MESTRADO INTEGRADO EM
MEDICINA
Relatório Final
Ricardo Manuel Rocha Gomes | Nº 2010175
Curso 2010-2016
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ÍNDICE
Introdução ... 2
Síntese das Atividades Desenvolvidas ... 3
Ginecologia e Obstetrícia ... 3
Saúde Mental ... 3
Medicina Geral e Familiar ... 4
Pediatria ... 5
Cirurgia ... 6
Medicina ... 7
Opcional: Medicina de Emergência e Catástrofe ... 7
Análise Crítica ... 7
Elementos Valorativos ... 10
Anexo 1 – NMS|FCM | 1ª Jornadas Académicas de Ginecologia e Obstetrícia 10 Anexo 2 – ULSBA | Certificado Ciclo de Conferências “Olhar a Diabetes” 11 Anexo 3 – ANEM/IFMSA | Certificado T4ALL “Training on Global Health 12 Anexo 4 – AEFCM | Certificado iMed Conference 7.0 ... 13
Anexo 5 – AEFCM | Certificado de Dirigente Associativo ... 14
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INTRODUÇÃO
O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina caracteriza-se por constituir um ano de estágio
profissionalizante que permite aos estudantes, de forma tutelada mas progressivamente autónoma,
a integração dos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos ao longo do curso, mas também a
atualização/aquisição de conhecimentos complementares e aptidões práticas, indispensáveis à
prática clínica. Este estágio encerra o período de formação médica pré-graduada culminando com
uma prova pública de discussão dos trabalhados desenvolvidos e a seguir descritos.
No seguimento das recomendações do projeto “ O Licenciado Médico em Portugal - Core
Graduates Learning Outcomes Project”, que reformulou o ensino médico pré-graduado em
Portugal, decorre que o estágio profissionalizante contemple como estágios parcelares as Unidades
Curriculares de Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental, Medicina Geral e Familiar, Pediatria,
Cirurgia, Medicina, bem como a promoção da existência de componentes curriculares opcionais,
tendo no meu caso optado por Medicina de Emergência e Catástrofe. O mesmo documento enuncia
a relevância fulcral destas áreas do conhecimento médico para o núcleo das competências
necessárias ao início de um exercício profissional da Medicina de forma digna e da maior qualidade.
Desta forma, ao longo deste relatório descrevo de forma sucinta, sistemática e salientando
os aspetos formativos que considerei mais relevantes para a minha formação, enquanto futuro
médico e cidadão, os estágios por mim frequentados, ao longo deste ano curricular. Conforme
enunciado no índice, este documento contempla uma Introdução, uma secção de descrição das
Atividades Desenvolvidas organizada por ordem cronológica, concluída com uma reflexão crítica
global relativa a este ano letivo, bem como ao ciclo de estudos pré-graduado que tive oportunidade
de frequentar ao longo dos últimos seis anos.
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SÍNTESE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
São abordados de seguida os estágios curriculares frequentados no contexto do estágio
profissionalizante.
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Regência: Profª Doutora Teresa Ventura Duração:14/09 a 9/10/2015
Orientadores: Ginecologia – Dr André Correia / Obstetrícia: Dra Ana Paula Ferreira
Local de Estágio: Hospital Prof Dr Fernando Fonseca
Este estágio curricular dividiu-se entre duas semanas de Ginecologia e duas semanas de
Obstetrícia, onde tive oportunidade de assistir à Consulta Externa de Ginecologia, de
Uroginecologia, de Obstetrícia e à realização de procedimentos técnicos como Histeroscopias,
Ecografias ginecológicas e de diagnóstico pré-natal. Participei ainda na Consulta de Adolescentes.
No âmbito do Serviço de Urgência saliento o elevado fluxo de doentes que me permitiu realizar
múltiplos procedimentos práticos bem como assistir a um elevado número de partos, tendo tido
oportunidade de ajudar em situações pontuais, salientando ainda o facto de me ter sido facultada
participação nos procedimentos cirúrgicos de baixo risco. No contexto deste estágio parcelar,
participei nas 1as Jornadas Académicas de Ginecologia e Obstetrícia do CHLC-NMS|FCM, onde
pude assistir a uma seleção dos melhores trabalhos realizados pelos estudantes nestas duas áreas
da Medicina Materno-Fetal tendo assim contacto com o que de melhor se faz nos vários hospitais.
SAÚDE MENTAL
Regência: Prof. Doutor Miguel Xavier Duração:12 Out a 6 Nov 2015
Orientador: Prof. Doutor Bernardo B. Corrêa
Local de Estágio: CHLO – Hospital de Egas Moniz – Serviço de Internamento de Agudos
O estágio decorreu essencialmente no Serviço de Internamento de Agudos, com passagens
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a possibilidade de entrevistar diariamente os doentes, acompanhar a sua evolução e analisar o
contraste entre o estado descompensado em que muitos doentes se apresentavam no Serviço de
Urgência e, quando verificado, o efeito da terapêutica com a melhoria do quadro clínico passado
alguns dias de internamento. Na consulta de Neuropsiquiatria destaco a possibilidade de contactar
com doentes recentemente submetidos a procedimentos cirúrgicos que apresentavam melhorias
significativas de patologia do foro neuropsiquiátrico, mas como não pude comparar nenhum prazo
pré e pós-operatório, não me foi possível ter contacto com o vanguardismo desta área. Ao longo
do estágio destaco a colheita de uma história clínica sobre um caso clínico de Psicose Tóxica por
consumo de canabinóides e a apresentação do artigo “Neurobiological Studies on the Relationship
Between Toxoplasmosis and Neuropsychiatric Diseases” no Journal Club semanal. Participei ainda
no trabalho de investigação e revisão científica desenvolvido pelo departamento de Saúde Mental.
MEDICINA GERAL E FAMILIAR
Regência: Prof Doutora Maria Isabel Santos Duração: 9/11 a 4/12/2015
Orientador: Dr Gaspar Caetano Local de Estágio: USF-ALFABeja - ULSBA
Este estágio foi realizado em meio urbano, em Beja, mas numa cidade pequena e numa
região predominantemente rural, o que me permitiu ter um contacto com uma realidade
populacional com características mais específicas, nomeadamente o isolamento dos idosos pela
dispersão geográfica e a menor complacência à alteração de hábitos alimentares menos saudáveis.
Tive oportunidade de assistir e participar/realizar procedimentos em consultas nas área de Saúde
Infantil, Saúde Materna e de Planeamento Familiar e Saúde do Adulto e/ou Idoso. Saliento a
oportunidade de realizar de forma autónoma algumas consultas e procedimentos como citologias
cervicais, sob tutoria médica e ainda de ter acompanhado ainda cuidados de enfermagem do
domicílio. Durante este estágio tive oportunidade de assistir ao Ciclo de Conferências “Olhar a
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decorrer em toda a área da atuação da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo e que contou
ainda com o testemunho de vários idosos sobre o impacto das medidas adotadas no combate ao
sedentarismo e no controlo da diabetes.
PEDIATRIA
Regência: Prof. Doutor Luís Varandas Orientador: Dr Edmundo Santos
Local de Estágio: CHLO – Hospital de São Francisco Xavier Duração:7/12/2015 a 15/01/2016
O meu estágio de Pediatria contemplou diversas áreas, tendo frequentado o Internamento,
as Consultas Externas de Pediatria Geral, de Desenvolvimento, de Neonatologia, o Serviço de
Neonatologia e o Serviço de Urgência Pediátrica. As duas semanas iniciais decorreram na
enfermaria pediátrica e as duas últimas decorreram no Berçário. As minhas principais tarefas neste
último prendiam-se com a realização das triagens e reavaliações dos recém-nascidos que haviam
nascido no Bloco de Partos. Em contexto de Urgência, tive oportunidade de ganhar maior
experiência no contacto com os pais e/ou outros familiares acompanhantes do doente, uma vez
que é muito fácil instalar-se o pânico ou exacerbarem-se medos que coloquem em risco a relação
médico-doente-família e no limite podem colocar em risco a integridade física dos profissionais de
saúde. O facto de o estágio se realizar no período de Inverno fez com que apesar de haver uma
maior prevalência de patologias respiratórias houve suficiente variedade para não comprometer a
formação. Realizei uma história clínica e uma apresentação oral de um caso clínico de bronquiolite
aguda por vírus sincicial respiratório e tive ainda oportunidade de assistir a uma sessão sobre
“Risco Infeccioso e Rastreio Séptico Perinatal”. Nesta sessão, demonstrou-se que o ajuste dos
protocolos internacionais à realidade específica da casuística do CHLO, permitia poupar dezenas
de milhares de euros ao orçamento hospitalar pela redução inerente dos tempos de internamento
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CIRURGIA
Regência: Prof Dr Rui Maio Duração: 9/11 a 4/12/2015
Orientadores de estágio: Dr Bruno Ferreira e Dr Pedro Campos
Local de Estágio: Hospital das Forças Armadas – Pólo de Lisboa
O estágio de Cirurgia contempla na sua primeira semana um conjunto de aulas teóricas e
teórico-práticas que decorrem no Hospital Beatriz Ângelo, importantes para a recordação de
conhecimentos prévios, bem como para a prática de alguns procedimentos em bonecos-modelo.
No HFAR, tive oportunidade de participar na atividade diária passando pela Consulta Externa, pela
Enfermaria e pelo Bloco Operatório. Tive oportunidade de participar como 1º e como 2º ajudante
em várias cirurgias, bem como realizar todo o processo de diagnóstico e referenciação do doente
cirúrgico e o seu seguimento pós-operatório até à alta clínica. Tive oportunidade de realizar vários
procedimentos técnicos simples, como anestesia local, sutura de feridas simples, drenagem de
abcessos simples, e cuidados de enfermagem (pensos e cuidados de ferida operatória). Este
estágio teve a particularidade de permitir a visita ao Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica
e ao Centro de Medicina Aeronáutica, com particular ênfase na Secção de Treino Fisiológico. Em
ambos os locais além de uma revisão teórica sobre os princípios teóricos, foram-nos enunciadas e
demonstradas as aplicações deste nicho do conhecimento médico, e no caso da medicina
hiperbárica, pudemos observar as vantagens da terapia hiperbárica nas múltiplas situações em que
está indicada. No Mini-Congresso de Cirurgia que encerrou com chave de ouro este estágio, o meu
grupo teve oportunidade de apresentar o caso clínico “Mais Vale Prevenir do que Remediar” relativo
a um caso de litíase vesicular complicada de icterícia, pancreatite aguda e colecistite aguda com a
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MEDICINA
Regência: Prof Doutor Fernando Nolasco Orientadora: Dra Ana Catarina Pereira
Local de Estágio: Medicina 7.2 H. Curry Cabral-CHLC Duração: 28/03 a 20/05/2016
A Medicina Interna é a especialidade que permite aos estudantes a realização de maior
quantidade de procedimentos práticos bem como um seguimento mais contínuo do doente, pela
duração do estágio bem como pelas características da especialidade. Este estágio permitiu-me ter
uma atividade mais autónoma pois tive oportunidade de me dar a conhecer, merecer a confiança
da restante equipa e assim contribuir de facto para facilitar as tarefas diárias de todos mantendo o
contexto de aprendizagem prática, salientando a capacidade autónoma na colheita de sangue. A
atividade no Serviço de Urgência do Hospital de São José foi útil, pois permitiu conhecer e integrar
a equipa de serviço num grande hospital central, com as particularidades logísticas de organização,
permitiu desenvolver a capacidade de resolução de problemas e pensamento em contexto de maior
rapidez, pondo a descoberto inseguranças e medos que por vezes passam despercebidos ao longo
do percurso formativo em outras atividades. Apresentei, em conjunto com alguns colegas, uma
sessão clínica em que se realizou uma revisão sistemática da DPOC, com particular enfoque nas
alterações efetuada na última atualização dos critérios GOLD em 2015 e 2016.
OPCIONAL: MEDICINA DE EMERGÊNCIA E CATÁSTROFE
A opcional em Medicina de Emergência e Catástrofe permitiu-me ter um contacto próximo
com a Medicina Pré-Hospitalar bem como a organização geral do sistema de referenciação e
emergência médica, algo que não tinha sido possível conhecer em detalhe até então. É algo que a
título pessoal me é caro pois as ineficiências do sistema já me provocaram um custo emocional
elevado a título pessoal.
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Concluído este ano, que constitui um momento de mudança decisivo em que o estudante
progressivamente abandona a prática clínica protegida e tutelada para gradualmente ser mais
autónomo e inerentemente mais responsável por todos os seus atos, considero ter sido atingido o
objetivo profissionalizante deste estágio. Na globalidade considero ter cumprido os objetivos gerais
de todos os estágios, com uma proficiente execução dos procedimentos práticos mais comuns, a
capacidade de reconhecer as entidades clínicas mais frequentes e colocar as hipóteses de
diagnóstico, possibilidades de meios complementares de diagnóstico e terapêutica a solicitar, bem
como possíveis tratamentos e/ou possibilidade de referenciação a outros colegas e especialidades
adequados a cada situação.
Relativamente à Ginecologia e Obstetrícia saliento ter-me sido possível melhorar a
realização do exame ginecológico, contactar com o seguimento médico da gravidez e
reconhecimento de potenciais anomalias. Destaco como único ponto negativo a incapacidade de
ter desenvolvido mais a capacidade de exame objetivo senológico, para facilitar o reconhecimento
futuro de patologia de elevada prevalência. Na Saúde Mental pude desenvolver as minhas
competências de colheita de história clínica psiquiátrica, a valorização dos principais sinais e
sintomas passíveis de referenciação à especialidade, no entanto gostaria de ter tido a possibilidade
de ter feito algumas visitas ao domicílio porque me permitiria compreender melhor alguns dos casos
que acompanhei. O estágio de Medicina Geral e Familiar cumpriu precisamente o seu desígnio ao
fomentar a autonomia, o contacto com uma realidade diferente e a promoção da busca de soluções
de forma autónoma. Em Pediatria, além do já enunciado considero ter ficado apto a reconhecer e
abordar as principais patologias em idade pediátrica, destacando a dificuldade que é lidar com as
famílias, particularmente, para um jovem médico e inexperiente. Relativamente a Cirurgia,
considero ter tido um estágio que cumpriu os meus objetivos pelas oportunidades de realizar os
procedimentos práticos já descritos com o enriquecimento de ser uma unidade hospitalar com uma
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atingir os objetivos a que me propus, nomeadamente, melhoria na estruturação do discurso na
apresentação de doentes, da capacidade de raciocínio clínico e enunciação de abordagens e
propostas terapêuticas. Não posso deixar no entanto de destacar que tenho plena consciência de
que tenho ainda muito a aprender para poder colocar em prática, de forma organizada e eficaz,
todos os conhecimentos adquiridos ao longo destes anos um adequado raciocínio clínico.
Findo este período de formação e olhando para trás considero ao longo destes 6 anos ter
atingido os meus principais objetivos não só do ponto de vista curricular como já acima descrito,
mas acima de tudo, no que se refere ao crescimento pessoal. Nesse sentido, considero que ter
podido dar um pouco de mim ao associativismo permitiu-me contactar com as dificuldades de
trabalhar em equipa e chegar a consensos a partir de posições iniciais muitas vezes antagónicas.
A dificuldade que é estarmos a representar os nossos estudantes e ter que falar com pessoas que
não conhecemos, é semelhante às situações que carecem da nossa liderança clínica mas em que
temos que saber qual informação partilhar e qual guardar para não comprometer a segurança da
nossa equipa e dos nossos doentes, por exemplo mediante famílias conflituosas num contexto de
emergência.
A possibilidade de contactar, ainda enquanto estudantes, com formas de organização
hospitalar muito diversas, permite-me chegar a este momento e sentir-me preparado para as
vicissitudes da vida profissional, seja em Portugal ou noutro país do mundo.
Considero que a formação pré-graduada sólida e diversificada me permitiu adquirir e
aprimorar o conjunto de competências técnicas e humanas necessárias à prática de Medicina com
rigor científico, qualidade técnica para prestar os melhores cuidados de acordo com as leges artis
e com o código deontológico e que no futuro possa eu também contribuir na formação das novas
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ELEMENTOS VALORATIVOS
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