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LICENCIATURA EM MATEMÁTICA NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UM DESAFIO PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES MESTRADO ACADÊMICO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC/SP

MIGUEL FORTUNATO ATHIAS

LICENCIATURA EM MATEMÁTICA NA MODALIDADE DE

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UM DESAFIO PARA A

FORMAÇÃO DE PROFESSORES

MESTRADO ACADÊMICO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

(2)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC/SP

MIGUEL FORTUNATO ATHIAS

LICENCIATURA EM MATEMÁTICA NA MODALIDADE DE

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UM DESAFIO PARA A

FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Dissertação apresentada à Banca Examinadora como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob a orientação da Profª. Doutora Célia Maria Carolino Pires.

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Au t or i z o, e xc l us i v am e nt e p a r a f i n s c om p l et am e nt e ac a d ê m ic os e c i en t í fi c os, a r e p r od u ç ã o t ot al o u p a r c i a l d est a Di ss e r t aç ã o p or p r oc es s o d e f ot o có p i a o u e l et r ô n ic os.

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AG RADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a Deus por me proporc ionar mais esta chance em minha v ida.

Aos meus pais Fortunato Jayme Athias e Raquelita Athias, pelo apoio e amor.

À Profª. Drª. Célia Maria Carolino Pires, por sua paciência e dedicação.

À Profª. Drª. Celina Aparec ida Almeida Pires Abar e Profª. Drª. Edda Curi, pelas sugestões, críticas e as pontuações feitas no meu

exame de qualificação.

À Profª. Drª. Neri Terezinha Both Carvalho pelo s eu grande auxilio nes ta pesquisa. Ao meu tio e padrinho Eliezer Athias, pelo seu apoio nessa

c aminhada.

A todos os professores do Mestrado pela pac iência, ens inamentos e auxílios na minha diss ertaç ão e na vida, em especial à Profª. Drª. Laurizete Fragoso Pass os e Profª. Drª. Maria Cris tinha S. de A. Maranhão.

Aos meus colegas de Mestrado, por terem me ens inado muito nesse um ano e meio, em especial à aluna Sara Miranda de Lac erda.

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Ao meu irmão Marcos Fortunato Athias e minhas sobrinhas Gabi Athias e Coral Athias, pelo amor.

A minha segunda mãe Maria Rai munda Santos, pelo amor e carinho.

Aos médicos Hélio Magalhães e Addib Jatene, por cuidarem de minha saúde.

Minhas tias Esther Dimenstain e Mirian Bendahan, pelo carinho e amor.

Minha namorada Nicole Klein, pela paciência nos fins de semana.

A família Barenbein, pelos incontáveis Shabats em sua casa.

A comunidade Knesset Is rael pelo apoio religios o.

À UNAMA, Univ ersidade da Amazônia pelo apoio financeiro e inc entiv o para realizaç ão deste Mes trado.

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RESUMO

O objetivo do presente trabalho é o de discutir possibilidades e perspectivas de formar professores de Matemática na modalidade de educação a distância. Toma por base experiências de duas instituições de nível superior, uma delas com larga experiência em educação a distância e, a outra desenvolvendo um projeto piloto a ser implantado posteriormente em maior escala. Discute as modalidades de ensino a distância que foram e são realizadas no mundo, e em qual delas estão inseridos os cursos pesquisados; as definições de educação a distância que foram construídas ao longo do tempo e qual a definição fornecida por lei pelo Brasil; debate também funções que os professores podem assumir nesta modalidade; bem como analisa os currículos de cada curso. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com características apresentadas por Lüdke e André (1986), que utiliza análise de documentos e entrevistas que foram realizadas com coordenadores e professores de diferentes disciplinas e as análises das entrevistas tomampor base os ensinamentos de Bardin (2010). Os fundamentos teóricos foram buscados especialmente nos trabalhos de Otto Peters, Maria Luiza Belloni, Garcia Gouvêa, Regina Barros Leal Silveira e Marcelo de Carvalho Borba. Os resultados apontam no sentido de que é possível realizar um curso de Licenciatura em Matemática a Distância de qualidade, que os professores estão conseguindo superar os problemas encontrados para desenvolver suas disciplinas a distância com a utilização de tecnologias e recursos áudios visuais; porémainda há grandes dificuldades por parte de professores e alunos diante dessa nova possibilidade, especialmente em termos de entender as peculiaridades da educação a distância e o real papel de professores e alunos nesta modalidade de formação inicial.

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ABSTRACT

The aim of this paper is to discuss opportunities and prospects for training teachers of mathematics in the distance education mode. It builds on the experiences of two institutions of higher education, one with extensive experience in distance education, and the other developing a pilot project to be implemented later on a larger scale. It discusses the methods of distance learning that were and are held in the world (that were held in the world and still are), and in which one (they fit) the courses surveyed could be included, the definitions of distance education that have been built over the time and what is the definition provided by law in Brazil; it debates also the tasks that teachers can take in this area and analyzes the curriculum of each course. This is a qualitative research, with characteristics presented by Lüdke and Andre (1986), which uses document analysis and interviews that were conducted with coordinators and teachers from different disciplines and the analysis of the interviews are based on the lessons of Bardin (2010). The theoretical foundations were sought especially in the work of Otto Peters, Maria Luiza Belloni, Garcia Gouvêa, Regina Silveira Barros Leal and Marcelo de Carvalho Borba. The results show that it is possible to conduct a good quality course in Mathematics in distance education, that teachers have been successfully overcoming the problems encountered in developing their courses to distance with the use of audio visual technology and resources, but there is still great difficulties on the part of teachers and students at this new opportunity, especially in terms of understanding of the peculiarities of distance education and the real role of teachers and students in this initial training.

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Sumário

Apresentação da pesquisa ...Pág. 12 Introdução ...Pág. 12 Justificativa da escolha tema...Pág. 13 Trajetória profissional...Pág. 13 Educação a Distância no Brasil no momento atual ...Pág. 15 Objetivo e questões da pesquisa ...Pág.20 Estrutura do Trabalho...Pág. 21

Capitulo 1 – Fundamentação Teórica e Primeiras Aproximações do Tema

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CAPÍTULO 2 – Processo Metodológico, Cenários da Pesquisa e seus atores.

2.1 Processo Metodológico ...Pág. 50 2.2 Pesquisa qualitativa ...Pág. 50 2.3. Pesquisa de campo...Pág. 52 2.4 As Instituições...Pág. 54 2.4.1 Instituição A...Pág. 54 2.4.2 Instituição B ...Pág. 56 2.5 Os Cursos ...Pág. 56 2.5.1 Estrutura dos cursos ...Pág. 57 2.5.2 Comunicação ...Pág. 59 2.6 Autores ...Pág. 59 2.6.1 Professores ...Pág. 59 2.6.2 Tutores ...Pág. 59 2.7 Professores e Coordenadores ...Pág. 60 2.8 Quadros comparativos entre as instituições e síntese dos sujeitos....Pág. 65 Quadro I ...Pág. 65 Quadro II ...Pág. 66

CAPÍTULO 3 – Projeto Pedagógico e Curricular dos Cursos

3.1 Objetivo dos cursos ...Pág. 68 3..2 Princípios da organização Curricular dos cursos ...Pág. 70 3.3 Estrutura Curricular ...Pág. 72 3.4 Ementas ...Pág. 74 3.5 Material Impresso e Digital ...Pág. 76

Capitulo 4 – Dificuldades e possibilidades de formar professores de Matemática na modalidade de educação a distância nos cursos de Licenciatura em Matemática a distância, na opinião de professores e coordenadores.

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4.1.1 Dificuldades em desenvolver a disciplina e formação professor? ...Pág. 79 4.1.2 Experiências anteriores em educação a distância ...Pág. 85 4.1.3 Utilização de Tecnologias ...Pág. 86 4.1.4 Diminuir o impacto da distância ...Pág. 87 4.1.5 A compreensão da essência da educação a distância...Pág. 89 4.1.6 Que melhorias a EaD proporcionou aos professores e quais as vantagens e desvantagens dos alunos na EaD...Pág. 90 4.2 Quadro síntese ...Pág. 92 Quadro III ...Pág. 92

Considerações Finais ...Pág. 93

Referencias Bibliográficas...Pág. 100

Anexo I...Pág. 104

Anexo II...Pág. 114

Anexo III ...Pág. 150

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INTRODUÇÃO

Nosso trabalho tem como objetivo discutir possibilidades e perspectivas de formar professores de Matemática na modalidade de educação a distância. Procura investigar quais as dificuldades encontradas pelos professores que ensinam em cursos de Licenciatura em Matemática a Distância, quais suas angústias, como estão tentando superar este desafio que é de formar o professor de Matemática na modalidade a distância, que redirecionamentos tiveram que realizar no decorrer de suas disciplinas, que experiências positivas estes professores podem levar para suas turmas de ensino presencial e que mudanças estes professores tiveram ao participar do curso a distância.

Utilizamos como fontes principais os teóricos Otto Peters (2004), Maria Luiza Belloni (2008), Garcia Gouvêa (2006) e Regina Maria Barros da Silveira (2005) para fundamentar a área de educação a distância, formação de professor a distância, experiências e tutores. No decorrer da pesquisa buscamos analisar os seus discursos e de que maneira tenta-se solucionar ou não o problema com a distância e como desenvolveram suas disciplinas.

Os dados coletados nos fornecem indicadores sobre quais as metodologias adotadas e quais os processos metodológicos realizados, quais os diferentes modelos de curso a distância e como se diferenciam, como os professores são classificados quanto ao tipo de atribuição e qual deles é exercido em sua instituição; tais dados foram obtidos por meio de entrevistas realizadas que relatam as opiniões e vivências de cada entrevistado no decorrer do curso em que está inserido.

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se instalam não apenas no meio acadêmico, mas também na sociedade em geral.

JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA

Trajetória profissional pessoal

Minha história pessoal, não só como professor, mas também de vida comunitária passa pelo caminho da educação ou pela educação tradicional da qual me tornei professor desde criança, pois dava aulas para meus colegas de sala ou mesmo depois que me formei no ano de 1995, pela educação informal, e por 15 anos fui instrutor de um grupo juvenil judaico em Belém do Pará chamado Kadima, no qual trabalhávamos com jovens de maneira informal.

Quando me formei no curso de Licenciatura Curta em Ciências com habilitação plena em Matemática, entrei no mercado de trabalho pelo modelo convencional, no qual as aulas eram expositivas, centradas no conteúdo e não na aprendizagem dos alunos, mas sempre tentei buscar a melhor maneira que estes conteúdos fossem repassados, tentava de todas as formas com jogos e buscava realizar uma educação diferenciada.

Em 1997 fiz minha primeira especialização na PUC-MG em Informática na Educação, pois tinha e tenho uma verdadeira paixão pelo mundo de novas tecnologias, porquanto vejo nesta vertente um poderoso aliado para facilitar o ensino e a aprendizagem, não só da Matemática, mas também de todas as outras disciplinas, pois o mundo virtual estimula a imaginação não só do professor como também do aluno, além de que o aluno hoje já está bem mais familiarizado com o mundo informatizado.

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Nacional de Seguros – FUNENSEG em 1998 e trabalhado nesse ramo em Belém, na corretora EV-SEGUROS onde fui sócio.

Lecionei neste curso matérias como Seguro Saúde, Previdência Privada, Resseguro Internacional, mas sempre voltadas para a área de cálculo. Porém, com a extinção deste curso, fui locado para trabalhar com Matemática Financeira nos cursos de Gestão Empresarial, mas até este momento era somente presencial, nunca tive nenhuma experiência com EaD ou qualquer outra forma diferenciada de educação que não fosse a tradicional.

A UNAMA, no Centro de Formação Específica - CESFE lançou um projeto chamado Programa de Educação a Distância - PROEAD, com o intuito de viabilizar uma nova maneira de realizar o ensino.

Em 2005 fui chamado para ministrar em uma turma que por coincidência era na própria capital, uma turma de EaD e aceitei o desafio. Foi neste momento que senti uma enorme dificuldade, pois não sabia como realizar esta aula, já que tinha uma prática muito mais voltada para a educação tradicional.

O modelo de EaD utilizado pelo PROEAD consiste em 40% de aulas presenciais e 60% a distância, onde o aluno tem um contato permanente com o professor, sem intermédio de tutores ou monitores, direto pelo ambiente virtual da Universidade chamado de Aprendiz.

Minha dificuldade em como realizar esta nova maneira de ensino ficou evidente, pois modificar o pensamento não apenas como professor que foi formado no modelo presencial e também minha atuação como professor, exclusivamente caracterizada no modelo de uma “educação de concepção bancária1”, como foi caracterizado por Freire (1983) e que já vem de muitos

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anos é bastante complicado. Foi quando realmente percebi que formação de professor para esta nova modalidade é realmente insuficiente e inadequada, e que os professores que estão nesta área talvez em sua maioria nunca foram preparados ou participaram de discussões ou estudos de como pode funcionar a educação a distância. A estes novos desafios acrescem-se os muitos problemas ainda não superados da formação inicial de professores na modalidade presencial. Com os dados pesquisados e o auxílio das bibliografias tentaremos responder a essas questões no decorrer desta pesquisa.

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL NO MOMENTO ATUAL

Outra motivação para a escolha do tema relaciona-se ao fato de que a Educação a Distância no Brasil está no foco das discussões, especialmente com a criação do Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB - que tem como prioridade a formação de professores para a Educação Básica.

O Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB - é um programa do Ministério da Educação, criado em 2005, no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação e possui como prioridade a capacitação de professores da educação básica. Seu objetivo é de estimular a articulação e integração de um sistema nacional de educação superior. Esse sistema é formado por instituições públicas de ensino superior, as quais se comprometem a levar ensino superior público de qualidade aos municípios brasileiros. Tendo como base o aprimoramento da educação a distância, o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) visa expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior. Para isso, o sistema tem como base, fortes parcerias entre as esferas federais, estaduais e municipais do governo. Apesar da prioridade do programa ser a capacitação de professores da educação básica com a oferta de cursos de licenciatura e de formação continuada, o Sistema Universidade Aberta do Brasil também disponibiliza vários outros cursos superiores nas mais diversas áreas do saber. Disponível em: < http://www.uab.mec.gov.br/conteudo.php>. Acesso em: 10 mar.2009.

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Para atingir este objetivo central a UAB realiza ampla articulação entre instituições públicas de ensino superior, estados e municípios brasileiros, para promover, através da metodologia da educação a distância, acesso ao ensino superior para camadas da população que estão excluídas do processo educacional.

O Sistema Universidade Aberta do Brasil foi criado pelo Ministério da Educação em 2005, no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação, com foco nas Políticas e na Gestão da Educação Superior sob cinco eixos fundamentais. De acordo com o MEC estes eixos são:

a) Expansão pública da educação superior, considerando os processos de democratização e acesso;

b) Aperfeiçoamento dos processos de gestão das instituições de ensino superior, possibilitando sua expansão em consonância com as propostas educacionais dos estados e municípios;

c) A avaliação da educação superior a distância, tendo por base os processos de flexibilização e regulação em implementação pelo MEC;

d) As contribuições para a investigação em educação superior a distância no país.

e) O financiamento dos processos de implantação, execução e formação de recursos humanos em educação superior a distância.2

Tendo como base o aprimoramento da educação a distância, o Sistema UAB visa expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior. Para isso, o sistema busca fortes parcerias entre as esferas federais, estaduais e municipais do governo.

2Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php>. Acesso em 10 mar.

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O Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB - não propõe a criação de uma nova instituição de ensino, mas sim, a articulação daquelas já existentes, possibilitando o ensino superior público de qualidade aos municípios brasileiros que não possuem cursos de formação superior ou cujos cursos ofertados não são suficientes para atender a todos os cidadãos.

O objetivo do sistema UAB é desenvolver a modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no país, além de ampliar o acesso à educação superior pública, levando tais cursos às diferentes regiões do país.

É objetivo, também, oferecer cursos superiores para capacitação de dirigentes, gestores e trabalhadores em educação básica dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e apoiar a pesquisa em metodologias inovadoras de ensino superior respaldadas em tecnologias de informação e comunicação.

Além disso, pretende atingir objetivos socioeducacionais com a colaboração da União com entes federativos, e estimular a criação de centros de formação permanentes por meio dos pólos de apoio presencial.

Para ofertar cursos a distância, cada município deve montar um pólo presencial, com laboratórios de informática, biologia, química e física, além de biblioteca. Essa infraestrutura, que inclui ainda o apoio de tutores, fica à disposição dos alunos. Já a elaboração dos cursos é de responsabilidade das instituições públicas de ensino superior de todo país, que desenvolvem material didático e pedagógico.

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Em 2007, o Ministério da Educação, por meio do Sistema Universidade Aberta do Brasil, atingiu um total de 291 pólos educacionais, em pleno funcionamento, possibilitando com isso a abertura de 46 mil vagas de ensino superior. Apesar desta conquista, o programa continua em plena expansão. Estão previstos mais três editais para os próximos dois anos, os quais abrirão mais 750 pólos presenciais. Com isso, o objetivo do MEC é de chegar em 2010, com mais de mil pólos em funcionamento, por conseguinte alcançar um total de 300 mil novas vagas no sistema de educação superior.

Alunos formados em cursos de graduação, na modalidade a distância, terão direito a diploma equivalente ao dos cursos de graduação presenciais, sendo ele emitido pelas IES que ofertaram esses cursos. Tal fato é previsto no decreto presidencial nº 5.622 de 20 de dezembro de 2005.

A UAB é uma iniciativa criada em 2005 no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação, com o propósito de capacitar professores da educação básica. Seu primeiro edital lançado em 2005 permitiu a implantação da primeira etapa da rede de pólos de apoio presencial e cursos ofertados por universidades federais - foram selecionados para configurar a primeira etapa de funcionamento do programa UAB. Durante este período foram sendo adaptadas as medidas cabíveis para a oferta dos cursos superiores na modalidade a distância como modelos básicos para programas pedagógicos, validação de diplomas, credenciamento de instituições, autorização dos cursos, capacitações de profissionais especiais, níveis de cooperação entre instituições e pólos, dentre outros aspectos.

Muitos aspectos ainda se encontram em processo de adaptação e, mesmo sendo um modelo de oferta novo de cursos públicos superiores, esses aspectos não prejudicam o sucesso do programa.

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entre pólos e cursos ofertados pelas IES. Serão mais de 250 novos pólos e mais de 30 mil novas vagas

O crescimento do número de cursos de Licenciatura em Matemática a Distância é visível, segundo a ABED, Associação Brasileira de Educação a Distância no ano de 2000 eram 13 cursos com 1.758 alunos, em 2008 passou para 1.752 cursos e 786.718 alunos, um crescimento de 13.500% em oito anos. Disponível em: < http://www.abed.org.br>. Acesso em 20 jul. 2010.

Segundo os dados do INEP, o número de cursos de Licenciatura em Matemática presencial no ano de 2000 era de 327 e com 36.685 alunos, em 2004 passou para 466 cursos e 48.717 alunos, um crescimento de 32,80% em quatro anos. Disponível em: < http://www.inep.gov.br>. Acesso em 20 jul. 2010.

Nesse contexto, uma série de questionamentos se coloca para a comunidade de Educação Matemática, como por exemplo: Como formar profissionais para trabalhar com EaD na formação inicial de professores em Matemática? Como capacitar os formadores para atuar em EaD? Que propostas devem orientar um curso na modalidade EaD?

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OBJETIVOS E QUESTÕES DE PESQUISA

Nosso trabalho tem como objetivo discutir possibilidades e perspectivas de formar professores de Matemática na modalidade de educação a distância. Procura investigar quais as dificuldades encontradas pelos professores que ensinam em cursos de Licenciatura em Matemática a Distância, quais suas angústias, como estão tentando superar este desafio que é de formar o professor de Matemática na modalidade a distância, que redirecionamentos tiveram que realizar no decorrer de suas disciplinas a distância, que experiências positivas estes professores podem levar para suas turmas de ensino presencial e que mudanças estes professores tiveram ao participar do curso a distância. Nesta pesquisa, além dos professores que atuam em cursos de licenciatura de Matemática, também buscaremos a opinião de coordenadores desse curso.

Estudando o tema “Licenciatura em Matemática na modalidade de educação a distância”, buscaremos responder às seguintes questões:

 Como cursos que oferecem Licenciatura em Matemática estão se organizando em termos de modelos de Educação a Distância, plataformas, proposta curricular e material utilizado?

 Quais as dificuldades e possibilidades de formar professores de Matemática na modalidade de educação a distância nos cursos de Licenciatura em Matemática a distância, na opinião de professores e coordenadores?

 Que lições os professores levam da sua prática de ensino presencial para o ensino a distância e vice-versa?

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ESTRUTURA DO TRABALHO

Organizamos nosso trabalho em quatro capítulos.

No primeiro capítulo, iremos apresentar os autores que fundamentaram esta pesquisa, as primeiras aproximações do tema, as definições que foram adotadas pelos teóricos e como o Brasil define por lei a educação a distância e quais as contribuições dos autores que fundamentam nossa pesquisa nos tópicos: Os modelos de educação a distância e quais os países que se utilizam desse modelo e as novas funções que professores podem assumir no processo.

No segundo capítulo, será apresentado o processo metodológico, como foi realizada a pesquisa, quais os autores selecionados para fundamentar a metodologia, os cenários que está inserida a pesquisa e os atores.

No terceiro capítulo, iremos descrever os pontos comuns entre as duas instituições e suas características sobre os projetos pedagógicos e curriculares de cada curso pesquisado, as estruturas dos cursos, princípios curriculares, plataformas, tutores, ementas e material utilizado.

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esta experiência e as vantagens e desvantagens dos alunos de participarem de um curso a distância.

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CAPÍTULO 1

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E PRIMEIRAS

APROXIMAÇÕES DO TEMA

1.1. Introdução

A literatura sobre educação a distância, embora já seja de razoável porte, ainda é bastante geral, ou seja, ainda não focaliza aspectos singulares como é o caso da formação de professores de Matemática, foco de nossa investigação. Buscando um diálogo com autores que refletem sobre EaD, selecionamos as contribuições de alguns deles, a saber:

Otto Peters – fundador e primeiro reitor da Fernuniversität – Universidade a Distância na cidade de Hagen, Alemanha, desde 1963, tem como sua principal obra: On distance education. The industrialization of teaching and learning, sua obra pesquisada será A educação a distância em transição: Tendências e desafios, esta obra serviu para fundamentar esta pesquisa nos tópicos de cenários, modelos, conceitos e evolução da educação a distância. Otto é considerado por todos os autores da área como uma das grandes referências sobre educação a distância, seus trabalhos servem de apoio teórico para pesquisadores iniciantes e avançados, alguns autores como Borba, Belloni, Gouvêa, utilizam suas obras para fundamentar-se em suas definições.

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Educação a Distância, esta obra é o resultado dos relatos realizados no seu estágio de pós-doutorado que foi na Universidade Aberta de Portugal em Lisboa, que foi realizado em 1998, sua obra foi considerada um grande avanço, pois já trazia a ideia de utilização de novas tecnologias para o ensino a distância, mesmo sendo ainda um assunto de pouco domínio e o início da era da internet.

Para refletir sobre a utilização de tecnologia em EaD utilizaremos as obras de Marcelo de Carvalho Borba, licenciado em Matemática pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Mestre em Educação Matemática pela Universidade do Estado de São Paulo – UNESP na cidade de Rio Claro, SP e Doutor em Educação Matemática pela Comell University (EUA). É professor do Departamento de Matemática e do programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da UNESP na cidade de Rio Claro, SP. Já atuou, como estagiário ou professor visitante, nos EUA, Dinamarca, Canadá e Nova Zelândia. Em 2005 se tornou livre docente em Educação Matemática. É também autor de diversos artigos e livros e participa de diversas comissões de nível nacional e internacional, Borba é considerado hoje no Brasil como um grande defensor da educação a distância na área da Matemática e formação continuada de professores, possui turmas espalhadas por várias cidades no Brasil, Borba defende a utilização dos ambientes virtuais como a solução para diminuir o impacto com a distância, fazer com que os alunos possam desenvolver seu lado crítico, motivá-los a estudar de forma autônoma e discutir melhor entre si e os professores.

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Kenski, a chave de um processo de ensino satisfatório é o emprego correto das estratégias.

Para cenário nacional da educação a distância, experiências em várias áreas que utilizaram disciplinas a distância em universidades e contextos utilizaremos os trabalhos de Garcia Gouvêa - Graduada em Letras pela UFRJ, Mestre em Memória Social pela UNIRIO e Doutora em Ciência da Informação pela UFF.

A mesma trabalhou seis anos na coordenação de Educação a Distância UNIFRO e no curso de Pedagogia a Distância da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro CECIER, sua obra pesquisada será: Educação a distância na formação de professores: viabilidade e limites, nesta obra Gouvêa nos mostra algumas práticas realizadas por instituições dentro e fora de seu estado com a utilização da educação a distância, destaca-se que estas experiências foram em disciplinas ofertadas a alunos que ficaram de dependência ou alunos que entraram nos cursos e perderam a disciplina.

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1.2. Modelos de Educação a Distância: as contribuições de Peters

Em suas pesquisar Peters (2004, p.73-83) realizou um minucioso levantamento sobre os modelos de educação a distância. É necessário entender cada modelo e sua aplicação, pois de acordo com o país todos os modelos podem ser utilizados e aplicados a qualquer realidade, conforme o enquadramento que se define.

1.2.1. Modelo de preparação para exames

Este modelo não é discutido na literatura. Muitos profissionais chegam a negar a existência dele. No entanto, é na verdade utilizado e representa certo papel na educação a distância, tanto historicamente quanto em uma situação atual. Também vale a pena analisá-lo por motivos pedagógicos e teóricos. Um pré-requisito deste modelo é uma universidade que se limita a fazer exames e conferir grau, se abstendo de ensinar. Isto significa ter que ensinar a si mesmos.

O modelo de preparação de exames foi institucionalizado quando a Universidade de Londres foi fundada em meados do século XIX para favorecer aqueles que não podiam se matricular nas Universidades de Oxford ou Cambridge, ou que não podiam frequentar qualquer universidade porque moravam nas colônias do Império Britânico. Esta universidade apoiava os estudantes, se limitando a informá-los sobre o regulamento dos exames, e às vezes oferecendo listas especiais de leitura. Hoje, este modelo está sendo desenvolvido e praticado pelos membros do conselho da Universidade de Nova York, os estudantes podem ir até lá, fazer os exames e receber o The Regents’ External Degree3. Há também uma versão chinesa deste modelo chamado de “auto-instrução para a preparação para um diploma universitário”. Mais de

3 Grau conferido pela universidade ao aluno que não estudou nela ou

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1.800.000 estudantes que trabalham, já conseguiram seus diplomas por meio do aprendizado a distância desta forma.

Esta é certamente uma maneira difícil de conseguir um diploma. Mas funcionou em muitos casos. Para nós é interessante, porque é aprendizagem independente, ou autônoma, em sua forma mais pura. Este modelo poderia confortar aqueles que gostam de defender a educação a distância dos observadores críticos. Eles poderiam argumentar que se um modelo destes de preparação de exames sem quaisquer atividades didáticas pode ser bem sucedido, muito mais devem ser os modelos mais desenvolvidos e bem elaborados de educação a distância, nos quais os professores, as equipes que desenvolvem o curso e os tutores em centros de estudo especiais estão empenhados em ensinar e apoiar os estudantes com competência profissional.

1.2.2. Modelo por correspondência

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O modelo de educação por correspondência ainda é usado amplamente, apesar de o interesse mundial estar na informatização da educação a distância. Esse modelo é utilizado também em grande parte das instituições que se orgulham em anunciar que são universidades multimídias abertas. Muito frequentemente ele também representa uma parte substancial do ensino e dá oferta até ao núcleo pedagógico destes sistemas de ensino-apredizagem. Portanto, é útil e nada antiquado nos familiarizarmos com a metodologia da educação por correspondência. Uma instituição típica que usa este modelo é a Universidade da África do Sul. No momento, esta universidade tenta não ficar atrás de outras universidades abertas acrescentando elementos de modelos mais modernos. Instituições típicas são também faculdades por correspondência no Reino Unido, e, por exemplo, a Ecole Universelle francesa. Elas assentaram as bases da educação à distância acadêmica. O sistema delas está ultrapassado, fora de moda, coberto de poeira. No entanto, quem quer compreender plenamente a metodologia do ensino a distância terá que estudar este modelo, porque ele representa a primeira geração de todo o desenvolvimento dessa forma de educação.

1.2.3. Modelo multimídia (massa)

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Há outra característica importante neste modelo: o início e apoio ao movimento em prol da aprendizagem aberta e às universidades abertas. Estas instituições são abertas não apenas por causa da adoção de novos métodos e mídias, há razões mais profundas para se apoiar esta nova modalidade de aprendizagem, a saber, motivos e tentativas que têm, portanto um pano de fundo social. O termo “universidade aberta” pode ser interpretado de um modo multidimensional.

De acordo com os defensores da universidade aberta vinculam-se a este termo, as seguintes expectativas:

 Barateamento do ensino universitário;

 Capacitação de um número maior de pessoas a tomarem parte na vida cultural;

 Alívio das universidades tradicionais lotadas;

 Formação de novos grupos de estudantes;

 Apoio de uma maior democratização da sociedade, capacitando mais pessoas a estudar enquanto trabalham, tornando assim, o mundo em que vivem, mais transparente e preparando-as para agir autonomamente;

 Dar à aprendizagem permanente, que têm sido propagadas há décadas, melhores oportunidades de realização;

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 Outro motivo importante não consta neste catálogo, embora tenha representado um papel significativo na fundação das universidades abertas: proporcionar a estudantes, sem qualificação formal, acesso à universidade. Isto foi posto em prática na Universidade Aberta Britânica e na Universidade Aberta da Holanda, mas não em muitos outros países devido a diferentes tradições acadêmicas, estratégias de aprendizado culturalmente determinadas e condições sociais;

 A Universidade Aberta Britânica levou à perfeição esse modelo em particular de educação multimídia (em massa) a distância. Mais de trinta universidades abertas em todo o mundo foram influenciadas por seus avanços notáveis.

1.2.4. Modelo de educação a distância em Grupo

Este modelo é semelhante ao anterior, já que o rádio e a televisão são usados permanentemente como mídias de ensino, especialmente para a transmissão de palestras dadas por eminentes professores universitários. No entanto, estas palestras, regra geral, não são assistidas por alunos individualmente, mas sim por grupos de estudantes que frequentam classes obrigatórias onde seguem as explicações de um instrutor, discutem o que ouviram e ao que assistiram, fazem suas tarefas e testes. Nenhum material didático impresso é desenvolvido e distribuído, com a exceção das costumeiras “notas de aula”. A Universidade Central por Rádio e Televisão chinesa é o exemplo mais proeminente, modelos semelhantes são usados também no Japão e na Coréia.

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nos lembra as aulas ou seminários dados nos campus. Os diretores do sistema chinês têm até a preocupação de não se desviarem dos formatos de ensino e da aprendizagem dados no campus. Eles sustentam, e até se orgulham disso, que a Universidade Central por Rádio e Televisão é uma universidade como todas as outras. Em outras palavras, não adaptam os métodos pedagógicos de ensino e aprendizagem às necessidades especiais dos alunos a distância. Por outro lado, gostam de ser considerados como dirigentes de uma “universidade aberta”.

1.2.5. Modelo aluno autônomo

Este modelo dá espaço para o desenvolvimento da aprendizagem independente. Seu objetivo é a educação do aluno, o que é pedagogicamente falando, um objetivo ambicioso e exigente, mas também promissor. Os estudantes não apenas organizam a aprendizagem por si mesma, como por exemplo, no modelo por correspondência ou no modelo multimídia de massa, como também assumem tarefas curriculares, são responsáveis pela determinação dos propósitos e objetivos, pela decisão de quais estratégias e mídias que querem empregar até pela mensuração do êxito do aprendizado.

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conhecimento que estão estudando. Na literatura esta forma de educação a distância é chamada de “aprendizagem por contrato”. Sua importância aumenta porque a educação a distância para adultos, no futuro, terá que ser autônoma, especialmente no ambiente informatizado de aprendizagem.

O objetivo pedagógico geral deste modelo é substituir a exposição de conteúdos para os alunos, encorajando-os a adquiri-los por si mesmos. Os estudantes devem ser habilitados e capacitados a se tornarem estudantes autoconscientes, autoconfiantes e autônomos. Isso merece ser elogiado. No entanto, uma crítica seria que este modelo não é realmente um modelo de educação a distância, porque não tem a vantagem de um número (muito) grande de alunos. Um professor conseguirá orientar e apoiar apenas vinte ou trinta alunos no máximo. O Empire States College trabalha usando este modelo como base.

1.2.6. Modelo EaD baseado na rede

Este modelo está surgindo no presente como parte da transformação digital do modo como trabalhamos e vivemos. Torna possível trabalhar em um ambiente informatizado. Esta é uma situação de aprendizagem muito conveniente. Os alunos têm acesso até agora aos programas didáticos e aos bancos de dados mais remotos que contém informações relevantes. Para trabalhar off-line4 ou on-line5. Pode ser usar CD-ROMs com cursos de educação a distância sob a forma de hipertextos ou apenas como banco de dados a serem utilizados quando estuda-se um assunto (sistemas especialistas). Podem participar de seminários, workshops6, reuniões com tutores e com orientadores, grupos de estudos ou grupo para a realização de projetos, todos virtuais e bater papo com seus colegas. A maior vantagem

4 Expressão utilizada quando um usuário está trabalhando desconectado da

internet.

5 Expressão utilizada quando um usuário está trabalhando conectado a

internet.

6 Expressão em inglês que significa oficina para trabalhos acadêmicos ou

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pedagógica, no entanto, é que os alunos são desafiados a desenvolver novas formas de aprendizagem, buscando, encontrando, adquirindo, avaliando, julgando, modificando, armazenando, manuseando, e recuperando informações quando necessário. Têm a chance de aprender fazendo suas próprias descobertas e serem introduzidos à aprendizagem fazendo pesquisa.

Este modelo é certamente complexo e exigente. Mas é promissor porque disponibiliza novas dimensões de empenho pedagógico na educação a distância. Por exemplo, podemos perceber que a função do computador, do ensino e da aprendizagem baseada na rede terá que ser diferente da função da educação convencional e da educação a distância tradicional. Um exemplo que vem povoando há vários anos é o curso on-line Master of Distance Education da University ok Maryland University College.

1.2.7. Modelo de ensino em sala de aula estendido tecnologicamente

Este modelo foi desenvolvido nos Estados unidos e ficou popular principalmente nos últimos anos, especialmente em organizações com mais de um campus. Temos que tratar dele aqui porque também é chamado de “educação a distância”. O arranjo típico é como segue: um professor dá uma aula em sala de aula (ou estúdio) da faculdade e as aulas ou instruções são transmitidas para duas ou mais salas de aula por meio de cabo, satélite ou sistema de videoconferência. Desta forma um único professor pode dar aula para várias turmas, deixando o processo mais econômico. É vantagem por ser instrução ao vivo e síncrona.

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frente de um grupo de estudantes. O que acontece nas salas de aula varia de curso a curso, mas é sempre interativo e em tempo real. O ensino a distância se baseia em teleconferência e tenta imitar estes modelos, e por razão, os critérios “grupo”, “interação” e “tempo real” são decisivos.

Rubin (2004), que também se familiarizou com sistemas de educação a distância que existem fora dos Estados Unidos, admite as desvantagens deste modelo. Não é tão eficiente quanto normalmente se espera do ensino a distância, porque o tamanho das turmas que podem ser conectadas e o número delas são ilimitados. A eficiência aqui tem a ver apenas com não ser uma palestra em cada uma das salas conectadas. Não é possível sequer falar simplesmente de ensino em sala de aula estendida, porque os alunos nas salas de aula conectados frequentemente têm a sensação de estarem alienados da sala de aula principal. As palestras são moralmente chatas. Os palestrantes precisam de treinamentos e experiências especiais.

O que há de tão atraente nesta situação? Por que é tão popular? Basicamente, os professores são provavelmente atraídos por este método de lecionar porque parece não diferir do método usado em universidades tradicionais. Não exige um processo cansativo de ajustes negativos, são os esforços técnicos consideráveis e o investimento substancial de capital necessário para este modelo, que serve apenas para entender seu alcance. Mas a extensão é conseguida apenas em um grau mínimo e quando se abre mão de vantagens importantes nos modelos por correspondência e o de massa, perde-se a independência quanto ao local e horário de aprender, tão valiosos para alunos adultos que tenham a possibilidade de educação em massa por meio de economia de escala, os cursos de alta qualidade cuidadosamente planejados e pré-preparados, a escolha dos melhores especialistas para redigir os cursos, e a oportunidade indubitável de atender aos que carecem de atendimento fora da universidade.

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Austrália. No entanto, os experimentos mais interessantes e pedagogicamente úteis não são os que se restringem a imitar o ensino em sala de aula, mas aqueles que deliberadamente colocam em prática funções individuais e particulares de um sistema global de ensino a distância on-line.

1.2.8. Modelo híbrido

A quais destes modelos deve-se dar preferência? Isto depende de fatores econômicos e de infra-estrutura, mas também de background7 cultural, das tradições de ensino e aprendizagem acadêmicos e dos avanços das mídias tecnológicas de informação e comunicação, quando da criação de novos sistemas de educação aberta a distância, para não mencionar a importância das políticas educacionais e institucionais. Qualquer que seja a decisão, não se deve esquecer que a educação a distância é sui generis 8 e exige abordagens diferentes dos formatos tradicionais de educação. Além disso, nesta era de mudanças constantes, é preciso ter sempre em mente o modelo de uma possível universidade do futuro, que combine educação a distância, com aprendizagem em um ambiente informatizado e discussões eruditas e exaustivas face a face, espaços de aprendizagem acadêmicos reais que permitam que os estudantes participem do processo científico de criação do conhecimento. A universidade do futuro será uma universidade de várias modalidades e a educação a distância será um elemento proeminente, se não seu elemento básico. Isso não se aplica apenas à transmissão para um corpo de estudantes dispersos, mas principalmente aos métodos de aprendizagem autônoma, autodirigida. Os sete modelos podem estimular a criatividade quando se planeja sistemas instrucionais apropriados. Este modelo é uma junção das características de cada modelo anterior.

Apesar de todos os modelos acima citados e pesquisados por Peters (2004), podemos ainda ressaltar que a presença do professor é muito

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importante nos modelos, pois o aluno nestes modelos precisa ser uma espécie de “caçador do conhecimento”, mas necessita que ou o professor ou o tutor de determinada disciplina o ajude a encontrar o caminho, não simplesmente apontando a direção, mas auxiliando a descobrir os caminhos que poderá tomar deixando o aluno utilizar o seu livre arbítrio educacional, pois não se pode esquecer em hipótese alguma que o princípio da EaD é centrado no aluno e em suas buscas pelo conhecimento.

1.3. As proposições de Belloni

1.3.1. O que é Educação a Distância?

Uma das primeiras aproximações da ideia de educação a distância é apresentada por Belloni (2008) da seguinte forma:

Estudo a distância é um método racionalizado (envolvendo a definição de trabalho) de fornecer conhecimento que (tanto como resultado da aplicação de princípios de organização industrial, quanto pelo uso de tecnologias que a facilitam a reprodução da atividade objetiva de ensino em qualquer escala) permite o acesso aos estudos universitários a um grande número de estudantes independentes do seu lugar de residência e de ocupação (Peters apud Belloni, 2008, p.10).

Para entender qual era a concepção da educação a distância e como evoluiu para os padrões atuais, iremos recorrer a algumas definições da economia, como as teorias fordista e pós-fordista e assim poder realizar um paralelo entre elas e a educação a distância.

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realizada por boa parte das instituições, ocorreu uma utilização em excesso de materiais e TIC9 e o professor fazia parte apenas como tutoria.

Em algumas instituições esta fragmentação é levada a níveis em que existe para cada fase um profissional, por exemplo, um para realizar as redações dos materiais, outro para o layout dos materiais, outro para análise pedagógica, ficando com o professor a parte de tutoria, para Belloni (2008), este foi um dos fatores que desmoronou com o tempo esta teoria.

Belloni (2008) nos mostra com o “boom” inicial deste modelo de educação foi também a criação da aprendizagem aberta diferente da EaD, pois nela o conhecimento é construído pelo aluno e neste modelo a figura do professor é mais presente, mas como mediador e facilitador, pois ele requer que o aluno seja um “caçador de conhecimento”, e não apenas um receptor de conteúdo, neste caso a teoria fordista é substituída pela pós-fordista. Com o pensamento da aprendizagem ao longo da vida, o aluno nunca deixa de aprender, pois sempre estará em busca do conhecimento.

Belloni (2008, p. 25-27) destaca nove definições sobre o que é a Educação a distância, as quais estarão listadas abaixo. Podemos observar que a evolução dos conceitos é evidente ao passar dos anos:

 Ensino a distância é o ensino que não implica a presença física do professor indicado para ministrá-lo onde é recebido, ou para determinadas tarefas (Lei francesa, 1971).

 Educação a distância pode ser definida como a família de métodos instrucionais nos quais os comportamentos de ensino são executados em separados dos comportamentos de aprendizagem, incluindo aqueles que numa situação presencial (contígua) seria desempenhada na presença do aluno de modo que a comunicação entre o professor e o

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aluno deve ser facilitada por dispositivos, eletrônicos, mecânicos e outros (MOORE, 1973).

 A Educação a distância é um método de transmitir conhecimento, competências e atitudes que é racionalizado pela aplicação de princípios organizacionais e divisão de trabalho, bem como pelo uso intensivo de meios técnicos, especialmente com o objetivo de reproduzir material de ensino de alta qualidade, que torna possível instituir um maior número de estudantes, ao mesmo tempo, onde quer que eles vivam, é uma forma industrializada de ensino e aprendizagem (PETERS, 1973).

 O termo educação a distância cobre várias formas de estudo, em todos os níveis, que não estão sob a supervisão contínua e imediata de tutores presentes com seus alunos em salas de aula ou nos mesmos lugares, mas que não obstante beneficiam-se do planejamento, da orientação e do ensino oferecido por uma organização tutorial (HOLMBERG, 1977).

 Educação a distância é uma espécie de educação baseada em procedimentos que permitem o estabelecimento de processo de ensino e aprendizagem mesmo onde exista contato face a face entre professores e alunos – ela permite um alto grau de aprendizagem individualizada (CROPLEY e KAHL, 1983).

 Educação a distância é um modo não contínuo de transmissão entre professor e conteúdo do ensino e aluno e conteúdo de aprendizagem – possibilita maior liberdade ao aluno para satisfazer suas necessidades de aprendizagem, seja por modelos tradicionais, não tradicionais ou pela mistura de ambos (REBEL, 1983).

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estágios ou elementos deste processo. Podem estar envolvidos estudos presenciais e privados, mas na função será suplementar ou reforçar a interação predominante a distância (MALCOM TIGHT 1988).

 Educação a distância é uma relação de diálogo, estrutura e autonomia que requer meios técnicos para mediar esta comunicação. Educação a distância é um subconjunto de todos os programas educacionais que são caracterizados por: grande estrutura, baixo diálogo e grande distância transacional. Ela inclui também a aprendizagem (MOORE, 1990).

 A Educação a distância é um termo genérico que inclui o elenco estratégico de ensino e aprendizagem referidas com “educação por correspondência” ou “estudo por correspondência” em nível pós-escolar de educação, no Reino Unido; como “estudo em casa”, no nível pós-escola, e “estudo independente”, em nível superior, nos USA; como “estudos externos”, na Austrália é como “ensino a distância” ou “ensino a uma distância”, pela Open Universty, na França é referido como “tele-aula” e como “estudo a distância” e “ensino a distância”, na Alemanha; “educação a distância”, em espanhol e “tele educação”, no Brasil (PERRIAULT, 1996).

Complementado as definições apresentadas por Belloni (2008), as duas definições que foram usadas no Brasil, seriam: a primeira do Decreto 2.494/1998 e a segunda mais recente do Decreto 5.622/2005.

 Decreto 2.494/1998: Art. 1º. Educação a Distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados e veiculados pelos diversos meios de comunicação.

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didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares e tempos síncronos ou assíncronos.

Podemos observar que a evolução dos dois Decretos é muito substancial, no Decreto 2.492/1988 o mesmo relata sobre autoaprendizagem e omite a relação professor/aluno, como parte importante no desenvolvimento da aprendizagem, já no Decreto 5.622/2005, além de retirar a autoaprendizagem da definição, a utilização de meios tecnológicos, abre espaço para que os cursos atinjam várias localidades em tempo real. O maior de todos os avanços é a ratificação da figura do professor como mediador desta aprendizagem.

Com o aperfeiçoamento da aprendizagem aberta, foi instituída a aprendizagem aberta à distância, esta nova modalidade é colocada como o início das bases do EaD europeu, após uma longa pesquisa de público alvo e definições filosóficas, que estão pautadas na autonomia do estudante, Belloni (2008) relata que o modelo deste novo método é a “modularização” dos cursos, ou seja, apresentação dos modelos curriculares em módulos autônomos e de escolha do próprio aluno.

Belloni (2008) foca o aluno e o chama de aluno do futuro, pois modula este aluno como um verdadeiro desbravador do conhecimento e do saber, em todas as modalidades tanto EaD e aprendizagem aberta, pois esses novos modelos são pautados, na velocidade e na busca deste conhecimento pelo estudante.Deixa-se a cargo do professor a função de mediador e consultor, já não mais a figura chave ou ator principal da trama, o professor terá o papel de diretor.

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isso deverá estar preparado para a pesquisa, pois não terá a figura do professor.

Contudo, para auxiliar estes modelos e para melhorar o processo de aprendizagem, se faz necessário a utilização de tecnologias digitais como os CD-ROMS, com conteúdos bem mais elaborados, a utilização de e-mails para dúvidas e os chats de bate-papo, para poder diminuir a distância com relação ao professor e aos próprios alunos, para que os mesmos possam trocar experiências e socializar suas descobertas e dúvidas, deixam-se de lado os recursos que eram utilizados no início, como material por correspondências programas de rádio ou fitas de áudio e vídeo, enfim, menos tecnológicos.

Para Belloni (2008), o uso do telefone como a TIC, pode ser mais eficaz, mesmo com o uso de e-mails ou chats, o telefone é a maneira pela qual a interação fica mais fácil.

Belloni (2008) diz que a utilização de videoconferência, torna o custo do curso muito dispendioso e como o ensino é a distância, isto pode levar a perda de sua essência.

Segundo Belloni (2008) uma instituição para trabalhar na EaD, terá de investir em tecnologia, para que os alunos possam ter acesso mais fácil aos materiais do curso, como também facilitar a comunicação com os professores, alunos e coordenação.

Dar mais suporte ao professor, como também oferecer a ele uma capacitação mais adequada, proporcionará ao aluno uma estrutura pedagógica e institucional em que o mesmo terá sempre apoio.

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O aluno nessas mudanças passou de um mero expectador para participante ativo, no ensino presencial o aluno era visto apenas como um simples receptor de conhecimento do professor, agora passa a fazer parte do processo do ensino, quando o mesmo é chamado para questionar suas dúvidas e analisar junto com o professor seus anseios e expectativas, o que no modelo presencial é muito raro de acontecer.

Com este pensamento a educação a distância começou a ganhar força dentro dos meios acadêmicos, mostraremos a evolução dos modelos de educação a distância, que foram tratados por Peters (2004).

Com a evolução da sociedade e um mercado mais exigente, houve a necessidade de profissionais melhor preparados, com capacidade de tomar decisões e serem mais independentes na busca do conhecimento e não ficarem apenas presos a um conhecimento institucionalizado.

Na educação a distância o aluno passa a ser o foco principal, tendo assim um papel de senhor do seu aprendizado. Segundo Belloni (2008):

Por suas características intrínsecas, por sua própria natureza, a EaD, mais do que as instituições convencionais de ensino superior, poderá contribuir para a formação inicial e continuada destes estudantes autônomos, já que a autoaprendizagem é um dos fatores básicos de sua realização. Por aprendizagem autônoma entende-se um processo de ensino e aprendizagem centrada no aprendente, cujas experiências são aproveitadas como recurso, e no qual o professor deve assumir-se como recurso do aprendente, considerando um ser autônomo, gestor de seu próprio processo de aprendizagem, capaz de autodirigir e autoregular este processo. (Belloni, 2008, p.40)

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1.3.2. Professor e educação a distância

A formação do professor para este desafio tem sido um ponto muito intrigante, para Belloni (2008) o modelo de preparação desse profissional tem sido complicado, pois requer do mesmo um conhecimento de tecnologias e pedagógico específico, que em muitos casos o mesmo não sabe e em grande parte se recusa a aprender. Contudo, é preciso que este profissional se aperfeiçoe, pois o mercado está em constante evolução não só na visão da EaD, mas também nos modelos tradicionais, já que a necessidade de uma reformulação nas bases pedagógicas se faz necessária.

Esta nova demanda tem como reflexo uma reestruturação também no professor de nível superior, pois acarretará em uma futura modificação deste modelo com o advento dos cursos à distância.

O professor para entrar nesta nova área terá que rever seus conceitos, repensar a forma de análise de seu aluno, pois terá de tratar com pesquisadores, que buscam o conhecimento e não mais apenas receptores de conteúdo, por isso o professor terá que ser companheiro do aluno nessa busca do conhecimento.

Para Belloni (2008) este professor deve se especializar e capacitar-se para exercer um novo papel no processo de ensino-aprendizagem.

(...) Este novo professor atuará diante de estudantes mais autônomos. (...) Para fazer frente a esta nova situação, o professor terá necessidade muito acentuada de atualização constante, tanto em sua disciplina específica quanto em relação às metodologias de ensino e novas tecnologias. (Belloni, 2008. p.82)

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Os professores cada vez mais estão sendo exigidos em serem “camaleões do ensino”, sempre se reciclando e assumindo novas funções e competências, Dieuzeid apud Belloni (2008):

A formação de professores não escapa a esta lei: estes devem como o restante da sociedade, levar em consideração a inovação; mas esta deve ser preparada por uma formação adequada (...). Todo o pessoal docente deve aceitar evoluir como as outras profissões (Belloni 2008, p. 85).

Com essa nova ordem que está sendo prevista para a EaD, o professor ficou no centro da atenções, pois o mesmo terá que se modificar e se atualizar perante esse novo modelo, o professor que não se atualizar, vai acabar perdendo espaço, pois o modelo da EaD necessita de um profissional que esteja engajado em tecnologias digitais e de comunicação, que aceite o desafio de ser o guia do seu aluno, de ser o seu parceiro e não mais o centro.

Com isso é necessário que o professor esteja sempre aprendendo e se aperfeiçoando, pois nessa modalidade o professor será mais exigido na parte de elaboração de material, como também habilidades nas tecnologias de informação e comunicação, será necessário que o mesmo tenha um bom conhecimento nesta área, pois terá de inserir conteúdos em portais, saber manusear hipertextos e hiperlinks, pois seu aluno não está ao seu lado e sim na grande maioria a muitos quilômetros de distância, para que o aluno crie esta independência o professor terá que realmente utilizar destes expedientes.

Diretamente relacionada com as inovações tecnológicas, com as novas demandas sociais e com as novas exigências de um aluno mais autônomo, uma das questões centrais na análise da EaD, e talvez a mais polêmica, refere-se ao papel do professor nesta modalidade de ensino, chamando a desempenhar múltiplas funções, para muitas das quais não está se sentindo e não foi preparado. (Belloni, 2008, p.79).

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Segundo Belloni (2008) a aprendizagem na EaD é autônoma da educação do futuro, o professor deve se tornar parceiro dos alunos neste processo de construção do conhecimento, isto é, em atividade de pesquisa e na busca da inovação pedagógica.

Para Belloni (2008, p.83), os professores ganham novas funções dentro do modelo em EaD, as quais relataremos seguir.

1.3.2.1. Professor formador

Orienta o estudo e a aprendizagem do aluno, dá apoio psicossocial ao estudante, ensina a pesquisar, a processar a informação e a aprender; corresponde à função propriamente pedagógica do professor do modelo presencial.

1.3.2.2. Conceptor e realizador de cursos e matérias

Prepara os planos de estudos, currículos e programas; seleciona conteúdos, elabora textos de base para unidades de cursos (disciplinas); esta função corresponde à função didática, isto é, à transmissão de conhecimento realizada em sala de aula, geralmente através de aulas magistrais, pelo professor do ensino presencial.

1.3.2.3. Professor pesquisador

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1.3.2.4. Professor tutor

Orienta o aluno em seus estudos relativos à disciplina que é responsável, esclarece dúvidas e explica questões relativas aos conteúdos da disciplina; em geral participa das atividades de avaliação.

1.3.2.5. Tecnólogo educacional

É um designer ou pedagogo especialista em tecnologias digitais, a função é nova, o que explica a dificuldade da terminologia.

É responsável pela organização pedagógica dos conteúdos e sua adequação aos suportes técnicos a serem utilizados na produção de matérias; sua função é assegurar a qualidade pedagógica e comunicacional dos materiais do curso, e a sua tarefa mais difícil é assegurar a integração das equipes pedagógicas e técnicas.

1.3.2.6. Professor recurso

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1.3.2.7. Monitor

Muito importante em certos tipos específicos de EaD, especialmente em ações de educador popular com atividades presenciais de exploração de matérias em grupos de estudo (“recepção organizada”). O monitor coordena e orienta esta exposição. Sua função relaciona-se menos com o conhecimento dos conteúdos e mais com sua capacidade de liderança, sendo em geral uma pessoa da comunidade, formada para esta função, de caráter mais social que pedagógico.

Agora chegamos a um ponto chave, após todas essas novas visões e caminhos, analisar a formação inicial de nossos professores, será que estamos realmente preparando nossos futuros professores para as inovações tecnológicas, não apenas na visão de hardware ou software, mas nas novas visões pedagógicas que estimulam o aluno a pesquisar e torná-lo independente na busca de seu conhecimento, ou mesmo na visão do próprio professor será que este, está sendo preparado para uma formação continuada, que será uma preparação para a sua formação ao longo da vida? Estes questionamentos norteiam nosso trabalho, como montarmos um curso tanto a distância ou mesmo presencial que desperte esta veia de pesquisador em nossos alunos.

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1.4. Alunos

O perfil do aluno que está na educação a distância evoluiu muito do que era no início. Walker apud Belloni (2008) destaca que:

Uma imagem dominante é o silêncio, tranquilo e solidão. Um tema recorrente é o tempo de estudo: tarde da noite quando as crianças estão dormindo, o marido vendo televisão na sala (muitos estudantes são mulheres), está escuro lá fora, pode haver um cão ou um gato por perto, a cozinha está limpa e arrumada, os lanches para o dia seguinte estão prontos na geladeira, e a estudante arranja um espaço na ponta da mesa, desarrumando o mínimo possível a mesa de café da manhã. Os livros estão abertos e o “estudo” pode começar (Belloni 2008, p.40)

Esta era a visão do aluno no começo da EaD, que em sua grande maioria era passivo e tinha uma posição de receptor de matérias, apostilados e engessados.

Segundo Belloni (2008) neste novo modelo o aluno é exigido ao máximo em todos os pontos, pois o mesmo passa a estar no centro do foco na busca pelo conhecimento que deve ser constante. O aluno agora é visto como um aprendiz autônomo em que a figura do professor detentor do conhecimento dá lugar a uma figura de “amigo” do aluno uma espécie de gestor do conhecimento, o qual vai ajudá-lo nesse caminho, porém o aluno nesse modelo deve assumir um papel diferente.

Um dos grandes hiatos da EaD, é que o aluno não está preparado nem academicamente nem pedagogicamente para este desafio, com isso os problemas começam a se suceder, a desmotivação é uma delas, o aluno se encontra só e sem apoio, com isso o mesmo tem de abandonar.

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O aluno também deve ter um conhecimento e habilidade muito grande nos recursos tecnológicos, pois será de grande ajuda para que o mesmo possa diminuir a distância entre os professores e os outros alunos, como também vão auxiliá-lo na busca do conhecimento.

Borba (2008), o aluno deverá ter atitudes e posicionamentos diferentes no que diz respeito a sua formação e participação em um curso a distância.

Acredito que o aluno, ao optar por uma formação a distância, terá que assumir grande responsabilidade pelo seu aprendizado, caracterizado pela autonomia e pela disciplina por alguns autores, especialmente quando o tempo é flexível. (Borba, 2008, p.21)

Peters (2004), o aluno devera ser mais ativo e participativo no processo de ensino aprendizagem.

Os alunos têm que se desenvolver se acostumar e até mesmo internalizar uma nova abordagem, porque têm que organizar a aprendizagem independente e têm que assumir para si muitas responsabilidades que antes eram do professor. Têm que ser ativo não apenas ao executar suas tarefas de aprender, mas também ao interpretar e refletir criticamente sobre o que estão fazendo quando aprendem. De outra forma não podem jamais melhorar a aprendizagem sem intervenção externa. Se não forem ativos nada acontecerá. (Peters, 2004, p.48)

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CAPÍTULO 2

PROCESSO METODOLÓGICO, CENÁRIOS DA

PESQUISA E SEUS ATORES

Neste capitulo apresentaremos quais os processos metodológicos utilizados nesta pesquisa, os autores que fundamentaram este processo e os cenários da pesquisa e seus atores, lembramos que os dados coletados foram obtidos juntos aos coordenadores dos cursos e nas entrevistas que foram realizadas com os sujeitos dentro do local de trabalho e de maneira individual.

2.1. Processo Metodológico

Iremos descrever quais os processos utilizados para nossa pesquisa, como foram realizadas as entrevistas e de que maneira ocorreram as análises dos discursos.

Para realizarmos as entrevistas utilizamos a obra: Pesquisa em educação: abordagens qualitativas de Menga Lüdke, Marli André.

Para as análises dos discursos utilizaremos a obra: Análise de conteúdo de Laurence Bardin.

2.2. Pesquisa qualitativa

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1. A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento. Segundo os dois autores, a pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada, via de regra através do trabalho intensivo de campo. Nossa pesquisa é baseada nos relatos diretos dos professores entrevistados, suas emoções e seus sentimentos que foram relatados por eles em entrevistas, lembrando que este contato foi direto com cada professor e sem intermediários nas entrevistas, com o objetivo de extrair o máximo de cada um.

2. Os dados coletados são predominantemente descritivos. O material obtido nessas pesquisas é rico em descrições, pessoas, situações e acontecimentos; incluir transcrições de entrevistas e de depoimento. Este é um ponto bem peculiar em nossa pesquisa, pois nos Anexos A e B estas respostas estão nas questões 1ª. e 2ª. do questionário, podemos constatar a riqueza e clareza de todas as informações que foram obtidas em todas as entrevistas, tivemos a preocupação de traçar um perfil bem delimitado de cada entrevistado para que possamos melhor analisar os sentimentos e opiniões de cada professor.

3. A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto. O interessante do pesquisador ao estudar um determinado problema é verificar como ele se manifesta nas atividades, nos procedimentos e nas interações cotidianas.

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