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Livro Tecnologia Da Informação e Comunicação

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autor do original autor do original

FABIANO GONÇALVES DOS SANTOS

FABIANO GONÇALVES DOS SANTOS

TECNOLOGIA DA

TECNOLOGIA DA

INFORMAÇÃO E

INFORMAÇÃO E

COMUNICAÇÃO

COMUNICAÇÃO

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Conselho editorial

Conselho editorial fernando fukuda, simone markenson, jeferson ferreira fagundesfernando fukuda, simone markenson, jeferson ferreira fagundes

Autor do original

Autor do original fabiano gonçalves dos santosfabiano gonçalves dos santos

Projeto editorial

Projeto editorial roberto paesroberto paes

Coordenação de produção

Coordenação de produção rodrigo azevedo de oliveirarodrigo azevedo de oliveira

Projeto gráfico

Projeto gráfico paulo vitor bastospaulo vitor bastos

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Revisão linguística

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Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento Rua do Bispo,

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Dados Internacionais de Catalogação na Publicação(cip)(cip)

G635n

G635n Gonçalves, Gonçalves, FabianoFabiano T

Tecnologia ecnologia da da informação informação e e da da comunicaçãcomunicação o / / FabianoFabiano

  Gonçalves.

  Gonçalves.

Rio

Rio de de Janeiro Janeiro : : SESES, SESES, 2014.2014. 120

120 pp. . : : il.il.

ISBN

ISBN 978-85-60923-4978-85-60923-46-56-5 1.

1. Sociedade Sociedade da da informação. informação. 2. 2. Informação Informação e e conhecimentoconhecimento 3.

3. TTecnologia ecnologia da da informação. informação. 4. 4. TTecnologia ecnologia e e sociedade.sociedade. I.

I. SESESESES. S. II. II. Estácio.Estácio.

CDD CDD 004004

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Sumário

Sumário

Prefácio

7

Prefácio

7

1.

1.

Ciência,

Ciência,

tecnologia

tecnologia

e

e

sociedade

sociedade

10

10

Conceitos

Conceitos de de ciência, ciência, tecnologia tecnologia e e sociedade sociedade 1111 Relacionamento

Relacionamento entre entre ciência, ciência, tecnologia tecnologia e e sociedade sociedade 1313 Evolução

Evolução social, social, científica científica e e tecnológica tecnológica 1515

Neutralidade 16

Neutralidade 16

O

O determinismo determinismo tecnológico tecnológico 1818 A

A associação associação em em rede rede 2020

2. Sociedade da informação e sociedade do

2. Sociedade da informação e sociedade do

conhecimento

28

conhecimento

28

Definição

Definição de de sociedade sociedade da da informação informação e e sociedade sociedade do do conhecimento conhecimento 2929 Sociedade

Sociedade em em rede rede 3333 Modelos

Modelos de de sociedade sociedade da da informação informação 3737 Reestruturação

Reestruturação produtiva produtiva e e sociedade sociedade da da informação informação 4141 Cadeias

Cadeias de de negócio negócio 4242

OCDE 43

OCDE 43

O

O livro livro verde verde da da sociedade sociedade da da informação informação no no Brasil Brasil 4545

3.

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4.

4.

T

T

ecnologias

ecnologias

da

da

informação

informação

e

e

comunicação

comunicação

72

72

Conceito

Conceito de de TIC TIC 7373

Aplicações

Aplicações das das TICs TICs 7575 O

O impacto impacto das das TICs TICs na na sociedade sociedade 7979 Relação

Relação dialética dialética entre entre a a sociedade sociedade e e as as TICs TICs 8585

5. Aspectos éticos, legais e profissionais, TI verde

5. Aspectos éticos, legais e profissionais, TI verde

e

e

sustentabilidade

sustentabilidade

92

92

Introdução 93

Introdução 93

Aspectos éticos e legais relacionados ao exercício Aspectos éticos e legais relacionados ao exercício profissional

profissional na na área área de de TI TI 9494 Mercado

Mercado de de trabalho trabalho na na área área de de TI TI e e tendências tendências 9898 Mercado

Mercado de de trabalho trabalho 9999 Perfil

Perfil Profissional Profissional 101101 Regulamentação

Regulamentação da da profissão profissão na na área área de de TTecnologia ecnologia da da Informação Informação 106106 TI

TI Verde Verde e e Sustentabilidade Sustentabilidade 107107 Uso

Uso de de TI TI em em prol prol do do meio meio ambiente ambiente 112112 Estratégias

Estratégias empresariais empresariais de de TI TI “Verde” “Verde” 115115 Usando

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Prefácio

Prezados(as) alunos (as)

Todos possuem conceitos variados sobre os termos ciência, sociedade e tecnologia. Ao consultarmos o Dicionário Aurélio, encontramos a seguinte defi-nição:

“Um conjunto organizado e relativo aos conhecimentos de certas categorias que estão relacionados com os fatos ou fenômenos.”

Toda ciência, para definir-se como tal, deve necessariamente recortar, no real, seu objeto próprio, assim como definir as bases de uma metodologia específica: ciências físicas e naturais.

 A sociedade, por sua vez, pode ser definida:“Reunião de homens, de animais, que vivem em grupos organizados; corpo social. Conjunto de membros de uma coletividade, sujeitos às mesmas leis. Cada um dos diversos estágios da evolução do gênero humano.” E a ciência: “Estudo dos instrumentos, processos e métodos empregados nos diversos ramos industriais.”

Portanto, podemos perceber claramente que a ciência está diretamente relacio-nada ao conhecimento, à sociedade, aos seres humanos e à tecnologia, às técnicas, aos métodos, processos e instrumentos.

Nesta disciplina, estudaremos um pouco sobre este importante assunto: Ci-ência, sociedade e tecnologia. Ambientaremos o aluno neste tema, procurando mostrar-lhe que a tecnologia, de que tanto gostamos, precisa ser contextualizada  juntamente com outros elementos.

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Ciência, tecnologia e

sociedade

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10

• capítulo 1

1 Ciência, tecnologia e sociedade

 Vamos estudar a ideia de neutralidade da ciência. A questão está no centro do debate entre os estudos sobre as características da ciência e seu papel na socie-dade.

 A questão principal é se a ciência é ou não influenciada pelo contexto socio-cultural, pelos valores sociais, interesses políticos e econômicos. Tal discussão é importante porque a visão da ciência neutra tem implicações na escolha dos temas, na política que define as prioridades de pesquisa e influencia as rela-ções entre o ambiente científico e os outros setores da sociedade.

É importante sabermos que a questão da neutralidade da ciência está relacio-nada a um modo de produzir conhecimento sobre os fenômenos da natureza ba-seado na matemática, que procurou definir leis gerais de alcance universal para controlar e transformar a natureza. Esse modo de fazer ciência separa a natureza (objeto) da sociedade (sujeito). Veremos que a visão dominante de ciência neutra, autônoma e universal está sendo negada pelo próprio avanço do conhecimento, com o surgimento de novas teorias nas ciências naturais que superam as ante-riores, e por fatos históricos que estão relacionados ao uso da ciência para fins político-militares no desenvolvimento de armas e aplicação no processo de produção capitalista.

OBJETIVOS

• Conceitos de ciência, tecnologia e sociedade;

• Relacionamento entre ciência, tecnologia e sociedade; • Evolução social, científica e tecnológica;

• Neutralidade;

• Determinismo tecnológico; • Dialética;

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REFLEXÃO

Há alguns anos passava um seriado na televisão cujo protagonista era um cientista maluco com dois ajudantes: um rato de laboratório gigante e uma assistente. Embora bem-humora-do, o seriado era interessante porque ele, juntamente seus auxiliares, fazia várias experiên-cias para mostrar as leis da física, química, matemática, mecânica e outras. Era bastante in-teressante e lúdico para quem lhe assistia. Ele mostrava a ciência na prática. Vamos estudar um pouco sobre a ciência neste capítulo.

1.1 Conceitos de ciência, tecnologia e sociedade

 As três palavras: ciência, tecnologia e sociedade formam um conjunto mui-to mais abrangente do que podemos imaginar. Existem vários aumui-tores com di-ferentes abordagens para tratar cada uma delas separadamente e em conjunto. Porém, nosso estudo será baseado numa definição geral e com aplicações nas áreas de informática a fim de dirigir e orientar os alunos desta área sobre esses conceitos importantes.

Podemos iniciar observando que não é possível separar os conhecimentos científicos e artefatos tecnológicos, pois entendemos que ambos estão relacio-nados. Onde há ciência, há tecnologia, e nesse caso tecnologia não é apenas equipamentos de hardware ou infraestruturas complexas.

 A palavra tecnologia é derivada do grego tekhne, “relativo à arte, aos

traba-lhos de artesão” maislogos, “estudo, tratado, palavra”. Portanto tecnologia

sig-nifica “estudo da técnica”.

Segundo o dicionário Michaelis, tecnologia pode ser definida como

“aplica-ção de conhecimentos científicos à produ“aplica-ção em geral” (EDITORA MELHORA-MENTOS, 2009).

 A palavra ciência provém do latimscientia e seu significado é “conhecimento”

ou qualquer “conhecimento sistemático”. Esse conhecimento é adquirido por meio de métodos científicos, geralmente estudados na disciplina “Metodologia científica”, presente em vários cursos de graduação e pós (strictu oulatu sensu).

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12

• capítulo 1

mesmo pela análise da sociedade e fatos humanos. Desta forma, aparecem três tipos de ciência: as ciênciasformais, asmatemáticas e associais.

 A ciência é um campo de estudo muito abrangente. Existem vários autores, desde a Antiguidade, que pesquisam esse assunto, inclusive do ponto de vista filosófico. Para os cientistas tradicionais, a definição mais empregada é a defi-nição estrita, citada no parágrafo anterior.

Entre as correntes filosóficas que tratam da ciência, existe uma chamada

empirismo. No empirismo, basicamente, a ciência e suas teorias são objetivas,

testadas e previstas empiricamente.

CONCEITO

Segundo o dicionário Michaelis (2009), o empirismo é um “Sistema filosófico que nega a existência de axiomas como princípios de conhecimento, logicamente independentes da ex-periência”. Outra definição é “Conhecimentos práticos devidos meramente à exex-periência”. Ou seja, quando tratamos de algo empírico, estamos lidando com algo que foi testado expe-rimentalmente. ”.

Dentro do empirismo, encontramos opositivismo, que, fundamentado

pe-los estudos do filósofo Augusto Comte, defende a ideia central que o conhe-cimento científico é a única forma de conheconhe-cimento verdadeiro. Ou, ainda, o positivismo busca, a partir da razão, formular leis para conhecer e ordenar a realidade. Ainda, o positivismo defende o uso da ciência a fim de governar as relações humanas. E, dessa forma, entramos na terceira palavra da tríade tec-nologia, ciência e sociedade.

 Antes de tratarmos da palavra sociedade, é necessário comentar que essas posições filosóficas são objetos de críticas por vários autores, os quais defen-dem suas ideias filosóficas de acordo com outras abordagens. Porém, como nosso contexto aqui é outro, vamos adotar a linha exposta neste texto.

Quando apresentamos a definição de ciência que vamos usar nessa discipli-na, citamos que existem três campos da ciência, e um deles é chamado de ciên-cias sociais. Como podemos perceber, o termo sociais está relacionado ao

ter-mo sociedade e, por sua vez, sociedade, na verdade, origina-se de uma palavra latina:societas, a qual significa “associação de amizade com vários”. Portanto,

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Segundo FONSECA (2010), a sociedade constrói a ciência e a tecnologia e, ao mesmo tempo, a ciência e a tecnologia constroem a sociedade. Esta frase mostra

bem como a tríade está relacionada. De acordo com CAMARGO (2014), a socie-dade pode ser resumida comoum sistema de interações humanas culturalmente  padronizadas [...] A sociedade é um sistema de símbolos, valores e normas, como

também um sistema de posições e papéis.

 A sociedade, na verdade, pode ser interpretada sob diversas formas. Algu-mas das forAlgu-mas são: positivismo, como vimos rapidamente, e outras como: funcionalismo, sociologia compreensiva, marxismo (histórico-crítica), estrutu-ralismo, pós-estrutuestrutu-ralismo, fenomenologia, existencialismo, hermenêutica, genealogia, perspectiva pós-moderna e outras, de acordo com os seus princi-pais fundamentadores. Portanto, é outro campo de estudo bastante amplo que foge do nosso contexto.

 A sociedade portanto constitui-se de um conjunto baseado em regras e cons-tituído de pessoas, as quais constroem conhecimentos pela ciência por meio da tecnologia. Vamos ver esse relacionamento no próximo tópico.

Portanto, em vista dos vários estudos envolvendo ciência, sociedade e tec-nologia, apareceu o movimento CTS na tentativa de obter maiores atitudes en- volvendo discussões, questionamentos e críticas em relação ao que é chamado

de tecnociência.

O movimento CTS surgiu por volta de 1970 com o objetivo de ter como lema a necessidade do cidadão de conhecer os seus direitos e obrigações, de poder pen-sar por si mesmo e de adquirir uma visão crítica da sociedade da qual participa e  vive e, principalmente, poder ter a disposição de transformar sua realidade, para

melhor. Esse movimento tem ganhado muita força no contexto educacional.

1.2 Relacionamento entre ciência, tecnologia e sociedade

Embora tenhamos apresentado os termos ciência, tecnologia e sociedade se-paradamente no tópico anterior, já podemos perceber que eles não podem ser totalmente separados.

Porém, podemos estudá-los em duas grandes categorias: a primeira fazen-do uma análise fazen-do elemento determinante da dinâmica da relação, a ciência e

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14

• capítulo 1

Na segunda abordagem, a C&T em si e não somente o uso que se faz dela é socialmente determinada. Em razão dessa função que existe entre a C&T e a sociedade em que foi gerada, ela tende a copiar as relações sociais existentes e até mesmo inibir a mudança social.

Essas duas abordagens dão origens a duas ideias variantes do mesmo tema: a neutralidade da C&T e do determinismo tecnológico, e a neutralidade do construtivismo. Iremos abordar esses assuntos posteriormente.

Podemos perceber que existe um forte relacionamento entre os termos. Eles estão ligados por uma relação dialética. A tradução da palavra dialética

leva a “caminho entre as ideias”. É um método de diálogo no qual a atenção é  voltada para a contraposição e contradição de ideias e pensamentos que levam a outras ideias. Porém, por ser outro termo filosófico de que estamos tratando nesta disciplina, ela é usada por diferentes doutrinas filosóficas e assume e, portanto, significados distintos.

Quando dizemos que a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é dialé-tica, estamos estabelecendo a seguinte relação:

• A sociedade determina os impactos na ciência e na tecnologia; • A ciência determina os impactos na sociedade e na tecnologia; • A tecnologia determina os impactos na sociedade e na ciência.

Usando uma figura como representação, temos:

Tecnologia

Sociedade

Ciência

Figura 1 – Relação dialética entre ciência, tecnologia e sociedade

 A figura 1 tenta representar, de maneira muito simples, a relação dialética entre os termos. As setas da figura indicam um duplo sentido simultâneo que indica o que “determina” e o que é “determinado”.

(16)

Estudaremos este conceito mais à frente, no capítulo 4.

Uma vez de posse do conhecimento adquirido a respeito da relação entre ciên-cia, sociedade e tecnologia, devemos entender que cada termo reflete um momen-to histórico em nossa evolução moderna, carregado de crenças, valores, argumen-tos e conhecimenargumen-tos próprios do cenário e do período evolutivo em questão.

Portanto, há conceitos diferentes sobre sociedade, ciência e tecnologia, va-riando de acordo com o período histórico, a cultura, o contexto e a abordagem que lhes são atribuídos. Sociedade, ciência e tecnologia mantêm uma relação dialética contínua entre si, em constante interação e determinação mútua de impactos em sua evolução.

1.3 Evolução social, científica e tecnológica

Como já comentamos, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia tem ocasionado muitas transformações na sociedade moderna com reflexos nas áreas econômicas, políticas e sociais.

Normalmente, consideramos a ciência e a tecnologia os maiores propulso-res de todas essas transformações, pois proporcionam a evolução do desenvol- vimento do saber humano e do próprio homem. Portanto, de certa forma, da-mos muito crédito a esses dois fatores. E isso pode ser perigoso, porque muitas pessoas ainda possuem dificuldades em perceber que, por trás desses avanços, amplamente divulgados pela mídia, podem se esconder interesses políticos, sociais e econômicos.

 Vários autores abordam o estudo das relações entre ciência, tecnologia e sociedade por duas abordagens principais, como já citamos no tópico anterior: • “Com foco na C&T”, onde existem duas variantes associadas a ela: a neu-tralidade da C&T e do determinismo tecnológico. Nesse foco, a C&T é caracterizada com o seu avanço próprio podendo ou não influenciar a sociedade de alguma maneira.

• “Com foco na sociedade”, com a tese fraca da não neutralidade, também denominada construtivismo, e a tese forte da não neutralidade. Neste foco, a C&T é socialmente determinada.

(17)

16

• capítulo 1

FOCO NA C&T

FOCO NA SOCIEDADE

A C&T avança contínua, linearmente e sem mudança, seguindo um caminho próprio.

O desenvolvimento da C&T não provém do seu interior, e sim é influenciado pela sociedade.

A C&T não influencia a sociedade (neu-tralidade da C&T).

As características da C&T são socialmen-te desocialmen-terminadas (socialmen-tese fraca da não neu-tralidade).

A C&T determina o desenvolvimento eco-nômico (determinismo tecnológico).

Devido à sua funcionalidade, ela inibe a mudança social (tese forte da não neu-tralidade).

Tabela 1 – Diferentes abordagens no estudo das CTS (DAGNINO, 2011).

CONCEITO

Tecnociência é um conceito que tem sido bastante usado no campo de estudo da ciência e tec-nologia; retrata o contexto social e tecnológico da ciência. Principalmente depois do período da Segunda Guerra Mundial, a comunidade científica se viu forçada a distinguir o que era ciência e o que era tecnologia. Como vimos, a ciência é confundida com a tecnologia, porém são distintas. Na prática, é impossível separá-las, pois o desenvolvimento e o progresso de cada uma residem na sua cooperação mútua. Dessa forma, precisam ser tratadas como uma unidada, a tecnociência! A evolução social, científica e tecnológica trata das questões envolvendo estes termos e, princi-palmente, da relação deles com o impacto da C&T na sociedade. É interessante abordar estas questões envolvendo também valores éticos, estéticos e culturais existentes na tecnologia.

1.4 Neutralidade

 A ideia da neutralidade na C&T nasceu juntamente com a própria ciência, no século XV, em oposição ao pensamento religioso, marcante na época. O pensa-mento religioso era considerado obviamente não neutro, porque exercia gran-de influência na realidagran-de social.

(18)

O Iluminismo foi um dos primeiros movimentos que questionaram o pen-samento religioso e abordaram o assunto neutralidade. O positivismo, movi-mento que já foi citado anteriormente, contribuiu para reforçar a neutralidade. O positivismo aceita que a subjetividade deve estar dentro dos limites da obje-tividade e, da forma como prega, aceita a realidade do jeito que ela é e assim reforça que a ciência é uma expressão de uma verdade absoluta.

 A ideia da neutralidade aceita que a C&T não se relaciona com o contexto no qual ela é gerada. Além disso, ficar longe deste contexto é um objetivo e uma forma de se fazer ciência corretamente. Outra coisa é realmente isolar a C&T da sociedade. Dessa forma, existe uma impossibilidade da percepção dos interes-ses da sociedade e seu envolvimento com o desenvolvimento da C&T, indeter-minando assim a sua trajetória.

Portanto, essa ideia leva a um contexto em que não é possível o desenvolvi-mento alternativo de uma C&T que esteja num mesmo ambiente. Quer dizer, a C&T é única. Qualquer diferença: geográfica, cultural, ética e outras fica em segundo plano e deveria ser adaptável à C&T. Sendo assim, as contradições se-riam resolvidas de uma maneira natural por meio de caminhos apontados pela própria ciência e através de conhecimentos e técnicas que se acumulariam com o passar do tempo e que acabariam por superar os antigos sem que fossem co-locados em questão a ação e os interesses da sociedade no processo inovador.

CONEXÃO

Abaixo apresentamos alguns links interessantes para você entender um pouco mais sobre a neutralidade da ciência:

<http://www.mindmeister.com/pt/248053930/neutralidade-cientfica>. Esse link mostra um mapa mental a respeito da neutralidade. É muito interessante!

<https://www.youtube.com/watch?v=WMhyK4t473U>. Esse vídeo mostra quanto a ciên-cia pode ser usada para o bem ou para o mal.

Portanto, por meio desse ponto de vista, a ciência e a tecnologia não são nem boas nem más, são neutras. A sua evolução seria o resultado de um

(19)

desni-18

• capítulo 1

Logo, a neutralidade é uma teoria na qual a ciência é imparcial, estabelecida e feita por observações simples, por fatos e experimentações a fim de se obte-rem conclusões científicas.

Porém, como já abordamos brevemente, o cientista está sujeito a um contexto no qual são inseridas as suas concepções políticas, religiosas e filosóficas, cons-ciente ou não, para poder gerar a ciência, e não somente por meio de observações.

1.5 O determinismo tecnológico

De maneira geral, o determinismo tecnológico é uma suposição de que os no- vos avanços tecnológicos, sejam eles conceituais ou físicos, como os sistemas computacionais, gadgets móveis etc, seja um meio de comunicação, afetam a

 vida das pessoas de alguma forma.

Por exemplo, vamos supor que um determinado cliente liga para o call center 

de sua operadora de cartões de crédito.

O cliente se identifica e diz ao atendente que possui um determinado pro-blema e gostaria de resolvê-lo o mais breve possível.

 Veja se você já passou por esta situação:

O atendente então responde que não pode fazer nada, pois o problema que gerou a reclamação do usuário não foi gerado pelo atendente, e sim pelo sistema. E pior: pede ao usuário que ligue mais tarde porque o sistema, que gerou o pro-blema, está fora do ar e nada pode ser feito naquele momento!

Essa situação é muito comum, não é?

Como pode o homem criar máquinas e sistemas para uma finalidade par-ticular e limitada e estes controlarem e mudarem nossos hábitos e formas de pensar e agir? Isto é o determinismo tecnológico! Nesse caso, o sistema tem  vida própria? Por que não pode ser feito nada?

É claro que são perguntas exageradas, pois o atendente muitas vezes não tem mesmo poder ou autonomia, mas é uma situação bem característica, onde ficamos totalmente dependentes de uma máquina.

 Aliás, por trás de qualquer máquina ou sistema existirá sempre a participa-ção humana, o responsável intelectual por tê-la criado, inclusive com as falhas as quais são de responsabilidade de seus criadores.

(20)

Figura 2 – A junção entre a tecnologia e a participação humana.

 Ainda para ilustrar o determinismo tecnológico, vamos observar um pouco nossa sociedade. Podemos notar que existem muitas pessoas que estão cada  vez mais isoladas e, de uma certa maneira, o aparecimento e a popularização da

internet  acentuou este comportamento.

 A Internet, de fato, facilita muitas coisas: o trabalho em casa, a comunica-ção entre pessoas distantes por meio de voz e vídeo, solicitar serviços e produ-tos sem sair de casa e recebê-los dentro de um prazo determinado, porém isso tem tornado as pessoas mais individualistas, de modo que o contato físico pas-sa cada vez mais a ser virtual.

Porém, segundo os autores em que estamos nos baseando para este capí-tulo, a internet  apenas acentuou um comportamento de individualização que

 já era histórico. A internet  é apenas um reflexo da modernidade neste caso, ou,

usando os termos que temos estudado, a tecnologia seria apenas mais um fator que estimula essa tendência individualista.

 Ainda usando o “ciberespaço” como exemplo, perceba o crescimento acelera-do acelera-dos comunicaacelera-dores pessoais. Há alguns anos era o ICQ, depois o MSN e agora temos os comunicadores das redes sociais como o Facebook Messenger e via tele-fone celular o Whats App, que, aliás, pertence ao Facebook. O Facebook percebeu

(21)

20

• capítulo 1

idioma. Para os não deterministas, a linguagem dos comunicadores só estaria envolvida neste ambiente, uma vez que na vida real não afetaria o idioma atual. Porém, nesse caso, existem outros problemas para serem acrescentados na situação: existem problemas na educação e problemas sociais que, somados à extrema liberdade desses comunicadores e forma de escrita, acabam por en-dossar a deturpação do idioma.

De maneira geral, cada tecnologia possui sua linguagem, sua proposta e seu objetivo. Para finalizar este exemplo, não podemos negar que os meios de co-municação têm influência na forma e no conteúdo nas mensagens e, não consi-derar isso, é ignorar um processo de modernização existente. Porém, também não é possível “culpar” a tecnologia como a única responsável pelas mudanças que há no mundo.

1.6 A associação em rede

 A visão que tem ganhado destaque nos estudos sobre ciência, tecnologia e so-ciedade é a chamada associação em rede.

 A sociedade atual tem experimentado o intenso uso das redes de relacio-namentos. E isto não vem apenas da internet , aparece em vários aspectos da

sociedade moderna. É claro que as redes sociais digitais corroboram para esta afirmativa, mas, como citado, é possível ver o aumento das relações inter-pes-soais em vários âmbitos da sociedade.

 A associação em rede, por sua vez, prega que a tecnologia está inserida e as-sociada a esta rede de relacionamentos. Nesse caso, não apenas as pessoas estão envolvidas, mas atores não humanos também. Portanto, ampliam-se a atuação da tecnologia e suas mudanças. Vários elementos da sociedade passam a ser envol- vidos, como, por exemplo, o campo técnico, o científico, o econômico, o político,

militar e o organizacional. Esses elementos, então, se associam em redes para a construção de elementos tecnológicos.

É evidente que as novas tecnologias fizeram surgir muitas possibilidades para a análise de redes sociais e, consequentemente, redes de colaboração. O advento da Internet é de fato o elemento mais significativo. As comunidades  virtuais que são formadas são promovidas com suporte tecnológico valendo-se

de elementos técnicos.

Segundo REIS (2008), a associação em rede é uma visão pela qual a tecnolo-gia é vista inserida numa rede de relações, na qual concorrem os diferentes

(22)

as-pectos da vida em sociedade, tendo como protagonistas diferentes atores, que se movimentam em redes, movidos por interesses específicos.

 Atualmente, temos percebido a proliferação das redes sociais. No trabalho dos autores da figura 4, as redes sociais são analisadas como forma de cola-boração científica. Uma rede social atualmente pode ser definida como uma estrutura social constituída de pessoas ou mesmo organizações ligadas por um ou vários tipos de conexões que compartilham objetivos comuns.

Figura 3 – Representação dos nós de uma rede social

 A análise das redes sociais é uma técnica importante na análise da sociologia moderna. É um conceito antigo, proveniente do século passado, porém que tomou grande proporção no final do século XX e também passou a ser observada por meio de outro paradigma pelas ciências sociais.

(23)

22

• capítulo 1

BALANCIERI, BOVO, et al.  (2005) contribuíram com um trabalho que

re-sultou na figura 4. Essa figura mostra um quadro com as perguntas feitas pelo estudo e autores que possuem pesquisas para respondê-las. Estas perguntas, como podemos perceber, estão relacionadas com a tríade ciência, tecnologia e sociedade, de que estamos tratando neste capítulo aliada com a questão das redes sociais e colaborativas.

Desse modo, percebe-se que as TICs podem vir a ser uma base para o desen- volvimento de sistemas em várias áreas de interesse para as redes sociais.

AUTORES

QUESTÕES DE INTERESSE ÀS TICS

MEDOWS; O’CONNOR, 1971

O que é cooperação científica? Caracteriza-se por trabalhos

cooperativos identificados por artigos coassinados

SUBRAMA NYAM, 1983

O que caracteriza uma coautoria em um artigo?  Há uma

variedade de formas de colaborar.

LUUKONE N ET AL., 1992

Por que pesquisadores colaboram? Fatores cognitivos,

eco-nômicos e sociais, com diferenças por áreas do conhecimento.

KATZ, 1994

O que influencia a formação de redes? Exemplo: padrões

de financiamento das agências e necessidade de compartilhar equipamentos também influenciam a formação de redes.

WEISZ; ROCO, 1996

O que é uma rede? É concebida como uma coesão tênue com

diferentes indivíduos ou grupos conectados por vínculos de di-versas naturezas.

KATZ; MARTIN, 1997

Como se comportam os vértices da rede?O grau de

coope-ração varia com a natureza do trabalho (experimentalistas coo-peram mais que teóricos).

NEWMAN, 2000

O que é uma rede? Rede definida como conjunto de pessoas

ou grupos com conexões originadas por diferentes formas de relacionamento social.

Figura 4 – Principais conclusões sobre os estudos de redes sociais, sob a ótica das possibi-lidades das TICs (BALANCIERI, BOVO, et al., 2005).

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Uma vez que obtemos os conceitos e relacionamentos entre ciência, tecnolo-gia e sociedade e alguns dos muitos elementos que são usados para estudá-las,  vamos desenvolver algumas atividades.

ATIVIDADE

1. Faça uma breve pesquisa sobre a formação da ciência moderna. Você vai encontrar refe-rências que mostram que apareceram formas de conhecimento que se diferenciavam do conhecimento tradicional da Idade Média. Tente escrever quais características da ciência moderna permanecem até nossa época.

2. Pesquise a neutralidade da ciência, assunto que vimos neste capítulo. Escreva um texto argumentando contra ou a favor da neutralidade da ciência, respondendo à seguinte per-gunta: a busca do conhecimento é independente de interesses pessoais, econômicos e políticos ou procura atender a objetivos específicos? O que você acha disso?

3. Explique as implicações da visão de neutralidade da ciência na relação entre ciência e sociedade.

4. Procure na Internet a palavra “tecnologia”. O que você encontrou? Liste os três primeiros

linkse faça um resumo do que eles contêm sobre tecnologia. Eles possuem alguma

rela-ção entre si?

5. Vamos fazer uma experiência. Pense em um período do seu dia (manhã, tarde ou noite) e com quais tecnologias você interage. Depois, imagine esse mesmo período sem as tecno-logias às quais você está habituado a usar e escreva um texto explicando.

6. Escreva um breve texto que responda à seguinte questão: quais são as relações entre a ciência, a tecnologia e a sociedade?

REFLEXÃO

Vimos que a ideia de neutralidade da ciência tem sua origem no modo de produzir conheci-mento científico, que procurava identificar as leis que determinam o mundo, o que permitia

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24

• capítulo 1

nômenos naturais, as ciências naturais foram úteis para o desenvolvimento da sociedade industrial. Exemplificamos como os estudos da mecânica foram importantes para o desen-volvimento da navegação e da indústria do sistema capitalista. Entretanto, a ciência moderna deixou como herança uma forma de conceber o mundo na qual a sociedade se vê separada da natureza e o progresso significa controlar e transformar a natureza. Também foi passada uma visão determinista, na qual a evolução social e econômica da sociedade é resultado do desenvolvimento científico e tecnológico. Mostramos que a ciência não é neutra, isto é, ela é influenciada pelos interesses econômicos, políticos e valores de um determinado período.

LEITURA

 A ilha. Direção de Michael Bay. EUA: Dreamworks Distribution LLC, 2005. Na verdade, não é

uma leitura, e sim um filme. Nele é mostrada uma situação na qual cientistas e empresários criam clones humanos. O filme pode ser uma boa sugestão para se pensar a respeito dos limites da ciência e os impactos na sociedade.

PINHEIRO, N. A. M.; SILVEIRA, R. M. C. F.; BAZZO, W. A. O contexto científico-tecnológico e social acerca de uma abordagem crítico-reflexiva. Disponível em: <http://www.rieoei.org/

deloslectores/2846Maciel.pdf>. Acesso em: 17 maio 2014. Este artigo faz uma reflexão muito interessante a respeito de tecnociência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALANCIERI, et al. A análise de redes de colaboração científica sob as novas tecnologias de informação e comunicação: um estudo na Plataforma Lattes. Ciência da Informação, v. 34, n. 1, out. 2005. ISSN 1518-8353.

CAMARGO, O. Sociedade. Brasil Escola, 2014. Disponível em: <http://www.brasilescola. com/sociologia/sociedade-1.htm>. Acesso em: 18 maio 2014.

CHIBENI, S. S. O que é ciência. Campinas, 2014. Disponível em: <http://www.unicamp. br/~chibeni/textosdidaticos/ciencia.pdf>. Acesso em: 18 maio 2014.

DAGNINO, R. Aulas. Instituto de Geociências Unicamp, 2011. Disponível em: <http:// www.ige.unicamp.br/site/aulas/138/UM_DEBATE_SOBRE_A_TECNOCIENCIA_  DAGNINO.pdf>. Acesso em: 19 maio 2014.

(26)

EDITORA MELHORAMENTOS. Dicionário Online Michaelis. Dicionário Online Michaelis, 2009. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/>. Acesso em: 18 maio 2014.

FONSECA, R. Ciência, tecnologia e sociedade. Rede de tecnologia social, 2010. Disponível em: <http://www.rts.org.br/artigos/artigos_-_2009/ciencia-tecnologia-e-sociedade>. Acesso em: 17 maio 2014.

REIS, D. R. Gestão da inovação tecnológica. 2. ed. São Paulo: Manole, 2008.

NO PRÓXIMO CAPÍTULO

No próximo capítulo, iremos discutir e conhecer temas bastante importantes para a nossa formação profissional. Trata-se do estudo da sociedade da informação e do conhecimento e seus impactos de maneira geral. Até lá!

(27)
(28)

Sociedade da

informação e sociedade

do conhecimento

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28

• capítulo 2

2 Sociedade da informação e sociedade do

conhecimento

 A jornalista Sally Burch fez a seguinte pergunta no livro Desafios de palavras:

“Estamos vivendo uma época de mudanças ou uma mudança de época?”. Essa pergunta é intrigante e serve para introduzirmos este capítulo. A popularização da Internet, a necessidade de estar o tempo todo on-line, o mercado nos

indu-zindo a comprar os últimos e mais modernos gadgets para permanecer on-line,

as redes sociais digitais; enfim, é uma onda de muita tecnologia que estamos  vivendo. É uma nova era da sociedade, e os termos “sociedade da informação”

ou “sociedade do conhecimento” acabam aparecendo naturalmente.

Neste capítulo, vamos estudar alguns tópicos desse assunto, o qual é muito mais abrangente e detalhado na academia, e que aqui vamos ter uma noção desta interessante área.

Bons estudos!

OBJETIVOS

• Definição de sociedade da informação e sociedade do conhecimento; • Sociedade em rede;

• Modelos de sociedade da informação; • Reestruturação produtiva e sociedade; • Cadeias de negócio;

• OCDE;

• O livro verde.

REFLEXÃO

Você já ouviu falar do Mosaic? Netscape? Já ouviu falar do Archie? Webcrawler? Estes foram os primeiros grandes produtos que os usuários utilizavam para acessar à Internet e, certa-mente, foram ossoftwares que deram um grande impulso para a sociedade da informação da forma que conhecemos hoje.

(30)

2.1 Definição de sociedade da informação e sociedade do

conhecimento

 Antes de definirmos os termos sociedade da informação e sociedade do conhe-cimento, é interessante conhecermos os conceitos de dados, informação e co-nhecimento.

Segundo SETZER (2001), dado é:

[...] uma sequência de símbolos quantificados ou quantificáveis. Portanto, um texto é um dado. De fato, as letras são símbolos quantificados, já que o alfabeto, sendo um conjunto finito, pode por si só constituir uma base numérica (a base hexadecimal em-prega tradicionalmente, além dos 10 dígitos decimais, as letras de A a E). Também são dados fotos, figuras, sons gravados e animação, pois todos podem ser quantificados a ponto de se ter eventualmente dificuldade de distinguir a sua reprodução, a partir da representação quantificada, com o original. É muito importante notar-se que, mesmo se incompreensível para o leitor, qualquer texto constitui um dado ou uma sequência de dados [...]

 Ainda segundo o autor, dado é uma entidade matemática puramente sin-tática, ou seja, os dados podem ser descritos por estruturas de representação.

 Assim sendo, podemos dizer que o computador é capaz de armazenar da-dos. Esses dados podem ser quantificados, conectados entre si e manipulados pelo Processamento de Dados.

Podemos definir dado também como unidades básicas a partir das quais as informações poderão ser elaboradas ou obtidas. São fatos brutos, ainda não organizados nem processados.

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30

• capítulo 2

[...] uma abstração informal (isto é, não pode ser formalizada através de uma teoria lógi-ca ou matemátilógi-ca), que está na mente de alguém, representando algo signifilógi-cativo para essa pessoa. Note-se que isto não é uma definição, é uma caracterização, porque “algo”, “significativo” e “alguém” não estão bem definidos; assumo aqui um entendimento in-tuitivo (ingênuo) desses termos. Por exemplo, a frase “Paris é uma cidade fascinante” é um exemplo de informação – desde que seja lida ou ouvida por alguém, desde que “Paris” signifique para essa pessoa a capital da França (supondo-se que o autor da frase queria referir-se a essa cidade) e “fascinante” tenha a qualidade usual e intuitiva associada com essa palavra.

 Assim, a informação depende de algum tipo de relacionamento, avaliação ou interpretação dos dados.

 Veja também que informação e dado mantêm relações:

[...] Se a representação da informação for feita por meio de dados, como na frase sobre Paris, pode ser armazenada em um computador. Mas, atenção, o que é armazenado na máquina não é a informação, mas a sua representação em forma de dados. Essa representação pode ser transformada pela máquina, como na formatação de um texto, o que seria uma transformação sintática. A máquina não pode mudar o significado a partir deste, já que ele depende de uma pessoa que possui a informação. Obviamente, a máquina pode embaralhar os dados de modo que eles passem a ser ininteligíveis pela pessoa que os recebe, deixando de ser informação para essa pessoa. Além disso, é pos-sível transformar a representação de uma informação de modo que mude de informação para quem a recebe (por exemplo, o computador pode mudar o nome da cidade de Paris para Londres). Houve mudança no significado para o receptor, mas no computador a alteração foi puramente sintática, uma manipulação matemática de dados. Assim, não é possível processar informação diretamente em um computador. Para isso é necessário reduzi-la a dados. No exemplo, “fascinante” teria que ser quantificado, usando-se por exemplo uma escala de zero a quatro. Mas então isso não seria mais informação [...].

Podemos agrupar dados isolados e torná-los consistentes ao se transfor-marem em informações. Por exemplo, se tivermos um conjunto de dados que descreva a temperatura do ambiente num local, horário e data, poderíamos ter a seguinte relação:

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15h10 Em Ribeirão Preto, SP, no dia 3 de fevereiro, às 15h10 estava uma temperatura de 24o. 24o Ribeirão Preto/SP Entrada (dados) Saída (informações) Processamento Classificar  Filtrar  Organizar  3 de fevereiro

 Assim, o conjunto de dados inicial foi organizado de maneira que “faça sen-tido” àqueles que o estiverem lendo. Isso os torna informação.

No entanto, a representação no computador é feita baseada nos dados. E como fica o conhecimento?

Caracterizo conhecimento como uma abstração interior, pessoal, de algo que foi expe-rimentado, vivenciado, por alguém. Continuando o exemplo, alguém tem algum conhe-cimento de São Paulo somente se já visitou.

Dessa maneira, o conhecimento precisa ser descrito por informações.

[...] A informação pode ser inserida em um computador por meio de uma representação em forma de dados (se bem que, estando na máquina, deixa de ser informação). Como o conhecimento não é sujeito a representações, não pode ser inserido em um computador. Assim, neste sentido, é absolutamente equivocado falar-se de uma “base de conheci-mento” em um computador. O que se tem é, de fato, é uma tradicional base (ou banco) de dados”. Um nenê de alguns meses tem muito conhecimento (por exemplo,reconhece a mãe, sabe que chorando ganha comida, etc.). Mas não se pode dizer que ele tem informações, pois não associa conceitos. Do mesmo modo, nesta conceituação não se pode dizer que um animal tem informação, mas certamente tem muito conhecimento. [...]

(33)

32

• capítulo 2

 A informação, segundo o autor, associa-se à semântica, enquanto o conhe-cimento está associado à pragmática, ou seja, algo existente no mundo real. Então, será que é impossível aos computadores manipularem conhecimento? Será que não há computadores capazes de armazenar tais conhecimentos?

O termo “sociedade da informação” surgiu na década de 1970, nos EUA e  Japão, a respeito do que seria a “sociedade pós-industrial” e quais seriam suas

características principais.

O conceito da sociedade da informação e do conhecimento também apare-ce com os evidentes avanços das tecnologias de informação e da comunicação. Uma das características mais marcantes desse conceito é a participação dos indivíduos e sua integração e adaptação às novas tecnologias. Portanto, como consequência, surge desse tipo de ambiente uma necessidade muito grande de desenvolver habilidades para controlar e armazenar dados, e a capacidade de criar combinações e aplicações da informação.

 A sociedade da informação e do conhecimento está baseada em uma rede dinâmica de relacionamentos na qual a compreensão e a intervenção humanas extrapolam o ambiente natural e cultural e entram no ambiente do ciberespaço. No ciberespaço, os relacionamentos sociais são ampliados e realizados por meio de vários recursos de tecnologia: imagem, som, vídeo etc. Mesmo distan-tes, os indivíduos são compensados com a rapidez da interação e da informa-ção em máquinas cada vez mais modernas e cheias de recursos. Atualmente, os

smartphones e tablets têm ampliado ainda mais o alcance da rede. Com esses

equipamentos móveis e a facilidade de acesso à Internet, os limites territoriais passam a não existir. Porém, o acesso às informações e a produção de conheci-mentos delimitam outro tipo de fronteira: a digital.

 As novas tecnologias fazem parte da nossa vida de uma maneira muito pre-sente tanto no campo individual quanto no campo da estrutura econômica e social. Como exemplo, o conhecimento é um fator de produção. Isso ocorre porque a automação fez com que a informação tenha sido transformada em matéria-prima no processo de produção e manufatura de bens e serviços. Nesse processo, a manipulação da informação ocorre por meio da inserção, remoção e atualização dos conteúdos para buscar resultados eficientes desse modo.

Portanto, observa-se que a qualificação não está mais limitada à execução de tarefas, pois isto foi automatizado, então novas capacidades e qualificações são exigidas da sociedade para a inserção de profissionais neste novo ambiente de produção. Neste novo ambiente, foram atribuídos outros valores às ideias e

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sua concretização. O conceito de capital intelectual, da década de 1980, aparece como uma forma de mostrar e reforçar estes recursos intangíveis.

O capital intelectual pode ser quantificado e qualificado por meio do capital humano, o qual é medido por meio do nível de qualificação, de habilidades e conhecimentos e capacidade de geração de ideias de cada indivíduo.

 Assim, como consequência desse novo ambiente, as empresas perceberam a necessidade de valorização do capital humano porque as inovações não eram mais conseguidas por meio de equipamentos e de tecnologia, e sim por meio da capacidade e habilidade humanas de estruturar ideias e fabricar conhecimento.

Portanto, somente a tecnologia não garante a produção de informações e conhecimentos. Nesse novo contexto, existem múltiplas informações acessí- veis em um curto período de tempo que, ao serem manipuladas e

interpreta-das, tendem a gerar conhecimentos.

Essa interpretação identifica as inter-relações do significado existente em cada informação e quais os impactos ao ambiente ela pode causar. As caracte-rísticas e necessidades da sociedade da informação mostram que na sua estru-tura existe além, do consumo de tecnologia, o acesso às novas formas de rela-cionamentos sociais e aos novos meios de produção.

2.2 Sociedade em rede

Na década de 1990, o sociólogo espanhol Manuel Castells escreveu a trilogia “Sociedade em rede – A era da informação: economia, sociedade e cultura”. Nesse livro, o autor propõe que, a partir das décadas de 60 e 70, um novo mundo começa a surgir no qual a sociedade, economia e cultura estão inter-relaciona-das devido à tecnologia, aparecendo assim uma sociedade em rede, também chamada de sociedade informacional.

 A economia interdependente é a nova característica desse novo mundo, onde  vários países passaram a desejar fazer parte do crescimento na produção e no comércio. Essa participação teve sucesso por causa das tecnologias. A economia global fez com que surgissem regras econômicas comuns no mundo todo.

Segundo Castells, existe uma redefinição nas relações produtivas de poder e experiência no meio dos três pilares (economia, sociedade e cultura). As

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rela-34

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•• capítulo 2capítulo 2

Segundo Castells, Segundo Castells,

[...]a sociedade em rede está baseada em uma sociedade em que as estruturas [...]a sociedade em rede está baseada em uma sociedade em que as estruturas so-ciais e as atividades principais estão organizadas em torno das redes de informação ciais e as atividades principais estão organizadas em torno das redes de informação eletronicamente processadas. A sociedade em rede se caracteriza pela globalização eletronicamente processadas. A sociedade em rede se caracteriza pela globalização das atividades econômicas decisivas e sua organização em redes; pela flexibilidade e das atividades econômicas decisivas e sua organização em redes; pela flexibilidade e instabilidade do trabalho, bem como por sua individualização; pela chamada cultura da instabilidade do trabalho, bem como por sua individualização; pela chamada cultura da “virtualidade real e pela transformação das bases

“virtualidade real e pela transformação das bases materiais da materiais da vida: o espaço e vida: o espaço e o tempoo tempo mediante a constituição de um espaço

mediante a constituição de um espaço de fluxos e de de fluxos e de um tempo atemporalum tempo atemporal

CASTELLS (1999) propõe três modos de desenvolvimento que possuem os CASTELLS (1999) propõe três modos de desenvolvimento que possuem os elementos específicos para o aumento da

elementos específicos para o aumento da produtividade:produtividade: •

• Agrário: Agrário: sua resua resultante sultante é o é o aumento aumento de tde trabalho rabalho e de e de terra;terra; •

• Industrial: Industrial: seu deseu desenvolvimento senvolvimento resulta resulta de novade novas fontes s fontes de enede energia nargia na produção e na circulação de produtos;

produção e na circulação de produtos; •

• Informacional: Informacional: sua sua origem origem de de produtividade produtividade está está nas nas tecnologias tecnologias de de ge- ge-ração de:

ração de:

• Conhecimento; • Conhecimento; •

• Processamento Processamento de de informação;informação; •

• Comunicação Comunicação de de símbolos.símbolos.

CONEXÃO

CONEXÃO

<https://www.youtube.com/watch?v=kXyGmZablp0>. Esse vídeo trata da revolução da tecnologia da <https://www.youtube.com/watch?v=kXyGmZablp0>. Esse vídeo trata da revolução da tecnologia da informação e baseia-se no livro de

informação e baseia-se no livro de Manuel Castells.Manuel Castells.

<https://www.youtube.com/watch?v=6GBEF1aizwo>. Nesse vídeo, o doutor em sociologia Marcos <https://www.youtube.com/watch?v=6GBEF1aizwo>. Nesse vídeo, o doutor em sociologia Marcos Troyjo fala sobre a integração do homem à era digital.

Troyjo fala sobre a integração do homem à era digital. <https://www

<https://www.youtube.com/wa.youtube.com/watch?v=WuHQjrPtch?v=WuHQjrPnRtA>. Nesse vídeo, nRtA>. Nesse vídeo, podemos ouvir o podemos ouvir o próprio Manuel Cas-próprio Manuel Cas-tells falar sobre a

tells falar sobre a colaboração pela Internet. Encontra-se em espanhol porém de fácil compreensão.colaboração pela Internet. Encontra-se em espanhol porém de fácil compreensão.

Segundo CASTELLS (1999), o uso dessas tecnologias passou por três

Segundo CASTELLS (1999), o uso dessas tecnologias passou por três fases: afases: a automação de tarefas, a experiência e a reconfiguração de aplicações.

automação de tarefas, a experiência e a reconfiguração de aplicações.  A primeira e a segunda fases (automação de tarefas e experiên

 A primeira e a segunda fases (automação de tarefas e experiência) se basea-cia) se basea- vam no a

 vam no aprendizado pelo prendizado pelo uso, isto é, uso, isto é, o conhecimo conhecimento era aento era adquirido pelo temdquirido pelo tempopo de trabalho em determinado produto.

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Para a terceira fase (reconfiguração de aplicações), o aprendizado é Para a terceira fase (reconfiguração de aplicações), o aprendizado é geren-ciado pela elaboração, na concepção do conhecimento interagindo com o ciado pela elaboração, na concepção do conhecimento interagindo com o pró- pró-prio conhecimento. A terceira fase permitiu o desenvolvimento de novas prio conhecimento. A terceira fase permitiu o desenvolvimento de novas apli-cações, que podiam ser implementadas com maior rapidez, isso fez

cações, que podiam ser implementadas com maior rapidez, isso fez com que oscom que os usuários se apropriassem da tecnologia, compreendendo melhor seus usuários se apropriassem da tecnologia, compreendendo melhor seus funda-mentos e a capacidade de traduzi-las para seu cotidiano.

mentos e a capacidade de traduzi-las para seu cotidiano.  A

 A sociedade em sociedade em rede rede também permitiu também permitiu a a constituição de constituição de novas novas formas formas dede comunicação à medida que as possibilidades de novos conhecimentos e comunicação à medida que as possibilidades de novos conhecimentos e apli-cações evoluíam abrindo novos horizontes

cações evoluíam abrindo novos horizontes profissionais.profissionais.

Como exemplo, temos a combinação das redes sociais e de seus meios de Como exemplo, temos a combinação das redes sociais e de seus meios de comunicação que estão moldando as organizações e as

comunicação que estão moldando as organizações e as estruturas importantesestruturas importantes em todos os seus níveis: individual, organizacional e social.

em todos os seus níveis: individual, organizacional e social.

Temos também uma lógica própria desse trabalho em rede, em que Temos também uma lógica própria desse trabalho em rede, em que alte-ramos bastante os conceitos das operações e dos resultados nos processos de ramos bastante os conceitos das operações e dos resultados nos processos de produção. Pode-se afirmar que as redes transformaram-se em um modelo de produção. Pode-se afirmar que as redes transformaram-se em um modelo de comunidade na sociedade atual.

comunidade na sociedade atual. Segundo CASTELLS (1999): Segundo CASTELLS (1999):

O tema das comunidades é ventilado, mas também delicado e levanta todo tipo de O tema das comunidades é ventilado, mas também delicado e levanta todo tipo de suspeitas, ironias e perigos. A verdade é que a Internet é apenas um instrumento que suspeitas, ironias e perigos. A verdade é que a Internet é apenas um instrumento que estimula, e não muda, certos comportamentos; ao contrário, é o comportamento que estimula, e não muda, certos comportamentos; ao contrário, é o comportamento que muda a Internet.[...]

muda a Internet.[...]

E ainda acrescenta: E ainda acrescenta:

A sociabilidade está

A sociabilidade está se transformando se transformando em nova maneira em nova maneira de relação pessoal, de relação pessoal, por meiopor meio da qual se formam laços eletivos diferentes daqueles formados no trabalho ou no da qual se formam laços eletivos diferentes daqueles formados no trabalho ou no am-biente familiar, como andar de bicicleta ou jogar tênis.

biente familiar, como andar de bicicleta ou jogar tênis.

Hoje é muito comum encontrarmos pessoas que fazem parte de alguma Hoje é muito comum encontrarmos pessoas que fazem parte de alguma rede social como o Facebook, Twitter, Linkedin e outras. E isso tem feito o rede social como o Facebook, Twitter, Linkedin e outras. E isso tem feito o

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con-36

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•• capítulo 2capítulo 2

Numa rede social, observamos as diversas possibilidades que podem ser Numa rede social, observamos as diversas possibilidades que podem ser compartilhadas, como:

compartilhadas, como: •

• Informações Informações e e conhecimentoconhecimento;; • Interesses;

• Interesses; •

• Ações Ações para para alcançar alcançar objetivos objetivos comuns comuns etc.etc.

 A estrutura de

 A estrutura de uma rede socuma rede social é formada ial é formada por pessoas e por pessoas e organizações corganizações conec- onec-tadas através de algum tipo de relação ou

tadas através de algum tipo de relação ou interesse, possibilitaninteresse, possibilitando o comparti-do o comparti-lhamento de valores e objetivos em comum.

lhamento de valores e objetivos em comum.

Mas também é necessário entender que uma rede social possui sistemas Mas também é necessário entender que uma rede social possui sistemas abertos, podendo simplesmente, de uma hora para outra,

abertos, podendo simplesmente, de uma hora para outra, desmanchar rapida-desmanchar rapida-mente os relacionamentos não hierárquicos de uma rede virtual.

mente os relacionamentos não hierárquicos de uma rede virtual. Em uma sociedade em rede nem tudo funciona ou

Em uma sociedade em rede nem tudo funciona ou trabalha de forma corre-trabalha de forma corre-ta, pois também possui

ta, pois também possui suas vantagens e desvantagens:suas vantagens e desvantagens:

 Vanta

 Vantagens:gens: o uso das  o uso das redes possui efeitos benéficos quando abre portas para:redes possui efeitos benéficos quando abre portas para:

• Aprendizado; • Aprendizado; •

• Interação Interação social social ou profissionaou profissional;l; •

• Criação de Criação de redes de redes de contatos;contatos; •

• Exposição Exposição positiva positiva da imada imagem;gem; •

• Divulgação de tDivulgação de trabalhos, conhecrabalhos, conhecimentos, produtos imentos, produtos ou ideias;ou ideias; •

• Trocas de opiniões Trocas de opiniões e compartilhame compartilhamento de diferentes vento de diferentes visões sobreisões sobre um mesmo tema;

um mesmo tema; •

• Mobilização Mobilização social, social, e outrose outros

Desvantagens: Desvantagens:

• Gerar uma Gerar uma exposição exageexposição exagerada ou nerada ou negativa;gativa; •

• Facilitar crimFacilitar crimes como es como pedofilia ou pedofilia ou estelionato;estelionato; • Compulsão;

• Compulsão; •

• Redução na Redução na produtividade durante produtividade durante o trabalho;o trabalho; •

• Ser levado a cometSer levado a cometer atos insanos comer atos insanos como por exemplo agendao por exemplo agendar ma-r ma-nifestações violentas;

nifestações violentas; •

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2.3 Modelos de sociedade da informação

Segundo POLIZELLI e OZAKI (2009), existem três modelos de sociedade da in-formação resultantes do que foi estudado até aqui sobre o assunto: o modelo americano, com foco no mercado; o modelo europeu, baseado nas instituições; e o modelo asiático, que privilegia as cadeias de negócios.

Os Estados Unidos foram o primeiro país a avançar na área de computação, principalmente durante e após a Segunda Guerra Mundial, e também a área de negócios, representada por hardware e software. Devido a isso, os EUA se

trans-formaram na principal referência da sociedade da informação para os modelos de negócio desse segmento.

 Além disso, foi nos EUA que houve os primeiros desenvolvimentos relaciona-dos com a comunicação entre os computadores, como as redes, posteriormente a Internet e os sistemas de computadores pessoais.

O modelo americano passou por algumas eras: a era do papel, a era do siste-ma de computação em siste-massa e a era do computador.

 A era do papel mostra a importância do conhecimento desde a época da colo-nização pelos peregrinos no século XVII. Nessa época, começou a ser desenhado um dos grandes valores da administração pública daquele país: a governança por meio de informações escritas e publicadas.

Nesse período é que o conhecimento começou a ser relacionado com as pes-soas. Somente um cidadão bem-informado fazia parte da elite, e o conhecimento residia no que era impresso: nos contratos, nos acordos e demais atividades de pessoas relacionadas com a igreja, advogados e médicos.

Durante a Guerra de Independência,vários planfetos eram usados para infor-mar as pessoas a respeito do andamento das ações dos envolvidos.

Em razão da educação e das atividades relacionadas, nos EUA, serem bem de-senvolvidas, isso propiciou o desenvolvimento de uma grande rede de bibliote-cas públibibliote-cas, aumentando assim a rede de conhecimento. Como consequência, a imprensa também teve avanços e, por causa da crescente necessidade de co-municação, os correios e telégrafos também passaram a ter maior importância.

Conforme a sociedade e as atividades em geral evoluíam, questões como a proteção dos direitos autorais começaram a aparecer. Ainda na área legal,

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tam-38

• capítulo 2

grande loja de departamentos e, desde aquela época, desenvolveu uma grande rede de comunicação, informação e logística.

De 1850 a 1870, ocorre a Segunda Revolução Industrial no país, alavancando assim um grande crescimento econômico relacionado principalmente com o desenvolvimento da indústria bélica, da indústria editorial e da mecânica.

Durante as guerras, foi desenvolvida uma rede de coleta de informações que contribuiu para a cultura de valorizações dos registros, contribuindo para a expansão das empresas, gerando a criação de monitoramento do sistema de inovações.

 Alguns dos inventos mais importantes do século XIX apareceram nos EUA por meio dessa infraestrutura que foi criada ao longo do tempo. Os inventos eram protegidos por patentes e estão exemplificados nas figuras a seguir.

Figura 1 – Cartão perfurado

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Figura 3 – Fotograma e cinema

Figura 4 – Maquina de escrever

Uma vez que o sistema de patentes provocou uma explosão de invenções, apareceu então a era da comunicação em massa.

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• capítulo 2

telefone, computador, a luz elétrica residencial, o rádio e a televisão aceleravam cada vez mais o acesso à informação.

 As invenções ampliaram muito a velocidade das comunicações dos negó-cios e começavam a dar uma face mais próxima a que conhecemos por escritó-rios e empresas.

O desenvolvimento do computador nos Estados Unidos abre uma nova abordagem estratégica de implantações de tecnologias inéditas com início nos anos 1920.

Sendo assim, uma nova era passa a ser concebida: a do computador.

Os projetos militares foram os maiores patrocinadores da indústria da com-putação e os pioneiros no que é chamado de “modelo de gestão de TI com base em encomendas”.

Em 1950, o modelo de negócios com base no mercado foi adotado por essa indústria, em particular nos escritórios para a parte de produção, contabilida-de e finanças.

Em 1952, a GM instalou o primeiro computador para o controle de opera-ções comerciais.

Nos anos 50 e 60, as aplicações para computador de grande porte, os

mainframes, sustentam o seguimento de software e assim um novo tipo de

ne-gócio é gerado, o de comercialização de tecnologias.

 A constatação de que essa cadeia de negócios seria irreversível levou as em-presas e universidades, com o apoio do governo, a organizar a ARPANET, que foi a precursora da Internet como conhecemos hoje.

Os resultados desse novo tipo de negócio começam a aparecer em várias inovações: o ATM (Auto Teller Machine – caixa eletrônico) na área bancária, o POS (Point Of Sale – ponto de venda) e a automação.

Em 1971, quatro supercomputadores localizados em universidades ameri-canas permitiram a troca de informações entre os cientistas.

Em 1987, o NSF (National Science Foundation) assume a responsabilidade de manter obackbone dessa rede.

Foi o pontapé incial da World Wide Web, ampliando toda essa rede com a escala global.

Em 1993, é criado o navegador Mosaic, pela Universidade de Illinois, tor-nando possível o acesso à Internet, levando a um crescimento exponencial do número de computadores conectados à rede.

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Outra inovação, decorrente da Internet, é o e-Governmebt (governo eletrô-nico), o qual disponibiliza informações para os cidadãos, de documentos, esta-tísticas e serviços em geral.

Os grandes laboratórios passam a contar com um ambiente de intercâm-bio digital.

E com a consolidação da indústria de TI no mundo, as pesquisas se orienta-ram para produtos e soluções específicas, ampliando os estudos voltados para as tecnologias básicas e os fundamentos de negócios.

Entre os modelos de sociedade da informação, o americano é o que mais se destaca. Sendo assim não iremos nos aprofundar nos modelos asiático e europeu.

2.4 Reestruturação produtiva e sociedade da informação

 A era do computador, apesar de ter sido uma época produtiva e positiva, teve seus impactos críticos nos anos 1980 e 90, principalmente na economia, no emprego e nos processos trabalhistas. Isso ocorreu porque o uso da tecnologia da informação atuou diretamente em alguns processos como o redesenho da produção em massa e introduziu novas formas de organização da produção e dos mercados de trabalho devido à globalização.

 Alguns autores chamam esse paradoxo de “Reestruturação produtiva”. Esse conceito tem relação com as novas formas de organização da produção possi-bilitada pelas TICs.

 Alguns autores mostram que as organizações perceberam duas estratégias para o uso das novas tecnologias a fim de reestruturar a produção:

• A primeira estratégia privilegiou o emprego da tecnologia sobre as rela-ções de trabalho;

• A segunda estratégia foi marcada por uma abordagem de redução dos riscos, em que a ideia seria o de combinar o uso dos equipamentos com novas relações de trabalho mais horizontais, voltadas para a troca de in-formações entre departamentos.

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• capítulo 2

2.5 Cadeias de negócio

 Já mencionamos as cadeias de negócio anteriormente, e não podemos deixar de tratá-las sem falar do capitalismo americano.

Uma grande força do capitalismo americano é o espírito empreendedor de seus executivos, que são permanentemente encorajados a investir e a competir nas mais diferentes áreas da economia, fazendo com que alguns negócios assu-mam proporções inéditas.

 A área de tecnologia da informação e comunicação (TIC) oferece grandes oportunidades de crescimento sustentável e competitividade para as empresas. Entretanto, a tecnologia por si só, sem alinhamento estratégico com o negócio, não faz sentido. Introduzir novos artefatos de hardware e software

não garante aumento de produtividade do pessoal e melhoria de processos. Para que as iniciativas de tecnologia tenham sucesso, é necessário estabe-lecer uma linguagem comum e definir um mapa unificado entre o negócio e a TIC. Uma forma de buscar esse alinhamento e demonstrar o valor das iniciativas de TIC é utilizar uma matriz de valor focada em duas dimensões: criticidade do empreendimento e prática de inovação.

Existem três questões polêmicas sobre tecnologia da informação e comu-nicação:

1.  A TIC muda realmente os conceitos básicos da estratégia de gestão?

Tecnologia e negócio são de naturezas diferentes. Enquanto a tecnologia avança rapidamente, as práticas de negócios evoluem de forma mais lenta e são mais estáveis.

2.  A TIC gera efetivamente novos benefícios e vantagens competitivas para as empresas?

Gira em torno da discussão sobre como medir o retorno de investimento das iniciativas de TIC nas áreas de negócios.

3.  A disseminação da tecnologia não transforma a TIC numa commodity  (mercadoria), que desta forma reduz sua importância relativa?

Essa questão é polêmica e a que mais contribui para que a TIC tenha uma imagem de uma área para suporte aos negócios, sem muita importância estra-tégica relativa. Se a área de tecnologia é reativa (casual) às solicitações das áreas de negócios, sempre teremos a impressão de que as soluções são umacommodity

Referências

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