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PREOrg : um guia para elicitação de requisitos orientado ao desempenho organizacional

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FLAYGNER MATOS REBOUC

¸ AS

PREOrg: Um Guia para Elicita¸

ao de Requisitos

Orientado ao Desempenho Organizacional

ao Crist´

ov˜

ao

2018

(2)

FLAYGNER MATOS REBOUC

¸ AS

PREOrg: Um Guia para Elicita¸

ao de Requisitos

Orientado ao Desempenho Organizacional

Vers˜ao original

Disserta¸c˜ao apresentada `a Pr´o-Reitoria de P´os-Gradua¸c˜ao e Pesquisa da Universi-dade Federal de Sergipe para obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Ciˆencia da Computa¸c˜ao pelo Programa de P´os-gradua¸c˜ao em Ciˆencia da Computa¸c˜ao.

´

Area de concentra¸c˜ao: Engenharia de software

Orientador: Prof. Dr. Michel dos Santos Soares

Coorientador: Prof. Dr. Rog´

erio Patr´ıcio Chagas do Nascimento

ao Crist´

ov˜

ao

2018

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

R292p Rebouças, Flaygner Matos PREOrg : um guia para elicitação de requisitos orientado ao desempenho organizacional / Flaygner Matos Rebouças ; orientador Michel dos Santos Soares. – São Cristóvão, 2018.

91 f. : il.

Dissertação (mestrado em Ciências da Computação)– Universidade Federal de Sergipe, 2018.

1. Ciência da computação. 2. Engenharia de software. 3. Engenharia de requisitos. I. Soares, Michel dos Santos, orient. II. Título.

(4)

Disserta¸c˜ao de autoria de Flaygner Matos Rebou¸cas, sob o t´ıtulo “PREOrg: Um Guia para Elicita¸c˜ao de Requisitos Orientado ao Desempenho Organizacional”, apre-sentada `a Pr´o-Reitoria de P´os-Gradua¸c˜ao e Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe, para obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Ciˆencia da Computa¸c˜ao pelo Programa de P´ os-gradua¸c˜ao em Ciˆencia da Computa¸c˜ao, na ´area de concentra¸c˜ao Engenharia de software, aprovada em 24 de abril de 2018 pela comiss˜ao julgadora constitu´ıda pelos doutores:

Prof. Dr. Michel dos Santos Soares Presidente

Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Prof. Dr. Rog´erio Patr´ıcio Chagas do Nascimento Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Prof. Dr. Methanias Cola¸co Rodrigues J´unior Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Prof. Dr. Fl´avio de Oliveira Silva Universidade Federal de Uberlˆandia (UFU)

(5)

Dedico `as raras e incr´ıveis pessoas que me ajudam a evoluir em cada di´alogo profundo ou por meio de suas lindas atitudes.

(6)

Agradecimentos

`

A minha m˜ae com quem aprendi sobre dedica¸c˜ao e valores. Aos meus irm˜aos Fabian e Fredy com quem aprendi sobre parceria. `A minha esposa Vivianne com quem aprendi sobre for¸ca. Aos meus filhos queridos, Caio, Ellis, Clarisse e Duda com quem aprendi sobre amor. Aos meus av´os com quem aprendi sobre o tempo e a saudade. `A minha irm˜a Fabiana com quem aprendi sobre manter o foco com os ombros relaxados. Aos amigos e colegas que compartilharam de sua experiˆencia para a escrita deste trabalho. Aos colegas do IFS pela parceria e compreens˜ao a todo instante. Ao meu orientador Prof. Dr. Michel dos Santos Soares pela confian¸ca, paciˆencia e orienta¸c˜ao. Ao meu coorientador Prof. Dr. Rog´erio P. C. do Nascimento pelas palavras de incentivo e encorajamento. Ao Prof. Dr. Methanias Cola¸co pela confian¸ca e empurr˜oes. Ao amigo M´ario Farias por representar neste mestrado aquele amigo que aparece na hora certa. Aos poucos e verdadeiros amigos, pessoas incr´ıveis com quem aprendi sobre confian¸ca e troquei minhas experiˆencias mais profundas.

(7)

“Amar e mudar as coisas” (Belchior)

(8)

Resumo

MATOS, Flaygner. PREOrg: Um Guia para Elicita¸c˜ao de Requisitos Orientado ao Desempenho Organizacional. 2018. 103 f. Disserta¸c˜ao (Mestrado em Ciˆencia da Computa¸c˜ao) – Pr´o-Reitoria de P´os-Gradua¸c˜ao e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, Sergipe, 2018.

No ciclo de desenvolvimento de software, a elicita¸c˜ao de requisitos ´e uma das primeiras ati-vidades a serem realizadas, podendo ser repetida em todas as demais etapas da engenharia de requisitos. O Analista de Neg´ocios precisa entender profundamente as caracter´ısticas da organiza¸c˜ao onde atua, entendendo os processos de neg´ocio e buscando o conhecimento necess´ario `a propositura de alternativas inteligentes aos processos. T´ecnicas de elicita¸c˜ao de requisitos auxiliam na identifica¸c˜ao de um maior volume de requisitos, ao sugerirem que a elicita¸c˜ao de requisitos seja realizada de maneira pr´oxima aos processos de neg´ocio da organiza¸c˜ao, todavia n˜ao observam o quanto a elicita¸c˜ao de requisitos deve apoiar a melhoria no desempenho organizacional. O interesse por essa pesquisa surgiu mediante a preocupa¸c˜ao com a evolu¸c˜ao e melhorias das t´ecnicas e metodologias encontradas na ´area de engenharia de requisitos, com o desafio e a necessidade de desenvolver sistemas que realmente atendam `as expetativas dos stakeholders e que, acima de tudo, tenham maior engajamento com as ´areas de neg´ocio das organiza¸c˜oes. O trabalho prop˜oe o desenvolvi-mento de um guia para a elicita¸c˜ao de requisitos orientada ao desempenho organizacional. O PREOrg ´e um guia de boas pr´aticas para elicita¸c˜ao de requisitos de software orientado ao desempenho organizacional que prop˜oe a identifica¸c˜ao de oportunidades para a gera¸c˜ao de resultado, melhoria dos processos e apoio `a tomada de decis˜ao, desde a etapa de elicita¸c˜ao de requisitos de software. Dois estudos de casos foram realizados com o objetivo de encontrar evidˆencias da eficiˆencia e a efic´acia do PREOrg. O primeiro estudo de caso foi realizado na ind´ustria envolvendo um software e o segundo numa organiza¸c˜ao p´ublica envolvendo trˆes softwares. Um treinamento foi realizado, envolvendo analistas de sistemas respons´aveis por elicitar requisitos para a constru¸c˜ao dos softwares, de maneira a propiciar o conhecimento dos processos propostos pelo PREOrg. Como resultado, foram encontradas evidˆencias de que o PREOrg contribuiu para a defini¸c˜ao de requisitos capazes de apoiar o desenvolvimento de softwares orientados ao desempenho organizacional. O primeiro estudo de caso apresentou evidˆencias de melhoria financeira para a organiza¸c˜ao onde o software

(9)

foi implantado. No segundo estudo de caso foram descobertas evidˆencias de que o uso do PREOrg ´e ´util para a elicita¸c˜ao de requisitos que apoiem o desenvolvimento de softwares capazes de ajudar na tomada de decis˜ao e na melhoria dos processos organizacionais.

Palavras-chaves: Engenharia de software, engenharia de requisitos, elicita¸c˜ao de requisitos, desempenho organizacional.

(10)

Abstract

MATOS, Flaygner. PREOrg: A Good Practices Guide For Requirements Elici-tation Oriented to Organizational Performance. 2018. 103 p. Dissertation (Master of Science of Computer) – Dean of Graduate Studies and Research, Federal University of Sergipe, Sergipe, 2018.

In the software development cycle, requirements elicitation is one of the first activities to be performed and can be repeated in all other stages of requirements engineering. The Business Analyst needs to understand deeply characteristics of the organization where it operates by understanding business processes and seeking the necessary knowledge to propose intelligent alternatives to the processes. Requirements elicitation techniques help to identify a greater volume of requirements by suggesting that requirements elicitation is performed in a way close to the organization’s business processes but do not observe how elicitation of requirements should support the improvement in organizational performance. Interest in this research arose through the concern with evolution and improvements of techniques and methodologies found in the area of requirements engineering, with the challenge and the need to develop systems that truly meet the expectations of stakeholders and that, above all, engagement with business areas of organizations. This research proposes the development of a guide to requirements elicitation oriented to organizational performance. PREOrg is a guide to best practices for elicitation of software requirements oriented to organizational performance that proposes identification of opportunities for generation of results, improvement of processes and support to decision making, from elicitation of software requirements. Two case studies were performed with the objective of proving the efficiency and effectiveness of PREOrg. The first case study was carried out in industry involving software and the second in a public organization involving three softwares in both cases a training was carried out involving systems analysts responsible for eliciting requirements for the construction of the software, in order to provide knowledge of the processes proposed by PREOrg. As a result, evidence was found that PREOrg contributed to definition of requirements capable of supporting development of software oriented to organizational performance. First case study presented evidence of financial improvement for the organization where software was deployed. In the second case study, evidence was found that the use of PREOrg is useful for elicitation of requirements

(11)

that support the development of software capable of assisting in decision making and improvement of organizational processes.

Keywords: software engineering, requirements engineering, requirements elicitation, orga-nizational performance.

(12)

Lista de ilustra¸c˜

oes

Figura 1 – PREOrg: Processo geral . . . 35

Figura 2 – Organograma classificado . . . 36

Figura 3 – Entrega da informa¸c˜ao . . . 39

Figura 4 – Parˆametros da informa¸c˜ao . . . 45

Figura 5 – Linha do tempo do estudo de caso e coleta dos dados . . . 55

Figura 6 – Gr´afico: Quantidade de Vendas . . . 57

Figura 7 – Gr´afico: QQ normal de CRM A . . . 57

Figura 8 – Gr´afico: QQ normal de CRM B . . . 58

Figura 9 – Gr´afico: Faturamento . . . 59

Figura 10 – Gr´afico: QQ normal de CRM A $ . . . 60

Figura 11 – Gr´afico: QQ normal de CRM B $ . . . 60

Figura 12 – Gr´afico: Quantidade de Stakeholders . . . 68

Figura 13 – Gr´afico: Requisitos . . . 68

Figura 14 – Gr´afico: Apura¸c˜ao de sele¸c˜oes para a Quest˜ao 1 . . . 73

Figura 15 – Gr´afico: Apura¸c˜ao de sele¸c˜oes para a Quest˜ao 2 . . . 74

Figura 16 – Abertura . . . 97

Figura 17 – ´Areas abordadas pelo PREOrg . . . 97

Figura 18 – O quˆe o PREOrg n˜ao ´e. . . 97

Figura 19 – PREOrg - Conceito . . . 97

Figura 20 – A meta do PREOrg . . . 97

Figura 21 – Onde atua o PREOrg. . . 97

Figura 22 – Baleias Jubarte - Exemplo que visa analisar a atividade de identifica¸c˜ao de Stakeholders . . . 98

Figura 23 – Baleias Jubarte - Quem s˜ao os Stakeholders? . . . 98

Figura 24 – Baleias Jubarte - Uma vis˜ao da importˆancia da organiza¸c˜ao e das pessoas afetadas no processo de identifica¸c˜ao de Stakeholders . . . 98

Figura 25 – Baleias Jubarte - A responsabilidade do analista de sistemas na identi-fica¸c˜ao dos Stakeholders. . . 98

(13)

Figura 26 – Estudo de caso 1 - Apresenta¸c˜ao e an´alise dos resultados do primeiro experimento realizado durante o processo de desenvolvimento de uma software CRM (Gest˜ao de relacionamento com clientes). . . 99 Figura 27 – PREOrg - Imagem que apresenta a vis˜ao geral do guia . . . 99 Figura 28 – PREOrg - Imagem de abertura da Sess˜ao que apresenta o processo:

Classifica¸c˜ao. . . 99 Figura 29 – PREOrg - Defini¸c˜ao do processo de classifica¸c˜ao dos Stakeholders . . . 99 Figura 30 – PREOrg - Como classificar os Stakeholders. . . 99 Figura 31 – PREOrg - Exemplo de como classificar os Stakeholders utilizando o

organograma da organiza¸c˜ao . . . 99 Figura 32 – PREOrg - Resultado da classifica¸c˜ao dos Stakeholders do Exemplo

anterior . . . 100 Figura 33 – PREOrg - An´alise dos resultados do primeiro experimento (CRM) na

classifica¸c˜ao de Stakeholders . . . 100 Figura 34 – Atividade - Aplicar o processo de classifica¸c˜ao de Stakeholders num

projeto de software numa sess˜ao de brainstorming com 10 minutos de dura¸c˜ao . . . 100 Figura 35 – PREOrg - Imagem de abertura da Se¸c˜ao que apresenta o processo: Entrega100 Figura 36 – PREOrg - Contextualiza¸c˜ao do processo de Entrega da informa¸c˜ao . . 100 Figura 37 – PREOrg - Contextualiza¸c˜ao do processo de Entrega da informa¸c˜ao . . 100 Figura 38 – PREOrg - Defini¸c˜ao do processo de Entrega da informa¸c˜ao . . . 101 Figura 39 – PREOrg - Defini¸c˜ao do processo de Entrega da informa¸c˜ao: Sa´ıdas

ativas e passivas . . . 101 Figura 40 – Entrega da informa¸c˜ao - Sa´ıdas passivas . . . 101 Figura 41 – Entrega da informa¸c˜ao - Sa´ıdas ativas . . . 101 Figura 42 – PREOrg - An´alise dos resultados do primeiro experimento (CRM) no

processo de Entrega da informa¸c˜ao . . . 101 Figura 43 – PREOrg - Imagem de abertura da Se¸c˜ao que apresenta o processo:

Oportunidade . . . 101 Figura 44 – PREOrg - Defini¸c˜ao do processo Oportunidades estrat´egicas . . . 102 Figura 45 – PREOrg - An´alise dos resultados do primeiro experimento (CRM) no

(14)

Figura 46 – Atividade - Aplicar os processos, Entrega da informa¸c˜ao e Oportunidades estrat´egicas num projeto de software numa sess˜ao de brainstorming com

15 minutos de dura¸c˜ao . . . 102

Figura 47 – PREOrg - Imagem de abertura da Se¸c˜ao que apresenta o processo: Parˆametros . . . 102

Figura 48 – PREOrg - Defini¸c˜ao do processo: Parˆametros da informa¸c˜ao . . . 102

Figura 49 – Parˆametros da informa¸c˜ao: Tipos de parˆametros . . . 102

Figura 50 – Parˆametros da informa¸c˜ao: Linha de tempo da informa¸c˜ao . . . 103

Figura 51 – Parˆametros da informa¸c˜ao: Linha de tempo da informa¸c˜ao estrat´egica . 103 Figura 52 – PREOrg - An´alise dos resultados do primeiro experimento (CRM) no processo: Parˆametros da informa¸c˜ao . . . 103

Figura 53 – Atividade - Aplicar o processo Parˆametros da informa¸c˜ao num projeto de software numa sess˜ao de brainstorming com 15 minutos de dura¸c˜ao 103 Figura 54 – Encerramento e espa¸co para perguntas . . . 103

(15)

Lista de tabelas

Tabela 1 – Dados dos analistas . . . 49

Tabela 2 – Lista de requisitos antes e depois do PREOrg. . . 50

Tabela 3 – Vendas por vendedor . . . 56

Tabela 4 – Faturamento por vendedor . . . 56

Tabela 5 – Resumo Estat´ıstico para os parˆametros populacionais descritos na Tabela 3 56 Tabela 6 – Resumo Estat´ıstico para os parˆametros populacionais descritos na Tabela 4 59 Tabela 7 – Dados dos analistas . . . 65

Tabela 8 – Sistemas e seus analistas . . . 65

Tabela 9 – Quantidade de stakeholders . . . 68

Tabela 10 – Quantidade de requisitos . . . 68

Tabela 11 – Boletim de servi¸cos: Requisitos antes e depois do PREOrg. . . 69

Tabela 12 – Lato sensu: Requisitos antes e depois do PREOrg. . . 70

Tabela 13 – Jubilamento: Requisitos antes e depois do PREOrg. . . 71

Tabela 14 – Respostas `a quest˜ao 1 . . . 72

Tabela 15 – Respostas `a quest˜ao 2 . . . 73

Tabela 16 – Respostas `a quest˜ao 3 . . . 74

Tabela 17 – Respostas `a quest˜ao 4 . . . 75

Tabela 18 – Respostas `a quest˜ao 5 . . . 76

Tabela 19 – Respostas `a quest˜ao 6 . . . 77

Tabela 20 – Respostas `a quest˜ao 7 . . . 78

Tabela 21 – Comparativo de respostas individuais entre as quest˜oes 5 e 7 . . . 78

Tabela 22 – Respostas `a quest˜ao 8 . . . 79

Tabela 23 – Respostas `a quest˜ao 9 . . . 80

Tabela 24 – Respostas `a quest˜ao 10. . . 81

Tabela 25 – Respostas `a quest˜ao 11. . . 83

(16)

Lista de abreviaturas e siglas

PREOrg Guia de boas pr´aticas para elicita¸c˜ao de requisitos de software orientado ao desempenho organizacional

ER Engenharia de requisitos

ES Engenharia de software

EKD Enterprise Development Knowledge

CSRML4BI A goal-oriented requirements approach for collaborative business intel-ligence

REMO-EKD Elicita¸c˜ao de Requisitos Orientada pelo modelo de processo empresa-rial

BI Business intelligence

CRM Customer Relationship Management - Gest˜ao de relacionamento com clientes

UFS Universidade Federal de Sergipe

(17)

Sum´

ario

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 19

1.1 Revis˜ao da literatura correlata . . . 20

1.2 Quest˜oes de pesquisa . . . 22

1.3 Objetivos da Disserta¸c˜ao . . . 24 1.3.1 Objetivo Geral . . . 24 1.3.2 Objetivos Espec´ıficos . . . 24 1.4 Metodologia . . . 24 1.5 Organiza¸c˜ao do Trabalho . . . 25 2 REFERENCIAL TE ´ORICO . . . 26 2.1 Engenharia de Requisitos . . . 26

2.2 Atividades da engenharia de requisitos . . . 27

2.3 M´etodos e t´ecnicas de elicita¸c˜ao de requisitos . . . 30

2.4 Considera¸c˜oes Finais do Cap´ıtulo . . . 33

3 PREORG - GUIA PARA ELICITAC¸ ˜AO DE REQUISITOS ORIEN-TADO AO DESEMPENHO ORGANIZACIONAL . . . 34

3.1 Classifica¸c˜ao dos Stakeholders . . . 35

3.1.1 Etapa 1 - Mapear o organograma da organiza¸c˜ao . . . 37

3.1.2 Etapa 2 - Classificar os stakeholders . . . 37

3.2 Entrega da informa¸c˜ao - Sa´ıdas ativas e sa´ıdas passivas . . . 37

3.2.1 Etapa 1 - Criar sa´ıdas passivas . . . 39

3.2.2 Etapa 2 - Criar sa´ıdas ativas . . . 40

3.3 Oportunidades estrat´egicas . . . 40

3.3.1 Etapa 1 - Mapeamento da rotina dos stakeholders. . . 41

3.3.2 Etapa 2 - Defini¸c˜ao de argumentos estrat´egicos para os requisitos . . . 42

3.3.3 Etapa 3 - Apresenta¸c˜ao da proposta de solu¸c˜ao de software . . . 43

3.4 Parˆametros para a informa¸c˜ao . . . 43

3.4.1 Etapa 1 - Mapear hist´orico de informa¸c˜oes. . . 45

(18)

3.4.3 Etapa 3 - Mapear redes de indicadores . . . 46

3.4.4 Etapa 4 - Mapear perspectivas . . . 46

3.5 Treinamento PREOrg . . . 47

3.6 Considera¸c˜oes Finais do Cap´ıtulo . . . 48

4 AVALIAC¸ ˜AO DO PREORG - SOFTWARE CRM . . . 49

4.1 Objetivo do estudo de caso . . . 50

4.2 Planejamento . . . 50

4.3 Opera¸c˜ao do estudo de caso . . . 53

4.3.1 Prepara¸c˜ao . . . 53

4.3.2 Execu¸c˜ao . . . 54

4.4 Resultados . . . 55

4.4.1 An´alise e Interpreta¸c˜ao de Dados . . . 55

4.4.2 Amea¸cas `a validade . . . 61

4.5 Considera¸c˜oes Finais do Cap´ıtulo . . . 62

5 AVALIAC¸ ˜AO DO PREORG - N ´UCLEO DE TECNOLOGIA DA INFORMAC¸ ˜AO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE . . . 63

5.1 Objetivo do estudo de caso . . . 63

5.2 Planejamento . . . 63

5.3 Opera¸c˜ao do estudo de caso . . . 66

5.3.1 Prepara¸c˜ao . . . 66

5.3.2 Execu¸c˜ao . . . 67

5.4 Resultados . . . 67

5.4.1 An´alise Quantitativa e Interpreta¸c˜ao de Dados . . . 67

5.4.2 An´alise Qualitativa e Interpreta¸c˜ao de Dados . . . 72

5.4.3 Amea¸cas `a validade . . . 85

5.5 Considera¸c˜oes Finais do Cap´ıtulo . . . 85

6 CONCLUS ˜AO . . . 87

6.1 Contribui¸c˜oes . . . 88

6.2 Trabalhos futuros . . . 89

(19)

APˆ

ENDICES

96

APˆENDICE A – SLIDES UTILIZADOS NO TREINAMENTO

(20)

19

1 Introdu¸c˜

ao

Requisitos s˜ao o ponto de partida para a defini¸c˜ao de um sistema e, consequente-mente, s˜ao fatores decisivos no desenvolvimento do produto final (BOURQUE; FAIRLEY et al., 2014). Ainda segundo os autores citados anteriormente, ´e constante a evolu¸c˜ao das t´ecnicas para processos de desenvolvimento de software mais confi´aveis e que satisfa¸cam as necessidades do cliente final. Todavia, apesar do esfor¸co, as t´ecnicas est˜ao voltadas para a identifica¸c˜ao de um maior n´umero de requisitos e que esses satisfa¸cam `as necessidades apresentadas pelos stakeholders, mas sem orienta¸c˜ao para os objetivos das organiza¸c˜oes onde os softwares ir˜ao operar.

Entender os requisitos de um problema est´a entre as tarefas mais dif´ıceis enfrentadas por um engenheiro de software. ´E importante entender o que o cliente quer antes de come¸car a projetar e construir um sistema baseado em computador (SOMMERVILLE, 2011). A elicita¸c˜ao de requisitos abrange a identifica¸c˜ao e descoberta das necessidades dos interessados pelo software (stakeholders), com objetivo de determinar e apresentar as caracter´ısticas e funcionalidades do software quando este for entregue (CARRIZO; DIESTE; JURISTO, 2014).

O estudo (BURNAY; JURETA; FAULKNER, 2015), `a respeito da relevˆancia de requisitos, aponta que profissionais respons´aveis pelas atividades relacionadas a requisitos de software podem n˜ao notar a relevˆancia de um requisito devido ao seu direcionamento mais aprofundado em tecnologia ou pela falta de experiˆencia em um dom´ınio comercial espec´ıfico, ou mesmo devido a sua baixa experiˆencia. A elicita¸c˜ao de requisitos ´e parte essencial da engenharia de requisitos para assegurar o sucesso do projeto com alta qualidade. O envolvimento dos usu´arios ´e um ponto importante nessa etapa de defini¸c˜ao de um software, o que pode vir a exigir do profissional de requisitos criatividade, envolvimento com o neg´ocio da organiza¸c˜ao demandante e experiˆencia para transformar informa¸c˜oes em solu¸c˜ao de software (AL-ZAWAHREH; ALMAKADMEH, 2015).

No artigo (LOUCOPOULOS; GARFIELD, 2009) s˜ao apresentados desafios sobre como enfrentar a semˆantica empresarial, que muitas vezes s˜ao dependentes da cultura e das competˆencias interculturais necess´arias aos engenheiros de requisitos que operam nesses ambientes. O mesmo artigo afirma que novas t´ecnicas para elicita¸c˜ao de requisitos

(21)

Cap´ıtulo 1. Introdu¸c˜ao 20

precisam se concentrar n˜ao apenas no alvo t´ecnico do software, mas tamb´em na intera¸c˜ao entre neg´ocios e suas funcionalidades, ajudando a reduzir o espa¸co de comunica¸c˜ao entre stakeholders e os analistas.

1.1

Revis˜

ao da literatura correlata

No estudo (POPOVA; SHARPANSKYKH,2010) uma estrutura foi sugerida para formalizar o conceito de “indicador”, juntamente com suas caracter´ısticas, rela¸c˜oes com outras medidas de desempenho e rela¸c˜oes com outras no¸c˜oes comuns da engenharia de requi-sitos, como metas, processos e pap´eis. Em (POURSHAHID et al.,2009)(POURSHAHID; RICHARDS; AMYOT, 2011), a linguagem de requisitos orientada a objetivos (GRL) foi ampliada para integrar indicadores com o goal model. Al´em disso, a adi¸c˜ao de elementos de dados aos modelos de objetivos foi sugerida (POURSHAHID et al.,2013).

Em (VIEIRA et al.,2012), os autores sugerem que a t´ecnica REMO ´e mais eficiente que formas tradicionais de defini¸c˜ao de requisitos de software (como entrevistas). A t´ecnica REMO-EKD prop˜oe que os processos de neg´ocio precisam ser representados por modelos BPMN. Esta restri¸c˜ao motivou os autores a adaptar a t´ecnica para contemplar o maior n´umero de nota¸c˜oes para modelagem de processos de neg´ocio, propondo assim a t´ecnica REMO-EKD, que consiste em um conjunto de heur´ısticas. O resultado do experimento apontou que n˜ao houve consenso geral sobre a facilidade de uso e utilidade da t´ecnica quando aplicada, apesar que os sujeitos indicaram que as heur´ısticas s˜ao claras, de f´acil compreens˜ao e que aprenderam novas habilidades usando essas heur´ısticas. Importante ressaltar que os resultados da pesquisa sugerem que a t´ecnica pode maximizar o n´umero de requisitos encontrados.

Em (OLIVEIRA et al., 2013), os autores propuseram e avaliaram, por meio de um experimento, a t´ecnica REMO-EKD, que consiste em um conjunto de heur´ısticas para a elicita¸c˜ao de requisitos de software baseados na abordagem Enterprise Development Knowledge (EKD), uma maneira eficaz de entender e caracterizar o contexto organizacional sob diferentes perspectivas. A t´ecnica REMO-EKD - Elicita¸c˜ao de Requisitos Orientada pelo modelo de processo empresarial, visa apoiar a obten¸c˜ao de requisitos de software baseados em modelos EKD, suportando a identifica¸c˜ao de requisitos funcionais e n˜ao funcionais, bem como regras de neg´ocio baseadas em modelos organizacionais previamente definidos com base na abordagem EKD. A REMO-EKD ´e uma adapta¸c˜ao da t´ecnica

(22)

Cap´ıtulo 1. Introdu¸c˜ao 21

REMO (VIEIRA et al., 2012) ao propor o uso da t´ecnica em organiza¸c˜oes que utilizam a EKD para definir seus modelos organizacionais.

Em (KUMARI; PILLAI,2015), uma extens˜ao do estudo de Nidumolu (NIDUMOLU, 1995)(NIDUMOLU, 1996) foi realizada, como uma tentativa de aplicar os principais resultados da valida¸c˜ao emp´ırica do modelo de contingˆencia (Nidumolu’s contingency model ) para projetos em tempo real. No estudo, o modelo foi testado em 10 projetos de software de grandes organiza¸c˜oes distribu´ıdas globalmente, selecionados aleatoriamente com base em crit´erios pr´e-definidos. O resultado da pesquisa forneceu um apoio razo´avel para as previs˜oes do modelo de contingˆencia proposto por Nidumolu, indicando uma influˆencia positiva sobre a fase de elicita¸c˜ao de requisitos, minimizando problemas-chave e contribuindo para um bom desempenho do projeto. Com base em tais observa¸c˜oes estat´ısticas e feedbacks obtidos a partir de partes interessadas de cada projeto, os autores puderam concluir que os resultados e recomenda¸c˜oes deste modelo de contingˆencia pode ser estendido em larga escala com o objetivo de analisar, validar e confirmar sua eficiˆencia.

Em (TERUEL et al., 2014), uma estrutura orientada a objetivos, CSRML4BI (A goal-oriented requirements approach for collaborative business intelligence), foi proposta para suportar a obten¸c˜ao de requisitos de sistemas de BI, juntamente com uma abordagem para modelagem de requisitos de business intelligence proposta em (MAZ ´ON; PARDILLO; TRUJILLO, 2007). O objetivo ´e permitir a modelagem cuidadosa dos requisitos de BI colaborativo junto aos usu´arios e stakeholders que trabalham de maneira isolada.

Em (BEG R.; MUQEEM; FAROOQUI,2013), os autores apontam que a atividade de elicita¸c˜ao de requisitos deve ser a primeira etapa no processo de desenvolvimento de um produto de software, com a clara finalidade de construir uma compreens˜ao do problema. Os autores afirmam que ´e fundamental um processo de comunica¸c˜ao entre o analista de requisitos e as v´arias partes interessadas (stakeholders) e que a t´ecnica de entrevista ´e uma atividade intensa, que exige v´arias t´aticas e habilidades de comunica¸c˜ao para al´em da experiˆencia e do conhecimento e que, num processo de entrevista h´a a comunica¸c˜ao verbal e outra n˜ao-verbal. In´umeros trabalhos tˆem sido realizados para melhorar o processo de entrevista com enfoque na comunica¸c˜ao verbal, mas a ´area da comunica¸c˜ao n˜ao-verbal ´e ainda pouco explorada na ´area de levantamento de requisitos (BEG R.; MUQEEM; FAROOQUI, 2013). O autores sugerem que o entrevistador deve dar

ˆ

enfase `a comunica¸c˜ao n˜ao-verbal, juntamente com a comunica¸c˜ao verbal, com o objetivo de obter os requisitos de forma mais eficiente e eficaz. Os autores enfatizam em seu estudo

(23)

Cap´ıtulo 1. Introdu¸c˜ao 22

os aspectos comportamentais de comunica¸c˜ao n˜ao-verbal, ou seja, o uso de express˜oes faciais, contato visual, gestos, tom de voz, postura corporal, orienta¸c˜ao, toque, e v´arias pistas e sinais, como a distˆancia entre o entrevistado e o entrevistador, o n´ıvel de humor, e at´e mesmo caracter´ısticas como o n´ıvel de sonolˆencia, est´ımulo, agita¸c˜ao e sudorese. O estudo aborda uma vis˜ao pouco ou ainda n˜ao explorada sobre aspectos comportamentais durante a comunica¸c˜ao n˜ao verbal, sugerindo que sua observa¸c˜ao pode minimizar os problemas encontrados durante o levantamento de requisitos, de modo que as exigˆencias sejam extra´ıdas e registradas com maior efic´acia.

Os estudos apontam que essas t´ecnicas auxiliam na identifica¸c˜ao de um maior volume de requisitos, ao sugerirem que a elicita¸c˜ao de requisitos seja realizada de maneira pr´oxima aos processos de neg´ocio da organiza¸c˜ao. Todavia, os estudos realizados n˜ao abordaram se o uso dessas t´ecnicas pode apoiar a melhoria no desempenho organizacional.

O interesse por essa pesquisa surgiu mediante a preocupa¸c˜ao com a evolu¸c˜ao e melhorias das t´ecnicas e metodologias encontradas na ´area de ER, considerada t˜ao importante para a ES. Os desafios e a necessidade de desenvolver sistemas que realmente atendam `as expetativas dos stakeholders e que, acima de tudo, tenham maior engajamento com as ´areas de neg´ocio das organiza¸c˜oes. Mais especificamente, este projeto ir´a considerar o problema da elicita¸c˜ao de requisitos orientada ao desempenho organizacional de forma a apoiar na tomada de decis˜ao, ou na melhoria dos processos ou no aumento dos resultados financeiros. O PREOrg prop˜oe que ao elicitar requisitos com o aux´ılio de t´ecnicas j´a utilizadas na organiza¸c˜ao e apoiando-se no contexto organizacional, ´e importante preocupar-se com os resultados que o software depreocupar-senvolvido trar´a.

1.2

Quest˜

oes de pesquisa

Quest˜oes de pesquisa definem o que ´e necess´ario saber para cumprir o objetivo do estudo (RUNESON; H ¨OST, 2009). A pesquisa descrita em (PERRY; SIM; EASTER-BROOK, 2004) sugere que um estudo de caso tenha quest˜oes de pesquisa estabelecidas desde o in´ıcio, os dados sejam coletados de forma planejada e consistente, inferˆencias sejam feitas a partir dos dados para responder `a quest˜ao de pesquisa e amea¸cas `a validade sejam abordadas.

Dois estudos de caso foram realizados neste trabalho, e para cumprir os prop´ositos de pesquisa, ambos foram planejados de acordo com as diretrizes apresentadas em (WOHLIN

(24)

Cap´ıtulo 1. Introdu¸c˜ao 23

et al.,2012) e seus objetivos foram formalizados utilizando o modelo GQM (Goal-Question-Metric) (BASILI; WEISS, 1984). A execu¸c˜ao de cada estudo de caso est´a descrita nos Cap´ıtulos 4e 5, desde o planejamento at´e os resultados obtidos.

Esta pesquisa est´a embasada na premissa de que “O PREOrg, quando aplicado no processo de elicita¸c˜ao de requisitos de software, pode ajudar a construir softwares que melhorem o desempenho das organiza¸c˜oes”.

Para avaliar esta premissa, duas quest˜oes de pesquisa foram elaboradas para cada estudo de caso:

Quest˜oes de pesquisa do primeiro estudo de caso:

Q1: A partir da aplica¸c˜ao do PREOrg na constru¸c˜ao de um software de CRM, pode-se deduzir diferen¸ca estat´ıstica significativa na m´edia do n´umero de ve´ıculos vendidos em uma concession´aria de ve´ıculos?

Q2: A partir da aplica¸c˜ao do PREOrg na constru¸c˜ao de um software de CRM, a empresa aumentou a m´edia dos valores de venda, o que reflete num aumento do seu faturamento?

As quest˜oes de pesquisa para o primeiro estudo de caso s˜ao respondidas no Cap´ıtulo 4, onde ´e feita a an´alise dos resultados obtidos em sua realiza¸c˜ao.

Quest˜oes de pesquisa do segundo estudo de caso:

Q1: A lista de stakeholders e de requisitos podem sofrer incremento ap´os a aplica¸c˜ao do PREOrg?

Q2: Com base na avalia¸c˜ao dos analistas de sistemas envolvidos no estudo de caso, os novos requisitos podem servir de base para solu¸c˜oes de software que apoiem a melhoria do desempenho da Universidade Federal de Sergipe (UFS), seja atraindo resultados diretos, ou melhorando a eficiˆencia nos processos ou apoiando a tomada de decis˜ao?

As quest˜oes de pesquisa para o segundo estudo de caso s˜ao respondidas no Cap´ıtulo 5, onde ´e feita a an´alise dos resultados obtidos em sua realiza¸c˜ao.

(25)

Cap´ıtulo 1. Introdu¸c˜ao 24

1.3

Objetivos da Disserta¸c˜

ao

1.3.1

Objetivo Geral

O objetivo geral desse trabalho ´e propor e testar um guia de boas pr´aticas para elicita¸c˜ao de requisitos orientada ao desempenho organizacional, com a finalidade de desenvolver softwares eficientes no apoio a processos e na tomada de decis˜ao sob o ponto de vista dos analistas de requisitos e dos gestores no contexto das organiza¸c˜oes.

1.3.2

Objetivos Espec´ıficos

• Propositura e desenvolvimento de um guia de boas pr´aticas para elicita¸c˜ao de requisitos, que leve os profissionais da engenharia de software a elicitar requisitos de sistemas com ˆenfase em melhorar o desempenho das organiza¸c˜oes;

• Aplicar o guia proposto na ind´ustria com o objetivo de avaliar preliminarmente sua eficiˆencia;

• Aplicar o guia proposto num departamento respons´avel pelo desenvolvimento de solu¸c˜oes de software para uma organiza¸c˜ao p´ublica, com o objetivo de avaliar se tamb´em h´a eficiˆencia de sua aplica¸c˜ao nesse cen´ario;

• Avaliar quantitativamente e qualitativamente os resultados da aplica¸c˜ao do guia proposto, por meio das melhorias nos processos organizacionais, ou em seu n´ıvel de apoio `a tomada de decis˜ao, ou na melhoria dos resultados financeiros para a organiza¸c˜ao.

1.4

Metodologia

No intuito de alcan¸car os objetivos propostos, foi realizada uma revis˜ao da literatura e dois estudos de caso como instrumentos de pesquisa.

O objetivo de realizar a revis˜ao da literatura, apresentada na Se¸c˜ao 1.1, foi buscar trabalhos que ajudassem a adquirir conhecimentos sobre t´ecnicas para elicita¸c˜ao de requisitos, descobrir o estado da arte e como essas t´ecnicas podem ser utilizadas. As buscas foram restritas aos ´ultimos dez anos e o idioma em inglˆes, consultadas nas bases digitais IEEExplore, ACM, Scopus e ScienceDirect.

(26)

Cap´ıtulo 1. Introdu¸c˜ao 25

O PREOrg foi avaliado em dois estudos de caso, o primeiro deles apresentado no Cap´ıtulo 4, buscou em uma an´alise quantitativa, relacionar o aumento na quantidade de ve´ıculos vendidos e no faturamento de uma concession´aria no estado da Bahia ao se utilizar um software desenvolvido a partir dos requisitos elicitados com a aplica¸c˜ao do PREOrg. O segundo estudo de caso, apresentado no Cap´ıtulo 5, buscou avaliar quali-tativamente, sob o ponto de vista de analistas de sistemas da Universidade Federal de Sergipe, o quanto o PREOrg pode ajudar a desenvolver softwares capazes de melhorar o desempenho organizacional, seja no apoio `a tomada de decis˜ao ou na melhoria dos processos organizacionais.

A an´alise dos resultados foi realizada mediante a compara¸c˜ao dos dados obtidos antes e depois da aplica¸c˜ao do PREOrg. Neste sentido, o primeiro estudo de caso analisou a equipe de vendas da concession´aria comparando o seu desempenho nas vendas ao utilizar um software CRM desenvolvido com a aplica¸c˜ao do PREOrg contra o desempenho nas vendas dessa mesma equipe ao utilizar um software de apoio `as vendas desenvolvido sem a aplica¸c˜ao do PREOrg. No segundo estudo de caso foram analisadas as listas de requisitos e de Stakeholders de trˆes softwares, antes e depois da aplica¸c˜ao do PREOrg. Em seguida, os analistas de sistemas envolvidos no estudo de caso responderam a um question´ario de pesquisa com o intuito de permitir uma avalia¸c˜ao qualitativa dos resultados obtidos com a aplica¸c˜ao do PREOrg.

1.5

Organiza¸c˜

ao do Trabalho

No Cap´ıtulo2s˜ao apresentados conte´udos relevantes para a realiza¸c˜ao deste trabalho. Inicialmente, conceitos sobre engenharia de requisitos e suas atividades s˜ao explanadas. Em seguida, as t´ecnicas para elicita¸c˜ao de requisitos utilizadas no PREOrg s˜ao explicadas. No Cap´ıtulo 3 o modelo proposto pelo PREOrg ´e apresentado, e suas etapas e atividades s˜ao detalhadas. Por fim, o planejamento do treinamento para o guia ´e descrito.

No Cap´ıtulo 4 s˜ao apresentados o planejamento, a execu¸c˜ao e os resultados do primeiro estuco de caso realizado nesta pesquisa.

No Cap´ıtulo 5 s˜ao apresentados o planejamento, a execu¸c˜ao e os resultados do segundo estudo de caso realizado nesta pesquisa.

Por fim, no Cap´ıtulo6 s˜ao apresentadas as respostas `as quest˜oes da pesquisa, as contribui¸c˜oes do trabalho e as sugest˜oes de trabalhos futuros.

(27)

26

2 Referencial Te´

orico

2.1

Engenharia de Requisitos

Requisitos de Software expressam as necessidades e limita¸c˜oes em um produto de software que contribui para a solu¸c˜ao de algum problema do mundo real (BOURQUE; FAIRLEY et al., 2014). Pode-se afirmar que os requisitos de um software incluem es-pecifica¸c˜oes das funcionalidades que o software deve fornecer, limites sob as quais ele deve operar, propriedades gerais do software e restri¸c˜oes que devem ser satisfeitas no seu processo de desenvolvimento (SOMMERVILLE, 2011).

A Engenharia de Requisitos (ER) ´e definida em (BOEHM, 1989) como uma disciplina cujo objetivo ´e desenvolver uma especifica¸c˜ao completa, consistente e n˜ao amb´ıgua, servindo de base para um acordo entre todas as partes envolvidas e descrevendo o que o produto de software ir´a fazer ou executar, mas n˜ao como ele ser´a feito. A ER est´a envolvida com os objetivos e metas, fun¸c˜oes e restri¸c˜oes de um software. Tamb´em est´a relacionada com especifica¸c˜oes precisas do comportamento do software para futuras manuten¸c˜oes e atualiza¸c˜oes (LAPLANTE, 2013). A ER ´e imprescind´ıvel para resolver os problemas encontrados nas organiza¸c˜oes com rela¸c˜ao `as defini¸c˜oes necess´arias para o sucesso de projetos de software. Os autores do artigo (BHATTI; USMAN; JADI, 2015) afirmam que a engenharia de requisitos come¸ca com a elicita¸c˜ao dos requisitos e que a elicita¸c˜ao mal feita desses requisitos leva `a falha de projetos.

Os autores do artigo (AL-ZAWAHREH; ALMAKADMEH,2015) afirmam que a elicita¸c˜ao de requisitos ´e parte essencial da engenharia de requisitos para assegurar o sucesso do projeto com alta qualidade e que o envolvimento dos usu´arios ´e um ponto importante nessa etapa de defini¸c˜ao de um software, o que pode vir a exigir do analista de requisitos criatividade, envolvimento com o neg´ocio da organiza¸c˜ao demandante e experiˆencia para transformar informa¸c˜oes em solu¸c˜ao de software. Esses profissionais precisam entender melhor seu papel nesse cen´ario, buscando mudar a maneira como os usu´arios os enxergam nas organiza¸c˜oes. Para isso, ´e preciso acreditar que o produto de software deve buscar benef´ıcios diretos para as organiza¸c˜oes, mudando a forma como estas gerenciam seus processos ou tomam suas decis˜oes. Esses profissionais devem se aprofundar nos processos

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Cap´ıtulo 2. Referencial Te´orico 27

das organiza¸c˜oes onde atuam, buscando o conhecimento necess´ario `a propositura de alternativas inteligentes e eficazes, entender como os usu´arios resolvem seus problemas, observando os processos manuais ou mesmo os automatizados, trazendo uma vis˜ao cr´ıtica e construtiva que apontem melhorias.

Os autores dos artigos (CHENG; ATLEE, 2007) (JWO; CHENG, 2010) afirmam que, mesmo com uma equipe competente de gest˜ao de projetos, ´e poss´ıvel ainda cometer falhas relativas aos requisitos ao longo das atividades de desenvolvimento de um software. As necessidades dos usu´arios podem n˜ao ser corretamente e completamente identificadas durante a fase de elicita¸c˜ao de requisitos.

A Engenharia de Requisitos - ER envolve principalmente os processos de identificar, documentar, analisar e verificar as restri¸c˜oes e servi¸cos de um software (SOMMERVILLE, 2011). Os processos na engenharia de requisitos variam muito de uma organiza¸c˜ao para outra, principalmente em fun¸c˜ao das caracter´ısticas dos projetos. Definir processos apropri-ados traz muitos benef´ıcios, pois estes fornecer˜ao orienta¸c˜oes capazes de reduzir falhas no projeto de software e trar˜ao benef´ıcios diretos, como maior agilidade no desenvolvimento, diminui¸c˜ao de custos, redu¸c˜ao de retrabalho, melhor comunica¸c˜ao, redu¸c˜ao nas mudan¸cas de escopo, estimativas mais assertivas e a maior satisfa¸c˜ao dos demandantes.

2.2

Atividades da engenharia de requisitos

A ER pode ser dividida em dois grupos de atividades: o desenvolvimento de requisitos, que inclui as atividades de como elicitar, documentar, analisar e validar os requisitos, e o gerenciamento de requisitos, que inclui atividades relacionadas `a manuten¸c˜ao, tais como rastreabilidade e gerenciamento de mudan¸cas de requisitos (LAMSWEERDE, 2000)(PARVIAINEN et al.,2005)(CARRIZO; DIESTE; JURISTO,2014). Essas atividades s˜ao brevemente explicadas a seguir.

• Elicita¸c˜ao:

A elicita¸c˜ao de requisitos ´e o processo por meio do qual o demandante e o fornecedor descobrem, avaliam, articulam e compreendem os requisitos do sistema e o seu ciclo de vida (IEEE, 2011). A elicita¸c˜ao de requisitos ´e a fase inicial do processo de engenharia de requisitos e envolve atividades de descoberta desses requisitos. Nessa fase, ´e necess´ario um esfor¸co conjunto de todos os stakeholders. Entender a

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Cap´ıtulo 2. Referencial Te´orico 28

organiza¸c˜ao e seus processos, as necessidades e, at´e mesmo, poss´ıveis deficiˆencias de sistemas existentes, fazem parte dessa importante etapa na engenharia de requisitos. Consideram-se interessados no sistema todas as pessoas que s˜ao afetadas por ele de alguma maneira, dentre elas, clientes, usu´arios finais e gestores em todos os seus n´ıveis.

• Documenta¸c˜ao:

Elicita¸c˜ao e documenta¸c˜ao de requisitos s˜ao atividades iniciais que consistem na defini¸c˜ao das funcionalidades que ser˜ao criadas para o software (PRESSMAN; MA-XIM, 2016) (BRAUDE; BERNSTEIN, 2016). Os requisitos em n´ıvel de usu´ario s˜ao focados no dom´ınio do problema e s˜ao o principal meio de comunica¸c˜ao entre os clientes e os desenvolvedores (PAECH et al.,2005). Os requisitos devem ser revisados e aprovados por todos os envolvidos nessa etapa (SOMMERVILLE, 2011).

A documenta¸c˜ao de requisitos em n´ıvel de usu´ario ´e utilizada em todas as fases do ciclo de vida do desenvolvimento do software, desde as fases iniciais at´e a homologa¸c˜ao e entrega do produto final (LAPLANTE, 2013)(WIEGERS; BEATTY, 2013)(BRAUDE; BERNSTEIN, 2016). A partir da documenta¸c˜ao de requisitos em n´ıvel de usu´ario, outros artefatos, como requisitos em n´ıvel de sistema que s˜ao descri¸c˜oes mais detalhadas dos requisitos, como tamb´em diagramas e tabelas que auxiliam na interpreta¸c˜ao dos requisitos, podem ser utilizados para apoiar outras fases da Engenharia de Software, como a fase de desenvolvimento e testes de software onde s˜ao criados o c´odigo fonte e os casos de teste (POHL,2010)(BUEDE; MILLER, 2016).

Entre os problemas encontrados na ER, os relacionados `a documenta¸c˜ao de requi-sitos, que muitas vezes ´e realizada de forma incompleta e de dif´ıcil compreens˜ao pelos envolvidos no projeto, continuam como desafios a serem superados (HALL; BEECHAM; RAINER, 2002)(MAFRA et al., 2016). As principais causas de pro-blemas relacionados `a documenta¸c˜ao de requisitos em um projeto de software s˜ao: falhas de comunica¸c˜ao entre equipe de desenvolvimento e o cliente; n˜ao utiliza¸c˜ao de um processo bem definido para realizar ER; utiliza¸c˜ao de t´ecnicas de elicita¸c˜ao de requisitos deficientes; utiliza¸c˜ao deficiente ou n˜ao utiliza¸c˜ao de um modelo para documenta¸c˜ao dos requisitos e a falta de especialistas em requisitos envolvidos no projeto (FERN ´ANDEZ et al., 2015)(MAFRA et al., 2016).

(30)

Cap´ıtulo 2. Referencial Te´orico 29

Defeitos gerados a partir de erros inseridos em um documento de requisitos podem ser catastr´oficos para um projeto de software, devido ao efeito cascata gerado pelo uso desse documento em todas as fases do processo (BERRY, 2004). Erros nos documentos de requisitos podem proliferar pelas v´arias fases do processo de desenvolvimento, levando a um software de baixa qualidade (ELLIS; BERRY, 2013). A documenta¸c˜ao destes requisitos desempenha um papel crucial em engenharia de software na medida em que deve comunicar os requisitos para os clientes de uma forma compreens´ıvel e definir requisitos em detalhes precisos para os desenvolvedores do sistema (NICOL ´AS; TOVAL,2009). ´E importante que os requisitos sejam capazes de transmitir com clareza os objetivos do usu´ario, que sejam de f´acil manuten¸c˜ao e possibilitem aos engenheiros de software validar sua implementa¸c˜ao (IEEE,2011).

• An´alise:

A an´alise de requisitos descreve as tarefas e t´ecnicas utilizadas por um analista de neg´ocios para analisar requisitos declarados, no intuito de definir as capacidades requeridas de uma solu¸c˜ao potencial para atender `as necessidades das partes in-teressadas (IIBA, 2015). Esta fase ´e fundamental para o sucesso do processo de desenvolvimento do software. Nela, o engenheiro de requisitos especifica as fun¸c˜oes e desempenho do software, indica a interface do software com outros sistemas e estabelece as restri¸c˜oes de projeto do software (PRESSMAN; MAXIM, 2016).

• Valida¸c˜ao:

A valida¸c˜ao de requisitos ´e um trabalho de garantia de qualidade da engenharia de requisitos que busca assegurar que todos os requisitos especificados estejam alinhados com os requisitos de neg´ocio. Ou seja, procura garantir que todas as necessidades de neg´ocio das partes interessados no escopo do projeto ser˜ao satisfeitas (VAZQUEZ; SIM ˜OES, 2016).

O custo para descobrir e corrigir um defeito de software na fase de testes ´e de 5 a 100 vezes maior que o custo para se corrigir o mesmo problema ainda na fase de requisitos (BOEHM; BROWN; LIPOW, 1976)(IN; BOEHM, 2001). Um estudo envolvendo empresas europeias de desenvolvimento de software registrou que mais de 50% delas apontaram problemas na ´area de especifica¸c˜ao de requisitos (BRIAND et al., 2000).

(31)

Cap´ıtulo 2. Referencial Te´orico 30

• Rastreabilidade:

Uma das atividades relativas ao gerenciamento de requisitos ´e a rastreabilidade de requisitos, que ´e um mecanismo importante para a gest˜ao e auditoria de todo o processo de desenvolvimento de software (LAGO; MUCCINI; VLIET,2009). A rastre-abilidade influencia na qualidade de produtos de software facilitando sua reutiliza¸c˜ao (CLELAND-HUANG et al., 2012). A pr´atica efetiva de rastreabilidade ajuda na compreens˜ao do software, an´alise de impacto, debug do software e comunica¸c˜ao entre os membros da equipe (ASUNCION; FRANC¸ OIS; TAYLOR, 2007). A utiliza¸c˜ao de ferramentas ajuda a aprimorar a precis˜ao e reduz o tempo necess´ario para identificar rela¸c˜oes de rastreabilidade (LUCIA et al., 2007) obtendo benef´ıcios econˆomicos, t´ecnicos e sociais (FILHO, 2011).

• Gest˜ao de mudan¸cas de requisitos:

O processo de gerˆencia de requisitos envolve as atividades que ajudam a equipe de desenvolvimento a identificar, controlar e rastrear requisitos e gerenciar mudan¸cas de requisitos em qualquer momento ao longo do ciclo de vida do software ( SOMMER-VILLE, 2011) (PRESSMAN; MAXIM, 2016). Os principais objetivos desse processo s˜ao: gerenciar altera¸c˜oes nos requisitos acordados; gerenciar relacionamentos entre requisitos e gerenciar dependˆencias entre requisitos e outros documentos produzidos durante o processo de software (SOMMERVILLE, 2011). Para tal, o processo de gerˆencia de requisitos inclui diversas atividades, como controle de mudan¸cas, controle de vers˜ao, acompanhamento do estado dos requisitos e rastreamento de requisitos.

O controle de mudan¸ca define os procedimentos, processos e padr˜oes que devem ser utilizados para gerenciar as altera¸c˜oes de requisitos, assegurando que qualquer proposta de mudan¸ca seja analisada conforme os crit´erios estabelecidos pela orga-niza¸c˜ao. Mudan¸cas podem ser necess´arias em diferentes momentos e por diferentes raz˜oes. Para garantir uma abordagem consistente, recomenda-se que as organiza¸c˜oes definam um conjunto de pol´ıticas de gerˆencia de mudan¸ca (SOMMERVILLE, 2011).

2.3

M´etodos e t´ecnicas de elicita¸c˜

ao de requisitos

A norma ISO 29148 descreve a elicita¸c˜ao de requisitos como uma atividade iterativa onde v´arias t´ecnicas para identificar requisitos podem ser utilizadas (IEEE, 2011). A

(32)

Cap´ıtulo 2. Referencial Te´orico 31

atividade de elicita¸c˜ao de requisitos pode contar com o uso dessas t´ecnicas, as quais visam melhorar a comunica¸c˜ao entre os envolvidos e facilitar o entendimento de suas necessidades. Uma t´ecnica deve explorar atividades espec´ıficas da elicita¸c˜ao de requisitos, por isso a combina¸c˜ao de mais de uma t´ecnica ´e comum. O uso correto de t´ecnicas de elicita¸c˜ao ´e uma competˆencia decisiva para o sucesso do projeto e melhores resultados s˜ao alcan¸cados com uma combina¸c˜ao de v´arias t´ecnicas diferentes (POHL, 2010). Todavia, a eficiˆencia pr´atica dessas t´ecnicas pode variar de acordo com a sistem´atica de sua aplica¸c˜ao num projeto de software. Apenas os analistas experientes percebem intuitivamente qual m´etodo ou t´ecnica ´e efetiva em cada circunstˆancia e conseguem aplic´a-la com eficiˆencia durante o processo de elicita¸c˜ao de requisitos.

Diversas t´ecnicas e modelos est˜ao descritos na literatura para a elicita¸c˜ao de requi-sitos de software, como por exemplo entrevista, question´arios, brainstorming, workshops, observa¸c˜ao de ambiente ou padr˜oes de trabalho (Etnografia), revis˜ao da documenta¸c˜ao t´ecnica, an´alise de mercado ou avalia¸c˜ao do sistema competitivo, simula¸c˜oes, prototipagem, entre outras (IEEE,2011)(SOMMERVILLE,2011)(CARRIZO; DIESTE; JURISTO,2014). As t´ecnicas definidas a seguir, s˜ao utilizadas nos processos propostos pelo PREOrg e nos estudos de caso utilizados em sua valida¸c˜ao:

• Entrevistas:

Entrevista ´e uma conversa direcionada com um prop´osito espec´ıfico, que utiliza um formato pergunta-resposta (KENDALL; KENDALL, 2010). Entrevistas s˜ao usadas em quase todos os esfor¸cos de levantamento de requisitos. Nelas, os analistas formulam quest˜oes para os interessados e os requisitos s˜ao derivados das respostas a essas perguntas (SOMMERVILLE, 2011).

As entrevistas podem ser fechadas, nas quais o interessado responde a um conjunto de perguntas previamente elaboradas; ou abertas, para as quais n˜ao existe um roteiro predefinido. Neste ´ultimo tipo, o analista explora v´arios assuntos com o objetivo de compreender as necessidades dos stakeholders. Geralmente, as entrevistas s˜ao uma combina¸c˜ao dos dois tipos, dado que as discuss˜oes completamente abertas dificilmente funcionam bem, por isso algumas perguntas podem ser elaboradas como ponto de partida para conduzir a outros questionamentos discutidos de maneira menos estruturada (SOMMERVILLE,2011).

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Cap´ıtulo 2. Referencial Te´orico 32

• Question´arios:

Question´arios ou survey ´e a t´ecnica de levantamento de informa¸c˜oes que permite ao analista capturar, entre v´arias pessoas afetadas pelo sistema, atitudes, cren¸cas, comportamentos e caracter´ısticas. Atitudes referem-se a o que as pessoas na orga-niza¸c˜ao dizem querer; cren¸cas referem-se a o que as pessoas pensam ser realmente verdade; comportamento ´e o que as pessoas fazem; caracter´ısticas s˜ao propriedades de pessoas ou coisas (KENDALL; KENDALL, 2010).

Question´arios proveem um meio eficiente de coletar informa¸c˜oes de v´arios interessados. Entretanto, s˜ao limitados no que tange `a profundidade do conhecimento que pode ser levantado, uma vez que n˜ao permitem que um t´opico seja aprofundado ou que ideias sejam expandidas (WOHLIN et al., 2005). Cada usu´ario responde o question´ario individualmente e depois os requisitos s˜ao identificados por meio de an´alise das respostas fornecidas (BARBOSA et al., 2009).

• Brainstorming:

T´ecnica em que stakeholders com diferentes interesses se re´unem para apresentar tantas ideias quanto poss´ıveis sobre os requisitos do sistema, sem focar a aten¸c˜ao em nenhuma delas. O diferencial dessa t´ecnica ´e a promo¸c˜ao da livre express˜ao, e isso favorece a descoberta de solu¸c˜oes inovadoras para os problemas existentes (WOHLIN et al., 2005).

As ideias s˜ao postas de maneira que todos os presentes possam ser influenciados e possam opinar. Em seguida, o processo de sele¸c˜ao das ideias ´e reiniciado, podendo ser alteradas ou mescladas, buscando engajar diferentes grupos de interessados em um debate informal em busca de ideias poss´ıveis. Um diferencial dessa t´ecnica ´e que ela promove a livre express˜ao, favorecendo a descoberta de novas e inovadoras solu¸c˜oes para problemas existentes (WOHLIN et al.,2005).

• Etnografia:

Consiste em observar o comportamento dos indiv´ıduos em seu ambiente de trabalho. T´ecnica ´util, pois com ela ´e poss´ıvel identificar como as atividades s˜ao realizadas e qual tipo de suporte computacional ser´a realmente necess´ario. A t´ecnica pode ainda confirmar ou refutar informa¸c˜oes obtidas por outras t´ecnicas. A etnografia ´e o estudo de pessoas em seu ambiente natural. No contexto do levantamento de

(34)

Cap´ıtulo 2. Referencial Te´orico 33

requisitos, envolve a participa¸c˜ao ativa ou passiva do analista nas atividades normais dos usu´arios. T´ecnicas de etnografia s˜ao especialmente ´uteis para endere¸car fatores contextuais e de ambientes de trabalho cooperativo (WOHLIN et al., 2005).

2.4

Considera¸c˜

oes Finais do Cap´ıtulo

A aplica¸c˜ao de t´ecnicas durante o processo de elicita¸c˜ao de requisitos pode ajudar a garantir o sucesso do projeto de software, todavia, apesar de in´umeras t´ecnicas estarem dispon´ıveis, elas buscam melhorar o processo de elicita¸c˜ao de requisitos com vistas `a abrangˆencia dos requisitos elicitados, de forma que o melhor produto de software seja entregue ao inv´es de a melhor solu¸c˜ao de software para um neg´ocio preocupada com os resultados que o software poder´a trazer para a organiza¸c˜ao demandante. O PREOrg ir´a propor uma nova vis˜ao do processo de elicita¸c˜ao de requisitos, preocupada com os processos de neg´ocio da organiza¸c˜ao, todavia n˜ao apenas quanto `as suas necessidades, mas tamb´em com as oportunidades que sua automatiza¸c˜ao poder´a lhe render, seja em desempenho para a organiza¸c˜ao, atraindo resultados financeiros, eficiˆencia nos processos ou apoiando gestores na tomada de decis˜ao.

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34

3 PREOrg - Guia para Elicita¸c˜

ao de

Requisi-tos Orientado ao Desempenho

Organizaci-onal

O PREOrg ´e um guia de boas pr´aticas para elicita¸c˜ao de requisitos orientado ao desempenho organizacional, cujo objetivo ´e aumentar a eficiˆencia no processo de elicita¸c˜ao de requisitos, de maneira que os requisitos elicitados possam servir de base para solu¸c˜oes de software que apoiem a melhoria do desempenho das organiza¸c˜oes, seja atraindo resultados financeiros, eficiˆencia nos processos ou apoio `a tomada de decis˜ao.

O PREOrg tem o objetivo de disciplinar os profissionais da engenharia de requisitos a construir softwares que melhorem o desempenho das organiza¸c˜oes, independente das t´ecnicas aplicadas durante o processo de elicita¸c˜ao requisitos, afinal o PREOrg n˜ao ´e uma t´ecnica, mas sim um guia que deve apoiar os processos desenvolvidos pelas t´ecnicas utilizadas na organiza¸c˜ao para este fim.

A Figura 1 apresenta o modelo proposto numa abordagem em quatro est´agios aplic´aveis: classifica¸c˜ao, entrega, oportunidade e parˆametro, conforme explicado a seguir.

• Classifica¸c˜ao: prop˜oe que os stakeholders sejam classificados de maneira a definir uma abordagem estrat´egica durante a elicita¸c˜ao de requisitos.

• Entrega: define estrat´egias de entrega da informa¸c˜ao, de maneira a criar maior engajamento do usu´ario quanto ao uso do software que ser´a desenvolvido.

• Oportunidade: prop˜oe que argumentos sejam definidos para os requisitos de software propostos, de maneira a mostrar sua aplica¸c˜ao e seus objetivos estrat´egicos.

• Parˆametro: define que as informa¸c˜oes da organiza¸c˜ao possam ser comparadas a parˆametros e indicadores visando o melhor entendimento organizacional.

(36)

Cap´ıtulo 3. PREOrg - Guia para Elicita¸c˜ao de Requisitos Orientado ao Desempenho Organizacional 35

Figura 1 – PREOrg: Processo geral

3.1

Classifica¸c˜

ao dos Stakeholders

Uma das tarefas em um projeto de software ´e a identifica¸c˜ao das partes interessadas (stakeholders), indiv´ıduos que s˜ao afetados ou respons´aveis pelo resultado de um projeto de software. Tanto a pesquisa como a pr´atica sugerem que stakeholders com capacidade de influenciar em projetos desempenham papel crucial para o sucesso destes projetos (WANG; HUANG, 2006)(ASSUDANI; KLOPPENBORG,2010)(AALTONEN, 2011). Pacheco e Garcia (PACHECO; GARCIA, 2012) investigam em sua revis˜ao como a identifica¸c˜ao dos Stakeholders na elicita¸c˜ao de requisitos ´e realizada com o objetivo de identificar e caracte-rizar as diferentes abordagens e t´ecnicas utilizadas. O estudo observou que a identifica¸c˜ao dos stakeholders na fase de elicita¸c˜ao tem recebido pouca aten¸c˜ao. Os requisitos de um software promovem entradas e sa´ıdas de informa¸c˜ao. As informa¸c˜oes de entrada partem de uma origem, que pode ser uma pessoa, um arquivo ou at´e mesmo um outro software. Por outro lado, as informa¸c˜oes de sa´ıda est˜ao, geralmente, armazenadas na estrutura provida pelo pr´oprio software, nesse caso o banco de dados. Sendo assim, os requisitos que promovem sa´ıdas de informa¸c˜ao s˜ao dependentes daqueles respons´aveis pelas entradas, portanto ´e importante identificar as origens das informa¸c˜oes, que est˜ao normalmente na camada mais operacional da organiza¸c˜ao e o porquˆe dessas informa¸c˜oes serem armazenadas

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Cap´ıtulo 3. PREOrg - Guia para Elicita¸c˜ao de Requisitos Orientado ao Desempenho Organizacional 36

pelo software. As informa¸c˜oes de sa´ıda, quando promovidas de maneira estrat´egica, podem ajudar os stakeholders a entender melhor a organiza¸c˜ao, apoiando na tomada de decis˜ao, na melhoria dos processos e dos resultados. Por isso, essas informa¸c˜oes precisam chegar `a camada mais estrat´egica da organiza¸c˜ao de alguma maneira. Pode-se ent˜ao classificar os stakeholders em Operacionais ou Estrat´egicos e garantir que as informa¸c˜oes que entram no software, normalmente provenientes de um stakeholder operacional, devem ser entregues aos stakeholders estrat´egicos.

A classifica¸c˜ao de stakeholders deve ser realizada durante o processo de elicita¸c˜ao de requisitos, utilizando t´ecnicas convencionais como entrevista ou brainstorming. Conhecer o organograma da organiza¸c˜ao poder´a facilitar o entendimento da estrutura organizacional e permitir´a uma visualiza¸c˜ao clara de como as ´areas est˜ao relacionadas. Pode-se mapear visualmente a classifica¸c˜ao dos stakeholders no pr´oprio organograma da empresa, o que permite uma vis˜ao mais ampla da organiza¸c˜ao no tocante ao processo de desenvolvimento de software, servindo de aux´ılio `a lista de stakeholders.

A Figura 2ilustra um exemplo de uma classifica¸c˜ao de stakeholders aplicado num organograma.

Figura 2 – Organograma classificado

Como fazer: na pr´atica a classifica¸c˜ao dos stakeholders deve ser realizada em duas etapas:

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Cap´ıtulo 3. PREOrg - Guia para Elicita¸c˜ao de Requisitos Orientado ao Desempenho Organizacional 37

3.1.1

Etapa 1 - Mapear o organograma da organiza¸c˜

ao

O organograma representa a estrutura formal de uma organiza¸c˜ao. Ou seja, ´e a representa¸c˜ao gr´afica cl´assica de uma estrutura organizacional. Com o organograma o profissional de requisitos saber´a a quem os colaboradores e gestores devem prestar contas das suas atividades e qual a estrutura completa de cada setor, pois ´e nele que est˜ao definidos os n´ıveis hier´arquicos dos colaboradores, organizando quem deve responder `a quem na organiza¸c˜ao e a estrutura de seus setores. No organograma, anota¸c˜oes devem ser realizadas de maneira a identificar cada pessoa envolvida nos setores, em todos os seus n´ıveis. Para cada pessoa identificada, deve-se anotar o seu contato, hor´ario de trabalho e sua aloca¸c˜ao no organograma.

Ao final da etapa, o profissional de requisitos ter´a a percep¸c˜ao das ´areas de neg´ocios da organiza¸c˜ao, compreendendo quem s˜ao os respons´aveis pelos setores, quem realiza as opera¸c˜oes e processos, e quais deles tem potencial de envolvimento com o software a ser desenvolvido.

3.1.2

Etapa 2 - Classificar os stakeholders

Ap´os mapeado o organograma, pessoas devem ser abordadas em seus setores, com o intuito de identificar o n´ıvel de envolvimento nos processos de sua ´area e seu perfil, Operacional ou Estrat´egico. No organograma, as caixas mais baixas indicam, em geral, o n´ıvel mais operacional, enquanto as caixas mais altas apresentam os gestores, a diretoria e a presidˆencia. Pode-se utilizar cores distintas nas caixas do organograma para identificar cada classe de stakeholders, conforme visto no exemplo da Figura 2.

´

E importante que nesta etapa sejam identificados os gestores que podem precisar das informa¸c˜oes do software para tomar decis˜oes, esses ser˜ao stakeholders estrat´egicos para o software. Entrevistas nos postos de trabalho das pessoas identificadas na Etapa anterior ajudar˜ao nesse processo.

3.2

Entrega da informa¸c˜

ao - Sa´ıdas ativas e sa´ıdas passivas

As ´areas de uma organiza¸c˜ao possuem processos e atividades em volume e comple-xidade distintos, isso acaba por influenciar diretamente na disponibilidade de tempo dos gestores e de sua equipe para a realiza¸c˜ao de an´alises das informa¸c˜oes que um software ir´a

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Cap´ıtulo 3. PREOrg - Guia para Elicita¸c˜ao de Requisitos Orientado ao Desempenho Organizacional 38

prover, al´em disso alguns gestores podem dar maior ou menor importˆancia `as informa¸c˜oes dispon´ıveis. Pode-se distinguir os profissionais que buscam a informa¸c˜ao e disponibilizam maior tempo para sua an´alise, daqueles que n˜ao disponibilizam de tanto tempo para isso. Todavia, um software precisa cumprir sua fun¸c˜ao de entregar a informa¸c˜ao aos stakeholders estrat´egicos, a quest˜ao ´e como atingir esse objetivo.

Softwares constru´ıdos com vis˜ao estrat´egica promovem maior aproxima¸c˜ao entre a informa¸c˜ao e os objetivos da organiza¸c˜ao. Quanto maior a maturidade do software, maior a preocupa¸c˜ao com a entrega da informa¸c˜ao aos seus usu´arios. De maneira objetiva, pode-se afirmar que toda informa¸c˜ao armazenada por um software dever´a prover ao menos uma sa´ıda para essa mesma informa¸c˜ao. As entregas devem estar alinhadas com a disponibilidade dos stakeholders em rela¸c˜ao ao tempo que disponibilizam para an´alises das informa¸c˜oes providas pelo software.

A entrega da informa¸c˜ao pode ocorrer por meio de sa´ıdas passivas ou ativas. Sa´ıdas passivas dependem da a¸c˜ao do usu´ario para que a informa¸c˜ao seja apresentada, portanto ser˜ao disponibilizadas por meio de relat´orios ou gr´aficos, podendo trazer maior detalhamento da informa¸c˜ao. Normalmente as sa´ıdas passivas far˜ao parte do dia-a-dia dos stakeholders que se apoiam na informa¸c˜ao para execu¸c˜ao de suas atividades. Esses stakeholders estar˜ao entre os usu´arios que ter˜ao o software como sua fonte de apoio para a execu¸c˜ao de seus processos e para a tomada de decis˜oes importantes. As sa´ıdas ativas devem disponibilizar uma vis˜ao mais geral e objetiva da informa¸c˜ao, que podem servir a qualquer perfil de usu´ario, todavia, ser˜ao cruciais para a entrega da informa¸c˜ao aos gestores com menor tempo dispon´ıvel para a an´alise dessas informa¸c˜oes.

As sa´ıdas ativas n˜ao precisam da a¸c˜ao do usu´ario para que a informa¸c˜ao seja entregue. Utilizando tecnologias que permitam integra¸c˜ao, o software dever´a enviar as informa¸c˜oes aos seus usu´arios de maneira ativa, todavia essas informa¸c˜oes devem ser claras e objetivas, de maneira que atraiam a aten¸c˜ao do stakeholder para que este possa ter o interesse despertado e venha a buscar maior detalhe da informa¸c˜ao nas sa´ıdas passivas. O estudo (SU et al., 2015) sugere que com o r´apido desenvolvimento das tecnologias de comunica¸c˜ao m´ovel, v´arios tipos de conte´udo podem ser entregues entre usu´arios m´oveis para compartilhamento de conte´udo.

Pode-se citar in´umeras oportunidades para a cria¸c˜ao de sa´ıdas ativas num software, incluindo envio de torpedos SMS, e-mail, ou at´e mesmo meios de comunica¸c˜ao mais abertos como portais de transparˆencia e revistas eletrˆonicas. Essas ´ultimas poder˜ao permitir

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Cap´ıtulo 3. PREOrg - Guia para Elicita¸c˜ao de Requisitos Orientado ao Desempenho Organizacional 39

uma entrega ativa at´e mesmo a stakeholders externos. Desta forma, ´e poss´ıvel interligar diferentes entidades (pessoas, dispositivos e sistemas) em locais diferentes (SU; XU, 2015). Uma Intranet poder´a ser utilizada para os indiv´ıduos que operam processos ou tomam decis˜oes importantes, portais (Extranet ou Internet) podem disponibilizar a informa¸c˜ao para uma amostra da popula¸c˜ao que tenha interesse pela mesma, mecanismos de integra¸c˜ao para softwares externos podem facilitar a entrega da informa¸c˜ao a organiza¸c˜oes externas.

A Figura3ilustra o fluxo da informa¸c˜ao de um software com sa´ıdas ativas e passivas.

Figura 3 – Entrega da informa¸c˜ao

Como fazer: O processo de entrega da informa¸c˜ao deve ser executado em duas etapas:

3.2.1

Etapa 1 - Criar sa´ıdas passivas

Durante o processo de elicita¸c˜ao de requisitos ´e necess´ario dar importˆancia n˜ao apenas aos requisitos que tratam das entradas de dados no software, mas tamb´em dos requisitos que normalmente s˜ao demandados pelos stakeholders estrat´egicos. Ao classificar stakeholders novas oportunidades para elicitar requisitos surgir˜ao, principalmente nas

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Cap´ıtulo 3. PREOrg - Guia para Elicita¸c˜ao de Requisitos Orientado ao Desempenho Organizacional 40

´areas mais estrat´egicas, e s˜ao essas ´areas que trazem maior n´umero de demandas por informa¸c˜ao a serem utilizadas para o apoio `a tomada de decis˜ao. O profissional de requisitos deve influenciar os stakeholders estrat´egicos a demandarem relat´orios, pain´eis gr´aficos e gerenciais, al´em de qualquer outra fonte de informa¸c˜ao a partir dos dados armazenados no software. Cabe a este, identificar dados que apoiem gestores em seu trabalho di´ario, identificando necessidades a serem utilizadas em reuni˜oes estrat´egicas ou em sua rotina.

Planilhas de dados utilizadas por gestores podem ajudar a elicitar novas demandas, para isso ´e importante identificar material de apoio utilizado em reuni˜oes gerenciais, criar prot´otipos de relat´orios, de consultas e de gr´aficos, com vistas a melhorar o poder de decis˜ao dos gestores.

3.2.2

Etapa 2 - Criar sa´ıdas ativas

Sa´ıdas ativas devem ser utilizadas para facilitar a entrega da informa¸c˜ao aos usu´arios e aumentar o engajamento no software. Nem sempre os softwares s˜ao utilizados em sua totalidade devido a falta de engajamento ou mesmo de conhecimento dos usu´arios. Ao identificar requisitos que promovem sa´ıdas passivas o profissional de requisitos deve observar quais facilidades podem ser criadas para o usu´ario por meio de sa´ıdas ativas. Sum´arios de dados podem ser enviados por e-mail diariamente com um resumo de informa¸c˜oes gerenciais, alertas podem ser enviados por SMS ou notifica¸c˜oes por meio de aplicativos em dispositivos m´oveis. As informa¸c˜oes mais importantes para os gestores devem ser utilizadas em sa´ıdas ativas de maneira a aumentar o interesse pelo uso do software e se poss´ıvel devem disponibilizar links diretos para relat´orios criados a partir das sa´ıdas passivas identificadas na epata anterior.

3.3

Oportunidades estrat´egicas

As organiza¸c˜oes procuram vantagem competitiva em termos de custo, qualidade e flexibilidade no desenvolvimento de software, procurando aumento da produtividade bem como a dilui¸c˜ao do risco (SENGUPTA; CHANDRA; SINHA, 2006). ´E importante estabelecer valores mais objetivos ao software durante o processo de defini¸c˜ao do mesmo, buscando compensar os custos por meio daquilo que o software poder´a oferecer `a or-ganiza¸c˜ao. As organiza¸c˜oes devem justificar custos e recursos para desenvolvimento de

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software e sistemas e outros servi¸cos de TI. Muitas vezes, tal justificativa exige uma demonstra¸c˜ao concreta de como esse desenvolvimento contribuir´a para os objetivos globais dos neg´ocios da organiza¸c˜ao (BASILI et al., 2010).

Envolver stakeholders com vis˜ao estrat´egica sobre a organiza¸c˜ao poder´a ajudar na identifica¸c˜ao de oportunidades estrat´egicas para o software. ´E prov´avel que entrevistas individuais com esses stakeholders possam ajudar a identificar sa´ıdas que apoiem a tomada de decis˜ao ou a melhoria de processos da organiza¸c˜ao ou at´e mesmo o aumento de seus resultados financeiros, seja por meio da redu¸c˜ao de custos ou pelo aumento dos lucros. Ap´os a abordagem individualizada desses stakeholders ´e importante tentar cruzar informa¸c˜oes e refinar os requisitos.

Ap´os a fase de entrevistas com os stakeholders estrat´egicos, o analista ter´a uma lista de requisitos para valida¸c˜ao, deve-se organizar esses requisitos e identificar com clareza a maneira como a informa¸c˜ao ser´a entregue aos usu´arios. Em seguida, em uma sess˜ao de brainstorming envolvendo esses stakeholders, os requisitos elicitados poder˜ao ser refinados e validados.

Como fazer: Ser˜ao definidas a seguir trˆes etapas que buscam facilitar a identifica¸c˜ao de oportunidades estrat´egicas durante o processo de elicita¸c˜ao de requisitos e colocar a solu¸c˜ao de software proposta num ˆambito estrat´egico da organiza¸c˜ao sob o ponto de vista de seus gestores.

3.3.1

Etapa 1 - Mapeamento da rotina dos stakeholders

No contexto do levantamento de requisitos, a etnografia envolve a participa¸c˜ao ativa ou passiva do analista nas atividades normais dos usu´arios. A t´ecnica ´e especialmente ´util para endere¸car fatores contextuais e de ambientes de trabalho cooperativo (WOHLIN et al., 2005). A etnografia ´e um m´etodo contextual que permite descrever a vis˜ao dos stakeholders, suas necessidades e seus costumes organizacionais (REDDIVARI et al.,2017). A t´ecnica pode ser de dif´ıcil aplica¸c˜ao em stakeholders estrat´egicos, uma vez que nem sempre suas agendas permitir˜ao a disponibilidade de tempo necess´aria e que parte de suas atividades podem ser de conte´udo sigiloso. Todavia, entender o dia-a-dia desses stakeholders apoiar´a tanto na identifica¸c˜ao de informa¸c˜oes que precisam ser entregues, como na defini¸c˜ao da maneira em que estas ser˜ao disponibilizadas, se em sa´ıdas ativas ou passivas. As rotinas

Referências

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