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NOÇÕES

DE

CONTABILIDADE

CONCEITOS DE CONTABILIDADE

A Contabilidade, desde seu aparecimento como conjunto ordenado de conhecimentos, com objeto e finalidades definidos, tem sido considerada como arte, como técnica ou como ciência, de acordo com a orientação seguida pelos doutrinadores ao enquadrá-la no elenco das espécies do saber humano.

Para nós, que a consideramos um conjunto de conhecimentos siste-matizados, com princípios e normas próprias, ela é, na acepção ampla do conceito de ciência, uma das ciências econômicas e administrativas.

Sua finalidade é manter o registro e o controle do patrimônio das enti-dades, com o fim de fornecer informações e interpretações sobre a com-posição e as variações desse patrimônio.

Seu objetivo de estudo é, pois, o patrimônio, e seu campo de aplica-ção o das entidades econômico-administrativas, assim chamadas aquelas que, para atingirem seu objetivo, seja ele econômico ou social, utilizam bens patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo, que pratica os atos de natureza econômica necessários a seus fins.

Daí se conclui que somente os patrimônios ociosos, não-produtivos e não-administrados podem dispensar a ação controladora e informativa da Contabilidade.

A Contabilidade alcança sua finalidade através do registro de todos os fatos relacionados com a formação, a movimentação e as variações do patrimônio administrado, vinculado à entidade, com o fim de assegurar seu controle e fornecer a seus administradores as informações necessá-rias à ação administrativa, bem como a seus titulares (proprietários do patrimônio) e demais pessoas com ele relacionadas, as informações sobre o estado patrimonial e o resultado das atividades desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins.

Nos tempos modernos, com a formação das grandes empresas (soci-edades abertas), a informação contábil passou a ser de interesse de grupos cada vez mais amplos, de indivíduos, que incluem não somente acionistas, mas também fornecedores, financiadores, banqueiros, poderes públicos (arrecadadores de impostos) e até empregados que participam do lucro das empresas. De forma indireta, mesmo a sociedade em geral é interessada na informação contábil, pois a vitalidade das empresas é assunto de relevante interesse social.

O registro de todas as ocorrências patrimoniais é feito pela Contabili-dade através de técnica que lhe é própria, a que chamamos Escrituração. Como o simples registro dos fatos não é elemento suficiente de infor-mação, a Contabilidade reúne os fatos registrados, também segundo procedimento próprio, em demonstrações expositivas, que recebem a designação genérica de demonstrações contábeis, e denominações específicas de inventários, balanços, demonstrações de resultados, de lucros acumulados, de origens e aplicações de recursos, de variações do patrimônio, e outras.

Utiliza-se ainda, a Contabilidade, de mais uma técnica especializada, com o fim de confirmar a exatidão dos registros e das demonstrações contábeis — é a Auditoria, que constitui atualmente uma das mais impor-tantes especializações do profissional da Contabilidade.

Como algumas das demonstrações contábeis são sintéticas, ofere-cendo informações globais, de conjunto, que não esclarecem quanto à composição analítica do patrimônio e de suas variações, elas nem sempre

atingem os fins informativos a que se destinam. Daí a utilização, pela Contabilidade, de outra técnica especializada chamada genericamente de Análise de Balanços, que, utilizando métodos e processos específicos, permite decompor, comparar e interpretar o conteúdo das demonstrações contábeis, fornecendo informações analíticas e úteis não somente a administradores e titulares do patrimônio, mas a todos os que com este mantêm relações de interesse.

RESUMINDO AS NOÇÕES SOBRE A CONTABILIDADE, TEMOS: OBJETO:

O patrimônio, que a Contabilidade estuda, analisa e controla, regis-trando e informando, através das demonstrações contábeis, todas as ocorrências nele verificadas.

CAMPO DE APLICAÇÃO:

O das entidades econômico-administrativas, sejam de fins lucrativos ou não.

FINALIDADE:

Assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informa-ções sobre a composição e as variainforma-ções patrimoniais, bem como o resul-tado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcan-çar seus fins, que podem ser lucrativos ou meramente ideais (sociais, culturais, esportivos, beneficentes ou outros).

TÉCNICAS DE QUE SE UTILIZA PARA ATINGIR SUA FINALIDA-DE:

Registro dos fatos — Escrituração.

Demonstração expositiva dos fatos — Demonstrações Contábeis.

Confirmação dos registros e demonstrações contábeis — Audito-ria.

Análise e interpretação das demonstrações contábeis — Análise de Balanços.

Baseados nessas noções gerais, podemos chegar à seguinte concei-tuação de contabilidade:

É a ciência (ou técnica, segundo alguns) que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimô-nio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

O OBJETO DA CONTABILIDADE

O patrimônio é o objeto da Contabilidade, isto é, constitui a matéria sobre a qual se exercem as funções contábeis.

O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à entidade econômico-administrativa e constitui um meio indispensável para que esta realize seus objetivos. Para alcançá-los, a administração da entidade pratica atos de natureza econômica, produzindo variações au-mentativas e diminutivas na riqueza patrimonial.

Para conhecer a situação do patrimônio em determinado momento, bem como suas variações e os efeitos da ação administrativa sobre a riqueza patrimonial, é que a Contabilidade registra, demonstra e analisa os fatos ocorridos no patrimônio, evidenciando seus aspectos específicos e quantitativos.

O aspecto específico, também chamado qualitativo, considera as es-pécies de bens, direitos e obrigações que compõem a riqueza patrimonial, tais como: dinheiro, mercadorias, móveis e contas a receber ou a pagar. O aspecto quantitativo evidencia a quantidade de cada um desses compo-nentes, monetariamente representada, como: caixa $ 500, mercadorias $ 1 .000, móveis $ 200, contas a receber $ 100, e contas a pagar $ 1 50.

As variações patrimoniais são qualitativamente representadas pelos diversos tipos de receitas e despesas e quantitativamente pelos seus respectivos valores.

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O objeto da Contabilidade é, pois, o patrimônio, e em torno dele se desenvolvem suas funções, como meio para atingir sua finalidade.

A FINALIDADE DA CONTABILIDADE

A finalidade da Contabilidade é registrar, controlar e demonstrar os fa-tos ocorridos no patrimônio, objetivando fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decor-rente da gestão da riqueza patrimonial.

Essas informações são indispensáveis à orientação administrativa, permitindo maior eficiência na gestão econômica da entidade e no contro-le dos bens patrimoniais.

Não é somente à administração, entretanto, que interessa o controle do patrimônio e as informações e interpretações sobre sua composição e variações, mas também a terceiros, que têm interesses vinculados ao patrimônio, como investidores, fornecedores, financiadores, autoridades fiscais e demais pessoas ou entidades que mantêm relações econômicas ou financeiras com a entidade administrada.

A Contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a História, na vida da humanidade. Sem ela não seria possível conhecer o passado nem o presente da vida econômica da entidade, não sendo também possível fazer previsões para o futuro nem elaborar planos para a orientação administrativa.

OS MEIOS DE QUE SE UTILIZA A CONTABILIDADE

Para atingir sua finalidade, a Contabilidade se utiliza das seguintes técnicas contábeis:

1 — Escrituração.

2 — Demonstrações contábeis (inventários, balanços e outras). 3 — Auditoria.

4 — Análise de Balanços.

A Escrituração é o registro dos fatos que ocorrem no patrimônio. Esse registro é feito em ordem cronológica, o que dá à Contabilidade caracterís-tica de verdadeira história do patrimônio. Não se cinge a esse aspecto histórico, entretanto, sua função, pois os registros evidenciam a expressão monetária dos fatos e os selecionam de acordo com a natureza de cada um, proporcionando sua reunião em grupos homogêneos, que distinguem os diversos componentes do patrimônio e suas respectivas variações.

O simples registro e seleção dos fatos, dado seu volume e heteroge-neidade, não é elemento suficiente para atingir a finalidade informativa da Contabilidade. Daí serem esses fatos reunidos em demonstrações exposi-tivas que recebem a denominação genérica de demonstrações contábeis. Quando essas demonstrações têm em vista a exposição dos compo-nentes patrimoniais, recebem o nome de Balanço Patrimonial. Quando visam a demonstrar as variações patrimoniais e o resultado econômico de um período administrativo, recebem a denominação de Demonstração do Resultado do Exercício.. Outros tipos de demonstrações existem, rece-bendo denominações específicas, tais como Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, Demonstração de Lucros Acumulados, Demons-tração das Variações do Patrimônio Líquido, etc.

Quando a demonstração é analítica e específica de determinados componentes patrimoniais, tem o nome de inventário.

Para confirmar a exatidão dos registros e das demonstrações contá-beis, a Contabilidade se utiliza também de uma técnica que lhe é própria, chamada Auditoria, que consiste no exame de documentos, livros e regis-tros, obedecendo a normas especiais de procedimento, com o objetivo de verificar se as demonstrações contábeis representam, adequadamente, a posição econômico-financeira do patrimônio e os resultados do período administrativo, de acordo com os princípios de Contabilidade geralmente aceitos, aplicados de maneira uniforme em períodos sucessivos. Como algumas das demonstrações contábeis são sintéticas e nem sempre esclarecem a composição analítica do patrimônio e de suas variações, a Contabilidade dispõe de mais uma técnica especializada, denominada Análise de Balanços, que permite decompor, comparar e

interpretar essas demonstrações, oferecendo aos interessados na riqueza patrimonial dados analíticos e interpretação sobre os componentes do patrimônio e sobre os resultados da atividade econômica desenvolvida pela entidade.

Conforme definidos e aprovados pelo Conselho Federal de Contabili-dade, através da Resolução CFC n.º 750/93, os princípios são...

Princípios fundamentais de Contabilidade

Conforme definidos e aprovados pelo Conselho Federal de Contabili-dade, através da Resolução CFC n.º 750/93, os princípios são:

1. Princípio da Entidade

O patrimônio da entidade não se confunde com o dos seus sócios, a-cionistas ou proprietário individual.

2. Princípio da Continuidade

A vida da entidade é continuada. Por consequência, como as de-monstrações contábeis são estáticas, não podem ser desvinculadas dos períodos anteriores e subsequentes. Ocorrendo a descontinuidade, o fato deve ser divulgado.

3. Princípio da Oportunidade

As mudanças nos ativos, passivos e na expressão contábil do patri-mônio líquido, devem ser reconhecidos formalmente nos registros contá-beis, logo que ocorrerem, ainda que os seus valores sejam razoavelmente estimados e as provas documentais posteriormente complementadas.

4. Princípio do Registro pelo Valor Original

Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presen-te na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da Entidade.

5. Princípio da Atualização Monetária

Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis, através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

6. Princípio da Competência

As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resul-tado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente, quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

7. Princípio da Prudência

Determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.

RESOLUÇÃO CFC Nº 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993

Diário Oficial da União de 31.12.1993

DISPÕE SOBRE OS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) Nota: Redação dada pela Resolução CFC nº 1.282/2010 O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentação apropriada para interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)

RESOLVE: CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA

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enuncia-dos por esta Resolução.

§ 1º. A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).

§ 2º. Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos for-mais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)

CAPÍTULO II

DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO Art. 2º. Os Princípios de Contabilidade representam a essência das dou-trinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendi-mento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)

Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)

I) o da ENTIDADE; II) o da CONTINUIDADE; III) o da OPORTUNIDADE;

IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC nº. 1282/10)

VI) o da COMPETÊNCIA; e VII) o da PRUDÊNCIA. SEÇÃO I

O PRINCÍPIO DA ENTIDADE

Art. 4º. O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferen-ciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existen-tes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimô-nio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recípro-ca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autô-nomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

SEÇÃO II

O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

Art. 5º. O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)

SEÇÃO III

O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua

rele-vância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)

SEÇÃO IV

O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

Art. 7º. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. § 1º. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e

II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demons-trações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das opera-ções da Entidade;

c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são manti-dos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;

d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passi-vo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transa-ção sem favorecimentos; e

e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patri-moniais.

§ 2º. São resultantes da adoção da atualização monetária:

I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimô-nio Líquido; e

III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)

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Nota: o artigo 8º, seu § único, e os incisos I, II e III, que tratavam do Princípio da Atualização Monetária foram revogados pela Resolução CFC nº. 1282/10.

SEÇÃO VI

O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das transa-ções e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10).

SEÇÃO VII

O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimati-vas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subes-timados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. (Redação dada pela Reso-lução CFC nº. 1282/10)

Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabi-lista. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)

Art. 12. Revogada a Resolução CFC n.º 530/81, esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 1994.

Brasília, 29 de dezembro de 1993.

PATRIMÔNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS, ATIVO,

PASSIVO E SITUAÇÃO LÍQUIDA. EQUAÇÃO

FUNDA-MENTAL DO PATRIMÔNIO.

O PATRIMÔNIO

1. Conceito e Definição

Patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa, avaliado em moeda. Sendo assim, pode ser visualizado da seguinte maneira: Patrimônio Bens Direitos Obrigações 1.1 Bens

Bens são objetos capazes de satisfazer as necessidades humanas e suscetíveis de avaliação econômica. Ao entrar em um supermercado, por exemplo, encontramos inúmeros objetos, como balcões, vitrinas, equipamentos emissores de cupons fiscais e uma infinidade de mercadorias expostas para venda em gôndolas, prateleiras, displays etc. Todos esses objetos são os bens que o supermercado possui.

Do ponto de vista contábil, bens são todos os objetos que uma empresa possui, seja para uso, troca seja para consumo. Para exemplificar, tomemos por modelo uma empresa que comercialize calçados, assumindo que ela possua somente os seguintes bens: balcão, prateleira, vitrina, equipamento emissor de cupom fiscal, espelho, calçados para venda (mercadorias), papel para embalagem, material para

limpeza da loja, meio quilo de pó de café e uma pequena quantia em dinheiro. Nesse caso, temos:

BENS DE USO BENS DE

TROCA BENS DE CONSUMO Balcão Prateleira Vitrina Equipamento emissor de cupom fiscal Espelho Calçados paro venda Dinheiro

Papel para embalagem Material para limpeza 0,5kg de pó de café

Os bens podem ser classificados de várias maneiras, de acordo com o contexto em que se inserem. A classificação que mais nos interessa neste momento é a que os divide em materiais e imateriais.

Os bens materiais, como o próprio nome diz, são aqueles que possuem corpo, matéria. Por sua vez, dividem-se em bens móveis, os que podem ser removidos do seu lugar, por exemplo, mesas, veículos, computadores, dinheiro, mercadorias etc., e bens imóveis, os que não podem ser deslocados de seu lugar natural. Exemplo: terrenos, edifícios etc.

Os bens imateriais correspondem àqueles que, embora considerados bens, não possuem corpo ou matéria. São determinados gastos que a empresa faz, os quais, pela sua natureza, devem ser considerados parte integrante do patrimônio e, por esse motivo, são registrados pela contabilidade como bens. Não tendo muita variedade, os mais comuns são:

a. Fundo de comércio: suponhamos que uma empresa de comércio de calçados, tenha decidido ampliar os negócios, abrindo uma filial. Para isso, comprou, à vista, por $50.000, um imóvel onde estava instalada uma empresa concorrente. Vamos assumir que o antigo proprietário tenha cobrado $ 30.000 pelo valor de mercado que era igual ao valor registrado nos livros contábeis da empresa, e $ 20.000 pelo ponto comercial ou seja, pela clientela que já estava formada. Neste caso, a empresa de comércio de calçados, registrará na contabilidade, $ 30.000 como bem material com o título de Imóveis e $20.000 como bem imaterial, com o título de Fundo de Comércio.

b. Marcas e Patentes: são valores gastos com o registro ou com a compra de uma marca (nome comercial ou industrial) ou de uma patente de invenção. Para que a empresa possa usufruir com exclusividade de todos os direitos reservados pela legislação para o uso desses bens imateriais, é preciso que essa marca ou patente esteja devidamente registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (lNPI).

Nota: Veja dois sinônimos que são comuns nos meios comerciais para representar bens materiais e bens imateriais: bem material é o mesmo que bem tangível e bem imaterial, que bem intangíveL

1.2 Direitos

Direitos são os valores que a empresa tem para receber de terceiros. Terceiros, neste caso, correspondem a todas as pessoas que se relacionam com a empresa, como os clientes.

Os direitos originam-se não só das vendas de mercadorias a prazo, como também das vendas a prazo de outros bens ou serviços, ou ainda em decorrência de outras transações, como é o caso de aluguel de bens móveis ou imóveis, empréstimos de dinheiro efetuados a terceiros etc.

Os direitos, normalmente, aparecem registrados nos livros contábeis da empresa com o nome do elemento representativo do respectivo direito, seguido da expressão “a Receber”. Exemplos:

ELEMENTOS EXPRESSÃO

Duplicatas a Receber

Promissórias a Receber

Aluguéis a Receber

1.3 Obrigações

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terceiros. Nesse caso, terceiros são: fornecedores, bancos, empregados, governo etc.

As obrigações podem se originar não só das compras de mercadorias a prazo, como também das compras a prazo de outros bens ou serviços ou ainda em decorrência de outras transações, como é o caso de aluguel de bens móveis ou imóveis, de empréstimos de dinheiro captados em estabelecimentos bancários etc.

As obrigações aparecem, habitualmente, registradas nos livros contábeis das empresas com o nome do elemento representativo da respectiva obrigação, seguido da expressão “a Pagar”. Exemplos:

ELEMENTOS EXPRESSÃO Duplicatas a Pagar Promissórias a Pagar Aluguéis a Pagar Salários a Pagar Impostos a Pagar

2 Aspectos Qualitativo e Quantitativo do Patrimônio

Vimos que o patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações. A contabilidade estuda o patrimônio em seus aspectos qualitativos e quantitativos. Os aspectos qualitativos tratam dos componentes do patrimônio segundo a espécie de cada um, enquanto os aspectos quantitativos referem-se ao valor com que cada elemento possa ser expresso em moeda.

Veja como o Conselho Federal de Contabilidade comenta os aspectos qualitativos quantitativos (Item 1.2 do Apêndice à Resolução CFC nº 774/1994, que trata dos princípios fundamentais de contabilidade.):

“Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos elementos que compõem, como dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias etc.

A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau de particulari-zação que permita a perfeita compreensão do componente patrimonial. Assim, quando falamos em máquinas, ainda estamos a empregar um substantivo coletivo, cuja expressão poderá ser de muita utilidade, em determinadas análises. Mas a contabilidade, quando aplicada a um patri-mônio particular, não se limitará às ‘máquinas’ como categoria mas se ocupará de cada máquina em particular, na sua condição do componente patrimonial, de forma que não possa ser confundida com qualquer outra máquina mesmo de tipo idêntico.

O atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores, o que demanda que a contabilidade assuma posição sobre o que seja ‘valor’ porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente variados.”

Acompanhe o seguinte raciocínio: possuo uma empresa com o seguinte patrimônio:

Patrimônio Bens Direitos Obrigações

Pois bem, da forma pela qual o patrimônio foi apresentado, você consegue imaginai o tamanho da minha empresa? É evidente que não. Então, vamos agora representá-lo ressaltando o aspecto qualitativo:

Patrimônio Bens  Dinheiro  Móveis  Veículos Direitos  Duplicatas a receber  Aluguéis a cobrar Obrigações  Duplicatas a pagar  Impostos a Pagar

Ressaltado o aspecto qualitativo, os elementos componentes do patrimônio foram devidamente qualificados, isto é, especificados. Tais informações permitem ter uma noção mais precisa do tamanho do patrimônio da empresa. No entanto, elas ainda não são suficientes, pois algumas perguntas continuam sem respostas: Quanto de dinheiro possuo? Qual o valor dos meus veículos? Quanto de duplicatas tenho para receber? Quanto de duplicatas tenho para pagar? Enfim, qual é o valor do meu patrimônio? Daí a necessidade de ressaltar o segundo aspecto, veja: Patrimônio Bens  Dinheiro ... 10.000  Móveis ... 15.000  Veículos ... 50.000 Direitos  Duplicatas a receber ...  Aluguéis a cobrar ... Obrigações  Duplicatas a pagar ...  Impostos a Pagar ...

Finalmente, após ressaltados os aspectos qualitativo e quantitativo, ficou mais fácil avaliar o tamanho do Patrimônio da minha empresa, pois agora você conhece o quê e quanto minha empresa possui em bens, direitos e obrigações.

Os aspectos qualitativos e quantitativos levados em conta na apresentação das demonstrações elaboradas a partir dos registros contábeis permitem a mensuração do patrimônio bem como o conhecimento dos elementos que o compõem.

3 Representação Gráfica do Patrimônio

Para tornar mais fácil e didático o que é patrimônio (ponto de partida para entender com clareza todo o mecanismo que envolve o processo contábil), vamos representá-lo por meio de um gráfico em forma de “T”:

O “T”, como vemos, tem dois lados: no esquerdo, colocamos os bens e os direitos; e no direito, as obrigações. Então, a representação gráfica do patrimônio fica assim:

PATRIMÔNIO

Bens Obrigações

Direitos

Nessa representação gráfica, temos, de um lado, os bens e os direitos, que formam o grupo dos elementos positivos; e, do outro lado, as obrigações, que formam o grupo dos elementos negativos.

PATRIMÔNIO

ELEMENTOS POSITIVOS ELEMENTOS NEGATIVOS

Bens Obrigações

Caixa (dinheiro) Duplicatas a Pagar

Estoque de Mercadorias Aluguéis a Pagar

Móveis e Utensílios Impostos a Pagar

Direitos Salários a Pagar

Duplicatas a Receber Promissórias a Receber

O lado esquerdo do gráfico é chamado lado positivo, pois os bens e os direitos representam, para a empresa, sua parte positiva (é o que ela tem efetivamente — bens; e o que ela tem para receber — direitos).

O lado direito é o lado negativo, pois as obrigações representam a parte negativa da empresa (é o que ela tem para pagar).

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Os elementos positivos são denominados ainda componentes ativos e seu conjunto forma o Ativo. De forma semelhante, os elementos negativos são componentes passivos e seu conjunto forma o Passivo.

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO

Bens Obrigações

Caixa (dinheiro) Duplicatas a Pagar

Estoque de Mercadorias Aluguéis a Pagar

Móveis e Utensílios Impostos a Pagar

Direitos Salários a Pagar

Duplicatas a Receber

4 Situação liquida Patrimonial

Situação líquida patrimonial é a diferença entre o Ativo (bens e direitos) e o Passivo (obrigações).

NOTA: Até agora, conforme nosso propósito, limitamo-nos a esclarecer o que é Ativo e Passivo, bem como o posicionamento dos bens, direitos e das obrigações no gráfico representativo do patrimônio. Deixamos de lado, porém, o aspecto quantitativo, isto é, o valor de cada um desses elementos. Para que a representação gráfica do patrimônio esteja completa, é preciso representar os elementos que o compõem com seus respectivos valores. Isso é o que faremos a seguir.

Por que estudar as situações líquidas agora? Para atender a um grande objetivo: acrescentar ao seu conhecimento mais um grupo de elementos na representação gráfica do patrimônio.

Esse novo grupo, que se chama Patrimônio Líquido, juntamente com os bens, com os direitos e com as obrigações, completará a já conhecida representação gráfica do patrimônio, permitindo que o total do lado esquerdo seja igual ao total do lado direito, dando-lhe forma de equação. Entretanto, para compreender melhor esse novo grupo de elementos (Patrimônio Líquido), vamos estudar antes as situações líquidas patrimoniais possíveis.

NOTAS: A partir daqui, passaremos a representara patrimônio por meio do mesmo gráfico em forma de “T”, porém com o título apropriado de Balanço Patrimonial.

1- O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações contábeis exigi-das pela Lei nº 6.404/1976 exigi-das sociedades por ações, ele deve exprimir, com clareza, a situação do patrimônio da empresa em um dado momento.

Para efeito didático, neste tópico, deixaremos de especificar os bens, os direitos e as obrigações, apresentando apenas suas somas.

4.1 Situações líquidas patrimoniais possíveis 4.1.1 Ativo maior que o Passivo

Exemplo:

Bens ... 200 Direitos ... 100 Obrigações ... 180 Neste caso, teremos:

• Ativo (bens + direitos) ... (+) 300 • Passivo (obrigações) ... ( - ) 180 • Diferença ... (+) 120

OBSERVAÇÃO: E Antes de cada valor, colocamos um sinal. O Ativo, contendo bens e direitos, é positivo; logo, sinal (+). O Passivo, contendo obrigações, é negativo; logo sinal (—).

No gráfico representativo do patrimônio, a situação líquida patrimonial deve ser colocada sempre do lado direito. Ela é somada ou subtraída das obrigações, de modo que iguale o lado do Passivo ao lado do Ativo, para manter o equilíbrio entre os dois lados, dando ao gráfico forma de equação.

Veja:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Bens ... 200 Obrigações ... 180 Direitos ... 100 (+) Situação líquida .. 120 Total ... 300 Total ... 300

Neste caso, a situação líquida poderá ser denominada de situação líquida positiva; situação líquida ativa ou situação líquida superavitária.

Suponhamos que o proprietário dessa empresa, neste momento, decida liquidá-la: vendendo os bens ao preço que custaram, apurará $200; recebendo todos os direitos no valor de $ 100, acumulará em mãos o montante de $ 300; pagando todas as obrigações no valor de $ 100, restará para ele a soma de $ 120. Por isso, dizemos que a importância de $ 120 corresponde à situação líquida superavitária, isto é, o quanto a soma dos elementos positivos (ativos) superou a soma dos elementos negativos (passivos).

Veja outras maneiras de expressar a situação líquida positiva:

ATIVO

>

PASSIVO

 Situação Líquida

Bens + Direito Obrigações positiva

Ativo maior que zero e Passivo maior que zero: situação liquida maior que zero.

4.1.2 Ativo menor que o Passivo Exemplo:

Bens ... 200 Direitos ... 100 Obrigações ... 340 Neste caso, teremos:

• Ativo (bens + direitos) ... (+) 300 • Passivo (obrigações) ... ( - )340 • Diferença ... ( - ) 40

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Bens ... 200 Obrigações ... 340 Direitos ... 100 (-) Situação líquida .. 40 Total ... 300 Total ... 300

Neste caso, a situação líquida pode ser denominada de situação líquida negativa, situação líquida passiva; situação líquida deficitária ou, ainda, de passivo a descoberto.

Suponhamos que o proprietário da empresa, neste momento, decida liquidá-la: vendendo os bens ao preço de custo, apurará $ 200. Recebendo todos os direitos no valor de $ 100, acumulará em mãos o montante de $ 300. Como para saldar seus compromissos precisará de 340, valor das obrigações, e tendo levantado apenas $300 com a liquidação, faltarão $40. Portanto, a situação líquida é deficitária, ou seja, o total dos elementos positivos é insuficiente para saldar os compromissos assumidos pela empresa.

A expressão “Passivo a Descoberto” traduz a insuficiência do Ativo para cobrir todo o Passivo.

Veja outras maneiras de expressar essa situação:

ATIVO

<

PASSIVO Situação Líquida

Bens + Direito Obrigações negativa

Ativo maior que zero, Passivo maior que zero e situação líquida menor que zero.

4.1.3 Ativo igual ao Passivo Exemplo:

Bens ... 200 Direitos ... 100 Obrigações ... 180

(7)

ATIVO PASSIVO

Bens ... 200 Obrigações ... 300 Direitos ... 100

Total ... 300 Total ... 300 Neste caso, o Ativo é inteiramente absorvido pelas obrigações, e a situação líquida é nula, inexistente.

Observe que se o proprietário pretendesse liquidar essa empresa, nesse momento, tudo o que apuraria com a venda dos bens e com o recebimento dos direitos seria necessário para cobrir as obrigações, não restando nada para ele.

Veja outras maneiras de expressar essa situação:

ATIVO

=

PASSIVO Situação Líquida

Bens + Direito Obrigações nula

Ativo maior que zero, Passivo maior que zero e situação líquida igual a zero.

OBSERVAÇÃO: Além dessas três situações apresentadas, podem ocorrer mais duas: Ativo igual à situação líquida e situação líquida igual ao passivo. Porém, não as comentamos minuciosamente por serem variantes das situações líquidas positiva e negativa, já estudadas.

Ativo igual à situação líquida

Não há obrigações, existindo apenas elementos positivos. Nesse caso, a situação líquida é positiva.

Essa situação é comum quando a empresa encontra-se na fase de constituição, em que o Ativo e a situação líquida são maiores que zero, porém o Passivo é igual a zero.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Bens ... 80 (+) Situação líquida .. 100 Direitos ... 20

Total ... 100 Total ... 100 Situação líquida igual ao Passivo

Não há Ativo, apenas obrigações. Nesse caso, a situação líquida é negativa: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Obrigações ... 200 (-) Situação líquida .. (200) Total ... 0 Total ... 0

Essa situação é comum quando a empresa encontra-se na fase de liquidação, quando o Ativo é igual a zero, o Passivo é maior que zero e a situação líquida é menor que zero.

NOTA: Conforme se pôde observar, o Ativo e o Passivo nunca serão menores que zero, ~ podendo assumir as situações tanto de igual quanto de superior a zero; entretanto, a situação líquida poderá assumir as três situações: menor, igual ou maior que zero

5 Equação Básica do Patrimônio

A equação básica do patrimônio, também conhecida por equação fundamental do patrimônio é a que evidencia o patrimônio em situação normal, ou seja, em situação líquida positiva. É expressa da seguinte maneira:

ATIVO = PASSIVO + SITUAÇÃO LÍQUIDA

6 Patrimônio liquido

Patrimônio Líquido é o quarto grupo de elementos patrimoniais que, juntamente com os bens, com os direitos e com as obrigações, completará a demonstração contábil denominada Balanço Patrimonial. Assim, no Balanço Patrimonial temos os seguintes elementos:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Bens Obrigações

Direitos Patrimônio Líquido

Até aqui, estudamos três dos quatro grupos de componentes do patrimônio: bens, direitos e obrigações e seus elementos. Pois bem, agora, veremos os elementos que compõem o grupo do Patrimônio Líquido:

a. Capital; b. Reservas;

c. Prejuízos Acumulados.

• Capital é a importância, normalmente em dinheiro, que o proprietário de uma empresa possui para iniciar o seu negócio. Esse capital inicial poderá ser composto somente por dinheiro, ou dinheiro e outros bens como Móveis e Utensílios, Veículos, Mercadorias etc. Durante a vida normal das empresas, o capital pode ser aumentado com novas somas colocadas pelos titulares ou pela incorporação de parte dos lucros auferidos pelas próprias empresas.

• Reservas são parcelas do lucro apurado pelas empresas que ficam retidas (retiradas, reservadas) para determinados fins, como é o caso da Reserva para Investimentos, que normalmente é utilizada para ampliação das instalações da empresa, abertura de filiais etc.

• Prejuízos Acumulados correspondem ao resultado negativo apurado pela empresa na movimentação do patrimônio. O principal objetivo das empresas é o lucro. No final de cada exercício social (período em que a empresa opera — geralmente igual a um ano), a movimentação do patrimônio poderá resultar em lucro ou em prejuízo. Quando o resultado corresponder a prejuízo, ele poderá ser amortizado (pago) pelo titular ou pelos sócios, ou, ainda, poderá ser mantido no grupo do Patrimônio Líquido para ser compensado com lucros apurados em exercícios futuros. Quando o resultado do exercício corresponder a lucro, ele terá várias destinações: uma parte vai para o governo (contribuição social e imposto de renda); uma parte poderá ser destinada a compensar prejuízos apurados em exercícios anteriores; uma parte poderá ser destinada aos participantes no lucro (empregados, administradores, etc.); outra parte poderá ser destinada à constituição de reservas e outra a distribuição aos titulares ou acionistas em forma de dividendos.

Além do capital, das reservas e dos prejuízos acumulados, existem outros elementos que integram o grupo do Patrimônio Líquido e que serão estudados oportunamente.

NOTA. Por hora, estas simples explicações acerca dos componentes do Patrimônio Líquido são suficientes. Na sequência da matéria, esses assuntos serão retomados e explicados com mais detalhes.

Na seção a seguir, veremos como os acontecimentos diários das empresas interferem no patrimônio, bem como a origem e movimentação dos bens, dos direitos, das obrigações e do Patrimônio Líquido, além dos seus corretos posicionamentos no Balanço Patrimonial.

“Patrimônio Líquido x situação líquida”

Então, Patrimônio Líquido é o mesmo que situação líquida?

É isso mesmo. Tomemos como exemplo uma empresa com situação líquida positiva, tendo, no Ativo, bens e direitos no valor de $ 5.000 e, no Passivo, obrigações no valor de $ 4.000. Nesse caso, subtraindo do Ativo de $ 5.000, o valor do patrimônio de terceiros (obrigações) de $ 4.000, obteremos um Patrimônio Líquido de $ 1.000. Esse valor encontrado de $1.000 corresponde à parte do patrimônio que pertence ao proprietário da empresa, podendo ser denominado tanto de Patrimônio Líquido quanto de situação líquida, uma vez que essas duas expressões significam a mesma coisa.

Entretanto atente para as seguintes informações: 1. Empresa que não mantém escrita contábil

Quando se pretende conhecer a situação líquida patrimonial de uma empresa que não mantém escrita contábil regular, porque funciona na informalidade ou porque, em decorrência do porte, está dispensada, pela legislação brasileira, da elaboração dos registros contábeis, o procedimento mais adequado será: a. efetuar um inventário físico (levantamento) de todos os bens,

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b. apurar a situação líquida aplicando a fórmula:

Situação líquida = Ativo (Bens e Direitos) — Passivo (Obrigações) 2. Empresas que mantém escrita contábil

Caso a empresa mantenha escrita contábil regular, a situação líquida já estará registrada contabilmente, por meio dos elementos que compõem o grupo do Patrimônio Liquido.

Se pretender conhecer a situação líquida de uma empresa que mantenha escrita contábil regular, você não precisará efetuar nenhum cálculo, bastará verificar no Balanço Patrimonial dessa empresa, o total do grupo do Patrimônio Líquido e este corresponderá à situação líquida.

Assim, se a situação líquida for positiva, o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente positivo; se, por outro lado, a situação líquida da empresa for negativa, o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente negativo; e, ainda, se a situação líquida for nula, o grupo Patrimônio Líquido também refletirá essa situação.

NOTA: A partir deste ponto, em que já ficou definido o Patrimônio Líquido e foi apresentado seu posicionamento no gráfico representativo do patrimônio, quando representar graficamente uma situação patrimonial, não escreva bens, direitos, obrigações e situação líquida, apenas especifique esses elementos (aspecto qualitativo). Você terá que ter sempre em mente que no lado do Ativo são colocados os elementos que representam os bens e os direitos e, no lado do Passivo, os elementos que representam as obrigações e o Patrimônio Líquido.

7 Formação do Patrimônio e suas Variações 7.1 Introdução

Para constituir uma empresa, é preciso que se tenha, inicialmente, um capital. Quando a empresa está sendo constituída, a palavra capital é usada para representar o conjunto de elementos que o proprietário da empresa possui para montar seu negócio e, consequentemente, iniciar as suas atividades.

Vera Lúcia vai abrir uma butique. Ela possui, para esse fim, $ 60.000 em dinheiro. Logo, esses $ 60.000 são seu capital.

O capital inicial pode ser composto por: a. somente dinheiro;

b. parte em dinheiro e parte em outros bens;

c. parte em dinheiro, parte em outros bens e parte em direitos. Suponhamos que uma pessoa deseje iniciar suas atividades (abrir uma empresa para comercializar materiais para construção) e possua $ 30.000 em dinheiro e um caminhão no valor de $ 50.000. Nesse caso, seu capital inicial é de $ 80.000.

Esse capital, ou seja, a soma dos valores com que o proprietário constitui uma empresa pode receber várias denominações:

a. Capital; b. Capital Inicial; c. Capital Nominal; d. Capital Subscrito;

e. Capital Social (quando se tratar de sociedades).

7.2 Exemplo de formação do patrimônio e suas variações com Balanços sucessivos

Vamos acompanhar a formação do patrimônio de uma empresa comercial e alguns exemplos de sua movimentação, representando, a cada acontecimento, a situação patrimonial respectiva:

1. Luiz Felipe constitui uma empresa para explorar o comércio de tintas, com um capital inicial, em dinheiro, de $ 50.000.

Considerando apenas essa ocorrência, veja como será representada a situação patrimonial da empresa de Luiz Felipe, por meio do Balanço Patrimonial: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Caixa ... 50.000 Capital ... 50.000 Total 50.000 Total 50.000 ... ...

OBSERVAÇÃO: Veja que na representação gráfica temos dois elementos: Caixa e Capital. O elemento Caixa foi colocado no lado do Ativo, pois representa bens (já vimos que no lado do Ativo devem constar os elementos que representam os bens e os direitos). Já o elemento Capital foi posto do lado do Passivo, pois é um elemento do grupo do Patrimônio Líquido (relembre que no lado do Passivo devem constar os elementos que representam as obrigações e o Patrimônio Líquido).

Se pretendermos conhecer a situação líquida do patrimônio da empresa de Luiz Felipe, nesse momento, como do lado do Passivo consta apenas um elemento do grupo Patrimônio Líquido, concluímos que a situação líquida corresponderá ao valor desse elemento, logo, é positiva em $ 50.000.

Se preferir aplicar a fórmula já conhecida para encontrar a situação liquida, teremos:

Ativo (bens e direitos) ... (+) 50.000 (menos) Passivo (obrigações) ... ( - ) 0 (igual) Situação líquida ... (+)50.000 Observe, finalmente, que a situação líquida encontrada é positiva de $ 50.000, o que coincide com o total do grupo Patrimônio Líquido que, neste momento, é representado apenas pelo elemento Capital.

2. Em seguida, surgem as aplicações do capital na compra de bens: a. compra de Móveis e Utensílios, à vista, por $5.000;

b. compra de um automóvel, à vista, por $30.000. Veja como ficou o patrimônio de Luiz Felipe, após essa operação:

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Caixa 15.000 Capital 50.000 Móveis e Utensílios 5.000 Veículos 30.000 Total ... 50.000 Total ... 50.000 OBSERVAÇÃO: Observe que, embora tenha havido movimento no patrimônio, seu valor total não se alterou. Apenas houve troca de valores no Ativo: o Caixa diminuiu em $ 35.000, mas esse valor apareceu novamente em Móveis e Utensílios e Veículos. No lado do Passivo, não houve alteração, o Patrimônio Líquido permanece o mesmo, por isso repetimos o elemento Capital com o mesmo valor do Balanço anterior.

3. Precisando adquirir mercadorias e sendo seu capital insuficiente, Luiz Felipe compra a prazo: compra de tintas (Mercadorias), a prazo, no valor de $20.000, da Casa de Tintas Taubaté, conforme nota fiscal nº 325, com aceite de quatro duplicatas no valor de $ 5.000 cada uma, vencíveis de trinta em trinta dias.

Veja como ficou o patrimônio de Luiz Felipe, após essa operação: BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Caixa ... 15.000 Duplicatas a Pagar 20.000 Móveis e Utensílios ... 5.000 Capital ... 50.000 Veículos ... 30.000

Estoque de Mercadorias 20.000

Total ... 70.000 Total ... 70.000 OBSERVAÇÕES:

Quando a empresa compra a prazo, ela passa a trabalhar com capital que não é seu (é do fornecedor das mercadorias). Cria, assim, obrigação para futuro pagamento. Nesse caso, tanto o Ativo quanto o Passivo são aumentados. O Ativo, pela entrada das Mercadorias (bens), e o Passivo, pela obrigação assumida em decorrência do aceite da duplicata.

O total do Ativo, que era de $ 50.000, passou para $ 70.000, com a inclusão do elemento Estoque de Mercadorias. Da mesma forma, o total do lado do Passivo, que era de $ 50.000, também aumentou, passando para $70.000, em decorrência da obrigação contraída com o fornecedor.

(9)

70.000, o Patrimônio Líquido não sofreu alteração, pois a situação líquida continua sendo a mesma, veja:

Ativo (bens mais direitos) ... (+) 70.000 (menos) Passivo (obrigações) ...(—) (50.000) (igual) Situação líquida ... (+) 50.000

Portanto, a situação líquida continua sendo positiva em $ 50.000, representada pelo elemento Capital.

4. Vamos assumir, agora, que a empresa de Luiz Felipe tenha efetuado o pagamento, em dinheiro, de uma duplicata no valor de $5.000.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Caixa ... 10.000 Duplicatas a Pagar 15.000 Móveis e Utensílios ... 5.000 Capital ... 50.000 Veículos ... 30.000

Estoque de Mercadorias 20.000

Total ... 65.000 Total ... 65.000 OBSERVAÇÃO: Esse pagamento acarretou uma redução no Ativo, pois o Caixa foi diminuído em $5.000, e uma redução no Passivo, pela extinção de parte das obrigações em $5.000.

O propósito desse exemplo prático foi mostrar que cada fato administrativo ocorrido na empresa provoca modificações entre os elementos patrimoniais resultando em nova situação que poderá ou não alterar o valor do patrimônio e ou do Patrimônio Líquido.

8 Origens e Aplicações dos Recursos

Vimos que a palavra Capital representa um elemento do grupo do Patrimônio Líquido e que, quando da constituição de uma empresa, corresponde à soma dos valores com os quais o proprietário inicia suas atividades.

Entretanto, na contabilidade, quando a palavra capital está acompanhada do adjetivo “total”, compondo a expressão “capital total” à disposição da empresa, ela representa os recursos totais que a empresa possui.

Observe o patrimônio a seguir representado:

BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA COMERCIAL TAUBATÉ LIDA

ATIVO PASSIVO

Caixa ... 500 Fornecedores ... 350

Estoque de Mercadorias ... 200 Capital ... 800

Duplicatas a Receber ... 50

Móveis e Utensílios ... 100

Veículos ... 300

Total ... 1.150 Total ... .150 Note que o Capital Nominal da empresa é de $ 800 e o capital à disposição da empresa ou capital total é de $ 1.150.

Chegou o momento de descobrirmos por que o patrimônio da empresa é representado pelo Balanço Patrimonial em um gráfico de dois lados, por que ambos os lados possuem o mesmo total e ainda por que o valor do patrimônio não é igual à soma dos dois totais encontrados em cada um dos lados do Balanço Patrimonial.

Para começar, o que a representação gráfica mostra?

Respondemos que o Passivo mostra a origem de capitais, isto é, como a empresa conseguiu os recursos que possui; e o Ativo mostra a aplicação de capitais, isto é, onde a empresa aplicou os recursos originados conforme mostra o lado do Passivo.

8.1 Passivo: origem dos recursos

BALANÇO PATRIMONIAL PASSIVO Obrigações Patrimônio Líquido

No lado do Passivo, como vimos, são representados dois grupos de elementos patrimoniais:

a. Obrigações: a parte do patrimônio que a empresa deve para terceiros, sendo também chamadas de capitais de terceiros. O desenvolvimento normal das atividades da empresa faz com que ela efetue no seu dia-a-dia uma série de operações que acarretam obrigações, representadas por Duplicatas a Pagar, Salários a Pagar, Impostos a Pagar, Promissórias a Pagar etc. A empresa tem de pagar essas obrigações para fornecedores, empregados, governo, bancos etc.;

b. Patrimônio Líquido: a parte do patrimônio que pertence ao proprietário da empresa: os capitais próprios. Os capitais próprios podem se originar de duas fontes:

1. recursos do proprietário: capital inicial e aumentos posteriores, quando efetuados com recursos do proprietário, vindos de fora da empresa;

2. evolução normal da empresa: lucros e, consequentemente, reservas. Os lucros, conforme visto, decorrem da gestão do patrimônio enquanto as reservas são partes desses lucros que ficam retidas para investimentos futuros ou para outros fins. Resumindo,

• Capitais de terceiros = Obrigações • Capitais próprios Patrimônio Líquido

8.2 Ativo: aplicação dos recursos BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO Bens Direitos

Os capitais próprios e de terceiros, cujas origens são demonstradas por meio dos elementos que compõem o Passivo, são aplicados na empresa em bens e direitos, conforme mostram os elementos que compõem o lado do Ativo. Portanto, os recursos que a empresa utilizou para ter no seu Ativo os bens e os direitos foram obtidos conforme mostram os elementos do Passivo.

Veja a representação gráfica a seguir, analise os comentários e responda às questões propostas:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Caixa ... 1.100 Duplicatas a Pagar 1.000

Duplicatas a Receber 700 Promissórias a Pagar 500

Estoque de Mercadorias 1.400 Capital 1.700

Total 3.200 Total 3.200

Ao analisar um Balanço Patrimonial, atente para os seguintes pontos: a. o Ativo mostra em que a empresa aplicou os recursos, ou onde

aplicou todo seu capital. No exemplo em questão, os recursos totais à disposição da empresa estão aplicados: no Caixa, $ 1.100; em Duplicatas a Receber, $700, e em Estoque de Mercadorias, $ 1.400;

b. o Passivo mostra onde a empresa conseguiu os recursos que estão aplicados no Ativo. No nosso exemplo, $ 1.700 representam o Capital Nominal ou Capital Inicial “originados dos proprietários”, e $ 1.500 são capitais de terceiros, originados, possivelmente, em decorrência de compras a prazo.

FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES

PA-TRIMONIAIS.

Atos e Fatos Contábeis

ATOS ADMINISTRATIVOS: Acontecimentos que não alteram o pa-trimônio de uma empresa.

FATOS CONTÁBEIS: Acontecimentos que provocam alterações qualitativas e /ou quantitativas no patrimônio da empresa.

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FATOS CONTÁBEIS PERMUTATIVOS Provocam

alterações qualitativas

MODIFICATIVOS Provocam alterações quantitativas

MISTOS

Provocam alterações qualitativas e quantitativas

Representam permutações entre os elementos patrimoniais

DIMINUTIVOS Reduzem o valor do PL AUMENTATIVOS Aumentam o valor do PL DIMINUTIVOS Reduzem o valor do PL AUMENTATIVOS Aumentam o valor do PL Compras à vista Compras à prazo Pagamento de duplicatas Retenção do IR dos emprega-dos

Aumento do CS com uso de reservas de capital Pagamento de despe-sas Apropriação de salários Recebimento de receitas Prescrição de dívida Recebimento de duplicata com desconto Pagamento de duplicata com juros

Reforma de dívida com juros

Emissão de debêntures abaixo do par (com desá-gio)

Recebimento de duplicata com juros

Pagamento de duplicata com desconto

Reforma de dívida com desconto

Emissão de debêntures acima do par (com ágio)

Exemplos:

 A retenção do IR dos empregados gera uma saída de valor dos salários a pagar e entrada de valor no Ativo como IR a recolher.  O pagamento de uma despesa sempre gera um fato modificativo

diminutivo. Se o pagamento for efetuado no mesmo período da ocorrência da despesa – PL / - A. Se o pagamento não for efetu-ado (apropriação de salários) ou seja, for feito com atraso, ocorre-rá uma obrigação de pagar o aluguel e uma despesa com apro-priação do mesmo – PL / + P. No mês seguinte, com o pagamen-to, gera um fato permutativo – P / - A, pois a saída da obrigação é simultânea a saída de dinheiro = pagamento de duplicatas.  Reforma de dívida = sai antiga dívida e entra uma nova (maior ou

menor).

 Emissão de debêntures abaixo do par = despesa de deságio / a-cima do par = reserva de capital.

 Fatos que NÃO alteram o valor do Ativo: Permutativos - +A/-A, +P/-P e +PL/-PL

 Apropriação = Ocorrência do FG = Obrigação. Ocorre uma des-pesa e entra uma obrigação.

 Modificativos - -P/+PL e –PL/+P Conceitos

Ato Administrativo

Ação praticada pela administração que não provoca (podendo vir a provocar) alteração qualitativa e/ou quantitativa no patrimônio da entidade, portanto, não interessa à contabilidade.

Exemplo: avalizar uma compra, ATO ADMINISTRATIVO, não altera o Patrimônio.

Fato Administrativo

Ação praticada pela administração que provoca alteração qualitativa e/ou quantitativa no patrimônio da entidade, portanto interessa à contabili-dade.

Exemplo: pagar o aval de uma compra, FATO ADMINISTRATIVO = FATO CONTÁBIL, ALTERA O PATRIMÔNIO.

Variações Patrimoniais

Conforme vimos, são as alterações sofridas pelo patrimônio, decor-rentes ou não da administração, podendo ser:

Fatos Contábeis

São as ocorrências havidas no patrimônio, trazendo-lhe variações qualitativas e/ou quantitativas. Quase sempre (e não obrigatoriamente) provêm de uma ação da gestão.

OBSERVAÇÃO:

 Gestão: é o conjunto de operações que ocorrem durante a vida das empresas, com as quais as mesmas buscam atingir os obje-tivos visados, sejam estas operações identificadas como fatos

contábeis ou meramente atos administrativos  Todo fato administrativo é um fato contábil  Nem todo fato contábil é um fato administrativo Superveniências e insubsistências

São as ocorrências havidas no patrimônio, trazendo-lhes variações quantitativas, e que independem dos atos da gestão, tais variações patri-moniais são resultantes de fatos contingentes, imprevistos ou fortuitos.

Classificação dos Fatos Contábeis

Fato contábil permutativo (ou compensativo)

São os que não provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido (PL) ou na Situação Líquida (SL), mas podem modificar a composição dos demais elementos patrimoniais, determinam uma variação específica do patrimônio (VARIAÇÃO PATRIMONIAL QUALITATIVA).

Fato contábil modificativo

São os que provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido (PL) ou Situação Líquida (SL), determinando uma variação quantitativa do patrimônio (VARIAÇÃO PATRIMONIAL QUANTITATIVA). Pode ser: diminutivo aumentativo.

Fato contábil misto (ou composto)

São os que combinam fatos permutativos com fatos modificativos, de-terminando variação qualitativa e quantitativa do patrimônio, ou VARIA-ÇÃO PATRIMONIAL MISTA.

Superveniência e Insubsistência Conceito

Eventuais alterações positivas ou negativas da Situação Líquida, in-dependentes de intervenção da gestão.

Superveniência

Provocam aumento e pode ser: a. SUPERVENIÊNCIA ATIVA

Aumento do ativo (variação patrimonial ativa). Ex: Recebimento de valores provenientes de prêmios, loterias, herança ou legado doação.

b. SUPERVENIÊNCIA PASSIVA

Aumento do passivo (variação patrimônio passiva). Ex: Reconhe-cimento de dívidas anteriormente não registradas no passivo, provenientes de decisão judicial ou de outros casos fortuitos. Insubsistência

Provocam diminuição e pode ser:

a. INSUBSISTÊNCIA DO ATIVO – diminui o ativo (variação patri-monial passiva) Ex: Ocorrência de incêndio, furto, perda de reba-nho por morte.

b. INSUBSISTÊNCIA DO PASSIVO – diminui o passivo (variação patrimonial ativa). Ex: Redução no valor das obrigações por

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moti-vo de prescrição ou baixa da dívida correspondente Efeitos no Patrimônio Líquido

Superveniência ativa – Aumenta o patrimônio líquido (receita).

Superveniência passiva – Diminui o patrimônio líquido (despe-sa).

Insubsistência do ativo – Diminui o patrimônio líquido (despe-sa). Também denominada de lnsubsistência Passa.

Insubsistência do passivo – Aumenta o patrimônio líquido (re-ceita). Também denominada de Insubsistência Ativa. Professo-res André e Biu

CONTA: CONCEITO, DÉBITO, CRÉDITO E SALDO.

TEO-RIAS, FUNÇÃO E ESTRUTURA DAS CONTAS.

CON-TAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO. APURAÇÃO

DE RESULTADOS.

CONCEITO DE CONTAS

Imagine-se encarregado de anotar todas as transações de uma em-presa. Sem dúvida, você pensaria em adquirir um livro, ou fichas, para anotar as operações. Você teria uma folha para cada tipo de operação rotineira. Assim, por exemplo, haveria uma folha onde você anotaria toda a movimentação do dinheiro, tanto as entradas como as saídas; outra ficha para anotar as despesas com luz, água e telefone; uma outra para registrar as aquisições de veículos, e assim por diante. Você, para não se perder no meio de tantas fichas, poderia anotar, como observação, no alto da ficha, uma referência que lhe indicasse o conteúdo. Seria o nome da conta.

Vamos agora reunir estes procedimentos em um conceito. É o concei-to de conta:

"Conta é o registro de débitos e créditos da mesma natureza, identifi-cados por um título que qualifica um componente do patrimônio ou uma variação patrimonial" (Hilário Franco).

DÉBITO, CRÉDITO E SALDO

Para fins de lançamento a débito ou a crédito é necessário identificar-se, fundamentalmente, se o fato administrativo envolve conta do ativo, passivo, patrimônio líquido, receita ou despesa, e se a operação aumen-tou ou diminuiu a conta. Há sempre, no mínimo, duas contas envolvidas. Por exemplo imaginemos um fato administrativo como sendo a aquisição, à vista, de um veículo. As duas contas envolvidas são: caixa e veículos. Ambas pertencem às contas do ativo (bens e direitos). A conta caixa diminuiu e a conta veículos aumentou. Assim, debitamos a conta veículos e creditamos a conta caixa.

O quadro resumo, a seguir, resolve as questões relativas ao débito e ao crédito:

Contas do Grupo Para Aumentar Para Diminuir

Ativo Debita Credita

Passivo Credita Debita

Patrimônio Líquido Credita Debita

Receita Credita Debita

Despesa Debita Credita

Um orientador, para decidir sobre o débito e o crédito, é fornecido pe-lo binômio "origem e aplicação". O Débito é uma aplicação de recursos e o crédito, uma origem.

Quanto ao saldo, este é a diferença entre os débitos e créditos de uma mesma conta. Se os débitos de uma conta, em determinado período, forem superiores aos créditos, o saldo será devedor pela diferença. Se os créditos forem superiores aos débitos, o saldo será credor. Normalmente, as contas apresentam saldos coerentes com os lançamentos para aumen-tar. Assim, as contas do ativo apresentam saldo devedor; do passivo, credor; do patrimônio líquido, credor; de receitas, credor; de despesas, devedor.

Pela simples razão de que a cada débito corresponde um crédito de

mesmo valor, podemos afirmar, com absoluta certeza: se fizermos o somatório geral de todos os débitos de todas as contas em um determina-do períodetermina-do, este será igual ao somatório de todetermina-dos os créditos neste mes-mo período.

Fato idêntico ocorre com os saldos. Todos os saldos devedores so-mados serão sempre iguais ao somatório dos saldos credores.

TEORIA, FUNÇÃO E ESTRUTURA DAS CONTAS TEORIA DAS CONTAS

Existem diversas teorias a respeito das contas. Três merecem aten-ção:

a) Teoria Personalística; b) Teoria Materialística; c) Teoria Patrimonialística;

A teoria personalística vincula as contas a "pessoas" responsáveis pelos fatos. Classifica as contas em: de agentes consignatários, de cor-respondentes e do proprietário.

A teoria materialística classifica as contas em integrais e diferenciais. As contas integrais representam os bens, direitos e obrigações. As contas diferenciais são as contas de receitas e despesas.

A teoria patrimonialística é a mais conhecida e usada. Divide as con-tas em patrimoniais e de resultado, conforme já visto.

Função das contas

O conceito da conta contábil ("Conta é o registro de débitos e créditos da mesma natureza, identificados por um título que qualifica um compo-nente do patrimônio ou uma variação patrimonial" (Hilário Franco)) ex-pressa claramente a função de cada conta.

Objetiva-se, através dos lançamentos contábeis identificados por con-ta, o agrupamento dos bens, direitos e obrigações, por natureza, para facilitar elaboração, a interpretação e a análise das demonstrações finan-ceiras. Além do mais, os valores assim agrupados permitem conclusões gerenciais relativamente às receitas e despesas, custos, bens e direitos, obrigações, convertendo-se num importante mecanismo auxiliar para o planejamento, coordenação e controle das atividades da empresa.

É desnecessário tecer longos comentários sobre a importância que um plano de contas representa para os usuários.

A correta classificação das contas, conforme sua natureza, dentro das divisões impostas pela lei n.º 6.404/76, é de fundamental importância para possibilitar estudos comparativos, análises e quaisquer outros detalha-mentos extraídos da contabilidade.

A quantificação apropriada das contas, realçando as que efetivamente representam fatos relevantes, é essencial ao planejamento e controle - objetivos fins da contabilidade.

Os artigos 175 a 205, da Lei n.º 6.404/76 , são importantes no contex-to deste item.

Conforme já foi dito, os principais interessados na utilização das in-formações fornecidas pela contabilidade são os administradores das empresas. A partir dos fatos mostrados pela contabilidade ocorre a toma-da de decisão. Eles normalmente tem conhecimento de toma-dados que o balanço não revela, sendo possível detectar os pontos fracos da estrutura econômico-financeira da empresa, apesar das limitações dos demonstrati-vos contábeis.

Porém, outras pessoas tem interesses nos negócios, necessitando dos demonstrativos contábeis para se informarem a respeito da situação da empresa, entre os quais podemos citar as autoridades governamentais, os fornecedores, os bancos e outras entidades financeiras, os clientes, os investidores, etc.

O desconhecimento a respeito das características da empresa, por se basearem quase que essencialmente nos demonstrativos para formular

Referências

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