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LINGUAGEM E REMEMORAÇÃO: CRIANÇAS, FAMÍLIAS, PROFESSORES/AS E SUAS HISTÓRIAS

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Academic year: 2022

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LINGUAGEM E REMEMORAÇÃO: CRIANÇAS, FAMÍLIAS, PROFESSORES/AS E SUAS HISTÓRIAS

Alunas: Fernanda Machado e Larissa Pinho Orientadora: Sonia Kramer

Introdução

O projeto “Linguagem e rememoração: crianças, famílias, professores/as e suas histórias”, desenvolvido no âmbito do grupo de pesquisa INFOC (Infância, Formação e Cultura), da PUC-Rio, objetiva conhecer as histórias de vida de crianças, famílias e professores/as, identificando e compreendendo as marcas do cuidar e ser cuidado nas narrativas do público das creches, pré-escolas e escolas.

Desde 1993 o grupo que conta com a coordenação da professora Sonia Kramer e colaboração de graduandos/as, mestrandas, doutorandos, doutores, pós-doutores e especialistas, realiza pesquisas direcionadas a articulação entre linguagem, leitura e escrita; políticas públicas na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental; formação de seus profissionais e as interações entre crianças e adultos, entendendo estes como sujeitos sociais, produto e produtores de cultura.

Iniciada em 2016, a pesquisa e seus achados quanto ao cuidado de si e cuidado do outro têm apresentado grande relevância para as discussões voltadas à situação de pandemia que atingiu o mundo inteiro. As categorizações do cuidado, baseadas no conceito de diálogo de Martin Buber (2009), se fazem necessárias na relação entre adultos e crianças e o desafio que se coloca diz respeito ao reconhecimento da criança como produtora de cultura, que brinca e que precisa ser escutada quanto aos seus modos de ser e estar no mundo nesse contexto e no de pós-pandemia.

Objetivos

O objetivo central do projeto foi de identificar as marcas do cuidar e ser cuidado nas falas e ações de crianças, familiares e profissionais. Além disso, as narrativas permitiram conhecer a história de vida de cada sujeito envolvido na pesquisa, de tal modo que estas colaboraram para a construção de um olhar crítico quanto ao cuidado do outro e de si na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.

Segundo BUBER (2009), “para podermos sair de nós mesmos em direção ao outro é preciso, sem dúvida, partirmos do nosso próprio interior. É preciso ter estado, é preciso estar em si mesmo. O diálogo entre meros indivíduos é apenas um esboço, é somente entre pessoas que ele se realiza” (p.55). Nesse sentido, o olhar atento permitiu a rememoração e reminiscência das histórias e referenciais teóricos estudados pelos integrantes do grupo foram fundamentais para dar apontamentos dos objetivos pré-estabelecidos.

O material do trabalho de campo e as observações das interações cotidianas e práticas sociais e culturais dos sujeitos analisados fomentaram debates nas reuniões do INFOC.

Também forneceram e fornecem subsídios para políticas públicas comprometidas com a qualidade das relações entre adultos e crianças nas instituições educacionais.

Metodologia

As estratégias metodológicas do projeto se basearam na revisão de literatura feita sobre o tema do cuidado e na pesquisa de campo, além da análise do material produzido. Foram realizadas 34 entrevistas, sendo elas: 20 entrevistas com os profissionais (professores, diretoras, coordenadoras, agentes de educação infantil, merendeiras e inspetores); 8 entrevistas com 16

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familiares (3 coletivas e 5 individuais) e 6 entrevistas – todas coletivas e em formato de oficinas – com as crianças.

As entrevistas ocorreram em seis instituições da Rede Municipal do Rio de Janeiro e região metropolitana, sendo elas creches, pré-escolas e escolas. A fim de cumprir os termos éticos e com base em suas características, o grupo as nomeou como Escola da Avenida, Escola da Estação, Escola da Estrada, Escola da Montanha, Escola da Praça e Escola do Quintal, enquanto todos os entrevistados também receberam nomes fictícios.

O referencial teórico é sustentado em Mikhail Bakhtin, Lev Vigotski, Walter Benjamin e Martin Buber, autores que orientam os estudos do grupo desde a sua origem. Para a identificação e compreensão das marcas do cuidar e ser cuidado, seus registros foram essenciais, em especial os de Buber quanto ao conceito de diálogo e suas diferentes categorias, que foram a chave para a categorização do cuidado em cuidado autêntico, cuidado técnico, descuido e descuido disfarçado de cuidado.

Resultados e Discussão

As análises das observações e entrevistas com as crianças, famílias e profissionais trouxeram nas suas narrativas o cuidado autêntico, o cuidado técnico, o descuido e o descuido disfarçado de cuidado, que se tornaram ainda mais urgentes com a pandemia do Covid-19. As subcategorias cuidado de si, cuidado como acolhimento, cuidado pela escuta do outro, cuidado no discurso e cuidado na prática, originadas do material de campo, dão suporte a esse debate e ressaltam a importância da identificação e compreensão das marcas do cuidado, especialmente quanto à responsabilidade dos adultos pelas crianças nas instituições e família.

Partindo da revisão de literatura realizada, as definições para as categorias de cuidado foram: I. cuidado autêntico revela o interesse pelo outro, a não indiferença, a responsividade;

II. cuidado técnico está voltado ao ensinar, informar, convencer ou transmitir uma mensagem a alguém; III. descuido ressalta como o outro não é considerado ou reconhecido, tendo a sua presença de forma indiferente; e IV. descuido disfarçado de cuidado expõe atitudes portando forma de cuidado, quando na verdade o que existe é uma indiferença em relação ao outro.

Os itens a seguir trazem alguns relatos do campo. Os nomes são todos fictícios. PE indica Pré-Escola, C Creche e EF Ensino Fundamental.

I. Cuidado autêntico

O cuidado autêntico se expressa no interesse pelo outro, reconhecendo sua presença e dando importância a mesma. Além disso, ele se manifesta no cuidado que o indivíduo tem consigo, seja ele estético ou mental.

A presente marca possui subcategorias que discorrem as miudezas contempladas no cuidado apresentado pelo e com o outro. Entre elas, tratamos aqui: I.I. Cuidado no discurso e cuidado na prática – distância e proximidades; I.II. Cuidado como acolhimento; I.II.

Cuidado pela escuta do outro e I.III. Cuidado como ofício.

I.I. Cuidado no discurso e cuidado na prática – distância e proximidades

O cuidado no discurso e cuidado na prática explicita como a fala e a prática no campo de atuação podem ser convergentes e divergentes. Na Escola da Estação – uma das instituições em que pesquisa de campo ocorreu – a professora da Educação Infantil traz a importância da proximidade entre o discurso e a prática para o fortalecimento das relações das crianças, profissionais e família.

Acho que foi justamente pela forma que eu cresci desse jeito e tido essa formação aí cheguei e quero botar isso em prática, foi algo que me constitui, que está aqui e eu acho que queria, não sei, dar ênfase em colocar isso com as crianças também. Por que eu gosto dessa

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relação próxima com eles. Eu gosto que eles saibam de mim. Eu tenho uma gatinha e trouxe vídeo da gata e ficam falando da gata e falam do final, tão contando tudo meu. Então eles também comentam e os pais também perguntam...

Ganhei um brinquedinho agora para minha gata, um pai foi no petshop e trouxe um brinquedinho de fazer barulho (risos)... E acho que isso aproxima a gente e é importante criar vínculos, assim, eu acho. Porque é tudo tão corrido, é pouco tempo, aquela coisa toda que você não conhece o aluno. (Alicia, Profa. PE., Entrevista Individual, abril/2018)

I.II. O cuidado como acolhimento e o cuidado pela escuta do outro

O cuidado como acolhimento se dá na troca entre sujeitos, no envolvimento e na demonstração de interesse pelo que o outro traz. “É ter uma visão de olhar para a pessoa e perceber que ela está precisando de alguma coisa, de uma ajuda, de um cuidado, de um afeto, de um abraço.” (Bruna, Profa. PE., Entrevista Individual, mar./2018). Essa forma de cuidar e ser cuidado entra em diálogo com o cuidado pela escuta do outro, que traz consigo a empatia e a reciprocidade. O interesse e o respeito manifestado no ouvir o que o outro tem a dizer, indica a importância e reconhecimento das experiências e opiniões do sujeito.

I.III. O cuidado como ofício

O cuidado como ofício se dá no exercício da atividade profissional e demanda autoconhecimento e responsabilidade. Quando direcionado à profissão docente, é encontrado na interação do professor com as crianças, assim como relatado abaixo:

A partir do momento que deu aquele impacto, aí vem o cuidado.

Porque nunca é uma alteração do estado, do estado que eu estou sentindo. Não posso me sentir tomado de raiva ou de orgulho, ou de qualquer coisa. A criança está medindo força comigo; se eu sou tomado por qualquer coisa no sentido de raiva e começo a entrar em um estado parecido com o dela, não faz sentido eu estar aqui na função de professor. (Tomás, Prof. PE., Entrevista Individual, agosto/2017)

II. Cuidado técnico

O cuidado técnico parte de uma informação, transmite uma mensagem e por isso está voltado à utilidade, à prática. No cenário escolar, esse cuidado aparece nas práticas metodológicas e no cotidiano, na relação entre crianças, profissionais e familiares. Na sala de aula, os docentes apresentam o cuidado técnico nas práticas cotidianas de aproximação com os estudantes. Abaixo, o exemplo reflete uma das singularidades do ambiente educacional.

Outras vezes, você observa que a criança é cuidada, mas não acarinhada, ela não se torna uma parte sua. Porque aqui somos uma creche. Quando se tem, como no meu caso, crianças tão pequenas, tem que se envolver, sim! Tem que dedicar amor. (Rosália, Aux. C., Entrevista Individual, mai./2018)

III. Descuido

O descuido é a falta de qualquer tipo de cuidado. Ele revela como o indivíduo e suas demandas não são consideradas ou reconhecidas. Assim, em situações em que o descuido se faz presente, o sujeito e suas necessidades são tratados indiferentemente e, em alguns aspectos, negligenciados. No relato abaixo, o descaso dos responsáveis ao deixarem a criança sozinha dentro de casa poderia ter acarretado danos físicos e psicológicos para a integridade da mesma.

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Eu cuido de mim. Eu faço comida. [...] Um dia meus pais não estavam em casa. Eu fiquei sozinha e eu tomei banho e fiz comida. (Emanuele;

Criança P.E.; Oficina; 2018)

IV. Descuido disfarçado de cuidado

O descuido disfarçado de cuidado, em um primeiro contato, parece uma forma de cuidado. Ao analisar as sutilezas das situações, fica evidente que esse aspecto é apenas um descuido com sutilezas que levam a acreditar em sinais de possíveis cuidados. Na fala abaixo, a exposição do trabalho com “sala de leitura” ameniza o descaso acerca da necessidade de profissionais especializados – bibliotecários – para atuar na biblioteca da escola.

(Sobre estar na sala de leitura) Com certeza, pego todas as turmas, eles gostam muito, às vezes eu fico triste por que não consigo levar muitos projetos que elaboro. Esse ano, pouquíssimos eu consegui levar até o final. [...] As nossas ideias são ótimas, nossas propostas maravilhosas, a ideia da sala de leitura é bem legal porque ela é biblioteca, mas para isso tem que ter bibliotecária e bibliotecária tem que ganhar outro valor e não vai substituir professor também. Então vamos juntar o útil ao agradável, colocar a professora que vai receber o título de ‘sala de leitura” e vai substituir quando precisar. (Antônia; Profa. E.

Entrevista, 2017)

A pesquisa e suas contribuições para o cenário atual e o de pós-pandemia

O cenário mundial, modificado pela pandemia do Covid-19, mostra a atualidade e urgência dos estudos e resultados de “Linguagem e rememoração: crianças, famílias, professores/as e suas histórias”. As análises feitas a respeito do tema do cuidado ampliam as dimensões tidas do mesmo e dão origem a categorias que atualmente estão expostas em pronunciamentos dados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), figuras públicas responsáveis pelo Estado e equipes pedagógicas de escolas da rede pública e privada.

O isolamento social, decretado com o objetivo de manter a integridade e o bem-estar das pessoas, faz com que as diferentes marcas de cuidado sejam revistas e pensadas dentro desse contexto e no de pós-pandemia, focando principalmente na interação entre adultos e crianças. KRAMER (2020) traz que:

Se olharmos para o que estamos vivendo hoje, (a pandemia causada pelo novo covid 19), o cuidar se tornou tão relevante, tão importante não só na escola. Hoje a grande palavra é “cuide-se”, cuide do outro, cuide de você. Mas cuidar já era uma necessidade de todas as idades, portanto durante toda a escolaridade, toda a vida. (p.9)

As diferentes formas de cuidado percebidas pelo grupo na categorização do material de campo conquistado em creches, pré-escolas e escolas, atualmente, são notadas em outras esferas da sociedade. A presença ou a falta do cuidar e ser cuidado se manifestam nas formas com que as pessoas colaboram para a vigência do isolamento e distanciamento social e utilização das normas de segurança (uso de máscaras e álcool 70%). BUBER (2009) aponta que as pessoas quando juntas dentro de uma comunidade estão uma com as outras em prol do bem-estar social.

No ambiente educacional, a suspensão das aulas presenciais tem gerado muitas dúvidas, tentativas e buscas por soluções assertivas. A situação inesperada que desestabilizou não só os profissionais, mas também famílias e crianças, deu lugar a novas formas de interação, como o ensino remoto, que apesar da insegurança e despreparo, expõe o cuidado como ofício por parte dos docentes. Esses professores em seu exercício profissional não vêm medindo esforços para

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a realização de suas tarefas, cientes da responsabilidade e compromisso que possuem com as crianças e suas famílias.

O cuidado como ofício revela o interesse pelo outro, sendo entendido como uma subcategoria do cuidado autêntico. É preciso reconhecer a presença do sujeito, se importar com a mesma. Ocorre que na modalidade de ensino remoto, essa categoria tem se aproximado do cuidado técnico. A falta de preparo e a preocupação em transmitir a mensagem às crianças, isto é, dar continuidade ao ensino-aprendizagem com as mesmas, tem colocado essa subcategoria próxima de um cuidado voltado à utilidade, à informação. Tal comportamento não atenta às reais necessidades das crianças e não as vê como produtoras de cultura, que desejam brincar e ser escutadas.

Para KRAMER (2019), “cuidar é, pois, exercício de acolhimento do outro em suas necessidades e possibilidades; é encontro nas situações cotidianas da vida em que o interesse pelo outro atravessa a futilidade do momento e se estabelece a relação” (p.8). Com a substituição temporária do ensino presencial pelo remoto, o cuidado como acolhimento e o cuidado pela escuta do outro se fazem necessários não só durante esse período, mas principalmente no de pós-pandemia. As crianças após meses distantes do ambiente escolar, possuirão o desejo de contar suas histórias, expressar suas opiniões, conversar, sentir uma acolhida. Estar atento a essas necessidades e apresentar interesse pelas mesmas é uma demonstração de cuidado extremamente precisa.

Além do contexto atual, é possível ainda pensar em cuidado no retorno das aulas presenciais e nas políticas públicas adotadas durante o período. A decisão do Estado sobre a retomada das aulas presenciais sem a estabilização do número de infectados pelo coronavírus e sem a existência de uma vacina mostra um descaso com a vida dos envolvidos – profissionais, crianças e familiares. O descuido disfarçado de cuidado aparece quando o Estado fala da reabertura das escolas respaldando na educação básica “ser direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser incentivada em colaboração com a sociedade” (BRASIL, 1988).

Assim, apesar de parecer um cuidado aos direitos das crianças, assegurar uma retomada das aulas presenciais sem qualidade e estrutura para atender as demandas da saúde, no momento, é negligenciar e descuidar dos direitos humanos.

O retorno às aulas presenciais acarreta não só a reabertura dos espaços físicos, mas a maneira de utilizá-lo e como se alocar nele. A utilização de máscaras, o distanciamento de um metro impedindo práticas metodológicas da Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental (como brincadeiras, partilha de brinquedos e livros) mostram a necessidade de reinventar a realidade educacional. O cuidado técnico, nessa situação, se faz presente por meio da prática em buscar ferramentas e estratégias para evitar o contágio e a transmissão do coronavírus no cotidiano pós-pandemia. Esse cuidado também é identificado no estabelecimento e ensino dos protocolos de segurança. Além disso, é fundamental o planejamento de ações que evitem aglomerações dentro das instituições, nos horários que as crianças chegam e saem e a mudança de roupas que utilizaram para ir à escola, por exemplo.

CAMPOS (et al., 2020) relatam que:

Para que essas condições sejam viáveis [...] será necessário um trabalho conjunto das áreas de Saúde, Educação e Assistência Social,

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no sentido de definir os cuidados necessários que deverão ser seguidos no momento de retomada das atividades de escolas e creches. (p.4) O cenário de pandemia mostrou a importância de, em meio a incertezas e angústias, reinventar e buscar modos de cuidar e adaptar o trabalho para plataformas virtuais, sem deixar uma lacuna entre os sujeitos envolvidos. A continuidade do ano letivo na modalidade online, no primeiro momento, deu lugar ao reforço de vínculos e afetos entre familiares e crianças que tiveram suas rotinas interrompidas. Os profissionais precisaram buscar estratégias de adaptação metodológica que se encaixassem com a realidade da demanda das turmas. O cuidado com os outros, com as práticas e as decisões a serem tomadas em consonância a obrigatoriedades legais estão presentes no caminhar da realidade (im)posta. Mas a desigualdade social não favorece o acesso de todos. A busca por reinventar estratégias em conformidade às circunstâncias e o público atendido revelam a necessidade de uma gestão para

[...] enfrentar com gestos grandes um cotidiano que sobrecarrega os profissionais e que sobrepõe tarefas rotineiras e demandas miúdas.

Atuar com grandeza ou inteireza e não se deixar desumanizar pelo rolo compressor de um dia a dia estafante, pela urgência das soluções e pela impaciência ou cobranças dos adultos, sejam pais, professores, outros funcionários, fornecedores, supervisores, técnicos de demais instância de gestão e representantes da comunidade de movimentos sociais ou sindicatos. (KRAMER, 2015, p.40)

Conclusão

Nesse momento, o grupo está se dedicando à produção de artigos para eventos acadêmicos e revistas da área, bem como o planejamento de devoluções às instituições participantes do projeto, priorizando o cuidar e ser cuidado, que se tornou uma marca de originalidade do grupo. Em novembro de 2019, ocorreu o lançamento do livro “Ética: pesquisa e práticas com crianças na Educação Infantil” (KRAMER, S.; PENA, A.; BORGES, M. L. P.;

BARBOSA, S.) em um evento na PUC-Rio, uma produção coletiva do grupo que comemora os 25 anos de existência do Grupo de Pesquisa INFOC.

Nos últimos meses, os integrantes do INFOC têm se debruçado sobre as discussões dos cuidado autêntico, cuidado técnico, descuido e descuido disfarçado de cuidado tendo em vista a situação de pandemia a que o mundo foi submetido. A participação do grupo no Fórum Permanente de Educação Infantil continua ativa, mesmo que em reuniões online.

Destacamos que a experiência de participar do desenvolvimento dessa pesquisa, relacionando-a com a contemporaneidade têm sido enriquecedora para a nossa formação não só acadêmica, mas humana. Além disso, sentimos que o presente projeto traz uma nova dimensão do que é cuidar e ser cuidado, o que nos últimos meses tem sido considerado tão urgente, ainda que a necessidade do mesmo estivesse clamando por atenção há anos.

As participações recentes do grupo em congressos foram:

- IX Semana de Educação (UNIRIO)

- II Congresso de Estudos da Infância: politizações e estesias (UERJ)

- Ensinar e Aprender Yiddish hoje? Música, teatro e literatura de resistência (PUC-Rio) - V Seminário Luso – Brasileiro de Educação Infantil

- II Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Infâncias e Educação.

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Os trabalhos “‘A gente tem que sair um pouquinho para viver’: o que as crianças contam sobre a experiência de cuidar e serem cuidadas” de PENA,A e SCRAMINGON,G; e

“As crianças, as fotografias e o ato de fotografar: reflexões metodológicas” de CASTRO,L.

mostram esses e outros resultados do projeto.

Referências Bibliográficas

[1] BUBER, Martin. Do diálogo e do dialógico. São Paulo: Perspectiva, 2009.

[2] CASTRO, Liana. As crianças, as fotografias e o ato de fotografar: reflexões

metodológicas. In: IV Luso Brasileiro de Estudos da Infância, 2018, Goiânia - GO. Por uma luta sem fronteira na defesa dos direitos das crianças: corpo e cultura. Goiânia: Vieira, 2019.

v. 1. p. 518-531.

[3] CAMPOS, et al. Para um retorno a escola e à creche que respeite os direitos fundamentais de crianças, famílias e educadores. Anped, maio de 2020. Disponível em:

<https://anped.org.br/sites/default/files/images/para_um_retorno_a_escola_e_a_creche- 2.pdf>. Acesso em: 07 de agosto de 2020.

[4] FREITAS, M.T.A. JOBIM E SOUZA, S. e KRAMER, S (Org.). Ciências Humanas e Pesquisa: Leituras de Mikhail Bakhtin. 1 ed. São Paulo: Cortez Editora, 2007.

[5] KRAMER, Sonia. (Org.) Retratos de um desafio: crianças e adultos na Educação Infantil.

São Paulo, Ática, 2009.

[6] KRAMER, Sonia. Gestão na Educação Infantil: o desafio de responder com grandes gestos.

Revista Pátio, v. 45, p. 40-44, 2015.

[7] KRAMER, S. Linguagem e Rememoração: Crianças, Famílias, Professores/as e Suas Histórias. Projeto de Pesquisa, PUC-Rio, 2016.

[8] KRAMER, S.; PENA, A.; BORGES, M. L. P.; BARBOSA, S. Ética: Pesquisa e práticas com crianças na educação infantil, Campinas: Papirus, 2019.

[9] KRAMER, S. Linguagem e Rememoração: Crianças, Famílias, Professores/as e Suas Histórias. Relatório de Pesquisa, PUC-Rio, 2019.

[10] KRAMER, Sonia. Precisamos estar preparados para brincar muito!. In: Dossiê para crianças: cultura, linguagens e políticas. Revista Arte de Educar. v. 6, n. 2, 2020.

[11]PENA, A.; SCRAMINGON, G. “A gente tem que sair um pouquinho para viver”: o que as crianças contam sobre a experiência de cuidar e serem cuidadas. II Congresso de Estudos da Infância: politizações e estesias. UERJ, Set/2019

[12] SOUZA, S. J.; CASTRO, L. R. de. Pesquisando com crianças: subjetividade infantil, dialogismo e gênero discursivo. In: CRUZ, S. H. V. (Org.). A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas. São Paulo: Cortez, 2008. p. 52-78.

Referências

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