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PARQUE ESTADUAL DA SERRA DE CALDAS NOVAS, CALDAS NOVAS, GO

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Academic year: 2022

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(1)

PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA

MÉTODOS DE CAMPO EM ECOLOGIA

2O SEMESTRE DE 2003

PARQUE ESTADUAL DA SERRA DE CALDAS

NOVAS, CALDAS NOVAS, GO

(2)

Temos os prazer de apresentar os relatórios de trabalhos desenvolvidos no curso de campo realizado, de 28 /07 a 16 /08 de 2003, pela segunda vez no Parque Estadual Serra de Caldas Novas (PESCAN), Caldas Novas, GO. Este ano as áreas estudadas foram mais variadas do que no primeiro, principalmente pela experiência adquirida pelo equipe de professores participantes no ano passado.

Os curso de campo dos dois Programas tem como objetivo básico o treinamento de seus estudantes em levantar questões, numa ampla gama de temas e organismos, e propor metodologias para respondê-las o que inclui a aplicação de diferentes técnicas de trabalho no campo. Nesse caso, as experiências dos participantes permitiram ampliar essa gama de temas, organismos e técnicas tratados durante o curso.

Tradicionalmente os cursos de campo dos PPGs em Ecologia no Brasil recebem alguns alunos e professores de fora, o que tem se mostrado uma prática enriquecedora. Nesse curso, a convivência no campo por três semanas permitiu um aprofundamento na troca de conhecimentos e experiências e uma maior interação entre alunos e entre professores dos dois programas. Essa proximidade resulta em uma maior facilidade em colaborações e em parcerias futuras.

Esperando que novas parcerias como essa venham a se concretizar, apresentamos aqui os resultados dos trabalhos desenvolvidos durante o curso. É importante lembrar que esses trabalhos são relatórios de atividades, em grupo ou individuais, desenvolvidos durante uma disciplina e não constituem publicações formais como artigos ou capítulos. Todavia, por motivos técnicos, alguns dos trabalhos realizados não estão incluídos neste relatório.

A realização do curso não teria sido possível sem o apoio e a colaboração da direção do PESCAN, na pessoa da Dra. Valquíria Pereira Cabral, e de seus funcionários. A ele nossos agradecimentos e a expectativa de continuar contando com o apoio nas próximas edições do curso.

De novo, o apoio e a boa vontade dos técnicos e motoristas que colaboraram com o curso facilitaram, em muito, as atividades dos participantes. Dona Eunice, cozinheira de mão cheia, reduziu as aguras de uma jornada de 12 ou mais horas de trabalho diário dos participantes, com seus quitutes, simpatia e carinho. A todos eles nosso reconhecimento e agradecimento.

Esperamos que as informações aqui contidas, funcionem como ferramenta no treinamento de outro alunos em ecologia e como incentivo ao desenvolvimento de trabalhos no cerrado. E desejamos bom proveito a todos os leitores.

John Du Vall Hay Jader Marinho Soares Filho Coordenadores

(3)

Parque Estadual da Serra de Caldas Novas 28/07/03 a 16/08/03

Participantes

Professores John Du Vall Hay

Jader Soares Marinho Filho Helena Castanheira de Morais Carlos Eduardo Pinheiro

Flavio Antonio Maes dos Santos*

Alexandre Bamburg de Araujo*

Ludmilla Aguiar*

Ricardo Bonfim Machado*

Flávio Rodrigues*

Universidade de Brasilia, ECL Universidade de Brasilia, ZOO Universidade de Brasilia, ECL Universidade de Brasilia, ZOO UNICAMP

Univ. Federal Rural do Rio de Janeiro EMBRAPA-CPAC

Conservation Internacional

Monitores Ernestino S. G. Guarino Universidade de Brasilia Alunos(as) Ana Luiza Rios Caldas

Ana Paula de Oliveira Clarissa M. Knoechelmann Iubatã Paula de Faria Laudicéa Farias Lima Pablo Sebastian T. Amaral Raquel Ribeiro

Adriana C. M. Fernandes Ben Hur Marimon Junior Edivane Cardoso

Maria Alice de Medeiros Maria Ines Cruzeiro Moreno Paulina de Araujo Ribeiro Emanelle Pomini

Marcel Rodrigo Cavallaro

Mestrado em Ecologia – UnB Mestrado em Ecologia – UnB Mestrado em Ecologia – UnB Mestrado em Ecologia – UnB Mestrado em Ecologia – UnB Mestrado em Ecologia – UnB Mestrado em Ecologia – UnB Doutorado em Ecologia – UnB Doutorado em Ecologia – UnB Doutorado em Ecologia – UnB Doutorado em Ecologia – UnB Doutorado em Ecologia – UnB Doutorado em Ecologia – UnB Mestrado em Ecologia – UFMS Mestrado em Ecologia – UFMS

* Convidado(a)

(4)

Edivane

Maria Inês

Maria Alice

Emanuelle

Ben Hur

Clarissa

Marcel

Pablo

Adriana

Ana Paula

Ana Luiza

(5)

Práticas em grupo 1 -6

Grupo ! Grupo 2 Grupo 3

Adriana Ben Hur Emanuelle Laudicé Raquel

Clarissa Iubatã Marcel Maria Alice Maria Ines

Ana Luiza Ana Paula Edivane Pablo Paulina

Dia Orientador Relator(a) Título resumido do projeto Página

1o

30/07 Helena Flávio Hay

1.1 Fitossociologio – levantamento usando parcelas

1.2 Fitossociologia – levantamento usando ponto quadrante 1.3 Fitossociologia – levantamento usando interceptação de linha

2 5 10 2o

31/07 Hay Helena Flávio

2.1 Distribuição espacial de palmeiras

2.2 Produção de frutos e sementes de Davilla 2.3 Abertura do dossel

16 20 23 3o

02/08

Flávio Hay Helena

3.1 Relações alométricas de espécies do cerrado

3.2 Variabilidade espacial na predação de sementes de Syagrus 3.3 Fontes de alimentação de formigas

28 35 38 4o

04/08

Alexandre Ernestino Hay

4.1 Comportamento territorial de Tropidurus 4.2 Distribuição de Wunderlichia

4.3 Sucesso reprodutivo em palmeiras

41 44 49 5o

05/08

Carlos Eduardo Alexandre Jader

5.1 Estrategias de voo para borboletas 5.2 Levantamento de lagartos

5.3 Experiência do predador e eficiência da captura

55 59 61 6o

08/08

Jader

Ludmilla & Ricardo Alexandre

6.1 Interação entre morcegos e plantas 6.2 Influência de características ambientais 6.3 Gradiente ecológico do riacho da Cascatinha

65 68 72

(6)

Dia Grupo Título Resumido do projeto Página 1o

01/08

Adriana e Ana Paula Ana Luiza e Ben Hur Clarissa e Marcel Edivane e Maria Ines Iubatã

Laudicéa e Emanuelle Maria Alice e Paulina Pablo e Raquel

I1.8 Macroinvertebrados bentônicos resistentes ao período de seca I1.2 Relação entre tamanho e frutificação em Kielmeyera coriacea I1.3 Número de folhas emitidas por três espécies de Arecaceae I1.4 Dispersão e sucesso reprodutivo de Dipteryx alata

I1.5 Comportamento de aves do Cerrado I1.6 Visitantes florais em Vochysia elliptica

I1.7 Comparação entre a fauna de formigas arborícolas I1.8 Distância de fuga de Tropidurus

77 81 85 88 92 95 98 101 2o

07/08 Edivane e Marcel Emanuelle e Ben Hur Maria Ines e Clarissa Iubatã e Ana Paula Laudicéa e Paulina Maria Alice

Adriana e Raquel

I2.1

I2.2 Distribuição de Kielmeyera e Tabebuia

I2.3 Relações alométricas em Sclerolobium paniculatum I2.4 Nível de herbivoria em Piptocarpha

I2.5 Influência do observador em levantamento de aves I2.6 Preferência alimentar em Astianax

I2.7 Interação entre Azteca e Cecropia

I2.8 Diferença na composição de vertebrados no corrego

---- 106 109 112 115 119 121 124

(7)

Aluno Título do Projeto Página MESTRADO (UnB)

Ana Luiza Rios Caldas Ana Paula de Oliveira Clarissa M. Knoechelmann Iubatã Paula de Faria Laudicéa Farias Lima Pablo Sebastian T. Amaral Raquel Ribeiro

MESTRADO (UFMS) Emanelle Pomini

Marcel Rodrigo Cavallaro DOUTORADO (UnB) Adriana C. M. Fernandes Ben Hur Marimon Junior Edivane Cardoso

Maria Alice de Medeiros Maria Ines Cruzeiro Moreno Paulina de Araujo Ribeiro

Percepção ambiental dos usuários do PESCAN – Goiás com relação à sua inserção no meio ambiente Produção de serapilheira em área de cerrado sensu stricto e mata de galeria no PESCAN, GO

Levantamento de fauna de formigas arborícolas em três diferentes fitofisionomias de cerrado no PESCAN, GO

Efeito da vocalização de Glaucidium brasilianum Gmelin, 1788 (Strigiformes) no comportamento de aves no cerrado

Biologia da polinização de Spiranthera odoratissima A. St..-Hil (Rutaceae), no Jardim Botânica de Brasíilia, DF

Padrão de atividades de pequenos mamíferos em cerrado sensu stricto no PESCAN, GO Estudo da comunidade de pequenos mamíferos do PESCAN, GO

Sindrome de polinização e visitantes florais em uma espécies de Ruellia (Acanthaceae) no PESCAN, GO

Distribuição espacial de Tropidurus spp. (Iguania: Tropiduridae) no PESCAN, GO

Distribuição espacial de macroinvertebrados bentônicos em diferentes tipos de substrato no Córrego da Cascatinha, PESCAN, GO

Relações alométricas de Sclerolobium paniculatum Vog. em Caldas Novas, GO: evidências de ajuste no ambiente savânico

Estrutura populacional de duas espécies lenhosas em cerrado no topo da serra de Caldas Novas, GO Comparação entre a fauna de formigas de solo em campo rupestre, cerrado sensu stricto e mata de galeria no PESCAN, GO

Levantamento fitossociológico em gradiente topográfico no PESCAN Predação de sementes de Senna rugosa no PESCAN, GO

140 151 164 176 191 215 222

174 195

130 154 167 200 205 218

(8)

Parque Estadual da Serra de Caldas Novas

PROJETOS EM GRUPO

Jul/03

(9)

G1.1 Composição florística, diversidade e estrutura de uma área de Cerrado sensu stricto no Parque Estadual da Serra de Caldas, GO.

Adriana Fernandes, Ben Hur Marimon Junior, Emanuele Pomini, Laudicéia F. Lima e Raquel Ribeiro

Orientadora: Profa Dra Helena Castanheira de Moraes Introdução

O Bioma Cerrado Brasileiro ocupa aproximadamente 2 milhões de km2, área correspondente a quase 22% do território nacional. A fitofisionomia predominante é o cerrado sensu stricto, uma forma de vegetação tipicamente savânica com diversidade de espécies de árvores e grandes arbustos bastante variável, especialmente quando observada em grande escala (Ribeiro

& Walter 1998, Oliveira-Filho & Ratter 2002).

. Tal amplitude de variação fica evidente quando são comparados levantamentos realizados em diferentes regiões, como no trabalho de Ratter et al.

(1996). Os autores analisaram a composição florística em 98 áreas de cerrado e savana amazônica, verificando que dentre as 534 espécies registradas apenas 26 ocorreram em pelo menos 50% das áreas.

Variações em escalas menores na diversidade de espécies arbóreas de cerrado também ocorrem e estão normalmente associadas a diferenças locais no ambiente, como fatores edáficos e topográficos (Ribeiro

& Walter 1998). Contudo, poucos trabalhos têm sido realizados com a intenção de demonstrar se variações locais na diversidade de espécies arbóreas também ocorrem em ambientes homogêneos.

Assim, o objetivo do presente trabalho foi determinar a composição de espécies arbóreas de um Cerrado sensu stricto para fins de comparação com o levantamento florístico e fitossociológico realizado no ano anterior por Salles et al. (2002).

Metodologia

O estudo foi realizado 30/07/2003 no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN), município de Caldas Novas (GO). A vegetação predominante é de Cerrado sensu stricto e a altitude é de aproximadamente 1000 metros.

Foram estabelecidas aleatoriamente 12 parcelas de 10 x 10 m (Cox, 1996) ao longo de uma linha de 400 m orientada pelo azimute 2350, tendo como ponto inicial as coordenadas 17047’07’’ S e 48040’08’’ W e como ponto final S17047’01’’ e W48040’19’’. Muitos indivíduos apresentavam rebrotas no nível do solo, em função de uma queimada ocorrida em setembro de 2002. Em cada parcela, foram medidos em circunferência (CAP 1,3) e altura todos os indivíduos vivos com altura mínima de 2,0m. Foram calculados os parâmetros fitossociológicos usuais.

Resultados e Discussão

Foram encontrados 134 indivíduos distribuídos em 28 espécies e 17 famílias (Tabela 1). A espécie Kielmeyera coriacea foi a que apresentou o maior IVI (73.53), seguida por Tabebuia aurea (21.25), Stryphnodendron adstringens (16.64), Piptocarpa rotundifolia (16.3) e Qualea parviflora (15.64). Estas cinco espécies apresentaram dominância relativa de 51,93 % do total das espécies.

Comparando-se estes resultados com os de Salles et al. (2002) realizado em área próxima, observa-se diferenças na composição de espécies, sendo Qualea parviflora a que apresentou maior IVI

(10)

(58,81), seguido de Sclerolobium paniculatum (48,78), Qualea grandiflora (34,39), Pouteria ramiflora (21,44) e Aspidosperma tomentosum (15,16). Neste caso, as cinco espécies de maior IVI apresentaram dominância relativa de 80,64 % do total das espécies amostradas.

Apenas 13 das 28 espécies amostradas no presente trabalho ocorreram em ambas as áreas , sendo que apenas uma (Qualea grandiflora) ficou entre as cinco de maior IVI. Esta baixa coincidência florística e fitossociológica indica variabilidade de espécies em pequena escala, uma vez que a distância entre as áreas é em torno de 500 m.

Neste caso, algum fator ambiental indeterminado, além da variabilidade natural da diversidade da vegetação de cerrado, deve estar contribuindo para tais diferenças.

Bibliografia

Oliveira-Filho, A. T. & Ratter, J. A. 2002.

Vegetation Physionomies and woody flora of Cerrado Biome. In: The cerrados of Brazil. P.S. Oliveira & R.J. Marquis (eds.). Columbia University Press, New York.398 p.

Ribeiro, J. F. & Walter, B. M. T. 1998.

Fitofisionomias do Bioma Cerrado. In:

Cerrado: ambiente e flora. S. M. Sano &

S. P. de Almeida (eds.). Embrapa, Planaltina. 556 p.

Ratter, J. A.; Bridgewater, S.; Atkinson, R.;

Ribeiro, J. F. 1996. Analysis of the floristic composition of the brasilian cerrado vegetation II: comparison of woody vegetatation of 98 areas.

Edinburgh Journal of Botany: 53(2):153- 180.

Cox, G. 1996. Laboratory Manual of Ecology. Wm. C. Brown Publishers, Chicago. 278 p.

Salles, J. C.; Oliveira, F. R.; Rodrigues, S. C.;

Santana O. & Rodin, P. 2002.

Fitossociologia de uma área de cerrado s.s.

no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, GO. Métodos de campo em ecologia: Relatório de projeto em grupo.

Universidade de Brasília, Brasília. 70 p.

(11)

Tabela 1. Parâmetros fitossociológicos de uma área de cerrado sensu strictu no PESCAN em Julho de 2003.

Espécie N DA DR FA FR DoA DoR IVI

Kielmeyera coriacea 46 383.33 34.33 1.00 17.15 1867.22 22.05 73.54

Tabebuia aurea 8 66.67 5.97 0.50 8.58 568.12 6.71 21.26

Stryphnodendron adstringens 7 58.33 5.22 0.33 5.72 449.07 5.30 16.25 Piptocarpha rotundifolia 6 50.00 4.48 0.33 5.72 503.20 5.94 16.14 Qualea parviflora 3 25.00 2.24 0.08 1.43 1014.39 11.98 15.65

Mirtacea c/galha 6 50.00 4.48 0.33 5.72 308.46 3.64 13.84

Licania humilis 3 25.00 2.24 0.17 2.86 692.26 8.18 13.27

Styrax ferrugineus 5 41.67 3.73 0.25 4.29 344.03 4.06 12.08 Aspidosperma tomentosum 5 41.67 3.73 0.17 2.86 441.01 5.21 11.80

Annona crassa 6 50.00 4.48 0.17 2.86 320.67 3.79 11.12

Eremanthus glomerulatus 7 58.33 5.22 0.25 4.29 106.73 1.26 10.77 Dimorphandra mollis 4 33.33 2.99 0.33 5.72 114.63 1.35 10.06 Erythroxylum suberosum 5 41.67 3.73 0.25 4.29 153.52 1.81 9.83 Strychnos pseudoquina 2 16.67 1.49 0.17 2.86 317.85 3.75 8.11 Dalbergia miscolobium 1 8.33 0.75 0.08 1.43 459.24 5.42 7.60 Byrsonima coccolobifolia 3 25.00 2.24 0.25 4.29 69.63 0.82 7.35 Bowdichia virgilioidis 2 16.67 1.49 0.08 1.43 309.11 3.65 6.57 Ouratea hexasperma 2 16.67 1.49 0.17 2.86 126.03 1.49 5.84 Diospyros burchelli 2 16.67 1.49 0.17 2.86 82.40 0.97 5.32 Acosmium dasycarpon 2 16.67 1.49 0.17 2.86 34.81 0.41 4.76

Qualea multiflora 3 25.00 2.24 0.08 1.43 58.19 0.69 4.36

Tabebuia sp. 1 8.33 0.75 0.08 1.43 49.73 0.59 2.76

Palicourea rigida 1 8.33 0.75 0.08 1.43 17.90 0.21 2.39

Machaerium opacum 1 8.33 0.75 0.08 1.43 15.60 0.18 2.36

Aspidosperma macrocarpa 1 8.33 0.75 0.08 1.43 15.59 0.18 2.36 Byrsonima verbascifolia 1 8.33 0.75 0.08 1.43 13.44 0.16 2.33

Tabebuia crassa 1 8.33 0.75 0.08 1.43 13.44 0.16 2.33

Total 134 1116.67 100.00 5.83 100.00 8466.27 100.00 300.00

N (número de indivíduos), DA (densidade absoluta para 1 ha), DR (densidade relativa), FA (freqüência absoluta), DoA (dominância absoluta para 1 ha), DoR (dominância relativa), IVI (índice de valor de importância).

(12)

G 1.2. LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO PELO MÉTODO DO PONTO QUADRANTE EM ÁREA DE CERRADO SENSU STRICTO NO PARQUE ESTADUAL DE CALDAS NOVAS, CALDAS NOVAS - GO Marcel R. Cavallaro, Clarissa M. Knoechelmann, Iubatã Faria, Maria Alice de Medeiros & Maria

Inês C. Moreno

Orientador: Flávio dos Santos INTRODUÇÃO

O bioma Cerrado representa 22% da superfície do Brasil localizando-se principalmente no Planalto Central brasileiro, mas sua distribuição estende-se desde manchas amazônicas até áreas de São Paulo e Paraná (Ribeiro & Walter 1998). Caracteriza- se pela variação em estrutura e composição florística, com forma fisionômica variando num gradiente de densidade e altura com formas de florestas mais ou menos fechadas à campo aberto (Oliveira-Filho et al 1989). O cerrado sensu stricto é caracterizado pela presença predominantemente do estrato arbóreo-arbustivo, com cobertura arbórea variando de 20% a 50% (Ribeiro & Walter 1998).

Para a caracterização da vegetação são realizados levantamentos fitossociológicos que fornecem informação da estrutura da comunidade além de possíveis afinidades entre espécies ou grupos de espécies, acrescentando dados quantitativos a respeito da estrutura da vegetação (Yamamoto et al 2002).

O objetivo este estudo foi caracterizar uma área de cerrado sensu stricto no platô do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN), Goiás, usando a técnica de ponto quadrante.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo - O PESCAN ocupa uma área total de 125 km2 e está situado a 1043 m de altitude. Localiza-se entre os municípios de Caldas Novas e Rio Quente, GO. O clima na região é, segundo a classificação de Köppen,

do tipo Aw, tropical quente e úmido com temperatura média anual variando de 20-25

°C (Santos 2003).

Metodologia - O método de amostragem utilizado foi ponto quadrante (Zar 1996). Foi demarcada uma linha de 400 metros perpendicular a uma das estradas circundantes do platô. Esta apresentou como coordenadas iniciais 17°47’07,2” S e 48°40’08,0” W e finais 17°47’0,1” S e 48°40’19,9” W. Os pontos ao longo da linha distavam 20 m entre si, totalizando 20 pontos amostrados. Apenas indivíduos com mais de 2 m de altura foram incluídos na amostragem e a circunferência foi tomada a altura do peito (CAP). Para cada espécie vegetal foram calculados a freqüência, densidade e dominância (absolutas e relativas) e o índice de valor de importância (IVI). Valores de diversidade (índice de Shannon), diversidade máxima e equabilidade foram calculados usando-se como base o logaritmo neperiano.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A área amostrada foi de 3500 m2 e foram encontradas 23 espécies pertencentes a 17 famílias (Tabela 1). As espécies de maior IVI foram Kielmeyera coriacea (Clusiaceae) seguida por Tabebuia aurea (Bignoniaceae), Piptocarpha rotundifolia (Asteraceae), Aspidosperma tomentontosum (Apocinaceae) e Styrax ferrugineus (Styracaceae), representando 52,26% do IVI total (Tabela 2, Figura 1). Silva et al.(2002) na mesma região, registraram 67 espécies, pertencentes a 51 gêneros e 29 famílias, porém o esforço amostral foi maior.

(13)

A família Leguminosae foi amostrada com 6 espécies, enquanto que Asteraceae, Malpighiaceae, Rubiaceae e Vochysiaceae apresentaram duas espécies cada; as demais apenas uma (Tabela 1). Nossos dados condizem com os de Felfili et al. (2002), Angeluci et al. (2002), Silva et al. (2002) em que as famílias Leguminosae e Vochysiaceae apresentaram uma maior representatividade em áreas de cerrado. Resultados similares também foram obtidos por diversos outros autores trabalhando em diversas áreas de cerrado no país.

A maioria das espécies tiveram poucos indivíduos amostrados (Figura 2), exceto K. coriacea que foi a espécie mais abundantes, com 22 indivíduos, representando 27,5% do total; seguida por T.

aurea com 9 indivíduos com 11,2%. Este resultado está de acordo com Silva et al.

2002 que também encontraram aquela espécie com altos valores de IVI, densidade e frequência. É bastante comum, em estudos fitossociólogicos que algumas espécies sejam mais amostradas que as demais. Isto reflete uma maior adaptabilidade dessas espécies a determinados tipos de ambiente (Oliveira- Filho et al.1989).

CONCLUSÃO

O levantamento fitossociológico em distintas áreas de cerrado podem gerar resultados que diferem entre si, principalmente pela diversidade e distribuição das espécies. O método utilizado neste estudo mostrou-se de utilização bastante prática, rápida e com resultados semelhantes a outros métodos de levantamento. Porém vale ressaltar que a escolha de uma metodologia para abordagem fitossociológica deve priorizar a resposta à hipótese levantada e não simplesmente a praticidade desta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FELFILI, J.M.; SILVA JR. M A; REZENDE,

A.V.; MACHADO, J.W.B.; WALTER,

B.M.T.; SILVA, P.E.N. & HAY, J.D.V.

1993. Análise comparativa da florística e fitossociologia da vegetação arbórea do cerrado sensu stricto na Chapada Pratinnha, DF – Brasil. Acta Botanica Brasilica. 6 (2): 27 – 46.

ANGELUCI, H.G.; TOLEDO, C.C.F.;

GUARINO, E.S.G.; CONSOLARO, H. &

ARRUDA, R. 2002. Análise florística do estrato arbóreo do cerrado sensu stricto em um gradiente de altitude no Parque Estadual de Caldas Novas - GO. Métodos de Campo em Ecologia - UnB.

OLIVEIRA FILHO, A.T.; SHEPHERD, G.J.;

MARTINS, F.R. & STUBBLEBINE, W.H. 1989. Environmental factors affecting physiognomic and floristic variation in an area of cerrado in central Brazil. Journal of Tropical Ecology. 5: 413 – 431.

RIBEIRO, J.F.; WALTER, B.M. 1998.

Fitofisionomias do bioma Cerrado. In:

Cerrado: Ambiente e Flora. Sano, S.M. &

Almeida, S.P. (eds). Planaltina: Embrapa – CPAC. p. 89 – 152.

SANTOS, M.L. 2003. Florística e biologia reprodutiva de espécies de Melastomataceae do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas e Parque Estadual dos Pirineus, GO. Tese de Doutorado.

Universidade de Brasília, Brasília – DF.

SILVA, L. O.; COSTA, D.A.; SANTO FILHO, K.E.; FERREIRA, H.D. &

BRANDÃO, D. 2002. Levantamento florístico e fitossociológico em duas áreas de cerrado sensu stricto no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, GO.

Acta Botanica Brasilica. 16 (1): 43 – 53.

YAMAMOTO, M.; REBULA, C.; MUNIZ, C.; LOPES, S. 2002. Levantamento fitossociológico em uma área de cerrado

(14)

sensu stricto, Parque Estadual da Serra de Caldas Novas – GO. Métodos de Campo

em Ecologia - UnB. ZAR, J.H. 1996. Biostatiscal analysis.3 ed.

Prentice Hall, New Jersey. 622 p.

Tabela 1. Famílias e espécies encontradas em levantamento fitossociológico no PESCAN, Caldas Novas - GO.

Família Espécie

Annonaceae Annona crassiflora Mart.

Apocinaceae Aspidosperma tomentosum Mart.

Asteraceae Eremanthus glomerulatus (Less.) Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker Bignoniaceae Tabebuia aurea (Manso) Benth. & Hook. f Chrysobalanaceae Licania humilis Cham. Ex Schlecht Clusiaceae Kielmeyera coriacea (Spreng.) Mart Erythroxylaceae Erythroxylum suberosum St. Hil.

Leguminosae Acosmium dasycarpum (Vog.) Yakovl.

Bowddichia virgilioides H. B. & K.

Dalbergia miscolobium Benth.

Stryphnodendron adstringens Mart.

Stryphnodendron polyphyllum Mart.

Loganiaceae Strychnos pseudoquina St. Hil.

Malpighiaceae Byrsonima coccolobifolia H. B. & K.

Byrsonima crassa Nield.

Moraceae Brosimum gaudchaudii Tréc Myrtaceae Myrtaceae (com galha) Rubiaceae Palicourea rigida Kunth

Tocoyena formosa (Cham. & Schlecht.) K. Schum.

Styracaceae Styrax ferrugineus Ness. & Mart Vochysiaceae Qualea grandiflora Mart.

Qualea multiflora Mart.

(15)

Tabela 2. Parâmetros fitossociológicos (por ordem de IVI) em área de cerrado no PESCAN, Caldas Novas - GO.

Espécie n D Abs. D Rel. Do Abs. Do R F abs. F rel IVI

Kielmeyera coriacea 22 63.1 27.5 0.025 22.33 65 20.0 23.28

Tabebuia aurea 9 25.8 11.3 0.013 12.09 35 10.8 11.37

Piptocarpha rotundifolia 4 11.5 5.0 0.010 8.89 20 6.2 6.68

Aspidosperma tomentosum 4 11.5 5.0 0.008 7.52 15 4.6 5.71

Styrax ferrugineus 4 11.5 5.0 0.005 4.52 20 6.2 5.22

Stryphnodendron adstringens 4 11.5 5.0 0.007 6.24 10 3.1 4.77

Qualea grandiflora 2 5.7 2.5 0.010 8.70 10 3.1 4.76

Brosimum gaudchaudii 4 11.5 5.0 0.001 1.09 20 6.2 4.08

Bowdichia virgilioides 2 5.7 2.5 0.005 4.84 10 3.1 3.47

Byrsonima coccolobifolia 3 8.6 3.8 0.002 1.99 15 4.6 3.45

Dalbergia miscolobium 2 5.7 2.5 0.005 4.18 10 3.1 3.25

Annona crassa 3 8.6 3.8 0.001 1.34 15 4.6 3.24

Acosmium dasycarpum 2 5.7 2.5 0.004 3.80 10 3.1 3.13

Licania humilis 2 5.7 2.5 0.004 3.67 10 3.1 3.08

Erythroxylum suberosum 2 5.7 2.5 0.001 1.23 10 3.1 2.27

Stryphnodendron polyphyllum 2 5.7 2.5 0.001 0.59 10 3.1 2.06

Eremanthus glomerulatus 2 5.7 2.5 0.001 0.51 10 3.1 2.03

Strychnos pseudoquina 1 2.9 1.3 0.003 3.08 5 1.5 1.96

Myrtaceae (com galha) 2 5.7 2.5 0.001 1.30 5 1.5 1.78

Tocoyena formosa 1 2.9 1.3 0.001 0.88 5 1.5 1.22

Palicourea rigida 1 2.9 1.3 0.001 0.57 5 1.5 1.12

Qualea multiflora 1 2.9 1.3 0.000 0.44 5 1.5 1.08

Byrsonima crassa 1 2.9 1.3 0.000 0.19 5 1.5 0.99

(16)

0.00 5.00 1 0.00 1 5.00 20.00 25.00 30.00

Figura 1. Espécies com maiores valores de Índice de Valor de Importância (IVI), no PESCAN, Caldas Novas - GO .

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21

número de indivíduos

número de espécies

Figura 2. Número de indivíduos por espécie amostrada no PESCAN, Caldas Novas - GO.

(17)

G1.3 - LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DA VEGETAÇÃO LENHOSA DE UMA ÁREA DE CERRADO S.S. PELO MÉTODO DE INTERCEPTAÇÃO NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DE CALDAS

NOVAS

Ana Luiza Rios Caldas, Ana Paula de Oliveira, Edivane Cardoso, Pablo S.T. Amaral, Paulina Araújo Ribeiro

Orientação: John Du Vall Hay Introdução

O Cerrado ocupa cerca de dois milhões de km2, o que representa 22% do território brasileiro (Oliveira & Ratter, 2002). Sua vegetação apresenta fisionomias que englobam formações florestais, savânicas e campestres (Ribeiro & Walter, 1998). O cerrado sensu stricto caracteriza-se pela presença de árvores baixas, inclinadas, tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas, e geralmente com evidência de queimadas (Ribeiro & Walter, 1998).

Levantamentos fitossociológicos fornecem informações importantes para compreensão de padrões biogeográficos, não excetuando o domínio dos cerrados, além de subsidiarem a determinação de áreas prioritárias para a conservação (Felfili et al, 2002) e colaborarem na indicação de espécies a serem aplicadas em projetos de recuperação de áreas degradadas.

O amplo conhecimento da flora do Cerrado é importante para delinear estratégias governamentais para a preservação de áreas representativas do bioma, além de ressaltar sua importância em escala nacional e mundial. O Cerrado tem se mostrado muito mais rico do que se previa e muitas das suas tipologias são endêmicas da América do Sul e do Brasil (Mendonça et al, 1998).

O método de interceptação de linhas permite estimar a densidade relativa, cobertura aérea e freqüência comparáveis às medidas obtidas pelo método de parcela (Cox, 1996).

O presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento fitossociológico de uma área de Cerrado sensu stricto no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN-GO), por meio do método de intercepção de linha.

Material e métodos

Foram coletados dados para levantamento fitossociológico no topo do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN-GO), no dia 30 de julho de 2003. O levantamento foi realizado ao longo de um transecto de 400 metros, em área de cerrado sensu stricto. O transecto teve como origem um ponto de coordenada aproximada 17o47’07” S e 48o40’08” W, seguindo o azimute 325o, perpendicular à estrada.

Foi utilizado o método de interceptação de linha, descrito por Brower et al (1997). Para cada indivíduo lenhoso, com altura superior a dois metros, cuja projeção da copa interceptava a linha, foram tomados dados referentes a altura, extensão da projeção da copa sobre a linha e a circunferência do tronco a 1,3 metros acima da superfície do solo. No caso de ocorrência de bifurcação, foram tomadas medidas de todos os ramos principais a esta altura.

Indivíduos mortos não foram considerados neste levantamento.

Os dados obtidos foram utilizados para cálculo de parâmetros fitossociológicos (dominância, freqüência, cobertura e índice de valor de importância) e índice de diversidade de Shannon, sendo neste

(18)

utilizado o logaritmo de base natural (ln).

Para os cálculos de freqüência e densidade, o transecto foi dividido em 16 segmentos de 25 metros.

Resultados e discussão

A comunidade estudada apresentou média de 2,9 m de altura, com mediana de 2,5 m, sendo a altura mínima encontrada de 2,0 m e máxima de 7,0 m. Foram registrados 67 indivíduos distribuídos em 22 espécies e 17 famílias (Anexo 1). Dentre estas, Kielmeyera coriacea apresentou maior número de indivíduos (18), 11 espécies foram representadas por 2 a 6 indivíduos e as demais apresentaram apenas um indivíduo (Figura 1). A espécie de maior abundância (K. coriacea) também foi a de maior freqüência em segmentos, sendo amostrada em oito dos segmentos, enquanto outras 12 espécies foram encontradas apenas uma vez em algum dos segmentos (Figura 2). Os dados encontrados indicam que esta mesma espécie apresentou a maior freqüência relativa, seguida por Stryphnodendron adstringens, Tabebuia aurea, Bowdichia virgilioides, Annona crassiflora, dentre outras (Anexo 2).

Yamamoto et al (2002), estudando outra área de cerrado sensu stricto do Parque da Serra de Caldas Novas, amostraram 21 espécies lenhosas, sendo Qualea parviflora, Sclerolobium paniculatum e Caryocar brasiliense as mais importantes. Essas espécies não foram encontradas no presente estudo. Certamente os autores não amostraram a área do presente estudo, visto que a paisagem é bastante variada na área do PESCAN, porém a composição florística é bastante homogênea em uma menor escala em torno da área aqui estudada.

O valor da cobertura linear total obtida foi de 101,5 metros, o que corresponde a 25,39% do comprimento do transecto. Vale ressaltar que este valor não corresponde à cobertura real devido à sobreposição de copas que ocorrem. As espécies K. coriacea,

Tabebuia aurea, Bowdichia virgilioides, Annona crassiflora, Aspidosperma tomentosum foram as espécies que apresentaram maior cobertura relativa, que representam 50,27% do total (Anexo 2).

Os resultados indicaram índice de diversidade de Shannon de 2,27 nats/indivíduo. O baixo índice de diversidade e a reduzida quantidade de espécies podem ter sido devidos à pequena área amostrada.

Apesar de ter sido utilizado outro método, em outra área de Cerrado senso strictu, em Nova Xavantina - MT, Felfili et al (2002) encontraram índice de Shannon de 3,69 nats/indivíduo relacionado a 80 espécies. O mesmo é observado em Cardoso et al (2002), que encontraram 3,16 e 3,37 nats/indivíduo referentes a comparação de critérios de inclusão em que encontraram 47 espécies na Unidade de Conservação de Galheiro (Perdizes, MG).

O grupo das leguminosas apresentou o maior número de espécies (5), porém a família Clusiaceae apresentou o maior número de indivíduos devido à abundância de K. coriacea.

Conclusões

O método de interceptação de linha mostrou-se rápido e eficiente para amostrar a comunidade vegetal estudada. As cinco espécies mais importantes da área são Kielmeyera coriacea, Tabebuia aurea, Stryphnodendron adstringens, Annona crassiflora e Aspidosperma tomentosum.

Referências Bibliográficas

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COX, G.W. 1996. Vegetation analysis. In Laboratory manual of general ecology.

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DELITTI, W.B.C. 2002. Composição florística e fitossociologia do cerrado sentido restrito no município de Água Boa – MT. Acta bot. bras. 16(1): 103-112.

MENDONÇA, R.C.; FELFILI, J.M.;

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RIBEIRO, J.F. & WALTER, B.M.T. 1998.

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Cerrado: ambiente e flora. Sano, S.M. &

Almeida, S.P. (eds.). Planaltina:

Embrapa/CPAC.

YAMAMOTO, M.; REBULA, C.; MUNIZ, C. & LOPES, S. 2002. Levantamento fitossociológico em uma área de cerrado sensu stricto, Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás. Métodos de campo em Ecologia (relatórios).

(20)

Figura 1- Freqüência de indivíduos das espécies encontradas em levantamento fitossociológico em área de Cerrado sensu stricto no PESCAN-GO.

0 3 6 9 12 15 18

Kielmeyera coriacea Stryphnodendron adstringens Annona crassiflora Aspidosperma tomentosum Tabebuia aurea Piptocarpha rotundifolia Bowdichia virgilioides Myrtaceae sp1 Dalbergia miscolobium Dimorphandra mollis Ouratea hexasperma Qualea grandiflora Acosmium dasycarpum Byrsonima verbascifolia Erythroxylum suberosum Hancornia speciosa Licania humilis Strychnos pseudoquina Styrax ferrugineus Tabebuia cf ochracea Tabebuia sp2 Tocoyena formosa

Figura 2- Freqüência de espécies amostradas nos segmentos de levantamento fitossociológico em área de Cerrado senso stricto no PESCAN-GO.

0 2 4 6 8 10 12

1 segm. 2 segm. 3 segm. 4 segm. 5 segm. 6 segm. 7 segm. 8 segm.

(21)

Anexo 1- Espécies encontradas em área de Cerrado sensu stricto no PESCAN-GO. Ordenadas por ordem alfabética de família.

Espécie Família

Annona crassiflora Annonaceae Aspidosperma tomentosum Apocynaceae Hancornia speciosa Apocynaceae Piptocarpha rotundifolia Asteraceae

Tabebuia aurea Bignoniaceae

Tabebuia cf ochracea Bignoniaceae

Tabebuia sp2 Bignoniaceae

Dimorphandra mollis Caesalpinaceae Licania humilis Chrysobalanaceae Kielmeyera coriacea Clusiaceae

Erythroxylum suberosum Erythroxylaceae Bowdichia virgilioides Fabaceae Dalbergia miscolobium Fabaceae Acosmium dasycarpum Fabaceae Strychnos pseudoquina Liliaceae Byrsonima verbascifolia Malpyghiaceae Stryphnodendron adstringens Mimosoideae

Myrtaceae sp1 Myrtaceae

Ouratea hexasperma Ochnaceae

Tocoyena formosa Rubiaceae

Styrax ferrugineus Styracaceae Qualea grandiflora Vochysiaceae

(22)

Anexo 2- Parâmetros fitossociológicos de comunidade lenhosa de Cerrado sensu stricto no PESCAN-GO. Dados ordenados por ordem de IVI. FR = Freqüência relativa; DR = Densidade relativa; CR = Cobertura relativa; IVI = Índice de valor de importância.

Espécie FR DR CR IVI

Kielmeyera coriacea (Spreng.) Mart. 16,67 26,87 20,04 63,57 Tabebuia aurea (Manso) Benth. & Hook. f. ex S. Moore 8,33 7,46 10,54 26,33 Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. 10,42 8,96 5,32 24,69

Annona crassiflora Mart. 6,25 7,46 6,70 20,41

Aspidosperma tomentosum Mart. 6,25 7,46 6,01 19,72

Bowdichia virgilioides H. B. & K. Benth. 6,25 4,48 6,99 17,72 Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker 6,25 5,97 5,42 17,64

Myrtaceae sp1 6,25 4,48 3,64 14,37

Dalbergia miscolobium Benth. 4,17 2,99 5,91 13,06

Dimorphandra mollis Benth. 4,17 2,99 3,94 11,09

Qualea grandiflora 2,08 2,99 5,71 10,78

Ouratea hexasperma (St. Hil.) Baill. 2,08 2,99 2,86 7,92

Strychnos pseudoquina St. Hil. 2,08 1,49 3,64 7,22

Acosmium dasycarpum (Bog.) Yakovl. 2,08 1,49 2,95 6,53

Tocoyena formosa (Cham. & Schlecht.) K. Schum. 2,08 1,49 2,26 5,84

Tabebuia sp2 2,08 1,49 2,26 5,84

Hancornia speciosa Gomez 2,08 1,49 2,07 5,64

Styrax ferrugineus Nees & Mart. 2,08 1,49 0,89 4,46

Tabebuia cf ochracea 2,08 1,49 0,79 4,36

Erythroxylum suberosum St. Hil. 2,08 1,49 0,79 4,36

Licania humilis Cham. ex Schlecht. 2,08 1,49 0,69 4,27

Byrsonima verbascifolia (L.) Rich. ex A. L. Juss. 2,08 1,49 0,59 4,17

(23)

G 2.1 Distribuição espacial de palmeiras Butia leiospatha e Syagrus flexuosa (Arecaceae) em um Cerrado sensu stricto no Parque Estadual Serra de Caldas,

GO

Adriana Fernandes, Ben Hur Marimon Junior, Emanuele Pomini, Laudicéia F. Lima e Raquel Ribeiro

Orientação: Prof. Dr. John Hay Introdução

O bioma Cerrado abrange quase 22% do território brasileiro, apresentando uma vegetação predominantemente savânica cuja forma mais representativa é o cerrado sensu stricto (Ribeiro & Walter, 1998). A estrutura do cerrado s.s. consiste de uma camada arbóreo-abustiva e outra herbáceo-graminosa (Eiten, 1972) onde ocorrem as espécies de palmeiras Butia leiospatha e Syagrus flexuosa, dentre outras.

As populações vegetais podem apresentar distribuição aleatória, uniforme ou agrupada, sendo este último padrão o mais comum na natureza. Esta mesma tendência é esperada para os vegetais do cerrado, onde mais de 60 % das espécies arbóreas apresentam distribuição populacional agrupada (Hay 2000)

O objetivo do presente trabalho foi verificar se as espécies Butia leiospatha e Syagrus flexuosa apresentam padrão de distribuição espacial em escalas diferentes na área estudada.

Materiais e Métodos ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi realizado no Parque Estadual Serra de Caldas (PESCAN), localizado na região sudoeste do Estado de Goiás, distante cerca de cinco quilômetros do município de Caldas Novas.

METODOLOGIA

Os dados foram coletados em 31 de julho de 2003 em uma área de cerrado s.s. Foi traçada uma linha perpendicular à estrada, e o

transecto iniciou a 20 metros da mesma (17o 47`11.8``S e 48o 40`11.6``W), em direção 325o .

Foram demarcadas 100 parcelas contíguas de 5 x 8 m, com a linha do transecto situando-se no centro das parcelas, totalizando 500 m de comprimento e 4.000 m2 de área. Foram anotados todos os indivíduos vivos pertencentes às espécies S.

flexuosa e B. leiospatha em cada lado, separadamente. No caso de S. flexuosa cada estirpe foi contada como um indivíduo separado.

Análise dos dados

Os dados foram analisados pelos métodos BQV (Variância entre blocos de parcelas), TTLQV (Variância móvel entre blocos de parcelas) e PQV (variância entre parcelas variadas) descritos por Ludwig & Reynolds (1988) apud Hay et al. (2000). Nestes métodos, os valores da variação são relacionados com o tamanho dos blocos ou intervalos das parcelas para a confecção de gráficos que servem de ferramentas na caracterização da distribuição.

Resultados e discussão

Foram encontrados 230 indivíduos de B.

leiospatha e 155 de S flexuosa. O gráfico elaborado com dados da PQV (figura 1) apresentou três picos para B. leiospatha, com distância variando entre 20 e 40 metros. Estes picos sugerem uma tendência à agregação. O gráfico com dados referentes ao lado esquerdo apresentou picos evidentes, enquanto que para o lado direito estes foram

(24)

bastante discretos (figura 2). Isto sugere que a distribuição pode variar em pequenas distâncias na mesma área. Para S flexuosa, nenhum padrão foi observado para nenhuma das análises.

O gráfico elaborado com dados da BQV revelou um pequeno pico para B.

leiospatha (figura 3) o que não ocorreu para S. flexuosa, o que pode ser interpretado como um padrão aleatório. Para o teste TTLQV não foram encontrados picos que justificassem um padrão de agregação em função da quantidade de parcelas amostradas, que foram insuficientes para que todos os dados fossem utilizados neste tipo de análise.

A ausência de um padrão de distribuição difere do encontrado por Toledo et al. (2002), que trabalharam com as mesmas espécies na mesma área e verificaram distribuição aleatória. De uma forma geral, os resultados obtidos no presente trabalho não indicam um padrão aleatório de distribuição para ambas espécies.

Referências bibliográficas

EITEN, G. (1972) The cerrado vegetation of Brazil. Botanical Rewiel. 2: 201-341.

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(2000). Comparação do padrão da distribuição espacial em escalas diferentes de espécies nativas do cerrado, em Brasília, DF. Rev Bras. Bot.23: 341-347.

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TOLEDO, C.C.F.; CONSOLARO, H.N.;

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(25)

Figura 1. Análise de PQV para Butia leiospatha e Syagrus flexuosa em um cerrado sensu stricto no PESCAN.

Figura 2. Análise de PQV para Butia leiospatha nos lados esquerdo e direito da linha de transecto em um cerrado sensu stricto no PESCAN.

0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49

Tamanho dos Blocos

Variância

Butia Direito Butia Esquerdo

0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0

0 20 40 60

Espaçamento / m

Variância

Butia Syagrus

(26)

Análise de Distribuição (BQV)

-10 0 10 20 30 40 50 60 70

0 5 10 15 20 25 30 35

Tamanho de Blocos

Variância

Butia Syagrus

Figura 3. Análise de BQV para Butia leiospatha e Syagrus flexuosa em um cerrado sensu stricto no PESCAN.

(27)

G 2.2. PRODUÇÃO DE FRUTOS E SEMENTES DE Davilla elliptica St. Hil.

(DILLENIACEAE) EM DUAS ÁREAS DE CERRADO

Iubatã P. Faria, Clarissa M. Knoechelmann, Marcel R. Cavallaro, Maria Alice de Medeiros &

Maria Inês C. Moreno

Orientadora: Helena Castanheira de Morais INTRODUÇÃO

Várias espécies vegetais sofrem fortes pressões de predação dos frutos e sementes por concentrarem diversas substâncias como carboidratos, proteínas e lipídeos (Larcerda et al.2000).

Dilleniaceae é uma família de ocorrência pantropical amplamente distribuída nos Neotrópicos, com aproximadamente 300 espécies pertencentes a 12 gêneros. Seus frutos são geralmente pequenos e globosos, podendo ser folículos (Tetracera), cápsula (Davilla e Doliocarpus) ou bagas (Doliocarpus e Pinzoma) sendo que os frutos de Davilla apresentam as sépalas internas acrescentes, formando um invélucro coriáceo e globoso (Ribeiro et al.1999).

A lixeirinha ou lixinha do cerrado, Davilla elliptica (Dilleniaceae), produz flores e frutos protegidos por duas cápsulas sincárpicas, permanecendo fechadas durante a maturação e expondo a flor no período de polinização.

Após a fecundação do ovário, as cápsulas sincárpicas fecham-se novamente até o final do período de maturação da semente quando as expõe novamente (Helena C. Morais).

Cada fruto produz no máximo duas sementes.

O objetivo desse trabalho foi verificar a produção de flores, frutos e sementes deste espécie em duas áreas de cerrado.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de Estudo - Este estudo foi realizado no Parque Estadual de Caldas Novas - GO em duas áreas de cerrado. A primeira é um cerrado rupestre com uma vegetação arbóreo - arbustiva sobre solos litólicos ou rochosos.

Possui cobertura arbórea variando entre 5- 20% e extrato arbustivo herbáceo destacado (Ribeiro & Walter 1998). A segunda área amostrada constitui-se de um cerrado sensu stricto composto por três extratos: o arbóreo, que é aberto e mais ou menos contínuo; o arbustivo e sub-arbustivo que se mostram densos e de composição florística muito variável e o extrato herbáceo, constituído principalmente por gramíneas (CEMIG 1992). Neste estudo, a área de cerrado sensu stricto sofreu queimada a cerca de um ano.

METODOLOGIA

Em cada área foram amostrados 17 indivíduos representados por um ramo cada.

Estes foram coletados sempre num mesmo quadrante em relação ao norte geográfico.

Cada arbusto foi classificado em uma das 4 classes de acordo com a quantidade estimada de frutos produzidos. Classe 1 para o intervalo de 0-25%, 2 de 26-50%; classe 3 de 51-75% e 4 de 76-100%.

Posteriormente, o número de frutos de cada ramo foi anotado. Cada fruto foi minuciosamente inspecionado e verificado os seguintes itens: presença de furos na cápsula, situação da flor (vazio, flor seca, flor predada); número e situação da semente (intacta, abortada, predada). A proporção de insucesso foi calculada considerando os valores de frutos vazios, flores não polinizadas e as flores predadas. Foi calculado o sucesso relativo a partir da produção de sementes pela produção máxima esperada de sementes.

Para análise dos dados utilizamos o teste t (Zar 1999). Comparamos médias para

(28)

verificar as diferenças entre a produção de frutos e sementes entre as áreas amostradas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram coletados17 ramos de D. elliptica em cada ambiente, totalizando 570 frutos na área de campo rupestre (área 1) e 657 no cerrado sensu stricto (área 2). As médias de quantidade de frutos por ramo não diferiram nas duas áreas (t = 0,40546; P = 0,003; α = 0,05; gl = 33) . De acordo com o número de frutos coletados, a produção máxima possível seria de 1140 e 1314 sementes na primeira e segunda área, respectivamente. Porém, a proporção de sementes intactas foi 66% no campo rupestre e 29% no cerrado. As médias de sementes intactas por frutos que produziram sementes não diferiram entre si (t

= 1,68; P = 0,0015; α = 0,05; gl = 33).

Foram observados 32% de sementes abortadas nas duas áreas e predação de 1% na área de campo rupestre e 3% na área de cerrado sensu stricto. Em média, mais de 10% da produção vegetal em ecossistemas naturais é consumido anualmente pelos herbívoros. Contudo, a herbivoria não é igualmente distribuída entre todas as espécies de plantas (Coley et al. 1985), nem entre todas as partes da planta. O dano por insetos herbívoros em plantas de cerrado varia de 0,5-14,0%, com média de 7% (Marquis et al.

2001).

A proporção de insucesso na primeira área foi 15 %, enquanto na segunda área 52%. Inferimos que tal diferença se deve à diferenças marcantes nas taxas de predação de flores das duas áreas, 31 % e 3%

correspondem as flores predadas da área 1 e 2, respectivamente. Segundo Diniz et al.

(2000) foram encontradas larvas de Lepidoptera utilizando D. elliptica como planta hospedeira. Encontramos os frutos de D. elliptica predados por larvas de Lepidoptera e Coleoptera, no entanto não foi possível identificar as espécies.

O sucesso relativo na área 1 foi 88% e na área 2 foi 40%. Na área 1, os valores de sucesso relativo nas categorias de 1 a 4, mostram que a quantidade de produção total de frutos não influenciou o sucesso relativo dos indivíduos. Na área 2, os valores encontrados, mostram que os indivíduos com menor produção de frutos tendem a ter menor sucesso relativo (Figura 1).

Portanto, a espécie D. elliptica apresenta baixa proporção de predação de flores, frutos e sementes, sendo o aborto das sementes o principal componente para a diminuição do sucesso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CEMIG. Guia ilustrado de plantas do

Cerrado de Minas Gerais. Governo de Minas Gerais. 1992.

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Figura 1. Relação entre sucesso relativo de produção de frutos e as classes de quantidade estimada de frutos. Classe 1. 0-25%; Classe 2. 26-50%; Classe 3. 51-75% e Classe 4. 76-100%.

0 20 40 60 80 100

1 2 3 4

Classes

Sucesso Relativo (%)

área 1 área 2

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G2.3- DETERMINAÇÃO DE ABERTURA DE DOSSEL EM FORMAÇÃO FLORESTAL NO PARQUE ESTADUAL DE CALDAS NOVAS.

Edivane Cardoso, Ana Luiza Rios Caldas, Ana Paula de Oliveira, Pablo S.T. Amaral, Paulina Araújo Ribeiro

Orientação: Prof. Dr. Flávio dos Santos Introdução

Segundo Silva Júnior et al (2001), no Brasil central, a similaridade florística entre matas, mesmo que pertencentes a mesma microbacia tem sido reportada como baixa. Estes mesmos autores indicam que, em escala local, no interior de algumas matas no DF, fortes padrões de variação de espécies arbóreas, principalmente associados com a topografia, luz, umidade e características dos solos tem sido evidenciados na literatura.

Ainda conforme estes mesmos autores, as formações vegetais preservadas constituem importante campo em que as relações espécie/ambiente podem ser avaliadas e transformadas em conhecimentos, podendo serem utilizados em estratégias para a recuperação de áreas degradadas.

A luz desempenha um papel muito importante no aumento da variação e balanço de espécies (Willey, 1990 apud Tournebize &

Sinoquet, 1995). A cobertura total de espécies arbóreas, ou plântulas, por outras espécies numa competição desigual de luz, pode ter conseqüências fatais.

Uma cobertura florestal fechada é como um sistema de assimilação em que as camadas de folhas estão sobrepostas, sombreando-se mutuamente. A cada profundidade da cobertura vegetal a radiação que penetra é interceptada e gradualmente atenuada (Larcher, 2000 apud Marimon et al, 2001). O arranjo das plantas, sua arquitetura e área foliar podem atuar na penetração de luz no dossel da floresta e vários fatores podem interferir nestas características do dossel (Bianchini et al. 2001).

O presente trabalho teve como objetivos comparar a utilização de três equipamentos de determinação de abertura de dossel e verificar se há correlação entre a altura do dossel e seu grau de abertura.

Material e métodos

O estudo foi realizado no interior de uma formação florestal do Parque Estadual de Caldas Novas, tomando-se como transecto a trilha da Cascatinha. A cada 20 metros do transecto foi tomado um ponto a 10 metros ao interior da formação florestal em sentido perpendicular à trilha (Figura 1), evitando-se a sobreposição e aproximação de pontos, bem como áreas de vegetação aberta.

Em cada ponto foram estimados a altura do dossel predominante e tomadas medidas de abertura de dossel através de dois métodos usuais, densiômetro e foto hemisférica. Para o método de densiômetro, foram utilizados dois tipos do instrumento, os densiômetros côncavo e o convexo, com modificações do método de Lemmon (1957), Para as três medidas os aparelhos foram posicionados a um metro do solo. Foi realizanda contagem dos pontos (abertos ou fechados) de cruzamentos (37) dos grides dos densiômetros, realizando-se as medidas a partir de quatro lados em torno do mesmo. Os valores das quatro lados foram somados constituindo uma medida única que foi relacionada com o total de pontos lidos (37 pontos vezes 4 leituras num total de 148).

As fotografias hemisféricas foram obtidas utilizando-se máquina fotográfica digital equipada com lente “olho-de-peixe”, posicionada sobre tripé e nivelada. As

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imagens resultantes foram tratadas no programa Gap Light Analizer, versão 2.0, resultando em dados relativos de cobertura.

Perfez-se então três variações de obtenção de valores de abertura de dossel.

Os conjuntos de valores referentes às três variações foram correlacionados par a par, através da utilização do programa Systat, versão 7.0. De forma a verificar se a altura do dossel influencia na sua abertura, também foi avaliada a correlação entre a altura estimada e os valores de abertura de dossel encontrados pelo método de foto hemisférica.

Os pontos foram mapeados em relação à trilha (transecto) por contagem de passos e tomadas de direções com bússola com precisão de dois graus. Foi verificada correlação entre as distâncias entre cada ponto e diferença entre suas coberturas de forma a verificar se pontos próximos apresentam coberturas correlacionáveis.

Resultados e discussão

Ao todo foram amostrados 18 pontos no interior da formação florestal. Alguns trechos da trilha utilizada como transecto não foram amostrados devido à ocorrência de fitofisionomias abertas, ou a condições de relevo íngreme ou à presença de vegetação espinhosa densa (Figura 2).

Em relação aos resultados de medidas de abertura de dossel, obtidos pelo uso do Densiômetro côncavo (DCc), foi encontrada média de 9,611% ± 1,515 de abertura, com mediana de 8,78%. O valor máximo de abertura encontrado foi de 24,32%, coincidente a uma clareira e em condição de proximidade com a borda da formação florestal. O valor mínimo de abertura foi de 2,7%. Os menores valores de abertura de dossel foram encontrados em pontos onde a vegetação é densa e sem perturbações e em um ponto da mata de galeria, à margem da drenagem, próximo à encosta. A variância e o coeficiente de variação foram, respectivamente, de 40,87 e 64,0%.

Através do uso de densiômetro convexo (DCv), foi encontrada 8,780% ± 1,507 de abertura do dossel, com mediana de 8,44%. O valor máximo de abertura foi de 23,65%, enquanto que o valor mínimo encontrado foi de 1,35%, sendo que as mesmas considerações sobre as condições da vegetação em torno dos pontos podem ser feitas para o uso deste tipo de equipamento.

A variância e o coeficiente de variação foram, respectivamente, 41,33 e 67%. Foi encontrado 92,1% de correlação entre os valores de abertura de dossel obtidos para cada instrumento utilizado, indicando que a variação no uso dos dois tipos de equipamentos (DCc e DCs) é bem pequena.

Pelo uso do método de foto hemisférica (Foto), foi encontrada média de 9,475% de abertura, com erro padrão de 0,483. A mediana foi de 9,1% de abertura do dossel, com valor máximo de abertura de 13,73% e valor mínimo de 6,77%. As mesmas considerações sobre a relação entre os valores extremos encontrados e as condições de vegetação, mencionadas para o método anterior podem ser aplicadas para os resultados encontrados com o uso deste método.

Comparando as variações e métodos utilizados neste trabalho, foi detectada correlação de 92,1% entre os resultados de DCc e DCv, portanto mostrando pequena diferença entre os resultados, além de que, se comparados com o método de Foto, todos os métodos e variações são significativamente semelhantes (Figura 2).

A correlação entre cada densiômetro e o método de Foto, mostrou que DCc apresentou correlação de 84,4% e DCv correlacionou 89,5% com o método de foto hemisférica. No caso de tomada de decisão quanto a uso de instrumento de medição, a partir dos resultados encontrados nota-se que deve ser escolhido o método mais disponível e/ou o que apresenta menor dificuldade e menor tempo de amostragem. No caso dos instrumentos aqui utilizados, o método de

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densiômetro deve apresentar menor custo e necessidade de menor tempo para amostragem, além de ser um instrumento que apresenta menores riscos e impecilhos no transporte e deslocamento em ambientes de vegetação densa.

Não foi encontrada correlação significativa entre a altura do dossel e o grau de abertura do mesmo, o que indica que, apesar da heterogeneidade de ambientes e da variação na abertura do dossel, a diminuição da estatura das copas não necessariamente implicou também na diminuição ou aumento consideráveis no grau de abertura, o que pode ser visualizado pela dispersão dos pontos da Figura 3.

Conclusões

Conclui-se que as três variações em instrumentos para medidas de abertura de dossel apresentam-se equivalentes e correlacionáveis. A amostragem realizada na formação florestal da trilha da cascatinha, PESCAN-GO, mostra que o dossel apresenta média de 8,78 a 9,48% de abertura, para dossel que varia de 5 a 13 metros de altura, assim mostrando uma heterogeneidade nas condições de iluminação.

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25-26. Dados não publicados.

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0 50 100m Portaria Trilha do

Paredão

Nm

Mirante

Cascatinha

Figura 1. Distribuição dos pontos de amostragem da cobertura de dossel seguindo a trilha da cascatinha, PESCAN-GO.

Referências

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