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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ INSTITUTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES PROGRAMA DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ANDERSON LIRA SERENO

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES PROGRAMA DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

ANDERSON LIRA SERENO

O MODELO DE JOGO DAS EQUIPES SUB 20 E PROFISSIONAL DE UM CLUBE DE FUTEBOL DA CIDADE DE FORTALEZA, NA PERSPECTIVA DOS

TREINADORES.

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ANDERSON LIRA SERENO

O MODELO DE JOGO DAS EQUIPES SUB 20 E PROFISSIONAL DE UM CLUBE DE FUTEBOL DA CIDADE DE FORTALEZA, NA PERSPECTIVA DOS

TREINADORES.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física Bacharelado da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Educação Física.

Orientador: Prof. Ms. Otávio Nogueira Balzano.

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Universidade Federal do Ceará Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

S49m Sereno, Anderson Lira.

O modelo de jogo das equipes sub 20 e profissional de um clube de futebol da cidade de fortaleza, na perspectiva dos treinadores / Anderson Lira Sereno. – 2016.

124 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Instituto de Educação Física e Esportes, Curso de Educação Física, Fortaleza, 2016.

Orientação: Prof. Me. Otávio Nogueira Balzano..

1. Modelo de jogo. 2. Técnico de futebol. 3. Futebol. 4. Educação Física. I. Título.

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Aos meus pais, por toda a assistência dada a mim, sem eles nada da minha vida teria acontecido, tudo que sou hoje devo a criação que eles me ofereceram.

À minha namorada, uma das pessoas mais importantes na minha vida que me faz crescer como pessoa e disponibilizou todo o seu tempo para me ajudar na realização deste trabalho.

Ao mestre e orientador Otávio Balzano, pela paciência, dedicação e disponibilidade que tornaram possível a realização deste trabalho.

Aos amigos Walleska Simonton, Israel Simonton e Daniel pela ajuda para que as coletas dos dados fossem realizadas.

Aos treinadores entrevistados, pela aceitação e prontidão em participar do trabalho.

Aos professores participantes da banca examinadora, Luciana Catunda Brito e Claudio de Oliveira Assumpção pelo tempo disponibilizado e pelas valiosas contribuições.

A todos os professores que passaram pela minha vida de discente, desde o Colégio Santos Dumont à Universidade Federal do Ceará. Em especial a todos os professores e treinadores que passaram na minha vida como atleta, Cícero Ribeiro, Otávio Balzano e Clovandi Costa.

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tomada de decisão e TP diz que os jogadores devem ter personalidade, ambos disseram que os jogadores locais possuem um biótipo característico da região e no aspecto da formação de jogadores os técnicos colocaram que o clube necessita da integração entre as categorias. A equipe pesquisada, apesar de começar a dar os primeiros passos na construção de um modelo de jogo, ainda está longe de alcançar este objetivo.

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The way a soccer team plays is their DNA. The way they play is related to their local

culture, to their coach’s ideas, the players characteristics, to the game’s moments and its tactics, the soccer team’s structure and its goals as well as the team’s formation. The most important aim of this work is to compare the way a U-20 team plays to a Professional one, from the city of Fortaleza, Brazil. Get to know the ideas related to soccer from a U-20 and Professional coaches, check out what the team’s objectives

are regarding to its facilities, for both categories, according to their coaches’ perspectives, get to know the soccer team’s culture according to both coaches. Check out the team’s formation as well as the players’ characteristics and how they behave

in the soccer field, and compare the concept of the coaches on moments during a soccer game. The methodology is characterized for being a qualifying, describing and exploring one. For this survey there was an interview with the coaches. The organization of the results were carried out according to the Bardin technique (2002)

and nine categories of analysis were created. Molina Neto and Triviños’ Technique

(1999) of analysis was used as a reference for analyzing the results. The following results were achieved: BT with an academic degree in Physical Education, the same was not found with the PT. Regarding to the model of game, the BT has a clear knowledge about its idea of soccer whereas the PT confounds the model of game with the tactic system, on the ideas related to soccer the BT views the game in a systemic way, which means the whole team gets involved. On the other hand the PT is more pragmatic, discipline and commitment by the athletes is where its ideas are placed. According to the way they are organized in the soccer field the PT prefers to play the 4.4.1 and 4.4.2 System while the BT does not accept numbers or geometrical forms about its tactic system. During the game, the coaches bet in trying to prevent the ball possession and their opponents at their defensive zone field, while attacking the BT

opts for the ball possession and the PT for a fast game. Regarding to the soccer teams’

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categories is needed. Despite taking the first steps in order to built up a model of game, the surveyed team is yet too far from achieving its goal.

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1. INTRODUÇÃO ... 9

2. OBJETIVOS ... 14

2.1. Objetivo Geral: ... 14

2.2. Objetivos Específicos: ... 14

3. REFERENCIAL TEÓRICO ... 15

3.1. Futebol, a importância sociocultural para o Brasil. ... 15

3.1.1 O futebol como desporto: Dinâmica do jogo ... 17

3.2. Modelo de jogo no futebol ... 20

3.2.1 Estruturas e objetivos do clube ... 23

3.2.2 Ideias dos treinadores ... 25

3.2.3. A cultura do futebol no país, estado e clube ... 30

3.2.4. Os momentos do jogo e seus princípios e subprincípios ... 33

3.2.5 Estruturas organizacionais ... 37

3.2.6 Capacidades e características dos jogadores ... 45

3.3O Processo de formação de um jogador de futebol ... 51

4. METODOLOGIA ... 55

4.1 Tipo de Pesquisa ... 55

4.2 Instrumentos e Procedimentos... 55

4.2.1 A entrevista semiestruturada ... 55

4.3 Procedimentos ... 56

4.4 População e amostra ... 59

4.4.1 Critérios de escolha do clube ... 60

4.4.2 Critérios para a escolha das categorias sub-20 e profissional ... 60

4.5 Análise e discussão de dados ... 61

5. ANÁLISES E DISCUSSÕES ... 63

5.1 Categorias de Análise ... 63

5.1.1 Formação profissional ... 63

5.1.2 O modelo de jogo adotado ... 66

5.1.3 A ideias de jogo do treinador ... 71

5.1.4 As estruturas e objetivos do clube ... 75

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5.1.7 O comportamento e as características dos atletas ... 87

5.1.8 Os momentos do jogo no futebol ... 93

5.1.9 O processo de formação no futebol ... 98

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 106

REFERÊNCIAS ... 111

APÊNDICE ... 117

APÊNDICE A: Roteiro da entrevista semiestruturada aos treinadores ... 118

APÊNDICE B: Carta de apresentação ... 121

APÊNDICE C: Termo de consentimento livre e esclarecido enviado aos treinadores da equipe ... 122

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1. INTRODUÇÃO

O futebol é o esporte mais popular no Brasil e no mundo (Balzano (2008) apud Rinck (2007)), e consequentemente no Estado do Ceará, pois mobiliza a população brasileira e cearense pela paixão por seus clubes do coração e a Seleção Canarinho. Conhecido como futebolarte, tendo em vista a qualidade técnica, capacidade de improvisação de seus jogadores e plasticidade das jogadas, o futebol brasileiro é visto por muitos estudiosos como uma expressão cultural do seu povo. De acordo com Balzano (2008) apud Da Matta (1882), o futebol brasileiro, abordado como esporte de massa, é uma forma de expressão da cultura local refletindo o sentimento, objetivos, desejos e manifestações da sociedade brasileira.

Assim, por ser um país de uma grande diversidade cultural, o futebol de cada região ou estado do Brasil se diferencia como seus costumes e crenças, fazendo com que cada um tenha uma maneira de jogar diferente, características diferentes e atletas com valências físicas, técnicas e táticas distintas. Para Kennito (2008), existem discrepâncias na maneira de jogar futebol em cada região ou estado do Brasil. Por exemplo, no Rio de Janeiro o futebol é jogado de maneira mais cadenciado prezando a posse de bola e a boa qualidade no passe. Já no Sul do país, segundo Damo (1998), por conta da influência europeia sofrida pela região, o futebol é jogado com mais intensidade e pegada, sendo um jogo mais forte e com uma maior disciplina tática.

Desta forma, a partir das características de cada região do país, os clubes começam a se identificar obtendo assim um modo de ver futebol e jogar o esporte. Esse modelo de jogo é visto como uma organização de como irá funcionar o trabalho do clube, desde as categorias de base até o profissional, no qual será observado a cultura, histórico, sociedade, objetivos, atletas e professores, para que o clube tenha uma forma de jogar singular.

Um modelo de jogo para Oliveira (2003) segue uma organização a partir de aspectos como a estrutura e objetivos do clube, cultura do país e do clube, momentos do jogo, organizações estruturais, princípios e subprincípios do jogo, ideias do treinador sobre o jogo e as características e capacidades dos atletas.

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consideração todas as fases de aprendizado das categorias de base até a categoria profissional, formando um atleta capaz de entender o jogo.

Segundo Paoli (2007), o principal objetivo do trabalho de formação é conseguir formar jogadores com uma boa base de conhecimento sobre o jogo, inteligentes e capazes de entender e se adaptar a qualquer sistema ou modelo de jogo.

Por conseguinte, equipes europeias, como o Futebol Club Barcelona, têm seu modelo de jogo, fazendo com que profissionais do clube, técnicos e atletas desde as categorias de base, se adéquem a seu princípio e forma de entender e jogar futebol. Para Lemos (2005) apud Vale (2003), princípios sólidos devem dar um norte para a formação no futebol e se algo for modificado que não seja esses princípios, e sim as pessoas, já que se os princípios forem modificados a cada novo profissional que venha para o clube, será difícil manter a identidade que é gerada a partir dos princípios preestabelecidos.

Sabedores disso, alguns clubes brasileiros também já aderem a um modelo de jogo como forma de organização do seu futebol. Grandes equipes do sul e sudeste, estruturalmente mais desenvolvidos, com centro de treinamentos integrados para todas as categorias, trabalham da formação até o mais alto rendimento implantando seu modelo de jogo, conseguindo assim uma melhor formação dos atletas das categorias de base e um maior aproveitamento desses atletas no elenco profissional, gerando novos valores para o clube com relação aos objetivos traçados para as competições e para benefícios financeiros no presente e futuro.

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o trabalho desde as categorias de base até a equipe profissional não fosse realizado de forma integrada, sem interação dos profissionais e professores de cada categoria do clube, e sem um modelo de jogo pré-determinado pelo clube.

De acordo com Moita (2008) apud Leal e Quinta (2001) o modelo de jogo implantado na formação de base deve ter como referência o modelo da equipe principal ou então que seja somente um modelo para as categorias, sendo respeitadas as diferenças para cada escalão.

Existem afirmações e conceitos do senso comum (torcida e imprensa) que não existe um trabalho coeso entre as categorias de base e o futebol profissional no Ceará. Desta forma, este estudo pretende responder as seguintes questões: Existe um trabalho integrado entre as categorias de base e a equipe profissional nos clubes de futebol da cidade de Fortaleza? Os clubes da capital do Estado do Ceará possuem um modelo de jogo próprio? O presente trabalho pretende esclarecer essas e mais dúvidas que possam vir a ser geradas pelo tema. O futebol será estudado em sua base técnica e tática, analisando o modelo de jogo, sua construção, importância e objetivos, buscando verificar se o futebol cearense se utiliza desse método para a formação e interação das categorias de base com o futebol profissional.

Por ser aluno de Educação Física, atleta de futebol e futsal, torcedor e apaixonado pelo esporte, aprofundar meus conhecimentos sobre o futebol local, com objetivo de ter um conhecimento seguro sobre essa área desportiva que almejo seguir profissionalmente.

Este trabalho procura servir a sociedade como fonte informativa de como é organizado o trabalho de um clube profissional de futebol da cidade de Fortaleza, desde as categorias de base até a equipe profissional, dando-lhes uma fonte segura de informação e lhes tirando do senso comum imposto por grande parte da mídia local, também contribuirá com a ciência mostrando se os clubes cearenses possuem ou não um modelo de jogo concreto desde sua categoria de base, ajudando assim em futuras pesquisas sobre o futebol cearense.

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No segundo capitulo da pesquisa abordo o tema que norteia o trabalho, o modelo de jogo, mostrando o que é esse modelo no futebol e o que o compõe segundo a visão de Oliveira (2006) e Casarim e Esteves (2010) e Mendes (2015) também a importância de criar uma maneira de jogar e implantar esse método de trabalho em todas as categorias do clube ajudando a alcanças, todos os objetivos do clube na visão de Casarim et al (2011) e Oliveira (2003).

No terceiro capitulo apresento a influência das ideias dos treinadores no modelo de jogo a partir da fala de Pinho (2009) e Oliveira (2006), citando também alguns dos grandes treinadores do futebol brasileiro e mundial a partir das visões sobre futebol.

No quarto capítulo falo sobre a influência cultural do país, da região e do clube na formação de um modelo de jogo, identificando os diferentes estilos de futebol de acordo com Damo (2005) e Paoli (2007), além de mostrar um pouco da cultura do futebol do Nordeste e do Ceará segundo Vasconcelos (2011) e Damasceno (2002).

No quinto capitulo abordo os momentos do jogo, princípios e subprincípios que podem influenciar o modelo de jogo de acordo com Silva (2008), Garganta (1997) e apresento os quatro momentos do jogo junto com seus objetivos, segundo Casarim e Esteves (2010).

Disserto no sexto capítulo sobre as estruturas organizacionais do futebol, mostrando a evolução dessa organização tática, o que são os sistemas táticos e suas divisões de acordo com alguns autores como Parreira (2005) e Grando (2014) também apresento alguns sistemas táticos, suas variações táticas e objetivos além dos tipos de marcação no futebol na perspectiva de autores como Drubski (2003) e Melo (2000). No sétimo capítulo capitulo, complemento o modelo de jogo, abordando capacidades, características e função dentro do jogo dos jogadores de futebol e a importância da carga tática individual de acordo com Balzano e Oliveira (2014), Quina (2001) e Frota (2012), apresentando as ações de cada posição nos diferentes momentos do jogo.

No oitavo capítulo abordo o processo de formação de novos atletas, apresentando as características de um jogador com talento e a forma do clube construir esse talento além dos objetivos dos clubes com a formação de novos jogadores na visão de Paoli (2007), Ferreira e Paim (2011) e Damo (2005).

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investigação de acordo com Rodrigues (2007) e Gil (2008), informando o enquadramento do trabalho nessa metodologia, além de apresentar a entrevista semiestruturada como o instrumento utilizado para a coleta dos dados da pesquisa e sua importância na visão de Negrine (1999). A seguir, descrevo como ocorreu a investigação, apresentando as dificuldades de conseguir entrar dentro de um clube de futebol profissional e como a coleta de dados aconteceu. Apresento também os treinadores TB e TP como a população investigada, juntamente com um breve histórico sociocultural e profissional de cada participante da pesquisa a fim de a partir de uma análise da formação de casa um, buscar um maior entendimento sobre as respostas dos mesmos em relação ao tema abordado na pesquisa.

No mesmo capitulo apresento os critérios de escolha do clube estudado e das categorias profissional e sub 20. Ainda na metodologia, apresento como será realizado a análise dos resultados, utilizando a técnica de análise de conteúdo de Bardin (2002), dividindo o tema abordado em nove categorias de análises com o objetivo de um melhor entendimento de cada núcleo do tema: Formação profissional; o modelo de jogo adotado, as ideias do treinador, as estruturas e objetivos do clube; a cultura e sua influência no futebol; as estruturas organizacionais do jogo; os comportamentos e características dos atletas; os momentos do jogo no futebol e o processo de formação no futebol.

Nas análises e discussões, analiso individualmente as categorias apresentadas a partir da relação entre as respostas obtidas dos treinadores nas entrevistas realizadas juntamente com o material teórico colhido para dar base à pesquisa.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral:

Comparar os modelos de jogo das equipes sub 20 e profissional de um clube de futebol da cidade de Fortaleza.

2.2. Objetivos Específicos:

- Conhecer as ideias relacionadas ao futebol dos treinadores da categoria sub 20 e profissional.

- Verificar os objetivos e as estruturas físicas do clube, para a categoria sub 20 e profissional, na perspectiva de seus treinadores.

- Conhecer a cultura do clube, na perspectiva dos treinadores da categoria sub 20 e profissional.

- Verificar as estruturas organizacionais da equipe sub 20 e profissional, na perspectiva de seus treinadores.

- Averiguar as características e os comportamentos dos jogadores do clube, na perspectiva dos treinadores da categoria sub 20 e profissional.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. Futebol, a importância sociocultural para o Brasil.

O futebol no Brasil é tido na visão de muitos estudiosos como uma expressão cultural do povo brasileiro. Para Teixeira da Silva e Santos (2006), os brasileiros aprendem desde o início de sua formação na sociedade que o futebol é uma exclusividade nacional assim como o carnaval, samba e as mulatas. Já Balzano (2008) apud Da Matta (1882), fala que o futebol brasileiro, abordado como esporte de massa é uma forma de expressão da cultura local refletindo o sentimento, objetivos, desejos e manifestações da sociedade brasileira.

Assim, este esporte de rendimento cheio de glamour mexe cada vez mais com o imaginário das pessoas, fazendo com que famílias brasileiras vejam no futebol um meio para ascensão social. As crianças de classe baixa cada vez mais sonham em ser jogadores de futebol, ajudar a família, ter belos carros, etc. Para Balzano (2012) apud Rosa (2009), esses garotos sonham com a fama e com o dinheiro, e veem no futebol o único caminho possível para o sucesso, entretanto não sabem que apenas uma minoria dos jovens atinge a categoria principal, passando por grandes dificuldades durante esse caminho.

O futebol, nos dias atuais, é um mecanismo de mobilização da sociedade brasileira, que trata este esporte como uma paixão nacional. E sendo um dos países da América latina que mais expressa seu sentimento de amor e frustração, expressando hábitos, costumes e identidade por meio de sua cultura futebolística. Balzano (2008) apud Rinke (2007) fala que o futebol é muito mais que um jogo, vai muito além de apenas um produto, o futebol é um espetáculo que deve ser pensado e discutido.

Segundo Balzano (2008) apud Da Matta (1982), é importante que o futebol seja visto além da sua funcionalidade, pois desta maneira será possível entender a função política e social de um esporte que traz a público, vários conflitos da sociedade. Balzano (2008) apud Da Matta (1982) completa que o jogo de futebol é um momento definido da vida em sociedade, não apenas um jogo, podendo ser um meio de mostrar para a sociedade dificuldades importantes da mesma mostrando a real importância do esporte para a sociedade moderna.

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investigadores e historiadores como Dunning (1986), Bourdieu (1986) e Huinzinga (2001) falam de quatro fatores importantes:

- Sua fácil maneira de jogar, com regras simples, podendo ser praticado em qualquer lugar com apenas um simples instrumento que é a bola.

- Seu realce está no corpo, dando assim referência a ideais masculinos. - A emoção que o esporte gera nos praticantes e sociedade, mostrando a vivência do povo e servindo como uma saída para alguns problemas sociais

- Seu modo ritual, por meio da escolha de um time para torcer, com o

“compromisso” de usar o terno de seu clube do coração e ir ao estádio torcer, cantar

as músicas e o hino do clube, etc.

Essa paixão do brasileiro pelo futebol e a enorme popularidade do esporte faz com que os brasileiros torçam por suas equipes do coração, muitos torcendo por uma mesma equipe, mas de maneiras e intensidades diferentes. Temos torcedores casuais que acompanham o time em bares, e em ocasiões especiais vão ao estádio de futebol, torcedores que acompanham o time nas mídias sociais, vão ao estádio constantemente e veem o esporte mais com a razão do que com a paixão, temos torcedores fanáticos que pagam planos mensais ou anuais para ajudar o clube.

Além desses torcedores, existem os que participam das torcidas organizadas que usam camisas relacionadas ao grupo que participam, buscando organizar as festas nos jogos da equipe e muitas vezes são responsabilizados por práticas de vandalismo antes, durante e depois das partidas.

Assim, Teixeira da Silva e Santos (2006) descrevem que os esportes coletivos como o futebol, possuem uma evidente capacidade de influenciar grupos coletivos como bairros, cidades, estados e países, fazendo com que as torcidas defendam seus clubes como nações, vendo em torcedores rivais inimigos, traçando nos estádios fronteiras que não podem ser ultrapassadas, cantando músicas de louvar e adorando o uniforme do seu clube como um manto sagrado exibindo com orgulho sua bandeira.

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afastando o povo mais humilde dos palcos, dando espaço a um público de melhor condição financeira deixando assim o futuro do futebol para a sociedade incerta.

O futebol é uma forma que boa parte da sociedade brasileira encontrou para se expressar. É uma maneira de expressar suas emoções profundas, tais como paixão, ódio, felicidade, tristeza, prazer, dor, fidelidade, coragem, fraqueza e muitas outras.

3.1.1 O futebol como desporto: Dinâmica do jogo

O futebol é um esporte jogado com uma bola que tem como objetivo

principal o “gol”, ou seja, conseguir colocar a bola dentro da meta adversária. Ao

término do tempo, ganha a partida quem conseguir fazer mais gols em seu adversário. Este esporte coletivo é disputado por 2 equipes de 11 jogadores cada, vestidas com ternos de cores diferentes, sendo 1 goleiro e 10 jogadores de linha, regulado por dezessete regras que serão aplicadas dentro do campo de jogo por um árbitro principal, dois árbitros assistentes e um quarto árbitro, estes podem punir os atletas por suas ações dentro do campo com o cartão amarelo que significa advertência e com o cartão vermelho significando exclusão. O jogo é realizado num campo gramado retangular com dimensões de comprimento podendo variar de 120 até 90 metros e largura variando entre 90 a 45 metros, podendo haver diferenças como o tipo de grama, o nivelamento do terreno etc. A partida tem duração de 90 minutos, sendo dividida em dois tempos de 45 minutos corridos com 15 minutos de intervalo entre eles que tem como objetivo ajudar os atletas na recuperação física por conta do esforço do jogo. (CARRAVETTA, 2012)

Os jogos de futebol para Carravetta (2012) são baseados no seu regulamento, tendo a competição e a motricidade humana como algumas de suas propriedades, definindo assim como o jogo será configurado, propondo autorizações e proibições sobre o jogo. Com isso a dinâmica funcional do jogo se dá pelo comportamento das ações motoras do atleta de futebol em conexão com algumas características do esporte como o número de jogadores em campo, o tempo de jogo e o terreno onde será praticado.

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imprevisível gerando incertezas nas ações do jogo, podendo, durante uma partida, serem provocadas constantes situações de instabilidades, imprecisões e inseguranças nas ações técnico-táticas do atleta e da equipe.

Paoli (2007) afirma que as regras do jogo estão relacionadas diretamente com a dinâmica do jogo e com os elementos táticos, técnicos e físicos do esporte. Pela imprevisibilidade do esporte, o jogador de futebol é desafiado durante o jogo a tomar decisões corajosas, criativas e irreverentes, improvisar e contar com a sorte, sendo assim um dos subsídios que faz o futebol ser um esporte que empolga tantas pessoas.

No futebol, os fundamentos técnicos dos atletas constituem-se de ações motoras especializadas que ajudam na resolução dos enigmas que o jogo cria. (SANTOS FILHO, 2002)

Os fundamentos do futebol são o passe, o drible, o chute, o cabeceio, o desarme e o domínio/controle de bola com diferentes partes do corpo. Existem inúmeras variações desses fundamentos, assim como a ação conjunta, por exemplo, controlar a bola durante um drible ou dominar e chutar.

Para Ré (2008), a execução de determinada ação está diretamente ligada à necessidade do jogo, logo, é difícil prever seu resultado sem considerar tal necessidade, fato que exige um forte envolvimento cognitivo durante a execução dos fundamentos. Por exemplo, caso o executante não saiba realizar um drible, essa não seria melhor decisão, mesmo que no contexto do jogo fosse a opção mais adequada. Portanto, o processo de tomada de decisão deve ser visto como uma manifestação da interação entre os aspectos individuais e as condições situacionais do jogo.

Essa característica do futebol dificulta um maior entendimento dos fatores relacionados ao desempenho nos jogos, pois é possível que o (a) jogador (a) compense uma eventual deficiência técnica com uma grande eficiência no processamento cognitivo de tomada de decisão. Ao mesmo tempo, a interação de diversas variáveis dificulta um prognóstico do desempenho a partir de medidas isoladas de capacidade técnica (RÉ, 2008).

As ações técnicas no futebol estão relacionadas as ações táticas do atleta no jogo, por intermédio da aplicação de exercícios que simule diferentes situações do jogo (RÉ; BARBANTI, 2006).

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aplicação dos elementos técnicos (fundamentos) e físicos. A escolha da tática depende do nível técnico dos jogadores, das capacidades físicas, da tática do adversário, do nível de preparação dos jogadores, assim como dos fatores exteriores (objetivos pedagógicos, metas a serem atingidas, etc.). A tática coletiva exprime-se, em grande medida, através do sistema de jogo adotado.

Ré (2008) entende por “sistema de jogo” uma determinada distribuição dos

jogadores na área de jogo e a suas respectivas funções. Existem sistemas (táticos) no futebol que priorizam o ataque ou a defesa.

O futebol caracteriza-se no aspecto físico pela execução de esforços de caráter intermitente, ou seja, há uma intercalação entre esforços de elevada intensidade e períodos de recuperação. Estes períodos de esforço e recuperação dependem muito das características do jogo e dos jogadores. (RÉ, 2008).

Para Cunha (2005), o esforço físico no futebol apresenta características particulares nos diversos movimentos do jogo, sendo então difícil de ser caracterizado. Por ser um jogo fisiologicamente muito complexo com gestos específicos que evidenciam um tipo de esforço especifico para vários momentos do jogo utilizando-se de diferentes fontes energéticas em termos metabólicos.

Já Santos; Soares (2001) afirmam que o jogador de futebol, por conta do seu esforço e diferentes intensidades impostas pelo jogo, tende a privilegiar durante seu treinamento, aspectos distintos como a resistência aeróbia e anaeróbia, a força explosiva e a velocidade.

Este esporte de alto rendimento vem sofrendo um processo evolutivo que o torna cada vez mais competitivo (GUIA; FERREIRA; PEIXOTO 2004).

Essa modernização do futebol como um espetáculo tem uma conexão com o desenvolvimento dos métodos e sistemas de jogo, organização tática, na condição física dos jogadores e posicionamento em campo (MATTOS E JABUR, 2008 apud SOARES, 2000).

O jogador de futebol deve fazer analogias e organizar as informações de suas ações dentro do jogo, sabendo assim o que fazer numa determinada situação, em que momento tomar uma decisão, em que lugar fazer e como fazer, apresentando responsabilidades durante o jogo com a posse de bola e sem a posse da bola (BALZANO, 2014).

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quando confronta adversários que já atingiram um patamar maior de organização neste desporto. Vivemos uma dicotomia no Brasil, reverenciamos os grandes jogadores do passado, lembrando das conquistas com ênfase no individualismo, e ao mesmo tempo queremos um futebol moderno com ênfase na organização tática e coletiva.

3.2. Modelo de jogo no futebol

Entende-se o Modelo de Jogo como uma ideia, constituída de princípios, subprincípios, que estão engajados dentro dos momentos do jogo (ataque/defesa/transições), conecta-se com as ideias do treinador, com as capacidades e características dos jogadores, com as organizações estruturais da equipe, bem como a cultura local, as condições e objetivos do clube, articulando-se entre si, ocasionando uma organização funcional para a equipe (OLIVEIRA, 2006).

Para o autor o modelo de jogo tem como objetivo, criar uma identidade do clube, o modelo de jogo se mostra essencial na formação dos atletas das categorias de base, ajudando-os a conhecer o clube e entender como a equipe vê e joga o futebol, fazendo com que o seu ingresso na equipe profissional aconteça de forma planejada levando em consideração todas as fases de aprendizado das categorias de base até a categoria profissional, formando um atleta capaz de entender o jogo.

Esse modelo de se jogar tem como finalidade buscar o desenvolvimento do processo de preparação, organizar e esboçar um caminho e metas e passos a serem dados para atingir os resultados. O modelo de jogo busca desenvolver uma maneira de treinar coerente e específica para a equipe com o objetivo de criar uma forma de jogar orientadas pelos princípios do jogo em seus quatro momentos dentro do campo, são eles, organização defensiva e ofensiva, transição defensiva e ofensiva(CASARIN ET AL, 2011).

O modelo de jogo deve ser analisado como um mecanismo utilizado por todos os profissionais do clube, facilitando as transições entre jogadores para diferentes categorias e consequentemente facilitando a adaptação as novas e mais complexas formas de jogar.(CASARIN ET AL, 2011)

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antecipar o período de adaptação do mesmo na categoria, que acontece por conta da falta de uma organização das ideias corriqueiras nas diversas categorias.(CASARIN ET AL, 2012)

Ainda segundo Casarin et al (2011), se um modelo de jogo fosse utilizado pelos clubes em todas as categorias, poderia então ser a solução de muitos problemas que atingem a formação do um atleta que chega ao profissional como, por exemplo, os jogadores chamados de “eternas promessas”.

Essas “eternas promessas” possuem uma técnica elevada, têm um bom desenvolvimento físico e um grande talento, no entanto, não conseguem adquirir um conhecimento sobre o jogo suficiente para entendê-lo como um esporte coletivo de invasão, no qual o domínio do objeto e do território é sua importância.

Isso acontece muitas vezes porque os profissionais responsáveis pelas categorias não realizam um trabalho conjunto e harmônico entre as categorias, especialmente porque os clubes não possuem uma maneira única de trabalhar e um modelo de jogo bem definido, deixando assim, profissionais sem qualificação, que muitas vezes apenas são reprodutores de experiências passadas organizarem os trabalhos sem real conhecimento do processo.

Para Casarin et al (2011), além de possuir um modelo de jogo formado é necessário se habituar e se adaptar a partir dos treinamentos, possuindo como referência o modelo para atingir a forma de jogar desejada. Essa modelagem carece de ser realizada todos os dias, mediante a implantação de exercícios específicos relacionados diretamente aos conceitos de jogo que se almeja trabalhar. Esses exercícios devem interligar todas as dimensões que o jogo oferece, trabalhadas de forma simultânea com o processe individual e coletivo e que avaliem o clube, os atletas, o jogo, o modelo de treino e de jogo como estruturas independentes, complexas e que se complementam.

Para Oliveira (2003), o modelo de jogo é fator principal para idealizar e desenvolver um processo específico de criação de uma maneira de jogar. Neste sentido, para o autor, o modelo de jogo forma uma organização, ou seja, um conjunto de princípios que por meio dos atletas e treinadores se desenvolve uma forma de jogar da equipe, estabelecendo “um sentido de missão coletiva” à dinâmica do sistema.

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entendimento e maneira de se jogar do esporte, a partir de um padrão preestabelecido, sem perda de identidade (MENDES, 2015 apud MACIEL, 2011).

Por isso, o desenho do modelo é resultado do planejamento e desenvolvimento dos princípios para fornecer uma identidade para o jogo. Desta forma, determina uma melhor capacidade de decisão gerada pelos princípios de ação nos quais o treinador e jogadores avaliam e decodificam os fatos do jogo e a evolução do processo de organização do jogo. Portanto, é por meio do modelo que se idealizam e ponderam as intenções e os acontecimentos de todo o processo que se é pretendido (MENDES, 2015 apud LE MOIGNE, 1994).

De acordo com Gomes (2008), não existe um modelo de jogo que se encaixe de maneira universal para todas as equipes, já que cada clube possui uma cultura de jogo e cada treinador, suas concepções e adaptações a essa cultura. Estes fatores são determinantes para originar os princípios de jogo individuais de cada equipe. O processo busca concentrar na aquisição de definidas regularidades da forma de jogar da equipe por meio da realização dos princípios do modelo de jogo adotando-se por isso, num treino específico.

O modelo de jogo é a referência que o clube deve seguir no seu trabalho desde o início até o final da temporada, sendo assim irracional projetar e preparar um time de futebol sem refletir e criar esse modelo que servirá como referência para atingir os objetivos do clube (CASARIN & ESTEVES, 2010).

Uma equipe que segue um modelo de jogo possui princípios para se jogar, sendo assim, a partir das orientações e direcionamento proposto pelo treinador, os jogadores treinam e jogam futebol seguindo os princípios que a equipe possui com o objetivo de buscar a vitória nas partidas e competições.

Nos dias atuais, o futebol está sendo formado por muitas competições e elevados números de jogos que exigem uma constante qualidade e organização dos times. A partir disso, a implantação de um modelo de jogo se faz importante.

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3.2.1 Estruturas e objetivos do clube

A busca por resultados pelos clubes de futebol é quase incessante. Os clubes têm como principal objetivo a busca de títulos, bons resultados dentro do campo, que, a partir desses resultados, trará consequências fora das quatro linhas como, reconhecimento e projeção internacional e rentabilidade (CARRAVETTA, 2012).

Entretanto, segundo o mesmo autor, para conseguir estes objetivos, tanto dentro quanto fora de campo, se faz necessário uma boa estrutura de clube que contemplem diferentes aspectos que norteiam o esporte. Competentes, organizadas, eficientes e adaptadas ao novo Código Civil e às exigências que o mercado futebolístico faz, servindo de alicerce para o alto rendimento dos atletas em campo e consequentemente as conquistas tão cobradas pelos torcedores.

Assim, o clube deve envolver funções, definições e princípios que busque atender um modelo de gerir o clube a partir dos objetivos traçados por ele para se alcançar o sucesso, objetivos esses, colocados em avaliação por meio da formação de novos jogadores talentosos, viabilidade do clube e grau de satisfação dos torcedores, entre outros. (PEREIRA, 2004 APUD LEOCINI & SILVA, 2000)

Carravetta (2012) fala que o resultado dessa nova maneira de estruturar o futebol buscando seus objetivos, foi a criação de diversos setores nos clubes, geridos por especialistas em cada assunto abordado. Buscando se organizar a partir da alta diretoria, representada pelo presidente e vice-presidente, que definem a política geral do clube, seus objetivos, metas e os meios para se atingir essas metas, até alguns setores como o de Futebol; Marketing e negócios; Administração e Finanças e Comunicação.

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Negócio buscam viabilizar novos empreendimentos como a construção de estádio próprio, centro de treinamento e estabelecem parcerias para compra e venda de jogadores; s Gestores Administrativos são responsáveis por cuidar das pessoas que trabalham dentro do clube, buscando aprimorá-las e integra-las entro de um bom ambiente de trabalho. Além disso, são responsáveis pela compra e distribuição de matérias indispensáveis para as atividades do clube; e os Gestores de Finanças que buscam implantar fundos de investimento desvinculados do clube, sendo responsáveis pela relação com os bancos coordenando a política financeira da instituição.

Para Pereira (2004), apud, Brunoro & Afif (1997), alguns departamentos devem estar presentes dentro de um clube de futebol, cada um desses departamentos com sua função determinada, o departamento técnico cuida da operação da equipe tanto no futebol profissional como no setor amador das categorias de base; o departamento administrativo e recursos humanos dão suporte ao futebol, apoiando o departamento técnico nas ações burocráticas, logísticas em viagens e internas do clube; o Departamento de marketing procura tirar o máximo de lucro da imagem e marca do clube, valorizando a marca da equipe; o departamento financeiro, que, subordinado a administração do clube, é responsável pelo controle financeiro do clube e o departamento de patrimônio, responsável pela estrutura física do clube, centro de treinamento, estádio, campos, etc.

Assim, Pereira (2004) apud, Leocini & Silva (2000), ao avaliar a maneira de gerir um clube de futebol, mostra ser necessário apresentar características importantes tomando como exemplo alguns clubes europeus como o Barcelona FC, o Manchester United e o italiano Milan, características essas identificadas por um modelo de gestão sólida com um administração solida que atue por tempo prévio de pelo menos 5 anos, modelo esse que tenha o lucro e os resultados dentro das metas traçadas pelo clube e um modelo que permita um acesso prático as informações necessárias para ser analisado.

Para Carravetta (2012), toda essa estrutura é importante para que os clubes consigam atingir seus principais objetivos que são: a Conquista de títulos; a Formação de novos talentos; a Comercialização de jogadores; Disciplina e organização e Crescimento do seu patrimônio.

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transformações de paradigmas em relação a gestão do futebol e não conseguem seguir critérios de estabilidade.

Para o trabalho das categorias de base, Paoli (2007) cita que há necessidade de se oferecer uma boa estrutura com campos de treinamentos, alojamentos e recursos matérias que supram as necessidades de todas as categorias e bom suporte científico, como departamento de musculação, fisiologia, médico e dentário, social e psicológica, boa alimentação, moradia e educação, além de bons profissionais, qualificados e de uma filosofia que norteie todo o trabalho.

Percebe-se no futebol atual, que cada vez mais a organização fora do campo de jogo é um fator primordial para a conquista dos objetivos traçados pelo clube. Entretanto, para que ocorra uma mudança na organização do futebol brasileiro é necessária uma mudança na maneira de gerenciar o esporte. Esporte esse que o Brasil sempre foi referência e reconhecido por suas vitórias e superioridade técnica em relação aos outros países, mas, nos dias atuais sofre pela falta de organização e planejamento, diminuindo seu papel de protagonista e de referência mundial.

3.2.2 Ideias dos treinadores

Segundo Pinho (2009) existem vários conceitos e formas de entender o treinador de futebol, que é um dos principais responsáveis pelo processo de evolução do esporte. As diferentes opiniões e formas de enxergar o jogo mostra a importância de compreender cada vez mais a relevância desse profissional.

Partindo dessa importância, o treinador, tem o objetivo de assumir a responsabilidade sobre a formatação e organização dos treinos e da competição, respeitando as individualidades de seus comandados, ajudando a desenvolver a personalidade dos atletas por meio da responsabilidade e da autonomia (PINHO, 2009 apud MESQUITA, 2005).

Assim, a formação acadêmica de profissional se faz importante e pode influenciar nas decisões e organização de uma equipe (LOPES e SILVA 2009), entretanto, essa formação não irá caracterizar o treinador como superior aos demais, mas dará a ele um maior conhecimento (FREIRE, 1998).

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Experiências essas que segundo o autor Eibmann et al. (1998) não podem ser desprezadas. Talamoni (2013) apud Melo (2000) declara que essas experiências não fazem com que o treinador de uma equipe seja um bom treinador. Para Talamoni (2013) apud Pereira (2006) é necessário uma formação e realização de aprofundamentos como cursos e palestras.

Segundo Pinho (2009) apud Siedentop e Eldar (1989), os treinadores de futebol importantes são aqueles que demonstram uma melhor tomada de decisão, respostas adequadas e rápidas para as situações adversas, comportamentos de acordo com a realidade, podendo ser articulados de forma mais complexa, analisar a sua própria competência e amplo repertório técnico.

Pinho (2009) apud Graça (1997) e Mesquita (1998), cita que um professor/treinador especializado deve ter a capacidade de adaptar seus conhecimentos às situações adversas do jogo, significando um vasto conhecimento tático.

O grau de excelência dos treinadores pode estar relacionado com a filosofia em potencializar as específicas capacidades de cada atleta fazendo com que, o atleta tenha o seu melhor desempenho (PINHO, 2009 apud GLUTC, 1997 CIT POR PAULA, 2005).

Os treinadores de excelência também se diferenciam dos demais treinadores a partir de algumas características e capacidades como, a competência técnica que busca potencializar o desempenho de seus atletas levando em consideração seu conhecimento sobre o jogo, no qual está inserido todo seu entendimento teórico sobre o jogo e modalidade e adaptação ao contexto de trabalho, sendo levadas em consideração as condições do clube, região que está inserido, etc.

Competências pessoais e de liderança, onde se é levado em consideração a personalidade e caráter, na maneira de tomar decisões, na liderança sobre o grupo de jogadores, motivação que será passada aos atletas e seu compromisso com a profissão; e a competência de comunicação, tanto da maneira do treinador de elite lidar com a imprensa e meios de comunicação, quanto com seus atletas (PINHO, 2009).

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do treinador em relação a jogadores mais novos e até mais velhos; e o cumprimento dos objetivos propostos, independente das conquistas.

Neste espaço da pesquisa cito a ideia de futebol de alguns treinadores consagrados.

Carlo Ancelotti busca constituir uma organização ofensiva e defensiva a

partir da formação de uma “Árvore de Natal”, procurando manter um posicionamento correto onde, os zagueiros centrais ficam mais abertos, os laterais aderem uma posição mais alta, os médios laterais, colocados ao lado dos médios centro adversário; o médio centro preparado para uma inversão de lado no jogo; Pontas de lança preparados para atacar em profundidade (SITE: TATICALPEDIA.COM).

O ex treinador do Real Madrid, também é identificado pelo “contra-taka”

onde o contra-ataque significa atacar com velocidade o espaço que há nas costas dos adversários com um passe direto para um companheiro que se oferece em profundidade, aproveitando a amplitude do campo em toda sua totalidade (SITE: TATICALPEDIA.COM).

Pep Guardiola, atual treinador do FC Bayern Munique, reconhecido por muitos como o melhor técnico de futebol do mundo, utilizou, na partida que garantiu o título nacional da equipe, ideias táticas de organização ofensiva buscando a princípio sempre a conservação da posse de bola com o recuo do médio centro para ajudar na organização e circulação da bola; condução de bola, desde a zona de início das ações ofensivas, a fim de confundir os adversários e dar liberdade para infiltrações dentro do sistema; apoio ao portador da bola; concentração de muitos jogadores no corredor central; aproveitando assim, espaço nas costas da defesa. Criador do modo “Tic-taka” de jogar, Guardiola preza as linhas de passe para a busca de objetivo. Em nível defensivo, o treinador cita a importância das Cooperações, Coberturas e Compensações (SITE: TATICALPEDIA.COM).

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possíveis segundas bolas; trabalho de “OVERLAPING” com ocupação de espaços a

partir de infiltrações por trás ou pela frente; e uma subida rápida e coordenada de todos os jogadores até a linha da grande área depois da retirada da bola nos escanteios. (SITE: TATICALPEDIA.COM)

Além das ideias táticas, Tite também se caracteriza por passar aos jogadores que, para se formar uma equipe vencedora, seus jogadores devem ser disciplinados, fazer sempre o seu melhor dentro de campo e respeitar o clube, jogadores e até torcedores adversários (SITE: TATICALPEDIA.COM).

Roger Machado, atual comandante do Grêmio – RS, e tido como um dos bons valores da nova safra de treinadores de futebol do país conseguiu implantar na sua equipe uma forma de jogar no qual a equipe tem como sistema base o 4-2-3-1, onde busca - se uma participação defensiva ativa de todos os jogadores, procurando diminuir os espaços do adversário e ao perder a posse de bola, buscar intensamente a retomada e recuperação da mesma, dificultando a organização ofensiva do oponente, criando superioridade numérica nos diferentes pontos do campo de jogo e fechando as linhas de passe, facilitando assim o trabalho de organização defensiva de sua equipe. Durante os momentos ofensivos, o treinador procura fazer com que haja aproximação dos jogadores pelo centro do gramado e alternativas também pelos lados do campo, buscando profundidade e infiltrações para surpreender a equipe adversária. (SITE: GLOBOESPORTE.COM)

Para o Roger, o futebol é feito por movimentações rápidas, aproximações, triangulações pelas diversas faixas do campo, criar e preencher espaços sendo ele, uma forma mais complexa e completa da tão utilizada brincadeira do “bobinho”, no

entanto com movimentação intensa onde, nesse caso, o “bobo” será a equipe

adversária. A equipe é organizada para de deslocar e jogar sempre em bloco, buscando sempre o equilíbrio nos diversos momentos do jogo. (SITE: GLOBOESPORTE.COM)

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Assim, o autor afirma que, com a metodologia de periodização tática Mourinho busca fazer com que seus atletas possuam uma série de intenções e ações previamente determinadas de acordo com a maneira de jogar, e posteriormente, incrementar intenções e ações não determinadas, como o improviso, ações essas adequadas ao jogar como se foi pretendido.

De acordo com Oliveira (2006), José Mourinho tem como ideia tática principal ter a bola, sendo essa uma noção que os jogadores devem possuir sobre o futebol moderno, buscando sempre uma constante circulação da bola procurando estar sempre bem posicionados dentro de campo para que isso aconteça, posicionamento esse pré-determinado que irá permitir aos jogadores anteciparem a ação. Atacar utilizando o maior espaço de campo possível e defender com as linhas de marcação bem próximas e uma reação rápida ao perder a bola.

Segundo Oliveira (2006), Mourinho diz que o objetivo do seu trabalho é que os atletas de sua equipe entendam e acreditem na maneira de jogar organizada e pré-determinada

Para José Mourinho, o modelo de jogo é o mais importante para sua equipe de futebol, podendo haver, dependendo do adversário, mudanças posicionais ou até de jogadores. Entretanto, essas mudanças não modificam os princípios, sistemas característicos da equipe, definidos e operacionalizados ao longo do trabalho por meio do treino e da repetição fazendo com que a equipe jogue em qualquer lugar e contra qualquer adversário confiando no seu potencial e praticando um futebol característico seu. Segundo Mourinho, o objetivo do seu trabalho é que os atletas de sua equipe, entendam e acreditem na maneira de jogar organizada e pré-determinada, não porque alguém está falando isso, mas sim porque, para eles, aquela será a melhor forma de fazer e conseguir os objetivos. (OLIVEIRA, 2006)

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3.2.3. A cultura do futebol no país, estado e clube

Damo (1998) apresenta características do futebol brasileiro e do futebol europeu, o Futebol-Arte ao Futebol-Força. Segundo o autor, nas características do futebol brasileiro identifica-se o espetáculo; artístico; Dionisíaco; Barroco; Intuitivo; Natureza; Dom; Rua; Jogo; Individual; Agilidade; Habilidade; Malandro; Candomblé e o futebol arte. Já no futebol europeu identifica-se a Eficiência; Competitividade; Apolíneo; Clássico; Racional; Cultura; Aprendizado; Clube/ Escola; Esporte; Coletivo; Rigidez; Força; Caxias; Catolicismo/ Protestantismo e o Futebol Força.

Essas características que identificam a maneira de jogar do futebol brasileiro e europeu estão cada vez mais se interligando entre si. O futebol europeu busca a individualidade brasileira para ser o diferencial dentro da equipe e o futebol brasileiro busca a organização e força europeia para servir como trunfo nas partidas e campeonatos.

Para Balzano (2008) apud Florenzano (1998), o futebol força surgiu na Copa do Mundo de 1966 e se caracterizou por apresentar jogadores europeus com grandes vigores físicos e disciplina tática. O futebol-força foi uma maneira encontrada pelos europeus para neutralizar a escola sul-americana.

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surgir um novo estilo de se praticar futebol, ele foi importado e rapidamente passou a fazer parte do meio futebolístico brasileiro.

Paoli (2007) cita dois estilos que são mais evidentes de futebol, o futebol arte e o futebol força, onde podemos observar que no Brasil o futebol arte participou de forma decisiva da construção da identidade futebolística nacional. Ainda segundo o autor, o futebol-arte caracterizar-se, dentre outros fatores pelo atleta que pode individualmente desequilibrar uma partida com jogadas de efeito por sua habilidade técnica e astúcia no momento da ação.

Entretanto, conforme Soares e Paoli (2007) apud Lovisolo (2003), a contradição que se apresenta no futebol contemporâneo praticado é que a identidade do futebol brasileiro construído a partir da improvisação, belos lances, não está sendo construída apenas pelos jogadores de grande habilidade, dando espaço também para outros tipos de jogadores que privilegiam a força.

Hoje, o futebol brasileiro mostra cada vez mais sofrer influência do estilo de jogo europeu, modificando sua forma de jogar e prezando mais a defesa do que o ataque, que sempre foi a maior característica do nosso futebol.

A cultura de cada país pode influenciar diretamente no seu estilo de jogo. (DAMO, 1998). Da mesma forma que os países possuem hábitos, costumes, características diferentes, o futebol também possui características singulares. (DAOLIO, 2005)

De acordo com Soares (2003) o “estilo brasileiro de futebol” é caracterizado

pela alegria, dribles, improvisações, passes de calcanhar, etc.

Daolio (2005), fala que por ser um esporte jogado com os pés, o futebol no Brasil é comparado com outras expressões de sua cultura como a capoeira o samba, danças, além de ser uma forma de expressão individual, permitindo iniciativas particulares apesar de ser um esporte coletivo.

Soares (2003) fala que na definição do estilo do futebol brasileiro são enfatizadas as habilidades e capacidades individuais dos jogadores, como a improvisação, criatividade, produzindo ações inesperadas, onde o “craque” é

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Damo (1998) fala que, em um país tão extenso na sua geografia, com diferentes culturas e sociedade estrafegada, o futebol expressa as diversidades das regiões, diferenças étnicas, raciais, socioeconômicas, etc.

Para Damo (1998), existem discrepâncias na maneira de jogar futebol em cada região ou estado do Brasil. Por exemplo, no Rio de Janeiro onde a malandragem carioca é conhecida mundialmente e já foi berço de craques que marcarem o futebol brasileiro como Garrincha, Zico, Atílio e Júnior, possui um futebol jogado de maneira mais cadenciado, prezando a posso de bola e a boa qualidade no passe e até hoje

ainda levam essa característica do “malandro” estando sempre entre os melhores

clubes do Brasil.

O autor ainda fala que no Sul do país, por conta da influência europeia sofrida pela região, o futebol é jogado com mais intensidade e pegada, sendo um jogo mais forte e com uma maior disciplina tática. Damo (1998), falatórios e culturais da região acabaram se refletindo na maneira de jogar do futebol gaúcho, a Revolução Farroupilha (1835-45) à “Legalidade”, que deu sustentação a João Goulart após a

renúncia de Jânio Quadros, em 1961, passando pela Revolução Federalista (1893-95), a Coluna Prestes e a Revolução de 30, se somam a outros confrontos acontecidos na região ou nas suas fronteiras que classifica e caracteriza o gaúcho como um

“produto de guerra”.

De acordo com Vasconcelos (2011), as primeiras equipes nordestinas começaram a serem fundadas no século XIX. A cultura do Nordeste apresenta características que foram adquiridas de seus antepassados e possuem uma grande diversificação a que foi influenciada por indígenas, africanos e europeus.

Damasceno (2002) fala que ao chegar ao Ceará, o futebol provocou modificações nos setores sociais, industriais e culturais, promovendo um alerta sobre momentos de lazer.

O futebol cearense foi influenciado em sua construção pelo povoamento do seu território, que foi resultado da diversidade de povos que passaram ou habitaram o estado influenciando assim em características de sua população como altura, peso, cor da pele, entre outras. (VASCONCELOS, 2011)

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Podemos identificar essas características físicas nos principais nomes cearenses do futebol brasileiro dos últimos tempos, Clodoaldo, Yarlei e Osvaldo, atual

jogador do Fluminense/RJ, são exemplos de jogadores com baixa estatura e “cabeça chata”. Essas características do jogador cearense acabam sendo prejudiciais, na

maioria das vezes, no futebol praticado nos dias de hoje, onde a força física e jogadores altos estão sendo cada vez mais valorizados dentro dos esquemas táticos utilizados pelos treinadores que buscam uma maior consistência no sistema defensivo.

Para Vasconcelos (2011), devido à predominância socioeconômica e cultura do futebol da região sudeste sobre o nordeste, onde a mídia teve grande responsabilidade devida a sua influência dentro do futebol, a identidade do futebol cearense acabou sendo esquecida.

Pela possibilidade do baixo grau de escolaridade e influência das dificuldades culturais que o nordestino e o próprio cearense sofrem, grandes jogadores do futebol do estado acabam por encerrar suas carreiras profissionais cedo ou com seus nomes vinculados a atitudes de indisciplina extracampo, dificultando assim, o longo sucesso no futebol de alto nível.

Essas influências na forma de jogar e nas características dos jogadores, vem ocorrendo no Brasil desde as categorias de base dos clubes, fazendo com que se torne cada vez mais difícil a produção de jogadores que tenham as características

típicas do “craque” que os torcedores brasileiros tanto gostam, produzindo então, na

sua maioria, jogadores com menor qualidade individual, mas com melhor entendimento tático.

3.2.4. Os momentos do jogo e seus princípios e subprincípios

Segundo Silva (2008), o modelo de jogo tem como objetivo desenvolver uma organização e uma forma de jogar de acordo com os momentos que o jogo oferece. Estes momentos estão divididos em momentos de defesa, momentos de ataque e as transições entre esses dois momentos, a transição defesa\ataque e transição ataque\defesa.

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organização da equipe nesses diferentes momentos tenha uma articulação havendo assim uma relação entre os princípios dos diversos momentos do jogo.

Os princípios no futebol são as vertentes que orientam o pensamento tático dos jogadores que formam uma equipe de futebol, estes princípios participam da solução das dificuldades que são observadas em diferentes situações de jogo. (PIVETTI, 2012).

Segundo Garganta (1997), os princípios táticos englobam as movimentações e estão relacionados diretamente com as ações dos jogadores, com a consciência, o conhecimento tático e com os mecanismos motores.

Os princípios gerais segundo Garganta (1997) são ideias comuns aos outros princípios, tanto operacionais, quanto fundamentais e as diversas fases que o jogo oferece sendo dividido em três conceitos formados a partir das relações numéricas e espaciais entre os atletas da equipe e os jogadores adversários, não zonas de disputa pela bola. Segundo o autor, o princípio geral do conceito ataque é não permitir a inferioridade numérica, da transição defesa\ataque e ataque\defesa é evitar a igualdade numérica e da defesa é procurar criar a superioridade numérica.

Os princípios operacionais, de acordo com Garganta (1997) apud Bayer (1994) são as operações necessárias para tratar uma ou várias categorias de situações. Portanto, eles se relacionam a conceitos para as duas fases do jogo, sendo na Defesa, anular as situações de finalização, recuperar a bola, impedir a progressão do adversário, proteger a baliza e reduzir o espaço de jogo adversário e no ataque, conservar a bola, construir ações ofensivas, progredir pelo campo de jogo adversário, criar situações de finalização e finalizar à baliza adversária.

Os princípios fundamentais, segundo Garganta (1997), são um conjunto de regras de base que guiam as ações dos jogadores e da equipe nas fases de defesa e ataque da equipe, com o objetivo de criar situações de desequilíbrios na organização da equipe adversária, manter a organização da própria equipe e fazer com que os

jogadores tenham uma ação organizada no “centro de jogo”.

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ser realizado com progressão a caminho do gol, impedir a finalização a gol da equipe adversária; o princípio da cobertura defensiva onde se deve ser um novo obstáculo para o jogador adversário que está com a bola caso ele ultrapasse o atleta que está na contenção, passar confiança ao jogador que está na contenção para que ele seja agressivo e efetivo na marcação do portador da bola; o princípio do equilíbrio onde se procura assegurar a estabilidade defensiva na região de disputa de bola, apoiar os companheiros que estão fazendo a contenção e a cobertura, cobrir as linhas de passe que possam ser criadas, marcar os jogadores que possivelmente possam vir a receber a bola, fazer uma recuperação defensiva sobre o portador da bola e recuperar ou afastar a bola da zona onde ela está. O princípio da concentração para proteger com maior ênfase o gol, levar a ação ofensiva adversária para a zona de campo com menor risco para a sua meta e proporcionar maior pressão no centro do jogo; e o princípio da Unidade defensiva onde se busca fazer com que a equipe marque em bloco, diminuir a ação ofensiva da equipe adversária na sua largura e profundidade, reduzir o espaço do jogo, utilizando a linha de impedimento, anular as linhas de passe para jogadores que estão fora do centro de jogo e possibilitar a participação em uma próxima ação defensiva da equipe.

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equipe ataque em bloco, ofertar segurança nas ações de ataque no centro do jogo, preencher o centro do jogo com mais atletas e diminuir o espaço de jogo no campo defensivo.

Casarin e Esteves (2010) mostram exemplo de princípios e subprincípios adaptados. A organização ofensiva tem como princípio a circulação e posse da bola, e alguns subprincípios como, mobilidade, Apoio, Formação de figuras geométricas. Já a organização defensiva, tem como princípio a zona de pressão e pressão da equipe, em sua totalidade, em todos os setores do campo, Cobertura, Dobras de marcação e Flutuação como subprincípios.

Na transição defensiva, os autores citam a pressão coletiva ao perder a posse da bola como princípio e subprincípios como encurtamento das linhas de passe, e rápida Compactação na marcação. Sobre a transição ofensiva, temos como princípio retirar a bola da zona de pressão e subprincípios como retirar a bola em largura, utilizar passes curtos e rápidos, além de manter a posse de bola.

Já para Mendes (2015), o treinador deve externar de forma clara e objetiva seus critérios e intenções para que seus jogadores sigam fielmente a filosofia e os padrões organizacionais da equipe nos quatro momentos do jogo (organização ofensiva, transição ofensiva, organização defensiva, transição defensiva).

Para o autor, a organização ofensiva tem como objetivo a compactação ofensiva, ocupação espacial (campo grande), ocupar os corredores laterais e centrais, valorização da posse de bola, aparecimento de linhas de passe, triângulos, retirar a bola da zona de pressão, circulação da bola na horizontal, paciência, sem ansiedade, sem forçar o passe e, sempre exploração do lado fraco do adversário, executar o jogo vertical no momento adequado, buscar as diagonais, fazer o jogo posicional entre os jogadores. A transição defensiva (ataque-defesa) busca uma prontidão dos jogadores para uma mudança de atitude rápida, executar o pressing e a pressão para recuperar

a bola imediatamente no momento da perda, fazer o campo pequeno, induzir a lateralizarão do jogo, induzir o adversário jogar para trás, coberturas diagonais, cuidar do lado fraco para não ser surpreendido.

(39)

profundidade no setor ofensivo do campo, marcação em amplitude no setor defensivo do campo, pressão com bloco alto, médio e baixo, pressing e, uma ótima basculação;

deslocamento homogêneo da linha defensiva. A transição ofensiva (defesa-ataque) busca uma prontidão dos jogadores para uma mudança rápida de atitude, transição agressiva, inteligente, rápida e eficaz, jogo vertical, passes agudos, os jogadores devem aproveitar os espaços em termos de profundidade oferecidos pelo adversário, aproveitar a superioridade numérica e, concluir, finalizar as jogadas o mais rápido possível em poucos toques de forma precisa.

Segundo Garganta (1997), o modelo de jogo para uma equipe de bom nível é chamado de elaborado e se é caracterizada da seguinte forma: Um jogo dinâmico, orientado, com frequente comportamento de antecipação, os jogadores são organizados com funções e finalidades diferenciadas. Acontece a Gestão racional do espaço do jogo; a alternância intencional do jogo direto e indireto; a bola circula em função do projeto do jogo coletivo e individual; o acesso ao ataque é resultado dos princípios ofensivos e das ações táticas; a antecipação preside todas as ações; a equipe defende e ataca em bloco; o portador da bola joga de cabeça erguida (ler o jogo) e existe a predominância evidente da comunicação motora.

Assim, o modelo de jogo é a forma de organizar os princípios e subprincípios do jogo, relacionando-os entre si para que eles sigam um objetivo único de se criar uma maneira de jogar da equipe. Essa relação entre os princípios e subprincípios deve acontecer de forma coerente para que os resultados nas diferentes fases do jogo sejam positivos fazendo assim com que a equipe tenha equilíbrio e seja eficiente na sua forma de jogar pré-determinada.

Ter princípios e subprincípios de jogo bem definidos, são pontos importantes para o trabalho de um treinador de futebol. No futebol atual, possuir uma boa organização entre as fases do jogo pode ser o caminho para uma equipe obter bons resultados em uma partida.

3.2.5 Estruturas organizacionais

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melhor aproveitamento dos jogadores se tonando um jogo de improvisações e passes, deixando de lado a desorganização. (PARREIRA, 2005)

Segundo Grando (2014), os esquemas táticos são diversas maneiras que o treinador pode organizar uma equipe a fim de desestruturar uma equipe adversária, táticas de jogo, as quais o treinador arma, para desestruturar a equipe adversária, tanto na sua organização ofensiva quanto defensiva, possuindo grande importância na beleza do jogo. Assim, vários esquemas foram colocados em pauta pelos estudiosos, e a partir daí se conseguiu entender mais sobre o futebol.

Para Parreira (2005), os mais modernos sistemas táticos começaram a serem utilizados a partir da mudança na regra do impedimento fazendo com que os gols começassem a serem marcados com mais facilidade, já que os atacantes começaram a encontrar mais liberdade dentro do jogo. A partir dessa mudança, houve variações de sistemas, tornando-se necessário aumentar o número de jogadores no setor defensivo na busca de um maior equilíbrio dentro do jogo.

Segundo Santos Filho (2002), o técnico deve conhecer as características de seus jogadores a fim de aplicar o sistema de jogo mais adequado e obter o melhor rendimento da equipe.

Grando (2014) apud Melo (2000), durante um grande período de tempo, o treinador deve manter o sistema, variando apenas as táticas de acordo com cada adversário.

Para Parreira (2005), sistema de jogo é apenas uma forma de distribuir os jogadores dentro do campo de jogo, com poucas variações em relação a essa divisão. A maioria dos treinadores busca distribuir os jogadores em três grupos, o de defesa, meio-campo e ataque.

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Parreira (2005) disserta que, duas equipes podem utilizar dentro o mesmo sistema de jogo e jogarem de maneiras completamente diferentes. Esta diferença pode se dar pela diferença de características dos jogadores de cada equipe, além das diversas orientações e forma de distintas de ver o jogo de cada treinador.

Os Principais esquemas táticos no futebol

Sistema 4-3-3

(42)

Sistema 3-5-2

Nesse sistema, segundo Grando (2014) apud Leal (2001) tem-se uma linha composta por três zagueiros, com características de marcação, e uma linha de cinco jogadores, na qual os dois primeiros atuariam como volantes de contenção, ao lado dos volantes, dois outros, que, jogadores que fazem o trabalho de laterais ou alas e ajudam no bloqueio ao meio-campo e na criação das jogadas, e à frente destes jogadores, um meio campo com poder de criação diferenciado com bom poder de aproximação ataque. No setor ofensivo há dois atacantes. Drubski (2003) considera o sistema 3-5-2 inicialmente um sistema mais defensivo, devido ao seu posicionamento, que na maioria das vezes é utilizado por equipes que prezam o uma maneira de jogar mais defensiva, também pode ser uma alternativa tática em momentos decisivos de uma partida. Santos Filho (2002) identifica vantagens nesse sistema como, ser utilizado quando a equipe no decorrer do jogo conseguiu uma vantagem no placar, já que o sistema faz com que o setor defensivo seja mais forte e eficiente, criando reais condições de roubada de bola, principalmente no setor de meio de campo, facilitando também a saída rápida para os contra-ataques; dificulta as ações ofensivas dos jogadores de meio campo da equipe adversária, devido ao grande número de atletas posicionados no setor de meio, local onde a maioria das jogadas se inicia e são criadas, além de algumas desvantagens como limitar as possibilidades da roubada de bola no campo defensivo de nossos adversários; facilita a saída de bola, devido ao limitado número de atletas no setor ofensivo, no qual são encarregados de iniciar a marcação ou mesmo de dificultar as ações iniciais dos adversários; quando a equipe está em desvantagem no placar, o adversário poderá se beneficiar desse posicionamento, devido ao baixo número de atletas no setor de ataque.

Sistema 4-4-2

Referências

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