Imagen s em Hematologia Clín ica
65 Rev.bras.hematol.hemoter., 2000, 22(1):65-66
Pau lo A. Zola1 Dali si o San ti Neto2
Hospi tal de Base de São José do Ri o Preto
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Imagens em Hematologia Clínica
Doença do Enxerto versus Hospedeiro Hepática
Hepati c Graft versu s Host Di seaseCol a n gi t e l i n f ocí t i ca n ã o d est r u t i va . D u ct o bi l i a r exi bi n do degen eração e atrofi a epi t el i a l , ci r cu n d a d os por i n fi l tr a d o i n fl a m a tór i o com pr ed om ín i o l i n focíti co, com focos de agr essão ao epi téli o bi l i ar do en dotél i o do r am o ven oso portal. O epi téli o du ctal está edemaciado, com lin fócitos in tra-epiteliais circun dados por u m vacú olo, além de célu las i n flamatóri as i n tra-lu mi n ai s.
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Rev.bras.hematol.hemoter., 2000, 22(1):65-66
Doença na qual os linfócitos T do doador reconhecem como estranhos os antígenos do recep tor. Para que isto aconteça, algumas condições são necessárias:
a) O i m p l an t e d ev e co n t er cél u l as imunocomponentes;
b) O receptor deve ter aloantígenos que diferem do doador, ou reconhecer autoantígenos de forma inadequada.
c) O receptor deve ser incapaz de produzir resposta imune contra o enxerto.
Tipos de Doença Enxerto versus Hospedeiro
Alogên i ca: Agu da e Crôn i ca
A DEVH aguda tem início aproximadamente no 19º dia após Transplante, podendo afetar três órgãos básicos: pele, fígado e intestino. Não é infreqüente a DEVH tardia podendo ocorrer mesmo depois D+100.
Na pele observa-se eritema maculopapuloso em região palmar, plantar, orelhas, face, pescoço, tronco e flancos. Nas fases mais avançadas observam-se descamação cutânea, formação de bolhas, e necrose epidérmica.
No f ígad o o co r r e co l est ase e co m o conseqüência, a elevação da bilirrubina e da fosfatase alcalina plasmática.
O quadro histológico da forma aguda da DEVH é caracterizado por infiltrado linfocítico e/ ou misto nos espaços porta, com agressão ao epitélio biliar causando degeneração e necrose celular epitelial, lesão característica da doença enxerto versus hospedeiro, da forma aguda. Estes achados histológicos são encontrados mais comumente entre os dias 35 a 90 pós transplante. N o l ó b u l o en co n t r am -se m u i t o s co r p o s acidofílicos, variando com a idade da lesão.
A DEVH aguda pode ser seguida pela forma crônica da doença e nessa condição ocorrem
ductopenia, fibrose biliar e colestase.
As al t er açõ es gast r o i n t est i n ai s são manifestadas por anorexia, náuseas, vômitos, intolerância alimentar, diarréia, dor em cólica e enterorragia.
Os fatores de riscos mais comuns que aumentam a possibilidade de DEVH são:
- incompatibilidade doador / receptor (HLA) - alossensibilização do doador
- idade do paciente e do doador - sexo oposto, doador / receptor - quantidade de linfócitos T do inóculo A DEVH crônica geralmente tem início depois do dia +100, porém, empregam-se os critérios clínicos para o diagnóstico, uma vez que a DEVH crônica pode ocorrer mesmo antes do D+100.
Ela é caracterizada clinicamente por lesões:
Cu tân eas: semelhantes ao líquen plano, esclerodermia, eritrodermia, hiperqueratose e descamação cutânea.
Mu cosas: candidíase, herpes, lesões tipo líquen plano, e Síndrome Seco.
Hepáti ca: colestase, e excepcionalmente evolução para cirrose.
Ocu lar: Síndrome Seco, conjuntivite.
Gastr oi n testi n al: diarréia, má absorção intestinal, disfagia.
Pu lm on ar es: bronquiolites obliterantes, i n f ecçõ es p u l m o n ar es f r eq ü en t em en t e associadas ao déficit de IgA.
Neu r om u scu l a r : m i ast en i a gr av i s, p olimiosites, dores musculares e caimbras musculares.
Referência Bibliográfica:
Carreras E., Brunet S., Rovira M., Sierra J., Urbano-Ispizua. Á., Manual de Trasplante Hemopoyético 1998, Ediciones Antares – Espanã.
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