• Nenhum resultado encontrado

GESTÃO DE OPERAÇÕES EM IMPORTAÇÃO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "GESTÃO DE OPERAÇÕES EM IMPORTAÇÃO"

Copied!
148
0
0

Texto

(1)

GESTÃO DE OPERAÇÕES EM IMPORTAÇÃO

UNIASSELVI-PÓS

Autoria: Anderson de Castro Moura

Indaial - 2021 1ª Edição

(2)

CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito

Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090

Reitor: Prof. Hermínio Kloch

Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD:

Carlos Fabiano Fistarol

Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jairo Martins

Jóice Gadotti Consatti Marcio Kisner

Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci

Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa:

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2021

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial.

M929g

Moura, Anderson de Castro

Gestão de operações em importação. / Anderson de Castro Moura – Indaial: UNIASSELVI, 2021.

148 p.; il.

ISBN 978-65-5646-263-9 ISBN Digital 978-65-5646-262-2

1. Administração em importação. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.

CDD 382

(3)

Sumário

APRESENTAÇÃO ...5

CAPÍTULO 1

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais da

Importação ... 7

CAPÍTULO 2

Importar com Segurança: Uso de Dispositivos e Documentos para Dirimir Riscos para a Negociação

Internacional ... 53

CAPÍTULO 3

Cobertura Cambial e Financiamento das Importações ... 99

(4)
(5)

APRESENTAÇÃO

Seja bem-vindo, estudante! É com imenso prazer que iniciamos mais esta disciplina para uma formação sólida que a Uniasselvi oportuniza!

Ao final deste livro você será capaz de compreender todas as operações e trâmites que envolvem a importação, bem como desmistificar alguns

“saberes” e ditames que circulam no mundo do comércio internacional.

Entenderemos que a importação traz uma série de benefícios não apenas a sua empresa, mas também para o desenvolvimento econômico do Brasil como um todo.

A importação faz-se importante para a nossa conjuntura econômica no sentido de trazer melhorias tecnológicas, o contato com o que o mundo a fora produz, bem como entender os padrões de exigências que algumas organizações, países (o Brasil em especial) e organismos internacionais possuem para compra de determinados produtos. Logo, dominar a importação e as suas operações, benefícios fiscais, por exemplo, pode ser um gerador de diferencial competitivo para as firmas brasileiras.

Portanto, o nosso primeiro passo para o aprofundamento desta temática se inicia problematizando justamente a internacionalização exigida para que bons negócios possam ser concretizados, afinal de contas, importar não é apenas comprar algo que tem um preço menor! As instituições que importam devem se atentar para uma série de requisitos e particularidades do comércio internacional e instrumentar-se para a globalização é o primeiro passo.

No capítulo 1, procuraremos ter um panorama das principais reguladoras nacionais, internacionais e supranacionais do comércio internacional e como elas prescrevem as boas praticas de importação.

Dando destaque para os Incoterms, delimitadores de obrigações e responsabilidades para as entregas dos bens comercializados. Desta feita, os primeiros pilares da nossa discussão perpassam pelo que se entende como temas essenciais para a instrumentalização devida das importações; algumas vezes podem parecer um pouco morosas e distantes do cotidiano de um Trader ou de um despachante aduaneiro, contudo, essa base precisa ser trabalhada devidamente e com esmero para que você, futuro(a) gestor(a) de importações, possa se destacar e agregar valor para o empreendimento o qual você participa.

Bons estudos!

(6)
(7)

C APÍTULO 1

Aspectos Conceituais da

Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:

• A internacionalização e a importância para as empresas.

• Gestão de Operações de Importação.

• O uso das Incoterms.

• Tipos de operações e a sua gestão.

• Entender como funciona as instituições nacionais e supranacionais no que se refere à importação.

(8)

Gestão de Operações em Importação

(9)

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

da Importação Capítulo 1

1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O recurso importação para uma empresa representa uma escolha que requer um conhecimento perfeito das várias etapas que constituem uma operação de importação. Antes de lançar nesta operação, é essencial saber as “regras do jogo” para que uma empresa consiga obter vantagens competitivas e ganhos financeiros usando deste recurso de internacionalização, afinal, ao importar, a firma obtém conhecimento dos padrões internacionais de produção e tecnologia também, podendo ter algum nível de inovação no parque industrial.

O conhecimento das condições do comércio internacional e das diferentes etapas de importação é essencial para uma empresa importadora. O processo inclui todas as atividades relacionadas com a circulação do produto: escolha dos locais de fabricação e armazenamento, gestão de abastecimento e estoque (matérias-primas, trabalhos em andamento, produtos acabados), embalagem, manuseio, transporte, desembaraço aduaneiro, acompanhamento de entrega etc.

Uma preocupação essencial do importador é realizar todas essas operações ao mesmo tempo e com o menor custo.

Esta primeira parte consiste em apresentar o processo de importação, apresentando as diferentes etapas para realizar uma operação de importação, assim como as principais formas de transporte.

2 REQUISITOS ECONÔMICOS E ADMINISTRATIVOS PARA A IMPORTAÇÃO

Caro estudante, agora vamos entender que a importação fornece vantagens comparativas para qualquer empresa e é fundamental para o seu sucesso profissional! Todavia, é necessário entender que o processo da importação é muito mais profundo, pois exige que as economias tenham um nível de internacionalização maduro e que possam realizar trocas internacionais interessantes, do ponto de vista econômico e para o beneficio do comércio internacional.

Os pioneiros sobre a internacionalização procuraram comprovar como o comércio exterior auxilia no desenvolvimento de um país, estabelecendo um debate racional através da análise empírica, pondo por terra a sabedoria convencional de que apenas a exportação, ou vendas exteriores, seriam ótimas

(10)

Gestão de Operações em Importação

Assim sendo, que tal começarmos com uma questão sobre importação? Desta forma, poderemos montar um comparativo entre o começo deste capitulo e o que você aprendeu ao longo dele.

1 Quais são as motivações gerais da empresa para as suas atividades de importação? Por que geralmente, qualquer empresa, decide importar? Dentre as alternativas, analise as sentenças e assinale a alternativa correta:

I- Atender às exigências de um grande cliente.

II- Reduzir os custos de produção.

III- Aproveitar uma oportunidade.

IV- Alternativa para o mercado nacional saturado.

a) ( ) I, II, III e IV b) ( ) II e III c) ( ) I e IV d) ( ) II, III e IV

Portanto, discutir a importação é problematizar sobre a internacionalização que o mundo vive desde a queda do muro de Berlin. Logo, apresentar para os acadêmicos o referencial teórico sobre essa problemática é importante para que possamos, todos, compreender os ganhos reais da importação.

2.1 A INTERNACIONALIZAÇÃO

É essencial lembrar algumas definições de comércio internacional. Entre outras coisas, é importante abordar a noção de globalização, que é um dos aspectos mais importantes do comércio internacional. Termos que possam explicar a internacionalização dos países e empresas.

A globalização refere-se à emergência de um mercado único e, portanto, o desaparecimento das fronteiras entre mercados, tanto em termos de bens como de serviços e serviços do que os fluxos financeiros. Este fenômeno se reflete em uma convergência de padrões de consumo das nações, culturalmente diferentes ou não, para um padrão comum (HELD; MCGREW; GOLDBLATT; PERRATON, 1999).

(11)

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

da Importação Capítulo 1

De fato, a aceitação por vários países geograficamente e culturalmente distantes de um mesmo produto padronizado é um reflexo da globalização.

Os exemplos mais comuns: restaurantes McDonald's ou produtos da Coca Cola que são frequentemente encontrados em uma grande maioria de países industrializados e não-industrializados (LEVITT, 1993).

A fim de ilustrar esta definição e demonstrar a extensão da globalização, analisaremos algumas estatísticas sobre importações e exportações dos maiores atores do comércio internacional e alguns fatos.

TABELA 1 – OS MAIORES IMPORTADORES DO MUNDO NO BIÊNIO 2017/2018

FONTE: <https://iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_968.html>. Acesso em: 28 dez. 2020.

O ranking acima dos principais exportadores e importadores do mundo mostra que as nações exportadoras também são importadoras no comércio mundial.

Embora, o pedido seja diferente para alguns países, como o Reino Unido e a Coréia, a maioria dos países é tanto de exportadores quanto de importadores.

Na raiz da internacionalização das empresas está o fenômeno da globalização, que surgiu nas últimas duas décadas (LEONIDOU; KATSIKEAS;

PALIHAWADANA; SPYROPOULOU, 2007). A globalização é definida como um processo baseado na interdependência de seus atores:

A globalização em curso está ocorrendo através de um conjunto de processos, que em suas pluralidades e diversidades exigem o recurso aos três sentidos da palavra: há ao mesmo tempo

(12)

Gestão de Operações em Importação

Há uma multiplicidade de definições de globalização e todas elas se referem à noção de interdependência de seus atores. A crescente interdependência econômica de todos os países do mundo, causado pelo aumento do volume e variedade das transações além fronteiras de bens e serviços, bem como dos fluxos internacionais de capital, juntamente com a difusão acelerada e generalizada da tecnologia.

Como você vislumbra isto que acabou de aprender com a prática de um gestor de importações? Como a globalização tem influenciado as decisões de negócios?

uma extensão mundial de várias realidades, uma acentuação e intensificação de toda uma gama de interdependências globais, um movimento orgânico que impulsiona, acentua e acelera, com para cada uma de suas dinâmicas, resistências e contra-tendências (BEAUD et al., 1999, p. 11).

A globalização provocou mudanças no mundo político, econômico, cultural e informativo. De fato, a globalização, que se refere ao intercâmbio entre as nações nos campos acima mencionados, levou à uniformidade entre alguns países; e o comércio está se tornando cada vez mais importante. São vistas como facilitadas por estas semelhanças nos processos de produção, ou práticas comerciais novamente. A noção de internacionalização decorre da globalização no sentido do comércio de bens e serviços, ou de capital entre empresas de diferentes países.

Estes dois conceitos operam em um nível diferente. Como vimos anteriormente, a globalização é um conceito que se baseia na interdependência das nações.

O comércio internacional, como é conhecido hoje, passou por muitas mudanças. A diversificação dos meios de pagamento, o progresso tecnológico, técnico e industrial tem contribuído para sua evolução através da redução dos custos de transporte e acesso aos países emergentes. Os avanços tecnológicos tornam possível manter o comércio internacional através da diversificação dos produtos comercializados nos mercados. Além disso, as novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC) permitem um intercâmbio quase instantâneo de informações e documentos entre as entidades que estabelecem intercâmbios (COLOMBANI, 2002, p. 35).

Quanto à internacionalização, ela só ocorre no nível da empresa quando esta decide abrir suas atividades de compra e/ou venda fora de suas fronteiras. A abertura de mercados entre países criou, assim, novos desafios e oportunidades

(13)

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

da Importação Capítulo 1

para empresas fora de seu mercado doméstico.

A internacionalização pode aparecer como um efeito da globalização, pois tem dois efeitos paradoxais sobre a empresa, o aumento da concorrência no território nacional da empresa, que a levará a prospectar novos mercados fora de suas fronteiras para permanecer competitiva e continuar seu crescimento, e inversamente, o crescimento de seu mercado que aumentará o número de clientes potenciais.

A internacionalização pode ser vista pelas Pequenas e Médias Empresas (PMEs) como um fator de crescimento. Entretanto, a maioria das PMEs só considera a internacionalização em uma fase tardia. Poucas empresas empreendem a internacionalização nos primeiros anos de crescimento. Podemos então identificar dois tipos de empresas que enfrentam a internacionalização de maneiras diferentes, aquelas que reagem às pressões do mercado e aquelas que são pró-ativas e vêem a internacionalização como uma escolha estratégica.

2.1.1 Os tipos e as formas de internacionalização

O envolvimento de uma empresa no exterior pode ser dividido em quatro atividades principais, cada uma das quais envolve diferentes graus de internacionalização que serão escolhidos de acordo com as necessidades da empresa, sua estratégia internacional, suas capacidades e as ambições de seu gerente.

1- A exportação envolve a venda de produtos ou serviços a clientes localizados no exterior. Há várias formas de exportação que podem ser implementadas, dependendo do tamanho da empresa, de seus recursos e de seus objetivos. Desenvolveremos este assunto com mais detalhes mais adiante.

2- Investimento estrangeiro direto (IED) corresponde ao estabelecimento de uma empresa em um país estrangeiro. Em outras palavras, é para criar, comprar ou se interessar pelo capital de uma entidade estrangeira, falamos então de subsidiárias. Ao contrário de duas estratégias mencionadas acima, a subsidiária permite que a empresa se beneficie de uma presença física no solo do país de destino (LEVASSEUR, 2002). Este também é utilizada como entidade de produção para se beneficiar da mão de obra de baixo custo, especialmente para as indústrias fabricação e produtos de consumo. Investimento é uma estratégia complexa que requer um nível de sofisticação que não é fácil,

(14)

Gestão de Operações em Importação

de informação suficientemente elevada e, obviamente, um máximo de recursos essencialmente financeiros (PANET-RAYMOND; ROBICHAUD, 2005).

3 - A terceirização internacional, ou estruturas de produção modular, é a decisão para uma empresa, o subcontratado, para confiar a outro, o subcontratado, a totalidade ou parte do sua produção. Este método permite à empresa solicitante a partir de um custos de produção, por um lado; por outro, para torná-lo beneficiário de habilidades que não possui (subcontratação de especialidade), ou para permitir o aumento de sua capacidade de produção (subcontratação de capacidade). Este tipo de contrato é geralmente concluído por meio de ou a longo prazo entre as duas partes (SOUQUET, 2005);

4 - A importação consiste na compra de bens ou serviços de fornecedores localizados fora do território nacional da empresa. A estratégia e as especificidades relacionadas às atividades de importação serão detalhadas mais a diante desta revisão bibliográfica.

Hoje, a internacionalização parece ser uma solução para sobreviver às pressões do mercado e, portanto, toma a forma de uma necessidade e não de uma ação voluntária (ST-PIERRE; PERRAULT, 2009) com o propósito de crescimento ou perenidade. É por isso que é raro que uma empresa não tenha praticado uma atividade internacional de maneira pró-ativa ou reativa em um momento ou outro.

St-Pierre e Perrault (2009) definem este processo através de três dimensões de internacionalização a fim de avaliar seus efeitos sobre a empresa como um todo.

I A internacionalização mercantil: que permite que a empresa realize atividades de exportação para ganhar participação de mercado, mas também para fazer compras em mercados estrangeiros.

II Internacionalização tecnológica: esta estratégia é adequada para as chamadas empresas inovadoras, que fazem da inovação e da pesquisa e desenvolvimento sua vantagem competitiva a fim de ganhar participação no mercado local e global. Lembrando que a importação pode ser uma ferramenta de atualização do parque industrial e tecnológico.

III A internacionalização organizacional: representa as funções de apoio que ajudarão a implementar a estratégia internacional e tentar levar ao seu sucesso. De fato, quando uma empresa decide internacionalizar-se, ela vê sua organização mudar para dar lugar a novas prioridades, novos conhecimentos ou habilidades, e novas prioridades, novos conhecimentos ou habilidades, e novas prioridades. Novas funções que exigem que ela repense sua organização interna, como apontado por vários autores (CUERVO-CAZURRA; MALONEY;

MANRAKHAN, 2007; TERJESEN; O'GORMAN; ACS, 2008).

(15)

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

da Importação Capítulo 1

Os diferentes métodos de internacionalização não são para uso exclusivo;

uma empresa pode usar vários métodos de internacionalização simultaneamente com intensidade diferente, de acordo com suas necessidades. A decisão sobre a adoção de um método de internacionalização portanto, depende de uma série de fatores, alguns dos quais foram desenvolvidos em estudos de pesquisadores da escola sueca.

Encontramos em particular o trabalho de Johanson e Vahine (1977) sobre a teoria dos palcos e o trabalho de Hakansson e Wootz (1979), que destacaram a presença e a importância de redes sociais na organização e em seu ambiente.

2.1.2 Os modelos teóricos

A decisão de exportar ou importar depende, em ambos os casos, de fatores internos relacionados ao empresário e à empresa e a fatores externos relacionados ao meio ambiente. No centro dessas duas atividades internacionais e suas relações, estão a teoria dos palcos e a teoria da rede. As redes da empresa são uma importante fonte de informação, contatos e busca de oportunidades, que podem ser decisivas na implementação de qualquer uma dessas atividades. A teoria das etapas define a internacionalização como uma sequência de etapas, na qual se tem que passar pela etapa anterior para passar a seguinte.

2.1.2.1 Modelo de Uppsala ou Internacionalização por estágios

O modelo Uppsala foi desenvolvido pelos pesquisadores Johanson e Vahine (1977) em meados da década de 1970. Derivado da escola escandinava, a Universidade de Uppsala, este modelo, também chamado de teoria de estágios, propõe um processo gradual que evolui de acordo com o grau de informação e conhecimento de um mercado e o nível de envolvimento internacional da empresa, onde os diferentes estágios são interdependentes (JOHANSON; VAHINE, 1977).

O conhecimento dos negócios internacionais da empresa entre cada etapa do processo permite que a empresa desenvolva competências sólidas. O aprendizado é um conceito progressivo e é definido por Winter, Teece e Dosi (1990, p. 243), como segue: “O que é aprendido em um período se baseia no que foi aprendido em períodos anteriores. Este modelo faz parte da abordagem comportamentalista, ou seja, o estudo do comportamento corporativo”.

Neste caso, com base nas informações que possui, a empresa atuará de certa forma em seu mercado. Na mesma linha, Lemaire e Petit (2003) confirmam

(16)

Gestão de Operações em Importação

que a internacionalização de uma empresa, qualquer que seja seu tamanho, é baseada em uma progressão por etapas que será alcançada com mais ou menos facilidade de acordo com suas próprias características.

Johanson e Vahine (1977) identificaram várias etapas no processo internacionalização da empresa, onde cada um se baseia em decisões incrementais, ou seja, a etapa anterior deve ser completada a fim de passar para o próximo. Neste sentido, o modelo de Johanson e Vahine (1977) enfatizam que é a posse de informações e conhecimentos suficientes que permitirá que a empresa dê um passo à frente. Para definir o processo da internacionalização, eles identificaram quatro etapas importantes que incluem diferentes níveis de compromisso:

Etapa 1: Exportação irregular.

Etapa 2: Exportação através de um agente independente.

Etapa 3: Criação de uma unidade de negócios no país estrangeiro.

Etapa 4: A criação de uma unidade de produção sediada no exterior.

Podemos ver que esta sucessão de passos é feita em torno da noção de distância; primeiro a distância “física”; depois a chamada distância “psíquica”.

Foi Beckerman (1956) que enfatizou a importância do conceito em um estudo realizado sobre as estratégias internacionais das empresas para explicar as escolhas feitas por certas empresas.

A distância física implica que as empresas que lançam uma atividade de exportação começarão exportando para os países vizinhos. De fato, ele parece que os países fronteiriços têm uma certa unidade cultural que pode facilitar o comércio através do compartilhamento do idioma, da cultura e acordos comerciais.

Este fenômeno pode ser encontrado na América do Norte entre o Canadá e os Estado Unidos, ou na Europa.

Em termos de gestão internacional, podemos relacionar a distância psíquica com a distância cultural. No modelo de Uppsala, a noção de distância psíquica ajuda a explicar a seguinte situação: quanto mais informação e conhecimento a empresa tiver sobre os mercados estrangeiros, mais a sua distância psíquica será reduzida e permitirá detectar novas oportunidades em territórios que antes estavam muito distantes.

Entretanto, a pesquisa de Sousa e Bradley (2006) nos permite diferenciar entre os dois conceitos: a distância psicológica é específica a cada indivíduo de acordo com sua formação, origem ou experiência; enquanto a distância cultural é compartilhada por uma comunidade. Esta diferenciação feita por Sousa e

(17)

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

da Importação Capítulo 1

que definem distância psicológica como sinônimo de distância cultural, sendo entendida como a soma de fatores que impedem o fluxo de informações “de”

e “para” o mercado. Exemplos: diferenças em linguagem, educação, práticas comerciais, cultura e desenvolvimento industrial.

O primeiro modelo desenvolvido em 1977 (Figura 1) foi baseado em um levantamento das empresas suecas com relação ao seu processo de internacionalização. Para explicar brevemente este modelo, parece que os recursos alocados pela empresa para estas atividades internacionais, bem como seu grau de conhecimento do mercado alvo e do meio ambiente afetam sua decisão de se engajar nelas.

FIGURA 1 – MODELO DE UPPSALA

FONTE: O autor (2021)

No centro deste modelo está a noção de conhecimento, pois é em torno deste conhecimento que serão tomadas todas as decisões relacionadas ao processo internacional.

Entendemos “conhecimento” como qualquer tipo de informação, podendo ser tácito ou explícito (NONAKA; TAKEUCHI; UMEMOTO, 1996), ou que são de origem interna ou externa. O nível de conhecimento adquirido influenciará o modo e o grau de internacionalização da empresa. De acordo com seu nível informação, a empresa será capaz de descobrir oportunidades de mercado, mas será também será capaz de avaliar e reduzir os riscos associados com internacionalização (JOHANSON; VAHINE, 1977).

Este diagrama é dividido em duas partes distintas, uma parte estática e uma parte dinâmica. A primeira parte reúne os recursos da empresa em termos de

(18)

Gestão de Operações em Importação

Na verdade, isto levaria a escolher os mercados e/ou parceiros aconselhados por sua rede, em uma preocupação com facilidade e economia de tempo (COVIELLO; MUNRO, 1995). De acordo com Nummela (2002), a busca de parceiros comerciais leais e confiáveis é importante para construir boas relações e desenvolver as atividades a longo prazo. No o caso da PME, isto é ainda mais verdade, pois a PME geralmente não recursos e deve, portanto, recorrer aos parceiros para adquirir os conhecimentos e habilidades que podem estar faltando. Há vários meios para integrar ou criar uma conhecimento e o grau de seu compromisso. Segundo Johanson e Vahine (1977), estes dois fatores estão relacionados pelo nível de informação, quanto mais conhecimento uma empresa tem sobre o mercado, maior é o seu compromisso.

A parte dinâmica é caracterizada pela tomada de decisões e alocação de recursos, e pelas atividades atuais da empresa. As atividades atuais da empresa representam uma fonte de experiência que não deve ser negligenciada.

Por exemplo, as habilidades especializadas do pessoal e, portanto, sua capacidade de interpretar as informações serão decisivas no processo de tomada de decisão sobre a estratégia internacional a ser implementada pela empresa (JOHANSON; VAHINE, 1977). Decisões sobre a alocação de recursos para a implementação das atividades internacionais são escolhidas de acordo com as oportunidades e os riscos previamente identificados.

2.1.2.2 Teoria das Redes Industriais

Como Johanson e Vahine (2009) mostraram, essa teoria complementa a teoria de estágios vista anteriormente e é de suma importância para a compreensão do processo de internacionalização das empresas. Ela se baseia nas interações entre os atores da rede e também na natureza e na força de suas relações que permitirão o intercâmbio de conhecimentos, know-how e a identificação de oportunidades para levar ao crescimento da empresa em nível internacional.

Pertencer a uma rede permite à empresa que deseja se internacionalizar facilitar e assim acelerar seu processo de internacionalização, utilizando os recursos provenientes diretamente de seus parceiros ou aproveitando os recursos resultantes de suas colaborações (DANA; DANA; SPENCE; WRIGHT, 2000) e assim deixaria um lugar reduzido a ações pró-ativas da empresa na escolha de seu mercado.

(19)

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

da Importação Capítulo 1

rede; participação em feiras e exposições, por exemplo, é uma boa maneira de se encontrar com empresas que compartilham o mesmo os mesmos valores e as mesmas ambições a nível internacional.

A fim de garantir o bom funcionamento da rede e poder obter o máximo de benefícios e vantagens, cada parte deve cumprir as regras e obrigações definidas.

Neste contexto, as contribuições da rede são numerosas para as empresas.

A fim de garantir o bom funcionamento da rede e poder obter o máximo de benefícios e vantagens, cada parte deve cumprir as regras e obrigações definidas. Neste contexto, as contribuições da rede são numerosas para as empresas.

a) Redução dos custos de transação: os custos de transação são definidos por Williamson (1973) como todos os custos decorrentes das transações de uma empresa com seu mercado. As interações entre a empresa e sua rede permitirão então à empresa reduzir os custos de suas transações relacionadas com a busca de informações, a busca de um agente, o estudo de um mercado etc. A rede também permitirá que a empresa reduza os custos de suas transações com seu público-alvo.

b) Transferência de conhecimento: dentro da rede, a informação é compartilhada e trocada a fim de fortalecer a relação entre as partes. As informações formais podem ser trocadas entre as entidades, então que a informação tácita é intransferível e requer uma formalização para se tornar um só. Neste sentido, Nonaka et al. (1996) admitem que apenas 20% do conhecimento é transferível (conhecimento explícito). Quanto mais estreita for a relação entre os membros da rede, o conhecimento mais tácito (informal) será transmitido e pode ser explorado para compartilhar conhecimentos e experiências dos membros e evitar a perda de tempo para a pesquisando certas informações (YAMIN; OTTO, 2004).

c) Apoio à inovação: o compartilhamento e a transferência de conhecimento promovem a inovação dentro de um grupo de empresas, em particular através do compartilhamento e da combinação de conhecimento tácito. As empresas sem acesso a determinada tecnologia terão, por exemplo, que buscar as informações e conhecimentos necessários do exterior através de vínculos comerciais (AHUJA, 2000).

Em um contexto internacional, a teoria da rede pode explicar certas escolhas estratégicas feitas pelas empresas para entrar em um mercado estrangeiro.

Johanson e Mattson (1988), apoiados por Coviello e Munro (1995), argumentam

(20)

Gestão de Operações em Importação

que a empresa pode ser levada a fazer escolhas estratégicas baseadas nos recursos e oportunidades oferecidos por sua rede e não em suas próprias características ou ambiente.

Por exemplo, a nacionalidade do gerente e a proximidade geográfica ou cultural com outros países não seriam levadas em conta no desenvolvimento de uma estratégia internacional, embora pudessem representar ativos importantes.

Coviello e Munro (1995) realizaram uma pesquisa para analisar o processo internacionalização das PME neozelandesas que operam na área de software de computador. Para chegar a seus resultados, eles conduziram estudos de casos com quatro empresas e depois apoiaram suas pesquisas com um questionário, onde constataram que boa parte das empresas indicaram que sua seleção inicial no mercado estrangeiro e modo de entrada foram acionados por oportunidades apresentadas por contatos em uma rede formal ou informal.

Seria possível classificarmos o nível de internacionalização de empresas?

Podemos dividi-las em grupos de internacionalização?

Voltando a lembrar que Johanson e Mattson (1988) propuseram classificar as empresas em quatro grupos de acordo tanto com o nível de internacionalização de sua rede quanto com o nível de internacionalização de seu mercado. Esses grupos são os seguintes:

1. The early starter: tem um número limitado de relações nos mercados internacionais, e opera principalmente nos mercados locais, assim como os players de sua rede.

2. The lonely international: essas empresas estão bem engajadas nos mercados internacionais, mas os atores de suas redes ainda não desenvolveram suas atividades no exterior. As empresas operam sozinhas internacionalmente, já que suas redes têm recursos limitados em relação aos mercados internacionais.

3. The late Starter: nesta categoria, a empresa opera em um ambiente já internacionalizado, reage com um comportamento reativo e será confrontada com uma dura concorrência nos mercados internacionais.

Ela tem relações indiretas com empresas internacionais.

(21)

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

da Importação Capítulo 1

4. The international among: empresas operam em mercados internacionais em um ambiente internacional. Eles têm uma forte rede internacional que lhes permite beneficiar-se do conhecimento e das oportunidades nos mercados estrangeiros.

Usando este modelo desenvolvido por Johanson e Mattson (1988), Chetty e Blankenburg Holm (2000) conduziram pesquisas sobre a influência da rede para a internacionalização das PMEs neozelandesas. O estudo concluiu que as empresas de cada categoria são influenciadas pelos recursos, os conhecimentos e experiência dos atores de sua rede. É com a ajuda de seus rede que as empresas desenvolvem um processo de aprendizagem que podem utilizar para melhorar sua ajudarão a preencher suas lacunas e a finalizar seu processo de internacionalização.

Os estudos de Hakansson em colaboração com outros autores (Hakansson, Johanson, e Wootz, 1977; Hakan Hakansson e Ostberg, 1975; H. Hakansson e Wootz, 1979) pioneiros no estudo da relação entre vendedores e a relação social estabelecida entre as duas partes deve ser baseada no ter um caráter vantajoso para ambas as partes a fim de chegar a um acordo mútuo e fomentar um clima de confiança.

No entanto, seus respectivos estudos mostram que a qualidade da relação entre essas partes depende da sofisticação e do grau de tecnologia do produto comercializado. Isto dá à relação uma incerteza que força ambas as partes a construir uma relação mais forte do que se fosse eram produtos padronizados.

Entre um fornecedor e seu comprador, a teoria das redes integra um conceito bilateral, o provedor fornece informações e contatos com seu cliente, e o comprador também deve ser capaz de fornecer o os mesmos benefícios para este último, por exemplo, ajudando-o a encontrar novos empregos ou a clientes.

Em uma dimensão internacional, a noção de confiança é muito importante para a criação e manutenção de relações com os atores da rede social da empresa a fim de ampliar seu círculo de fontes de informação e contatos potenciais a nível internacional. O fluxo de informações entre duas empresas a nível internacional não deve ser errado a fim de evitar desperdício de tempo e dinheiro para ambas as partes.

De acordo com Thorelli (1986), uma rede compreende relações comerciais suficientemente fortes em longo prazo, que estão sujeitas a regras para garantir sua estabilidade e induzir confiança mútua entre seus membros. Ao se beneficiar de conhecimentos e informações relevantes sobre um mercado ou um país, a empresa reduz seu grau de incerteza e poderá implementar as medidas e ações

(22)

Gestão de Operações em Importação

apropriadas para reduzir os riscos identificados (THORELLI, 1986). Além disso, no caso de joint ventures, as empresas cooperam e compartilharão os riscos associados com a escolha do país, desenvolvimentos políticos e econômicos e riscos cambiais que possam surgir.

Como a rede é uma ampla fonte de informação, é necessário que as relações entre os indivíduos e as entidades que a compõem sejam baseadas na confiança, a fim de reduzir e eliminar comportamentos oportunistas que possam ser prejudiciais ao desenvolvimento da empresa na rede e possam comprometer seu objetivo de crescimento internacional. Para preservar um clima propício à busca de oportunidades, cada ator tem o dever de respeitar as regras e cumprir as normas, a fim de evitar uma atitude oportunista por parte de um ou mais membros (TURNBULL; FORD; CUNNINGHAM, 1990).

2.1.2.3 Modelo de Uppsala Revisitado

O primeiro Modelo U proposto (Modelo Uppsala) gerou muitos A principal crítica era que não levava em conta o meio ambiente no que a empresa estava evoluindo (BIGLER; NYFFIER, 2006). Além disso, não leva em conta empresas chamadas Born Global, que empreendem uma ou mais atividades internacionais dentro de 3 a 6 anos após seu nascimento. Este tipo de empresa é representado principalmente por PMEs que apresentam um nível relativamente alto de inovação (HOLLENSEN, 2007). Na criação de uma PME, o resultado geral é muitas vezes o resultado de certos fatores relacionados à personalidade do empresário, mas também dessas experiências passadas (MADSEN; SERVAIS, 1997).

A fim de levar em conta a maioria dos cenários possíveis devido às mudanças no ambiente empresarial, os pesquisadores analisaram a teoria da rede posteriormente retomada no modelo Uppsala por Johanson e Vahine (2009).

Ainda, Johanson e Vahine (2009) propuseram uma nova versão de seu modelo adaptada às mudanças ambientais, às novas práticas comerciais e às mudanças culturais ocorridas desde 1977. Além disso, à luz dos numerosos estudos e trabalhos realizados por outros pesquisadores sobre o assunto, Johanson e Vahine (2009) foram capazes de identificar os limites e fraquezas de seu modelo e fazer mudanças para confirmar sua funcionalidade e utilidade.

A abordagem de rede, que discutimos anteriormente, tem sido tem provado ser um conceito líder para a internacionalização de empresas. A empresa está no centro de uma rede e não pode existir sozinha. Esta rede inclui todas as partes que operam no ambiente direto e indireto de a empresa: clientes, parceiros comerciais

(23)

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

da Importação Capítulo 1

ou financeiros, fornecedores, compradores, distribuidores, organizações privadas etc. (JOHANSON; MATTSON, 1988). Assim, Johanson e Vahine (2009) incorporaram a variável de rede no processo de internacionalização da empresa (Figura 2).

Encontra-se uma ligação entre a aprendizagem e o desenvolvimento de conhecimento e a existência de uma rede em que a empresa opera. O compromisso da empresa em sua rede permitirá que ela descubra múltiplas oportunidades interagindo com os atores que a compõem (JOHANSON; VAHINE, 2009).

FIGURA 2 – MODELO DE UPPSALA REVISITADO

FONTE: Adaptado de Johanson e Vahine (2009)

Na parte estática, os autores quiseram destacar a noção de oportunidade, pois, na opinião deles, representa a fonte da qual a decisão sobre o processo de internacionalização a ser empreendido. A natureza e a qualidade do relacionamento que uma empresa tem com sua rede a orientará em seu processo de internacionalização, utilizando o conhecimento adquirido em com a ajuda dos jogadores de sua rede. Isso também permitirá que a empresa confirme sua posição dentro de sua rede atual, mas também para desenvolvê-la no exterior.

Dentro da rede há um sistema de aprendizagem mútua entre cada desapareceu.

É por isso que a parte dinâmica do modelo inclui a noção de aprendizagem e confiança.

Finalmente, a última variável do modelo anterior agora inclui a noção de

“relacionamento”. O compromisso da empresa (gerente e funcionários) no processo de internacionalização para a tomada de decisões depende de também de seu compromisso com sua rede e sua posição dentro dela terá impacto em seu processo.

(24)

Gestão de Operações em Importação

Com este novo modelo, os autores reconhecem a importância e o valor de rede para a internacionalização de uma empresa. É com a ajuda dos atores de sua rede local e internacional que pode decidir empreender uma atividade no exterior com uma nova percepção dos riscos e oportunidades.

Por exemplo, a fim de internacionalizar, a empresa pode decidir seguir um parceiro que escolheu o mesmo caminho, associando-se a este último e assim compartilhando os riscos, ou pode decidir fazer negócios em um país onde possua já um parceiro no local (Johanson e Vahine, 2009).

Tanto a teoria das fases quanto a teoria da rede baseiam-se em um processo incremental que permite à empresa limitar os riscos e reduzir seu grau de incerteza a fim de programar seu projeto de internacionalização.

Estas teorias complementares guiam a empresa para um modo específico de internacionalização de acordo com seu nível de informação, o poder e a posição de sua rede, e as habilidades necessárias para ter sucesso no exterior.

As atividades de importação e exportação respondem a necessidades específicas e resultam de um processo particular.

3 IMPORTAÇÃO

Nesta seção, vamos nos concentrar especificamente em nosso tópico de pesquisa de importação. Como lembrete para uma empresa, a importação consiste na compra de bens ou serviços de um fornecedor (exportador) localizado no exterior.

Embora a importação esteja freqüentemente associada a redução dos custos de produção (DESITTER, 2002), veremos nesta seção que a empresa pode recorrer à importação por vários motivos. De fato, as atividades internas, tais como aquisições, são freqüentemente consideradas "internas". Funções de apoio, e sua presença pode ser um fator determinante para a sobrevivência de empresas. Nos últimos anos, a função de compra assumiu um novo papel na dimensão da empresa, uma dimensão estratégica, especialmente com a crise e a sua capacidade de reduzir os custos de produção e assim aumentar sua lucratividade e competitividade (HOLLENSEN, 2007).

Apresentaremos os diferentes aspectos da importação, analisando sucessivamente seu processo, seus efeitos, as motivações e, finalmente, os fatores que poderiam ajudar uma empresa a tomar decisão pela importação de qualquer produto que ela veja a possiblidade do seu uso.

(25)

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

da Importação Capítulo 1

2 De acordo com as teorias que temos aprendido até então, podemos conceber e realizar a diferença entre uma importação e um processo de internacionalização mais madura. Desta forma vamos analisar as duas frases a seguir e entender qual empresa quer se internacionalizar e qual quer apenas importar:

Empresa I

Quais serviços devemos incluir para clientes estrangeiros? A que se refere? Refere-se à necessidade de ter uma equipe comercial que fale diretamente com os clientes no país de origem ou não, para projetar sistemas de pagamento de longo prazo, a fim de ajudar a pagar pelos produtos, caso sejam caros

Empresa II

Os clientes estrangeiros aceitarão o produto ou serviço como ele é! As mudanças ou ajustes são um pouco mais complexos a se fazer, pois temos uma cadeia de produção bem segmentada e direcionada para atender clientes, com grande volatilidade, com necessidades bem limitadas e pontuais.

Tomando as sentenças acima descritas, escolha a alternativa CORRETA:

a) A empresa I tem a perspectiva de se internacionalizar e a empresa II quer apenas importar.

b) A empresa II tem a perspectiva de se internacionalizar.

c) A empresa I quer apenas importar.

d) A empresa II quer apenas importar.

Estabelecer uma estratégia de importação não é fácil, mesmo para uma empresa com recursos significativos. Antes, a empresa deve determinar uma série de variáveis para tomar a melhor decisão em termos de custos, logística e o fornecedor com o qual deseja fazer negócios, a fim de garantir seu sucesso futuro. Nesta seção, portanto, analisaremos as diferentes etapas do processo de estabelecimento de uma atividade de importação.

Desta forma, mais uma atividade de estudo é proposta para você, ou seja, vamos fixar mais conceitos e verificar o quanto estamos evoluindo na compreensão dos conceitos aqui apresentados:

(26)

Gestão de Operações em Importação

3.1 O PRODUTO A IMPORTAR

Antes de tomar qualquer medida relativa a seu projeto de importação, a empresa deve avaliar suas necessidades. Ou seja, deve definir qual bem será o mais adequado para sua produção e, portanto, deve avaliar seu custo, a quantidade necessária, o nível de inovação necessário, a necessidade de serviço pós-venda ou não (no caso de máquinas e equipamentos), sua qualidade de acordo com o posicionamento do produto (alto, médio ou baixo) (KNUDSEN;

SERVAIS, 2007).

A natureza do produto também definirá o volume que a empresa precisará ter e a intensidade das importações. As matérias-primas, componentes e produtos acabados são produtos que economizam espaço e, portanto, podem ser encomendados em grandes quantidades, de acordo com as exigências da empresa cliente. Quanto à compra de equipamentos, serão operadas ocasionalmente e em quantidades limitadas, primeiro em por causa do tamanho do produto, mas também por causa de seu preço, a sua freqüência de compra será, portanto, menor.

Uma vez que tenha identificado suas necessidades e escolhido qual bem será importado, deve iniciar uma análise de mercado para definir a origem de sua importação, ou seja, qual país pode atender suas necessidades, levando em conta as regulamentações e restrições alfandegárias associadas.

3.2 DO MERCADO A TRABALHAR

A natureza e as características do produto escolhido para a importação irão delinear o número de países que podem atender a sua necessidade. Quanto mais o produto será específico menos o comprador terá uma escolha; inversamente, para um produto padrão, ele terá uma escolha mais ampla de países dispostos a cumpri-lo (JOHNSON; BADEN, 2010). No caso da matéria-prima, a escolha será mais limitada, portanto, a importação de produtos semiacabados oferecerá uma maior escolha de possibilidades.

Se a empresa dá importância à qualidade do produto, ou se ele é em uma estratégia de redução de custos, dará prioridade aos países onde o custo de produção é menor. Também, no caso de compras recorrentes do mesmo fornecedor ou do mesmo país, a empresa deve escolher o mercado com o qual deseja fazer negócios, sendo, portanto, uma escolha estratégica que faz parte do processo internacionalização da empresa (GUIDO, 2006).

(27)

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

da Importação Capítulo 1

Em particular, vale ressaltar o papel dos blocos econômicos ou relações bilateriais no desempenho estratégico de uma empresa, pois a Europa, por exemplo, se beneficia de barreiras comerciais menores e de uma moeda comum que evita riscos cambiais, algumas empresas européias tendem a favorecer o comércio com países europeus (GUIDO, 2006; KNUDSEN; SERVAIS, 2007).

A estabilidade do ambiente político e econômico também é importante para a escolha do país para sustentar transações com parceiros estrangeiros sem os riscos associados ao risco do país (BIROU; FAWCETT, 1993; GUIDO, 2006).

É útil para a empresa realizar um estudo de mercado a fim de reunir informações de sua rede, organizações especializadas ou entidades governamentais dedicadas (dados primários e secundários, informações tácitas e explícitas), relativas às áreas e países que podem ou não ser capazes de satisfazê-la em sua busca por fornecedores.

A empresa deve avaliar uma série de critérios relativos aos países que deseja prospectar. Uma empresa que compra em vários países deve adaptar sua estratégia de compra a cada país, mesmo se for um produto padronizado (QUINTENS; MATTHYSSENS; FAES, 2005).

A especialização de certos países em setores específicos de atividade permitirá que a empresa se beneficie de uma certa especialização para o produto importado. Em seu livro, Porter (1990) menciona que existem vantagens competitivas que não são específicas de uma empresa, mas de todo um território.

Está em uma espécie de vantagem comum a várias empresas em uma ou mais áreas de atividade em particular, o que levará à especialização do país em um ou mais setores de atividade, podendo acarretar em uma vantagem competitiva no nível de nacional.

Uma empresa que deseje importar um produto específico será direcionada para uma área específica onde a escolha de fornecedores pode ser limitada, mas que apontará sua escolha de acordo com suas necessidades.

O país escolhido definirá, portanto, a escolha do meio de transporte que pode ser usado para transportar as mercadorias. Proximidade geográfica facilitará o transporte e limitará os riscos da logística, além disso, a empresa importadora terá mais opções para o meio de transporte a ser utilizado. Para mercados distantes, a empresa terá a escolha de entre o transporte marítimo, aéreo e, às vezes, ferroviário, a escolha, dependerá, sobretudo da sua situação financeira, mas também o tempo que leva para a mercadorias.

A dimensão cultural e o nível de desenvolvimento econômico do país desempenham um papel muito importante na escolha do país fornecedor, pois

(28)

Gestão de Operações em Importação

isso pode ajudar a evitar custos adicionais de adaptação ou evitar certos riscos relacionados ao transporte das mercadorias que podem ocorrer em países menos industrializados.

O desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação levou à simplicidade e eficácia das comunicações em todo o mundo, facilitando o fluxo de informações. A importação requer uma grande quantidade de documentos que às vezes pode ser muito trabalhosa de gerenciar.

A presença de meios de comunicação e infra-estrutura adequados e confiáveis no país escolhido, a fim de reduzir o tempo necessário para fazer pedidos ou a transmissão de informações entre as duas partes não é um fator no insignificante (DESITTER, 2002; GUIDO, 2006). Uma vez que a empresa tenha finalizado sua escolha de país importador, será capaz de analisar quais fornecedores provavelmente atenderão melhor às suas necessidades.

3.3 ESCOLHENDO O MELHOR FORNECEDOR

Sempre dependendo da natureza e das características do produto, a escolha do fornecedor cobrirá um número mais ou menos importante de possibilidades.

Os produtos ou componentes mais técnicos ou complexos a serem fabricados serão oferecidos por um número limitado de fornecedores e, portanto, a empresa terá que se adaptar às restrições de prazos de fabricação, prazos de entrega, preços e serviços oferecidos por estes últimos.

Para produtos padronizados, a escolha será mais ampla e a empresa estará sujeita a menos restrições e se beneficiará de um maior poder de negociação.

Também é necessário assegurar que a quantidade desejada pelo importador seja atingida pelo fornecedor de acordo com sua capacidade de produção, a fim de evitar possíveis faltas de estoque, e para pode atender às suas próprias exigências.

A teoria da rede, como visto acima, desempenha um papel importante na busca e seleção de um fornecedor ou fornecedores. De acordo com a pesquisa de Min e Galle (1991), a principal fonte de informação para encontrar um fornecedor é o uso da rede. Os contatos profissionais são uma fonte significativa de informação devido a sua experiência e conhecimento. A maioria das fontes utilizadas pelas empresas são fontes privadas, pois fornecem ao comprador informações mais específicas, com muito pouco uso de serviços governamentais.

Ao utilizar sua rede, a empresa garante a boa reputação dos fornecedores em

(29)

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

da Importação Capítulo 1

Para uma empresa que deseja manter um relacionamento de longo prazo com seu fornecedor, é importante que ambos compartilhem os mesmos valores a fim de construir um relacionamento sólido e duradouro. A distância cultural desempenha um papel importante nesta relação, nos estudos de caso de 23 empresas alemãs que operam no exterior com filiais no Reino Unido e na Holanda, Steinle e Schiele (2008) descobriram que as empresas alemãs têm sido diferenças culturais e distância geográfica do país cliente. Como resultado, eles não foram capazes de desenvolver uma relação de confiança com seu fornecedor, e sua produção tem sido interrompida por atrasos na entrega.

Dependendo da natureza da relação com seus fornecedores, existem dois tipos de relações. Uma relação transacional na qual o comprador não procura ter um relacionamento especial com seu fornecedor, mas deseja manter seu poder de barganha usando vários fornecedores e assim competir em preço (SAUNDERS, 1997).

A relação de colaboração (McLVOR; McHUGH, 2000) baseada na confiança mútua do duas partes, onde o comprador tenta desenvolver este tipo de relacionamento gradualmente a tempo e favorece os encontros repetidos. Este tipo de relacionamento é um investimento para a empresa e não pode ter tal relacionamento com a empresa e os seus diversos fornecedores. No entanto, hoje, as TIC podem facilitar o desenvolvimento de um a manutenção das relações comerciais e seu contato sem a necessidade das relações muito fortes e contatos frequentes com seus fornecedores.

A seleção do fornecedor torna-se então de suma importância. Além disso, o estudo realizado por Ghymn, Liesch e Mattsson (1999) no mercado australiano, relativo aos critérios utilizados pelos gerentes para decidir sobre sua estratégia de importação, sublinha a importância do efeito de experiência. De fato, utilizando um questionário e entrevistas, eles questionaram os gerentes de 104 PMEs australianas e analisaram os diferentes comportamentos dos gerentes de acordo com seu setor de atividade, sua experiência internacional e sua função.

Este estudo então mostrou que os gerentes com experiência repetida em importação são mais propensos a reputação e a confiabilidade do fornecedor mais atentos do que os importadores que têm importado ocasionalmente. Além disso, através de Pyke (2000) sugere que no caso em que há apenas um interesse de a empresa em manter uma forte presença no mercado, pode ser do melhor interesse da empresa em manter estreita relação com ele.

A escolha do fornecedor deve ser cuidadosamente considerada. Para isso, na medida do possível, a empresa pode enviar um representante ao exterior

(30)

Gestão de Operações em Importação

para se reunir com o fornecedor potencial e avaliar o ambiente e a infraestrutura do fornecedor para si (JOHNSON; BADEN, 2010). Assim que o fornecedor for selecionado, a empresa cliente terá que determinar a frequência de suas compras.

3.4 FREQUÊNCIA DAS IMPORTAÇÕES

O comprador deve definir a frequência de tais importações futuras. No caso de uma compra ocasional, a negociação não tem muito peso e a relação entre as duas partes é de pouca importância. Se o importador estiver contemplando compras repetitivas, ele poderá ter maior poder de barganha sobre preços, quantidades, serviços associados e construirá uma relação de longo prazo com seu fornecedor. Portanto, é importante para cada uma das partes desenvolverem afinidades profissionais (JOHNSON; BADE, 2010).

Em seu estudo das PMEs e grandes empresas americanas, em sua maioria do setor industrial, Min e Galle (1991) determinaram que para a maioria dessas empresas, as compras internacionais, praticadas em curto prazo e de forma ad hoc, muitas vezes levaram a uma repetição de seus erros e a uma considerável perda de tempo no estabelecimento do próximo processo de compra. No entanto, este tipo de compra lhes permite reduzir sua dependência de um único fornecedor e ganhar em flexibilidade e poder de barganha. Quanto às compras ao longo prazo, verificou-se a necessidade e a vontade de alguns compradores de para criar uma relação forte e duradoura com seu fornecedor, para reduzir certos riscos e para garantir a qualidade e o fornecimento oportuno de seus produtos.

Assim, podemos inferir que a frequência das compras da empresa tem um impacto direto sobre a relação entre as duas partes. A relação transacional será preferida para a compra de produtos padronizados, caso em que a relação com os fornecedores geralmente não é um acordo de longo prazo (SAUNDERS, 1997).

Nas relações de colaboração, ambas as partes vêem isto como uma troca em longo prazo, onde a qualidade dos serviços e do produto fornecido tem precedência sobre os preços (McLVOR; McHUGH, 2000). O aumento da interação entre as entidades permitirá a construção de uma relação sólida baseada na confiança, se sua colaboração se der sem incidentes.

Para concluir, é preciso lembrar que algumas empresas preferem favorecer relacionamentos de longo prazo com um número limitado de fornecedores em vez de ter um grande número de fornecedores com uma alta taxa de rotação com quem têm uma relação fraca. As diferentes etapas do processo de elaboração de uma estratégia podem ser complexas, mas é importante que cada etapa do

(31)

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

da Importação Capítulo 1

processo de importação seja ser conduzido com o maior cuidado a fim de evitar riscos que poderiam perturbar os negócios da empresa. A implementação de tal estratégia pode ter várias repercussões tanto dentro da empresa como em seu mercado, assunto a ser problematizado no Capítulo 2.

3.5 RELAÇÃO ENTRE IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES – EXISTE ALGUM MAIS VANTAJOSO?

O estabelecimento de uma relação entre as atividades de exportação e importação nos permitirá então interpretar e tomar emprestadas certas motivações de exportação e usá-las ou adaptá-las para definir motivações e decisões de importação.

Teóricos concordam que no cerne da relação importação-exportação está a teoria da rede, que influencia as decisões para programar uma dessas atividades quando a empresa já está engajada na importação ou exportação.

O uso da rede de fornecedores no exterior permite que a empresa detecte os diversos oportunidades de mercado e de usar sua experiência internacional e as informações obtidas a fim de reduzir o risco de incerteza e evitar custos relacionados à busca de informações inúteis.

Assim, a empresa beneficia-se de um efeito de experiência ao utilizar conhecimento e informação útil para ajudar a estabelecer outra atividade internacional. De fato, as práticas utilizadas, os resultados obtidos na prospecção de mercados ou clientes estrangeiros, ou as diversas informações obtidas a respeito das práticas comerciais e costumes do país, serão reutilizados no processo de implementação da importação ou exportação. Qualquer que seja a atividade estabelecida em primeiro, suas semelhanças em termos de processo, e as informações necessárias será aplicável em ambos os casos.

Através do estudo de caso de uma empresa norueguesa que lida com parceiros russos para seus suprimentos, Karlsen et al. (2003) demonstraram que de fato existem conexões entre estes dois tipos de atividades, mas este processo depende de vários fatores específicos da empresa em questão e do ambiente no qual ela opera.

A empresa norueguesa Moelven iniciou sua internacionalização através da importação de matérias-primas da Rússia e, em seguida, iniciou gradualmente, como discutido na teoria da etapa, um processo de internacionalização em longo

(32)

Gestão de Operações em Importação

prazo que levou à criação de uma subsidiária de produção. Ao manter relações saudáveis e duradouras com seus parceiros russos, a empresa pôde utilizar esta rede para encontrar novos fornecedores para sua subsidiária de produção.

O uso de sua rede pela Moelven é descrito por Korhonen (1999) como um processo de efeito bola de neve, pois utilizou as relações que havia estabelecido com seus parceiros russos para encontrar novos fornecedores para sua subsidiária de produção. Tinha sido construído por importação para desenvolver seu projeto de exportação.

A redução do risco, o tempo economizado na instalação do conhecimento do mercado russo, detecção de novas atividades, perfeito conhecimento do mercado russo e a credibilidade real adquirida com seus clientes locais e estrangeiros, resultam do uso de sua rede no mercado local e da relação que ela tem com o mercado local sendo desenvolvido com seus parceiros russos.

3.6 DRAWBACK

Há certa semelhança entre os processos destes dois modos de internacionalização. O uso de uma dessas duas atividades poderia facilitar e desenvolver a segunda. A decisão de importar poderia levar ao desenvolvimento da exportação através do uso de redes e conhecimentos de mercado já adquiridos para a importação. Neste sentido, podemos reforçar sobre o Drawback, que consiste em ser a restituição dos direitos e impostos de importação que foram pagos sobre as mercadorias contidas nas mercadorias exportadas, exploraremos detalhadamente agora.

Caracterizado pela redução de impostos, é um regime aduaneiro especial que inclui a suspensão ou isenção de impostos na importação de insumos estaduais relacionados à exportação de produtos.

Foi criado pelo governo federal em 1996 para facilitar as empresas que atuam no comércio exterior. Vale ressaltar que consiste em um modo extremamente usado pelos exportadores brasileiros, ou seja, gerando uma vantagem competitiva para os nossos produtos.

No dia 24 de julho de 2020, a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) publicou em conjunto com o Ministério da Economia e a Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, no Diário Oficial da União, a Portaria 44 com uma nova regulamentação do Drawback. Assim, temos algumas modalidades de Drawback contempladas, a saber:

(33)

Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais da Importação

da Importação Capítulo 1

• Drawback Modalidade Isenção Integrado: deve-se destacar que o termo “integrado” significa que em seu método de entrada, o insumo pode ser nacional e/ou importado, utilizado nos produtos a serem exportados, e que foi anteriormente “drawback verde e amarelo” modo (“país de origem”). A solicitação do Drawback ocorre após o todo o processo de importação, recolhimento de impostos, do processo produtivo e da exportação.

• Modalidade Drawback Suspensão Integrado: a deficiência da suspensão fiscal abrangente pode chamá-lo de um compromisso de exportação, porque você vai suspender a tributação sobre bens nacionais e/ou importados. Como um compromisso com as exportações futuras, uma vez que os produtos sejam exportados, estaremos isentos. Vale ressaltar que, caso não sejam cumpridas as normas de exportação, a empresa precisa cobrar impostos por meio de correções cambiais cabíveis. Aqui, a solicitação do drawback é feito antes de tudo, antes da importação, produção e exportação.

• Modalidade Restituição: o método de restituição de impostos raramente é utilizado nas transações, sendo o único método de restituição totalmente aprovado pela Receita Federal do Brasil, utilizado quando a empresa deixa de importar insumos ou exportar produtos e gerar restituições de impostos.

Os tipos de concessão de Drawback, mais usuais são 3, a saber:

1. Tipo comum: é denominador “comum” porque as empresas beneficiárias do Ato Concessório (empresas que aceitam suspensão ou isenção de impostos) são fabricantes e exportadoras de produtos, e as mesmas (insumos e produtos) são feitas antes da eleição das listadas pela Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior – SUEXT;

2. Tipo intermediário: quando há múltiplos fabricantes em operação, a empresa beneficiária compra insumos, realiza o processo produtivo e vende seus produtos para outra empresa, que também irá beneficiar o produto e posteriormente exportá-lo. Lembramos que vários fabricantes intermediários podem ser incluídos no mesmo requisito de defeito.

3. Tipo genérico: os beneficiários e exportadores são os mesmos dos métodos comuns, mas a empresa não é obrigada a distinguir os insumos a serem importados ou adquiridos no mercado interno. Como o processo de produção é considerado muito longo ou muito complicado, permite uma distinção geral entre commodities e seus respectivos valores sem a necessidade de classificá-los em NCM e quantidade. Ao preencher o campo "quantidade" dos documentos de exportação relacionados ao

(34)

Gestão de Operações em Importação

Ato Concessório. A quantidade deve ser relatada na unidade de medida estatística NCM.

Ao usar do Drawback, a empresa pode ter benefícios fiscais e financeiros, influenciando diretamente no fluxo de caixa da empresa, pois há uma redução nos custos dos encargos financeiros e fiscais. Na modalidade suspensão não haverá cobrança na importação: II, IPI, PIS, COFINS, ICMS e AFRMM. No mercado interno, temos a suspensão dos seguintes: IPI, PIS e COFINS.

Para a modalidade Isenção não são recolhidos os tributos na Importação:

II, IPI, PIS e COFINS. Outra vantagem seria no mercado nacional, pois nesta modalidade isenta o IPI, PIS e COFINS. Lembrando que o ICMS é recolhido no Mercado Interno nesta modalidade, assim como o AFRMM na Importação.

Como mencionamos anteriormente, o desconto de imposto é um dos sistemas especiais mais comumente usados para os exportadores brasileiros, porque pode ser concedido a quase todos os exportadores. Pode-se dizer que o escopo do regime varia dos pequenos aos gigantes industriais e transnacionais, e o escopo é totalmente democrático.

Também podemos dizer que este é um regime aduaneiro que não discrimina nenhuma parte da indústria, nem faz distinção entre países exportadores e importadores. Além disso, também pode ser usado com outros sistemas aduaneiros especiais, como entrepostos aduaneiros ou trânsito aduaneiro. Vale ressaltar que na solicitação de abertura de fatura será utilizado o valor adicionado medido pelo índice de fraqueza.

A Portaria SECEX nº 23, Artigo 73, de 14 de julho de 2011, estipula regras que dirigem quais as condições de não concessão do Drawback:

1. importação de mercadoria utilizada na industrialização de produto destinado ao consumo na Zona Franca de Manaus e em áreas de livre comércio localizadas em território nacional (Decreto-Lei nº1.435, de 16 de dezembro de 1975, art. 7º).

2. exportação ou importação de mercadoria suspensa ou proibida.

3. exportações ou importações conduzidas em moedas que não possuam taxa de conversão diária para o dólar dos Estados Unidos; (Redação dada pela Portaria SECEX nº 31, de 2017).

4. às hipóteses previstas nos incisos IV a IX do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, nos incisos III a IX do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e nos incisos III a V do art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004.

Referências

Documentos relacionados

Curvas de rarefação (Coleman) estimadas para amostragens de espécies de morcegos em três ambientes separadamente (A) e agrupados (B), no Parque Estadual da Ilha do Cardoso,

Assim, este trabalho apresenta uma abordagem que tem como objetivo principal: (i) analisar a cobertura de código levando em consideração os fluxos de chamadas existentes no sistema

Figura A53 - Produção e consumo de resinas termoplásticas 2000 - 2009 Fonte: Perfil da Indústria de Transformação de Material Plástico - Edição de 2009.. A Figura A54 exibe

como enfoque o processo da reforma educativa em curso em Angola. Para isso, será realizada a análise à percepção dos professores e directores de escola face à

Em 1999, publiquei um pequeno texto que, entre outras coisas, abordava as ambiguidades apresentadas pela sentença O ladrão tirou a chave da porta da frente, apresentada na forma

A leitura mais precisa será obtida quando o condutor é mantido no centro da garra. Área de

A constatação de que a leptina também é um forte modulador dos níveis endocanabinóides no hipotálamo foi um marco importante na identificação do sistema endocanabinóide

UNASUL  UNASUL União de Nações Sul-Americanas congrega, desde 2008, os 12 países da América do Sul e tem tido atuação predominantemente política e de defesa;  O objetivo