• Nenhum resultado encontrado

A Formação do Sistema Solar

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A Formação do Sistema Solar"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

A Formação

do Sistema Solar

(2)

O

s primeiros a batizar planetas foram os sumérios, povo que ocupava a re-gião da Mesopotâmia (atual Iraque) há 5 mil anos. Eles já haviam identificado cinco “estrelas” que se moviam no céu, enquanto as demais permaneciam paradas. De acordo com as características de cada uma, elas ganha-ram nomes relacionados com divindades.

Os babilônios buscavam entender as von-tades dos deuses observando os astros no céu, as quais se refletiam de algum modo nos fatos terrestres.

Assim, a Astrologia e a Astronomia nascem juntas, como uma única forma de conheci-mento. A palavra desastre significa, primor-dialmente, um fato que contraria os astros.

Séculos depois, os romanos adaptaram os nomes dos planetas de acordo com suas pró-prias divindades. As cinco estrelas dos sumé-rios ganharam novos nomes: Enki, a que se movia mais rápido, recebeu o nome de Mercú-rio, o veloz mensageiro dos deuses. Vênus, a deusa da beleza, batizou a mais brilhante das estrelas, Inanna. A vermelha Gugalanna, cor

O céu: a grande morada dos “deuses”

Os povos da Antiguidade observaram que as estrelas se movimentavam de ma-neira uniforme e conjunta, enquanto outros astros mudavam constantemente as suas posições. Estes foram chamados planetas, que significa astro errante, em grego. Outros povos antigos também constataram que o aparecimento e trânsito planetários coincidiam com as estações do ano e mudanças climáticas, concluindo assim que eram deuses anunciadores destes eventos.

Deus Ares (Marte) e paisagem marciana Fotomontagem de Maurício Lara Galvão sobre detalhe de Ares de Ludovisi

(3)

Deusa suméria Inanna Detalhe de “O nascimento de Vênus”, de Botticeli. Acima, o planeta.

do sangue, ganhou o nome de Marte, deus da guerra. Enlil, a maior, foi chamada de Júpiter, nome latino de Zeus, senhor do Olimpo. Ni-nurta, a mais lenta de todas, cuja movimen-tação só era percebida pelos mais pacientes, ganhou o nome de Saturno, o deus do tempo. Já o nome da Terra vem do latim antigo. Na época, a palavra já tinha os mesmos signifi-cados de hoje: solo, chão, território. Na mito-logia romana, a Terra era representada pela deusa Gaia, ligada à fertilidade. Os outros três planetas foram descobertos há relativamente pouco tempo. Urano, descoberto em 1781, ganhou o nome do deus greco-romano que representava o céu. Netuno, visto pela pri-meira vez em 1846, foi batizado com o nome do deus romano dos oceanos.

O planeta mais distante de todos, Plutão, descoberto em 1930, por pouco não se cha-mou Percival, sugestão da mulher do astrô-nomo Percival Lowell, que havia previsto a existência do planeta em 1915. Foi a estu-dante inglesa Venetia Burney, na época com 11 anos, quem sugeriu aos pesquisadores que o astro recebesse o nome do deus ro-mano dos mortos.

Como sabemos, ao olhar para o céu, o

que é um planeta ou uma estrela?

Um planeta não cintila como as trelas. É claro que existem no céu es-trelas que parecem não cintilar, princi-palmente aos olhos de quem não está acostumado a observá-las. Quando você observar um objeto no céu e suspeitar que é um planeta, mas sem ter certeza, faça o seguinte: Fixe al-gumas referências utilizando as estre-las ao seu redor, de preferência faça um desenho em escala assinalando o objeto a ser observado, e observe por uns vinte ou vinte e cinco dias. Se esse objeto mudar de posição em relação às referências, certamente esse objeto será um planeta. Para pe-quenos intervalos de tempo podemos considerar as estrelas como fixas. Já os planetas, como a tradução da pa-lavra diz, errante, movimentam-se em relação às estrelas.

(4)

O

Sol é o centro gravitacional e geomé-trico do sistema solar. Em torno dele orbitam os outros corpos, e é ele que mantém o sistema coeso. Mas, o que é o Sol? O Sol é uma estrela. Por ser uma estrela, é também uma fonte de energia. De toda energia existente na superfície da Terra, a maior par-te é provenienpar-te do Sol, que fornece 99,98% dela. O brilho dos corpos do sistema solar é constituído, basicamente, pela reflexão da luz solar em sua superfície.

O Sol é uma massa que se mantém coesa pela sua própria força de gravidade. O mesmo ocorre com os planetas. Por que a diferença, então? A resposta é que o Sol possui uma mas-sa muito grande. Grande o suficiente para que a contração provocada pela força da gravidade torne tão altas as densidades e temperaturas em seu centro que passam a ocorrer as rea-ções de fusão nuclear, com enorme produção de energia. É esse processo que caracteriza

uma estrela e que não ocorre nos planetas. A temperatura na superfície é de cerca de 5.500 centígrados. No núcleo solar, atinge 15 milhões de graus. Sua massa é 333 mil vezes maior que a da Terra, mas a sua densidade média é de apenas 1,41 gramas por centíme-tro cúbico, pouco maior que a da água que é de 1 grama por centímetro cúbico. Sua mas-sa é composta por 73% de hidrogênio, o pri-meiro elemento químico da tabela periódica, e também o mais abundante no Universo. O restante é constituído basicamente por hélio. Apenas 0,1 % da massa do Sol é compos-ta por elementos mais pesados. É no núcleo solar, com sua altíssima temperatura, que ocorrem as reações nucleares de produção de energia.

O Sol encontra-se a uma distância média de 150 milhões de quilômetros da Terra. Isso equivale a cerca de 8 minutos-luz, isto é, a

O centro é o Sol

O Sol é, entre os corpos celestes, aquele que mais influencia as nossas vidas. Sem ele, a vida em nosso planeta desapareceria. Foi endeusado como Hélio pelos gregos, Mitras pelos persas e Rá pelos egípcios, para citar algumas culturas. Cinco séculos antes da era Cristã, o grego Ana-xágoras (aproximadamente 430 a.C.) sugeriu que o Sol fosse uma bola de fogo, o que guarda alguma semelhança com a realidade.

Imagem comparativa entre o Sol e a Terra, onde se vê a mesma envolta por “labareda” (ejeção de massa coronal), no canto superior direito.

(5)

luz do Sol demora esse tempo para chegar à Terra. A segunda estrela mais próxima é Pró-xima Centauri, que se encontra a uma distân-cia 270 mil vezes maior, assim sua luz demo-ra 4 anos e 4 meses pademo-ra chegar até nós!

O Sol ocupa uma posição periférica na nossa Galáxia,ou seja, ele está a 33.000 anos luz do centro galáctico, o que corres-ponde a 2/3 do raio galáctico. Nós estamos num dos braços espirais, o braço de Orion, como mostra o esquema ao lado.

O Sol também está orbitando em relação ao centro gravitacional da nossa Galáxia. O ano do Sol é de aproximadamente 230 mi-lhões de anos terrestres e sua velocidade orbital é de 250 km/s, sendo que todos os

demais corpos do Sistema Solar o acom-panham nessa viagem. Sabe-se que o Sol realizou cerca de 250 revoluções completas até hoje. A idade do Sol é de cerca de 4,5 bilhões de anos.

Berçário estelar

A

ntes de existir o Sol e os planetas, o que existia no lugar do sistema so-lar era uma enorme nuvem de gases e poeira. Os gases são os que conhecemos: oxigênio, nitrogênio e principalmente hidro-gênio e hélio; a poeira são todos os outros elementos químicos; ferro, ouro, urânio, etc... mas, a grande parte dessa nuvem era o hidro-gênio e o hélio. Por algum motivo que ainda não é bem explicado, essa nuvem encontrou condições para se aglomerar, se juntar em pequenos blocos, esses blocos começaram a se juntar em blocos cada vez maiores. Um desses blocos, o que se formou primeiro, no

centro da nuvem, ficou tão grande e pesado que sua força gravitacional tornou-se sufi-ciente para reter os gases com muita facilida-de. Esse bloco aumentou tanto de tamanho e massa que acabou por se transformar numa estrela: o Sol. Os blocos menores que se for-maram ao redor do bloco central deram ori-gem aos planetas. Muitas pessoas pensam que os planetas são pequenas bolhas expeli-das pelo Sol. Isso porque os cientistas do sé-culo passado e começo deste sésé-culo pensa-vam assim. Hoje em dia sabe-se que isso não é verdade. A teoria da nuvem de gás e poeira é a mais aceita entre cientistas atuais.

A imagem mostra uma colecção de proto-estrelas brilhantes, até agora nunca observadas. As estrelas bebés aparecem como pontos rosa e vermelho, no centro da imagem.

Crédito: NASA/JPL-Caltech/P.S. Teixeira & C.J. Lada (CfA), E.T. Young (U. Arizona).

(6)

1 - O sistema solar teve origem há 4,5 bilhões de anos, a partir de uma nuvem de gás e poeira.

2 - Sob a ação do seu próprio peso, a nuvem de gás começa a se concentrar, ficando cada vez menor e mais quente, transformando-se num enorme reator nuclear, ou seja, formando o proto-sol.

3 - Algumas pequenas porções de matéria estavam próximas o suficiente para que a atração entre elas con-vergisse para outros centros. A maioria desses agrupa-mentos, denominados planetesimais, também se atraí-ram, dando origem a grandes porções de matéria, que passamos a chamar protoplanetas.

4 - Conforme a Terra (ainda um protoplaneta) viajava dentro do Sistema Solar primitivo, ela varria toda as partí-culas menores que encontrava. Essas pequenas rochas,

colidindo com a Terra, passavam a fazer parte dela.

5 - As partículas que compõem o vento solar emitidos pela estrela (prótons, elétrons, partículas alfa e radiações de luz e calor), empurraram os átomos mais leves para as regiões mais externas do sistema. Assim, entendemos porque os planetas mais próximos do Sol são mais den-sos, (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte), pois foram incapa-zes de reter gases mais leves (Hidrogênico e Hélio). Mais distantes do Sol, esses gases foram atraídos por outros protoplanetas, formando os “Gigantes Gasosos” (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno).

6 - A morte do Sol, já iniciada, será concluída quando ter-minar o seu combustível, ou seja, quando houver a queima total do hidrogênio que existe em seu núcleo. A explosão acontecerá quando, já inchado, ele expulsar de seu núcleo toda a energia armazenada durante bilhões de anos.

De poeira à planeta

(7)

Oito deuses e três anões

O Sistema Solar tem como elemento principal uma estrela anã e amarela com cerca de cinco bilhões de anos de idade - o Sol - ao redor dela nós encontramos planetas, planetas anões, satélites, meteoróides, asteróides e cometas distribuídos numa extensa região de quase vinte bilhões de quilômetros.

D

a nuvem estelar que deu origem a nos-sa estrela e demais corpos há mais de cinco bilhões de anos, 99,9% de sua massa formou o Sol e o restante 0,1% pertence aos demais corpos do Sistema Solar.

Os planetas são corpos celestes cuja mas-sa não é suficiente para gerar energia como as estrelas, os quais estão em órbita ao redor de uma. Os planetas do Sistema Solar são divididos habitualmente em dois grupos: Os quatro primeiros a partir do Sol são os plane-tas terrestres, ou telúricos, ou interiores (Mer-cúrio, Vênus, Terra e Marte) e os quatro se-guintes são os planetas jovianos ou exteriores (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno). Devido à grande distância e à natureza da vizinhança ao redor de Plultão, hoje ele está classifica-do como um planeta anão. Um outro grupo de classificação recente refere-se a inclusão dos objetos transnetunianos em relação aos aste-róides além da órbita de Netuno. Os parâme-tros de maior importância para essa divisão são os seguintes:

• Os planetas terrestres apresentam: massa peque-na, grande densidade, pequena distância do Sol, poucos ou nenhum satélite e são compostos de ele-mentos pesados.

• Os planetas jovianos ou exteriores apresentam: grande massa, pequena densidade, grande distân-cia do Sol, muitos satélites e são compostos de ele-mentos leves, principalmente hidrogênio e hélio.

Além dos planetas, entre as órbitas de Mar-te e JúpiMar-ter, nós encontramos o Cinturão de Asteróides com recentes descobertas de uma série de corpos celestes pequenos além da órbita de Plutão. Hoje, essa região chama-se Cinturão de Kuiper e é composta por asterói-des e fragmentos de gelo. Devido às polêmi-cas caracteristipolêmi-cas dos objetos no Cinturão de Kuiper, nós temos uma nova definição nas regras básicas que definem os corpos do Sis-tema Solar:

I - Um “planeta” é um corpo celestial que:

(a) está em órbita ao redor do Sol,

(8)

(b) tem massa suficiente para sua auto-gravidade dominar as forças de um corpo rígido e desse modo ele assumir um equilíbrio hidrostático (aproximada-mente arredondado) na forma,

(c) tem a sua vizinhança limpa ao longo de sua órbita.

Com essa definição acima somente oito corpos celestiais a satisfazem e são eles: Mercúrio (1°.), Vênus (2°.), Terra (3°.), Marte (4°.), Júpiter (5°.), Saturno ( 6°.), Urano (7°.) e finalmente Netuno (8°.).

II - Um “planeta anão” é um corpo celes-tial que:

(a) está em órbita ao redor do Sol,

(b) tem massa suficiente para sua auto-gravidade dominar as forças de um corpo rígido e desse modo ele assume um equilíbrio hidrostático (aproximada-mente arredondado) na forma,

(c) não tem a sua vizinhança limpa ao longo de sua órbita,

III - Todos os outros objetos, exceto os satélites orbitando o Sol, deverão ser referidos pelo coletivo “Corpos Peque-nos do Sistema Solar”

Desse modo o Sistema Solar fica:

Muito além desse domínio, nós temos a Nu-vem de Oort, o repositório de cometas do nosso Sistema. Por fim, a Família Solar completa-se com um fenômeno atmosférico freqüente: as “Estrelas Cadentes”. Formalmente, elas são os Meteoros - na nossa atmosfera; Meteoróides - no espaço e Meteoritos - se encontrados na superfície terrestre. O conjunto de Cometas, As-teróides e Meteoróídes são classificados como Corpos Pequenos do Sistema Solar.

O estudo do Sistema Solar, nos permitiu co-nhecer muito bem o nosso Sol e a exploração planetária trouxe à Humanidade uma nova vi-são desse conjunto pelo Estudo Comparativo entre planetas. Descobrimos que nossa nave Terra ocupa uma situação muito especial por ter permitido a manutenção de formas de vida por períodos muito longos e após diversos ca-taclismas, situação essa que nós não encon-tramos nos demais planetas. Entender o Sis-tema Solar cada vez mais significa valorizar a vida na Terra, sua diversidade e capacidade adaptativa.

Quadro comparativo entre planetas anões, a Terra e a Lua.

(9)

Fontes Consultadas

CDCC - Centro de Divulgação Científica e Cultural - Setor de

Astrono-mia - Universidade de São Paulo - USP - “A Formação da Terra” - autor: Daniel C. L. de Andrade

- Ciências para Professores do Ensino Fundamental - Astronomia

INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Introdução à

Astro-nomia e Astrofísica -

“O Sistema Solar” - autores: Cláudia Vilega Rodrigues e José Roberto Cecatto

Istoé On Line - ASTRONOMIA - A morte do Sol - autora: Luciana

Sgarbi

Mundo Estranho - Ed. 36 - Ciência e Tecnologia - A Origem dos

No-mes dos Planetas

Para saber mais:

http://www.sab-astro.org.br/cesab/newhtml/SSolar.html http://www.solarviews.com/portug/homepage.htm http://noveplanetas.astronomia.web.st/

Referências

Documentos relacionados

Este subsídio é para aqueles que forem reformar a casa usando os serviços de alguma construtora que possua endereço na cidade de Hikone.. Informações Setor de Promoção da

A aprendizagem que os estudantes vão apresentar vai estar diretamente relacionada com a atuação dos professores, que devem conduzi-los a uma parceria entre o

Para tanto, vai analisar a produção coreográfica do grupo de 1976 a 1983 e entrevistar alguns participantes, tendo como pano de fundo não só a relação deste grupo com

Além disso, bens imóveis podem ser afetados pelas condições do mercado imobiliário local ou regional, tais como o excesso de oferta de espaço para imóveis comerciais nas regiões

A análise das finanças públicas do município de Ajuricaba é fundamentada exatamente nesse contexto de transformações institucionais no Brasil iniciando-se

Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceito como documento original, é necessário existir

Débitos tributários e condominiais (propter rem) serão sub-rogados no valor da arrematação (art. 908, § 1º, CPC), os quais ficam a cargo dos interessados a pesquisar e

com os n ovos Planos de Urbanização de Alfama e Castelo, da Mouraria, da Madragoa, e do Bairro Alto, aprese ntado s a discussão pública. Se por um lado se def ende, no