Funções Crescentes e Funções Decrescentes
Prof.: Rogério Dias Dalla Riva
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
Funções Crescentes e Funções Decrescentes
1.Funções crescentes e funções decrescentes 2.Pontos críticos e sua utilização
3.Uma aplicação: lucro, receita e custo
3
1. Funções crescentes e fun-ções decrescentes
Uma função é crescente se seu gráfico sobe quando x se desloca para a direita, e é decrescente se seu gráfico desce quando x se desloca para a direita. A definição a seguir constitui um enunciado mais formal.
4
1. Funções crescentes e fun-ções decrescentes
Definição de Função Crescente e Função
Decrescente
Uma funçãofé crescente em um intervalo se, para qualquerx1ex2no intervalo,
x2>x1implica f(x2) >f(x1)
Uma funçãofé decrescente em um intervalo se, para qualquerx1ex2no intervalo,
x2>x1implica f(x2) <f(x1).
5
1. Funções crescentes e fun-ções decrescentes x1 x2 f(x1) f(x2) x y
Função Crescente
61. Funções crescentes e fun-ções decrescentes x1 x2 f(x2) f(x1) x y
Função Decrescente
7
1. Funções crescentes e fun-ções decrescentes
A função da figura a seguir é decrescente no intervalo (-∞, a), constante no intervalo (a, b) e crescente no intervalo (b, ∞). Na realidade, pela definição de função crescente e função decrescente, a função exibida na figura é decrescente no intervalo (-∞, a] e crescente no intervalo [b, ∞). No presente texto, entretanto, restringimos nosso estudo à determinação de intervalosabertos, nos quais a função é crescente ou decrescente em um intervalo.
Pode-se utilizar a derivada de uma função para determinar se a função é crescente ou decrescente em um intervalo.
8
1. Funções crescentes e fun-ções decrescentes
9
1. Funções crescentes e fun-ções decrescentes
Teste para Funções Crescentes e Funções Decrescentes
1. Sef’(x)>0 para todoxem (a,b),fé crescente em (a,b).
2. Sef’(x)<0 para todoxem (a,b),fé decres-cente em (a,b).
3. Sef’(x) = 0 para todoxem (a,b),fé constante em (a,b).
10
1. Funções crescentes e fun-ções decrescentes
Exemplo 1: Mostre que a função
é decrescente no intervalo aberto (-∞, 0) e crescente no intervalo aberto (0,∞).
A derivada def é 2 ( ) f x =x '( ) 2 f x = x 11
1. Funções crescentes e fun-ções decrescentes
No intervalo aberto (-∞, 0), o fato dexser negativo implica quef’(x) = 2xé também negativa. Logo, pelo teste para uma função decrescente, podemos concluir que f é decrescente nesse intervalo. Analogamente, no intervalo (0,∞), como
xé positivo, também o é 2x. Logo, concluímos quef
é crescente nesse intervalo, como pode ser observado na figura a seguir.
12
1. Funções crescentes e fun-ções decrescentes
13
1. Funções crescentes e fun-ções decrescentes
Exemplo 2: De 1970 a 1980, o consumoCde aves
(em libras sem osso por pessoa por dia) admite como modelo
C= 33,5 + 0,074t 2, 0 ≤t≤20, onde t = 0 corresponde a 1970. Mostre que o consumo de aves cresceu de 1970 a 1980.
14
1. Funções crescentes e fun-ções decrescentes
A derivada deste modelo é dC/dt= 0,148t. Parat positivo, a derivada é positiva. Portanto, a função é crescente, o que implica que o consumo de aves aumentou de 1970 a 1980.
15
2. Pontos críticos e sua utili-zação
No Exemplo 1, foram dados dois intervalos – um em que a função era decrescente e um em que era crescente. Suponhamos agora que tivéssemos de determinar esses intervalos. Para isto, poderíamos ter levado em conta o fato de que, para uma função contínua,f‘(x) só pode mudar de sinal em valores dexpara os quaisf‘(x) = 0 ou em valores de x para os quais f ‘(x) não é definida, conforme mostra a figura a seguir. Esses dois tipos de números são chamados pontos críticos de
f.
16
2. Pontos críticos e sua utili-zação
17
2. Pontos críticos e sua utili-zação
Definição de Ponto Crítico
Se f é definida em c, então c é um ponto crítico def sef’(c) = 0 ou sef‘não é definida emc.
Nota: Esta definição exige que o ponto crítico esteja
no domínio da função.
18
2. Pontos críticos e sua utili-zação
Diretrizes para Determinar os Intervalos de Crescimento e Decrescimento
1. Achar a derivada def.
2. Determinar os pontos críticos defe utilizá-los para estabelecer os intervalos de teste; isto é, achar todos os valores de x para os quais
f‘(x) = 0 ouf‘(x) não é definida.
3. Testar o sinal def‘(x) para um valor arbitrário em cada um dos intervalos de teste.
4. Utilizar o teste das funções crescentes ou decrescentes para decidir se é crescente ou decrescente em cada intervalo.
19
2. Pontos críticos e sua utili-zação
Exemplo 3: Ache os intervalos abertos em que a
função é crescente ou decrescente. 3 3 2 ( ) 2 f x =x − x 20
2. Pontos críticos e sua utili-zação
Comecemos calculando a derivada def. Em seguida, igualemos a derivada a zero e resolvamos a equação para achar os pontos críticos.
' 2
2
( ) 3 3 Diferenciando a função original 3 3 0 Igualando a zero a derivada 3( )( 1) 0 Fatorando 0, 1 Pontos críticos f x x x x x x x x x = − − = − = = = 21
2. Pontos críticos e sua utili-zação
Como não há valores dexpara os quais f‘ não seja definida, decorre quex= 0 ex= 1 são os
únicos pontos críticos. Assim, os intervalos que devem ser testados são (-∞, 0), (0, 1) e (1, ∞). A tabela abaixo apresenta o resultado do teste desses três intervalos.
Intervalo (-∞∞∞∞, 0) (0, 1) (1, ∞∞∞∞) Valor de teste x= -1 x= ½ x= 2 Sinal de f‘(x) f‘(-1) = 6 >>>>0 f‘(½) = -¾ <<<<0 f‘(2) = 6 >>>>0
Conclusão Crescente Decrescente Crescente
22
2. Pontos críticos e sua utili-zação
23
2. Pontos críticos e sua utili-zação
A função do Exemplo 3 não somente é contínua em toda a reta real, mas também diferenciável ali. Para tais funções, os únicos pontos críticos são aqueles para os quaisf‘(x) = 0. O próximo exemplo considera uma função contínua que tem ambos os tipos de ponto crítico – os números para os quaisf‘(x) = 0 e os quef‘(x) não é definida.
24
2. Pontos críticos e sua utili-zação
Exemplo 4: Determine os intervalos abertos em
que a função é crescente ou decrescente.
(
)
2 2 3 ( ) 4 f x = x −25
2. Pontos críticos e sua utili-zação
Comecemos achando a derivada da função.
Vemos que a derivada é zero quandox= 0 e que não é definida parax=±2. Assim, os pontos críticos são x= -2, x= 0 e x= 2. Pontos críticos
(
)
(
)
1 ' 2 3 1 2 3 2 ( ) 4 (2 ) Diferenciar 3 4 Simplificar 3 4 f x x x x x − = − = − 262. Pontos críticos e sua utili-zação
Isto implica que os intervalos de teste são (-∞, -2), (-2, 0), (0, 2) e (2, ∞) Intervalos de teste
A tabela abaixo resume os resultados do teste nesses quatro intervalos; a figura a seguir exibe o gráfico da função.
Intervalo (-∞∞∞∞, -2) (-2, 0) (0, 2) (2, ∞∞∞∞) Valor de teste x= -3 x= -1 x= 1 x= 3 Sinal de f‘(x) f‘(-3) <<<<0 f‘(-1) >>>>0 f‘(1) <<<<0 f‘(3) >>>>0
Conclusão Decrescente Crescente Decrescente Crescente
27
2. Pontos críticos e sua utili-zação
28
2. Pontos críticos e sua utili-zação
Nota: Na tabela anterior, não é necessáriocalcular f‘(x) para os valores de teste – basta determinar seu sinal. Assim é que podemos determinar o sinal def‘(-3) como segue: ' 1 3 4( 3) ( 3) 3(9 4) negativo f negativo positivo − − = = = − 29
2. Pontos críticos e sua utili-zação
As funções nos Exemplos 1 a 4 são contínuas em toda a reta real. Se há valores isolados dex
para os quais a função não seja contínua, tais valores devem ser utilizados, juntamente com os pontos críticos, para determinar os intervalos de teste.
30
2. Pontos críticos e sua utili-zação
Por exemplo, a função
não é contínua quandox= 0. Como a derivada def,
é zero quandox=±1, devemos tomar os seguintes valores para determinar os intervalos de teste:
x= -1, x= 1 (Pontos críticos) x= 0 (Descontinuidade) 4 2 1 ( ) x f x x + = 4 3 2( 1) '( ) x f x x − =
31
2. Pontos críticos e sua utili-zação
Intervalo (-∞∞∞∞, -1) (-1, 0) (0, 1) (1, ∞∞∞∞) Valor de teste x= -2 x= -½ x= ½ x= 2 Sinal de f‘(x) f‘(-2) <<<<0 f‘(-½) >>>>0 f‘(½) <<<<0 f‘(2) >>>>0
Conclusão Decrescente Crescente Decrescente Crescente
Após testarf‘(x), constatamos que a função é decrescente nos intervalos (-∞, -1) e (0, 1), e crescente nos intervalos (-1, 0) e (1,∞), conforme mostra a figura a seguir.
32
2. Pontos críticos e sua utili-zação
33
2. Pontos críticos e sua utili-zação
Exemplo 5: Mostre que a funçãof(x) =x3– 3x2+ 3xé crescente em toda a reta real.
Pela derivada def,
f‘(x) = 3x2– 6x+ 3 = 3(x– 1)2,
podemos ver que o único ponto crítico é x = 1. Assim, os intervalos de teste são (-∞, 1) e (1,∞). A tabela a seguir resume o teste nesses dois intervalos. Pela figura a seguir, vemos que f é crescente em toda a reta real – mesmo que
f‘(1) = 0.
34
2. Pontos críticos e sua utili-zação
Intervalo (-∞∞∞∞, 1) (1, ∞∞∞∞) Valor de teste x= 0 x= 2 Sinal de f‘(x) f‘(0) = 3(0-1)2>>>>0 f‘(2) = 3(2-1)2>>>>0
Conclusão Crescente Crescente
35
3. Uma aplicação: lucro, recei-ta e custo
Exemplo 6: Um distribuidor nacional de brinquedos
estabelece os seguintes modelos de custo e receita para um de seus jogos.
C = 2,4x – 0,0002x2, 0 ≤x ≤6.000 R = 7,2x – 0,001x2, 0 ≤x ≤6.000 Determine o intervalo em que a função lucro é crescente.
36
3. Uma aplicação: lucro, recei-ta e custo
O lucro na produção dexunidades é
P=R–C
= (7,2x– 0,001x2) – (2,4x– 0,0002x2) = 4,8x– 0,0008x2.
37
3. Uma aplicação: lucro, recei-ta e custo
Para achar o intervalo em que o lucro é crescente, façamos o lucro marginalP’igual a zero e resolvamos em relação ax.
'
'
4,8 0,0016 Diferenciando a função lucro 4,8 0,0016 0 Fazendo P igual a 0. 0,0016 4,8 Subtraindo 4,8 de ambos os me P x x x = − − = − = − mbros 4,8
Dividindo ambos os membros por -0,0016 0,0016 3.000 unidades Simplificando x x − = − = 38
3. Uma aplicação: lucro, recei-ta e custo
No intervalo (0, 3.000), P ‘ é positiva e o lucro é crescente. No intervalo (3.000, 6.000),P‘é negativa e o lucro é decrescente. A figura abaixo ilustra os gráficos das funções custo, receita e lucro.