de uma “democracia comunitária”, ou seja, um sistema político em que teoricamente todos podiam e deveriam participar ao mesmo tempo em que acontecia a negação de um pluralismo político, tendo em vista que o único partido existente era o Partido Comunista da União Soviética (PCUS). A partir disso, existem duas principais teorias para o colapso da URSS.

A primeira delas é uma mudança na perspectiva ideológica, segundo o Journal of Eurasian Studies, somada ao fato de que Gorbachev falhou na tentativa de mover recursos para fazer o Estado mais autoconfiante, poderoso, respeitado e próspero. Essa teoria adota a Perestroika e a Glasnost como os principais fatores para o colapso.

A outra teoria, de caráter político, discute a exaustão da ideologia comunista como principal fator. Afinal, segundo essa teoria, as pessoas simplesmente não acreditavam mais no ideal do comunismo e não estavam mais dispostas a fazer sacrifícios para apoiar as ambições internacionais da URSS. Essa possível exaustão

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já podia ser prevista no início dos anos 70, tendo em vista que, em 1974, Alexander Solzhenítsin, famoso dissidente russo, disse que a retenção de poder do Estado socialista se dava por esses sacrifícios feitos pela ideologia, mas que a URSS deveria desistir disso, ou seja, fazer reformas para continuar existindo.

Outra teoria associada ao fim da União Soviética são os problemas étnicos e as opressões que aconteceram durante toda a existência desse país. Um exemplo é o que ocorreu em uma votação, já no fim da URSS, que previa a continuação da mesma, mas com reformas na desigualdade entre as províncias. Nesse plebiscito, seis repúblicas decidiram não votar como ato de protesto (As repúblicas Bálticas, Armênia, Geórgia e Moldávia) e, dessas, cinco implantaram seu próprio referendo em que a população votou maciçamente a favor da independência.

Além dessas teorias, existem várias outras que discutem temas como liderança, mobilidade social, entre outros. Porém, de acordo com Sakwa, a teoria mais provável é que o colapso não tenha acontecido apenas por um fator, mas sim por uma combinação de fatores que gerou insatisfação da população.

5.2 As relações diplomáticas

5.2.1 Entre os Estados Bálticos e a Rússia

Os Estados Bálticos localizam-se em uma região muito estratégica, tanto política quanto geograficamente. Por esse motivo, os Estados que hoje correspondem a Lituânia, Estônia e Letônia estiveram, por muito tempo, lutando para conseguir a independência de vários Estados e Impérios. Dentre eles, os povos mais notáveis são os germânicos, os eslavos e os russos.

Mapa 1- A URSS antes da dissolução:

Fonte: Foreign police center

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Mapa 2- A URSS após a dissolução:

Fonte: Maps of the world

Segundo o professor de Sociologia da Universidade de Bridgeport, Joseph S.

Roucek, o domínio do Mar Báltico foi a chave do sucesso de diversos impérios da região. Assim, o professor reforça a importância desses territórios, que possibilitam um acesso tão fácil ao mar.

De acordo com Larissa Rosevics, doutoranda em Economia Política Internacional pela UFRJ, durante o período em que os Países Bálticos estiveram sob domínio soviético, apesar de muito investimento nesses territórios, principalmente nas áreas portuárias, instalação de indústrias e em novas técnicas agrícolas, houve também grandes desavenças entre essas regiões. Isso se deu, pois a maioria dos cargos de burocracia estatal eram ocupados por russos, causando, assim, um grande envio de russos para essas províncias, o que pode ser observado até os dias atuais. Além disso, o domínio soviético fez com que, segundo o Instituto de Estudos

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Políticos de Paris, aproximadamente 95.000 estonianos, letos e lituanos fossem levados para a Sibéria ou para o exílio.

Segundo Rosevics, com a Glasnost, emergiu o debate sobre as condições do regime soviético e, com ela, o aumento da insatisfação dos habitantes das regiões anexadas. Assim, formaram-se grupos pró-nacionalistas e, a partir da década de 1980, a ocupação soviética nos Países Bálticos passou a ser considerada ilegal e exigia-se a emancipação do território, o que aconteceu apenas em 1991.

5.2.2 A Rússia e a União Europeia no século XXI

As relações internacionais, segundo Tsygankov, advogam a existência de um referencial específico na formulação externa de um país, ou seja, o “Outro Importante”. Esse pode ser representado por um Estado ou um grupo que exerceria algum tipo de influência moral decisiva sobre o comportamento do Estado em questão. No caso da Rússia, o “Outro Importante” seria dado pelo Ocidente, ou seja, pela Europa Ocidental, através da UE, e dos Estados Unidos.

Apesar de nem sempre terem uma relação muito amistosa, a partir da segunda metade do século XX, a Rússia e a UE desenvolveram uma relação econômica muito profunda e dependente nas bases do gás natural, do petróleo e de maquinários. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2012, a Rússia era o segundo maior parceiro econômico do bloco, enquanto 47% das exportações da Rússia tinham como destino a UE.

Um exemplo claro dessa dependência é a Alemanha que, no período de 1998 a 2005, assinou importantes acordos, principalmente na área energética e, consequentemente, buscou evitar alguns temas um tanto quanto sensíveis para a Rússia como, por exemplo, a guerra da Chechênia.

Já o Reino Unido, por não ter nenhuma conexão energética importante com o país, fez da capital, Londres, um centro mundial de oposição ao regime russo, além de conceder asilo político ao líder separatista checheno Akmed Zakaev.

5.3 As bases econômicas 5.3.1 As economias bálticas

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A Estônia, que possui um dos maiores Produto Interno Bruto (PIB) per capita na Europa Central e na região Báltica, possui uma economia altamente dependente das relações econômicas com outros países, ficando, assim, mais vulnerável a choques externos. O Estado se beneficia de setores eletrônicos e de telecomunicação, somados aos tratados como, por exemplo, o da construção de gasodutos com a Finlândia, Suécia, Alemanha e Rússia.

Além disso, a agricultura representa um setor muito pequeno gerando apenas 2,7% do PIB e 3,5% dos empregos. O país disponibiliza atualmente 1,1 milhão de hectares para a agricultura que são utilizados para o cultivo de cereais, batatas e vegetais. A indústria, no entanto, gera 24,1% do PIB e utiliza 29,6% dos empregos.

Dentro dela destacam-se os setores da alimentação, eletrônicos e TI, químico e o processamento de madeira.

O setor de serviços, o mais importante do país, representa 60,4% do PIB e utiliza aproximadamente 67% da força de trabalho. Dentro desse, destaca-se o setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC) que sozinho gera 7% do PIB e 4%

dos empregos.

Já a Letônia possui uma economia pequena e aberta, com exportações que contribuem com mais da metade de seu PIB. Devido à sua localização geográfica, os serviços de transporte são bem desenvolvidos juntamente com a produção de madeira, agricultura e a indústria de eletrônicos.

Nesse país, a agricultura representa 3,6% do PIB, 30% da área do país e gera 7% dos empregos. As principais atividades desse setor são a criação de gado, a produção laticínios e o cultivo de cereais, batatas e vegetais. Ademais, outras atividades importantes desse setor são a pesca e a extração de madeira para a exportação. Por possuir poucos recursos naturais, a energia desse país provém dos recursos energéticos russos.

O setor industrial quando comparado com o dos outros Estados Bálticos é pequeno, representando apenas 19,5% do PIB e 25% dos empregos. Nesse setor destaca-se a parte de construções, metalurgia, comida processada e engenharia mecânica. Já o setor de serviços, que é o mais importante, gera 64,4% do PIB e 70% dos empregos.

A partir do fim da URSS, a economia lituana passou por mudanças, como políticas de estabilização macroeconômicas e a privatização de empresas estatais.

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Essas políticas resultaram em uma economia crescente e aumentaram a demanda de produtos.

Ainda na Lituânia a agricultura representa 2,9% do PIB e 8% da força de trabalho. Os principais produtos são o trigo, a madeira, a batata e o vinho. Já o setor industrial representa 25,5% do PIB e 25% dos empregos. Nesse setor, destaca-se as indústrias eletrônica, têxtil, de produtos químicos e materiais para construção. Por fim, o setor de serviços é o maior do país e gera 60,3% do PIB e 68% dos empregos. Nele, destaca-se o turismo que é o setor que mais cresce atualmente.

5.3.2 A economia russa

A economia Russa é totalmente focada na exportação do petróleo e gás natural que se encontram em poder do governo russo através da Gazprom, companhia estatal. A partir da exportação desses produtos, principalmente para a Europa, a Rússia mantém não apenas um poder econômico, pela grande demanda principalmente de gás no inverno, mas também um poder político através da barganha.

Apesar de a Rússia atualmente ser o segundo maior produtor de gás natural e o terceiro maior produtor de petróleo do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Arábia Saudita, devido a uma economia pouco diversificada, possui uma economia muito frágil. Assim, esse Estado tende a ser muito afetado por crises como a de 2008, que será explorada futuramente. Como consequência de seus principais produtos serem o gás natural e o petróleo, na economia internacional, o governo russo possui tensões com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Além disso, é importante ressaltar que a Rússia ainda se encontra entre os maiores produtores e exportadores de diamante, níquel e platina. Ademais, apesar de não se encontrar em uma zona tropical, a Federação Russa ainda possui 10%

das terras agrícolas do mundo que são utilizadas principalmente para a criação de gado, no norte do país, e para o cultivo de cereais que são exportados, no sul do país e na Sibéria.

Outrossim, é importante ressaltar que o Estado ainda possui sanções econômicas dos EUA e da UE. Essas estimularam a implantação de uma política de substituição de importações resultando, assim, em um aumento da produção doméstica.

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É possível perceber também que o setor mais forte do país é o de serviços.

Isso pois, segundo o Santander Trade Markets, enquanto a agricultura e a indústria, herdada da URSS, ocupam, respectivamente 3,1% e 32,1% do PIB e empregam 6%

e 27% da população, o setor de serviços utiliza quase 2/3 da força de trabalho e representa 54,1% do PIB.

Ainda, é importante mencionar que a década após a dissolução da URSS não foi boa para a Rússia nas questões econômicas, afinal, ela foi marcada pelo crescimento negativo. Porém, no ano 2000, quando Putin assumiu o governo o crescimento passou a ser acelerado e contínuo até a crise de 2008.

5.4 O efeito da crise de 2008

Antes de 2008, o PIB russo crescia a uma taxa anual de 7% ao ano e, por ter a terceira maior reserva de divisas internacionais, se sentia confortável com a situação econômica então em curso. Os altos preços do petróleo também tranquilizavam o governo em relação a qualquer redução em seu orçamento.

Os sinais da crise, que também já podiam ser percebidos na economia dos Estados Unidos, começaram a chegar ao território russo. Apesar deles, para agravar mais a situação, a Federação Russa decidiu declarar guerra contra a Geórgia, enviando milhares de soldados, centenas de tanques e dezenas de aviões para as províncias de Ossétia do Sul e da Abecásia.

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Mapa 2- Províncias de Abecásia e Ossétia do Sul na Geórgia:

Fonte: BBC Brasil

Ainda que a vitória militar tenha sido notória, a guerra foi desastrosa para a economia russa, tendo em vista que o conflito eclodiu em agosto de 2008, quando a crise dos empréstimos subprime afetou a economia mundial. “Essa ação militar russa gerou forte desconfiança dos investidores estrangeiros no mercado russo e a fuga de capitais” (ASMUS, p.220, 2010).

Isso levou a uma forte instabilidade política que teve como consequências eventos, como, segundo o Russian Trading System (RTS), uma queda de 54% na Bolsa de Moscou em setembro de 2008 resultando na perda de mais de 90% do valor recorde alcançado no mesmo ano, a suspensão das operações financeiras no mercado e a declaração do Kit Finance, um dos principais bancos de investimento do país, de que não havia dinheiro suficiente para pagar suas dívidas.

Ainda houve a falência de bancos comerciais, como o Capital Credit, abalando, a recém-conquistada confiança dos correntistas em relação ao sistema bancário russo. Assim, as perdas sofridas no mercado de ações totalizaram 80%

entre maio e outubro de 2008. Tendência negativa essa que foi mantida até fevereiro de 2009.

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Além disso, houve a diminuição da produção industrial devido ao aperto do crédito e à queda da demanda doméstica e global. Ainda é possível perceber uma impressionante retração de -1,60% em outubro para -12,50% em novembro e para - 12,80% em dezembro e mantendo a tendência de decréscimo até outubro de 2009.

Com a crise, também foram afetadas as exportações, mais notadamente em consequência de três fatores, segundo o Ministro das Finanças, Alexei Kudrin: pela falta de diversificação dos produtos exportados, pela redução da demanda global e pela queda no preço do barril de petróleo, gás e outras matérias primas.

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Gráfico 1 - Mercado de Ações Russo 2008-2011.

Adaptado de Trading Economics, 2011

2010 2009 2008

-20 -15 -10 -5 0 5 10 15

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Grafico 2- Produção industrial na Rússia (%).

Adaptado de Trading Economics, 2011

2010 2009 2008

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Ademais, segundo o Banco Mundial, a Rússia foi extremamente atingida por essa grande crise no ano de 2009. Isso pois, segundo o órgão, o PIB do país em 2007 cresceu em 8,5%, já em 2008 esse indicador caiu para 5,2% e, finalmente, em 2009 esse crescimento despencou para -7,8%. Apesar disso, a Rússia iniciou uma recuperação relativamente rápida, afinal, em 2010, a Federação Russa já apresentava um crescimento de 4.5% como é possível ver no gráfico. Porém, esse crescimento não permaneceu no cenário Russo, afinal, em 2011, por mais que pequena, já havia uma redução no crescimento do PIB.

Gráfico 3- Crescimento do PIB anual Russo.

Fonte: Banco Mundial

Já as Repúblicas Bálticas, de acordo com Kattel e Raudla, entre os anos de 2004 e 2007, se destacavam na UE por seus altos índices de crescimento anuais que variavam de 8.2% na Lituânia a 10,3% na Letônia. Porém, esse desenvolvimento já vinha acompanhado de sinais de superaquecimento, como inflação de dois dígitos, além de um aumento nos preços de imóveis, segundo a comissão europeia, e um aumento rápido de salário que excedia a produtividade.

O crescimento ainda foi alimentado pelos créditos baratos, que ampliou a demanda interna, o que foi canalizado nas agências imobiliárias, construção, serviços financeiros e consumo privado. Esse conjunto de fatores fez com que as

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economias fossem construindo rapidamente dívidas em todo o mundo. Todos esses fatores causaram dívidas que excediam em 20% o PIB na Letônia e 15% na Estônia e na Lituânia.

Os altos índices de crescimento induziram um efeito calmante13, o que fez as elites políticas esquecerem os sinais de perigo que apontavam para crises externas.

Além disso, ressalta-se que a crise nos países Bálticos foi rápida, mas causou enormes danos. As bolhas domésticas estouraram no início de 2008 quando os fornecimentos de empréstimos desaceleraram tendo em vista que os bancos começaram a aumentar as condições, ou seja, aumentar os requisitos. A recessão ainda aumentou como consequência de fatores externos, principalmente após a falência do Lehman Brothers, um banco de investimentos americanos.

Segundo Purfield and Rosenberg, o declínio no setor imobiliário foi resultado de dois fatores: o declínio da demanda interna, em primeiro lugar, e a deterioração da demanda do setor privado que foi resultado da desaceleração dos créditos e da diminuição da confiança do consumidor.

Outrossim, houve uma enorme queda na demanda interna e nas exportações entre 2008 e 2009, o que aumentou o desemprego mais rapidamente na Letônia (de 6% para 18,7%), seguida pela Estônia (de 4,7% para 16,9%) e pela Lituânia (de 4,3% para 17,8%).

Ademais, é possível perceber, segundo o Banco Mundial, um decréscimo muito maior no PIB dos países Bálticos do que no russo. Isso pois os países Bálticos, em 2007, mantinham uma média de crescimento entre 7,5%, na Estônia, e 11%, na Lituânia, tendo uma queda em 2008 entre aproximadamente -5,1% e 2,6%

nos respectivos países. Já em 2009, esse decréscimo foi maior ainda sendo uma média de 14% nos três países.

É importante ressaltar também que, em 2010, de acordo com os dados do Banco Mundial, esse crescimento continuou sendo menor do que o russo, estando entre 2,69% e -4,5% respectivamente na Estônia e na Letônia. Apesar disso, em 2011, os países Bálticos superaram o crescimento do PIB Russo com taxas que eram cerca de 7,4% na Estônia, 6,2% na Letônia e 6% na Lituânia.

13 Do Inglês “lulling effect”. Termo criado por Rainer Kattel e Ringa Raudla.

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Gráfico 4- Crescimento do PIB anual Leto.

Fonte: Banco Mundial

Gráfico 5- Crescimento do PIB anual Lituano.

Fonte: Banco Mundial

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Gráfico 6- Crescimento do PIB anual Estoniano.

Fonte: Banco Mundial

5.5 As respostas para a crise

Quando se fala das respostas do governo russo à crise de 2008 existem várias divergências. Alguns como Guriev e Tsyvinski argumentam que o governo russo respondeu adequadamente e a outros como Aslud e Kuchins consideram que Moscou lidou inapropriadamente com os efeitos da crise.

Aqueles que, como Guriev e Tsyvinski, consideram a resposta da Federação Russa apropriada argumentam que, com a queda dos preços do petróleo e com a saída de capitais do país, o sistema financeiro corria sérios riscos. E que, ao injetar a liquidez nos maiores bancos e administrando a falência dos menores, o Estado evitou que o sistema bancário entrasse em colapso.

A Rússia também optou por reduzir o poder de oligarquias e, consequentemente, aumentou o seu controle sobre a elite do país, afinal, segundo a BBC, dois terços do que foi acumulado pelos oligarcas russos foram perdidos com a crise.

Já aqueles, como Aslud e Kuchins, que se posicionam contra as medidas adotadas pela Federação argumentam que, mesmo quando já era claro que a

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economia havia sido contagiada, o governo continuava negando a existência de qualquer crise, que a saída de capitais ganhou intensidade, tendo em vista que o Estado basicamente estava sendo controlado por corporações.

Outrossim, houve uma demora na desvalorização do rublo, o que gerou uma enorme perda de dinheiro por parte do Estado, tendo em vista que, com essa demora, foram gastos US$ 161 bilhões apenas na defesa da moeda e na instalação de diversas medidas protecionistas como, por exemplo, tarifas de importação sobre produtos agrícolas, automóveis e materiais derivados do aço. Essas causaram alto nos preços internos, além de privilegiar produtos e produtores ineficientes.

Posteriormente, foram implantadas também tarifas sobre o milho e a mandioca e uma quota de 750.000 toneladas para a importação de carne suína.

Ainda houve a continuação da política de subsídios14 para evitar uma grande taxa de desempregos, o que foi altamente criticado pelo fato de que o governo preferiu ajudar financeiramente empresas em vez de auxiliar a população desempregada, o que reaqueceria a economia.

As Repúblicas Bálticas, diferentemente da Rússia, optaram por utilizar medidas de austeridade, principalmente a consolidação fiscal15 que foi feita pelos três Estados de diversas formas entre os anos de 2008-2010, em sua maioria.

Além disso, para lidar com a crise, os países Bálticos escolheram o corte de gastos, o que causou ajustes nos salários e diminuição fiscal. Segundo Kuoktis e Vilpisaukas, a escolha de desvalorização cambial foi acordada pelos responsáveis em criar políticas e especialistas.

As medidas de austeridade seguiram diferentes dinâmicas em todos esses países. Por exemplo, o ajuste na Lituânia foi feito cortando despesas desnecessárias no início, mas, ao final, o governo estava mais disposto a aumentar impostos.

Durante esse período, foram aplicados cortes em todas as despesas. Em todos os países, os governos optaram por ficar exclusivamente dependentes dos investimentos da UE e aceleraram o gasto dos investimentos feitos pelo bloco que foi facilitad por novos órgãos e regras. Os cortes no setor público foram muito

14São ajudas governamentais com o objetivo de tornar os preços mais competitivos no mercado e são geralmente feitos por países desenvolvidos para estimular setores como a agricultura, por exemplo, tendo em vista que os preços dos Estados emergentes são geralmente mais atrativos.

15 De acordo com a OCDE, é um conceito material que identifica o resultado das medidas de política

financeira destinadas a reduzir o déficit e a dívida.

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evidentes, principalmente quanto à redução de salários. Seguindo esses cortes, ainda houve a estratégia do “cheese-slicing”, ou seja, o fatiamento das medidas.

Apesar da crise, a Estônia conseguiu preservar o salário dos professores, que foram os únicos funcionários públicos a não terem cortes salariais. A Letônia, ao contrário, não adotou a mesma política e os setores de saúde e educação foram altamente atingidos pela diminuição salarial. Por exemplo, professores no país, em 2009, tiveram seus salários reduzidos de 494 euros para 358 euros. Ademais, as aposentadorias chegaram até a ser extintas na Letônia e na Lituânia, mas, ao serem contestadas na Justiça, a ação foi considerada inconstitucional. Por fim, em sua maioria, os impostos, diretos e indiretos, foram aumentados com exceção de alguns casos como o PIT16 na Lituânia que foi reduzido.

5.6 O relacionamento com a União Europeia

Como já pode ser observado anteriormente, quando se trata de resultados a longo termo, os países Bálticos parecem ter se saído melhor da recessão econômica. A partir disso, esse capítulo visa entender como a União Europeia influenciou nessa recuperação.

As medidas de austeridade utilizadas pelas Repúblicas Bálticas para lidar com a recessão causada pela crise provavelmente foram utilizadas por recomendação da UE, tendo em vista que países como Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha (conhecidos como PIIGS) que necessitaram de empréstimos tanto do FMI quanto do resto da União Europeia foram incentivados a aplicar medidas muito parecidas com as utilizadas pelos Bálticos.

Para somar ao que foi dito, há ainda a falta de exemplos de políticas de austeridade que tiveram um resultado positivo. Isso pois, segundo Rainer Kattel e Ringa Raudla, ainda não é certo que as políticas de austeridade levaram à recuperação econômica, aumentando ainda a possibilidade de uma pressão por parte da UE.

Ademais, economistas como Paul Krugman, ganhador do Nobel de economia em 2008, argumentam que as medidas de austeridade não possuem relação direta com a recuperação econômica. Em seu artigo The Expansionary Austerity Zombie, escrito para o The New York Times, Krugman utiliza os PIIGS como exemplo

16 Sigla para Personal Income Tax, ou seja, Impostos de renda pessoal.

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comparando-os com países dentro e fora da EU com base nos dados do gráfico abaixo publicados pelo FMI.

Gráfico 7- Relação entre as medidas de austeridade e a diminuição do PIB de 2007 a 2015 (em % do PIB)

Fonte: The New York Times

Além disso, Krugman estima que, na maioria dos países, a utilização de medidas de austeridade implica na retração do PIB, o contrário do que defende os adeptos da teoria contracionista. No gráfico acima, pode-se perceber que Irlanda e Grécia adotaram políticas de austeridade e tiveram impacto negativo significativo no PIB. Já Finlândia e Espanha também sofreram com a queda do PIB, muito embora suas políticas de austeridade tenham sido bem moderadas, indicando que há outros fatores mais importantes a afetar a recuperação econômica dos países.

Outrossim, por parte da UE, houve a criação de diversas medidas com o objetivo de conter os avanços da crise. Dentre elas, está o Tratado de Estabilidade e a Coordenação e Governança na União Econômica e Monetária, mais conhecido como “Pacto Fiscal”. A UE também decidiu por criar o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), para a proteção econômica e para resolver as necessidades imediatas do bloco quanto à crise e o resgate de confiança para assegurar a estabilidade financeira da região.

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Ainda foi lançado um programa de recuperação para salvar os empregos da população com o objetivo de se proteger de um colapso na região e evitar a corrida aos bancos e perda de poupanças. Ademais, houve também a criação de mecanismos para supervisar o setor financeiro europeu, ou seja, a Autoridade Bancária Europeia (ABE), responsável pela fiscalização e recapitali ação dos bancos, a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e Mercados (ESMA) que supervisa os mercados de capitais juntamente com a distribuição de crédito e repositórios de transações, a Autoridade Europeia de Seguros e Pensões Complementares (EIOPA) com o objetivo de supervisionar o setor de seguros e a União Bancária Europeia.

Por fim, é importante ressaltar que a Alemanha teve um papel essencial dentro da União Europeia com o objetivo de garantir a criação desses mecanismos.

Para começar, a Alemanha promulgou uma agenda para a zona do Euro que por conseguinte gerou a criação do “Pacto Fiscal”, aumentando o poder da comunidade europeia sob as economias da união.

Ademais, segundo Siegfried Schieder e Claudia Guaneri, o governo alemão também foi o principal arquiteto por trás da União Bancária Europeia. Essa pressão colocada pela Alemanha ainda gerou tensões com a França por diversas razões.

Dentre elas estão a rigidez das políticas de austeridade e o papel do Banco Central Europeu na recuperação da crise. Porém, apesar da enorme discordância, nem mesmo a França conseguiu se opor à enorme pressão alemã na criação desses mecanismos.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir de tudo que foi dito, pode-se concluir que, no período de crise, a Rússia não foi mais afetada que os países Bálticos como demonstrava a hipótese inicial, mas sim, igualmente afetada. Como dito no início do item 3.5, o governo russo tomou muitas decisões que aumentaram os impactos da crise no país. Dentre essas decisões, as principais foram a declaração de guerra contra a Geórgia que causou enormes gastos para a Federação no período da crise dos empréstimos subprime e a decisão do governo russo de negar a crise, o que fez com que o país necessitasse

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de mais recursos para tentar minimizar os efeitos da crise, medidos pela queda do crescimento do PIB.

É importante ressaltar também que as decisões tomadas pelo governo russo geraram uma grande instabilidade política. Isso por sua vez teve impactos como a queda de 54% na Bolsa de Moscou, em setembro de 2008, a falência de bancos de investimentos, diminuição da produção industrial devido ao aperto do crédito e a redução da demanda doméstica e global e queda nas exportações.

Já quanto às respostas do governo russo em relação à crise elas foram aclamadas por alguns e repugnadas por outros. Dentre diversos argumentos, aqueles que consideram a resposta apropriada, como Guriev e Tsyvinski, dizem que, com a queda nos preços do petróleo e do gás natural, o sistema financeiro corria sérios riscos e, ao injetar liquidez nos maiores bancos, o governo conseguiu impedir o colapso desse sistema.

Entretanto, aqueles que consideram que as medidas foram inapropriadas, como Aslud e Kuchins, baseiam-se principalmente no fato de que, durante a crise, o governo russo continuou com a prática de subsídios nos setores que o mesmo desejava que sobrevivesse à crise. Assim, os especialistas afirmam que a medida mais eficiente não seria ajudar as empresas em si, mas sim, a população ao aumentar com algum tipo de auxílio o poder de compra dos mesmos e, consequentemente, reaquecer a economia. É claro que o governo poderia também mesclar tanto ajuda financeira a empresas e quanto a população.

A desvalorização do rublo também foi um fator essencial durante a crise, afinal, a demora nessa desvalorização como um método de negar que uma crise estava acontecendo no país, teve como principal causa a perda de uma enorme quantia de dinheiro na defesa da moeda. Além disso, essa ação também aumentou os preços de diversos produtos, consequentemente, diminuindo o poder de compra da parcela da população que ainda estava empregada.

Já as repúblicas bálticas que no período pré-crise apresentavam crescimento extraordinário, foram bem afetadas pela crise, principalmente pela alta inflação que se seguiu. A partir disso, a euforia com o crescimento não permitiu que dessem a

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devida atenção à crise que começava a atingir os bálticos, assim, criando enormes dívidas que excediam o PIB. Para a recuperação dessa crise mundial, provavelmente por pressão europeia, a Letônia, Estônia e Lituânia optaram por medidas de austeridade, dentre elas, destaca-se a consolidação fiscal.

Portanto, a UE também teve um papel essencial na recuperação não apenas dos países Bálticos, mas também de vários outros pertencentes ao Bloco. Isso porque, nesse período, houve a criação e a implementação de diversos organismos com o objetivo de conter os avanços da crise, dentre os quais se destacam, principalmente, o “Pacto Fiscal” e o MME, cujo objetivo era a proteção econômica e a resolução das necessidades imediatas do bloco, no que diz respeito à crise e ao resgate da confiança para assegurar a estabilidade financeira da região.

Além de todos esses já citados, também foi lançado um programa de recuperação para salvar os empregos da população com o objetivo de se proteger de um colapso na UE e evitar a corrida aos bancos e a perda de poupanças e outros mecanismos para funções mais específicas. Dentre eles, destacam-se a ABE, o ESMA e a EIOPA.

Outrossim, é possível dizer que, após o estudo dessas economias no período da crise, em relação ao seu impacto nesses Estados, as hipóteses não foram comprovadas. Isso porque a Rússia não foi mais afetada do que os países Bálticos.

Já em relação à recuperação dos Estados a partir da crise, não foi possível comprovar que a retomada russa tenha sido mais lenta do que a Báltica, pois ambas demoraram um período de tempo praticamente igual para se restabelecer.

Por fim, quanto à terceira hipótese sobre as possíveis medidas utilizadas para reverter os efeitos da crise, foi comprovado o uso de subsídios no caso Russo. No entanto, foi possível perceber também que as medidas de expansão fiscal não foram utilizadas.

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