JEAN LOUIS BONETTI
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Santa Rosa 2016
JEAN LOUIS BONETTI
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Orientador(a): Fernando Wypyszynski
Santa Rosa 2016
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelos membros da banca examinadora.
Santa Rosa, 20 de junho de 2016
Prof. Fernando Wypyszynski Prof. Éder Claro Pedroso Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ BANCA EXAMINADORA Prof. Diorges Carlos Lopes (UNIJUÍ) Prof. Fernando Wypyszynski (UNIJUÍ)
Dedico este trabalho aos meus pais Roque e Daili e a minha namorada Laís por todo Amor e por fazerem parte da minha vida e do meu grande sonho.
Primeiramente, gostaria de agradecer a DEUS por ter me dado o DOM da Vida e de estar ao meu lado em todos os momentos, me dando saúde, força e sabedoria para cumprir com todas minhas obrigações;
Aos meus pais, ROQUE e DAILI, por todo o amor, carinho, atenção e incentivo, que durante esta longa jornada de estudos sempre estiveram ao meu lado me apoiando e me aconselhando, e se hoje cheguei a este meu grande objetivo é com certeza por causa de vocês e me orgulho de tê-los como meus pais.
Ao meu orientador Prof. Me Fernando Wypyszynski pela enorme oportunidade, orientação e amizade. Seus ensinamentos foram fundamentais para a realização do meu grande sonho. Obrigado por compartilhar os seus valiosos conhecimentos e por ser esse grande profissional e amigo;
A minha namorada Laís por todo amor, carinho e pela compreensão do tempo de estudo que necessitei e por ser esta pessoa muito especial que sempre sonhei para mim, obrigado Amor por me fazer muito feliz;
Aos meus professores, que durante estes anos me proporcionaram toda sua sabedoria para que realmente eu conquistasse este meu grande objetivo de ser alguém na vida;
Aos meus colegas por toda ajuda e amizade durante este período de minha vida;
Aos meus avós Albino e Idone, e Luís e Ofélia em memória, por todos ensinamentos da escola da vida;
Aos meus familiares e aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado me incentivando e me dando força nesta longa jornada;
Agradeço em especial a empresa onde eu trabalho e aos seus diretores Rubens Zamberlan e Cláudio Otani pela grande oportunidade, por fazerem parte da minha vida profissional e por toda ajuda concedida. Me orgulho de trabalhar em uma empresa que acredita na capacidade dos jovens
Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar.
BONETTI, Jean. L. Implantação do Sistema de Gestão da Qualidade na Construção Civil. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2016.
A busca das organizações pelo desenvolvimento e estabelecimento, de forma competitiva e auto-sustentável no mercado atual, é cada vez maior e estrategicamente estudada, diariamente são revelados novos desafios pertinentes a gestão das organizações nas mais diversas áreas, as exigências de mercado, a oscilação na proporcionalidade entre demanda e oferta, a competitividade, dentre outros. Apontam para um horizonte onde se destacarão e progredirão apenas empresas com sistemas consolidados e eficientes de gestão. Na construção Civil existem regulamentações que prezam um patamar mínimo de qualidade em construções, como o PBQP-H, que avalia o Sistema de Gestão da Qualidade de empresas atuantes na Construção Civil. Com vista nisso, as empresas da construção civil cada vez mais estão investindo em recursos para melhoria dos processos de gestão, otimizando de maneira progressiva os sistemas e métodos de produção, e superando obstáculos impostos pela realidade atual brasileira no segmento, como mão-de-obra, em partes, de baixa qualificação por exemplo. A adoção de um sistema de gestão da qualidade deve ser uma decisão estratégica de uma organização. O projeto e a implementação de um sistema de gestão da qualidade de uma organização são influenciados por várias necessidades, objetivos específicos, produtos fornecidos, os processos empregados e o tamanho e estrutura da organização. A organização implementadora de Gestão de Qualidade deve estabelecer, documentar, implementar e manter um sistema da qualidade e melhorar continuamente a sua eficácia. Visando o aperfeiçoamento de um Programa de Qualidade estaremos desenvolvendo alguns processos de Controle de Aquisição de Material e alguns Serviços Controlados, buscando estabelecer um parâmetro a ser observado dentro de empresas. De caráter mobilizador, o PBQP-H vem articulando os vários segmentos da cadeia produtiva, que envolvem desde a indústria de materiais às empresas construtoras, bem como outras instâncias governamentais, os agentes financiadores e promotores, as universidades, os centros de pesquisa e organizações não governamentais, para o desenvolvimento das diversas ações previstas pelo Programa. O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat visa apoiar o esforço brasileiro de modernização, por meio da melhoria da qualidade, do aumento da produtividade e redução de custos na construção habitacional. A utilização dos Sistemas de Gestão e garantia da qualidade na construção civil não está sendo bem compreendida. Seus princípios e benefícios ainda não foram incorporados a cultura dos empreendedores desse setor, pois muitas empresas ainda tem a metodologia de achar inviável implantar um Sistema de Qualidade para aperfeiçoar e melhorar seu produto.
BONETTI, Jean. L. Quality Management System Implementation in Civil Works. 2016. Work Completion of course. Course of Civil Engineering, Regional University of Rio Grande do Sul state Northwest - UNIJUÍ, Santa Rosa, 2016.
The search of the organizations for the development and establishment of competitive and self-sustaining in the current market, it is growing and strategically studied daily are revealed new relevant challenges to the management of organizations in several areas , market requirements , the oscillation proportionality between demand and supply , competitiveness , among others. They point to a horizon, which will stand out and prosper only companies with consolidated and efficient systems management. In civil construction, there are regulations that value a minimum level of quality in buildings, such as PBQP -H, which evaluates the Quality Management System for companies operating in Construction. Overlooking it, the civil construction companies are increasingly investing resources to improve management processes, optimizing progressively the systems and methods of production, and overcoming obstacles imposed by current Brazilian reality in the segment, such as labor- work, in part, low skilled for example. The adoption of a quality management system should be a strategic decision of an organization. The design and implementation of a quality management system of an organization is influenced by varying needs, particular objectives, the products provided, the processes employed and the size and structure of the organization. The implementing organization Quality Management shall establish, document, implement and maintain a quality system and continually improve its effectiveness. Aiming at improvement of a quality program, we are developing some Material Acquisition Process control and some Managed Services, seeking to establish a parameter to be observed within companies. Mobilizer character, PBQP -H has been articulating the various segments of the production chain , involving from materials to construction companies industry and other government bodies , financiers and promoters , universities, research centers and non-government for the development of the various actions provided for by the program.
The Brazilian Program of Quality and Productivity in Habitat aims to support national efforts to modernize, by improving quality, increasing productivity and reducing costs in housing
construction. The use of management systems and quality assurance in construction is not well understood. Its principles and benefits have not yet been incorporated into the culture of entrepreneurs in this sector, because many companies still have the methodology to find infeasible to implement a Quality System to refine and improve your product.
Figura 1: Evolução da qualidade total ... 18
Figura 2: Gestão da qualidade ... 20
Figura 3: Estruturação de um sistema de gestão da qualidade ... 22
Figura 4: Modelo de um sistema de gestão da qualidade ... 24
Figura 5: Ciclo PDCA ... 25
Figura 6: Etapas do ciclo PDCA ... 27
Figura 7: Pirâmide da elaboração de documentos ... 31
Figura 8: Programa brasileiro de qualidade e produtividade do habitat ... 33
Figura 9: Estrutura de um sistema de gestão da qualidade ... 38
Figura 10: Delineamento ... 43
Figura 11: Cronograma ... 44
Figura 12: Perspectiva da planta baixa do edifício 1 ... 46
Figura 13: Perspectiva do edifício 1 ... 47
Figura 14: Política da qualidade ... 58
Figura 15: Fôrma da laje nervurada ... 71
Figura 16: Escoramento da laje nervurada ... 71
Figura 17: Parede de alvenaria ... 78
Figura 18: Chapisco ... 81
Figura 19: Execução das mestras... 82
Figura 20: Emboço ... 82
Figura 21: Detalhamento das taliscas para estaqueamento do piso ... 85
Figura 22: Sarrafeamento ... 86
Figura 23: Piso de porcelanato assentado ... 88
Figura 24: Manta aplicada sobre o terraço ... 98
Figura 25: Impermeabilização das paredes do banheiro ... 98
Figura 26: Colocação de caixas etubulações ... 109
Figura 27: Instalações sanitárias ... 111
Tabela 1: Elaboração de responsabilidades e atividades do PBQP-H ... 30
Tabela 2: Estrutura organizacional da empresa “A” ... 49
Tabela 3: Relação dos serviços terceirizados da empresa “A” ... 53
Tabela 4: Estrutura organizacional de materiais e serviços controlados ... 54
Tabela 5: Traços ... 56
Tabela 6: Manutenção de equipamentos ... 57
Tabela 7: Destino dos resíduos sólidos ... 57
Tabela 8: Objetivos específicos da obra ... 60
Tabela 9: Instrução de serviço de fundações ... 62
Tabela 10: Instrução de serviço de fôrmas ... 64
Tabela 11: Instrução de serviço de armaduras ... 70
Tabela 12: Instrução de serviço de concretagem ... 72
Tabela 13: Instrução de serviço de alvenaria estrutural ... 73
Tabela 14: Instrução de serviço de alvenaria de vedação ... 75
Tabela 15: Instrução de serviço de reboco ... 77
Tabela 16: Instrução de serviço de contra piso ... 81
Tabela 17: Instrução de serviço de piso interno ... 84
Tabela 18: Instrução de serviço de impermeabilização e tratamentos ... 87
Tabela 19: Instrução de serviço de cobertura ... 91
Tabela 20: Instrução de serviço de instalação de esquadrias ... 94
Tabela 21: Instrução de serviço de pintura ... 96
Tabela 22: Instrução de serviço de instalação elétrica ... 98
Tabela 23: Instrução de serviço de instalação hidro sanitárias ... 100
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas CAIXA Caixa Econômica Federal
DQ Documento da Qualidade
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial IR Instrução de Recebimento
IS Instrução de Serviço
ISO Organização Internacional de Padronização MQ Manual da Qualidade
NBR Norma Brasileira Regulamentar NGR Norma Geral
NRE Norma Específica
OCC Organização de Certificação Credenciado
PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat PR Procedimento
SiAC Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas e Serviços e Obras da Construção Civil
SIQ Sistema de Qualificação de Serviços e Obras Construtoras SGQ Sistema de Gestão da Qualidade
1INTRODUÇÃO ... 12 1.1CONTEXTO ... 14 1.2PROBLEMA ... 14 1.2.1Questões de Pesquisa ... 14 1.2.2Objetivos de Pesquisa ... 15 1.2.3Delimitação ... 15 2REVISÃO DA LITERATURA ... 16
2.1SISTEMA DE GESTÃO E GARANTIA DA QUALIDADE ... 16
2.1.1Qualidade ... 16
2.1.2ISO 9001 ... 19
2.1.3Sistemas de Gestão da Qualidade ... 22
2.1.3.1Melhoria na Gestão da Documentação ... 28
2.1.3.2Melhoria no Gerenciamento dos Processos ... 28
2.1.3.3Melhorias nas Práticas de Comunicação Interna ... 29
2.1.3.4Melhorias na Padronização e Produtividade ... 29
2.1.3.5Requisitos Gerais ... 29
2.1.3.6Responsabilidades ... 30
2.1.3.7Elaboração de Documentos ... 31
2.1.4Estruturas da Documentação do Sistema de Gestão da Qualidade ... 32
2.1.5PBQP-H ... 32
2.1.6Sistema de Certificação ... 36
2.2RESPONSABILIDADE DA DIREÇÃO DA EMPRESA ... 37
2.2.1Compromissos da Direção ... 37
2.2.2Planejamentos ... 37
2.2.2.1Planejamento do SGQ ... 38
2.3EXECUÇÃO DA OBRA ... 39
2.3.1Plano de Qualidade da Obra ... 39
2.3.2Comunicação com o Cliente ... 39
2.3.3Planejamento de Elaboração do Projeto ... 40
2.3.4Processo de Aquisição de Materiais ... 40
2.3.5Processos de Qualificação de Fornecedores ... 40
3.2DELINEAMENTO ... 43
3.3CRONOGRAMA ... 44
3.4CARACTERIZAÇÃO ... 45
4RESULTADOS ... 48
4.1SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE ... 48
4.1.1Estrutura Organizacional da Empresa ... 48
4.1.2Relação dos Serviços Terceirizados ... 52
4.1.3Estrutura Organizacional de Materiais e Serviços Controlados ... 53
4.1.4Traços ... 56
4.1.5Plano de Manutenção de Equipamentos ... 56
4.1.6Destino dos Resíduos Sólidos ... 57
4.1.7Política da Qualidade ... 58
4.1.8Objetivos Específicos da Obra ... 59
4.1.9Instruções de Serviço ... 61
4.1.10Instruções de Recebimento ... 123
5CONCLUSÃO ... 109
5.1RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 110
REFERÊNCIAS ... 111
Anexo A – Chek-list PQO ... 113
Anexo B– Chek-list betoneira ... 114
Anexo C– Chek-list serra circular ... 115
Anexo D – Chek-list jaú ... 116
Anexo E – Chek-list elevadores de carga ... 117
Anexo F – Chek-list extintor de incêndio ... 118
1 INTRODUÇÃO
Na construção Civil existem regulamentações que prezam um patamar mínimo de qualidade em construções, como o PBQP-H, que avalia o Sistema de Gestão da Qualidade de empresas atuantes na Construção Civil. Com vista nisso, as empresas da construção civil cada vez mais estão investindo em recursos para melhoria dos processos de gestão, otimizando de maneira progressiva os sistemas e métodos de produção, e superando obstáculos impostos pela realidade atual brasileira no segmento, como mão-de-obra, em partes, de baixa qualificação por exemplo.
A alternativa mais usada em empresas de construção civil é a certificação em Sistemas de Gestão da Qualidade ISO 9001 / PBQP-H (ANDERY, 2008, Notas de Aula). Segundo Souza (1997), para atender a peculiaridade do setor em questão, os elementos, da norma ISO 9001 “necessitam de adaptações e maior detalhamento”, sendo fundamental “não seguir rigidamente os tópicos das normas ISO, e sim demonstrar o atendimento aos mesmos”. Essas adequações levaram ao surgimento do PBQP-H/SiAC-Construtoras.
Atualmente o PBQP-H é também um dos instrumentos do Governo Federal, para cumprimento dos compromissos firmados na Carta de Istambul (Conferência do Habitat II – 1996).
O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat visa apoiar o esforço brasileiro de modernização, por meio da melhoria da qualidade, do aumento da produtividade e redução de custos na construção habitacional.
De caráter mobilizador, o PBQP-H vem articulando os vários segmentos da cadeia produtiva, que envolvem desde a indústria de materiais às empresas construtoras, bem como outras instâncias governamentais, os agentes financiadores e promotores, as universidades, os centros de pesquisa e organizações não governamentais, para o desenvolvimento das diversas ações previstas pelo Programa. Os benefícios do PBQP-H são:
Para as empresas é uma oportunidade de aumentar sua competitividade, por meio da redução de desperdícios, melhor formação dos profissionais, acesso a projetos, materiais e componentes de melhor qualidade e adequação às normas técnicas. Para que as empresas se ajustem às disposições do Código de Defesa do Consumidor evitando as penalidades previstas para as empresas e fornecedores que coloquem no mercado produtos em não-conformidade com as normas brasileiras.
Para o controle do setor público é uma oportunidade de utilizar seu poder de compra como forma de selecionar os fornecedores com maior qualidade, otimizando o uso dos recursos públicos, solicitando no processo licitatório os Atestados de Qualificação.
Para o consumidor é uma oportunidade para que utilize seu poder de compra, dando preferência às empresas que produzem com qualidade.
A adoção de um sistema de gestão da qualidade deve ser uma decisão estratégica de uma organização. O projeto e a implementação de um sistema de gestão da qualidade de uma organização são influenciados por várias necessidades, objetivos específicos, produtos fornecidos, os processos empregados e o tamanho e estrutura da organização.
A organização implementadora de Gestão de Qualidade deve estabelecer, documentar, implementar e manter um sistema da qualidade e melhorar continuamente a sua eficácia. Visando o aperfeiçoamento de um Programa de Qualidade estaremos desenvolvendo alguns processos de Controle de Aquisição de Material e alguns Serviços Controlados, buscando estabelecer um parâmetro a ser observado dentro de empresas.
A utilização dos Sistemas de Gestão e garantia da qualidade na construção civil não está sendo bem compreendida. Seus princípios e benefícios ainda não foram incorporados a cultura dos empreendedores desse setor, pois muitas empresas ainda tem a metodologia de achar inviável implantar um Sistema de Qualidade para aperfeiçoar e melhorar seu produto.
A implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade deve ser uma decisão estratégica de uma organização. O projeto e a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade de uma organização são influenciados por várias necessidades, objetivos específicos, produtos fornecidos, os processos empregados e o tamanho e estrutura da organização.
A organização deve estabelecer, documentar, implementar e manter um Sistema da Qualidade e melhorar continuamente a sua eficácia, visando o aperfeiçoamento de um Programa de Qualidade estamos desenvolvendo alguns processos de Controle de Aquisição de Material e alguns Serviços Controlados, buscando estabelecer um parâmetro a ser observado dentro das empresas construtoras.
O estudo abordado leva em conta o seguinte problema central:
Quais os processos utilizados em uma empresa de construção civil para implantar o seu Sistema de Gestão da Qualidade?
1.1 CONTEXTO
A pesquisa aborda objetivo exploratório, em um sistema específico de gestão no empreendimento estudado, caracterizado pelo método de Estudo de Caso.
Inicialmente, a pesquisa objetiva a necessidade de delinear e caracterizar o universo a ser trabalhado, em uma empresa construtora. O estudo em questão trata-se de uma pesquisa aplicada, com uma abordagem qualitativa, já que não se pretende quantificar os resultados.
1.2 PROBLEMA
O estudo busca esclarecimento dos conceitos e aplicações do modelo de Implantação do Sistema de Gestão da Qualidade em uma empresa atuante no ramo da construção civil.
Estudos feitos por Andery (2002) apontam como fatores de motivação para a Implantação do Sistema de Gestão da garantia em empresas construtoras, em primeiro lugar, as exigências de órgãos públicos de financiamento ou de empresas públicas contratantes das obras prioritariamente, e em segundo e terceiro lugar respectivamente, a melhoria do sistema gerencial e aumento da competitividade.
1.2.1 Questões de Pesquisa
Formular e apresentar a questão principal e as secundárias. Questão principal
O projeto tem como questão principal os processos requeridos de Implantação do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) na construção civil, desenvolvendo as metodologias aplicadas para atender os níveis de gestão, conforme o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), na qual são abordadas as formas de organização estrutural de pessoal, serviços e materiais.
Questões secundárias
Apresentar procedimentos de controle de materiais e técnicas de execução de serviços. Demonstrar os cuidados que uma empresa necessita ter para poder se enquadrar nas novas exigências do mercado.
1.2.2 Objetivos de Pesquisa Objetivo Geral
O Objetivo Geral do estudo é implantar as diretrizes previstas no processo de Gestão da Qualidade para a implantação do Processo Organizacional em uma empresa construtora no Sistema de Gestão da Qualidade e propor um modelo de Gestão de Qualidade que seja aplicável e eficiente para empresas construtoras.
Objetivos específicos
Busca-se com a pesquisa em questão:
Demonstrar os processos de Implantação do Sistema de Gestão da Qualidade na construção civil, de modo, a abordar todas etapas abrangentes para a certificação de uma empresa construtora; Aplicar um Sistema de Gestão da Qualidade especificamente orientado a uma empresa construtora, de modo a simplificar a sua operacionalização;
Analisar o impacto desse sistema na melhoria da gestão da produção de edificações, bem como em rotinas administrativas que implicam na gestão dos empreendimentos de empresas construtoras;
Fazer uma avaliação preliminar e exploratória da Estrutura Organizacional de uma empresa construtora, bem como de seu nível de engajamento em Programas de Gestão da Qualidade;
Elaborar um modelo de gestão de qualidade aplicável a empresas construtoras.
Para uma excelente gestão empresarial é necessário um diferencial competitivo no mercado de trabalho para que uma empresa alcance a excelência no seu desempenho. Ao implantar um Sistema de Gestão da Qualidade, a organização promove melhorias em vários setores da empresa.
Para desenvolvimento da pesquisa inicialmente serão estudados os Sistemas de Gestão da Qualidade, a partir de um breve histórico, passando pelos sistemas de gestão e seus conceitos até chegar às normas que identificam os requisitos para implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade.
1.2.3 Delimitação
Foi realizado um Estudo de Caso sobre o processo de Implantação do SGQ, no qual serão abordadas todas as etapas que uma empresa de construção civil terá que atender para se qualificar em um Sistema de Gestão da Qualidade.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 SISTEMA DE GESTÃO E GARANTIA DA QUALIDADE 2.1.1 Qualidade
A qualidade constitui um conceito importante na atividade empresarial alcançando um espaço de destaque e interesse cada vez maior na indústria da construção civil. Apesar de sua ampla divulgação por parte das construtoras são poucos os que compreendem o seu real significado em sua plenitude, abrangendo todas as suas dimensões.
O conceito de qualidade é dinâmico e varia com o tempo (PICCHI, 1993). Possui diversas interpretações conforme interesse das pessoas ou instituições que o empregam.
Em uma visão geral, qualidade consistente conformidade com as expectativas dos consumidores (ANDERY, 2008, Notas de Aula). Souza & Abiko (1997) sintetizam esse conceito para a construção civil como “satisfação total dos clientes externos e internos da empresa”.
As várias definições existentes para a qualidade foram descritas por Garvin (1984) em cinco abordagens:
Abordagem transcendental: qualidade é sinônimo de excelência, é o melhor possível nas especificações do produto ou serviço;
Abordagem baseada em manufatura: qualidade é sinônimo de conformidade, produtos que correspondam precisamente às especificações de projeto;
Abordagem baseada no usuário: é incorporado na definição de qualidade, além da preocupação com as especificações de projeto, a preocupação com a adequação às especificações do consumidor;
Abordagem baseada no produto: qualidade é definida como conjunto preciso e mensurável de características requeridas para satisfazer os interesses do Consumidor; Abordagem baseada no valor: qualidade é definida em termos de custo e preço,
defendendo a ideia de que a qualidade é percebida em relação ao preço.
A primeira extensão do modelo da qualidade em nível de processo produtivo pode ser feita quando começa a se direcionar o processo para o cliente e passa a considerar suas necessidades, nos
quais se atingem as adequações ao produto, com a possibilidade de melhoria da organização dos serviços e das atividades executadas.
A qualidade deve ser gerada a partir do processo produtivo de uma empresa, na qual convergem os esforços de todos que se empenham em determinar formas adequadas para produzi-la. A qualidade requer esforços de uma organização que pretende adotá-la, com o compromisso de sempre atender o consumidor da melhor forma possível, contribuindo para que então, a empresa sempre tenha espaço no mercado de trabalho. (ANDERY, 2008, Notas de Aula).
Para gerar qualidade no processo de gestão da empresa, se torna necessário alguns requisitos mencionados abaixo:
Focar todas ações da empresa na atenção ao consumidor;
Envolver a administração da empresa no processo de Gestão da Qualidade; Otimizar recursos necessários para Implantação das atividades;
Envolver toda empresa no processo de qualidade;
Treinamento de serviços executados à toda mão-de-obra;
Buscar iniciativas que desenvolvam incentivar a melhoria contínua do processo de gestão;
Avaliar de forma objetiva os resultados obtidos; Satisfazer os clientes.
As Implantações de Programas de Qualidade requerem que sejam integrados os esforços de todos os elementos da empresa para viabilizar o alcance dos objetivos a que se propõe a organização em termos de qualidade, como é visto na Figura 1 abaixo:
Princípios da Qualidade Total: 1. Satisfação Total do Cliente
2. Desenvolvimento dos Recursos Humanos 3. Constância de Propósitos 4. Gerência Participativa 5. Aperfeiçoamento Contínuo 6. Garantia da Qualidade 7. Delegação 8. Evitar Erros 9. Gerência de Processos 10. Disseminação de Informações
Figura 1- Evolução da qualidade total
Fonte: ABNT -ISO 9001:2008
Existem várias ferramentas relacionadas à Gestão da Qualidade. Uma delas é o 5S uma filosofia utilizada no trabalho para tornar o ambiente agradável e seguro. Além dela, existe também o Ciclo PDCA, Fluxogramas, as normas ISO, da Organização Internacional para Normalização que desenvolve e promove normas técnicas e padrões que são utilizados no mundo todo para auxiliar o comércio internacional, dentre outras.
Várias empresas no mundo todo, utilizam o SGQ, para implantar novos processos, gerenciar e checar a qualidade deles. Uma das razões da utilização desse sistema é que consequentemente um maior número de clientes se tornam satisfeitos com a empresa. Além disso, há uma melhora na imagem, no desempenho e na cultura organizacional. A produção sobe e os custos reduzem, é um diferencial, sendo um critério que garante maiores oportunidades e competitividades frente aos mercados nacional e internacional. Surge um clima satisfatório e uma comunicação melhor entre os funcionários, a implantação da gestão da qualidade traz benefícios, pois é dotada de treinamentos, mapeamento dos processos empresariais e registros das atividades da organização.
2.1.2 ISO 9001
A série de normas ISO foram criadas pela Organização Internacional de Padronização (ISO) com o objetivo de melhorar a qualidade de produtos e serviços.
Estas normas certificam produtos e serviços em várias organizações no mundo todo. Essa normalização está baseada num documento de normas que oferece um modelo padrão para a implantação do Sistema de Gestão da Qualidade.
No Brasil, estas normas são compostas pela sigla NBR e são criadas e gerenciadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Com relação à qualidade, as normas ISO são formadas por um grupo de normas direcionadas para o Sistema de Gestão da Qualidade, das quais as principais são:
ABNT NBR ISO 9000 - Sistema de Gestão da Qualidade (Fundamentos e Vocabulário) - documento que contém todos os termos utilizados no sistema.
ABNT NBR ISO 9001 - Sistema de Gestão da Qualidade (Requisitos) - explica os requisitos para obter a certificação.
ABNT NBR ISO 9004 - Gestão para o Sucesso Sustentado de uma Organização (Uma abordagem de Gestão da Qualidade) - é um documento com instruções para implantar o Sistema de Gestão da Qualidade.
A NBR ISSO 9001 é a norma que certifica os Sistemas de Gestão da Qualidade e define os requisitos para a Implantação desse sistema. Este documento que possui ferramentas de padronização, é um modelo seguro para a Implantação da Gestão da Qualidade.
O objetivo da norma é trazer confiança ao cliente de que os produtos e serviços da empresa serão criados de modo repetitivo e consistente, afim de que adquira uma qualidade, de acordo com aquilo que foi definido pela empresa.
A empresa certificada pela ISO 9001, recebe um certificado que contêm o selo de certificação representado pela Figura 2 abaixo:
Figura 2- Gestão da qualidade
Fonte: ABNT -ISO 9001:2008
A norma ISO 9001conta com 8 princípios da qualidade. São vários requisitos, provenientes das experiências de várias organizações, que podem ser usados por qualquer empresa que deseja utilizar o sistema, assim cada princípio deve ser analisado e estudado para que se atinja o sucesso na implantação do modelo:
Foco no Cliente: os funcionários devem trabalhar para atender o cliente de forma satisfatória e agradável, pois sem eles a empresa não obteria a sua fidelização. Liderança: deve ter solidez e estar por dentro dos avanços do mercado da empresa.
Além disso, a organização deve oferecer as ferramentas necessárias para que os liderados executem os processos com eficácia.
Abordagem de Processo: é a relação entre funcionários e as tarefas que são executadas na empresa, além da relação entre a entrada e saída desses processos e a oferta de recursos para que a atividade seja bem desempenhada.
Abordagem Sistêmica para a Gestão: os processos devem ser visualizados como um sistema, onde tudo que faz parte do sistema interaja. A partir disso, os processos poderão ser avaliados e organizados.
Envolvimento das Pessoas: conforme explica o conceito de Gestão da Qualidade, a equipe de trabalho é um dos principais recursos da empresa.
Melhoria Contínua: nesse princípio, a equipe adquire o conhecimento de como os processos devem ser feitos para atingirem a qualidade.
Abordagem Factual para Tomada de Decisões: através dos indicadores, das auditorias e análises feitas através do Sistema de Gestão da Qualidade, os gestores poderão verificar as oportunidades e desafios da empresa e assim tomar decisões que auxiliarão na melhoria dos serviços e produtos.
Benefícios Mútuos nas Relações com os Fornecedores: tantos funcionários, quanto fornecedores estabelecem uma relação de parceria com a empresa. Com esse tratamento, prazos e preços contribuem para a qualidade dos produtos e serviços. Para aplicar a ISSO 9001, inicialmente é feito um diagnóstico por um especialista da norma e elaborado uma proposta comercial para a empresa. Após isso, é criado um cronograma de atividades do cliente (empresa) de acordo com a norma. O especialista a implanta por meio de consultoria e treinamento. Num segundo momento, é realizada uma auditoria interna e depois uma pré-auditoria, que pode ser opcional. Um organismo certificador realiza uma auditoria de certificação e se tudo estiver conforme a NBR ISO 9001, a empresa recebe o certificado.
A NBR ISO 9001:2008 é uma norma internacional que possui requisitos para um Sistema de Gestão da Qualidade aplicável a todo tipo de empresa.
Para a ISO 9001/2008, convém que a adoção de um Sistema de Gestão da Qualidade seja uma decisão estratégica de uma organização. O projeto e a Implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade de uma organização são influenciados por:
Seu ambiente organizacional, mudanças neste ambiente e os riscos associados com este ambiente;
Suas necessidades que se alteram; Seus objetivos particulares; Os produtos fornecidos; Os processos utilizados;
Seu porte e Estrutura Organizacional.
A norma é um componente estratégico da organização que define requisitos para o SGQ, e a forma de gerenciamento da empresa, focalizando o atendimento das necessidades dos clientes.
nível estratégico, passando pelo tático até o operacional, é necessário compreender que a decisão de implementar a ISO 9001 deve partir da alta direção.
2.1.3 Sistemas De Gestão Da Qualidade
Para a ISO 9001/2008, a Gestão da Qualidade atua sempre tendo em vista a introdução de melhorias no processo produtivo, ou seja, no melhor atendimento ao cliente, na qual se torna o objetivo central do processo de Gestão da Qualidade.
O Sistema de Gestão, segundo ISO 9001/2008, deve fornecer elementos, e um modelo eficaz que possa ser integrado aos outros requisitos da gestão, esta integração é um ponto chave da organização. Este sistema pode ser configurado ao longo do tempo, pode ser esquematizado a partir de modelos pré-estabelecidos, baseados em outras empresas, ou gerado corrigindo os seus próprios erros. Conforme a Figura 3 abaixo, o Sistema de Gestão da Qualidade institui um modelo de Estruturação do Sistema de Gestão.
Figura 3-Estruturação de um sistema de gestão de qualidade
Gerir um sistema consiste em Planejar, Controlar o andamento, e buscar a melhoria contínua com o apoio das ferramentas disponíveis para tal. Para a FNQ, Sistema de Gestão é um conjunto de práticas padronizadas, logicamente inter-relacionadas com a finalidade de gerir uma organização e produzir resultados. O Sistema de Gestão da organização abrange todos os seus subsistemas de gestão, composto por práticas. O sistema de gestão costuma ser um emaranhado de práticas de gestão que interagem entre si, produzindo resultados financeiros ou não (FNQ, 2014).
O sistema de gestão deve fornecer elementos, e um modelo eficaz que possa ser integrado aos outros requisitos da gestão, esta integração é um ponto-chave da organização. Este sistema pode ser configurado ao longo do tempo, pode ser esquematizado a partir de modelos pré-estabelecidos, baseados em outras empresas, ou gerado corrigindo os seus próprios erros.
As estruturas dos diversos sistemas de gestão são semelhantes. Todos são compostos por processos e práticas de gestão. Entendemos um processo como um conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas que recebem insumos e se transformam em produtos (FNQ, 2014).
Processos são constituídos pelo conjunto das atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam insumos (entradas) em produtos (saídas). Ou, em uma abordagem mais técnica, é um conjunto de atividades preestabelecidas que, executadas em uma sequência determinada, conduzirão a um resultado esperado, o qual assegure o atendimento das necessidades e expectativas dos clientes e de outras partes interessadas (FNQ, 2014).
A FNQ (2014), ainda ressalva a diferença de Gesta de Processos, e Gestão por Processos: “Para uma organização ser considerada de classe mundial, ou seja, ter uma gestão de excelência, não basta somente ter uma Gestão DE Processos. Isso significa que há processos sendo monitorados, mantidos sob controle e que estão funcionando conforme foi planejado. No entanto, oferece uma visão limitada da organização.
Mais do que implementar sistemas de trabalho com descrições e medições de cada atividade, a Gestão POR Processos necessita de visão sistêmica. Sem ela, é impossível perceber como o todo significa muito mais do que uma simples soma das partes. Diferentemente da tradicional Gestão DE Processos, que prevê os detalhes em cada sistema em operação, uma Gestão POR Processos pode ser descrita como um trabalho dinâmico e em rede.”
Conforme a Figura 4, o ciclo do Sistema de Gestão da Qualidade baseada em processos de Gestão, ocorre pela entrada do sistema de produção definidos pelos clientes.
Figura 4-Modelo de um sistema de gestão da qualidade
Fonte: ABNT -ISO 9001:2008
Observa-se a norma estruturada em quatro conjuntos de requisitos. O conjunto “Responsabilidade da Administração”, onde traçam-se os objetivos do SGQ, os indicadores de desempenho do sistema, e é definida a política da qualidade da empresa, bem como a sua forma de Implantação e manutenção.
A “Gestão de Recursos” refere-se, de maneira simplificada, ao planejamento e alocação de recursos para tornar viável a Implantação e operação do Sistema de Gestão da Qualidade. Nesse conjunto de requisitos, a qualificação e o treinamento dos agentes envolvidos como o sistema ganha especial importância.
O conjunto “Realização do Produto” é, de certa forma, o núcleo do sistema. Onde definem-se os requisitos básicos associados à captação das necessidades e requisitos dos clientes, planejamento do processo de projeto do produto, bem como desenvolvimento do produto e sua execução. Incluem-se aspectos essenciais de um SGQ, como análise de entradas e saídas de projeto,
execução, análise crítica e validação dos projetos, aquisição de materiais, controle dos processos, Implantação de ações preventivas e corretivas, etc.
Outro grupo de requisitos define ações para medição dos resultados do sistema, análise e melhoria. Essas ações permitem a Implantação de uma “estrutura” de melhoria contínua na empresa, ações essas que dependerão, eventualmente, de definições estratégicas por parte da direção da empresa. Como as entradas do sistema de produção são requisitos definidos pelo cliente, entendendo o cliente como consumidores, a comunidade afetada pelos produtos e/ou serviços da empresa, etc. Da mesma forma, os resultados dos processos produtivos devem ser confrontados com as expectativas dos clientes, previamente definidas.
Um instrumento adequado para a Implantação da Gestão da Qualidade na execução de serviços é a aplicação do ciclo PDCA. Além de um poderoso instrumento para a padronização de processos, o ciclo PDCA também permite o aperfeiçoamento continuo desses processos, por meio do estabelecimento de novas metas a partir da revisão dos procedimentos padronizados inicialmente ou da introdução de novas tecnologias de processos construtivos.
Conforme a Figura 5, o ciclo PDCA consiste em uma sigla na língua inglesa cujas iniciais referem-se à: P – Plan (Planejamento). D – Do (Fazer), C – Check (checagem), A – Act (Ação). Num ciclo perpétuo que visa a melhoria contínua do processo.
Figura 5- Ciclo PDCA
Através dessa teoria, cada processo da empresa passa por quatro fases: Planejar (Plan)
Nesta fase são definidos os objetivos de cada processo até chegar ao produto/serviço finais requeridos pelo cliente, levando em consideração a política da empresa.
Baseado nesta política, o planejamento deve ser composto pelos seguintes passos: Identificação do Problema Estabelecimento de Metas Análise do Fenômeno Análise do Processo Plano de Ação Fazer (Do)
Momento em que o plano será executado, assim os indivíduos que participarem da implantação do ciclo PDCA deverão realizar treinamentos de acordo com o método. Cada processo é realizado, conforme aquilo que foi definido na primeira fase. Assim são coletados dados para uma análise posterior.
Checar (Check)
Com a implantação, os processos são analisados através de ferramentas próprias, para verificar se cada processo cumpre aquilo que foi proposto no planejamento. É nessa fase que poderão ser encontrados erros ou falhas no processo.
Agir (Action)
De acordo com o resultado na etapa ‘checar’, serão observadas as falhas nos processos e se os objetivos foram atingidos, caso contrário, estes devem ser melhorados e as etapas se reiniciam.
Diversas empresas no mundo todo, utilizam o SGQ, para implantar novos processos, gerenciar e checar a qualidade deles. Uma das razões da utilização desse sistema é que consequentemente um maior número de clientes se tornam satisfeitos com a empresa. Além disso, há uma melhora na imagem, no desempenho e na cultura organizacional. A produção sobe e os custos reduzem, é um diferencial, sendo um critério que garante maiores oportunidades e competitividades frente aos mercados nacional e internacional. Surge um clima satisfatório e uma
comunicação melhor entre os funcionários, a implantação da gestão da qualidade traz benefícios, pois é dotada de treinamentos, mapeamento dos processos empresariais e registros das atividades da organização.
Conforme a Figura 6, pode-se observar as etapas de planejamento do Ciclo PDCA para estruturação de um Sistema de Gestão da Qualidade.
Figura 6- Etapas do ciclo PDCA
Fonte: www.mgodoi/consultoriaempresarial-bh /
A empresa poderá apenas implantar o sistema e melhorar os processos, mas para que o resultado desse sistema seja reconhecido será necessário que outra empresa especializada em auditoria de gestão de qualidade faça esse serviço para que ela obtenha um certificado de qualidade, isso irá depender da área onde a empresa atua e também das normas que regem esta área. Sendo assim, existem dois tipos de certificados válidos:
Certificado de acreditação: baseado na norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 relacionada aos Requisitos Gerais para a Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração e a ABNT NBR ISO 15189 que diz respeito aos Laboratórios de Análises Clínicas.
2.1.3.1 Melhorias na Gestão da Documentação
Segundo W.E. Deming (1982), com um sistema de Gestão da Qualidade implantado, percebe-se dentro da gestão da documentação:
Melhor controle para aprovação de documentos quanto sua adequação, antes de sua emissão;
Melhor gestão de análise crítica e atualização da documentação;
Garantia de que alterações e situação da revisão atual dos documentos sejam identificadas;
Garantia de que as versões pertinentes de documentos aplicáveis estejam disponíveis em seu local de uso;
Garantia de que os documentos permaneçam legíveis e prontamente identificáveis; Garantia de que documentos de origem externa necessários para o planejamento e
operação do sistema de gestão da qualidade sejam identificados e sua distribuição controlada;
Garantia que evitam o uso não pretendido de documentos obsoletos;
Melhor gestão de controle para identificação, armazenamento, proteção recuperação retenção e disposição de registros.
2.1.3.2 Melhorias no Gerenciamento dos Processos
Segundo W.E. Deming (1982), para que as organizações funcionem de forma eficaz, elas têm que identificar e gerenciar processos inter-relacionados e interativos.
A identificação sistemática e a abordagem dos processos empregados na organização e, particularmente, as interações entre tais processos são conhecidas como “Gestão por processos”.
Para W.E. Deming (1982), o Mapeamento de Processo dentro de um sistema de gestão da qualidade implantado é uma ferramenta gerencial e de comunicação que tem a finalidade de ajudar a melhorar os processos existentes ou de implantar uma nova estrutura voltada para processos.
O mapeamento também auxilia a empresa a enxergar claramente os pontos fortes, pontos fracos (pontos que precisam ser melhorados tais como: complexidade na operação, reduzir custos, gargalos, falhas de integração, atividades redundantes, tarefas de baixo valor agregado, retrabalhos,
excesso de documentação e aprovações), além de ser uma excelente forma de melhorar o entendimento sobre os processos e aumentar a performance do negócio.
Alguns benefícios:
Melhor entendimento do negócio como ele é e como ele deve ser; É possível analisar e melhorar os processos de negócio;
Requisitos mais claros, tornando o desenvolvimento de sistemas mais fácil de gerenciar;
Redução do tempo de execução; Melhoria da qualidade;
Padronização.
2.1.3.3 Melhorias nas Práticas de Comunicação Interna
Segundo W.E. Deming (1982), com um sistema de Gestão da Qualidade implantado, percebe-se uma melhora significativa dos processos de comunicação interna tais como, gestão por e-mails, malas diretas, gestão à vista, onde todos os colaboradores são qualificados a executarem as práticas estabelecidas de forma homogenia.
2.1.3.4 Melhorias na Padronização e Produtividade
Segundo W.E. Deming (1982), “a produtividade é aumentada pela melhoria da qualidade. Esse fato é bem conhecido por uma seleta minoria”. As organizações são constituídas de três elementos básicos:
Equipamentos e materiais (hardware); Procedimentos (software);
Ser Humano (humanware).
2.1.3.5 Requisitos Gerais
Segundo W.E. Deming (1982), para implementar o Sistema de Gestão da Qualidade, a empresa construtora deve atender em seu planejamento de implementação os requisitos mencionados abaixo:
Definir claramente os subsetores e tipos de obras abrangidos pelo SGQ; Estabelecer lista de serviços e de materiais controlados;
Identificar os processos necessários para o SGQ e sua aplicação por toda a empresa construtora;
Determinar a sequência e interação desses processos;
Estabelecer um planejamento para desenvolvimento e implementação do SGQ, estabelecendo responsáveis e prazos;
Determinar critérios e métodos para assegurar que a operação e o controle desses procedimentos sejam eficazes;
Monitorar, medir e analisar os processos;
Implementar ações necessárias para atingir os resultados planejados e a melhoria contínua desses processos;
2.1.3.6 Responsabilidades
Conforme o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), a empresa gestora é responsável pela elaboração e planejamento da equipe responsável pela Implantação do Sistema de Gestão da Qualidade. A Tabela 1 abaixo, relata a função dos principais envolvidos no Sistema de Gestão da Empresa A.
Tabela 1 – Elaboração de responsabilidades e atividades do PBQP-H
Responsável Atividades
Representante da Direção – RD
-Coordenar, Elaborar, Revisar e Controlar a Emissão dos Documentos e Registros do SGQ.
- Controlar e Atualizar as Normas Externas. Gerente da Direção -Aprovar este Documento.
-Monitorar e Garantir a implementação do SGQ. -Definir o RD para elaboração, coordenação, controle, revisão e emissão do SGQ.
Usuários do Documento -Responsáveis por manter os documentos em locais apropriados, solicitar alterações quando necessário e disponibilizar registros da própria área quando solicitado.
Fornecedor de apoio -Cumprir o procedimento para o controle dos documentos da Construtora Empresa A.
Fonte: Sistema de Gestão da Qualidade da Empresa A.
2.1.3.7 Elaborações de Documentos
O Representante da Direção (RD), é designado para fazer a elaboração/revisão do SGQ, utilizando uns dos seguintes documentos:
MQ – Manual da Qualidade; PR – Procedimento;
DQ – Documento da Qualidade; RQ – Registro de Qualidade.
De acordo com a Figura 7 abaixo, é ilustrada a Pirâmide da Elaboração de Documentos proposto pela ABNT ISSO 9001 de 2008, pela qual é seguido as etapas formadoras da elaboração do Sistema de Gestão da Qualidade.
Figura 7-Pirâmide da elaboração de documentos
2.1.4 Estruturas da Documentação do Sistema de Gestão da Qualidade
A estrutura da documentação do Sistema de Gestão da Qualidade obedece a uma hierarquia dividida em três níveis:
Política e Objetivos da Qualidade (Nível 1): Diretrizes do Sistema de Gestão da Qualidade;
Manual da Qualidade (Nível 1): Documento que descreve o Sistema de Gestão de Qualidade e estabelece as políticas e diretrizes, a organização, as responsabilidades e os objetivos;
Norma Geral – NGR (Nível 2): Desdobra o Manual da Qualidade, estabelecendo os requisitos gerais pertinentes a todas gerências;
Norma Específica – NRE (Nível 2): Estabelecem as responsabilidades específicas dos colaboradores;
Procedimento – PRC (Nível 3): Descreve a realização de uma atividade específica. 1.1.1 2.1.5 PBQP-H
Conforme o Ministério das Cidades o:
PBQP-H, Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, é um instrumento do Governo Federal para cumprimento dos compromissos firmados pelo Brasil quando da assinatura da Carta de Istambul (Conferência do Habitat II/1996). A sua meta é organizar o setor da construção civil em torno de duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva. (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2012).
Segundo o Ministério das cidades, os objetivos do programa são:
Universalizar o acesso à moradia, ampliando o estoque de moradias e melhorando as existentes;
Fomentar o desenvolvimento e a implantação de instrumentos e mecanismos de garantia da qualidade de projetos e obras;
Fomentar a garantia da qualidade de materiais, componentes e sistemas construtivos; Estimular o inter-relacionamento entre agentes do setor;
Combater a não conformidade técnica intencional de materiais, componentes e sistemas construtivos;
Estruturar e animar a criação de programas específicos visando à formação e requalificação de mão-de-obra em todos os níveis;
Promover o aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de normas técnicas, códigos de práticas e códigos de edificações;
Coletar e disponibilizar informações do setor e do Programa; Apoiar a introdução de inovações tecnológicas;
Promover a melhoria da qualidade de gestão nas diversas formas de projetos e obras habitacionais.
O programa, assim como a ISO 9001, tem sua abordagem como foco a satisfação do cliente. Diferente da mesma, o programa traz diretrizes específicas para a gestão da qualidade, expressando em seu regulamento número de auditores, a formação mínima exigida para estes, o percentual de funcionários a serem controlados e, até mesmo, uma lista de serviços que devem ser controlados, como locação de obras, corte, aterro, execução de fundação, rebaixamento do lençol freático, montagem de armadura, concretagem de peça estrutural e execução. Estes são os serviços a serem controlados em obras localizadas para a certificação nível A (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2005). A Figura 8 ilustra o selo do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, Nível A.
Figura 8-Programa brasileiro da qualidade e produtividade do habitat
O modelo busca o aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de produtos e serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos recursos públicos. Através de ações como avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras, melhoria da qualidade de materiais, formação e requalificação de mão-de-obra, normalização técnica, capacitação de laboratórios, avaliação de tecnologias inovadoras, informação ao consumidor e promoção da comunicação entre os setores envolvidos. (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2012).
O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat – PBQP-H é um programa da Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano, ligada à Secretaria de Política Urbana. Os objetivos específicos do PBQP-H são os seguintes:
Estimular o inter-relacionamento entre os agentes do setor; Coletar e disponibilizar informações do setor e do PBQP-H;
Fomentar a garantia da qualidade de materiais, componentes e sistemas construtivos; Incentivar o desenvolvimento e a implementação de instrumentos e mecanismos de
garantia da qualidade de projetos e obras;
Estruturar e animar a criação de programas específicos, visando a formação e a requalificação de mão-de-obra em todos os níveis;
Promover o aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de normas técnicas, códigos de práticas e códigos de edificações;
Combater a não-conformidade internacional de materiais, componentes e sistemas construtivos;
Apoiar a introdução de inovações tecnológicas;
Promover a melhoria da qualidade de gestão nas diversas formas de projetos e obras habitacionais;
Promover a articulação internacional com ênfase no Cone Sul.
Dentro desse programa, foi criado em 1999 o Sistema de Qualificação de Serviços e Obras Construtoras, o SIQ-Construtoras, com o objetivo de proporcionar a qualificação evolutiva e adequada as características das empresas construtoras cujos princípios são:
Caráter evolutivo dos seus requisitos através dos níveis progressivos de qualificação, segundo os quais sistemas de gestão da qualidade das empresas são avaliados e classificados;
Caráter pró ativo, visando a criação de um ambiente de suporte que oriente o melhor possível as empresas, no sentido que essas obtenham o nível de qualificação almejado;
Caráter nacional, sendo o sistema único e aplicável a todos os contratantes e todos os tipos de obras em todo o Brasil, através do estabelecimento de requisitos específicos aos quais os sistemas de Gestão da Qualidade devem atender;
Flexibilidade, o que possibilita sua adequação a empresas de diferentes regiões, de diferentes tecnologias e de diferentes tipos de obra;
Sigilo quanto às informações de caráter confidencial da empresa; Transparência quanto aos critérios e decisões tomadas;
Independência dos envolvidos nas decisões;
Caráter público, não tendo o SIQ-Construtoras fins lucrativos, e sendo a relação de empresas qualificadas públicas, com divulgação a todos os interessados;
Harmonia com o Sistema Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (SINMETRO), em que toda a qualificação atribuída ao SIQ Construtoras deva ser executada por Organismo de Certificação Credenciado (OCC) pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO).
Em 2005, o SIQ-Construtoras sofre algumas mudanças, permanecendo, entretanto, com a mesma essência, passando a se denominar Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC).
Em geral, os requisitos do PBQP-H são os mesmos da ISO 9001, com a diferença nos controles de registros específicos para serviços e materiais voltados à construção civil e na elaboração do plano de qualidade da obra.
2.1.6 Sistema de Certificação
Segundo ISO 9001/2008, esse sistema é constituído de alguns requisitos subdivididos pelo próprio dispositivo normativo em cinco seções, a saber:
Sistema de Gestão da Qualidade;
Responsabilidade da direção da empresa; Gestão de Recursos;
Execução da obra;
Medição, análise e melhoria.
A seção que discorre sobre a execução da obra é composta por seis requisitos, dois quais alguns serão utilizados na pesquisa. Os requisitos são os seguintes:
Planejamento da obra;
Processos relacionados ao cliente; Projeto;
Aquisição;
Operações de produção e fornecimento de serviços; Controle de Dispositivos de medição e monitoramento.
A execução da obra, segundo a própria norma, é “a sequência de processos requeridos para a obtenção parcial ou total do produto almejado pelo cliente”. Em seu primeiro item é citado o Plano da Qualidade da Obra, um documento que deve conter os seguintes elementos:
Estrutura Organizacional da obra;
Relação de materiais e serviços de execução controlados, e respectivos procedimentos de execução e inspeção;
Projeto de canteiro;
Identificação das especificidades da execução da obra e determinação das respectivas formas de controle;
Definição dos destinos adequados dados aos resíduos sólidos e líquidos produzidos na obra; entre outros.
A Implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade teve efetivamente impactos na Estrutura Organizacional das empresas construtoras de pequeno e médio porte no país. Vivancos e Cardoso
(2000) acreditam que o movimento rumo à qualidade no setor, especialmente com a Implantação do PBQP-H, contribui para o crescimento da maturidade na cadeia produtiva da construção predial brasileira.
2.2 RESPONSABILIDADES DA DIREÇÃO DA EMPRESA
2.2.1 Compromissos da Direção
Conforme o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), a direção da empresa construtora deve fornecer evidências do seu comprometimento com o desenvolvimento e com a Implantação do SGQ e com a melhoria contínua de sua eficácia mediante: A comunicação aos profissionais da empresa e àqueles de empresas subcontratadas para execução de serviços controlados da importância de atender aos requisitos dos clientes, assim como também aos regulamentares e estatutários;
O estabelecimento da política da qualidade;
A garantia da disponibilidade de recursos necessários;
A garantia de que são estabelecidos os objetivos da qualidade e de que seus indicadores estão sendo acompanhados;
A condução de análises críticas pela direção da empresa.
2.2.2 Planejamentos
Segundo ISO 9001/2008, para se iniciar um processo de Implantação do Sistema de Gestão de Qualidade, as empresas devem se planejar, seguindo uma estrutura conforme abaixo e ilustrada pala Figura 9.
Definir qual requisito normativo será implantado na empresa;
Diagnosticar a situação atual do sistema de gestão da qualidade da empresa; Definição das necessidades (treinamentos, estrutura, recursos, etc);
Elaboração da matriz de implantação do SGQ;
Planejamento da manutenção do sistema de gestão da qualidade.
Figura 9-Estrutura de um sistema de gestão da qualidade
Fonte: ABNT -ISO 9001:2008
A implantação do sistema de gestão de qualidade pode ser conduzida por equipe interna ou externa (consultores).
O tempo médio para certificação do sistema de qualidade baseado nas normas NBR ISSO 9001:08 e SiAC / PBQP-H é de aproximadamente 11 meses, depende de alguns fatores tais como escopo de certificação, número de funcionários, número de obras ativas; localização geográfica das obras, etc.
1.1.2 2.2.2.1 Planejamento do SGQ
Segundo a ISO 9001/2008, a direção deve assegurar que:
O planejamento do SGQ é realizado de forma a satisfazer aos requisitos do produto bem como aos objetivos da qualidade;
2.3 EXECUÇÃO DA OBRA
2.3.1 Plano de Qualidade da Obra
Segundo Muller (2003) planejamento estratégico consiste em traçar futuros viáveis e estabelecer objetivos para alcançá-los.
Para Kotler (1998, apud Muller, 2003). PE é um processo gerencial que busca desenvolver e manter um ajuste entre os objetivos e recursos da organização e as oportunidades de mercado em permanente modificação
Muller (2003) cita algumas vantagens do planejamento estratégico:
Visão de conjunto - Aprofunda o conhecimento sobre a organização, mercado/clientes, concorrentes, parceiros e fornecedores;
Agiliza e fundamenta decisões - Cria um consenso natural entre os líderes empresarias sobre o que é importante;
Direção única para todos - Alinha os esforços de todos para o atendimento de objetivos comuns;
Melhor capacidade de adaptação - Facilita a reestruturação organizacional frente às mudanças do ambiente;
Otimiza alocação e recursos - Alicerça o orçamento da organização; Reforça a motivação;
Estabelece o contexto para planos funcionais; Melhora o controle;
Sistematiza ciclos de melhoria contínua da organização.
2.3.2 Comunicação com o Cliente
Segundo a ISO 9001/2008, a empresa construtora deve determinar e implementar meios de comunicação com os clientes relacionados a:
Retroalimentação do cliente, incluindo suas reclamações.
2.3.3 Planejamento de Elaboração do Projeto
Segundo a ISO 9001/2008, a empresa construtora deve planejar e controlar o processo de elaboração do projeto da obra destinada ao seu cliente.
Durante o planejamento, a empresa construtora deve determinar:
As etapas do processo de elaboração de projeto, considerando as duas diferentes especialidades técnicas;
A análise crítica, verificação e validação que sejam apropriadas para cada etapa de processo de elaboração do projeto, para suas diferentes especialidades técnicas
As responsabilidades e autoridades para o projeto.
2.3.4 Processo de Aquisição de Materiais
Segundo a ISO 9001/2008, a empresa deve assegurar que a compra de materiais e a contratação de serviços estejam conforme com os requisitos especificados de aquisição.
Este requisito abrange a compra de materiais controlados e a contratação de serviços de execução controlados, serviços laboratoriais, serviços de projeto e serviços especializados de engenharia e a locação de equipamentos que a empresa construtora considere crítico para o atendimento das exigências dos clientes.
O tipo e extensão do controle aplicado ao fornecedor e ao produto adquirido devem depender do efeito do produto adquirido durante a execução da obra ou no produto final.
2.3.5 Processos de Qualificação de Fornecedores
Segundo a ISO 9001/2008, a empresa construtora deve estabelecer critérios para qualificar de maneira evolutiva, seus fornecedores. Deve ser tomado como base a capacidade do fornecedor em atender aos requistos especificados nos documentos de aquisição. No caso de fornecedores de materiais, deve ainda considerar a sua formalidade legal, em atendimento a legislação.
Poderá ser dispensado do processo de qualificação do processo de qualificação a empresa considerada qualificada pelo Programa Setorial de Qualidade (PQS) do Sistema de Qualificação de Materiais, Competentes e Sistemas Construtivos (SiMac) do PBQP-H, apresente certificação no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC) ou a empresa seja detentora de um Documento de Avaliação Técnica (DATec) para produtos a serem adquiridos.
É vetado à empresa a aquisição de produtos de fornecedores de materiais e componentes considerados não conforme no PSQ.
A empresa construtora deve manter atualizado os registros de qualificação de seus fornecedores e quaisquer ações necessárias, oriundas da qualificação.
2.3.6 Processos de Avaliação de Fornecedores
A empresa construtora deve estabelecer critérios para avaliar o desempenho de seus fornecedores em seus fornecimentos. Deve ser tomado como base a capacidade do fornecedor em atender aos requisitos especificados nos documentos de aquisição. No caso de fornecedores de materiais, deve ainda considerar sua formalidade e legalidade, em atendimento à legislação vigente, ISO 9001/2008.
A empresa construtora deve ainda manter atualizados os registros de avaliação de seus fornecedores e de quaisquer ações necessárias, oriundas da avaliação.
3 MÉTODO DE PESQUISA
O método abordado no desenvolvimento da pesquisa, consta de uma explicação do tipo metodológico adotado no processo de Implantação dos Requisitos de Gestão. É apresentado também um detalhamento do método empregado no desenvolvimento do trabalho, com uma descrição de como este trabalho foi conduzido, além dos processos utilizados na Implantação do SGQ em uma obra de construção civil.
3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA
A pesquisa abordará a seguinte estratégia de pesquisa: Estudo de Caso.
Parte significativa dos trabalhos que analisam a Implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade em empresas construtoras utilizam o método do Estudo de Caso. Os pesquisadores fazem observações, entrevistas, analisam documentos e a partir dessas evidências tiram conclusões a respeito do objeto particular de estudo.
O método de pesquisa tem como principal referencial teórico dissertações e teses em Engenharia Civil. A pesquisa se dará também por dados de textos de revistas, manuais técnicos e pesquisa aplicada em uma obra específica de construção civil.
Segundo Eisenhardt (1989) o Estudo de Caso pode ser empregado para diferentes propósitos, tais como descrever um problema, testar ou refinar uma teoria existente, generalizar ou construir uma nova teoria.
As pesquisas científicas baseadas em Estudo de Caso podem utilizar evidências quantitativas, qualitativas ou ambas.
No caso em questão, o propósito se baseia em dados qualitativos obtidos através de uma pesquisa direta a uma empresa construtora, observando as técnicas empregadas para Implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade, descrevendo a sequência empregada pela organização da empresa em seu Sistema de Gestão da Qualidade.
3.2 DELIAMENTO
A pesquisa abordou a metodologia aplicada para a Implantação do Sistema de Gestão da Qualidade na empresa A, delineando as atividades e processos da Estrutura Organizacional no Edifício em estudo, acompanhando todas as etapas empregadas na obra no processo de Gestão da Qualidade.
Figura 10: Delineamento
Fonte: Autoria própria
Estabeleceram-se informações sobre uma empresa padrão da construção civil para que a partir dos seus processos da cadeia de valor, necessidades e expectativas das partes interessadas fossem dadas as diretrizes de implantação.
3.3 CRONOGRAMA
Figura 11: Cronograma
ATIVIDADES AGO SET OUT NOV MAR ABR MAI JUN
Escolha do tema e do orientador Encontros com o orientador Pesquisa bibliográfica preliminar Leituras e elaboração de resumos Elaboração do projeto Entrega do projeto de pesquisa Revisão bibliográfica complementar Coleta de dados complementares Redação da monografia Revisão e entrega oficial do trabalho Apresentação do trabalho em banca
