CÍCLOTRON PARA PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE RADIOISÓTOPOS - CARACTERÍSTICAS RELEVANTES
Wanderley de Lima
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN-CNEN/SP Caixa Postal 11049
05422-970, São Paulo, Brasil
RESUMO
A produção industrial de radioisótopos requer ciclotrons com manutenção simplificada, de alta produtividade e custos de operação reduzidos. Para se obter tais qualidades, os especialistas do setor conseguiram progressos fantásticos, valend o- se dos modernos recursos de cálculo e simulação. A simples exploração máxima do con ce ito fisico de variação azimutal do campo magnético, surgida em 1967 com os ciclo tr ons isócronos, permitiu a construção de ciclo tr ons com consumo de energia de apenas 30% dos an teriores. Por ou tr o lado, a aceleração de íons negativos possibilitou o aproveitamento de 100% do feixe a ce lerado, sem dissipação interna de energia, obtend o- se intensidades externas de até 1mA em regime contínuo, representando um fator 15 de aumento. Ou tr as variáveis foram otimizad as vis an do a confiabilidade e a redução da ativação de componentes. Em termos de consumo de energia e intensidade de feixe fornecido, um ciclotron atual de 30MeV e 300µA de corrente de prótons é 15 vezes mais eficiente que seu antecessor.
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I. INTRODUÇÃO
O consumo comercial de radioisótopos tem crescido regularmente, impulsionado pelos progressos na medicina nuclear, nos equipamentos imageadores para diagnóstico e n as técnicas de produção, t an to por ciclo tr ons quanto por reatores nucleares.
A produção por ciclotrons, na verdade, assumiu características indus tr iais na última década, quando se configurou o elenco de radioisótopos de maior interesse (Ta be la 1), cuja produção requer apen as prótons com energia en tr e 15MeV e 30MeV. Isto conduziu a um esforço na otimização de ciclotrons para operação com prótons nesta faixa de energia e com elevada intensidade de feixe (500µA) LI. 2, 3).
II. INOVAÇÕES INTRODUZIDAS
1. Estrutura Magnética. O período de revolução dos íons acelerados no ciclo tr on (Equação 1) necessita ser const an te, para sincronismo com o campo dos ele tr odos de aceleração dos íons (DEES). Isto requer que o campo magnético aumente radialmente, pois a massa m aumenta com a velocidade [41.
T=(2am)/qB
onde: T = período, q = carga do ion, m = m as sa do ion, B = campo magnético.
En tr et an to, se o campo cres ce radialmente, surgem forças perpendiculares ao plano da órbita, que tiram a partícula do plano de aceleração, o que chamamos de desfocalização. Os primeiros ciclo tr ons tinham um campo decrescente com o raio, o que implicava na perda gradual do sincronismo. A energia final estava limitada, pois após uma dezena de órbitas, o sincronismo estava comprometido.
TABELA 1. Radioisótopos mais Comuns Produzidos por Ciclotron, para Uso Médico
Radioisótopo Reação Meia Vida
Tálio
2Õ3TL(p,3n)2Õ1 Pb
201pb_÷201 TL