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AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO

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Academic year: 2021

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(1)

SISTEMA DE ENSINO

AFO E ORÇAMENTO

PÚBLICO

(2)

Apresentação ...4

Orçamento Público ...5

1. Orçamento Público ...5

1.1. Conceito ...5

1.2. Dimensões do Orçamento Público ... 7

2. Conhecendo mais sobre o Orçamento Público ...9

2.1. Consolidando Definições ...9

2.2. Orçamento Autorizativo X Impositivo ... 10

2.3. Teto de Gastos das Despesas Primárias – Novo Regime Fiscal da União ... 18

2.4. Natureza Jurídica do Orçamento ...23

2.5. Outros Aspectos Relevantes do Orçamento Público ...25

2.6. Orçamento de Guerra – Pandemia Covid-19 ...29

3. Técnicas/Métodos/Espécies de Orçamento ... 31

3.1. Orçamento Tradicional ou Clássico ... 31

3.2. Orçamento Desempenho ou de Realizações ...33

3.3. Orçamento-Programa ...34

3.4. Orçamento Base Zero ...38

3.5. Orçamento Participativo ... 41

3.6. Orçamento Incremental ...42

3.7. Orçamento por Resultados ou Novo Orçamento Desempenho ...43

3.8. PART ...44

4. Tipos de Orçamentos ...44

(3)

4.2. Orçamento Executivo ...44

4.3. Orçamento Misto ...44

5. Objetivos da Política Orçamentária e Funções do Orçamento Público ...46

5.1. Função Alocativa ...47

5.2. Função Distributiva ... 48

5.3. Função Estabilizadora ...49

Resumo ... 50

Mapa Mental ...54

Questões Comentadas em Aula ...55

Questões de Concurso ... 58

Gabarito ...79

Gabarito Comentado ... 80

(4)

A

presentAção

Olá, amigo(a) concurseiro(a)!

O nosso objetivo, hoje, nesta aula é, principalmente, avançar no conhecimento do orça-mento público, aprofundando os conceitos das primeiras aulas.

Como disse Abraham Lincoln: “a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo!”

Então vamos fazer a nossa parte e criar o nosso futuro! Espero que aproveite bem essa aula que preparei com muito carinho para você. Se gostar, coloque na avaliação. Se não gos-tar, comente os motivos.

Bom proveito!

(5)

ORÇAMENTO PÚBLICO

1. o

rçAmento

p

úblico

1.1. c

onceito

O Orçamento Público é um documento que prevê as quantias de moeda que, num período determinado (normalmente um ano), devem entrar, e fixa as despesas, com especificação de suas principais fontes de financiamento e das categorias de despesas mais relevantes. As-sim, o Orçamento Público é a nossa conhecida LOA – Lei Orçamentária Anual.

Vamos conhecer o conceito doutrinário de orçamento público, segundo autores reno-mados na matéria.

De acordo com os autores Abrúcio e Loureiro:

O orçamento é um instrumento fundamental de governo, seu principal documento de políticas

pú-blicas. Através dele os governantes selecionam prioridades, decidindo como gastar os recursos

extraídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais, conforme seu peso ou força política. Portanto, nas decisões orçamentárias os problemas centrais de uma ordem demo-crática como representação e accountability estão presentes. (...) A Constituição de 1988 trouxe

inegável avanço na estrutura institucional que organiza o processo orçamentário brasileiro. Ela não

só introduziu o processo de planejamento no ciclo orçamentário, medida tecnicamente importante, mas, sobretudo, reforçou o Poder Legislativo.

Para o saudoso mestre Aliomar Baleeiro:

O orçamento público é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços pú-blicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei.

Finalmente, para Giacomoni:

De acordo com o modelo de integração entre planejamento e orçamento, o orçamento anual cons-titui-se em instrumento, de curto prazo, que operacionaliza os programas setoriais e regionais de

médio prazo, os quais, por sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos nacionais em que estão

(6)

Questão 1 (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) O orçamento público, um instrumento fun-damental de governo, constitui o principal documento de políticas públicas. A respeito desse assunto, julgue o seguinte item.

Com base no orçamento público, os governantes selecionam as prioridades e decidem como empregar os recursos extraídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais, conforme o peso ou a força política desses grupos.

Certo.

Veja a definição dos doutrinadores Ciro Biderman e Paulo Arvate, na obra “Economia do Setor Público no Brasil”:

O orçamento é um instrumento fundamental de governo, seu principal documento de políticas públicas. Através dele, os governantes selecionam prioridades, decidindo como gastar os recur-sos extraídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais, conforme seu peso ou força política.

Então, em uma linguagem técnica, porém mais simples, o que é Orçamento na Admi-nistração Pública?

Simplificadamente, podemos dizer que Orçamento é um processo contínuo, dinâmico e flexível, que traduz em termos financeiros para determinado período (um ano), os planos e programas de trabalho do governo.

Com termos um pouco mais técnicos, é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a

arreca-dação de receitas e fixa a realização de despesas para o período de um ano e o Poder Legis-lativo lhe autoriza, através de LEI, a execução das despesas destinadas ao funcionamento da máquina administrativa.

De modo mais direto, podemos dizer que o Orçamento do Estado é o ato contendo a apro-vação prévia das Receitas e Despesas Públicas para um período determinado.

(7)

Questão 2 (CESPE/MPE-PI/TÉCNICO/2018) Julgue o item seguinte, relativo ao orçamento público. O orçamento, importante instrumento de planejamento de qualquer entidade pública ou pri-vada, representa o fluxo previsto de ingressos financeiros e a aplicação desses recursos em determinado período de tempo.

Certo.

Aproveite e confira a literalidade do MCASP:

O orçamento é um importante instrumento de planejamento de qualquer entidade, seja pú-blica ou privada, e representa o fluxo previsto de ingressos e de aplicações de recursos em determinado período.

1.2. D

imensões Do

o

rçAmento

p

úblico

Na verdade, o orçamento público pode ser analisado sob diversos aspectos: político, eco-nômico, social, administrativo, jurídico, etc., e, de acordo com a evolução da sociedade e com a variação de suas necessidades, um ou outro aspecto surge como o mais importante do orçamento naquele momento.

É importante saber que para parte da Doutrina, o Orçamento Público apresenta três

im-portantes dimensões, todas de interesse direto para a sociedade: dimensão jurídica,

dimen-são econômica e dimendimen-são política.

Existe, ainda, outra parte da doutrina que elenca outros dois aspectos: administrativo e técnico. De acordo com a atuação jurídica, o orçamento tem caráter e força de lei, e enquanto tal, define limites a serem respeitados pelos governantes e agentes públicos, no tocante à reali-zação de despesas e à arrecadação de receitas.

Seguindo a regra geral relativa à elaboração e à aprovação das leis em nosso país, também o processo legislativo relativo ao Orçamento Público (PPA, LDO e LOA) passa obrigatoriamente pelas

(8)

etapas de discussão nas comissões e no plenário, as votações nas comissões e em plenário, inclusive acerca de eventuais emendas e destaques, até a sanção presidencial.

Já em relação à sua pegada administrativa, o orçamento é visto como importante peça de planejamento, na medida em que o Estado busca saber o quanto disporá em termos de recursos financeiros para aplicar em prol das necessidades coletivas.

Segundo o Doutrinador Giacomoni, o orçamento auxilia os responsáveis pelas finanças públicas na consecução das diversas etapas do processo administrativo, tais como a progra-mação, a execução e o controle.

Ainda existe a pegada sob o aspecto técnico. Nesse quadrante, foram estabelecidos inú-meros mandamentos que visam disciplinar e dar uniformidade à estrutura da lei orçamentária no País, por meio da apresentação de demonstrativos, estimativa da receita, demonstração de resultados e contabilização da execução orçamentária, dentre outros.

Note outra maneira de visualizar as dimensões do Orçamento Público Forma de observação (paradigma, visão):

• Jurídica: STF considera o orçamento uma lei formal;

• Econômica: plano de ação governamental, isto é, o poder de intervir na atividade eco-nômica (emprego, renda);

• Financeira: fluxo de entrada e saída de recursos;

• Política: definição de prioridades, visando à inclusão e à realização de programas go-vernamentais no plano de ação a ser executado;

• Técnica: formalidades técnicas e legais exigidas no processo orçamentário.

Em suma, podemos dizer que o orçamento, portanto, tem aspecto político, porque revela ações sociais e regionais na destinação das verbas. Possui, também, características

econô-micas, porque manifesta a realidade da economia. É técnico, porque utiliza cálculos de receita

e de despesa e tem, ainda, aspectos jurídicos, porque atende às normas da Constituição Fe-deral e de leis infraconstitucionais.

Questão 3 (CESPE/IPHAN/AUXILIAR/2018) Em relação ao orçamento público e seus pre-ceitos, julgue o item.

(9)

Orçamento é o plano contábil que expressa como as ações de governo serão executadas, por meio da aplicação de recursos (despesas) e suas formas de financiamento (receitas).

Errado.

Na verdade, o orçamento não é apenas plano contábil, já que contempla uma multiplicidade de aspectos: político, jurídico, contábil, econômico, financeiro e administrativo.

2. c

onhecenDo mAis sobre o

o

rçAmento

p

úblico

2.1. c

onsoliDAnDo

D

efinições

Nosso objetivo agora é avançar no tema Orçamento Público, também chamado de

“orçamen-tos anuais”, mas que tecnicamente falando, de forma restritiva, é a LOA – Lei Orçamentária Anual.

Vamos agora pensar o orçamento como o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a

arreca-dação de receitas e fixa a realização de despesas para o período de um ano, e o Poder Legis-lativo lhe autoriza, através de LEI, a execução das despesas destinadas ao funcionamento da máquina administrativa.

Outra forma de vermos o orçamento é como um processo mais amplo, englobando tam-bém o PPA e a LDO.

Planejamento de previsão de arrecadação de receitas (impostos, taxas, contribuições) e fixação de despesas públicas, para realização das políticas públicas por meio de programas, projetos, atividades e operações especiais para um determinado período, aprovados nas leis do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual.

Iniciativa do Poder Executivo, enviado ao Poder Legislativo para apreciação e aprovação, sancionado pelo Poder Executivo.

Temos a ideia de Orçamento Público em sentido amplo quando trata das Leis Orçamentárias: • PPA – Plano Plurianual;

• LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias; • LOA – Lei Orçamentária Anual.

(10)

Tenha em mente que o termo Orçamento Público também é usado em sentido estrito

quando se refere especificamente à LOA, que é o Orçamento Público anual propriamente dito. Além dos sentidos amplo e estrito, o termo Orçamento Público ainda pode ser usado em sentido técnico, ou seja, quando se refere à autorização legislativa para execução das

despe-sas, ou melhor, à autorização dos representantes do povo “convertida” em créditos orçamen-tários para que se possa efetuar o gasto público.

Note que o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo lhe autoriza (temos um sistema

misto), por certo período, e em pormenor, a execução das despesas destinadas ao

funciona-mento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei.

Em suma, podemos dizer que o Orçamento do Estado é o ato contendo a aprovação prévia das Receitas e Despesas Públicas para um período determinado.

2.2. o

rçAmento

A

utorizAtivo

X i

mpositivo

Antes de nos aprofundarmos no tema, preciso que entenda bem o significado das expres-sões “orçamento autorizativo” e “orçamento impositivo”, que são conceitos doutrinários de nossa matéria.

Assim, guarde que o conceito de orçamento autorizativo nada mais é, sinteticamente

fa-lando, uma autorização legal para realização de gastos públicos. Nessa toada, o Poder

Execu-tivo elabora a sua proposta orçamentária e o Congresso Nacional a aprova, autorizando que o executivo efetue os respectivos gastos. Nesse caso, note que os parlamentares não definem em que e quanto gastar, mas simplesmente aprovam (ou não) a proposta enviada pelo Poder Executivo (com algumas emendas).

De modo distinto, no conceito de orçamento impositivo existe uma transferência de res-ponsabilidade de definir “em que e quanto gastar” para o Congresso Nacional, como é o caso dos Estados Unidos, onde o parlamento ocupa o papel principal na peça orçamentária.

(11)

DICA!

Até a EC 86/2015 inexistia a dúvida: para qualquer questão de prova você podia marcar que o orçamento brasileiro era autorizativo. De lá para cá temos ainda que a maior parte do Orçamento Brasileiro continua sendo autorizativo para as des-pesas discricionárias, MAS NÃO MAIS 100% AUTORIZATIVO. Assim, HOJE, leve para a prova que a maior parte do Orça-mento Brasileiro continua sendo autorizativo, mas em menor parte também impositivo.

Entendendo esse conceito, na hora da prova, tenha muita atenção na redação da assertiva para não cair em uma eventual pegadinha.

Feita essa introdução, vamos nos aprofundar.

É importante deixar registrado que, no Brasil, o orçamento público é, em relação às

despe-sas discricionárias, autorizativo, e não impositivo, ou seja, a fixação de despedespe-sas é uma mera sugestão ou previsão de gastos, sem que haja o dever legal de executá-los.

Em verdade, em nossa pátria, a realização de uma despesa pública (gasto público) está, portanto, condicionada à disponibilidade financeira de receitas arrecadadas durante o exercí-cio financeiro (1º de janeiro a 31 de dezembro, conforme art. 34, Lei n. 4.320/64).

Nesse sentido, nossa Carta Magna determina que o Poder Executivo publique, até 30 dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.

Ainda de acordo com a CF/88, em seu artigo 168:

Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementa-res e especiais, destinados aos órgãos dos Podesuplementa-res Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues, em duodécimos, até o dia 20 de cada mês.

A fim de se evitar o comprometimento de recursos orçamentários que poderiam ficar sem o correspondente financeiro em virtude de frustração na arrecadação da receita, anualmente, o Presidente da República tem publicado um decreto de contingenciamento, bloqueando re-cursos, que passam a não estar disponíveis para empenho até segunda ordem.

(12)

Com a entrada da Emenda Constitucional – EC 86/2015, apelidada de “EC do orçamen-to impositivo”, orçamen-tornou obrigatória a execução da programação orçamentária relativas às

emendas individuais à LOA por parte dos congressistas, sendo que tais emendas serão

aprovadas até 1,2% da Receita Corrente Líquida - RCL prevista no projeto de LOA encami-nhado ao Congresso Nacional.

Registre-se que esse apelido não corresponde à realidade, uma vez que apenas uma

pe-quena fatia da LOA passou a ser de execução obrigatória, divergindo assim do conceito dou-trinário de orçamento impositivo, aquele em que a aprovação da Lei obriga o Executivo a executar a LOA de forma mais amarrada.

Existem ainda alguns doutrinadores que entendem que somente após a EC 100/2019 (adiante comentada) é que o orçamento impositivo passou a ter vez no Brasil.

O que você deve levar para a prova é que hoje em dia algumas despesas consignadas no orçamento devem necessariamente ser executadas, ou seja, não podemos mais dizer que o orçamento brasileiro é plenamente autorizativo, sendo, em verdade, em sua maior parte ainda autorizativo, mas também impositivo para as situações previstas na Própria CF/88.

Na verdade, temos que ter muito cuidado com a interpretação da assertiva no dia da pro-va. Veja abaixo 2 questões muito sutis elaboradas de forma maldosa para lhe pegar, no qual além de conhecer o tema, você precisa ficar muito atendo à redação da assertiva.

(13)

Questão 4 (CESPE/PREFEITURA DE JOÃO PESSOA/PROCURADOR/2018/ADAPTADA) Em relação ao conceito, às espécies e à natureza jurídica do orçamento público, julgue o item a seguir.

De acordo com a jurisprudência do STF, o orçamento público, em regra, possui caráter auto-rizativo, ou seja, o simples fato de uma despesa ser incluída no orçamento não gera direito subjetivo à sua realização.

Certo.

Para as despesas discricionárias, o STF já decidiu que, em regra, “a previsão de despesa, em lei orçamentária, não gera direito subjetivo a ser assegurado por via judicial”.

Assim, o CESPE entende que o simples fato de uma despesa discricionária ser incluída no orçamento não gera direito subjetivo à sua realização.

Considerando ser essa uma questão do ano de 2018 e que, nessa época, já tínhamos a

Emen-da Constitucional – EC 86/2015, aquela apeliEmen-daEmen-da de “EC do orçamento impositivo” que tor-nou obrigatória a execução da programação orçamentária relativas às emendas individuais à LOA por parte dos congressistas (até 1,2% da Receita Corrente Líquida - RCL prevista no

projeto de LOA), mas, mesmo assim, o CESPE considerou a assertiva correta.

Questão 5 (CESPE/PREFETURA DE SALVADOR/PROCURADOR/2015) Julgue o item a

se-guir.

A CF estabelece que a LOA possua caráter meramente autorizativo, ou seja, inexiste a obriga-toriedade de o Poder Executivo exaurir a verba orçamentária prevista nas diferentes dotações. Dessa forma, a CF não acolheu em seus dispositivos a hipótese de orçamento impositivo.

(14)

Errado.

A assertiva é falsa, uma vez que a Emenda Constitucional – EC 86/2015, apelidada de “EC do orçamento impositivo”, tornou obrigatória a execução da programação orçamentária relativas às emendas individuais à LOA por parte dos congressistas.

De qualquer forma, guarde que a EC 86/2015 tornou impositiva apenas emendas

individu-ais dos parlamentares, mas não trouxe qualquer novidade em relação às chamadas emendas

de bancadas, aquelas que são apresentadas, por exemplo, por parte de uma bancada de de-terminado Estado da Federação.

Apenas com a promulgação da EC 100/2019 é que as emendas de bancada também

passa-ram a ser obrigatórias (limite para a execução de 0,8% em 2020 e, a partir de 2021, de 1% da RCL) e houve a revogação dos incisos I a IV do § 14, que tratavam das medidas a serem

toma-das em caso de impedimento de ordem técnica que inviabilizassem a execução toma-das ementoma-das. Ainda de acordo com a nova redação de nossa Carta Magna trazida pela EC 100/2019, quan-do as emendas impositivas resultarem em transferências obrigatórias a Estaquan-dos e Municípios, os recursos transferidos não integram a RCL – Receita Corrente Líquida dos entes destinatários.

Além dessas novidades, a EC 100/2019, em seu § 17, do artigo 165, dispõe acerca dos restos a pagar no âmbito do orçamento impositivo, determinando que os restos a pagar pro-venientes das programações orçamentárias previstas nos § 11 e 12 (emendas impositivas individuais e de bancada) poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da RCL realizada no exercício anterior, para as programações das emendas individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por

(15)

Atente, portanto, ao fato de que metade das emendas impositivas (0,6% e 0,5%, respectiva dos 1,2% para as emendas individuais e do 1% para as emendas de bancada) podem ser des-tinadas para o pagamento de restos a pagar.

Mas guarde que as emendas impositivas podem ser contingenciadas, de acordo com os ditames da LRF - Lei de Responsabilidade Fiscal.

Ainda temos o § 19, do artigo 165, que dispõe acerca do critério equitativo para execução das emendas, definindo como equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe critérios objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às

emendas apresentadas, independentemente da autoria.

Em suma, guarde o seguinte: Emendas individuais impositivas – trazidas pela EC 86 – tem como limite para execução de 1,2% da RCL, e Emendas de bancada impositivas – trazidas pela EC 100/2019 tem como limite para a execução de 1% da RCL a partir de 2021, sendo em 2020 esse limite de 0,8% da RCL.

(16)

Ainda falando das chamadas emendas impositivas, a partir do 3º ano da promulgação, ou

seja, em 2022, até o último exercício de vigência do regime de teto de gastos públicos (EC 95), o limite para a execução das emendas impositivas de bancada será o montante do exercício anterior corrigido pela inflação.

No dia 12/12/2019, o Congresso Nacional promulgou a EC - Emenda Constitucional n.

105/2019, acrescentando o artigo 166-A em nossa Carta Magna, tratando das emendas indi-viduais impositivas.

O objetivo desse artigo 166-A é, resumidamente falando, autorizar a transferência direta

de recursos de emendas parlamentares para Estados, ao DF e a Municípios sem vinculação a uma finalidade específica, ou seja, o Congressista e o Ente que receber os recursos de sua emenda parlamentar passam a dispor de maior liberdade na aplicação dos recursos públicos.

Trocando em miúdos, o resultado dessa EC 105/2019 é que ficará mais fácil o acesso aos recursos das emendas parlamentares individuais, já a partir do Orçamento Geral da União de 2020, destinadas aos Municípios, Estados e Distrito Federal.

A CF determinava que as emendas individuais dos parlamentares fossem obrigatoria-mente executadas, embora sujeitas a bloqueios e metade do valor das emendas devia ser destinado à área da saúde.

Uma importante inovação trazida pela EC 105/2019 é a previsão de que seja feita a transfe-rência direta de recursos federais para os demais Entes, sem a necessidade de convênio ou instrumento similar com um órgão público intermediário.

A ideia é que a descentralização dos recursos realizada dessa forma, com a liberação imediata da verba para os cofres dos Estados, DF e Municípios traga agilidade e melhoria nos serviços prestados ao cidadão, especialmente nos pequenos municípios.

(17)

Após a EC 105/2019, o parlamentar pode escolher se o dinheiro será transferido com

vinculação a um objeto específico (transferência com finalidade definida) ou para uso livre (transferência especial) sob certas condições. Em outras palavras, temos dois tipos de

trans-ferências: a especial (no texto original era chamado de “doação”), que é quando o parlamentar encaminha recursos para o Ente sem destinação específica; e a com finalidade definida, que é quando a verba vai “carimbada” para um uso determinado.

A EC 105/2019 estabeleceu que 60% das transferências especiais realizadas no primeiro

ano de vigência da emenda constitucional devem ser executadas até o mês de junho e que 70% dos recursos oriundos das emendas parlamentares individuais terão que ser utilizados em investimentos.

DICA!

Esses recursos não podem ser usados para despesas com pessoal (ativos, inativos ou pensionistas) e para pagar encar-gos sociais e também não poderão ser usados para pagar ju-ros da dívida.

De acordo com esse novo artigo, os Municípios, o Distrito Federal e Estados poderão

dei-xar esses recursos de fora do cálculo de limites com despesas de pessoal, de endividamento e para repartição – no caso dos Estados, para com os municípios em seu território.

Guarde alguns aspectos presentes na EC 105/2019, pois eles podem aparecer em sua prova: • Transferência especial - o dinheiro é repassado diretamente, sem necessidade de

con-vênio ou qualquer outro instrumento e pertencerá ao ente federado após concluído o repasse. Uma vez incorporado à receita do beneficiado, o recurso deverá ser aplicado em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo;

• Utilização dos recursos – deve ser respeitado o mínimo de 70% para despesas de capi-tal, exceto encargos da dívida. Assim, 30% podem ser usados para despesas de custeio, como insumos, materiais de consumo, contas de serviços públicos, entre outras;

(18)

• Cooperação técnica - o município beneficiado pode firmar contratos de cooperação técnica relacionados ao acompanhamento da execução orçamentária. Atualmente, esse serviço é prestado pela Caixa Econômica Federal.

2.3. t

eto De

G

Astos DAs

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u

nião

A EC 95/2016, também chamada de “PEC dos Gastos”, que estabeleceu o “Novo Regime

Fiscal da União”, que se aplica aos orçamentos fiscal e da seguridade social da União em 20

exercícios financeiros e deve ser calculado sobre as despesas primárias.

Dessa forma, não são objeto do Novo Regime Fiscal da União, as despesas do orçamento de investimentos da União e as despesas financeiras dos orçamentos fiscal e da seguridade social. Obviamente, também ficam de fora os orçamentos dos Estados, DF e Municípios.

É importante registrar que foram estabelecidos nessa EC 95/2016 quais são os poderes e órgãos com limites individuais, quais sejam:

(19)

Poder Órgãos com Limites Individuais

Executivo

-Judiciário STF, STJ, CNJ, Justiça do Trabalho, Justiça Federal, Justiça Eleitoral, Justiça do DF e Territórios e Justiça Militar da União.

Legislativo Senado, Câmara e TCU. Ministério Público da União MPU e CNMP

Defensoria Pública da União

-Para o ano de 2017, os limites individualizados devem corresponder à despesa primária paga no ano de 2016, devendo ser incluídos os restos a pagar liquidado e demais operações que afetam o resultado primário, corrigidos por 7,2 %.

Para os anos de 2018 em diante, os limites individualizados das despesas primárias de-vem corresponder ao valor do limite do ano imediatamente anterior corrigido pela variação do IPCA ou de outro índice que o venha a substituir, para o período de 12 meses encerrado em junho do ano anterior a que se refere a LOA.

Importante destacar que existem alguns itens que mesmo sendo despesas primárias de-vem ficar de fora da base de cálculo:

• Despesas não recorrentes da Justiça Eleitoral com a realização de eleições; • Despesas com aumento de capital de estatais não dependentes;

• Créditos Extraordinários a que se refere o parágrafo 3º do artigo 167 da CF/88; e

• Transferências Constitucionais relativas a royalties e compensações financeiras, ao Simples Nacional, ao IOF Ouro, ao IR dos Estados, DF e Municípios, ao Impostos Re-siduais, a 50% do ITR, ao FPE, FPM, FCO, FNE e FNO, as cotas estaduais e municipais do Salário Educação, os valores destinados às Polícias Civil e Militar e aos Bombeiros Militares do DF e à Complementação do FUNDEB.

Importante destacar também que a partir do décimo ano desse regime, é possível ser revista essa metodologia por meio de uma Lei Complementar de iniciativa do Presidente da República.

É inegável que essa EC 95/2016 impactou a autonomia orçamentária e financeira dos de-mais poderes, pois os artigos da CF/88 que reforçam tal autonomia, como os artigos 51, 52, 99, 127 e 134, foram relativizados pela EC 95/2016.

(20)

Além desse impacto, a EC 95/2016 também trouxe reflexos ao Ciclo Orçamentário.

Quanto à fase de elaboração da LOA, passou a ser necessário que na mensagem pre-sidencial sejam demonstrados os valores máximos de programação, de acordo com os limites individuais.

No que diz respeito à fase de execução da LOA, as despesas primárias autorizadas na LOA ficam sujeitas aos limites individuais, não podendo exceder os valores máximos da mensa-gem presidencial. Além disso, fica vedada a abertura de crédito suplementar ou especial que aumente o valor total autorizado da despesa primária.

Ressalte-se que, para os anos de 2017, 2018 e 2019, o poder executivo pôde ajudar os demais poderes por meio da compensação dos limites individuais de outros poderes, desde que o executivo reduza as suas despesas primárias no montante correspondente.

Professor, e se os limites individualizados de gastos forem ultrapassados? O que acon-tece?

Nesse caso são previstas restrições, sendo que algumas delas contagiam os demais ór-gãos do mesmo poder e outras restrições ficam vinculadas ao órgão que estourou seu limite. As chamadas “restrições contagiantes” aos demais órgãos impedem que todos os órgãos do mesmo poder concedam aumento de remuneração aos seus servidores, exceto os derivados de sentença judicial transitada em julgado, ou de determinação legal relativa a atos anteriores à entrada em vigor da EC 95/2016. Além dessa, todos os órgãos ficam proibidos de alterar a estrutura de carreira que implique aumento de gastos e também de criar ou majorar auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou benefícios de qualquer natureza.

Por outro lado, as restrições que ficam vinculadas ao órgão do poder são relativas a: • Criação de despesa obrigatória;

• Criação de cargo, emprego ou função que gere aumento de gastos;

• Realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios;

• Adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da inflação, observada a preservação do poder aquisitivo;

(21)

• Admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvadas as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa e aquelas decor-rentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios.

Apenas para o Poder Executivo existem mais 2 restrições extras: a vedação para criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como a remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas que gerem ampliação de despesas com subvenções e subsídios, e a vedação de concessão ou ampliação de incentivos fiscais.

Além das restrições “contagiantes”, das restrições vinculadas ao órgão do poder e das res-trições adicionais específicas do Poder Executivo, temos uma restrição geral, ou seja, uma restrição que se aplica a todos os órgãos de todos os poderes se um poder desrespeitar o seu limite individual: fica vedada a concessão de revisão geral da remuneração prevista no artigo 37, X, da CF/88.

Importante saber que a EC 95/2016 previu alguns casos especiais, notadamente relativos à saúde, à educação e às chamadas emendas individuais impositivas da EC 86/2015.

Para a área da saúde, a EC 95/2016 definiu para o ano 1 (2017) o limite de 15% da RCL - Receita Corrente Líquida arrecadada da LOA de 2017, e para os anos seguintes o valor do exercício anterior corrigido pelo IPCA.

Para a área da educação, a EC 95/2016 definiu para o ano 1 (2017) o limite de 18% dos impostos líquidos LOA de 2017, e para os anos seguintes o valor do exercício anterior cor-rigido pelo IPCA.

A EC 95/2016, por meio do artigo 111 do ADCT da nossa CF/88 nos diz que:

Art. 111. A partir do exercício financeiro de 2018, até o último exercício de vigência do Novo Regime

Fiscal, a aprovação e a execução previstas nos §§ 9º e 11 do art. 166 da Constituição Federal cor-responderão ao montante de execução obrigatória para o exercício de 2017, corrigido na forma es-tabelecida pelo inciso II do § 1º do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

(22)

Assim, para o ano 1 (2017) definiu o limite de 1,2% da RCL arrecadada em 2016 LOA e, a partir de 2018 até o fim do Novo Regime Fiscal, a aprovação e execução das emendas indi-viduais de execução obrigatória terão como limite o valor do exercício anterior acrescido do IPCA de 12 meses.

O chamado Novo Regime Fiscal da União também inovou ao constitucionalizar os fa-mosos “restos a pagar”, uma vez que, até então, os resíduos passivos relativos às despesas empenhadas e ainda não pagas dentro do mesmo ano, só tinha previsão em legislação infra-constitucional, determinando que os restos a pagar podem ser considerados, até o limite de 0,6% da RCL do ano anterior, para fins de cumprimento da execução financeira obrigatória de emendas individuais.

Ressalte-se ainda que o Novo Regime Fiscal da União não alterou os demais dispositivos

de metas e limites fiscais da LRF.

Questão 6 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Em relação às técnicas e aos princípios do orçamento público, julgue o item a seguir:

O orçamento base zero facilita o processo de revisão da decisão a respeito da alocação dos recursos públicos, sendo, por essa razão, adequado às situações em que as despesas públi-cas são limitadas por um teto de gastos.

Certo.

Em função da nossa grave crise fiscal, com déficits elevados e crescentes, foi aprovada uma PEC para estabelecer um “teto” para os gastos públicos.

Nessa linha de raciocínio, torna-se razoável admitir que uma técnica como a do orçamento de base zero, a qual tem o poder de extinguir ou redimensionar programas desnecessários, possa vir a ser utilizada com o fito de atingir o equilíbrio fiscal.

Assim, os órgãos governamentais terão que justificar anualmente, na fase de elaboração da sua proposta orçamentária, a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como va-lor inicial mínimo.

(23)

2.4. n

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J

uríDicADo

o

rçAmento

Importante deixar registrado que o orçamento público, embora tenha formato de lei, sendo aprovado como tal, é entendido predominantemente no Brasil, como lei apenas em sentido formal.

Para o famoso doutrinador Ricardo Lobo Torres:

A teoria de que o orçamento é lei formal, que apenas prevê as receitas públicas e autoriza gastos, sem criar direitos subjetivos e sem modificar as leis financeiras e tributárias, é que melhor se adap-ta ao Direito Constitucional Brasileiro.

Em relação à sua natureza jurídica, é bom deixar registrado que o orçamento público, embora

tenha formato de lei, sendo aprovado como tal, a DOUTRINA dominante, embora não pacífica, é a de que o orçamento público, no Brasil, é lei em sentido formal.

Entretanto, no que diz ao controle abstrato de constitucionalidade de uma lei orçamen-tária, o STF entende que é possível sim (ADI 4048 e 4049), embora normalmente só seja possível esse controle para leis consideradas em sentido material.

Quando mencionamos o sentido formal da LOA, é que temos uma lei que tem “cara”, ou “forma” de lei, sendo formalmente aprovada pelo Poder Legislativo.

A LOA pode ser chamada de lei de efeitos concretos, sendo apenas lei quanto à forma (aprovada pelo Legislativo), mas não quanto à matéria.

Lei em sentido material Lei em sentido

(24)

Em contraste, uma lei em sentido material é aquela norma que tem abstração e

generali-dade, não tendo destinatário certo.

É um conjunto de hipóteses normativas abstratas, como, por exemplo, o Código Penal Brasileiro tipifica o crime de furto, elenca explicitamente o tipo penal como “subtrair coisa alheia móvel”, especificando as penalidades para quem comete o ilícito, não mencionando quem será penalizado. Qualquer pessoa, em regra, que subtrair coisa alheia móvel de terceiro, estará cometendo o crime, não tendo a lei destinatário certo. É uma norma genérica, portanto. Assim sendo, o Código Penal é uma lei em sentido material.

Orçamento público – natureza jurídica:

• Lei formal – apenas prevê as receitas e autoriza os gastos; • Orçamento autorizativo;

• Temporária – vigência limitada;

• Especial – de conteúdo determinado e processo legislativo peculiar; • Lei ordinária – aprovada por maioria simples.

Questão 7 (CESPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Julgue:

Prevalece no Brasil a compreensão de que o orçamento público é lei apenas em sentido for-mal, visto que é aprovado pelo Poder Legislativo, mas é substancialmente ato de natureza político-administrativa, insuscetível de hospedar normas gerais ou abstratas próprias de lei em sentido material.

Errado.

Em regra, o entendimento que você deve levar para a prova é o de que o Orçamento Público é uma lei em sentido formal. Esse é o entendimento doutrinário predominante.

Entretanto, as bancas examinadoras costumam colocar “complicadores” em assertivas que tratam desse tema. Ou seja, provavelmente, não vai aparecer em sua prova uma assertiva que apenas afirme ou negue esse aspecto.

(25)

Assim, a assertiva acima afirmou que é uma lei formal, mas colocou uma casca de banana na parte final: “ mas é substancialmente ato de natureza político-administrativa, insuscetível de hospedar normas gerais ou abstratas próprias de lei em sentido material”.

Nesse ponto, o entendimento do examinador, baseado nas ADIS 408 e 409 do STF, é que como o STF entendeu que a Lei Orçamentária pode ser objeto de Controle em sede abstrata de constitucionalidade, e, por tabela, a lei orçamentária PODE hospedar normas gerais ou abstratas próprias de lei em sentido material.

2.5. o

utros

A

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rçAmento

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Quem elabora e executa o Orçamento Público no Brasil? É apenas o Poder Executivo?

O que você acha?

Na realidade, todos os Poderes e o Ministério Público elaboram suas propostas

orçamen-tárias, porém, quem executa a maior parte das despesas públicas é o Poder Executivo, mesmo

porque essa é a sua principal função.

Basicamente, em termos de elaboração da proposta orçamentária, genericamente falan-do, temos o seguinte: todos os Poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário e mais o Ministério Público), e demais órgãos (Unidades Orçamentárias) elaboram as suas propostas orçamen-tárias e encaminham para o Poder Executivo (Ministério da Economia que absorveu o antigo

MPOG - Planejamento, Orçamento e Gestão), que faz a consolidação de todas as propostas e

encaminha um projeto de Lei de Orçamento ao Congresso Nacional.

Nenhuma proposta orçamentária, nem mesmo a do Poder Legislativo, pode ser encaminhada

diretamente ao Congresso Nacional pelo órgão que elabora a sua proposta orçamentária.

Essa competência é privativa do Presidente da República (Inciso XXIII, do art. 84, da CF).

(26)

A iniciativa das leis orçamentárias é exclusiva e obrigatória para Estados e Municípios e ainda argumenta que se trata de iniciativa legislativa vinculada, uma vez que deverá ser remetida ao Con-gresso Nacional no tempo estabelecido pela própria Constituição Federal (in Direito Constitucional, 16ª edição, p.594).

É até comum, em provas de concurso, perguntarem sobre quem tem competência para dispor

sobre Orçamento Público no Brasil. Essa competência é exclusiva do Congresso Nacional.

DICA!

O termo dispor (na área orçamentária) significa votar, apresentar

e rejeitar emendas, manter ou derrubar vetos do Presidente da República, aprovar créditos adicionais, fiscalizar, etc.

Aí eu lhe pergunto: caso o Presidente da República se omita, deixando de encaminhar o projeto de lei de orçamento ao Congresso Nacional, pode, qualquer parlamentar, apresentar esse projeto de lei?

Não! Essa competência é exclusiva do CHEFE DO PODER EXECUTIVO, função essa exerci-da pelo Presidente exerci-da República. A proposta apresentaexerci-da por parlamentar caracteriza incons-titucionalidade formal.

Nessa mesma linha de pensamento, se o envio ao Congresso Nacional do projeto de lei orçamentária anual é de competência privativa (art. 84, caput, inciso XXIII) do chefe do Poder Executivo e o parágrafo único do mesmo artigo não menciona explicitamente o inciso XXIII como possibilidade de delegação pelo Presidente da República da matéria nele constante, significa dizer que a iniciativa do orçamento público é indelegável.

Assim, o doutrinador Alexandre de Moraes, agora Ministro do STF, e, portanto, “produtor” de jurisprudência, prefere, portanto, chamá-la de competência exclusiva.

Essa distinção é feita em razão da existência de uma diferenciação entre a competência

(27)

muitas vezes existe confusão e trata-se os dois conceitos de forma indistinta. Registre que o fato de a iniciativa ser exclusiva do Presidente da República, no caso da União, dentre outras características, faz com que a LOA seja uma lei ordinária especial.

Importante reforçar ainda que a CF/88 concedeu autonomia administrativa e financeira ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas da União para elaborarem suas próprias propostas orçamentárias, encaminhando-as ao Poder Executivo para consolidação final.

Assim, a partir dessa consolidação final, realizada no âmbito do Ministério da Economia

(antes era no MPOG – Planejamento, Orçamento e Gestão), uma proposta consolidada de

orçamento da unidade da federação é encaminhada ao Legislativo, que a apreciará.

Importante também deixar registrado que, apesar de o Executivo receber inúmeras pro-postas setoriais de orçamento público, por força do princípio da unidade orçamentária (im-plícito no art. 165, § 5º da CF/88, combinado com art. 2º, caput, Lei n. 4.320/64, onde está explícito), somente poderá haver um único projeto de LOA, para cada ente político, e em cada

exercício financeiro, de sorte que o Congresso Nacional só recebe um PLOA.

Cuidado com essa pegadinha. Existem questões de concursos que alegam que seria possível um Poder enviar sua própria proposta orçamentária diretamente ao Poder Legislativo. Fique atento, não vacile, marque falsa! Só quem envia é o Presidente da República!

A Lei Orçamentária Anual - LOA é o Orçamento Público propriamente dito, devendo conter

exclusivamente duas matérias: previsão de receita e fixação de despesa.

Importante atentarmos para a palavra previsão para receita, já a receita orçamentária pode ser arrecadada acima do valor previsto no orçamento público por não existir teto para a receita!

Por outro lado, em se tratando da despesa, usamos a expressão fixação, por ser prevista com um limite até o qual poderá ser executada. A esse limite de autorização de gastos dá-se o nome de dotação orçamentária, que é a expressão monetária do crédito orçamentário, au-torização discriminada para se gastar recursos.

(28)

Assim, no que se refere às despesas, o orçamento público estabelece autorizações de gas-tos por meio dos chamados crédigas-tos orçamentários, limitados por suas respectivas dotações.

Destaque-se ainda que, de acordo com o artigo 166 da nossa Carta Magna, os projetos de lei relativos ao PPA, à LDO, à LOA e aos créditos adicionais devem ser apreciados pelas duas

Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum, ou seja, devem ser analisados e votados pelo Poder Legislativo.

O próprio artigo 167, VII, CF/88 estabelece a seguinte vedação orçamentária:

Art. 167. São vedados:

VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

Raciocine comigo: se é o Poder Legislativo quem autoriza a LOA e, portanto, os créditos orçamentários com suas respectivas dotações, significa dizer que o Legislativo não poderá conceder um crédito ilimitado para o Poder Executivo gastar ilimitadamente.

Concorda?

Por essa razão existem limites de gastos preestabelecidos para cada crédito orçamentário. Professor, na prática, como se elabora o Orçamento Público?

Aí eu lhe digo que essa tarefa é bastante complexa e é chamada de processo de elaboração

da proposta orçamentária, entretanto, pode ser simplificadamente explicada da seguinte forma.

Pense no seu orçamento familiar, em que são orçados os gastos do mês em função das receitas recebidas.

Só que tenho que lhe dizer que na Administração Pública funciona um pouco diferente, pois as receitas a serem arrecadadas já estão previstas em Lei, e incumbe ao Poder Executivo prever o quanto será arrecadado no ano subsequente e a fixação das despesas em função dessas receitas, cabendo ao Congresso Nacional autorizar sua execução.

A previsão das receitas e a fixação das despesas é semelhante à ideia do seu orçamento familiar, só que com muito mais complexidade e burocracia.

Assim, para atender o que determinam as normas atuais e as mais avançadas técnicas orçamentárias, no atual modelo orçamentário brasileiro deve existir estreita conexão entre

(29)

Na verdade, a distribuição de recursos são Políticas Públicas. Para tanto, deve haver pla-nejamento para o entrelaçamento entre Plapla-nejamento, Orçamento-programa e Implementa-ção das ações.

Esse inter-relacionamento, no caso brasileiro, teve seu marco inicial, pelo menos do ponto de vista legal, com o advento da Lei n. 4.320/64, que pretendeu instituir o

Orçamento-Progra-ma, instrumento de alocação de recursos com ênfase não no objeto de gasto.

Amigo(a), você não precisa ser entendido no assunto para saber que os principais pro-blemas da economia brasileira tem sido a deficiência ou até mesmo a ausência de planeja-mento de longo prazo.

2.6. o

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Apelidado de Emenda Constitucional do Orçamento de Guerra, a EC 106/2020 publicada em 07/05/2020 implantou em nosso país o chamado regime extraordinário fiscal, financeiro e de

contratações para enfrentamento de calamidade pública nacional decorrente de pandemia”.

Basicamente, seu objetivo é dar maior flexibilidade aos gastos do governo federal de modo a facilitar a tomada de medidas para combater a pandemia (COVID-19) e seus efeitos.

(30)

O chamado “Orçamento de Guerra”, tem vigência temporária limitada ao encerramento do

estado de calamidade decorrente da pandemia (COVID-19).

Assim, com o reconhecimento por parte do Congresso Nacional do encerramento do

esta-do de calamidade pública, a EC 106/2020 será automaticamente revogada e o orçamento de Guerra deixará de vigorar.

Registre-se ainda que a situação de calamidade pública em razão da pandemia (COVID-19)

foi reconhecida pelo Congresso Nacional por meio do DL - Decreto Legislativo 06/2020, com previsão até 31/12/2020.

DICA!

Entenda o orçamento de guerra como um orçamento

sepa-rado do orçamento normal, que foi objeto de LOA, ou seja, o orçamento de guerra tem seus gastos vinculados ao combate da pandemia, ficando os demais alocados na LOA.

Outro ponto relevante é que o orçamento de guerra é válido apenas para a União e deve es-tar voltado exclusivamente para atender às necessidades inerentes ao combate à pandemia

e naquilo que for incompatível com o regime ordinário de gastos.

Assim, o processo simplificado de gastos aplicado no orçamento de guerra é uma

exce-ção para a regra geral de contrataexce-ção no serviço público que é a sua realizaexce-ção via licitaexce-ção

e concurso público.

Em outras palavras, esse processo simplificado de contratação deve assegurar, sempre que possível, competição e igualdade de condições a todos os concorrentes e que eles só podem ser usados exclusivamente para o enfrentamento do vírus.

Ainda falando em regime de gastos e de contratação, a EC 106/2020 “liberou”, no âmbito do combate ao corona, a contratação por tempo determinado de atender às exigências de que trata o artigo 37, IX, da CF/88 e também de atender às exigências previstas no § 1º do artigo 169 da CF/88 e de estar prevista na LDO.

Merece destaque também o fato de que a EC 106/2020 dispensou ainda o cumprimento

das limitações legais ao aumento de despesa e renúncia de receitas decorrentes da conces-são de incentivos fiscais ou benefícios tributários.

(31)

Assim, desde que não implique em aumento permanente de despesas, as proposições le-gislativas e os atos do Poder Executivo que tenham o propósito exclusivo de enfrentar a

pan-demia e suas consequências sociais e econômicas, ficam dispensados da observância das limitações legais relativas a aumento de despesas e renúncia de receitas previstas na LRF.

Outro ponto relevante para nossa matéria é que a EC 106/2020 dispensou, durante a inte-gralidade do exercício financeiro em que vigore a calamidade pública nacional da pandemia (2020), a obrigatoriedade de atender a chamada regra de ouro das finanças públicas.

Em outros termos, o “orçamento de guerra” autoriza que o governo realize operações de crédito para gastar mais com despesas correntes como os salários dos profissionais de saú-de e materiais saú-de consumo como remédios e EPIs.

Nessa toada, visando dotar de transparência as operações de crédito e os gastos públicos relacionados ao enfrentamento da pandemia, o Ministério da Economia deve publicar a cada 30 (trinta) dias relatório com os valores e o custo das operações de crédito realizadas no pe-ríodo de vigência do estado de calamidade pública nacional relativa à pandemia (COVID-19). Além disso, as autorizações de despesas relacionadas ao enfrentamento da calamidade pública nacional decorrente da pandemia (COVID-19) e de seus efeitos sociais e econômicos deverão ser separadamente avaliadas na prestação de contas do Presidente da República e evidenciadas, até 30 (trinta) dias após o encerramento de cada bimestre, no Relatório Resu-mido da Execução Orçamentária – RREO.

3. t

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rçAmento

Ao longo da história, o Orçamento Público evoluiu em termos de conceito, funções e téc-nicas de elaboração, ganhando gradativa importância no sentido de uma ferramenta

funda-mental para a boa gestão de recursos por parte da Administração Pública.

Registre-se que alguns autores chamam essa classificação de tipos de orçamento e a que vimos anteriormente como espécies de orçamento.

3.1. o

rçAmento

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rADicionAl ou

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lássico

Com o surgimento do Estado Liberal inglês no século XIX, tivemos alguns reflexos tam-bém na Administração Pública e em suas ferramentas de Gestão, sendo destacada a criação

(32)

do chamado “Orçamento Tradicional ou Clássico”, cuja ideia principal era de permitir a manu-tenção do equilíbrio econômico-financeiro, com a finalidade de controlar eventuais aumentos dos gastos públicos.

Pode-se dizer, ainda, que esse modelo orçamentário serviu também como uma ferramen-ta de controle político sobre o Poder Executivo. Deixava em segundo plano os seus demais aspectos, quais sejam: econômico, contábil, administrativo e jurídico.

Espécies de orçamento – clássico ou tradicional: • Falta de planejamento da ação governamental; • Mero instrumento contábil;

• Despreocupação do gestor público com o atendimento das necessidades da popula-ção;

• Não há preocupação com a realização com os programas de governo; • A alocação de recursos visa a aquisição de meios;

• Apenas um documento de previsão de receita e autorização de despesa.

De acordo com a metodologia Clássica adotada na elaboração do Orçamento, a Admi-nistração Pública e seus respectivos órgãos e entidades recebiam dotações de recursos que seriam destinados ao pagamento dos funcionários e das compras de matérias e insumos do período, sem que qualquer vinculação entre esses recursos e o seu planejamento, seus pla-nos detalhados de trabalho e seus objetivos de curto, médio e longo prazo.

Importante deixar registrado que o que era levado em consideração no que diz respeito à distribuição de recursos para determinado exercício era o valor gasto no ano anterior, sem considerar, portanto, as ações, planos e programas de trabalho previstos para o ano seguinte,

sendo a falta de planejamento da ação governamental uma das principais características do orçamento tradicional.

Esse tipo de orçamentação pública ficou conhecido como “lei de meios”, já que focava

nos meios e não nas metas e objetivos do Estado.

Vale destacar também que não existiam ferramentas de controle adequadas para garantir a efetividade do gasto público, sendo os únicos parâmetros a honestidade do agente público e a adequação do produto público às necessidades da população.

(33)

Classificações para instrumentalizar o controle das despesas:

1. por unidades administrativas (órgãos responsáveis pelo gasto); 2. por objeto ou item da despesa.

Orçamento tradicional

Função: controle político

Por meio do controle contábil

Aqui, no Brasil, as primeiras demandas para a implementações de orçamentos formais surgiram após a Independência, com a Constituição Federal de 1822.

Merece ser mencionada a primeira lei de orçamento no Brasil, a Carta de Lei de 15/12/1830, cujo objeto era orçar a Receita e fixar a Despesa para o período 1831-1832.

3.2. o

rçAmento

D

esempenho ou De

r

eAlizAções

A principal mudança da metodologia de orçamentação pública, ou melhor, a mais impor-tante evolução do orçamento para o orçamento de desempenho ou de realizações foi mudar

o foco de “com o que o Estado” gasta, para “qual a finalidade do gasto”. Orçamento desempenho – realizações

Preocupa-se em saber as coisas que o governo faz e não as coisas que o governo compra.

Gasto Resultado

(34)

O Orçamento de Desempenho é considerado o precursor do Orçamento-Programa e sua

característica fundamental é trazer para o Orçamento uma dimensão programática aliada com a explicação detalhada dos gastos de cada unidade, buscando atender à população com eficiência e economia, sem, entretanto, vincular os objetivos governamentais de longo prazo, ou seja, seu Planejamento Estratégico ao Orçamento.

3.3. o

rçAmento

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roGrAmA

Como tudo na vida as técnicas orçamentárias evoluíram ao longo da nossa história, desde o Orçamento tradicional, com ênfase no gasto, passando pelo Orçamento de Desempenho até o que denominamos hoje de orçamento-programa, com ênfase nas realizações.

O orçamento-programa deve ser visto como um plano de trabalho expresso por um con-junto de ações a realizar e pela identificação dos recursos necessários para a sua execução.

(35)

Fazendo um link entre os temas Orçamento-Programa e Princípios Orçamentários,

pode-mos dizer que no orçamento-programa estão embutidos dois princípios: o da programação e o da especificação ou discriminação.

O orçamento-programa explicita o princípio da programação ao apresentar os programas de cada órgão do governo, incluindo os objetivos a serem alcançados, determinando as ações que serão desenvolvidas para atingir esses objetivos, calcular e consignar os recursos para efetivar essas ações.

O orçamento-programa também explicita o princípio da especificação ou da

discrimina-ção ao impedir que as dotações sejam feitas de forma globalizada, tanto no que se refere à

arrecadação de receitas quanto para gastar recursos financeiros obtidos.

É importante que saiba que desde a entrada em vigor da Lei n. 4.320/64, o

Orçamento--Programa vem sendo adotado no Brasil.

Sua mola mestra é fixar as Despesas Públicas a partir da identificação das necessidades públicas sob a responsabilidade de determinado nível de governo e da sua organização, de

acordo com as suas prioridades.

É notório que os seus aspectos administrativos e econômicos são privilegiados em

detri-mento do aspecto político.

Merece destaque também o Decreto-Lei n. 200/1967 que detalhou os aspectos opera-cionais do Orçamento-Programa e orientou a Administração Pública Federal de modo a es-tabelecer o Orçamento-Programa anual como um instrumento de planejamento, a ideia de discriminar a despesa pública por objetivo.

Entretanto, o orçamento-programa tornou-se realidade com o Decreto n. 2.829/1998, que estabeleceu normas para elaboração e execução do plano plurianual e dos orçamentos da União.

A ideia do orçamento-programa é fazer com que o gasto público possa ser detalhado de modo a enfatizar a sua finalidade, identificando para cada gasto a respectiva à ação, definindo o responsável pela respectiva execução de cada ação, além de apresentar individualmente os

(36)

Exemplo de um Orçamento-Programa

Secretaria de Educação R$ 50 milhões

Qual a finalidade? Função Educação Subfunção Educação Fundamental Programa de Redução de Analfabetismo Quais as ações necessárias?

Como benefícios mais relevantes do orçamento-programa, podemos citar a integração entre o planejamento e o orçamento, a quantificação dos objetivos e metas, a utilização das relações de insumo-produto e das diversas alternativas programáticas em seu processo de-cisório, além de permitir o uso de ferramentas para medir os seus resultados.

Guarde que orçamento-programa PRIORIZA atender aos objetivos, metas e prioridades defi-nidos no Planejamento das ações do Governo, integrando planejamento e orçamento.

Guarde algumas características positivas do orçamento-programa: • Permite melhor planejamento das ações do Governo;

• Facilita a identificação dos gastos e a realização por programas e sua comparação em termos absolutos e relativos;

• Contribui para uma orçamentação mais precisa;

(37)

• Permite maior possibilidade de redução de custos; • Torna mais fácil identificar funções duplas;

• Foca no que a instituição realiza e não no que ela gasta; • Permite melhor controle e execução dos programas.

Questão 8 (CESPE/PGE-PE/ANALISTA/2019) No que se refere ao sistema de planejamento e orçamento do governo federal, julgue o item subsequente.

Na elaboração do orçamento-programa, são considerados todos os custos dos programas subtraindo-se aqueles que extrapolem o exercício.

Errado.

Na verdade, na elaboração do orçamento-programa devem ser considerados todos os custos dos programas, inclusive aqueles que extrapolem o exercício.

Orçamento-Programa – Vantagens: • Melhor planejamento das ações;

• Maior precisão na elaboração dos orça mentas;

• Identificação dos gastos e realizações por programa e sua comparação em termos absolutos e relativos;

• Enfase no que a instituição realiza e não no que eIa gasta.

Perceba que outras espécies de orçamento podem ser usadas como apoio ao

Orçamen-to-Programa. Veja, por exemplo, que a elaboração do orçamento de algumas ações pode

ocorrer de maneira incremental. Assim como o valor a ser pago, em condições normais, para as contas de energia elétrica e telefone sofre pequena variação de um ano para outro, pode-se aplicar apenas a inflação acumulada, utilizando, assim, o método tradicional, acrescentando a inflação do período sobre o valor do orçamento desta ação no ano anterior.

(38)

Abaixo um resumo comparativo entre as principais características dos orçamentos tradi-cional e programa.

Orçamento Tradicional Orçamento Moderno

O processo orçamentário é dissociado dos proces-sos de planejamento e programação.

O orçamento é o elo entre o planejamento e as funções executivas da organização.

A alocação do recurso visa à aquisição de meios. A alocação de recurso visa à consecução de objetivos e metas.

As decisões orçamentárias são tomadas tendo em vista as necessidades das unidades organizacionais.

As decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações e análises técnicas das alternativas possíveis. Na elaboração do orçamento são consideradas as

necessidades financeiras das unidades organizacionais.

Na elaboração do orçamento são considerados todos os custos dos programas, inclusive os que extrapo-lam o exercício.

A estrutura do orçamento dá ênfase aos aspectos contábeis de gestão.

A estrutura do orçamento está voltada para os aspec-tos administrativos e de planejamento.

3.4. o

rçAmento

b

Ase

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Logo após a implementação do Orçamento-Programa no Brasil, apareceu nos Estados Unidos o chamado “orçamento base-zero”.

Esse modelo de orçamentação foi criado por uma empresa privada, a Texas Instruments Co., que, posteriormente, ficou conhecida no mundo inteiro por suas excelentes calculadoras financeiras e foi trazido do setor empresarial para o setor governamental.

Planejamento: identifica o resultado desejado, estabelece metas, objetivos, programas e define decisões básicas sobre políticas para a organização.

Orçamento: identifica os insumos necessários e analisa detalhadamente as funções e atividades da organização necessárias para atingir os resultados necessários. Forma de ge-renciar recursos.

A sua ideia-chave é fazer com que todas as despesas de todos os órgãos sejam justifica-das detalhadamente, sem permitir que o simples fato de que uma despesa que já estivesse

no orçamento do ano anterior fosse simplesmente repetida, tratando cada gasto demandado como um novo gasto.

DICA!

(39)

Se faz necessário destacar que quando da elaboração da proposta orçamentária para o ano posterior, toda informação prévia relativa aos anos anteriores era desprezada, ou seja, a necessi-dade e a utilinecessi-dades de cada despesa deveria ser vista como se fosse completamente nova.

O foco desse modelo de orçamentação era identificar gastos, programas e até órgãos que não tinham utilidade prática para a Administração Pública.

Seguindo essa linha de raciocínio, para que um gasto fosse “aprovado”, ela deveria ser eficiente e eficaz, não poderia ter ainda mais suas operações reduzidas ou eliminadas.

Conceito do Orçamento Base Zero OBZ

Visão das contas por pacotes e por áreas

Incentiva revisão dos processos Propõe priorização na alocação de recursos Envolvimento de todos os níveis da organização Outros Orçamentos

Visão das contas por áreas

Baseiam-se no orçamento do exercício anterior

Tratam todos os custos igualmente

A alta gestão tem menor visão da parte operacional

(40)

ORÇAMENTO TRADICIONAL

O histórico serve como base, sendo necessário somente o acerto de alguns gastos.

Custos não são revistos e podem ocorrer desperdícios.

Autonomia baixa. Não demanda tomada de decisões.

Planejamento financeiro pode não estar alinhado à estratégia.

ORÇAMENTO Base Zero (OBZ)

Folha de papel em branco, ou seja, do zero.

Custos são detalhados e justificados. Devidamente alocados e alinhados aos objetivos.

Autonomia (alta) total do gestor para tomada de decisões.

Planejamento financeiro 100% orientado para atingir as metas.

Base

Custos

Autonomia

Metas

Questão 9 (CESPE/CGM-JOÃO PESSOA/TÉCNICO/2018) A respeito de orçamento público, julgue o item seguinte.

O ORÇAMENTO-PROGRAMA consiste no processo de elaboração de orçamento que exige dos gestores, a cada novo exercício, a justificativa detalhada dos recursos solicitados.

Errado.

A assertiva refere-se ao Orçamento Base Zero, técnica que consiste na obrigação de que o administrador justifique, a cada ano, todas as dotações solicitadas em seu orçamento, in-cluindo alternativas, análise de custo, finalidade, medidas de desempenho, e as consequên-cias da não aprovação do orçamento.

A ênfase é na eficiência, e não se preocupa com as classificações orçamentárias, mas com o porquê de se realizar determinada despesa.

Em suma, o grande legado trazido pela metodologia do Orçamento Base Zero foi o comba-te àquela ideia que existia até então de gastos simplesmencomba-te repetidos de períodos ancomba-teriores, acrescentado a expectativa de inflação. Tudo tinha que ser revisto e novamente justificado!

(41)

Questão 10 (CESPE/STM/ANALISTA/2018) Acerca de administração financeira e orçamen-tária e do orçamento público no Brasil, julgue o item.

Os programas executados de acordo com a técnica do Orçamento-Programa devem ser zera-dos ao final do exercício financeiro, a fim de que os órgãos públicos sejam obrigazera-dos a demons-trar os custos e benefícios de cada programa, sob pena de descontinuidade dos programas.

Errado.

Na verdade, é o orçamento base zero que deve ser zerado ao final do exercício. O Orça-mento-Programa deve ser analisado ao final do exercício e ajustado para o atendimento das metas do PPA.

3.5. o

rçAmento

p

ArticipAtivo

O orçamento participativo é um instrumento que deve ser usado para colocar o cidadão co-mum como parte da gestão pública, permitindo a participação da população nos processos de elaboração e alocação dos recursos públicos, levando em conta as suas demandas, usando para isso diversos canais de participação, seja por meio de lideranças ou via audiências públicas.

(42)

O processo de orçamento participativo ainda não possui uma metodologia única, varian-do entre os entes municipais e estaduais que começam a usá-lo.

Questão 11 (CESPE/MPE-PI/ANALISTA/2018) Julgue o próximo item, relativo aos tipos de orçamentos públicos.

O orçamento participativo contempla a participação da população no processo decisório por meio de lideranças ou de audiências públicas.

Certo.

A modalidade de orçamento participativo contempla a participação da população na alocação de alguns recursos do orçamento, seja por meio da participação direta (audiências públicas) ou grupos organizados (lideranças), estimulando o exercício da cidadania, o compromisso da população com o bem público. É um importante espaço de debate e decisão político-par-ticipativa. Nele, a população interessada decide as prioridades de investimentos em obras e serviços a serem realizados a cada ano com os recursos do orçamento.

Por meio dessa técnica orçamentária, a alocação de alguns recursos contidos no Orçamento Público é decidida com a participação direta da população ou através de grupos organizados da sociedade civil como a associação de moradores. Entretanto, até o momento, sua aplica-ção em solo brasileiro restringe-se ao âmbito municipal.

3.6. o

rçAmento

i

ncrementAl

O orçamento incremental usa a base de dados gerada a partir de períodos anteriores. É um tipo de orçamento básico, mais rápido e fácil de elaborar. Em outras palavras, é um mo-delo orçamentário baseado na aplicação de ajustes marginais nos itens de receita e despesa.

Orçamento incremental:

• Elaborado através de ajustes marginais de seus itens de receita e despesa;

Referências

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