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Percepção da imagem corporal, composição corporal e actividade física em jovens adultos

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Academic year: 2021

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PERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL,

COMPOSIÇÃO CORPORAL E ACTIVIDADE

FÍSICA EM JOVENS ADULTOS

Mestrado em Ciências do Desporto

Especialização em Actividades de Academia

Universidade Trás-os-Montes e Alto douro Vila Real, 2012

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PERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL,

COMPOSIÇÃO CORPORAL E ACTIVIDADE

FÍSICA EM JOVENS ADULTOS

Orientadores:

Profª. Dra. Eduarda Coelho

Profª. Dra. Isabel Mourão

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO VILA REAL, 2012

Este trabalho foi expressamente elaborado com vista à obtenção do grau de Mestre em Ciências do Desporto – Especialização em actividades de Academia, nos termos do decreto-lei n° 107/2008, de 25 de Junho

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A concretização deste trabalho só foi possível com a diversificada colaboração, apoio e incentivo persistente de um grupo de pessoas. Deste modo, gostaria de expressar os mais sinceros agradecimentos:

À Professora Doutora Eduarda Coelho e à Professora Doutora Isabel Mourão pelo acompanhamento, disponibilidade, orientação e incentivo, que desde o início foram determinantes para realização deste trabalho.

Aos meus pais pelo apoio, confiança, em especial a minha mãe que sem a sua insistência já mais teria concluído. A eles lhe devo a minha formação académica e principalmente os valores e princípios com que me educaram. Ao Diogo um agradecimento muito especial pelo carinho sempre presente, paciência e pelas inúmeras palavras de incentivo.

Aos meus tios Mário Martins e Ana Maria que foram os meus segundos pais. Às minhas melhores amigas Ana Raquel e Ágata pela amizade, força, cumplicidade e boa disposição, que me deram força para ultrapassar os maus momentos.

Também uma palavra de agradecimento ao Sr. Altino (Mega Ginásio Miracorgo) pela disponibilidade para realizar as recolhas, e aos alunos do 1º e 2º ano dos cursos de Ciências do Desporto e Reabilitação Psicomotora que se disponibilizaram para integrar na amostra.

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AGRADECIMENTOS ... III ÍNDICE GERAL ... IV ÍNDICE DE TABELAS ... VI ÍNDICE DE EQUAÇÕES ... VII LISTA DE ABREVIATURAS ... VIII RESUMO ... X ABSTRACT ... XI

1. Introdução ... 1

2. Revisão de Literatura ... 5

2.1. Imagem Corporal ... 6

2.1.1. Conceito de Imagem Corporal ... 6

2.1.2 Métodos de avaliação da Imagem Corporal ... 9

2.2. Composição Corporal ... 13

2.2.1. Conceito de Composição Corporal ... 13

2.2.2. Métodos de Avaliação de composição corporal ... 16

2.3. Actividade Física ... 28

2.3.1. Conceito de actividade física ... 28

2.3.2 Benefícios da actividade física ... 29

2.3.3 Métodos de avaliação da actividade física ... 31

2.1.4 Actividade Física e Imagem corporal ... 32

3. Métodos ... 35

3.1 Desenho do estudo ... 36

3.2 Amostra ... 36

3.3 Definição de Variáveis: ... 36

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3.4 Instrumentos ... 37

3.4.1 Questionário de dados biográficos ... 37

3.4.2 Escala de silhuetas de Stunkard ... 37

3.4.3. Avaliação antropométrica ... 37

3.4.4 Questionário Internacional de Actividade Física (IPAQ) ... 40

3.5 Procedimentos ... 42

3.6 Limitações do estudo: ... 42

3.7 Controlo de qualidade dos dados ... 43

3.7 Procedimentos Estatísticos ... 45

4. Resultados ... 47

4.1 – Análise descritiva ... 48

4.1.1 – Variáveis antropométricas e da actividade física ... 48

4.1.2 – Imagem Corporal ... 49

4.2 Análise Comparativa da Imagem Real e Insatisfação com a Imagem Corporal ... 51

4.2.1 Segundo a prevalência de obesidade ... 51

4.2.2 Segundo o género ... 52

4.2.3 Segundo o nível de Actividade Física ... 54

4.3 Análise Correlacional ... 55

5. Discussão ... 57

6. Conclusões ... 66

7. Estudos futuros ... 69

7.1. Propostas futuras de investigação ... 70

8. Referências ... 71

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Tabela 1: Valores de referência do IMC propostos pela OMS, 2006 ... 25 Tabela 2: Valores de ETM relativos consideráveis aceitáveis ... 44 Tabela 3: Classificação do erro técnico da medida relativo (ETM relativo), das

diferentes pregas adiposas. ... 45

Tabela 4: Estatística descritiva do IMC, %MG (pregas e bioimpedância) e do

nível de actividade física. ... 48

Tabela 5: Distribuição da amostra relativamente à prevalência de obesidade . 49 Tabela 6: Distribuição da amostra relativamente ao nível de actividade física . 49 Tabela 7: Frequência e percentagem da Imagem Real e Imagem Ideal ... 50 Tabela 8: Prevalência da Insatisfação Corporal ... 50 Tabela 9: Comparação da imagem real em função da prevalência de

obesidade ... 51

Tabela 10: Comparação da Insatisfação com a imagem corporal em função da

prevalência de obesidade. ... 52

Tabela 11: Comparação da Imagem real por género. ... 53 Tabela 12: Nível de insatisfação da imagem corporal em relação ao género .. 53 Tabela 13: Comparação da Imagem Real em relação ao nível de actividade

física ... 54

Tabela 14: Relação entre o nível de insatisfação corporal e o nível de

actividade física (IPAQ) ... 55

Tabela 15: Correlação entre Imagem Real, Insatisfação com a imagem, IMC,%

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Equação 1: Cálculo do volume corporal considerando a lei de Boyle ... 21  

Equação 2: Cálculo do índice de massa corporal ... 24  

Equação 3: Avaliação do índice de massa corporal ... 38  

Equação 4: Equação de regressão para predizer a densidade corporal em adultos de Pollock e Jackson (1978) ... 40  

Equação 5: Equação de conversão da densidade corporal em percentagem de massa gorda ... 40  

Equação 6: Protocolo de pontuação de MET ... 41  

Equação 7: Equação para determinação do Erro Técnico de Medida ... 43  

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ACSM – American College of Sports Medicine AF – Actividade Física

BODPOD - plethysmography deslocação do ar DC – Densidade Corporal

ETM – Erro técnico da medida Freq. – Frequência

IMC – Índice de massa corporal

IPAQ - International Physical Activity Questionnaire n – Número da amostra

OMS – Organização Mundial de Saúde OIT - Organização Internacional do Trabalho P – Pressão

RMN - ressonância magnética nuclear TAC - tomografia axial computorizada V – Volume

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%MG – Percentagem de massa gorda

%MG Biompedância - Percentagem de massa gorda pelo método de Bioimpedância

%MGPregas - Percentagem de massa gorda pelo método de pregas adiposas

≥ - maior ou igual

∑d2- somatório dos desvios elevado ao quadrado

p – grau de significância h2- altura ao quadrado X2 – qui-quadrado

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Os objectivos do presente estudo foram: 1) comparar a percepção da Imagem corporal segundo o nível de actividade Física, prevalência de obesidade e o género; 2) determinar a associação entre percepção da Imagem corporal, índice de massa corporal (IMC) e percentagem de massa gorda.

A amostra foi constituída por 195 estudantes do ensino superior,sendo 97 do género feminino e 98 do género masculino, com uma idade média de 20,33 (±1,78). A Imagem corporal foi obtida através da escala de silhuetas Stunkard, a partir da qual foi pedido a cada sujeito para identificar a imagem corporal real e ideal, sendo a insatisfação calcudada pela diferença entre a real e a ideal. Cálculou-se o Índice de massa corporal, através do qual se classificou a prevalência de obesidade. O nível de actividade física foi aferido pelo International Physical Activity Questionnaire (IPAQ).

A correlação encontrada entre o IMC e a imagem percepcionada foi 0,721 (p<0,00). Observou-se uma correlação significativa (0,582) entre a insatisfação corporal com o IMC. Através de uma tabela de frequências verificamos que, enquanto 39% da amostra deseja emagrecer, 40,9% estão satisfeitos e 20,1% desejam engordar. Quando comparamos a insatisfação corporal com a prevalência de obesidade verificamos que 44% dos individuos normoponderais estão satisfeitos com a imagem enquanto que 76,5% dos individuos obesos desejam emagrecer.

Palavras-chave: Percepção da imagem corporal; composição corporal; medidas antropométricas.

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The purpose of this study was: 1) to compare the body image perception according physical activity levels, obesity prevalence and genders; 2) to determine the association between perceived body image, body mass index (BMI) and fat mass percentage.

The sample was composed by 195 higher education students, where 97 were females and 98 males, with an average age of 20.33 (± 1.78). The perceived body image was obtained using the Stunkard Scale, where was asked for all the individuals to identify the real body image and the desired one. The dissatisfaction was calculated as the difference between these choices. The sample prevalence of obesity was qualified by the body mass index. The level of physical activity was assessed by the IPAQ questionnaire.

The correlation between BMI and perceived image was 0.721 (p < 0.00). A significant correlation (0.582) between body dissatisfaction and BMI was observed. Using a frequency table was found that 39% of the sample wants to lose weight, 40.9% were satisfied and 20.1% want to gain weight. Comparing body dissatisfaction with the prevalence of obesity was observed that 44% of normal weight individuals are satisfied with the image while 76.5% of obese individuals want to lose weight.

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1. Introdução

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O estilo de vida adoptado na nossa sociedade actual, caracterizado pela diminuição dos niveis de actividade fisica e aumento do consumo de alimentos hipercalóricos, tem contribuído para um aumento da prevalência de obesidade (Oliveira, Coelho, Fonseca, & Mourão-Carvalhal, 2010). A obesidade é considerada a doença deste milénio, na verdade, trata-se de um comportamento induzido por hábitos decorrentes dos confortos da vida moderna (Smith, et al., 2010). Em contra partida, a sociedade exige do individuo perfis corporais cada vez mais magros, o que tem provocado um aumento da insatisfação corporal.

A imagem corporal consiste num constructo multifacetado referente às percepções, pensamento e sentimentos que o individuo possui acerca do seu corpo. A construcção da imagem corporal pode ser influenciada por vários factores: os sociodemograficos, como o género e a idade; os sociais, como os media; e os psicologicos, como a ansiedade, auto-estima e stress. A percepção da imagem corporal é influenciada por crenças, valores e atitudes de uma cultura. Com as alterações que a sociedade vai sofrendo ao longo das decadas, também a imagem corporal sofre modificações, e consequemente, a insatisfação corporal tem aumentado. É comum vermos manifestações de insatisfação com a imagem corporal, tanto nos homens como nas mulheres, o que implica consequências perniciosas quer a nível físico, psicológico e económico (Johnson & Wardle, 2005).

Existem vários factores que podem desencadear a insatisfação com a imagem corporal, sendo frequentemente estudados o género, a prevalência de obesidade e a prática de actividade física. A insatisfação com a imagem corporal esteja mais associada ao género feminino. Os indivíduos do género

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feminino procuram um corpo mais magro, enquanto que os do género masculino um corpo musculado (Al Sabbah, et al., 2009).

Entre os factores biológicos, a prevalência de obesidade é considerada um dos aspectos mais importantes no desenvolvimento de insatisfação com a imagem corporal, sendo as conclusões dos estudos consistentes, independentemente da faixa etária (de crianças a adultos). Os resultados demonstram que o risco de vivenciar insatisfação com a imagem corporal é superior nos indivíduos com excesso de peso ou obesidade (Kakeshita & de Sousa Almeida, 2006).

Uma intervenção promissora para alterar a insatisfação com a imagem corporal é o exercício físico. A insatisfação corporal tem sido um dos principais factores que levam os indivíduos a realizar actividade física, com o intuito de reduzir o peso, bem como alterar as proporções corporais, e consequentemente melhorar a aparência. Alguns estudos de meta-analise recentes comprovam que a pratica de exercício físico está associada a uma imagem corporal mais positiva (Hausenblas & Fallon, 2005) ; (Campbell & Hausenblas, 2009).

A escala de silhuetas de Stunkard et al. (Stunkard, 2000), utilizada nesta investigação, constitui um instrumento bastante eficaz para avaliar a percepção da imagem corporal e o grau de insatisfação com o peso e as dimensões corporais, na avaliação da componente perceptiva e afectiva da imagem corporal (Gardner, Friedman, & Jackson, 1998) ; (Gardner, Stark, Jackson, & Friedman, 1999).

Segundo Kaufer-Horwitz et al. (2006), a informação acerca da associação entre a escala de silhuetas e o IMC é escassa. Além disso, a existência de poucos estudos realizados com jovens adultos levou-nos à realização desta

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investigação. Assim, pretendemos verificar a associação entre a percepção da imagem corporal, composição corporal e actividade física em jovens adultos. Definimos como objectivos especificos deste trabalho:

a) Comparar a percepção da imagem corporal (imagem real e insatisfação) em função da prevalência de obesidade;

b) Comparar a percepção da imagem corporal (imagem real e insatisfação) em função do género;

c) Comparar a percepção da imagem corporal (imagem real e insatisfação) em função do nível de actividade física;

d) Associar a percepção da imagem corporal (imagem real e insatisfação), índice de Massa corporal (IMC) e percentagem de Massa Gorda (%MG).

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2. Revisão de Literatura

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2.1. Imagem Corporal

2.1.1. Conceito de Imagem Corporal

A imagem corporal é a percepção que temos de nós próprios e o que idealizamos ao pensarmos no nosso corpo. É uma construção multi-dimensional que descreve amplamente as representações internas da estrutura corporal e aparência física, em relação a nós mesmos e aos outros (Pruzinsky & Borkovec, 1990). Assim, podemos dizer que o a imagem corporal é o desenho que a nossa mente forma do nosso próprio corpo.

Na formação da imagem corporal, são importantes as relações sociais, culturais, psicológicas, fisiológicas e as experiencias vividas ao longo do tempo. A imagem corporal é assim um conceito dinâmico pois a sua formação é influenciada e alterada por vários factores e ao longo da nossa existência(Fitzgibbon, Blackman, & Avellone, 2000).

A imagem corporal não é somente a imagem que o indivíduo percepciona sobre o seu próprio corpo, mas também a forma como outros indivíduos o vêem (Kirchengast & Marosi, 2008).

Segundo Cash (1994), a imagem corporal é formada por quatro dimensões, cognitiva, afectiva, comportamental e perceptiva. A dimensão perceptiva tem sido frequentemente utilizada, na tentativa de avaliar como cada indivíduo percebe a sua forma e o tamanho do seu corpo, a dimensão cognitiva diz respeito à forma como a descrevemos e a definimos e, a dimensão comportamental diz respeito à forma como agimos na sociedade, determinante das nossas vivências. Collins (2006), apresenta a imagem corporal de uma

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forma mais dinâmica, concebendo-a como uma representação mental ou um conjunto de representações do próprio corpo que mudam gradualmente ao longo da vida à medida que o corpo se desenvolve e se modifica. A imagem corporal é uma componente importante do complexo mecanismo de identidade pessoal, sendo definida como a figura mental que temos das medidas, dos contornos e da forma do nosso corpo, e dos sentimentos que dizem respeito a essas características e às partes do corpo (Gardner, Jappe, & Gardner, 2009). A imagem corporal é assim subjectiva e construída a partir de cognições afectivas baseadas na comparação com os outros (McCabe & Ricciardelli, 2003).

Nos dias de hoje, a imagem corporal é entendida como um constructo multidimensional referente às experiências subjectivas, perceptivas e a atitude que o indivíduo tem sobre o seu próprio corpo, particularmente acerca da sua aparência física. As atitudes face à imagem corporal incluem uma componente avaliativa: ideal de corpo, satisfação e insatisfação, e uma componente que visa a importância comportamental e cognitiva dada à aparência por cada individuo (Cash, 2004).

A imagem corporal é uma idealização multidimensional avaliada subjectivamente e influenciada por indicadores físicos. Outros autores consideram que a imagem corporal é influenciada pelo estatuto socioeconómico (Tucker & Maxwell, 1992) (Cash & Brown, 1987). A imagem corporal é também influenciada por componentes antropométricas, perceptivas, do género e da personalidade. Segundo Stewart et al. entende-a como uma avaliação do tamanho do corpo, do peso, ou qualquer outro aspecto que

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determine a aparência física, como exercício físico e comportamentos alimentares (2003).

A imagem corporal é uma experiência altamente personalizada que compreende duas componentes: a perceptiva e a subjectiva (Cash, 1994; Pruzinsky & Borkovec, 1990). A primeira refere-se à precisão da percepção corporal, isto é, uma avaliação do tamanho corporal, descrevendo a quantidade de distorção resultante de uma estimativa imprecisa do tamanho corporal. A segunda engloba atitudes relativamente à estatura e peso corporais, a determinadas partes do corpo ou à aparência física em geral, assim como, pensamentos e comportamentos face ao próprio peso corporal (Brown, Cash, & Mikulka, 1990).

O corpo na sociedade actual surge como papel de suporte de identidade individual, social e como facilitador das relações sociais (Stewart, et al., 2003). O sentir-se bem com o próprio corpo é fundamental para uma vida feliz (Dishman, et al., 2005), pois a insatisfação corporal surge muitas vezes aliada à comparação social e às expectativas culturais de possuir um corpo como o que é idealizado (Shih & Kubo, 2005).

Outros factores relacionados com a satisfação da sua imagem corporal são o IMC e o género (Kuskowska-Wolk, Bostrom, & Rossner, 1990). Em alguns estudos efectuados foi verificado que à medida que aumentava o IMC, diminuía o nível de satisfação com a imagem corporal, sendo os homens apresentar maior satisfação comparativamente ás mulheres (Madrigal, et al., 2000). Segundo Huang et al., a imagem corporal é um fenómeno fortemente ligado ao género (2007), estes estudos evidenciam que as mulheres são mais

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insatisfeitas que os homens. Verificando-se que há uma maior percentagem de raparigas a afirmarem que desejam mudar, quer aforma, quer o tamanho o seu corpo (McCabe & Ricciardelli, 2001). A mesma pesquisa indica ainda que aproximadamente metade das mulheres está determinada a perder peso, em contrapartida os homens apresentam preocupação em aumentar a musculosidade do seu corpo. A insatisfação corporal perante o género feminino reflecte as preocupações, inquietações e as pressões dos padrões de beleza feminina da nossa cultura (Brodie, Bagley, & Slade, 1994).

2.1.2 Métodos de avaliação da Imagem Corporal

A imagem corporal pode ser avaliada por vários meios como questionários, entrevistas, desenhos, variáveis antropométricas, escalas e silhuetas. Os mais comuns são os questionários seguidos das entrevistas, pois permitem analisar o individuo e o contexto onde está inserido.

A imagem corporal engloba todas as formas pela qual o indivíduo experiencia e percepciona o seu corpo. Muitos autores pesquisaram métodos para melhor compreender e avaliar as representações do corpo para cada individuo.

O Questionário e a Entrevista, que podem ser compreendidos como instrumentos que consideram a imagem corporal influenciada pela cultura, pela sociedade e por experiências vivêncidas, devem-se a este facto a sua maior utilização por parte dos investigadores.

A simplicidade e a limitação dos métodos de avalaição da imagem corporal, levou à necessidade de adequação do protocolo. Ao longo dos últimos 15 anos

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desenvolveram-se outros instrumentos para se avaliar a imagem corporal, como entrevista, desenho, variáveis antropométricas e escala de silhuetas, formam uma rede de opções metodológicas mais eficiêntes para avaliar a imagem corporal.

2.1.3 Imagem corporal e o género

Vários estudos têm evidenciado que inúmeros factores influenciam a percepção da imagem corporal (Killon, Rodriguez, Rawlins, Miguez, & Soledad, 2003).O género tem sido apontado como um factor significativo de insatisfação particularmente no género feminino (Killon, et al., 2003).

Na nossa sociedade é valorizado ser magro principalmente entre as mulheres, em que magreza é sinónimo de atractividade (McCabe & Ricciardelli, 2003). Em contrapartida ser musculado é valorizado é na sociedade actual, entre os homens (McCabe & Ricciardelli, 2003; Ricciardelli, McCabe, & Banfield, 2000). Este ideal masculino de ser musculados está intimamente relacionado com a visão cultural de masculinidade e do papel sexual masculino, que indica que os homens sejam fortes e eficazes (McCabe & Ricciardelli, 2003).

A imagem corporal é fortemente influenciada pelos media. Grabe et al. ( 2008) verificaram que a exposição a revistas de fitness e de beleza está associada com a interiorização do ideal de corpo quer em homens, quer em mulheres. Segundo Cameron e Ferraro (2004), as mulheres relatavam um aumento adicional da insatisfação corporal após 15 minutos de exposição a revistas de fitness e saúde. Num estudo semelhante realizado com homens, em que se verificou que a insatisfação corporal aumenta após verem imagens de homens musculados (Carper, Negy, & Tantleff-Dunn, 2010).

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As mulheres na generalidade exibem considerável insatisfação com a imagem corporal e desejam ser mais magras (Tiggemann & Lynch, 2001). A insatisfação com a imagem corporal é manifestada ao longo de várias idades, níveis de educação e estatutos ocupacionais (Tiggemann, Martins, & Churchett, 2008)

Os homens desejam ser mais musculados, estudos recentes sugerem essa insatisfação e preocupação com a imagem corporal tem aumentado (Ricciardelli, et al., 2000; Killon, et al., 2003).

Estudos sobre a imagem corporal têm sido centrados no género feminino, sendo os estudos com o género masculino mais recentes (Markey, 2010). Segundo Smolak (2004), refere que é durante adolescência que os rapazes começam a apresentar preocupações com o tamanho do seu corpo, pretendendo ser mais musculado, e que tem níveis de insatisfação corporal comparáveis aos das raparigas. Os homens preocupam-se com o tamanho corporal, mas também em que medida esse tamanho é conseguido através de músculo ou tecido adiposo (McPherson & Armstrong, 2006).

A insatisfação corporal masculina divide-se entre aqueles que pretendem perder peso e os que pretendem aumentar através da massa muscular (McCabe, Ricciardelli, & Banfield, 2001).

No geral, as mulheres desejam ser mais magras e os homens desejam hipertrofiar (Tiggemann, et al., 2008)

No estudo de Canpolat et al. (2005), 43% das raparigas desejavam ser mais magras, enquanto os rapazes com esse desejo era apenas 18,3%. Noutro estudo 46% das raparigas manifestavam insatisfação com a imagem corporal comparativamente com 26% dos rapazes. Por sua vez 41% dos rapazes

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mostrava-se satisfeito com a imagem corporal já as raparigas era apenas 24%. Os adolescentes com sobrepeso, 62% das raparigas e 38% dos rapazes apresentam insatisfação corporal, 13% das raparigas e 26% dos rapazes expressou satisfação com a sua imagem corporal.

Um estudo realizado por Kakeshita e Almeida (2006), a sobre a imagem corporal, mostrou que 87% das mulheres desejavam reduzir o tamanho da sua silhueta e 73% dos homens desejavam aumentar.

As avaliações masculinas da imagem corporal, a percepção da imagem real e imagem ideal eram na maioria das vezes idênticas. Enquanto as avaliações femininas eram contrárias, a sua imagem ideal era significativamente mais magra do que a imagem real. Assim, mais as mulheres que os homens sobestimam a sua imagem corporal (Shih & Kubo, 2002). Os autores concluíram que 60% dos homens estão satisfeitos com a sua imagem corporal e 65,5% das mulheres apresentam insatisfação corporal. Estudos como este, demonstram maior prevalência de insatisfação corporal nas mulheres, sendo estas são mais vulneráveis.

O género feminino apresenta uma tendência para a distorção da imagem real e ideal não sendo observada no género masculino, em virtude o ideal de perfeccionismo da mulher. Segundo Loland (Loland, 2000), alerta para o facto de biologicamente as mulher apresentam tendência para ter mais massa gorda do que massa magra comparativamente aos homens. A imagem ideal feminina é bastante discrepante da sua imagem real. Por outro lado, a imagem ideal masculina é mais próximo daquela que por natureza o homem apresenta.

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Através de um estudo com indivíduos de ambos os géneros, McGreaty e Sasse (2000), também concluíram que os homens avaliam mais correctamente as suas proporções corporais que as mulheres.

O estudo de Cash (2004) demonstra que indivíduos de ambos os géneros com peso normal ou que classifiquem o seu peso dessa forma tem uma imagem corporal mais positivas. As mulheres com excesso de peso ou que se percepcionem como tal, estão insatisfeitas com a sua imagem corporal. Existe também uma correlação positiva entre o peso e a insatisfação com a imagem corporal.

2.2. Composição Corporal

2.2.1. Conceito de Composição Corporal

Segundo em Heyward e Stolarczyk (1998), a Antropometria tem sido utilizada para avaliar o tamanho e as proporções dos segmentos corporais, através da medição de circunferências e comprimento dos segmentos corporais. Por volta de 1915, a espessura do tecido adiposo subcutâneo foi medida utilizando-se o método das pregas adiposas. Nos anos 60 e 70, essas medidas foram utilizadas para desenvolver várias equações antropométricas para predizer a densidade corporal total e a gordura corporal. Um outro método de avaliação da composição corporal aplicável em ambientes de campo e clínico é a análise da Bioimpedância. Esta técnica iniciou-se no início dos anos 60, e é um método que avalia essencialmente a quantidade de água total no organismo, através da aplicação de uma corrente eléctrica, baseando-se no princípio de que só as substâncias ionizadas têm, de conduzir corrente eléctrica. Caracteriza-se por

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ser um método rápido e não invasivo, porém é mais dispendioso do que o método das pregas adiposas (avaliação antropométrica). De acordo com Fragoso e Vieira (2000) existe ainda a densitometria radiológica de dupla energia, sendo um método não invasivo que se utiliza para medir o conteúdo mineral ósseo, a quantidade de gordura corporal e a quantidade de massa isenta de gordura feita através da quantificação da quantidade de feixe de raio-x que é retardado ao atravessar aquelas superfícies.

Actualmente, e segundo Heyward e Stolarczyk (1998), a composição corporal é a proporção entre os diferentes componentes corporais e a massa corporal total, sendo normalmente expressa pelas percentagens de gordura e de massa magra. Pela avaliação da composição corporal, podemos, além de determinar os componentes do corpo humano de forma quantitativa, utilizar os dados obtidos para detectar o grau de desenvolvimento e crescimento de crianças e jovens e o estado dos componentes corporais de adultos e idosos.

Segundo Fragoso e Vieira ( 2000), quando falamos em composição corporal referimo-nos ao estudo de diferentes componentes químicos do corpo humano. A sua análise detalhada permite a quantificação de grande variedade de componentes corporais, tais como a água, as proteínas, a gordura, os hidratos de carbono, os minerais, entre outros, apesar das proporções corporais relativas destes componentes serem idênticas em todos os indivíduos, sendo o maior constituinte corporal a água, seguindo-se as proteínas e as gorduras, os hidratos de carbono, os minerais e os outros componentes, a quantidade de cada constituinte corporal varia de indivíduo para indivíduo.

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A análise da composição corporal é a quantificação dos principais componentes estruturais do corpo humano. O tamanho e a forma corporais são determinados basicamente pela carga genética e formam a base sobre a qual são dispostos, em proporções variadas, os três maiores componentes estruturais do corpo humano: osso, músculo e gordura. Esses componentes são também as maiores causas da variação da massa corporal (Sisson, Franco, Carlin, & Mitchell, 1997).

A composição corporal é um importante aspecto na saúde de indivíduos, independente de idade, sexo, e origem étnica. De acordo com American College of Sports and Medicine, a obesidade está associada a um aumento no risco de desenvolver doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, alguns tipos de cancro e outras doenças crónicas (Westcott, et al., 2009).

Os métodos mais comuns para estimar a composição corporal in vivo são indirectos. No modelo bi-compartimentado, tanto a massa gorda como a massa magra são estimadas. É estimado um componente e obtido o valor do outro por subtracção.

O modelo clássico de dois componentes de Siri e Brozek (1993), o qual separa a massa corporal em massa gorda e em massa magra, tem vindo a ser utilizado na obtenção de medidas de referência de composição corporal. O modelo bioquímico é baseado nas seguintes suposições: a) a densidade da gordura é de 0.901 g/cc; b) a densidade da massa magra é de 1.10 g/cc e c) a massa magra contém 73,8% de água, 19,4% de proteína e 6,8% de mineral. Sabe-se que a proporção de água, proteína, e mineral da massa magra e, consequentemente, a densidade da massa corporal magra variam de acordo

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com a idade, sexo, etnia, níveis de gordura corporal, e níveis de actividade física.

Ocorrem algumas alterações nas proporções da densidade e do componente massa corporal magra, devido ao envelhecimento, limitam a utilização do modelo bi-compartimentado para avaliação da massa gorda relativa dos indivíduos idosos. Com o envelhecimento, o mineral relativo contido na massa magra decresce aproximadamente 1% ao ano, após os 50 e 70 anos de idade (Adams et al., 1970; Smith et al., 1976). Por causa dessas mudanças, a densidade da massa magra no idoso, particularmente mulheres idosas, é menor do que o valor assumido de (1.10g/cc) para o modelo compartimentado. Portanto, equações de estimação baseadas no modelo bi-compartimentado de Siri e Brozek tendem sistematicamente a estimar a gordura corporal relativa (%GC) na população idosa de 2% a 4% (Arroyo, et al., 2008). Por este motivo, no desenvolvimento da equação de predição para idosos, os modelos de multi-componentes de composição corporal são mais indicados do que o bi-compartimentado.

2.2.2. Métodos de Avaliação de composição corporal

Existem várias técnicas para a determinação da composição corporal, chamando-se a estes métodos. Estes procedimentos podem-se classificar em:

A) MÉTODO DIRECTO - é aquele em que há separação e pesagem de cada um dos componentes corporais isoladamente. A dissecação de cadáveres é a única metodologia considerada directa. Neste método

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procede-se à separação dos diversos componentes estruturais do corpo humano, com o intuito de verificar a sua massa isoladamente e estabelecer relações entre os diversos componentes e a massa corporal total. Desta forma, podemos perceber a razão pela qual há tão poucos estudos tendo como base este método, pois é uma metodologia de difícil consecução.

B) MÉTODOS INDIRECTOS - são aqueles em que não há manipulação dos componentes separados, mas utilizam-se princípios químicos e físicos que visam a extrapolação das quantidades de gordura e de massa magra. Estes métodos são aqueles em que não há manipulação dos componentes separados, pois realizam as estimativas a partir de princípios químicos e físicos com base na extrapolação das quantidades de gordura e de massa magra.

Os métodos de determinação da composição corporal são: imagiologia constituída por radiologia, tomografia axial computorizada (TAC), ressonância magnética nuclear (RMN), ultra-sonográfica (ecografia) e absorciométrica de raio- x de dupla energia (DEXA – dual X-rayabsorptiometry); densitometria que é a pesagem hidrostática (princípio de Arquimedes – deslocação do volume de água) e pletismografia deslocação do ar (BODPOD); antropométrico que são as pregas de adiposidade e os rácios e por último temos a bioimpedância que é a interactância próxima dos infravermelhos.

A Radiologia (radiografia) é o método de imagem médica mais conhecido e mais antigo, já tendo passado um século sobre a sua descoberta e utilização.

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Baseia-se no uso dos raios X. Tem pouca utilidade na observação dos tecidos moles como o tecido adiposo.

A Ressonância magnética baseia-se no fenómeno físico baseado nas propriedades magnéticas da mecânica quântica do núcleo dos átomos: são constituintes básicos dos núcleos os protões e neutrões, os quais possuem ambos momentos magnéticos, dando-lhes assim propriedades idênticas a pequenos magnetos. Quer isto dizer que eles produzem em si mesmo pequenos campos magnéticos, os quais sofrem a acção de rotação e orientação uma vez colocadas num campo magnético uniforme. Tendem os protões e os neutrões a alinhar entre eles, neutralizando-se uns aos outros em núcleos com números pares destas estruturas. Contudo, certos núcleos como os da água possuem um número ímpar de protões, o que permite criar um momento magnético dipolar, permitindo assim o fenómeno de Ressonância Magnética. Consiste em aplicar num paciente submetido a um campo magnético intenso, ondas com frequências iguais às dos núcleos (geralmente do 1H da água) dos tecidos do corpo que se quer examinar.

A tomografia axial computorizada (TAC) é obtida através do processamento por computador de informação recolhida após expor o corpo a uma sucessão de raios X. Baseia-se nos mesmos princípios que a radiografia convencional, segundo os quais tecidos com diferente composição absorve a radiação X de forma diferente. Ao serem atravessados por raios X, tecidos mais densos (como o fígado) ou com elementos mais pesados (como o cálcio), absorvem mais radiação que tecidos menos densos (como o pulmão, que está cheio de ar). Uma TAC indica a quantidade de radiação absorvida por cada parte do corpo analisada (radio-densidade), e traduz essas variações numa escala de

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cinzentos, produzindo uma imagem. Cada pixel da imagem corresponde à média da absorção dos tecidos nessa zona, expresso em unidades de Hounsfield (em homenagem ao criador da primeira máquina de TC).

A principal vantagem da TAC é que permite o estudo de "fatias" ou secções transversais do corpo humano vivo, ao contrário do que é dado pela radiologia convencional, que consiste na representação de todas as estruturas do corpo sobrepostas. É assim obtida uma imagem em que a percepção espacial é mais nítida. Outra vantagem consiste na maior distinção entre dois tecidos. A TAC permite distinguir diferenças de densidade da ordem 0,5% entre tecidos, ao passo que na radiologia convencional este limiar situa-se nos 5%.

Ultra-sonografia (Ecográfica) são ultra-sons produzidos por uma sonda de cristal piezoeléctrico. A ultra-sonográfica divide-se em dois modos: o modo A mede em profundidade a mudança da densidade dos tecidos; modo B (bright mode) constrói imagens transversais dos tecidos (por reflexão do som) e mede espessuras do tecido adiposo subcutâneo, do músculo e áreas.

Absorciometria de raio- X de dupla energia baseia-se no princípio de que uma radiação ao atravessar meios de diferente densidade sofre atenuações de grau variável, segundo a composição destes meios. A quantificação da quantidade de radiação recebida após atravessar um determinado meio, desde que conhecido o valor inicial da emissão, permite calcular a densidade do meio atravessado.

A pesagem hidrostática baseia-se no estudo da densidade corporal com base no princípio de Arquimedes: Densidade = Peso / Volume

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A densidade dos tecidos corporais varia bastante: densidade da gordura é de 0,90g/cm3, densidade da água é de 1g/cm3 e densidade dos tecidos magros é de 1,10g/cm3, aproximadamente.

Um corpo com baixa densidade tem mais gordura do que um com menor densidade. A densidade está inversamente relacionada com a percentagem de gordura corporal. A densidade permite assim estimar a percentagem de gordura do peso corporal. O sujeito é pesado a seco, isto é nas condições ambientais normais fora de água, o volume corporal é igual ao volume de água deslocado quando completamente submerso). É determinado o peso do sujeito quando submerso na água, o volume de água deslocado é igual á diferença entre os dois valores do peso do sujeito (peso a seco – peso submerso), corrigido para a densidade da água no momento da submersão. O volume corporal é afectado por outros dois volumes, o ar dos pulmões (volume residual) e o ar do sistema gastrointestinal.

Pletismografia por deslocamento do ar refere-se à medida do tamanho, normalmente associado ao volume. O volume do objecto é medido indirectamente pela medição do volume de ar deslocado dentro de uma câmara fechada. O volume corporal é medido quando um sujeito se encontra dentro da câmara e desloca um volume de ar igual ao seu volume corporal.

O volume corporal é calculado indirectamente pela subtracção do volume de ar que fica na câmara quando o indivíduo está lá dentro, ao volume de ar dentro da câmara quando está vazia.

A medição é feita tendo em consideração a lei de Boyle: a uma temperatura constante o volume (V) e a pressão (P) estão inversamente relacionadas:

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Equação 1: Cálculo do volume corporal considerando a lei de Bo

P1/P2 = V2/V1

Após determinar a densidade corporal a percentagem de gordura corporal é determinada a partir das expressões de Siri %Gordura = [(4,95/D)-4,5]*100 ou de Brozek %de gordura=[(4,57/D)-4,142] *100. Para calcular o valor absoluto de gordura corporal é massa gorda igual ao peso corporal a multiplicar pela percentagem de massa gorda. A massa magra é igual subtracção da massa gorda ao peso.

A Bioimpedância baseia-se na aplicação de uma corrente eléctrica ao corpo do sujeito. Através de dois eléctrodos emissores é aplicada uma corrente alternada de baixa intensidade (800 mamp) a 50 kHz, que utiliza os fluídos extra e intracelulares como condutores e as membranas celulares como condensadores. A diferença de corrente é detectada por dois eléctrodos receptores.

Conhecido o comprimento do condutor (estatura) e a impedância, é possível calcular o volume do condutor, que neste caso é a massa isenta de gordura, e posteriormente estimar a massa gorda a partir da massa corporal total.

Infravermelhos esta técnica usa um estroboscópio e uma sonda com fibra óptica que emite um feixe de radiação electromagnética próxima da região dos infravermelhos. O feixe é dirigido para o corpo numa região específica, localizada no local da prega bicipital, e a energia reflectida é medida para dar uma densidade óptica, utilizada numa equação para calcular a percentagem de massa gorda.

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A medição das pregas adiposas, também denominadas pregas de gordura subcutânea ou skinfold, constitui um dos métodos de avaliação da gordura corporal mais utilizados, pela facilidade de utilização, baixo custo e pela sua grande correlação com a gordura corporal total (Fragoso, 2000).

Esta metodologia baseia-se no facto de cerca de 50% da gordura corporal total estar localizada subcutaneamente, constituindo aquilo que se designa por massa adiposa subcutânea ou panículo adiposo. Em virtude da espessura da pele representar apenas cerca de 1,8 mm, a maioria da espessura da prega é representativa de gordura subcutânea.

Pesquisas demonstram que a gordura subcutânea, avaliada pelo método das pregas adiposas em doze locais, é similar ao valor obtido nas imagens de ressonância magnética (Heyward, et al., 1998).

As pregas de adiposidade subcutâneas baseiam-se na relação linear com a densidade corporal. Recorre-se à medição de várias pregas de adiposidade subcutânea e à densitometria. E posteriormente é desenvolvida uma análise de regressão simples ou múltipla para predizer a densidade corporal a partir das pregas avaliadas e introduzidas na equação de regressão. Obtida a densidade corporal calcula-se a percentagem de massa gorda.

Rácios:

Índice de massa corporal que é obtido pelo peso a dividir pela altura ao quadrado e a relação perímetro abdominal e perímetro da anca, desta distribuição advém vários estudos que levam em consideração a topografia desta componente. Assim temos os estudos que relacionam: a gordura na

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parte inferior do tronco (ancas e nádegas) e a gordura na parte superior do tronco (tórax e abdómen). Outra que determina uma relação (rácio) "Waist - to - hip" (cinta - anca).

Está descrito que esta relação se pode constituir como um forte preditor de doenças do foro cardiovascular (quando o valor do rácio maior é o risco de doença).

2.2.3 Imagem corporal e prevalência de obesidade

A obesidade é definida como uma condição anormal de excesso de gordura acumulada no tecido adiposo, que coloca em perigo a saúde (Cole, Bellizzi, Flegal, & Dietz, 2000).

De acordo com o American College of Sports Medicine (Castellani, et al., 2006), a obesidade define-se como a quantidade percentual de gordura corporal a acima do qual o risco de doença aumenta, ou de uma forma simples, a obesidade corresponde a um aumento exagerado de reservas lipídicas armazenadas no tecido adiposo.

Bar-Or (2000), define adiposidade como sendo a quantidade de gordura corporal, apresentada como massa (peso) ou como uma percentagem de massa corporal total. Assim, obesidade é entendida como o estado acima da adiposidade anormal, a partir da qual há maior probabilidade de ocorrer problemas de saúde.

O aumento da obesidade mundial teve um importante impacto nos incidentes globais das doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, cancro, osteoporose, incapacidade de trabalhar, apneia do sono, estando a obesidade mais

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relacionada com a mobilidade do que com a morbilidade. Os autores afirmaram, ainda que o aumento das doenças relacionadas com obesidade irá aumentar, particularmente em países industrializados (Visscher & Seidell, 2001).

Existe um sistema de classificação da obesidade fenotípica: Tipo I: Excesso de massa corporal ou percentagem de gordura; Tipo II: Excesso de gordura subcutânea tronco-abdominal (andróide); Tipo III: Excesso de gordura abdominal visceral;

Tipo IV: Excesso de gordura glúteo-femoral (andróide).

Na morfologia da gordura celular, temos obesidade hiperplástica ou hipertrófica, e quanto ao estado de saúde a obesidade é classificada como leve ou mórbida (Wallace, Stirling, Kelnar, Shepherd, & Toft, 1997).

Os indivíduos obesos diferem não apenas pelo excesso de peso mas também pela distribuição de gordura pelo corpo. Esta distribuição afecta o risco associado à obesidade e aos tipos de doença que dai resultam. É possível distinguir entre os que têm elevado risco, resultado do excesso de gordura na região abdominal, denominada de obesidade andróide, com a obesidade ginóide, em que a gordura é mais uniforme e perifericamente distribuída por todo o corpo, estando associada a um menor risco de doença. A definição de excesso de peso e obesidade é importante para prever riscos para a saúde e fornecer comparações entre as populações (Cole, et al., 2000). Utiliza-se frequentemente o índice de massa corporal [IMC] na população adulta, sendo reconhecido o ponto de corte de 25kg/m2 para adultos com excesso de peso, e de 30kg/m2 para adultos obesos (Cole, et al., 2000).

O IMC é simplesmente uma relação entre o peso e o quadrado da altura:

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( )

h2

P IMC =

.

A OMS classifica a obesidade de acordo com o IMC, associando o valor a um risco de doenças, tal como podemos verificar na tabela que se segue.

Tabela 1: Valores de referência do IMC propostos pela OMS, 2006

Classificação IMC (kg/m2) Risco de doenças

Magreza severa < 16,00

Magreza moderada 16,00 – 16,99

Magreza ligeira 17,00 – 18,49

Peso Baixo <18,50 Baixo

Peso Normal 18,50 – 24,99 Médio Excesso de Peso (sobrepeso) 25,00 – 29,99 -

Obeso ≥ 30,00 Aumenta

Obesidade grau I 30,00 – 34,99 Moderado

Obesidade grau II 35,00 – 39,99 Elevado

Obesidade grau III ≥ 40,00 Muito elevado

Fonte: WHO 2006

A obesidade é um problema social que acarreta consequências de diversos níveis. Para compreender o impacto desses factores, é importante identificar níveis próximos a cada cidadão, sendo eles: factores individuais, interpessoais, de organização e do governo/política.

Pode ser errado atribuir como única causa da obesidade a inactividade física, uma vez que esta pode ser resultado do excesso energia ingerida. Assim, a obesidade resulta não apenas a inactividade física, mas também da falta de correspondência entre a energia ingerida e a dispendida (Bouchard, Depres, & Tremblay, 1993). O acumulo de gordura dá-se pelo balanço energético positivo, o que quer dizer, que é ingerida mais energia do que aquela que é gasta.

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Contudo, existe um conjunto de factores individuais, fisiológicos, psicológicos, hormonais, sociais e ambientais.

Alguns estudos (S. R. Smith & Ravussin, 2005; Hebebrand, et al., 2000; Perusse & Bouchard, 1999) têm demonstrado que os factores genéticos desempenham um importante papel no desenvolvimento da obesidade. Mas a interacção genética com factores ambientais é igualmente importante, ou seja, a susceptibilidade à obesidade é em parte determinada pelos factores genéticos, mas é necessário um ambiente obesogénico para a sua expressão fenotípica (Loos & Bouchard, 2003).

O aumento da obesidade tem sido demasiado rápido para indicar os factores genéticos como causa primária. Assim, a epidemia deve reflectir sobretudo as mudanças dos padrões alimentares e nos níveis de actividade física.

São vários os autores que referem a influência dos meios de comunicação social, mais concretamente da televisão, como causa da obesidade. O aumento da adiposidade tem sido em grande parte atribuído ao elevado número de horas a ver televisão e a um estilo de vida sedentário. Estudo realizado em Portugal pela Organização Internacional do Trabalho OIT (1999), com crianças de idades compreendidas entre os 6 e os 15 anos, revelaram que ver televisão é o modo de ocupação de tempos livres mais generalizado (91,3%), enquanto as brincadeiras com amigos são indicadas em segundo lugar por 80,6% dos menores. O estudar é referido em terceiro lugar, com 65,2% das respostas, seguindo-se ouvir música (35,9%) e praticar desporto (25,4%).

A televisão está directamente relacionada com a obesidade infantil, não só pela inactividade física, mas também pela exposição à publicidade com comida,

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especialmente sobre fast-food, pode influenciar as escolhas dos telespectadores para comidas ricas em energia e gordura (Rossner, 2003). A obesidade é considerada uma epidemia do seculo XXI, sendo esta afirmação corroborada pela Sociedade Portuguesa Para o Estudo da Obesidade, segundo esta em 2000, 35% da população portuguesa entre os 18 e os 65 anos tinha excesso de peso e 14,4% eram obesos.

Alguns autores afirmaram que são necessárias mais intervenções para promover uma imagem corporal saudável através do enfatizar da actividade física, encontraram relações positivas entre a percepção da imagem corporal, auto-estima e envolvimento na actividade física (Guinn, Semper, Jorgensen, & Skaggs, 1997).

No estudo realizado por Strauss e Pollack (2000), foi concluído que geralmente é reconhecido que o excesso de peso e a obesidade têm um impacto negativo sobre o auto- imagem e a auto-estima em crianças e adolescentes.

Um estudo realizado com crianças dos 7 aos 9 anos de idade concluiu que 50% das crianças normoponderais estavam satisfeitas com a sua imagem corporal, enquanto nas obesas apenas 32,9%. Os resultados evidenciam uma maior insatisfação com a imagem das crianças obesas (Coelho, et al., 2009). A obesidade não é apenas um problema individual, trata-se de um problema da população, devendo ser abordada como tal. Eficazes estratégias de prevenção e de gestão da obesidade exigem uma abordagem integrada, envolvendo acções em todos os sectores da sociedade (Cole, et al., 2000). O primeiro passo é identificar os factores de alto risco. O segundo passo é prevenir o excesso de peso através da promoção e incremento dos índices de actividade física diária, e controlo da ingestão calórica (Bouchard, et al., 1993). O

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exercício por si só pode ser insuficiente no tratamento da obesidade, se não for acompanhado por uma restrição alimentar.

Devem ser adoptadas medidas integradas de saúde publica, envolvendo principalmente as escolas, assim como organismos públicos ligados a área da saúde, do desporto e da actividade física, para que se actue na redução da prevalência da obesidade. Estas medidas, devem promover acções que visem a diminuição do consumo energético, bem como a diminuição do sedentarismo, através do aumento da actividade física e diminuição da ingestão calórica.

2.3. Actividade Física

2.3.1. Conceito de actividade física

O conceito de actividade física tem sido objecto de alterações ao longo do tempo, visto ser um fenómeno/comportamento extremamente complexo (Caspersen, Powell, & Christenson, 1985). De acordo com as várias definições encontradas na literatura pode-se definir actividade física como qualquer movimento corporal, produzidos pelos músculos esqueléticos, realizado regularmente, seja ele de lazer, de trabalho, de prática desportiva ou na realização das tarefas domésticas, que contribua para um propósito e que modifique o dispêndio energético. Alterando assim o dispêndio energético total dos indivíduos (Caspersen, et al., 1985). Mais recentemente actividade física foi definida como um conjunto de acções que um indivíduo ou um grupo de pessoas pratica envolvendo o dispêndio de energia e alterações no organismo, por meio de exercícios que envolvam movimentos corporais, com aplicação de

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uma ou mais aptidões físicas, além das actividades mental e social, de modo que terão como resultados, benefícios para a saúde (McAuley, et al., 2000). A actividade física é um conceito multidimensional que engloba todas as actividades realizadas por uma pessoa no dia-a-dia, tais como tarefas domésticas, actividades lúdicas e de lazer, deslocações, actividades desportivas mais ou menos organizadas, e que sofre e exerce influência sobre inúmeros factores, tais como aptidão física, a saúde, o Bem-Estar, a mobilidade e a mortalidade (Fox, 1999).

2.3.2 Benefícios da actividade física

Hoje em dia, a maior parte da população mundial, particularmente no mundo Ocidental, não realiza em actividades físicas suficientes para obter benefícios relacionados à saúde (Rejeski, Brawley, & Shumaker, 1996).

O padrão de actividade física realizado pelas populações alterou-se drasticamente devido ao avanço tecnológico e aos grandes progressos das sociedades industrializadas, tornando-as cada vez mais sedentárias (Elavsky & McAuley, 2005).

Actualmente, só algumas profissões requerem esforços físicos, de tal modo que a maioria da população utiliza cada vez menos as suas capacidades musculares. Além disso, as pessoas locomovem-se através de diferentes meios de transporte, como os transportes públicos ou automóveis em vez de caminhar, andam de elevador substituindo as escadas, e não praticam actividade física regular nos tempos livres.

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O impacto das novas tecnologias no nosso trabalho e no tempo de lazer e o envelhecimento geral da população são mudanças importantes na sociedade que aumentarão a necessidade de promover, de forma eficiente, um estilo de vida fisicamente activo (Haskell, Blair, & Hill, 2009).

Segundo Sallis (2003) a diminuição da actividade física traduz-se em consequências graves para a saúde, nomeadamente através do aparecimento de doenças hipocinéticas, estando este facto bem documentado no relatório Europeu da Saúde, onde se estima que eliminação das práticas sedentárias resultaria numa diminuição de 15 a 39% de doenças coronárias, 12 a 35% de casos de diabetes, 22 a 33% de cancro do cólon, 5 a 12% de casos de cancro da mama e 18% de fracturas resultantes de osteoporose.

Owen et al. (2006) destaca que homens e mulheres mais activos, passam respectivamente, menos 36 a 23% de tempo no hospital do que as pessoas sedentárias.

Para além de todas estas evidências de benefícios da actividade física, é essencial referir que cada vez mais estudos da literatura apresentam um conjunto de ligações indirectas positivas entre a actividade física e qualidade de vida, incluindo o bem-estar psicológico, os estados de humor, a ansiedade, o stress, a depressão, a auto-estima e as funções sociais.

Apesar das evidências, um grande número de pessoas continua a não incluir de forma sistemática a actividade física na sua vida (Haskell, et al., 2009). Portugal foi o país com menor prevalência de actividade física durante o tempo de lazer, com uma escassa participação de 40, 7%. Ao contrário da Finlândia e

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da Suécia apresentaram a maior taxa de prevalência com a percentagem superior a 90% (Martin Ginis, Jetha, Mack, & Hetz, 2010).

Encontramos na literatura vários estudos que estabelecem relação entre exercício e saúde mental em populações fisicamente saudáveis, demonstrando a sua eficácia como tratamento para depressão e ansiedade (Owen, et al., 2006).

Segundo Paluska e Schwenk (2000), o exercício físico encontra-se fortemente relacionado com a saúde mental, revelando-se tão efectivo como a psicoterapia no tratamento de sintomas depressivos leves a moderados. Os benefícios do exercício físico como tratamento de sintomas depressivos não está somente associado à actividade aeróbica, também podem ser alcançados através de exercícios não- aeróbicos, tais como a flexibilidade, equilíbrio e o treino de força (Owen, et al., 2006; Paluska & Schwenk, 2000).

2.3.3 Métodos de avaliação da actividade física

A prática regular de actividades físicas constitui importante factor na promoção da saúde e qualidade de vida da população. Para avaliar o nível de actividade física de uma população, são utilizados vários instrumentos, como por exemplo o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ).

Os níveis de actividade física podem ser estimados indirectamente através de questionários ou entrevistas. Mas também podem ser medidos directamente, através de sensores de movimento como os pedómetros e os acelerómetros.

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O acelerómetro é um instrumento válido para a avaliação da actividade física habitual em termos de intensidade, frequência e duração, em populações onde a marcha e a corrida ou outros movimentos semelhantes que impliquem o deslocamento do centro de massa sejam os mais representativos do padrão de actividade física habitual; o pedómetro fornece indicações válidas e objectivas da actividade física habitual, se bem que só avalia a deslocação realizada a pé; os questionários são, sem sombra de dúvida, os instrumentos mais práticos e comuns em estudos de carácter epidemiológico em virtude dos seus baixos custos e da sua enorme aplicabilidade, ainda que o carácter objectivo da sua informação seja questionável, não obstante a sua validade e fiabilidade.

2.1.4 Actividade Física e Imagem corporal

A pressão para conseguir um padrão estético de um corpo magro e tonificado nas mulheres e um corpo magro e musculado nos homens (Pope, et al., 2000), as motivações se sentir atraentes, bem como os benefícios para a saúde de um peso normal resultaram nas sucessivas tentativas de alterar seu tamanho e forma do seu corpo.

A insatisfação com a imagem corporal é principal preditor de vários problemas de saúde como depressão, obesidade e transtornos alimentares (Stice & Ragan, 2002), torna-se assim importante examinar os seus antecedentes e consequências.

A busca incessante por uma melhor aparência física dos praticantes de actividade física é um fenómeno sociocultural de maior impacto do que a própria satisfação económica, afectiva ou profissional (McCabe & Ricciardelli,

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2003). A insatisfação corporal é premissa a pressões sociais, como por exemplo, média, amigos, familiares e pela sociedade. Estas pressões sociais são o catalisador para o aumento do desejo de padrões físicos irrealistas, que são difíceis de alcançar sem exercício, dieta, ou ambos.

Assim a insatisfação corporal é um dos principais motivos que levam as pessoas a iniciar um programa de actividade física (Fox, 1999). É possível que o grau de insatisfação com a imagem corporal influencie o modo como os adultos se percepcionam em termos da relação ao seu peso, percentagem de massa gorda (%MG) e estatura. A insatisfação corporal está directamente relacionada com o estereótipo difundido actualmente pelas sociedades modernas e tem determinado, nas últimas décadas, uma procura pela anatomia ideal (McPherson & Armstrong, 2006).

Num estudo realizado com dois grupos, um constituído por indivíduos que não praticam qualquer actividade física e outro grupo composto por indivíduos que foram sujeitos a um intervenção planeada e devidamente controlada com actividade física contínua, cujo o objectivo foi comparar a insatisfação da imagem corporal entre os dois grupos, os autores concluíram que o grupo sujeito à intervenção de actividade física relataram maior satisfação com imagem do corporal do que o grupo de controlo que não praticava actividade física (Campbell & Hausenblas, 2009).Dos 121 estudos que foram analisados na meta-análise, concluíram que a actividade física foi associada positivamente com a imagem corporal (Campbell & Hausenblas, 2009).

Os indivíduos iniciam a prática de actividade física, na maior parte dos casos, com o objectivo de modificar as formas e proporções de seu corpo. A quantidade de gordura corporal é um factor importante na manutenção da

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saúde e, na nossa cultura, a baixa quantidade de gordura corporal tornou-se um valor estético inegável.

A actividade física foi associada ao aumento do bem-estar psicológico e consequentemente maior satisfação com a imagem corporal.

Assim actividade física pode ainda ser um método exequível para melhorar a imagem corporal dos indivíduos. A investigação preliminar indica que o exercício pode ser um tratamento eficaz para a bulimia nervosa e compulsão alimentar distúrbios em comparação aos tratamentos tradicionais, como a terapia cognitivo-comportamental e orientação nutricional (Sundgot-Borgen, 2002).

A actividade física contribui para a perda de peso e ajuda a minimizar o ganho do mesmo, que ocorre comummente com o avanço da idade (Dishman, et al., 2005). A actividade física regular é importante, já que a obesidade tem maior correlação com o baixo nível de actividade física, do que com a ingestão calórica.

Apesar de existirem valores de IMC e %MG adequados para a manutenção da saúde, a forma física idealizada pelos indivíduos é determinado culturalmente, (Fox, Stathi, McKenna, & Davis, 2007), parecendo existir uma forma física ideal para as pessoas que praticam actividade física.

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3. Métodos

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3.1 Desenho do estudo

O presente trabalho é um estudo transversal, quasi-experimental, utilizando estatística descritiva inferencial (comparações e correlações).

3.2 Amostra

Foi utilizada uma amostra de conveniência constituída por 195 estudantes do ensino superior, com uma idade média de 20,33 (±1,78) anos, sendo 96 do sexo feminino e 97 do masculino. A amostra apresentou peso médio de 65,33 (±10,06) Kg, estatura de 1,68 (±0,087) m, e índice de massa corporal de 22,91 (±2,47) Kg·m2.

Os critérios de inclusão na amostra foram ser estudantes universitários com idades compreendidas entre os 18 aos 30 anos.

3.3 Definição de Variáveis:

3.3.1 Varáveis Independentes:

As variáveis independentes são: género, níveis de actividade física e prevalência de obesidade.

3.3.2 Varáveis dependentes

As variáveis dependentes são a percepção da Imagem corporal e a insatisfação com a imagem corporal.

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3.4 Instrumentos

3.4.1 Questionário de dados biográficos

Foi utilizado um questionário para recolha dos dados biográficos com o objectivo de recolher informação relativamente ao gênero, idade, profissão, habilitações literárias (ver anexo 1).

3.4.2 Escala de silhuetas de Stunkard

Para a avaliação da imagem corporal optou-se pela escala de nove silhuetas proposta por Stunkard (Stunkard, 2000), constituída por um conjunto de silhuetas, a qual representa um continuum desde a magreza (silhueta 1) até a obesidade severa (silhueta 9). Nesta escala, cada sujeito escolhe o número da silhueta que considera mais semelhante á sua imagem (imagem real) e, também, a que gostava de ser (imagem ideal). Calculou-se a diferença entre a imagem real e a imagem ideal para determinar o nível de insatisfação corporal. Quando essa diferença é igual a zero, o indivíduo é considerado como satisfeito com a sua aparência; quando é positiva, o individuo demonstra insatisfação pelo excesso de peso e quando é negativa, o individuo demonstra insatisfação pela magreza (ver anexo 2).

3.4.3. Avaliação antropométrica

Para calcular o índice de massa corporal foi medida a altura e o peso de cada indivíduo.

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A altura foi aferida através de um estadiômetro (SANNY, Brasil), sendo os valores expressos em centímetros com aproximação as décimas. Para a sua medição os sujeitos foram observados na posição de pé, completamente direitos, com os braços ao longo do tronco e as mãos voltadas para as coxas. Os pés descalços, os calcanhares encostados ao estadiômetro e o peso distribuído igualmente em ambos os pés.

O peso foi medido com a balança digital (TANITA, USA),com precisão de 100g, sendo os valores expressos em quilogramas. Os sujeitos apresentaram-se descalços e com roupas leves. Cada um, após subir para a balança manteve-se em posição estática com os membros superiores ao lado do tronco a olhar na horizontal, procedimentos recomendados por Lohman (1986).

Para a avaliação do índice de massa corporal (IMC), definido como a razão do peso corporal total em quilogramas pela estatura expressa em metros elevada ao quadrado, utilizou-se a seguinte fórmula expressa na equação 3.

Equação 3: Avaliação do índice de massa corporal

( )

h2

P IMC =

onde P é o peso corporal expresso em quilogramas (Kg) e, h é a estatura expressa em metros (m).

Os valores de referência assumidos para definir o sobrepeso e obesidade foram os propostos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), foi utilizado o valor 18,50 – 24,99 para peso normal, de 25,00 – 29,99 para sobrepeso e ≥30,00 com obesidade.

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Para a determinação da percentagem massa gorda foram recolhidas as pregas adiposas subcutâneas e utilizou-se o método de bioimpedância (TANITA corporation modelo BF- 562).

As pregas adiposas subcutâneas foram medidas recorrendo a um adipómetro digital. Tendo sido medidas em duplicado no lado direito do corpo, com o individuo em posição antropométrica. No sentido de maior precisão das medições, foi realizada uma terceira avaliação quando a primeira e a segunda apresentassem valores diferentes. Todas as medições foram realizadas pelo mesmo avaliador.

A medição das pregas adiposas subcutâneas foram efectuadas em três pontos: nas mulheres, foram avaliadas as pregas tricipital, supra-ilíaca e crural, e nos homens peitoral, abdominal e a crural (Jackson & Pollock, 1978).

Prega tricipital - esta prega assume uma orientação vertical, marcada na meia distância entre o acrómio e o olecrâneo (ângulo de 90º entre o braço e o antebraço) e medida na linha braqueal posterior com o braço relaxado ao longo do tronco.

Prega suprailíaca - prega destacada obliquamente à linha axilar média e imediatamente acima da crista ilíaca, ao longo da clivagem natural da pele, com o adipómetro colocado a 1 cm a do polegar e o indicador. Esta prega é diagonal, medida acima da crista ilíaca, na zona anterior da linha axilar média. Prega crural – é uma prega vertical é medida a meia distância entre o sulco inguinal e o inicio da patela.

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Tabela 1: Valores de referência do IMC propostos pela OMS, 2006
Tabela 2: Valores de ETM relativos consideráveis aceitáveis
Tabela  3:  Classificação  do  erro  técnico  da  medida  relativo  (ETM  relativo),  das  diferentes  pregas adiposas
Tabela  4:  Estatística  descritiva  do  IMC,  %MG  (pregas  e  bioimpedância)  e  do  nível  de  actividade física
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Referências

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