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(1)MAIRA PEREIRA FERREIRA. A JUSTIÇA EM PAUTA O Poder Judiciário Brasileiro na Mídia Impressa. Universidade Metodista de São Paulo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social São Bernardo do Campo - SP, 2009. MAIRA PEREIRA FERREIRA.

(2) A JUSTIÇA EM PAUTA O Poder Judiciário Brasileiro na Mídia Impressa Dissertação apresentada em cumprimento parcial às exigências do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, da UMESP - Universidade Metodista de São Paulo, para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Wilson da Costa Bueno. Universidade Metodista de São Paulo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social São Bernardo do Campo - SP, 2009.

(3) AGRADECIMENTOS Agradeço a todos que de algum modo me ajudaram na elaboração desta dissertação, em especial ao meu orientador e à minha família. Ao Professor Wilson pelo carinho e dedicação, pela compreensão de minhas ausências, principalmente na fase de nascimento e internação hospitalar do meu filho, além das maravilhosas palavras de apoio para retomar os trabalhos e as sugestões e intervenções, sempre cabíveis e precisas. À minha mãe pelas assinaturas das revistas, pela ajuda financeira, pelos preciosos cuidados com meu filho enquanto eu estudava e, principalmente pelo amor e incentivo de sempre ao estudo e ao aprimoramento profissional e acadêmico dos seus três filhos. À minha irmã Paula, por ajudar nos cuidados com Miguel, pelas sugestões sempre criativas para quase tudo e pela colaboração nos momentos finais de formatação e impressão de todo o trabalho, mesmo estando, ela também, finalizando a sua própria dissertação de mestrado. A Marcus Vinícius pela compreensão das noites em casa, pelos passeios com Miguel e por renunciar à mesa da sala, sempre ocupada por livros e, principalmente, por jornais e revistas. A Miguel pela compreensão dos meus períodos de ausência, por dormir cedo me permitindo estudar até mais tarde e, principalmente, por seus sorrisos e olhares que iluminaram e alegraram a minha vida até aqui. Ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo, que considerou relevante o tema de minha pesquisa e permitiu que eu me afastasse das minhas funções na Assessoria de Imprensa do órgão, para que eu pudesse comparecer às aulas do Mestrado. A minha chefe Andréa Resende pelos mesmos motivos e, ainda, pela compreensão e incentivo de sempre. À secretária da Pós Lucineide, a Neide, por fazer sempre o máximo para tornar a nossa vida um pouco mais fácil. E a Deus, por dar uma forcinha nisso tudo..

(4) LISTA DE FIGURAS. Figura. 1. –. Organograma. do. poder. judiciário. .....................................................26. Figura. 2. –. Capas. de. jornais. –. processos. envolvendo. políti-. cos...........................53. Figura 3 – Editoria Nossa Antena por Ruth de Aquino, Revista Época, n° 497, 26. de. novembro. de. 2007,. p.50............................................................................59. Figura 4 – Editoria Estilo por Nirlando Beirão, Revista Carta Capital, ano XIII, n°460,. 5. de. setembro. de. 2007,. p.. 41...................................................................63. Figura 5 – Matéria, Revista Época, n°490, 8 de outubro de 2007, p. 40............70. Figura 6 – Matéria, Revista Carta Capital, ano XIII, n° 465, 10 de outubro de 2007, p.32.............................................................................................................71. Figura 7 – Capa Revista Veja, ano 40, n° 32, edição 2021, 15 de agosto de 2007................................................................................................................. .....77.

(5) Figura 8 – Capa Revista Veja, ano 40, n° 35, edição 2024, 5 de setembro de 2007................................................................................................................. .....78. Figura. 9. –. Capa. Revista. Época,. n°. 485,. 3. de. setembro. de. outubro. de. 2007.............................79. Figura. 10. –. Capa. Revista. Época,. n°. 490,. 8. de. 2007........................79. Figura 11 – Capa edição especial Revista Época, n° 1989, 12 de dezembro de 2007................................................................................................................. .....80. Figura 12 – Capa Revista Carta Capital, ano XVIII, n° 460, 5 de setembro de 2007................................................................................................................. .....81. Figura 13 – Opinião, Editoriais, Jornal Folha de S.Paulo, ano 87, n° 28696, 27 de outubro. de. 2007,. p.. A2...................................................................................82. Figura 14 – Matéria, Revista Carta Capital, ano XIV, N° 472, 28 de novembro de 2007, 32.......................................................................................................83. p..

(6) Figura 15 – Matéria, Revista Isto É, ano 30, n° 1984, 7 de novembro de 2007, p. 30..................................................................................................................... .....85. Figura 16 – Matéria, Revista Época, n° 491, 15 de outubro de 2007.................85. LISTA DE TABELAS. Tabela. 1. –. Quantidade. de. revistas. semanais. publica-. dos. jornais. analisa-. das.....................................46. Tabela. 2. –. Datas. dos..............................................................47. Tabela 3 – Quantidade mensal de jornais impressos analisados com matérias sobre. o. Poder. rio......................................................................................51. Judiciá-.

(7) Tabela 4 – Quantidade de matérias sobre o Poder Judiciário nos jornais impressos. analisados,. separadas. por. Esta-. do..................................................................52. Tabela 5 – Quantidade de matérias sobre o Poder Judiciário nas revistas semanais analisadas.............................................................................................52. Tabela 6 – Quantidade de matérias sobre o Poder Judiciário envolvendo escândalos. políticos. nas. revistas. semanais. analisa-. das.................................................54. Tabela 7 – Quantidade de capas sobre o Poder Judiciário nos jornais impressos analisados,. separadas. por. do.........................................................................73. SUMÁRIO. INTRODUÇÃO...................................................................................................13. Esta-.

(8) CAPÍTULO. I. –. O. PODER. JUDICIÁ-. RIO...........................................................16 1. –. Aspectos. históri-. cos.......................................................................................16 1.1. –. O. período. coloni-. al......................................................................................16 1.1.2. –. A. primeira. constitui-. ção...........................................................................19 1.1.3. –. A. república. do. Bra-. sil...............................................................................21 1.1.4. –. O. período. autoritá-. rio...............................................................................22 1.1.5. –. A. democraci-. a...........................................................................................22 1.1.6. –. O. período. mili-. tar......................................................................................23 1.1.7. –. O. judiciário. ho-. je......................................................................................23 1.2. –. Estrutura. atual. do. judiciário. brasilei-. ro.......................................................25. CAPÍTULO. II. –. A. COMUNICAÇÃO. NO. PODER. JUDICIÁ-. RIO...................34 1. –. A. comunicação. institucional. e. a. comunicação. públi-. ca................................34 1.1. –. O. jornalismo. co..................................................................................35. públi-.

(9) 2. –. A. comunicação. pública. no. poder. judiciá-. rio..................................................36 2.1. –. A. publicidade. processu-. al............................................................................36 2.2. –. O. direito. de. acesso. às. informações. do. judiciá-. poder. judiciá-. rio.......................................38 2.3. –. Divulgação. de. notícias. nos. órgãos. do. rio.............................39 2.3.1. –. As. assessorias. de. comunica-. ção...............................................................39 2.3.2. –. A. tv. justi-. ça...............................................................................................43. CAPÍTULO III – AUDITORIA DE IMAGEM DO PODER JUDICIÁRIO NA MÍDIA IMPRESSA.............................................................................................46 1. –. Descrição. da. pesquisa. e. metodologi-. a............................................................46 2. –. Questioná-. rios.................................................................................................51 3. –. Análi-. se...........................................................................................................51 3.1. –. Total. de. matérias. sobre. o. poder. judiciá-. rio.................................................51 3.2.–. Temas. abordados. rio...........................52. nas. matérias. sobre. o. Poder. Judiciá-.

(10) 3.2.1. –. Processos. envolvendo. políti-. cos...............................................................53 3.2.2. –. Processos. crimi-. nais..................................................................................58 3.2.3. –. Administração. dos. tribu-. nais....................................................................62 3.4. –. Corrupção. no. judiciário/investigação. contra. juí-. zes...................................64 4 – Matéria exclusivas, compartilhadas e citações: o espaço do judiciário........65 5. –. Angulação. das. maté-. rias.................................................................................67 6 – A presença do poder judiciário nos espaços privilegiados dos impressos – chamadas. de. capa. e. editori-. ais..............................................................................72 7. –. Instâncias. da. justiça. abordadas. nas. maté-. rias.................................................83 8. –. Judiciário. enquanto. fon-. te..............................................................................84 9. –. Fases. dos. processos. na. justi-. ça.......................................................................86. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................87. REFERÊNCIAS CAS................................................................93. BIBLIOGRÁFI-.

(11) ANEXOS.......................................................................................................... ...96 Anexo 1..............................................................................................................96 Anexo 2................................................................................................................97 Anexo ............................................................................................................100 Anexo 4..............................................................................................................102 Anexo ................................................................................................................104 Anexo 6..............................................................................................................107 Anexo 7..............................................................................................................110 Anexo 8..............................................................................................................112 Anexo 9..............................................................................................................114 Anexo 10............................................................................................................117 Anexo 11............................................................................................................120 Anexo 12............................................................................................................122. 3.

(12) RESUMO. Pesquisa realizada nos principais veículos da mídia impressa nacional, entre os meses de julho e dezembro de 2007, com o objetivo de verificar qual é a imagem do Poder Judiciário Brasileiro divulgada pelos veículos, interpretando os principais temas abordados nas publicações e a angulação das matérias. Utilizou-se a análise de conteúdo e a ferramenta da auditoria de imagem na mídia. Concluiu-se na pesquisa que o Poder Judiciário Brasileiro é foco da mídia impressa principalmente quando analisa processos relativos a pessoas públicas, especialmente parlamentares. Também por esse motivo, observou-se que a maior parte das matérias citava a atuação do Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da justiça brasileira e responsável pelo julgamento de senadores,.

(13) principais focos das matérias e autoridades com direito a foro privilegiado. Além disso, chegou-se à conclusão de que a maioria das matérias refere-se a processos ainda em curso, evidenciando-se que não há um acompanhamento freqüente das decisões e sentenças dos órgãos do judiciário. Embora a análise seja referente a um período delimitado, evidenciaram-se falhas na comunicação do judiciário e foram apresentadas sugestões para aprimorar essa comunicação.. ABSTRACT. The research was carried out in the main Brazilian printed media, between the months of July and December of 2007, in order to verify the image of the Brazilian Judiciary Power disclosed by the media, interpreting the main themes approached in the publications and angulation of the subjectmatters. The content analysis and the media image auditing tool were used. The research concluded that the printed media focuses on the Brazilian Judiciary Power mainly when it analyses legal proceedings that involve public persons, especially parliamentarians. It was also observed that the majority of the published subjects mentioned acts of the Supreme Court, which is the highest instance of the Brazilian judicial system and is responsible for placing senators on trial, who are the main focus of the publications, and of authorities with the right to special venue. Besides this it was concluded that.

(14) the majority of the subject-matters refer to legal proceedings still under judgment, proving the there is no frequent follow-up of the decisions and judgments of the judiciary power. In spite of the fact that the analysis refers to a delimited period, the faulty communication within the judiciary power was evident and suggestions were presented to improve the mentioned communication.. INTRODUÇÃO Todos os dias milhares de novas ações, das mais diversas naturezas, ingressam no Judiciário Brasileiro, resultado de conflitos que não puderam ser resolvidos fora da esfera judicial. Em 2007, mais de 67 milhões de ações tramitavam em varas e tribunais de todo o País. “O Brasil é o país do litígio”, afirmou o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, José Antônio Toffoli, em entrevista concedida ao Jornal O Estado de S. Paulo, em setembro de 2007. Num país com a extensão territorial do Brasil, com culturas das mais diversas, com tantas desigualdades sociais e diferenças, é natural que existam divergências e conflitos de interesses, que quando não são solucionados por meio de acordos ou por algum mecanismo de regulação, acabam indo parar na Justiça. Mas, para Toffoli (2007, p. B11), o problema é que existe no Brasil um estímulo para que até mesmo questões que poderiam ser resolvidas pela administração pública e por.

(15) agências reguladoras sejam sempre encaminhadas para o Judiciário, denunciando existir no Brasil uma espécie de cultura da litigiosidade.. Qualquer ameaça de lesão ao direito pode ser levada ao Judiciário, sem esgotar a instância administrativa. O que eu falo é que há uma cultura do conflito. Vou dar um exemplo. No mundo inteiro, tirando o Brasil, existem 2 milhões de estudantes de Direito. Só no Brasil, existe 1,8 milhão. Essas escolas ensinam o quê? Ensinam processo, disputa judicial, aquela coisa de filme americano que um tem de derrotar o outro.. Mesmo recorrendo tanto à justiça, a população ainda tem uma imensa dificuldade em compreender o papel do Poder Judiciário na nossa sociedade. As pessoas ainda confundem órgãos, termos, decisões, autoridades, enfim, a comunicação entre o Judiciário e a população ainda é precária, carente de ajustes, de mediações competentes e efetivas. A pesquisa "A imagem do judiciário junto à população brasileira", concluída em março de 2006 pela Universidade de Brasília, por intermédio da DATAUnB, e contratada pelo Supremo Tribunal Federal chegou à conclusão de que o Poder Judiciário Brasileiro ainda é visto pela população em geral como uma "caixa preta", uma instituição fechada, de difícil compreensão com relação ao seu funcionamento e sua linguagem. Sabe-se que esse problema poderia ser minimizado com a divulgação, pelos veículos de comunicação, de informações mais completas e corretas dos meandros da justiça. Mas é preciso, antes de tudo, estabelecer uma comunicação eficiente entre Judiciário e imprensa. Com relação ao funcionamento do judiciário e a sua relação com os órgãos da imprensa. Ana Lúcia Vieira (2003, p. 60) destacou a importância de uma maior transparência com relação às ações da justiça:. A instituição judiciária que durante muito tempo se manteve intocável, passiva, e distante dos cidadãos, impondo sua autoridade à custa de uma legitimação que escapava ao controle dos destinatários de suas decisões, não mais se sustenta no Estado democrático de Direito.. A autora também destaca a importância da mídia para estabelecer uma ponte entre o Judiciário e os agentes sociais:.

(16) Aqui radica uma das funções da mídia: servir de canal entre a sociedade e um dos poderes do Estado, colaborando na aproximação entre o Poder Judiciário e o público, diminuindo a distância existente entre eles. Ademais, outra função é a de permitir aos cidadãos conhecer, criticar e fiscalizar a administração e atos da Justiça, que são atos de governo e, como tais, devem ser controlados. (VIEIRA 2003, p. 61). Entretanto, a divulgação das notícias do Poder Judiciário costuma ser realizada sem uma análise mais aprofundada dos resultados. Este trabalho é uma tentativa de mostrar como os membros e órgãos do Judiciário têm aparecido na mídia impressa, quais setores da Justiça têm recebido mais destaque e, ainda, se o Poder Judiciário, na visão dos jornalistas, tem realmente cumprido o seu papel de resolver conflitos e distribuir justiça e se tem tomado decisões a favor de uma sociedade mais justa e igualitária. A pesquisa é dividida em três capítulos. No primeiro, são levantados os aspectos históricos do Poder Judiciário, como a justiça foi se organizando no País desde a colonização, os avanços e os conflitos até se tornar uma instituição independente e ativa. Descreve, ainda, a atual organização judiciária e as principais atribuições de cada esfera da justiça. O segundo capítulo analisa as principais formas de comunicação dirigidas pelo judiciário à sociedade e às empresas de comunicação. Discute-se o conceito de comunicação pública e governamental, e as obrigações estatais e principalmente do judiciário com a publicidade dos atos praticados. O terceiro capítulo descreve a metodologia utilizada na pesquisa e a auditoria de imagem em si, com análise das informações de maior destaque publicadas nos veículos durante o período da pesquisa. O capítulo III também traz e as considerações finais de todo o trabalho realizado, com críticas e sugestões a todos os agentes envolvidos na comunicação do Poder Judiciário com a imprensa e a sociedade de um modo geral..

(17) I - O PODER JUDICIÁRIO Como o objeto dessa pesquisa são as notícias publicadas sobre o Poder Judiciário, cabe aqui primeiramente descrever um pouco de sua história, seu funcionamento, atribuições, divisões em instâncias e outras características, de forma a facilitar a compreensão sobre essa instituição, tão importante para manutenção da democracia no nosso país..

(18) 1 - Aspectos históricos O Poder Judiciário Brasileiro passou por diversas fases que acompanharam a própria evolução política do Brasil. Dos tempos do Brasil Colônia até a atualidade, muitas foram as transformações, entre perdas e conquistas, que podem nos auxiliar na compreensão das características que formam o atual perfil e constituição da justiça brasileira.. 1.1 - O período colonial A primeira autoridade judicial do Brasil foi exercida por Martim Afonso de Sousa, que comandou a primeira expedição colonizadora enviada pela Corte Portuguesa (1530-33). A Martim Afonso foram concedidos amplos poderes sobre o Brasil, tendo recebido inclusive a incumbência de nomear administradores para a Colônia. Preferiu, entretanto, apenas estabelecer vilas subordinadas à autoridade do rei, conforme preleciona Raimundo Faoro (2001, P. 171) :. Com tais atribuições majestáticas, não utilizou os seus poderes para designar ‘capitão mor e governador’. Preferiu, em desvio às suas instruções, fiel todavia ao sistema jurídico português, criar vilas, vinculadas ao rei e capazes de se autodeterminar, fixando, com o núcleo social e administrativo, o expediente apto a conter os súditos na obediência.. E completa Faoro (2001, p. 172), com uma crítica ao tipo de colonização imposta ao Brasil por Portugal: Portugal não buscava, na América, o reflexo de suas instituições, numa réplica nova de um reino velho – o que ele visava era o prolongamento passivo de suas instituições, armadas de poderes para criar, do alto, por obra da moldura jurídica, a vida política.. Algum tempo depois a justiça passou a ser exercida pelos capitães e governadores das capitanias hereditárias, que representavam a autoridade do rei, como administradores e delegados “com jurisdição sobre o colono, português ou estrangeiro” (FAORO, 2001, p. 140). No entanto, somente com a instalação do governo geral, em 1549, é que o judiciário iniciou um lento processo de estruturação, com o aparecimento da figura do ouvidor-geral:.

(19) A instalação, com Tomé de Sousa, de um Governo-Geral no Brasil, em 1549, foi o marco inicial da estruturação do Judiciário brasileiro, uma vez que trouxe consigo o Desembargador Pero Borges para desempenhar a função de Ouvidor-Geral, encarregando-se da administração da Justiça. Assim, originariamente, a administração da Justiça, no Brasil, fazia-se através do Ouvidor-Geral, que ficava na Bahia, ao qual se poderia recorrer das decisões dos ouvidores das comarcas , em cada capitania, que cuidavam da solução das contendas jurídicas nas vilas. (MARTINS, 1999). Faoro (2001, p. 217) explica a função do ouvidor, autoridade máxima da justiça no Brasil na época do governo-geral, e que “decide os casos crimes, até morte para escravos, gentios, peões cristãos livres. Sua competência não abrange pessoas de maior qualidade nem alcança o clero”. Para julgar os recursos de suas sentenças, existia a figura do corregedor da Corte. O ouvidormor não era subordinado ao governador, mas sua alçada era sujeita aos recursos a Lisboa. Naquela época, era tão confusa a separação entre atividades administrativas e judiciárias, que o governador-geral acabava intervindo em muitos julgamentos. Também neste período, as capitanias se dividiram em comarcas, cada uma com um ouvidor. Faoro (2001, P. 217) descreve o sistema judiciário vigente no período, já denunciando o que acabaria se revelando uma característica permanente do poder judiciário: a morosidade e uma de suas principais causas: a grande quantidade de recursos disponíveis:. Investida de jurisdição administrativa, a justiça se perde nos meandros da vida social e econômica da colônia, apesar da aparente clareza das funções traçadas pelas Ordenações. (...) Uma cadeia de alçadas e recursos levava a justiça colonial a se perder nas aldeias e a se esguelhar até Lisboa, na Casa da Suplicação, no Desembargo do Paço e na Mesa de Consciência e Ordens. Ai de quem caísse nas mãos dessa justiça tarda, incompetente, cruel, amparada nas duras leis do tempo.. Em 1609, a Coroa criou o tribunal de relação da Bahia, o primeiro colegiado do país, e em 1751, o Tribunal de Relação do Rio de Janeiro, cuja jurisdição, segundo Castro Júnior (1998, p.67), “abrangia as capitanias do Espírito Santo para o Sul, inclusive as interiores”..

(20) Cabe destacar também a existência, à época, da magistratura do povo, criada na Bahia no início do século XVII. Eram esses juízes eleitos, teoricamente, para representar os interesses de operários e trabalhadores manuais junto ao rei e a outras autoridades e recebiam ordenados pagos pela Câmara. O juiz do povo foi extinto em 1713, segundo Castro Júnior (1998, p. 68), “a requerimento da Câmara, de gente elitizada, inconformada com os poderes que tal magistratura possuía e que poderiam contrariar os seus interesses”. Por outro lado, a magistratura do povo também foi acusada de ser um importante instrumento de dominação da elite rural:. A atuação do poder econômico e das relações de amizade e parentesco no Município, distante da Coroa, possibilitou a disseminação da corrupção na justiça local, aliás, como leciona Oliveira Vianna: “Esse caráter eletivo dos juízes ordinários e de vintena os faz logicamente caudatário dos potentados locais (...) Faz-se, assim, a magistratura colonial, pela parcialidade e corrupção dos seus juízes locais, um dos agentes mais poderosos para a formação dos clãs rurais, umas das forças mais eficazes da intensificação da tendência gregária das nossas classes inferiores” (CASTRO JÚNIOR, 1998, p. 68).. Em 2008, mesmo ano em que a imprensa celebrou o seu bicentenário, o Poder Judiciário Brasileiro comemorou 200 anos de independência. A data refere-se à chegada da família real portuguesa ao Brasil. Foi D. João, príncipe regente, que em maio de 1808 decidiu pela elevação do Tribunal de Relação do Rio de Janeiro à condição de Casa da Suplicação do Brasil. A partir daí, os recursos judiciais passaram a ser decididos no País, sem a necessidade de tramitarem na suprema corte em Portugal.. I – A Relação desta cidade se denominará Casa da Suplicação do Brasil, e será considerada como Superior Tribunal de Justiça para se findarem ali todos os pleitos em última instância, por maior que seja o seu valor, sem que das últimas sentenças proferidas em qualquer das Mesas da sobredita Casa se possa interpor outro recurso, que não seja o das Revistas, nos termos restritos do que se acha disposto nas Minhas Ordenações, Leis e mais Disposições. E terão os Ministros a mesma alçada que têm os da Casa da Suplicação de Lisboa. (STF, 2007).

(21) Muito embora se tenha atribuído um destaque especial ao período, havia ainda uma grande confusão entre as atribuições judiciais, administrativas e policiais:. A justiça estava confiada às duas Relações (a da Bahia, criada em 1609, suprimida em 1626 e restabelecida em 1662, no reinado de D. João IV, e a do Rio de Janeiro, organizada em 1751), e mais aos corregedores de comarca, ouvidores gerais, ouvidores de comarcas, chanceréis de comarca, provedores, contadores de comarca, juízes ordinários e órfãos eleitos, juízes de fora, vereadores, almotacés e juízes de vintena, a quem auxiliavam os tabeliães, escrivães, inquiridores, meirinhos e outros oficiais de justiça, os alcaides pequenos e os quadrilheiros. (CASTRO JÚNIOR, 1998, P. 69). Além disso, a magistratura que se via no País, às vésperas da Independência do Brasil, era composta por pessoas com formação tradicional e erudição adquirida na Universidade de Coimbra, estando os seus atos e decisões comprometidos com as elites portuguesas, conforme afirma Wolkmer (2007, p. 59):. O exclusivismo intelectual gerado em princípios e valores alienígenos, que os transformava em elite privilegiada e distante da população, revelava que tais agentes, mais do que fazer justiça, eram preparados e treinados para servir aos interesses da administração colonial.. 1.2 - A primeira constituição Nas décadas posteriores à Independência, mesmo com todas as deficiências já apontadas, a magistratura se constituiu num dos pilares da organização política do Brasil, ao oferecer práticas burocráticas disciplinadas e organizadas, essenciais para o fortalecimento do Estado:. Tratava-se de uma camada privilegiada “treinada nas tradições do mercantilismo e absolutismo portugueses”, unida ideologicamente por valores, crenças e práticas que em nada se identificava à cultura da população do país. Entretanto, por sua educação e orientação, os magistrados estavam preparados para exercer papel de relevância nas tarefas do governo. (WOLKMER, 2007, P. 60).

(22) Em 1824, nossa primeira Constituição instituiu o Supremo Tribunal de Justiça e criou os tribunais de segunda instância. Naquela época, “os juízes municipais eram escolhidos pelo Presidente da Província, através de lista tríplice feita pelas Câmaras de Vereadores, e os juízes de paz eram eleitos”. (SÁ, 2001, p. 17). Além disso, a Carta de 1824 declarou a independência do Poder Judiciário e a vitaliciedade dos juízes de direito. (CASTRO JÚNIOR, 1998, p. 73). Os juízes municipais eram nomeados por quatro anos, assim como os juízes de paz. Em 1824, foi julgado o primeiro processo em um Tribunal do Júri no Brasil. Curiosamente, ele foi instituído para a execução da Lei de Liberdade de Imprensa (1823):. Assim, o primeiro caso de Tribunal do Júri decorreu de injúrias publicadas no Diário Fluminense de 25 de abril contra o Intendente Geral da Polícia da Corte, Francisco Alberto Ferreira de Aragão. Por outro lado, outros apontam João Soares Lisboa, redator do Correio do Rio de Janeiro, como o primeiro a comparecer a um Júri, tendo sido, na ocasião, absolvido (CASTRO JÚNIOR, 1998, p. 81).. Segundo o mesmo autor, em maio de 1832, o então ministro da Justiça, padre Diogo Antônio Feijó, fez um relatório com duras críticas à magistratura nacional da época:. Para o futuro regente, Padre Diogo Antônio Feijó, então Ministro da Justiça, no relatório de 10 de maio de 1832, havia uma série de imperfeições e irregularidades relacionadas aos quadros da Magistratura nacional e à estrutura do Poder Judiciário. Além disso, não enxergava virtude em parte alguma, já que a Administração da Justiça Civil estava desorganizada [...] A crítica de Antônio Feijó era contundente, principalmente com relação ao procedimento dos Magistrados da Justiça Criminal que era burocrática e morosa, pois a falta de pronta punição e a indiferença dos Juízes que organizavam processos informes, sacramentava a impunidade dos réus. (CASTRO JÚNIOR, 1998, p. 81). Em 15 de outubro de 1827 foi promulgada uma lei que regulamentava as atividades do juiz de paz, determinando que: Em cada uma das freguesias e capelas filiais curadas, haveria um juiz de paz e o respectivo suplente, eleitos como os vereadores e pelo mesmo tempo, cujas atribuições eram ao mesmo tempo, administrativas, judiciais e policiais, pois procuravam, sempre, a conciliação das partes, antes da demanda, por todos os meios pacíficos que estivessem ao seu alcance..

(23) (CASTRO JÚNIOR, 1998, p. 79). O Estatuto de 1832 dividiu a primeira instância do judiciário em três circunscrições: o distrito, o termo e a comarca, conforme descreve Faoro (2001, p. 352):. O distrito foi entregue ao juiz de paz, com tantos inspetores quanto fossem os quarteirões; no termo haveria um conselho de jurados, um juiz municipal, um escrivão das execuções e os oficiais de justiça necessários, na comarca – a mais ampla expressão territorial – havia o juiz de direito em número que se estenderia até três, nas cidades populosas, um deles com o cargo de chefe de polícia.. Os juízes de paz eram eleitos pelo povo e indicavam os inspetores de quarteirão, nomeados pelas câmaras municipais. Os juízes municipais eram nomeados pelos presidentes de província. Os juízes de direito, bacharéis, eram os únicos escolhidos pelo imperador e, ainda assim, acabaram sem atribuições, se posicionando abaixo dos juízes de paz, que acabaram ocupando o centro do sistema.. 1.3 - A República do Brasil Segundo Ives Gandra (1999), o Judiciário passou por novas alterações com a constituição promulgada em 1891, a primeira Constituição Republicana do Brasil, que estabeleceu a Justiça Federal:. A característica principal da primeira Constituição Republicana foi a do estabelecimento da dualidade da Justiça Comum, instituindo a Justiça Federal para apreciar as causas em que a União fosse parte. Mas não só. Todas as questões de natureza constitucional seriam da competência dos juízes federais, que poderiam declarar a inconstitucionalidade das leis nos casos concretos, surgindo, assim, o controle difuso de constitucionalidade das leis em nosso país.. O Supremo Tribunal de Justiça passou a se chamar Supremo Tribunal Federal e os Tribunais de Relação das Províncias passaram a ser Tribunais de Justiça Estaduais, porém com as mais.

(24) variadas denominações, como Corte de Apelação do Distrito Federal, Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, Superior Tribunal de Justiça do Pará, etc. Faoro (2001, p. 541) destaca a atuação deficiente do Supremo Tribunal Federal na época da primeira República, que considerou omissa, face ao poder exercido pelos militares à época:. Desprezado o elemento de cúpula, a chave do sistema constitucional, omisso o mais alto tribunal nas suas decisões, acovardado perante a força ou servil diante do poder, desponta, no mecanismo político perturbador, corrigindo excessos ou acobertando ambições, a força armada, enganadoramente legitimada pelo velocino constitucional. Em breve, entretanto, incapaz o freio judiciário de operar, erguer-se-á, no seio das forças políticas, a federação, contrabalançando a hegemonia militar.. A Constituição de 1934 foi a primeira a garantir autonomia ao Poder Judiciário Brasileiro, ao dispor sobre o ingresso na magistratura por concurso público e sobre a estabilidade dos juízes. Foi também a Carta Magna de 34 que regulamentou a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar.. 1.4 - O período autoritário O ano de 1937 significou um novo retrocesso também na história do Judiciário. A carta política de Getúlio Vargas extinguiu a justiça federal e a justiça eleitoral. Além disso, tirou o poder do Supremo Tribunal Federal para declarar a inconstitucionalidade de leis, nos casos em que contrariasse os interesses do Estado. Durante o Estado Novo, embora tenham sido mantidas as garantias no texto constitucional de 1937, os Juízes de Paz não eram mais eleitos, ficando a sua nomeação a cargo do governo dos Estados. Além disso, os juízes que se manifestavam contrários ao regime eram aposentados compulsoriamente, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço (CASTRO JÚNIOR, 1998, p. 93).. 1.5 - A democracia A Constituição democrática de 1946 serviu para o judiciário recuperar algumas perdas do período autoritário do governo Vargas, ao restabelecer a Justiça Federal e a Justiça Eleitoral. Além.

(25) disso, criou o Tribunal Federal de Recursos para julgar os recursos das decisões dos juízes federais. Trouxe, ainda, a Justiça do Trabalho, inicialmente ligada ao Executivo, para o Poder Judiciário.. 1.6 - O período militar O regime militar (1964-1985) que se seguiu ao golpe de 64 trouxe novas derrotas ao Poder Judiciário. O AI-5 foi um novo abalo na independência e autonomia da justiça, ao suspender garantias dos juízes.. O Ato Institucional nº 5, de 1968, que conferiu ao Chefe do Poder Executivo Federal poderes quase ilimitados, permitiu que pudesse demitir, remover, aposentar ou colocar em disponibilidade os magistrados, sendo suspensas as garantias constitucionais da vitaliciedade e inamovibilidade. O Ato Institucional nº 6, que se lhe seguiu, atingiu diretamente o Supremo Tribunal Federal, reduzindo de 16 para 11 o número de seus ministros. (MARTINS FILHO, 1999). A Constituição Federal de 1988 trouxe modernidade, autonomia e independência ao Judiciário Brasileiro. Criou o Superior Tribunal de Justiça, que incorporou algumas funções do Supremo Tribunal Federal e foi instalado no ano seguinte. Além disso, a Constituição “Cidadã” também ampliou o espaço da Justiça do Trabalho, determinando a instalação de pelo menos um TRT em cada estado brasileiro. A justiça Federal, por sua vez, ganhou Tribunais Regionais Federais como instância de 2º grau. Outros eventos importantes, ocorridos a partir da Carta Magna de 1988, segundo informações do site do STF (2007), foi a instalação do Superior Tribunal de Justiça, em abril de 1989. Além disso, em 15 de novembro do mesmo ano, tivemos a primeira eleição direta para Presidente da República, depois do período militar. Em 2001 foram instituídos os Juizados Especiais Federais, destinados ao processamento e julgamento “de forma célere e simplificada, das causas cíveis cujo valor não exceda a 60 salários mínimos e das causas criminais que tratem de delitos com menor potencial ofensivo”..

(26) O Conselho Nacional de Justiça foi criado pela Emenda Constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004, que também instituiu a súmula vinculante. O CNJ foi instalado em 14 de junho de 2005.. 1.7 - O Judiciário hoje O Poder Judiciário é hoje um poder autônomo, independente, mas congestionado, sobrecarregado. Mesmo com pesquisas que confirmam que o povo brasileiro recorre pouco ao judiciário para reclamar os seus direitos, a justiça brasileira tem atualmente cerca de 60 milhões de processos em andamento e recebe, a cada ano, 25 milhões de novas ações, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (2007), que também constatou que a Justiça do Trabalho é a mais rápida e a estadual a justiça mais lenta do País. Para o presidente da OAB, vários motivos contribuem para esse quadro, como por exemplo, o baixo investimento em recursos humanos. "Há poucos juízes e poucos servidores concursados", afirma. O representante dos advogados também avalia que a ausência de prazos rígidos para a movimentação de processos pelos magistrados é outro entrave para a Justiça, assim como permitir que eles morem fora de suas comarcas. "Isso impede que o magistrado conheça a alma da cidade e aplique julgamentos mais justos e céleres." A morosidade e a impunidade comprometem a credibilidade da justiça. Para combater a lentidão no julgamento de processos, o Judiciário tem anunciado investimentos na informatização dos tribunais e em campanhas para promover a cultura da conciliação. Vistos como “a menina dos olhos” do Judiciário, os juizados especiais foram criados, em 2005, para julgar pequenas causas e, dessa forma, agilizar e desafogar a justiça. Conquistaram a confiança de advogados e de grande parte da população, mas por isso mesmo acabaram sendo também muito requisitados e acumulando demandas, contrariando o seu objetivo principal que é o de decidir conflitos de maneira eficiente e rápida. A pesquisa “Barômetro AMB de confiança nas instituições brasileiras”, realizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros, em junho de 2008, constatou que o poder judiciário aparece em 6º lugar, entre 17 selecionadas, no que diz respeito à confiança das pessoas nas instituições brasileiras: Forças Armadas, Igreja Católica e Polícia Federal são as instituições mais bem avaliadas, com nota média na casa de 7. Num segundo bloco, aparecem.

(27) a Imprensa, o Ministério Público, a Justiça e a Igreja Evangélica, com notas entre 6 e 6,6. No vermelho, com notas abaixo de 5, estão o Senado Federal, a Câmara dos Deputados, as Câmaras de Vereadores e os Partidos Políticos (AMB, 2008).. Maria Teresa Sadek, professora de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais, apresentou, durante o Conbrascom 2007, uma pesquisa da AMB (Associação dos Magistrados do Brasil) que traçou o perfil dos magistrados. Coordenadora da pesquisa, Sadek afirma que a realidade atual tornou mito a visão da Justiça como mera intérprete da lei e fez críticas duras ao judiciário: “Uma instituição que não é capaz de dar respostas aos que a procuram está fadada ao fracasso. Os cidadãos e as empresas vão buscar soluções alternativas como os tribunais arbitrais”. Sadek também destaca que há tribunais que levam até seis anos para realizar a distribuição de um processo e que, na justiça comum, o congestionamento atual chega a 80% das ações e 48% nos juizados especiais. A pesquisadora também expressou sua preocupação com a linguagem “empolada, difícil” empregada por muitos magistrados, citando que, em muitas audiências, as partes saem sem saber exatamente sequer se perderam ou ganharam a causa.. 2 – Estrutura atual do Judiciário Brasileiro A Constituição Federal do Brasil de 1988 conferiu uma nova organização ao Poder Judiciário Brasileiro, que ficou assim composto: I - O Supremo Tribunal Federal; II - O Conselho Nacional da Justiça (criado posteriormente, em 2004) III - O Superior Tribunal de Justiça; IV - Os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; V - Os Tribunais e Juízes do Trabalho (Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e juízes do trabalho) VI - Os Tribunais e Juízes Eleitorais (Tribunal Superior Eleitoral, Tribunais Regionais Eleitorais, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais) VII - Os Tribunais e Juízes Militares (Superior Tribunal Militar, Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei).

(28) VIII - Os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Território (Tribunais Estaduais e juízes de direito). Figura 1. 2.1. Órgãos do Poder Judiciário Brasileiro. 2.1.1 – O Supremo Tribunal Federal O Supremo Tribunal Federal (STF) foi regulamentado pela primeira constituição brasileira (1824) e é o órgão máximo da justiça em nosso País. O STF é composto por onze ministros, aprovados pelo Senado Federal e nomeados pelo Presidente da República..

(29) Entre as atribuições do Supremo Tribunal Federal, destacam-se: o julgamento da constitucionalidade de leis, julgamento, em infrações penais comuns, do Presidente da República, do VicePresidente, de membros do Congresso Nacional, de Ministros do próprio STF, do ProcuradorGeral da República, dos Ministros de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, julgamento de conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, julgar processos de extradição, julgar os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e tribunais, entre tribunais superiores ou entre estes e qualquer outro tribunal e julgar as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público. Em 2007, o Supremo Tribunal Federal ficou em evidência na mídia pelo julgamento do caso do Mensalão. O Supremo decidiu pelo acatamento da denúncia contra quarenta acusados, entre parlamentares e não parlamentares. A Sessão do STF, transmitida pela TV Justiça, foi acompanhada por televisões de todo o País. O Supremo Tribunal Federal decidiu em 2008 uma outra questão polêmica, ao autorizar as pesquisas com células-tronco embrionárias. O assunto é extremamente delicado e as discussões envolveram vários setores da sociedade civil, como a Igreja e a comunidade científica. Outros casos importantes decididos pelo STF foram o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo e a definição do crime de racismo.. 2.1.2 – O Conselho Nacional de Justiça O Conselho Nacional de Justiça é um órgão fiscalizador do Poder Judiciário, instituído em 2004. Identificado pela mídia como “o controle externo do judiciário”, o surgimento do CNJ foi visto com ressalvas pela magistratura brasileira. O Conselho Nacional de Justiça ganhou grande destaque na mídia ao proibir, em todos os tribunais do país, a prática do nepotismo, ou seja, a contratação sem concurso público de parentes até o terceiro grau, de magistrados e ocupantes de cargos de direção no poder judiciário. Além disso, o Conselho Nacional de Justiça apura as infrações disciplinares supostamente cometidas por juízes investigados pela operação “Hurricane”, da Polícia Federal..

(30) O CNJ é formado por quinze ministros, entre ministros do STF, STJ E TST, desembargadores, juízes, membros do Ministério Público, advogados e cidadãos, que são aprovados pelo Senado Federal e nomeados pelo Presidente da República. Entre as principais funções do Conselho Nacional de Justiça, destacam-se: a) controlar a atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário; b) zelar pela autonomia do Poder Judiciário; c) receber reclamações e denúncias contra membros ou órgãos do poder judiciário; d) elaborar relatório estatístico semestral de processos e sentenças dos órgãos do judiciário; e) elaborar relatório anual sobre a situação do Poder Judiciário no Brasil.. O Conselho Nacional de Justiça tem realizado diversas inspeções em tribunais de todo o País, com o objetivo de identificar eventuais práticas discordantes das diretrizes e objetivos traçados pelo órgão. Algumas dessas inspeções resultaram até mesmo em afastamento de magistrados de suas funções.. 2.1.3 – O Superior Tribunal de Justiça Com dezoito anos de funcionamento, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o chamado “tribunal da cidadania”, tinha, em 2006, mais de dois milhões de processos julgados desde a sua criação, em 1988. O STJ é formado por, no mínimo, trinta e três ministros, cuja escolha é aprovada pelo Senado Federal, sendo que: um terço entre juízes dos tribunais regionais federais, um terço entre desembargadores dos tribunais de justiça e, um terço entre advogados e membros do ministério público, alternadamente. Segundo a Constituição Federal (1988), compete ao STJ, entre outras funções: a) processar e julgar, nos crimes comuns, os governadores e, nos crimes comuns e de responsabilidade: desembargadores dos tribunais de justiça dos Estados, membros dos tribunais de contas estaduais, dos tribunais regionais federais, dos tribunais regionais eleitorais e do trabalho e membros dos conselhos ou tribunais de contas dos municípios; b) julgar habeas corpus e mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou estaduais quando a decisão for denegatória;.

(31) c) julgar as causas decididas em única instância pelos tribunais regionais federais ou estaduais quando a decisão recorrida contrariar lei federal, julgar válido ato de governo local contestado por lei federal, ou, ainda, der a lei federal interpretação divergente da que lhe havia atribuído outro tribunal. Entre os processos de maior repercussão do STJ, lembramos que é este Tribunal que conduz o inquérito da “Operação Navalha”, que apura irregularidades em licitações de obras públicas. O Superior Tribunal de Justiça também decidiu que os provedores de internet não devem pagar ICMS e freou algumas ações da “indústria de indenizações” por danos morais, para evitar abusos ocorridos em julgamentos de tribunais inferiores. O STJ já esteve em evidência na mídia também por ocorrências negativas. No início de 2007, a “operação furacão” da Polícia Federal, comandada pelo Supremo Tribunal Federal, investigou o ministro Paulo Medina, do STJ, apontado como envolvido em casos de corrupção e comercialização de sentenças a favor de máquinas caça-níqueis e bicheiros. A “Hurricane” prendeu desembargadores federais, juízes, advogados e empresários. O ministro Medina está atualmente afastado de suas funções no STJ.. 2.1.4 – Os tribunais regionais federais e os juízes federais Os tribunais regionais federais são compostos por no mínimo sete juízes e recrutados na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República, sendo um quinto entre advogados e membros do ministério público Federal e o restante através de promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício da função. A Justiça Federal é responsável por julgar, entre outras ações: a) processos em que forem partes autarquias ou empresas públicas federais (exceto assuntos da justiça eleitoral ou do trabalho), crimes políticos contra o interesse da União, (exceto os de competência da justiça eleitoral ou militar), disputas sobre direitos indígenas. Dois exemplos recentes da atuação da justiça federal são os processos que discutem as cotas nas universidades federais e as ações contra a proibição de venda de bebidas alcoólicas nas estradas e rodovias federais.. 2.1.5 – Os tribunais e juízes do trabalho.

(32) O Tribunal Superior do Trabalho é composto por vinte e sete ministros aprovados pelo Senado Federal e nomeados pelo Presidente da República. Os tribunais regionais do trabalho são formados por no mínimo sete juízes, recrutados na região e nomeados pelo presidente da república. A Justiça do Trabalho é responsável por julgar ações oriundas das relações de trabalho, tais como: direito de greve, representação sindical, danos morais ou patrimoniais decorrentes de relações e trabalho, contribuições sociais, entre outras.. A reforma colocou sob as asas da Justiça Trabalhista o julgamento de causas relacionadas não só às relações de emprego, mas também às relações de trabalho. Um dos maiores desafios desse ramo especializada da Justiça é aplicar a vetusta e restritiva legislação trabalhista às novas propostas de trabalho que se apresentam no moderno mercado de mão-de-obra. Terceirização, cooperativas de serviço são relações de trabalho não previstas em lei cada vez mais aplicadas nas práticas de contratação – e nem sempre de forma fraudulenta. (ANUÁRIO DA JUSTIÇA, 2007, p. 218). 2.1.6 – Os tribunais e juízes eleitorais A Justiça Eleitoral julga as ações relativas a eleições, tais como: inelegibilidade, perda de mandado, etc. Uma pesquisa feita logo após as eleições de 2006 identificou a Justiça Eleitoral como a instituição em que a população brasileira mais confia.. Na pesquisa, a Justiça Eleitoral teve avaliação positiva por parte dos 88,7% dos entrevistados. No ranking das instituições mais confiáveis, depois da Justiça Eleitoral aparecem o Poder Judiciário e o governo Federal. A avaliação foi feita em 25 estados e no Distrito Federal. Foram ouvidos 2.001 eleitores. (ANUÁRIO DA JUSTIÇA, 2007, P. 274).

(33) Em abril de 2007, o TSE rejeitou a representação que acusava o presidente Lula e outros cinco membros do PT de envolvimento na compra de um dossiê contra os candidatos à presidência Geraldo Alckmin, e ao governo do Estado de São Paulo, José Serra. Outra questão importante envolvendo a justiça eleitoral tem início com uma decisão do Supremo Tribunal Federal, em 2007, que decidiu pela fidelidade partidária, para garantir a seriedade das legendas. No mesmo ano, o Tribunal Superior Eleitoral, julgando uma consulta do PFL, decidiu que o mandato pertence ao partido político e não ao candidato eleito. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é composto por sete membros: três escolhidos entre os ministros do STF, dois juízes entre os ministros do STJ, dois juízes nomeados pelo Presidente da República entre seis advogados indicados pelo Supremo Tribunal Federal. Os Tribunais Regionais Eleitorais são formados por no mínimo sete juízes: dois juízes entre os desembargadores dos tribunais de justiça estaduais, dois juízes entre os juízes de direito escolhidos pelo tribunal de justiça, e, por fim, dois juízes nomeados pelo Presidente da República entre seis advogados indicados pelo Tribunal de Justiça Estadual.. 2.1.7 – Os tribunais e juízes militares O Superior Tribunal Militar é o mais antigo do país (criado em abril de 1808) e é hoje composto por quinze ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovados pelo Senado Federal. O STM é formado por três oficiais-generais da marinha, quatro oficiais-generais do exército e três oficiais-generais da aeronáutica, além de cinco civis escolhidos pelo presidente da República. A Justiça Militar é uma corte especializada, que processa e julga os crimes militares definidos em lei, ou seja, crimes contra o serviço, a autoridade ou a disciplina militar ou contra a segurança externa do país.. Art. 125 - § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos Conselhos de Justiça e, em segundo, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo da polícia militar seja superior a vinte mil integrantes. § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os policiais militares e bombeiros militares nos crimes militares definidos em lei, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Constituição Federal, 1988).

(34) 2.1.8 – Os tribunais e juízes estaduais A Constituição Federal (1988) estabelece que cada Estado organiza a sua Justiça ficando a cargo das constituições estaduais a definição da competência dos tribunais, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa de cada Tribunal de Justiça.. 3 - Funções essenciais à justiça Alguns órgãos e instituições não fazem parte do Poder Judiciário, mas são importantes para o seu funcionamento:. 3.1 - O Ministério Público O Ministério Público é uma instituição permanente e independente. É essencial ao funcionamento da justiça, mas não pertence ao Poder Judiciário.. Trata-se um órgão autônomo, em meio à estrutura e à distribuição dos poderes dentro da Federação, dotado de estrutura funcional própria, dotação orçamentária independente, poderes correicionais internos e hierarquia administrativa escalonada de acordo com os degraus da carreira pública.. [...] Art. 128. O Ministério Público abrange: I - o Ministério Público da União, que compreende: a) o Ministério Público Federal; b) o Ministério Público do Trabalho; c) o Ministério Público Militar; d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; II - os Ministérios Públicos dos Estados (BITTAR, 2004, p. 482).. 3.2 - A advocacia e a defensoria pública A advocacia e a defensoria pública também são consideradas funções essenciais à Justiça, mas também não pertencem ao Poder Judiciário. Os advogados são os “sujeitos atuantes de postulação dos interesses individuais e/ou coletivos”, ou seja, são eles que defendem, através de instrumentos jurídicos, os interesses de seus clientes e ajudam a máquina jurídica a funcionar, pleiteando o que consideram direitos de seus clientes..

(35) É certo que todo advogado atua como um agente parcial, mas não se deve desconsiderar o fato de que, quando exercente de uma pretensão legítima, é também um garante da efetividade do sistema jurídico e de seus mandamentos nucleares. (BITTAR, 2004, p. 441). A defensoria pública é uma instituição que presta assistência judicial àqueles que dela necessitam. Entra as suas mais importantes funções, está a de garantir a gratuidade da justiça para os necessitados.. Seja atuando preventivamente na conciliação das partes contendentes, oferecendo informações, distribuindo orientação jurídica, seja atuando contenciosamente, litigando em nome dos interessados, seja representando interesses sem titulares determinados, a Defensoria Pública implementa o rol de medidas públicas destinadas à construção do Estado Democrático de Direito. (BITTAR, 2004, P. 450). É importante destacar também outras instituições que não pertencem ao Poder Judiciário, mas que por sua própria nomenclatura acabam confundindo a população:. 1) O Tribunal de Contas da União é um órgão fiscalizador ligado ao Congresso Nacional e auxiliar deste no exercício do controle externo. O TCU é responsável por apreciar as contas anuais do presidente da República e as contas dos administradores e responsáveis por dinheiro e bens públicos. Cabe também ao TCU aplicar sanções e determinar a correção de ilegalidades e irregularidades em atos e contratos. 2) O Ministério da Justiça é um órgão do Governo Federal, ao qual cabe tratar dos assuntos relacionados à defesa dos direitos políticos, da política judiciária, da segurança pública (Polícias Federal e Ferroviária Federal e do Distrito Federal); administração da política penitenciária nacional, etc..

(36) 3) As Polícias: Federal, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal, Polícias Civis e Militares, além do Corpo de Bombeiros, são instituições do Poder Executivo relacionadas à segurança pública e não tem vínculo com o Poder Judiciário.. II - A COMUNICAÇÃO NO PODER JUDICIÁRIO. 1 - A comunicação institucional e a comunicação pública Toda comunicação governamental pode ser entendida como comunicação pública? Afinal, o que diferencia a comunicação pública da comunicação institucional do governo?.

(37) A comunicação de interesse público não advém apenas de órgãos do governo, conforme destaca Bueno (2007, p. 136): “A comunicação de interesse público busca abranger as ações e atividades que têm como endereço a sociedade, independentemente de sua origem (pública ou privada)”. Brandão (2007, p.5) também faz essa distinção, destacando que mesmo a comunicação governamental não é necessariamente pública:. A comunicação governamental pode ser entendida como comunicação pública, na medida em que ela é um instrumento de construção da agenda pública e direciona seu trabalho para a prestação de contas, o estímulo pra o engajamento da população nas políticas adotadas, o reconhecimento das ações promovidas nos campos políticos, econômico e social, em suma, provoca o debate público.. Jorge Duarte (2007, p. 61) define o conceito e a importância da comunicação pública enquanto estímulo para a participação do cidadão nas discussões que envolvam assuntos de interesse público:. Comunicação pública coloca a centralidade do processo de comunicação no cidadão, não apenas por meio da garantia do direito à informação e à expressão, mas também do diálogo, do respeito a suas características e necessidades, do estímulo à participação ativa, racional e co-responsável. Portanto, é um bem e um direito de natureza coletiva, envolvendo tudo o que diga respeito a aparato estatal, ações governamentais, partidos políticos, movimentos sociais, empresas públicas, terceiro setor e, até mesmo, em certas circunstâncias, às empresas privadas.. Portanto, uma comunicação pode ser entendida como pública quando divulga informações de interesse público, quando transmite informações relevantes para o dia a dia da população e contribui, de alguma forma, para a formação de uma consciência cidadã, especialmente, no caso dos órgãos públicos, quando estes cumprem a sua obrigação de prestar contas de seus atos e decisões, estabelecendo uma maior interação com a população, que, afinal, lhe concede a legitimidade para agir em seu nome..

(38) Heloiza Matos (2007, p. 61) anuncia uma mudança já observada com relação à Comunicação Pública:. A boa novidade que os mais recentes debates sobre CP trazem é a tentativa de viabilizar a mudança do foco da comunicação, tradicionalmente voltado para o atendimento dos interesses da organização e de seus gestores (coalizão dominante, corporação, políticos) para ser direcionado prioritariamente para o atendimento dos interesses do conjunto da sociedade de uma forma consciente, responsável e estratégica.. A autora também estabelece categorias para agrupar os diferentes tipos de comunicação pública: institucionais (relacionadas à projeção de imagem e à consolidação da identidade), de gestão (relativas às ações e decisões dos gestores que atuam em temas de interesse público), de utilidade pública (relacionados ao dia-a-dia das pessoas, geralmente serviços e orientações), de interesse privado (tem relação apenas ao cidadão, empresa ou instituição), mercadológicos (produtos e serviços), de prestação de contas (sobre o uso dos recursos públicos) e dados públicos, que dizem respeito ao coletivo, à sociedade e a seu funcionamento (MATOS, 2007, p. 61) Por outro lado, ainda que esta seja uma obrigação acima de tudo dos órgãos públicos, os órgãos de imprensa também têm que prestar informações que sejam de interesse público, muito embora estejam comercializando essas informações. Afinal, é este o grande dever do jornalismo e deve ser o norte de todos os profissionais da imprensa.. 1.1 - O Jornalismo público O acesso dos cidadãos a informações de interesse público deve ser promovido pelo Estado, mas a imprensa também pode dar a sua parcela de colaboração. Com isso, exercitaria o que vem sendo chamado de Jornalismo Público:. O que tem caracterizado o jornalismo público é a intenção de não apenas se servir dos fatos sociais no que eles apresentam de dramático, mas agregar aos valores-notícias tradicionais elementos de análise e de orientação do público quanto à solução dos problemas, organizações neles especializadas e in-.

(39) dicações de serviços à disposição da comunidade: endereços, telefones úteis, e-mails, sites etc (Silva, 2002). (ALVES, 2007, p. 10). 2 - A Comunicação Pública do Poder Judiciário. 2.1 - A Publicidade Processual Uma democracia pressupõe a efetiva participação dos cidadãos nas atividades dos poderes estatais. O Poder Judiciário, ao exercer a função jurisdicional, emite atos de governo, que devem ser tornados públicos. Por isso, é dever do Judiciário dar publicidade a seus atos e ações, incluindose aqui decisões e andamentos processuais. Além disso, a publicidade é também um meio de se coibir abusos praticados pelo Estado e de se garantir um julgamento justo e independente. Vieira (2003, p. 87) declara a importância de o público conhecer o Poder Judiciário:. A partir do momento em que o público conhece a atuação judicial, as questões discutidas nos tribunais, interessa-se mais pelos resultados, portanto fiscalizam os juízes, exigindo deles uma correta aplicação da lei. Daí a importância da publicidade dos atos do governo para o exercício da democracia. Esta pressupõe o direito dos cidadãos à informação e ao conhecimento, sem os quais não existem consciência de vontade soberana e possibilidade de controle do poder.. Todo agente público está a serviço da população e, portanto, lhe deve satisfação e prestação de contas do seu trabalho. Nesse caso, a transparência é essencial para a legitimação da instituição pública e para a manutenção do Estado Democrático:. A publicidade não deve servir apenas à realização de uma exigência legal de forma dos atos do processo, deve visar à transformação do mundo externo pelo povo que é seu principal destinatário. (VIEIRA, 2003, p. 87). Vieira (2003, p. 73) também conceitua a publicidade processual, garantida pela Constituição Federal:.

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