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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. 1. Apresentação

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1. Apresentação

Este trabalho tem por objetivo analisar os aspectos do agronegócio do caju relacionados à sua produção e comercialização. É sabido que a baixa produtividade e as condições climáticas adversas vêm contribuindo para a perda de competitividade verificada nos últimos anos. A variação de preços no mercado internacional, da taxa de câmbio, a capacidade ociosa das indústrias e a falta de uma política de conquista de novos mercados são as variáveis que mais influenciam a comercialização da amêndoa, que é um produto tipicamente de exportação, sendo seu maio destino, os Estados Unidos.

Por ser um dos produtos de grande importância econômica e social para a Região Nordeste, principalmente para o Estado do Ceará (maior produtor de castanha "in natura" e responsável na última década por cerca de 87,0% das exportações de amêndoas), as decisões governamentais que possam vir a ser adotadas, sobretudo aquelas relacionadas ao mercado externo, não devem deixar de considerar as peculiariedades desse agronegócio, para não contribuírem, no médio prazo, com a sua desestabilização. Lembramos, ainda, que essa agroindústria, cria cerca de 300 mil empregos, sendo que 280 mil estão ligados às atividades agrícolas e os 20 mil restantes são ofertados pelas indústrias de processamento da castanha e do pedúnculo, também conhecido como falso-fruto.

São analisados a seguir, o lado da oferta e da demanda nos mercado doméstico e internacional. A título de contribuição apresentamos um quadro de suprimento que possibilitará, depois dos ajustes que se fizerem necessários, um melhor acompanhamento conjuntural. Realizamos também uma apreciação do comportamento dos preços aos produtores e das cotações para o mercado externo. Outrossim, comentamos o debate veiculado pela TV Cultura de Fortaleza - Ce, no programa "Cena Pública" onde, dentre outros assuntos (todos relacionados à cajucultura), é abordada a importância do Protocolo de Intenções, que vem sendo firmado desde 1993, entre os

M INIS TÉ R IO D A AG RIC UL TU R A, P E C U ÁRIA E AB AS TE C IM E N TO

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produtores de castanha "in natura" e as indústrias/beneficiadoras, que exportam a amêndoa. Finalmente, relatamos as ações da Política de Garantia de Preços Mínimos -PGPM principalmente no que se refere à recuperação do preço mínimo para a safra 2003/2004.

2. Produção

No que concerne a produção de castanha de caju "in natura" tecemos comentários sobre a oferta mundial, destacando a inserção do Vietnã, a partir de 1995, como um dos maiores produtores. Discorremos, também, sobre a safra brasileira e as medidas que devem ser adotadas para aumentar a produtividade que é de apenas metade da mundial.

2.

1. Produção Mundial

A safra mundial de castanha de caju em 2002, de acordo com as estatísticas da

FAO (06/08/2003) foi de 1.516,9 mil toneladas distribuídas em 29 países. Os nove

maiores produtores (Brasil, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Índia, Indonésia, Moçambique, Nigéria, Tanzânia e Vietnã) responderam por 91,6% desse total. Comparativamente ao ano anterior, o Brasil foi o único país que apresentou incremento na sua produção (48,0%). Os demais produziram quantidades semelhantes, exceto o Vietnã que teve uma redução de 46,8%.

Tabela 1 Produção Mundial 1993/2002 Produção 2002 % 2001 % Brasil 183,7 12,1 124,1 8,2 Côte d'Ivoire 80,0 5,3 80,0 5,3 Guiné-Bissau 80,0 5,3 80,0 5,3 Índia 460,0 30,3 450,0 29,7 Indonésia 93,6 6,2 93,6 6,2 Moçambique 58,0 3,8 58,0 3,8 Nigéria 186,0 12,3 185,0 12,2 Tanzânia 121,9 8,0 121,9 8,0 Vietnã 127,4 8,4 272,0 17,9 Demais 126,3 8,3 126,4 8,3 Total 1.516,9 100,0 1.591,0 100,0 Fonte: FAO

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Ao compararmos a produção de 2002 com a de 1993 percebemos que ela cresceu 62,3%, destacando-se a Tanzânia, a Costa do Marfim e o Brasil, com incrementos nas safras de 210,2%, 373,4% e 138,3%, respectivamente. Nesse período merece ser realçada a performance do Vietnã que, a partir de 1995, passou integrar o grupo dos cinco maiores produtores mundiais, acirrando mais ainda a oferta.

2.2. Produção Brasileira

A safra nacional de castanha de caju em 2002, segundo as informações disponibilizadas pelo IBGE foi de 187,3 mil toneladas, o que representa 12,3% da produção mundial. Essa relação variou bastante ao longo dos últimos oito anos atingindo o mínimo de 4,4% em 1998 quando foram colhidas apenas 54,1 mil toneladas devido às condições climáticas desfavoráveis na Região Nordeste, principalmente nos Estado do Ceará, até o máximo de 16,4% em 1995.

Tabela 2

Safra Brasileira e Mundial 1995/2002

É válido ressaltar que nesse período o crescimento da produção mundial foi 34,6%, e a participação da safra nacional foi nula devido a estagnação da produtividade. Essa ampliação deve-se, principalmente, ao crescimento da safra do Vietnã e da Índia, dentre outros.

Concluímos, portanto, que não é possível permanecer com os níveis atuais das nossas produtividades médias que oscilam entre 250 e 300 kg/ha, e é apenas a metade da produtividade média mundial, que segundo dados da FAO vêm oscilando nesse últimos oito anos entre 467 e 584 kg/ha.

2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995

Safra Mundial 1.516,9 1.591,0 1.668,0 1.448,3 1.236,5 1.332,9 1.311,9 1.126,4

Safra Brasileira 187,3 124,1 138,6 145,4 54,1 125,4 167,2 185,2

Fonte:IBGE e FAO Elab.:Conab-Sureg-Ce

Quantidade ( Em Mil ton.) Ano

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/ /

Dos 660,0 mil hectares de cajueiros existentes na Região Nordeste, 30% são improdutivos, em decorrência da idade avançadas das plantas (Leite,1994).

Rodrigues (1999), chama-nos a atenção para a queda sistemática da produtividade agrícola e a despadronização da castanha "in natura": a produtividade média histórica dos pomares brasileiros é de 200 kg/ha (contra 600 kg/ha na Índia, 800 kg/ha no Vietnã e 1000 kg/ha na Guiné Bissau). Essa baixíssima produtividade deve-se à predominância dos cajueiros gigantes, que cobrem cerca de 95,0% da área plantada, visto que o cajueiro anão precoce, desenvolvido pela Embrapa, implantado nos 5,0% restantes da área pode apresentar uma produtividade variando de 1000 a 1200 kg/ha (em regime de sequeiro) e até 5800 kg/ha (sob irrigação).

Por esse motivo vêm sendo desenvolvidos estudos para tornar esse agronegócio competitivo. No campo, as propostas seriam: o zoneamento da cultura no Nordeste, a substituição das copas, a fertiirrigação, orientações sobre as boas práticas agrícolas, dentre outras. Além disso, há também a intenção de se plantar no Nordeste cem mil hectares de caju anão precoce, aumentando a área plantada em aproximadamente 15%. Essas medidas devem ser implantadas nos próximos cinco anos podem ampliar a safra nacional em quase 50%.

Para 2003 são previstas 205,1 mil toneladas podendo chegar às 220,0/230,0 mil toneladas, se as condições climáticas permanecerem favoráveis e não houver infestação por antracnose, que é a principal moléstia que ataca os cajueiros. Comparando-se com a produção do ano passado, que já tinha sido um recorde, percebe-se que haverá um incremento de 9,5% devido ao aumento da produtividade, pois a área colhida permaneceu praticamente inalterada, conforme pode ser visto no quadro a seguir.

Se as condições climáticas permanecerem positivas e não houver queda de produtividade por motivo de doença nos cajueiros, a produção do Estado do Ceará, que produz mais da metade da safra nacional, deverá aproximar-se das 120,0 mil toneladas, o que seria um fato inédito.

Essa previsão se for confirmada, será um fato muito positivo para a economia cearense, pois nove das doze indústrias de beneficiamento de castanha de caju filiadas ao SINDICAJU estão estabelecidas nessa Unidade da Federação e vêm trabalhando com capacidade ociosa (a capacidade instalada é de 300 mil toneladas/ano). Além do mais, a maior parte das exportações brasileiras de amêndoa é realizada pelos portos de Pecém e Mucuripe, ambos em Fortaleza(Ce).

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Tabela 3 Safra Brasileira

2002/03

3. Demanda

A maior parte da produção brasileira de amêndoa de castanha de caju é destinada ao mercado internacional, principalmente aos Estados Unidos para onde vão 74,0% das exportações. Por ser um produto relativamente caro, a demanda interna restringi-se a apenas um quinto da produção nacional. Há, portanto, necessidade de diversificar as exportações, para não ficarmos a mercê desse mercado. É também necessário elevar o rendimento dos cajueiros, para reduzir o preço da amêndoa e, por conseqüência, ampliar o mercado doméstico.

3.1 - Demanda Externa

A quantidade exportada tem uma estreita relação com a produção nacional. Entretanto, essa correspondência não ocorreu em 1998 quando a safra foi de apenas 54,1 mil toneladas, em razão dos motivos expostos anteriormente, e foram exportadas nesse mesmo ano e no seguinte 55.983 toneladas ( o ano-safra da vai de agosto a julho do ano subseqüente). Tal fato só foi possível porque as indústrias estavam

Área Rendimento Área Rendimento

(ha) (kg/ha) (ha) (kg/ha)

MA 13.139 5.088 387 13.368 4.725 353 PI 149.554 42.271 283 151.357 46.656 308 CE 362.194 105.823 292 363.715 110.755 305 RN 112.302 26.278 234 112.736 34.621 307 BA 18.146 4.882 269 19.095 5.340 280 Outros 7.598 2.956 389 7.523 2.973 395 Total 662.933 187.298 283 667.794 205.070 307 Fonte:IBGE Elab.: Conab/Sureg/Ce Safra 2002 Safra 2003 Produção (t) Produção (t) UF

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relativamente estocadas mas, mesmo assim, foram necessárias importações de 9.655 toneladas em 1999 e 6.444 toneladas em 2000 (Castanha “in natura”).

Ressaltamos que o Brasil realiza importações ocasionalmente, ao contrário da Índia que é, praticamente, o único importador mundial de castanha “in natura”. No período de 1995 a 2000, enquanto aquele país importou 89,3% do total acumulado, o Brasil, que foi o segundo maior importador, respondeu por apenas 2,0%.

Assim, as indústrias de beneficiamento estão torcendo para que a previsão de uma safra superior a 200 mil toneladas em 2003 seja confirmada, pois haveria condições de superar o recorde de 1992 quando foram exportadas 38.097 toneladas de amêndoas.

O Gráfico 1 mostra o comportamento das vendas para o mercado externo nos últimos trinta e dois anos, com uma curva de tendência com inclinação positiva. No início da década de setenta o mercado externo demandou 6.499 toneladas de amêndoa de castanha de caju. No ano passado essas vendas aproximaram-se das trinta mil toneladas.

Gráfico 1

Amêndoa de Castanha de Caju Vendas para o Mercado Externo

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 1970 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96 98 2000 02 Toneladas

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3.2. Demanda Interna

As vendas de amêndoa de castanha de caju para o mercado interno variam de 7,0 a 7,5 mil toneladas, que é menos de 20% da produção nacional. Essa quantidade vem se mantendo há alguns anos e, para ampliá-la é necessário que haja redução dos preços da castanha de caju " in natura" que será obtido com ganho de produtividade, caso as medidas acima enumeradas venha a ser implementadas.

4. Quadro de Oferta e Demanda

O quadro de suprimento de amêndoa de castanha de caju elaborado por esta Conab faz algumas projeções de "estoque de passagem" para julho de 2004, com base nos pressupostos que se seguem:

1. o "estoque de passagem" em 31/07/2003, pelas informações colhidas junto ao setor, foi estimado em 2,5 mil toneladas, que representa 20 dias de consumo;

2. considerou-se que a safra 2003/04 se situe na faixa das 205,0 mil toneladas, que são os dados do IBGE . Uma outra alternativa seria trabalhar com a opção de ela chegar às 215,0 mil toneladas, pois as condições climáticas permanecem favoráveis;

3. o consumo interno foi projetado em 7,5 mil toneladas de amêndoa; e

4. a quantidade exportada no ano-safra 2003/04 seja a mesma de 2002/03, ou seja, 35,7 mil toneladas. Uma outra possibilidade seria o crescimento das exportações em 10%.

Com base nas premissas acima, chega-se, na 1ª hipótese com um estoque (31/07/2004) de 6,4 mil toneladas de amêndoa, o equivalente a 28,0 mil toneladas de castanha. Na 2ª hipótese, previmos um crescimento de 10,0% nas exportações e consideramos as outra variáveis inalteradas, obtendo um estoque de 2,8 mil toneladas de amêndoa. Na última hipótese, variamos a safra e permanecemos com as exportações da 2ª hipótese, resultando em um estoque de 5,1 mil toneladas de amêndoa.

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Tabela 4

Amêndoa de Castanha de Caju Quadro de Suprimento

5. Preços

5.1 Preços ao Produtor

O preço médio anual da castanha de caju pago ao produtor, um dos principais ítens de custo dessa agroindústria, depois de experimentar altas sucessivas a partir de1996/97 até 1999/2000 (ver gráfico a seguir), recuou nos dois ano-safras subseqüentes, para ter uma elevação expressiva em 2002/2003.

Em 1998/99 a elevação do preço médio em 82,8% foi decorrência da quebra da safra, pelas razões mencionadas anteriormente. Esse fato também repercutiu no ano seguinte com aumento de 7,4%.

Já em 2002/2003 o incremento de 54,1% em relação ao ano anterior foi conseqüência da sobrevalorização do dólar no segundo semestre de 2002. Esse foi o fator determinante para que o preço do Protocolo de Intenções que vem sendo firmado entre as indústrias e os produtores pudesse sair do valor de R$ 0,71/kg, para a castanha tipo 4, com um máximo de 10% de umidade, para R$ 1,10/kg ( ano-safra 2002/2003). 1ª 2ª 3ª Estoque inicial (Em31/07/2003) 2,5 2,5 2,5 Produção 47,1 47,1 49,4 Oferta 49,6 49,6 51,9 Consumo interno 7,5 7,5 7,5 Exportações 35,7 39,3 39,3 Demanda 43,2 46,8 46,8 Estoque final (Em 31/07/2004) 6,4 2,8 5,1 Discriminação Hipóteses

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Gráfico 2 Castanha de Caju

Preço Médio ao Produtor ( Ano-safra)

5.2. Preço de Exportação

Observando-se os preços de exportação percebe-se que o efeito da quebra da safra de 1998 foi o mesmo que o verificado no comportamento dos preços aos produtores, ou seja, cresceram. Entretanto esse aumento foi mais modesto, devido à concorrência internacional. Todavia, o resultado da sobrevalorização do dólar foi inverso, ou seja, enquanto os preços aos produtores subiram quase 30% de setembro para outubro/2002, período em que a taxa de câmbio girava em por volta de R$3,80, o preço de exportação da amêndoa W1 - 320 ficou inalterado em US$ 1,85/lb. A partir daí

Preços em R$/kg 0,43 0,48 0,88 0,94 0,70 0,66 1,01 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 Ano-Safra

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esse preço vem sendo sistematicamente reduzido e atualmente encontra-se por volta de US$1,70/lb.

Concluímos que o comportamento do preço médio de exportação foi análogo ao do preço ao produtor quando houve a quebra de safra e, o inverso, quando se leva em consideração a desvalorização do real ocorrida no segundo semestre de 2002.

Gráfico 3

Amêndoa de Castanha de Caju Preço Médio de Exportação (W1 320)

5.3. Preços ao Produtor versus Protocolo de Intenções.

Três fatores são determinantes para o comportamento dos preços da castanha de caju ao produtor. O primeiro é a safra, que este ano deverá aproximar-se das 230,0 mil toneladas, sendo que o Estado do Ceará, maior produtor, deverá colher 115,0 mil toneladas. O segundo é a taxa de câmbio, uma vez que o mercado externo demanda 80% da produção. Por fim, o Protocolo de Intenções mencionado anteriormente.

2,30 2,76 2,09 1,76 2,74 1,77 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 Ano-safra Preço: US$/lb

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Por esse motivo, os sindicatos dos produtores e das indústrias do Ceará vêm, ao longo desses últimos anos, firmando um Protocolo de Intenções que garante um preço piso ao produtor. O que está em vigor é de R$1,10/kg, posto indústria. Para 2003/2004 a continuidade desse acordo, segundo as indústrias, está na dependência da decisão da Camex a respeito da taxação da exportações de castanha "in natura", que atualmente está em 20%. Os sindicatos acima citados pleiteiam que retorne a alíquota de 40%.

A esse respeito foi veiculado na TV Cultura de Fortaleza(Ce) no dia 20/08/2003 no programa "Cena Pública", um debate intitulado "Cajucultura - Safra 2003", onde o assunto relativo à taxação das exportações de castanha "in natura" foi exaustivamente discutido. Participaram do mesmo os presidentes do SINCAJU (Sindicato dos Produtores), do SINDICAJU (Sindicato das Industrias) e da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado do Ceará, o Secretário de Agricultura do Município de Horizonte e o representante do Comitê do Caju do Município de Itapipoca. As principais conclusões na opinião dos participantes desse debate foram:

! ! !

! A retirada da alíquota de exportação de castanha de caju "in natura" não vai agregar valor e irá beneficiar somente a Índia, enquanto as exportações de amêndoa agregam 50%;

! ! !

! Não há nenhum país que exporte simultaneamente castanha de caju "in natura" e amêndoa. Se a Camex deixar de taxar as exportações de castanha, o Brasil não só irá inovar como possivelmente prejudicará os produtores, no médio prazo;

! ! !

! Com a liberação das exportações, as industrias de beneficiamento ficam desobrigadas de firmar o Protocolo de Intenções, uma vez que a garantia de preços ao produtor está atrelada à cláusula que sobretaxa a exportação;

! ! !

! Segundo o presidente do SINDICAJU a liberação das exportações sem taxação, contribuirá para que a Índia implemente com mais facilidade a sua estratégia de eliminação da concorrência internacional. Além disso, acrescentou que é muito difícil concorrer com aquele país, devido ao subsídio e ao baixo custo da mão-de-obra que é de US$ 35,00, sem encargos sociais; e

! ! !

! O presidente do SINCAJU afirmou que este Sindicato não tem nenhuma responsabilidade, caso o Protocolo de Intenções não venha a ser firmado. Disse claramente que a FAEC é a grande responsável por está subsidiando a CNA, de

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uma forma errônea que, por sua vez, orienta a Camex no sentido de zerar o imposto de exportação.

Os problemas levantados pelos debatedores e que, nas suas opiniões, podem surgir, caso a exportação da castanha de caju "in natura" seja liberada sem taxação, foram:

! ! !

! No curto prazo, os preços ao produtor podem subir. Entretanto, quando as industrias brasileiras estiveram desestabilizadas, como ocorreu em Moçambique, os produtores ficarão na dependência dos tradings indianos;

! ! !

! Os produtores de castanhas serão desestimulados e poderão abandonar a cultura, o que ocasionaria o desemprego rural, com as conseqüências negativas daí decorrentes;

! ! !

! Pode também contribuir para que as industrias de aproveitamento do pedúnculo, (uma já está em fase de instalação no município de Itapipoca e outras quatro devem ser instaladas brevemente, segundo informações do Presidente do SINCAJU), repensem essa decisão.

! ! !

! Há a possibilidade de as oito unidades de beneficiamento instaladas no Ceará encerrarem as suas atividades, agravando ainda mais o problema social. Foi lembrado que a cadeia do caju gera 300 mil empregos, diretos e indiretos; e

! ! !

! A economia do Estado do Ceará não pode correr o risco de, no longo prazo ter a cajucultura na relação das ex-culturas, o que provavelmente ocorra ser houver a liberação das exportações de castanha de caju "in natura".

Quanto as colocações acima, cabe lembrar que existe posições contrarias, inclusive do setor de produção de outros Estados brasileiros, que defendem a liberação das exportações de castanha “in natura” sem taxação. Também deve ser considerado que, desde 1992 existe restrição às exportações de castanha “in natura”, e neste período não se verificou desenvolvimento e aumento significativo de competitividade e de renda no setor de produção.

O assunto gera polêmica e merece aprofundamento nas discussões.

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O preço mínimo do Governo Federal para a safra 2003/2004 foi fixado em R$ 0,90/kg, que representa um aumento de 38,4%. Ao conceder esse expressivo reajuste o setor público o fez dentro da estratégia de recuperar os preços mínimos dos produtos regionais amparados pela PGPM.

Esse preço, à época de sua elaboração, situava-se acima dos custos relativos aos tratos culturais e à colheita da castanha. É também compatível com a paridade FOB Fortaleza, em cujos portos, estão concentradas a maior parte das exportações. Ele é referência para custeio e a comercialização da safra, objetiva ampliar o período de comercialização, e é também o suporte para a manutenção da produção e, por conseqüência das exportações.

Petrarcas S. Deus ce.segeo@conab.gov.br

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