AULA 12 - INCLUSÃO
1. MONTOAN. Inclusão escolar. O que é? Por quê? Como Fazer?
2. CARVALHO. Educação Inclusiva com os Pingos nos Is.
3. MEC. Educação Inclusiva : a fundamentação filosófica.
Inclusão escolar.
O que é? Por que? Como Fazer?
MONTOAN, Maria Theresa Égler
Inclusão: O que é?
•Vivemos numa crise de paradigmas.•Paradigmas são modelos/ conjuntos de regras,
normas, crenças, valores e princípios de um grupo num dado momento histórico.
•A escola é concebida pelo paradigma científico (organizado em disciplinas, rigidez no horário, ...).
•Esse modelo dá sinais de esgotamento.
•A escola democratizou o acesso a novos grupos sociais, mas não aos novos conhecimentos – exclusão
Inclusão: O que é?
•Crise de paradigmas Modelo educacional
•É preciso a ruptura de base na estrutura
organizacional da escola para se trabalhar com Inclusão;
•Começando pela extinção das categorizações e das oposições excludentes (normal x deficiente, regular x especial).
•Defende-se uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valoriza as diferenças
Integração x Inclusão
•Integração – princípio da normalização (o aluno se
adapta a realidade escolar);
•Inclusão – usa a metáfora de um caleidoscópio (sua
complexidade não aparece se tirar um de seus pedaços)
•Assim, a escola muda radicalmente, de forma completa e sistemática (não há a distinção de ensino regular x especial)
Inclusão: Por quê?
•Na Educação formal, o fracasso escolar é do aluno (repetência / evasão / discriminação / exclusão);
•A escola não admite que o fracasso escolar é sua responsabilidade.
•Ela cria válvulas de escape – entendidos como modos de discriminar alunos que a escola não dá conta de ensinar. Ex: encaminhar alunos com dificuldades para reforço; deficientes para classes especiais; valorizar alunos que aprendem apesar da escola, etc...)
•O autor apresenta três questões para serem refletidas: 1-) identidade x diferença; 2-) legalidade; 3-) mudanças.
Inclusão: Por quê?
•Identidade x diferença – como a escola tem lidado com as diferenças, uma vez que o acesso é para todos?
2 Éticas Crítica / Transformadora Consumidora Tolerância Um sentimento generoso que aparentemente marca uma certa superioridade de quem tolera Respeito Entende que as diferenças são fixas, de modo que só nos cabe respeitá-las Convívio com as diferenças Aprendizagem como experiência relacional Combate a homogeneidade
Concebe a deficiência como fixa, devemos aceitá-la passivamente
Inclusão: Por quê?
•Questão Legal•Alerta ao fato de que por ser uma interpretação equivocada do Sistema de Educação Brasileiro, admite-se o sistema especial como substituto do regular algumas vezes.
•O entendimento especializado do qual a lei trata se refere às condições para que a inclusão ocorra (libras, braille, recursos de informática, interpretes, etc) e não a sua substituição.
Inclusão: Por quê?
•Mudanças•A educação insiste em políticas de apagar incêndios ao invés de rever praticas excludentes. Ex (inclusão de aluno na rede regular de ensino)
•Ensino fundamental é o mais atingido com estas políticas;
•Inclusão é uma grande oportunidade para que alunos, pais e educadores demonstrem a sua competência, os seus poderes e suas responsabilidades educacionais.
Inclusão: Como fazer?
•É preciso....a) reorganizar as escolas de modo a centrar-se no projeto político-pedagógico;
b) Ensinar a turma toda sem exceções ou exclusões;
c) O professor é mediador do saber (participa da caminhada do saber);
d) Que o professor se prepare para ser inclusivo (formação inicial e continuada)
Considerações Finais
•O movimento inclusivo, nas escolas, por mais que ainda seja muito contestado, pelo caráter ameaçador de toda e qualquer mudança, especialmente no meio educacional, convence a todos pela sua lógica e pela ética de seu posicionamento social.
•A inclusão é um sonho possível!
Educação Inclusiva com os Pingos nos Is
Influência do Positivismo no processo educacional
•A revolução francesa traz o Positivismo - cada serhumano estaria determinado a um tipo de existência, nada lhe restando a não ser conformar-se (visão de Homem com características segregacionistas e elitistas) –
elitização da educação e a consequente exclusão
•Nessa lógica, as pessoas com deficiência são consideradas incompetentes e incapazes
•Da crítica a esse movimento, nasce o Escola Novismo na década de 1930, valorizando a atividade espontânea da criança e colocando o aluno como o centro do processo educacional.
Educação hoje
•Além da parafernália tecnológica, convivemos com uma rede de informações jamais imaginadas antes.
•Acreditando que a educação é ato pedagógico e também político, a educação visa valorizar a pessoa do educando como aprendiz e ser histórico, político e social, isto é, como cidadão.
•É a partir desse histórico que nasce a proposta inclusiva que tem recebido muitas resistências dos professores e familiares, dúvidas de outros quanto aos prejuízos do “desmonte” da educação especial e a aprovação de poucos.
Educação hoje
•A resistência dos professores e de alguns pais é por eles explicada em razão da insegurança no trabalho educacional escolar a ser realizado nas classes regulares, com alunos com deficiência. Os pais temem a inserção de seus filhos na escola e os professores alegam não capacitação para esse atendimento.
•Como desafio do trabalho na diversidade surge os quatro pilares da Educação: 1- aprender a aprender, 2- aprender a fazer, 3- aprender a ser e 4- aprender a conviver.
Proposta Inclusiva
Inclusão é diferente de integração.
O professor deve ser especialista nos aprendizes;
As escolas inclusivas são escolas para todos;
A melhoria da qualidade das ofertas de atendimento educacional é uma necessidade que se impõe para garantir o direito público e subjetivo de cidadania dessas pessoas.
Proposta Inclusiva
O caminho para o sucesso das escolas inclusivas passam...
1. Pela valorização docente
2. Pelo aperfeiçoamento da escola e do docente;
3. Pela utilização de professores das classes especiais como consultores de apoio;
4. pelo trabalho de equipe;
5. Pelas adaptações curriculares.
Sobre a escola Inclusiva
•
Uma escola inclusiva não “prepara para a vida”.
Ela é a própria vida que flui devendo possibilitar,
do ponto de vista político, ético e estético, o
desenvolvimento
da
sensibilidade
e
da
capacidade crítica e construtiva dos
alunos-cidadãos que nela estão, em qualquer das etapas
do fluxo escolar ou das modalidades de
atendimento educacional oferecidas.
A contribuição da história da filosofia da
ciência para a proposta inclusiva
•O direito à igualdade de oportunidades não significa ummodo igual de educar a todos e, sim, dar a cada um o
que necessita em função de seus interesses e características individuais. (equidade)
•O conceito de escolas inclusivas está baseado na defesa dos direitos humanos de acesso, ingresso e permanência com sucesso em escolas de boa qualidade, no direito de integração com colegas e educadores, o que implica previsão e provisão de recursos de toda ordem.
•As concepções de educação especial, como sistema paralelo ao da educação regular e destinada à segregação de pessoas com deficiência, precisam ser revistas e
abolidas.
A autorização da diferença de pessoas
com deficiência
Como a deficiência é percebida?
Parte da ideia da dessemelhança (oposição binária) normalidade x anormalidade (visão reducionista e míope da deficiência a partir da patologia)
Normalidade é vista como saúde. Deficiência como desvio, estigma decorrente de patologia.
A autorização da diferença de pessoas com
deficiência
Pessoas significativamente diferentes geram impacto no “olhar do outro, dito normal, provocando:
1. Sentimentos de comiseração (piedade, caridade ou tolerância)
2. Movimentos de cunho filantrópico e assistencialista pouco ou nada emancipatórios das pessoas com deficiência;
3. No caso da superdotação, provoca admiração, elevadas expectativas e, talvez, inveja.
A autorização da diferença de pessoas
com deficiência
• Por um lado o deficiente é ameaça e por outro desafio. – ignorar
a sua existência acelera o seu processo de desintegração. •Se entendermos a deficiência como problema, a diferença dos
deficientes até poderá ser autorizada, desde que protegidas em ambientes abrigados e em espaços a eles circunscritos, exclusivos e excludentes (escola especial, por exemplo). Mas, se
vivermos a alteridade dos deficientes como um desafio
poderá ser socialmente “autorizada”. (escola inclusiva) •Em vez de evidenciar os direitos dos deficientes de serem
incluídos, deveríamos defender os direitos dos ditos normais de conviverem com as pessoas com deficiência, para se enriquecerem com o exercício da alteridade.
A exclusão como processo social
•Exclusão não é o avesso de inclusão, pois o avesso desta
pode ser uma inclusão marginal (integração)
•Analisando a exclusão social a autora afirma que ela sempre existiu por que fazia parte da normalidade das sociedades. No caso dos deficientes, uma das formas do enfrentamento de sua diferença é a busca pela normalidade, em vez da defesa de seus direitos de ser autorizados, socialmente como diferente, sem preconceitos e discriminações.
•Hoje, graças aos avanços nos processos de socialização da informação, as desigualdades sociais têm sido denunciadas publicamente, tornando-se mais conhecidas e combatidas.
A exclusão como processo social
Há duas formas principais de ligação dos indivíduos entre si:
1. Solidariedade mecânica – forma natural ou mecânica,
simplesmente, por contato ou proximidade entre os homens.
2. Solidariedade orgânica – quando os indivíduos têm
consciência de que precisam participar para fazer funcionar a coletividade como um todo (consciência coletiva)
Disso derivam três conceitos: inserção, integração e
assimilação.
Inserção - condição de acolhimento dos excluídos (Sol.
Mecânica)
Integração- participação dos excluídos com o grupo (Sol.
Orgânica)
A exclusão como processo social
Mecanismos excludentes no processo educacional escolar: A aprendizagem como processo individual, exige de nós conhecer e
reconhecer o contexto em que se desenvolve, para se evitar rótulos.
Do mesmo modo que transformar questões sociais em biológicas tem sido chamado de biologização, entender que as dificuldades de aprendizagem de inúmeros alunos traduzem em seu “defeito”, chama-se patologização e busca de soluções, fora do eixo de discussão da natureza político-pedagógica, é denominada
medicalização do processo de ensino-aprendizagem.
2. Medicalização – crianças normais que são transformadas em doentes. Este mecanismo gera dois segmentos de excluídos: o
dos alunos com deficiência, na maioria das vezes longe da escola e a dos deficientes circunstanciais, alunos tornados deficientes em decorrência de serem tratados como doentes e por não receberem as respostas educativas de que necessitam (hiperativos, disléxicos, etc).
Porque a autora defende a inclusão?
1. Pela universalização da educação;2. Pela matrícula de alunos com deficiência nas turmas regulares;
3. Por uma rede de ajuda e apoio a alunos que apresentem necessidades educacionais especiais;
4. Pela formação inicial e continuada de professores;
5. Ressignificação do papel das classes e das escolas especiais.
A autora critica a inclusão educacional
escolar quando:
•For irresponsável implementada;
•For interpretada como inserção do deficiente nas classes comuns; •Representar o desmonte da educação especial;
•For criticada a existência de escolas especiais;
•Forem banalizados ou extintos os serviços de ajuda e apoio aos professores, pais e alunos;
•Silenciar as vozes dos deficientes;
•Usar narrativas que falam de tolerância, solidariedade sem as devidas análises e críticas quanto as práticas discursivas que atendem as regras de mercado.
•Desconhecermos as especificidades dos grupos de pessoas com deficiências
Os pingos nos “is” da proposta inclusiva
Ainda que diversos documentos institucionais tenhamsido publicados na década de 1990 para fomentar a educação inclusiva, pouco tem se efetivado na prática;
É importante respeitar a individualidade do deficiente;
É preciso que o indivíduo se reconheça aceitando as próprias características distintas das demais pessoas;
Devemos buscar a equidade e remover barreiras para a aprendizagem e para a participação de todos.
Devemos valorizar a diversidade;
O projeto político da escola deve se pautar pela ótica da inclusão em suas dimensões cultural, política e prática.
Professores devem ser formados e qualificados adequadamente
Educação Inclusiva : a fundamentação
filosófica.
MEC
A fundamentação filosófica
•Se dá com base nos princípios de...a) A identidade pessoal e social e a construção da igualdade na diversidade;
b) A escola inclusiva é espaço de construção da cidadania;
c) O exercício da cidadania e a promoção da paz (solidariedade e respeito)
d) A atenção às pessoas com necessidades educacionais especiais.
O compromisso com a construção de
Sistemas Educacionais Inclusivos
•Marcos internacionais•Declaração de direitos humanos (1948)
•Declaração de Jomtien (1990) – educação como direito fundamental de todos.
•Declaração de Salamanca (1994) - ampliar o acesso e a qualidade no atendimento a portadores de necessidades especiais.
•Convenção de Guatemala (1999) – combate a
discriminação do deficiente.
O compromisso com a construção de
Sistemas Educacionais Inclusivos
•Marcos nacionais
•Constituição Federal de 1988;
•Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) •LDB 9394-96
•Plano Nacional para a integração da pessoa portadora de Deficiência (1999)
•Plano Nacional de Educação (2001)
•Convenção Interamericana para eliminação de todas as formas de Discriminação contra as pessoas com deficiência (2001); •DCN’s para a Educação especial (2001)
Documentos norteadores da prática educacional
para alunos com necessidades especiais
•Saberes e práticas da inclusão – dirigido a educaçãoinfantil e Ensino Fundamental;
•“Educação profissional – indicações para ação” – visa estimular ações educacionais que integrem ensino e trabalho ao portador de necessidade especial.
•“Direito à educação – subsídios para a gestão do sistema educacional inclusivo” – trata da política educacional de educação especial (orientações gerais e legislação)