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Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.17 número2

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Academic year: 2018

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Revista da Sociedade Brasileira de M edicina Tropical 17: 107-108, Abr-Jun. 1984

COMUNICAÇAO

O QUE SE DEVE FAZER QUANDO SE SUSPEITA DO DIAGNÓSTICO

DE SÍNDROME DE IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA?

Y. Meunier

O d iag n ó stico de sín d ro m e de im u n od eficiência ad q u irid a (S ID A ) só p o d e rá ser estab e lecid o através de u m con ju n to de d a d o s clínico s, epidem iológ icos, biológicos e im u no ló gico s. A p ó s u m a rev isão d a lite ra tu ra es tab e lec em o s os critério s q u e p erm itiam ev itar o s ex c esso s o u faltas de d iag n ó stico s, n a m aio ria d as v ezes d ev id o s à falta d e referên cias p recisas.

C ertas c a ra c te rístic as p erm item d efin ir a S ID A :

1. D ev e su sp eitar-se d e sta en tid a d e no caso de um p ac ien te q ue ap re sen ta u m d éficit d a im u n id ade ce lu la r e u m a o u m ais d as infecções o p o rtu n istas, a s eg u ir

• P a ra sitá ria s: p n e u m o cisto se p u lm o n ar, m en in- g o en cefalite to x o p lásm ica , crip to sp o rid io se di­ gestiva, estro n g ilo id íase d issem in ad a.

• M icoses: can d id ía se d o esôfago, asp erg ilo se do sistem a n erv o so cen tra l ( S N C ), crip to co co se d o S N C .

• B acte rian as: m ieo b a cte rio se s atíp icas.

• V irais: in fec ção d o p u lm ão , d o S N C o u d o tra to digestivo p elo citom eg alo víru s; in fecção d o S N C , d o p ulm ão , d o tra to digestivo ou env olvi­ m en to m u c o cu tâ n eo ex ten so pelo vírus herpes;

leu co en cefalite m ultifo cal p ro gressiv a.

A ssim co m o o u tra s infecções: leg ion elose, lis- terio se, n o ca rd io se, tu b ercu lo se m u ltiv isceral ev olu­ tiv a, salm o n elo ses rein cidentes.

2. N ã o se d ev e in clu ir um in d iv íd uo que te n h a rece­ b id o co rtic o te rá p ico o u im u n o ssu p resso res n o s 3 m eses q ue an te ce d em o p rim eiro sin to m a ou:

• A lg u ém ten d o lin fom a de H o d g k in o u ou tro , m ielo m a o u leu ce m ia linfóide (p e lo co n trá rio o lin fom a ce re b ral iso lad o p o de ser su gestivo de S ID A ).

E n d e r e ç o p a r a c o rre s p o n d ê n c ia : D r. Y . M e u n ie r, D e p a r ­ ta m e n to d e M e d ic in a T r o p ic a l e P a ra s ito lo g ia d o P ro f. G e n tilin i, P a v illo n L a v e ra n , H ô p ita l d e la S a lp é triè re . 4 7 , b o u le v a r d d e 1’H ô p ita l, 7 5 0 1 3 P a ris , F ra n c e .

R e c e b id o p a r a p u b lic a ç ã o e m 2 0 /2 / 1 9 8 4 .

• A lg u ém ten d o m ais de 6 0 an os ou m eno s de 28 d ias.

• U m a p es so a co m d éficit im u nitário congênito.

3. V erifica r se o p acien te p erten ce a um grupo de risco:

• H o m o s se x u a lid ad e (p rin cip al); • T o x ic o m an ia p o r v ia in trav eno sa; • H em ofilia;

• O rig em g eog ráfica (H aiti; Á frica E q u ato rial: Z a ire , C o ng o , M ali; E u ro p a C en tral; B acia do M ed iterrâ n eo ; N o v a Iorq ue; S ão F ran cisco ).

4. V erificar se ele a p re se n ta as m an ifestaçõ es clínicas segu in tes, nu m p erío d o d e três m eses:

• A d e n o p a tia s atingind o d u as áre as ganglionares sem co n tig üid ad e (e x ce to os gânglios inguinais); • P e rd a d e p eso su p erio r o u igual a 10 % d o p eso

co rp ó reo o u sete q u ilogram as;

• F e b re ac im a d e 3 8 °C d u ra n te p elo m eno s 3 sem an a s no d e co rre r d o p eríod o de 3 m eses; • S u o res n o turno s;

• C a n d id ía se o ral ou d erm atite seborréica; • A sten ia;

• D ia rré ia p ersistin d o m ais de um m ês.

5. T e n ta r id en tificar as m o d ificações biológ icas se­ guintes:

• D im in u iç ão d o s lin fócitos T “ au x iliare s” abaixo de 6 0 0 .

• D im in u ição d a relaçã o T “ aux iliar” ab aixo de 1. T su p resso r

• L eu c o p e n ia in ferio r a 4 .0 0 0 o u tro m b ocito penia in ferio r a 1 0 0 .0 0 0 co m lin fo p en ia ab aix o de 1 .5 00 .

• A n e rg ia c u tâ n e a ao m u ltiteste (tu b ercu lina, can- d id in a, varidase).

• D im in u içã o d as re sp o stas p ro liferativas do s lin­ fó citos ab aix o d e 5 0 % d o norm al.

• A u m en to d as 6 2 -m icrog lob ulinas acim a de 3 m g /l.

• P re s e n ç a de co m p lex os im unes circulantes.

(2)

M e u n ie r Y. O q u e se d eve f a z e r q u a n d o se su sp e ita d o d ia g n ó stic o de sin d ro m e de im u n o d e fic iê n c ia a d q u irid a . R e v ista da S o c ie d a d e B ra sileira de M e d ic in a T ro p ic a l 17: 1 0 7 -1 0 8 , A b r-Ju n , 1984

P a r a r e u n i r o s c r i t é r i o s d e i n c l u s ã o n a S I D A u m

i n d i v í d u o d e v e a p r e s e n t a r p e l o m e n o s d u a s d e s s a s m a n i f e s t a ç õ e s c l í n i c a s e d u a s d e s s a s a n o m a l i a s b i o ­

l ó g i c a s .

6 . Q u a n d o o d i a g n ó s t i c o d e S I D A f o r e s t a b e l e c i d o s e d e v e r e a l i z a r u m i n q u é r i t o e n t r e o s c o n t a t o s e c o n t r o l e a s s i m d e f i n i d o s :

• O i n d i v í d u o c o n t a t o t e v e , p e l o m e n o s , c i n c o r e l a ç õ e s s e x u a i s c o m u m d o e n t e c o m S I D A . • O c o n t r o l e v i v e c o m u m d o e n t e c o m S I D A m a s

s e m c o m e l e t e r r e l a ç õ e s s e x u a i s .

A l é m d i s s o , d e v e - s e v e r i f i c a r s e o d o e n t e t e m

d o a d o s a n g u e e a s e g u i r t e n t a r i d e n t i f i c a r a s p e s s o a s q u e r e c e b e r a m s e u s a n g u e .

7 . D e v e - s e , s i s t e m a t i c a m e n t e , e n c a m i n h a r o p a c i e n t e a u m d e p a r t a m e n t o e s p e c i a l i z a d o p a r a u m e s t u d o

m a i s a m p l o : b i o l ó g i c o , i m u n i t á r i o , e n d o s c o p i a a l t a

e b a i x a , e s t u d o d o t r â n s i t o d o i n t e s t i n o d e l g a d o , b i o p s i a m e d u l a r , e x a m e p a r a s i t o l ó g i c o d a s f e z e s , s e

f o r n e c e s s á r i o u m a b i ó p s i a d e g â n g l i o c o m u m “ c h e c k - u p ” p a r t i c u l a r e m c a s o d e f e b r e e l o c a l i ­

z a ç ã o i n f e c c i o s a i n c l u i n d o u m a p u n ç â o - b i ó s p i a d o f í g a d o . O p a c i e n t e d e v e s e r s u b m e t i d o a e x a m e s d e c o n t r o l e s o r o l ó g i c o s m e n s a i s . A s s i m q u e o

d i a g n ó s t i c o f o r f e i t o o d o e n t e r e c e b e r á u m t r a ­ t a m e n t o e s p e c í f i c o e / o u u m t r a t a m e n t o “ d e b a s e ” e x p e r i m e n t a l e m f u n ç ã o d e s s e d i a g n ó s t i c o ( i n - t e r f o n a , t i m u l i n e e t c ) .

F i n a l m e n t e , e s o b r e t u d o , o s e s p e c i a l i s t a s d e ­ v e r ã o p r o c u r a r o p o s s í v e l a g e n t e e t i o l ó g i c o d e s s a

i n f e c ç ã o ( r e t r o v í r u s c: L A V * o u H T L V * * ) .

* Linfadenopathy-associated-virus. ** Human T cell leukemia lymphoma virus.

Referências

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