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Economia e Mercado resumo geral da matéria

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Economia e Mercado Economia e Mercado

Podemos definir a atividade econômica como sendo: Podemos definir a atividade econômica como sendo: "A atividade econômica se define a

"A atividade econômica se define a partir da interação de copartir da interação de complexas variáveis. Dadas asmplexas variáveis. Dadas as limitações do espaço geográfico e

limitações do espaço geográfico e dos meios naturais, ela é idos meios naturais, ela é influenciável por fatoresnfluenciável por fatores antropológicos- culturais, pelo ordenamento político, pelo progresso tecnológico e pelo antropológicos- culturais, pelo ordenamento político, pelo progresso tecnológico e pelo imprevisível comportamento dos diferentes grupos sociais de que se

imprevisível comportamento dos diferentes grupos sociais de que se constituem as nações.constituem as nações. Procurar compreender, em toda sua extensão, esses eixos

Procurar compreender, em toda sua extensão, esses eixos de sustentação é a tarefa maisde sustentação é a tarefa mais importante dos que se dedicam à

importante dos que se dedicam à economia".economia".

Assim, podemos verificar a interrelação da ciência econômica com outras ciências, tais como: Assim, podemos verificar a interrelação da ciência econômica com outras ciências, tais como: -- Ética;Ética; -- Filosofia;Filosofia; -- Direito;Direito; -- Antropologia;Antropologia; -- Psicologia;Psicologia; -- Sociologia; eSociologia; e -- Política.Política.

A ciência econômica pode ser considerada como uma ciência exata? A ciência econômica pode ser considerada como uma ciência exata? Não. Mas, por quê?

Não. Mas, por quê?

A ciência econômica lida com indivíduos, ou seja, não lida com

A ciência econômica lida com indivíduos, ou seja, não lida com fórmulas definidas. Ela estuda ofórmulas definidas. Ela estuda o homem inserido em um ambiente de escassez. A

homem inserido em um ambiente de escassez. A partir do momento que ela partir do momento que ela estuda este serestuda este ser social, temos, então, que a Economia é uma Ciência Social Aplicada.

social, temos, então, que a Economia é uma Ciência Social Aplicada. Para entender a economia é necessário definirmos alguns co

Para entender a economia é necessário definirmos alguns conceitos primordiais.nceitos primordiais. Bens

Bens

São ativos reais que

São ativos reais que satisfazem as necessidades humanas. Podem ser divididos da seguintesatisfazem as necessidades humanas. Podem ser divididos da seguinte forma: forma: Bens tangíveis; Bens tangíveis; Bens finais; Bens finais; Bens de consumo; Bens de consumo; Bens duráveis; Bens duráveis; Bens não duráveis; Bens não duráveis; Bens de capital; Bens de capital; Bens intermediários; Bens intermediários; Bens intangíveis Bens intangíveis Fatores de produção: Fatores de produção:

necessários ao processo produtivo. São eles: terra, trabalho e capital. necessários ao processo produtivo. São eles: terra, trabalho e capital. Agentes econômicos:

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Todos os envolvidos nos processos de produção,

Todos os envolvidos nos processos de produção, circulação, distribuição e consumo de circulação, distribuição e consumo de bens ebens e serviços. São eles: Empresas, Famílias

serviços. São eles: Empresas, Famílias e Governo.e Governo. Mercado:

Mercado:

Interação entre oferta e demanda. Interação entre oferta e demanda. Preços:

Preços:

Expressão monetária do valor de um bem ou serviço. Expressão monetária do valor de um bem ou serviço. Renda:

Renda:

Preço pago pela utilização dos fatores de produção. Preço pago pela utilização dos fatores de produção. O problema econômico fundamental

O problema econômico fundamental

Devido a escassez, é necessário fazermos algumas escolhas, sendo englobadas nas perguntas: Devido a escassez, é necessário fazermos algumas escolhas, sendo englobadas nas perguntas: O que produzir?

O que produzir? Como produzir? Como produzir? Para quem produzir? Para quem produzir?

O que produzir? O que produzir?

Este item está baseado em quatro hipóteses: Este item está baseado em quatro hipóteses: (1) Recursos limitados quantitativamente; (1) Recursos limitados quantitativamente; (2) Utilização plena e racional dos fatores; (2) Utilização plena e racional dos fatores; (3) Escolhas dos bens

(3) Escolhas dos bens baseadas nas hipóteses anteriores; ebaseadas nas hipóteses anteriores; e (4) Diferença de tecnologia.

(4) Diferença de tecnologia.

A sociedade optará pela produção de um bem ou de outro. A sociedade optará pela produção de um bem ou de outro.

Assim, se faz necessário criar possibilidades de produção, descritas pela curva de Assim, se faz necessário criar possibilidades de produção, descritas pela curva de possibilidades de produção (CPP).

possibilidades de produção (CPP). Ex.: Peguemos dois bens, roupas e

Ex.: Peguemos dois bens, roupas e alimentos, e verifiquemos o que acontece com produçãoalimentos, e verifiquemos o que acontece com produção deles.

deles.

Produção

Produção Alimentos Alimentos RoupasRoupas 1 1 10 10 180180 2 2 20 20 160160 3 3 30 30 150150 4 4 40 40 130130 5 5 50 50 100100

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Todos os envolvidos nos processos de produção,

Todos os envolvidos nos processos de produção, circulação, distribuição e consumo de circulação, distribuição e consumo de bens ebens e serviços. São eles: Empresas, Famílias

serviços. São eles: Empresas, Famílias e Governo.e Governo. Mercado:

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Interação entre oferta e demanda. Interação entre oferta e demanda. Preços:

Preços:

Expressão monetária do valor de um bem ou serviço. Expressão monetária do valor de um bem ou serviço. Renda:

Renda:

Preço pago pela utilização dos fatores de produção. Preço pago pela utilização dos fatores de produção. O problema econômico fundamental

O problema econômico fundamental

Devido a escassez, é necessário fazermos algumas escolhas, sendo englobadas nas perguntas: Devido a escassez, é necessário fazermos algumas escolhas, sendo englobadas nas perguntas: O que produzir?

O que produzir? Como produzir? Como produzir? Para quem produzir? Para quem produzir?

O que produzir? O que produzir?

Este item está baseado em quatro hipóteses: Este item está baseado em quatro hipóteses: (1) Recursos limitados quantitativamente; (1) Recursos limitados quantitativamente; (2) Utilização plena e racional dos fatores; (2) Utilização plena e racional dos fatores; (3) Escolhas dos bens

(3) Escolhas dos bens baseadas nas hipóteses anteriores; ebaseadas nas hipóteses anteriores; e (4) Diferença de tecnologia.

(4) Diferença de tecnologia.

A sociedade optará pela produção de um bem ou de outro. A sociedade optará pela produção de um bem ou de outro.

Assim, se faz necessário criar possibilidades de produção, descritas pela curva de Assim, se faz necessário criar possibilidades de produção, descritas pela curva de possibilidades de produção (CPP).

possibilidades de produção (CPP). Ex.: Peguemos dois bens, roupas e

Ex.: Peguemos dois bens, roupas e alimentos, e verifiquemos o que acontece com produçãoalimentos, e verifiquemos o que acontece com produção deles.

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Produção

Produção Alimentos Alimentos RoupasRoupas 1 1 10 10 180180 2 2 20 20 160160 3 3 30 30 150150 4 4 40 40 130130 5 5 50 50 100100

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6

6 60 60 6060

Como produzir? Como produzir?

Expressa a tecnologia, e a

Expressa a tecnologia, e a busca eficiente, de técnicas e economias mais vantajosas.busca eficiente, de técnicas e economias mais vantajosas. Eficiência técnica: processo que alcançar a melhor quantidade de produto, com a menor Eficiência técnica: processo que alcançar a melhor quantidade de produto, com a menor quantidade de insumos ou fatores de

quantidade de insumos ou fatores de produção.produção.

Eficiência Econômica: busca do

Eficiência Econômica: busca do processo que apresentar o menor custo de produção. processo que apresentar o menor custo de produção. EssaEssa eficiência será determinada pelo preço dos fatores de

eficiência será determinada pelo preço dos fatores de produção:produção: Mão-de-obra: salários Mão-de-obra: salários Capital: juros Capital: juros Terra: aluguel Terra: aluguel Empreendimento: lucro Empreendimento: lucro

Para quem produzir? Para quem produzir? Direito a consumir de cada

Direito a consumir de cada membro da sociedade, que será determinado por seusmembro da sociedade, que será determinado por seus rendimentos, ou seja, todos temos uma restrição o

rendimentos, ou seja, todos temos uma restrição orçamentária e só poderemos consumir arçamentária e só poderemos consumir a quantidade que ela nos permite.

quantidade que ela nos permite.

Organização do sistema econômico irá determinar o direito ao consumo, dependendo do Organização do sistema econômico irá determinar o direito ao consumo, dependendo do regime que esta sociedade está vinculada, podendo ser c

regime que esta sociedade está vinculada, podendo ser capitalista ou socialista.apitalista ou socialista.

Podemos definir a atividade econômica como sendo: Podemos definir a atividade econômica como sendo: "A atividade econômica se define a

"A atividade econômica se define a partir da interação de copartir da interação de complexas variáveis. Dadas asmplexas variáveis. Dadas as limitações do espaço geográfico e

limitações do espaço geográfico e dos meios naturais, ela é idos meios naturais, ela é influenciável por fatoresnfluenciável por fatores antropológicos- culturais, pelo ordenamento político, pelo progresso tecnológico e pelo antropológicos- culturais, pelo ordenamento político, pelo progresso tecnológico e pelo imprevisível comportamento dos diferentes grupos sociais de que se

imprevisível comportamento dos diferentes grupos sociais de que se constituem as nações.constituem as nações. Procurar compreender, em toda sua extensão, esses eixos

Procurar compreender, em toda sua extensão, esses eixos de sustentação é a tarefa maisde sustentação é a tarefa mais importante dos que se dedicam à

importante dos que se dedicam à economia".economia".

Assim, podemos verificar a interrelação da ciência econômica com outras ciências, tais como: Assim, podemos verificar a interrelação da ciência econômica com outras ciências, tais como: - Ética; - Ética; - Filosofia; - Filosofia; - Direito; - Direito; - Antropologia; - Antropologia; - Psicologia; - Psicologia; - - Sociologia; Sociologia; ee - Política. - Política.

A ciência econômica pode ser considerada como uma ciência exata? A ciência econômica pode ser considerada como uma ciência exata?

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Não. Mas, por quê? Não. Mas, por quê?

A ciência econômica lida com indivíduos, ou seja, não lida com

A ciência econômica lida com indivíduos, ou seja, não lida com fórmulas definidas. Ela estuda ofórmulas definidas. Ela estuda o homem inserido em um ambiente de escassez. A

homem inserido em um ambiente de escassez. A partir do momento que ela partir do momento que ela estuda este serestuda este ser social, temos, então, que a Economia é uma Ciência Social Aplicada.

social, temos, então, que a Economia é uma Ciência Social Aplicada. Para entender a economia é necessário definirmos alguns co

Para entender a economia é necessário definirmos alguns conceitos primordiais.nceitos primordiais. Bens

Bens

São ativos reais que

São ativos reais que satisfazem as necessidades humanas. Podem ser divididos da seguintesatisfazem as necessidades humanas. Podem ser divididos da seguinte forma: forma: Bens tangíveis; Bens tangíveis; Bens finais; Bens finais; Bens de consumo; Bens de consumo; Bens duráveis; Bens duráveis; Bens não duráveis; Bens não duráveis; Bens de capital; Bens de capital; Bens intermediários; Bens intermediários; Bens intangíveis Bens intangíveis Fatores de produção: Fatores de produção:

necessários ao processo produtivo. São eles: terra, trabalho e capital. necessários ao processo produtivo. São eles: terra, trabalho e capital. Agentes econômicos:

Agentes econômicos:

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Todos os envolvidos nos processos de produção, circulação, distribuição e consumo de irculação, distribuição e consumo de bens ebens e serviços. São eles: Empresas, Famílias

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Interação entre oferta e demanda. Interação entre oferta e demanda. Preços:

Preços:

Expressão monetária do valor de um bem ou serviço. Expressão monetária do valor de um bem ou serviço. Renda:

Renda:

Preço pago pela utilização dos fatores de produção. Preço pago pela utilização dos fatores de produção. O problema econômico fundamental

O problema econômico fundamental

Devido a escassez, é necessário fazermos algumas escolhas, sendo englobadas nas perguntas: Devido a escassez, é necessário fazermos algumas escolhas, sendo englobadas nas perguntas: O que produzir?

O que produzir? Como produzir? Como produzir? Para quem produzir? Para quem produzir?

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O que produzir? O que produzir?

Este item está baseado em quatro hipóteses: Este item está baseado em quatro hipóteses: (1) Recursos limitados quantitativamente; (1) Recursos limitados quantitativamente; (2) Utilização plena e racional dos fatores; (2) Utilização plena e racional dos fatores; (3) Escolhas dos bens

(3) Escolhas dos bens baseadas nas hipóteses anteriores; ebaseadas nas hipóteses anteriores; e (4) Diferença de tecnologia.

(4) Diferença de tecnologia.

A sociedade optará pela produção de um bem ou de outro. A sociedade optará pela produção de um bem ou de outro.

Assim, se faz necessário criar possibilidades de produção, descritas pela curva de Assim, se faz necessário criar possibilidades de produção, descritas pela curva de possibilidades de produção (CPP).

possibilidades de produção (CPP). Ex.: Peguemos dois bens, roupas e

Ex.: Peguemos dois bens, roupas e alimentos, e verifiquemos o que acontece com alimentos, e verifiquemos o que acontece com produçãoprodução deles.

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Produção

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quantidade de insumos ou fatores de produção.produção.

Eficiência Econômica: busca do

Eficiência Econômica: busca do processo que apresentar o menor custo de produção. processo que apresentar o menor custo de produção. EssaEssa eficiência será determinada pelo preço dos fatores de

eficiência será determinada pelo preço dos fatores de produção:produção: Mão-de-obra: salários Mão-de-obra: salários Capital: juros Capital: juros Terra: aluguel Terra: aluguel Empreendimento: lucro Empreendimento: lucro

Para quem produzir? Para quem produzir?

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Direito a consumir de cada membro da sociedade, que será determinado por seus

rendimentos, ou seja, todos temos uma restrição orçamentária e só poderemos consumir a quantidade que ela nos permite.

Organização do sistema econômico irá determinar o direito ao consumo, dependendo do regime que esta sociedade está vinculada, podendo ser capitalista ou socialista.

MÓDULO2

OPROBLEMA ECONÔMICO/FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ECONÔMICO

1. Conceito

É uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas.

Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são escassos; contudo as necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. Isso obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vários grupos da sociedade.

2. Sistemas Econômicos

Pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade.

Os elementos básicos de um sistema econômico são:

a) Estoques de Recursos Produtivos ou Fatores de Produção: recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, terra, reservas naturais e a tecnologia.

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b) Complexo de unidades de produção: constituído pelas empresas.

c) Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são à base da organização da sociedade.

Os sistemas econômicos podem ser classificados em:

· Sistema capitalista, ou economia de mercado, é aquele regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção.

· Sistema socialista ou economia centralizada, ou ainda economia planificada, é aquele em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção.

3. Os Problemas Econômicos Fundamentais

Da escassez dos recursos ou dos fatores de produção, associa-se às necessidades ilimitadas do homem, originando problemas econômicos fundamentais:

· O quê e quanto produzir: dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, quais produtos serão produzidos e em que quantidades.

· Como produzir: a sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente.

· Para quem produzir: a sociedade terá também que decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção (demanda, oferta, determinação de salários, das rendas das terras, dos juros etc).

Em economias de mercado, esses problemas são resolvidos pelos mecanismos de preços atuando por meio da oferta e da demanda. Nas economias centralizadas, essas questões são decididas por um órgão central de planejamento, a partir de um levantamento dos recursos de produção disponíveis e das necessidades do país, e não pela oferta e demanda no mercado.

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3.1. Curva de Possibilidades de Produção (ou Curva de Transformação)

É um conceito teórico com o qual se ilustra, como a questão da escassez impõe um limite à capacidade produtiva de uma sociedade, que terá que fazer escolhas entre alternativas de produção.

Devido à escassez de recursos, a produção total de um país tem um limite máximo, onde todos os recursos disponíveis estão empregados. Suponhamos uma economia que só produza máquinas (Bens de Capital) e alimentos (Bens de Consumo) e que as alternativas de produção de ambos seja as seguintes:

Alternativas de Produção Máquinas (milhares) Alimentos (toneladas)

A 25 0

B 20 30

C 15 45

D 10 60

E 0 70

Na primeira alternativa (A) todos os fatores de produção seriam alocados para a produção de máquinas;na última (E) seriam alocados somente para a produção de alimentos; e nas alternativas intermediárias (B, C e D) os fatores de produção seriam distribuídos na produção de um ou de outro bem.

3.2. Conceito de Custo de Oportunidade

A transferência dos fatores de produção de um bem A para produzir um bem B implica um custo de oportunidade que é igual ao sacrifício de se deixar de produzir parte do bem A para se produzir mais do bem B. O custo de oportunidade por representar o custo da produção alternativa sacrificada, reflete em um custo implícito.

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4. Funcionamento de uma Economia de Mercado: Fluxos Reais e Monetários

Para entender o funcionamento do sistema econômico, vamos supor uma economia de mercado que não tenha interferência do governo e não tenha transações com exterior ( economia fechada ).

Os agentes econômicos são as famílias e as empresas. As famílias são proprietárias de fatores de produção e os fornecem às empresas, através do mercado dos fatores de produção. As empresas, através da combinação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias por meio do mercado de bens e serviços.

4.1. Fluxo Real e Monetário da Economia

  

MERCADO DE BENS E SERVIÇOS     DEMANDA OFERTA  FAMÍLIAS EMPRESAS  OFERTA DEMANDA  MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO      

No entanto, o fluxo real da economia só se torna possível com a presença da moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços. Desse modo, paralelamente ao fluxo real temos um fluxo monetário da economia:

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PAGAMENTO DOS BENS E SERVIÇOS    

FAMÍLIAS EMPRESAS

REMUNERAÇÃO DOS FATORES DE PRODUÇÃO

  

4.2. Fluxo Circular de Renda

Unindo os dois fluxos anteriores, temos o chamado Fluxo Circular de Renda:

MERCADO DE BENS E SERVIÇOS DEMANDA DE BENS E SERVIÇOS OFERTA DE BENS E SERVIÇOS 

O QUE E QUANTO PRODUZIR

 

FAMÍLIAS COMO PRODUZIR  EMPRESAS

  OFERTA DE SERVIÇOS DOS FATORES DE PRODUÇÃO PARA QUEM PRODUZIR DEMANDA DE SERVIÇOS DOS FATORES DE PRODUÇÃO 

MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO

Fluxo Monetário

Fluxo Real (Bens e Serviços)

5. Definição de Bens de Capital, Bens de Consumo, Bens Intermediários e Fatores de Produção

5.1. Bens de Capital

São aqueles utilizados na fabricação de outros bens, mas que não se desgastam totalmente no processo produtivo. Exemplo: Máquinas, Equipamentos e Instalações.

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Destinam-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas. De acordo com sua durabilidade, podem ser classificados como duráveis (geladeiras, fogões, automóveis) ou como não –duráveis (alimentos, produtos de limpeza).

5.3. Bens Intermediários

São aqueles que são transformados ou agregados na produção de outros bens e que são consumidos totalmente no processo de produtivo (insumos, matérias-primas e componentes).

5.4. Fatores de Produção

São constituídas pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e tecnologia.

Cada fator de produção corresponde uma remuneração, a saber:

Fator de Produção Tipo de Remuneração

Trabalho Salário

Capital Juro

Terra Aluguel

Tecnologia Royalty

Capacidade empresarial Lucro

6. Inter-Relação da Economia com Outras Áreas do Conhecimento

Apesar de ser uma ciência social, a Economia é limitado pelo meio físico, dado que os recursos são escassos, e se ocupa de quantidades físicas e das relações entre as quantidades, como a que se estabelece entre a produção de bens e serviços e os fatores de produção utilizados no processo produtivos.

A Economia apresenta muitas regularidades, sendo que algumas relações são invioláveis. Por Exemplo: O consumo nacional depende diretamente da renda nacional. A quantidade demandada de um bem tem uma relação inversamente proporcional com o seu preço. As exportações e as importações dependem da taxa de câmbio.

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A área que está voltada para quantificação dos modelos é a Econometria, que combina Teoria Econômica, Matemática e Estatística.

Economia e Política são áreas muito interligadas, tornando-se difícil estabelecer uma relação de casualidade entre elas. A estrutura política se encontra muitas vezes subordinadas ao poder econômico. Citemos alguns exemplos: poder Econômico dos latifundiários, poder dos oligopólios e monopólios, poder das corporações estatais.

Economia e História: a pesquisa histórica é extremamente útil e necessária para Economia, pois ela facilita a compreensão do presente e ajuda nas previsões para o futuro com base nos fatos do passado. As guerras e revoluções, por exemplo, alteraram o comportamento e a evolução da Economia.

Economia e Geografia: a Geografia não é o simples registro de acidentes Geográficos e climáticos. Ela nos permite avaliar fatores muito úteis à análise econômica, como as condições geoeconômicas dos mercados, a concentração espacial dos fatores produtivos, a localização de empresas e a composição setorial da atividade econômica.

Economia, Moral, Justiça e Filosofia: na pré-economia, antes da Revolução Industrial do século XVIII, que corresponde ao período da Idade Média, a atividade econômica era vista como parte integrante da Filosofia, Moral e Ética. A Economia era orientada por princípios morais e de justiça.

Bibliografia

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de e GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de Economia.São Paulo: Saraiva, 2003.

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MÓDULO3

DINÂMICA DOSMERCADOS E SEUS IMPACTOS NAS ORGANIZAÇÕES

1. Microeconomia

A Microeconomia, ou Teoria Geral dos Preços, analisa a formação de preços no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de um determinado bem ou serviço em mercados específicos. A microeconomia estuda o funcionamento da oferta e da procura na formação do preço no mercado, isto é, o preço sendo obtido pela interação do conjunto dos consumidores com o conjunto de empresas que fabricam um dado bem ou serviço.

1.1. Pressupostos Básicos da Análise Microeconômica

A hipótese coeteris paribus(tudo o mais permanece constante): o foco de estudo é dirigido apenas àquele mercado, analisando o papel que a oferta e a demanda nele exercem, supondo que outras variáveis interfiram muito pouco, ou que não interfiram de maneira absoluta.

1.1.1. Papel dos preços relativos

Na análise microeconômica, são mais relevantes os preços relativos, isto é, os preços dos bens em relação aos demais, do que os preços absolutos ( isolados) das mercadorias. Exemplo: se o preço do guaraná cair 10%, mas também o preço da soda cair em 10%, nada deve acontecer na demanda dos dois bens, mas se cair apenas o preço do guaraná,

permanecendo inalterado o preço da soda, deve-se esperar um aumento na quantidade procurada de guaraná e uma queda na soda. Embora não tenha havido alteração no preço absoluto da soda, seu preço relativo aumentou, quando comparado com o guaraná.

1.1.2. Princípio da Racionalidade

Por esse princípio, os empresários tentam sempre maximizar lucros condicionados pelos custos de produção, os consumidores procuram maximizar sua satisfação no consumo de bens e serviços ( limitados por sua renda e pelos preços das mercadorias).

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1.2. Aplicações da análise microeconômica

A teoria microeconômica não é um manual de técnicas para a tomada de decisões do dia-a-dia, mesmo assim ela representa uma ferramenta útil para esclarecer políticas e

estratégias, dentro de um horizonte de planejamento, tanto em nível de empresas quanto de nível de política econômica.

Para as empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes decisões: · políticas de preços da empresa.

· previsão de demanda e faturamento. · previsão de custos de produção.

· decisões ótimas de produção (melhor combinação dos custos de produção). · avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo/benefício) · política de propaganda e publicidade.

· localização da empresa.

Em relação da política econômica, pode contribuir na análise e tomada de decisões das seguintes questões:

· efeitos de impostos sobre mercados específicos. · política de subsídios.

· fixação de preços mínimos na agricultura. · controle de preços

· política salarial

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2. Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado

Os fundamentos da análise da demanda ou procura estão alicerçados no conceito subjetivo de utilidade. A utilidade representa o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado. Como está baseada em

aspectos psicológicos ou preferências, a utilidade difere de consumidor para consumidor (uns preferem uísque, outros preferem cerveja etc.).

2.1. Demanda de Mercado

A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo.

A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São elas: o preço do bem e serviço, o preço dos outros bens, a renda do consumidor e o gosto ou

preferência do indivíduo. Para estudar-se a influência dessas variáveis utiliza-se a hipótese do coeteris paribus, ou seja, considera-se cada uma dessas variáveis afetando separadamente as decisões do consumidor.

Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem. É a chamada Lei Geral da Demanda. Essa relação pode ser observada a partir dos

conceitos de escala de procura, curva de procura ou função demanda.

A relação preço/quantidade procurada pode ser representada por uma escala de procura, conforme apresentada a seguir:

Alternativa de preço ($) Quantidade Demandada

1,00 12.000

3,00 8.000

6,00 4.000

8,00 3.000

(17)

Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade demanda será provocada por esses dois efeitos somados:

a) Efeito substituição: se um bem possui um substituto, ou seja, outro bem similar que satisfaça a mesma necessidade, quando seu preço aumenta, o consumidor passa adquirir o bem substituto, reduzindo assim sua demanda. Exemplo: Fósforo. b) Efeito renda: quando aumenta o preço de um bem, o consumidor perde o poder

aquisivo, e a demanda por esse produto diminui.

2.1.1. Elasticidade

Cada produto tem sua própria sensibilidade com relação às variações dos preços e da renda. Essa sensibilidade ou reação pode ser medida através da elasticidade. Genericamente, a elasticidade reflete o grau de reação de uma variável quando ocorrem alterações em outra variável,coeteris paribus.

2.1.1.1. Elasticidade-preço da Demanda

É a resposta relativa da quantidade demandada de um bem X às variações de seu preço. Pode ser:

· Demanda elástica: os consumidores de um determinado produto têm grande reação ou resposta nas quantidades a eventuais variações de preços.

· Demanda inelástica: os consumidores tendem a reagir em menor escala às variações de preços.

Fatores que influenciam o grau de elasticidade da demanda:

a) Disponibilidade de bens substitutos: quanto mais substitutos houver para um bem, mais elástica será sua demanda;

b) Essencialidade do bem: se o bem é essencial, será pouco sensível à variação do preço;

c) Importância do bem, quanto ao gasto no orçamento do consumidor: quanto mais importante o gasto referente a um determinado bem, em relação ao orçamento, mais sensível torna-se o consumidor a alterações de seu preço, ou seja, a

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demanda é mais elástica. Comparativamente, por exemplo, a carne tende a ter a elasticidade-preço da demanda mais elevada que o fósforo, em função da relação do preço da carne junto ao orçamento doméstico.

2.2. Oferta de Mercado

Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende de vários fatores; dentre eles, de seu próprio preço, dos demais preços, dos preços dos fatores de produção, das preferências do empresário e da tecnologia.

Diferentemente da função demanda, a função de oferta mostra uma correlação direta entre a quantidade ofertada e nível de preços. É a chamada Lei Geral da Oferta.

Podemos expressar uma escala de oferta de um bem X, ou seja, dada uma série de preços, quais seriam as quantidades ofertadas a cada preço:

Alternativas de Preço ( $ ) Quantidade Ofertada

1,00 1.000

3,00 5.000

6,00 9.000

8,00 11.000

10,00 13.000

A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem deve-se ao fato de que,coeteris paribus, um aumento do preço no mercado estimula as empresas a produzirem mais, aumentando sua receita.

2.3. Equilíbrio de Mercado

A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado.

(19)

Preço ($) Quantidade Situação de Mercado Procurada Ofertada

1,00 11 1 Excesso de procura (escassez de oferta)

3,00 9 3 Excesso de procura (escassez de oferta)

6,00 6 6 Equilíbrio entre oferta e procura

8,00 4 8 Excesso de oferta (escassez de procura)

10,00 2 10 Excesso de oferta (escassez de procura)

Como se observa na tabela, existe equilíbrio entre oferta e demanda do bem X, quando o preço é igual a 6,00 unidades monetárias.

3. Interferência do Governo no equilíbrio de mercado

O governo intervém na formação de preços de mercado, a nível microeconômico , e quando fixa impostos e subsídios, estabelecem critérios de reajustes do salário mínimo, fixa preços mínimos para produtos agrícolas decreta tabelamentos ou ainda congelamento de preços e salários.

A) Estabelecimento de Impostos: É sabido que quem recolhe a totalidade do tributo é a

empresa, mas isso não quer dizer que é ela quem efetivamente paga. Assim, saber sobre quem recai efetivamente o ônus do tributo é uma questão da maior importância na análise dos

mercados.

Os tributos se dividem em impostos, taxas e contribuições de melhoria. O impostos dividem-se em:

· Impostos Indiretos: impostos incidentes sobre o consumo ou sobre as vendas.

Exemplo: Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

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B) Política de preços mínimos na agricultura: Trata-se de uma política que visa dar garantia de preços ao produtor agrícola, com propósito de protegê-lo das flutuações dos preços no mercado, ou seja, ajudá-lo diante de uma possível queda acentuada de preços e

conseqüentemente da renda agrícola. O governo, antes do início do plantio, garante um preço que ele pagará após a colheita do produto.

C) Tabelamento: Refere-se à intervenção do governo no sistema de preços de mercado visando coibir abusos por parte dos vendedores, controlar preços de bens de primeira necessidade ou então refrear o processo inflacionário, como foi adotado no Brasil (Planos Cruzado, Bresser etc.), quando se aplicou o congelamento de preços e salários.

Economia Brasileira

A economia brasileira viveu vários ciclos econômicos ao longo da História. Em cada ciclo, um setor e região do país foi privilegiado em detrimento de outros, o que provocou sucessivas mudanças sociais, populacionais, políticas e culturais dentro da sociedade brasileira.

O primeiro ciclo econômico do Brasil foi a extração do pau-brasil (1501-1530): Madeira avermelhada utilizada na tinturaria de tecidos na Europa, e abundante em grande parte do litoral brasileiro na época do descobrimento (do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Norte). Os portugueses instalaram feitorias e sesmarias e contratavam o trabalho de índios para o corte e carregamento da madeira por meio de um sistema de trocas conhecido como escambo. Além do pau-brasil, outras atividades de modelo extrativista predominaram nessa época, como a coleta de drogas do sertão na Amazônia.

O segundo ciclo econômico brasileiro foi o plantio de cana-de-açúcar: Utilizada na Europa para a manufatura de açúcar em substituição à beterraba. O processo era centrado em torno do engenho, composto por uma moenda de tração animal (bois e jumentos) ou humana. O plantio de cana adotou o latifúndio como estrutura fundiária e a monocultura como método agrícola. A agricultura da cana introduziu a modo de produção escravista, baseado na

importação e escravização de africanos. Esta atividade gerou todo um setor paralelo chamado de tráfico negreiro. A pecuária extensiva ajudou a expandir a ocupação do Brasil pelos

portugueses, levando o povoamento do litoral para o interior. Em 1549, Pernambuco já possuía trinta engenhos de açúcar, a Bahia, dezoito e São Vicente dois. O Brasil se tornou o

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maior produtor de açúcar nos séculos XVI e XVII. As principais regiões açucareiras inicialmente eram Pernambuco, Bahia, São Paulo (antes de sucumbir a concorrência da sacarose

nordestina) e parte do Rio de Janeiro (produtores secundários da região de Campos, no baixo vale do Paraíba do Sul).

Ciclo do Ouro - Metais valiosos: Durante todo o século XVII, expedições chamadas entradas e bandeiras vasculharam o interior do território em busca de metais valiosos como ouro, prata e cobre além de pedras preciosas (diamantes, esmeraldas). Afinal, já no início do século XVIII (entre 1709 e 1720) estas foram achadas no interior da Capitania de São Paulo (Planato Central e Montanhas Alterosas), nas áreas que depois foram desmembradas como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, dando início ao ciclo do ouro. Outra importante atividade impulsionada pela mineração foi o comércio interno entre as diferentes vilas e cidades da colônia, proporcionada pelos tropeiros.

Ciclo do café: foi o produto que impulsionou a economia brasileira desde o início do século XIX até a década de 1930. Concentrado a princípio no Vale do Paraíba (entre Rio de Janeiro e São Paulo) e depois nas zonas de terra roxa do interior de São Paulo e do Paraná, o grão foi o

principal produto de exportação do país durante quase 100 anos. Foi introduzida por Francisco de Melo Palheta ainda no século XVIII, a partir de sementes contrabandeadas da Guiana

Francesa.

Ciclo da borracha: Em meados do século XIX, foi descoberta que a seiva da seringueira, uma árvore nativa da Amazônia, servia para a fabricação de borracha, material que começava então a ser utilizado industrialmente na Europa e na América do Norte. Com isso, teve início o ciclo da borracha no Amazonas (então Província do Rio Negro) e na região que viria a ser o Acre brasileiro (então parte da Bolívia e do Peru).

Desenvolvimentismo: O chamado desenvolvimentismo (ou nacional-desenvolvimentismo) foi a corrente econômica que prevaleceu nos anos 1950, do segundo governo de Getúlio Vargas até o Regime Militar, com especial ênfase na gestão de Juscelino Kubitschek.

Valendo-se de políticas econômicas desenvolvimentista desde a Era Vargas, na década de 1930, o Brasil desenvolveu grande parte de sua infra-estrutura em pouco tempo e alcançou elevadas taxas de crescimento econômico. Todavia, o governo muitas vezes manteve suas contas em desequilíbrio, multiplicando a dívida externa e desencadeando uma grande onda

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inflacionária. O modelo de transporte adotado foi o rodoviário, em detrimento de todos os demais (ferroviário, hidroviário, naval, aéreo).

Décadas (1961 - 1980): Nenhum país no mundo havia crescido tanto como o Brasil durante duas décadas (1961 - 1980), em especial no período de 1968 a 1973. Nessa época, o

desemprego praticamente não existia. O Brasil viveu o chamado Milagre Econômico, quando um crescimento acelerado da indústria gerou empregos não-qualificados e ampliou a

concentração de renda, o PIB chegou a crescer 14,0%. Em paralelo, na política, o regime militar endureceu e a repressão à oposição (tanto institucional quanto revolucionária/subversiva) viveu o seu auge. A industrialização, no entanto, continuou concentrada no eixo Rio de

Janeiro-São Paulo e atraiu para esta região uma imigração em massa das regiões mais pobres do país, principalmente o Nordeste.

Década de 80: Por outro lado, a década de 1980 ficou 'para a história' como a famosa 'década perdida', com aumento da inflação, do desemprego, da dívida externa, da queda de renda e com o pagamento de juros da dívida externa, entre outros. A década de 90 foi marcada por um processo de abertura da economia, com controle da inflação. O país se tornou mais

competitivo, e o setor produtivo privado foi forçado a adotar novas tecnologias para se tornar mais produtivo. Em outras palavras, o setor privado fez a lição de casa, mas o setor público pouco fez para se tornar mais eficiente e controlado, a não ser mais recentemente, por meio da Lei de Responsabilidade Fiscal. Tanto é verdade que a dívida pública federal, que era de aproximadamente R$ 60 bilhões em 1993, saltou para cerca de R$ 900 bilhões, no iníco de 2003. Isso ocorreu porque as reformas (tributária e previdenciária) não foram feitas. Por causa disso, os juros foram mantidos elevados e o país passou a trabalhar para pagar os juros da dívida interna. Com palavras mais objetivas, pode-se dizer que na década de 80 trabalhamos para pagar juros da dívida externa (mais de US$ 100 bilhões numa década), enquanto na década de 90 o país trabalhou para pagar juros da dívida interna (R$ 114 bilhões em 2002).

O aluno deve-se atentar para consulta aos textos anexados, assim como a bibliografia complementar orientada para realização dos exercício 'on-line'.

Bibliografia

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de e GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de Economia.São Paulo: Saraiva, 2003.

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MÓDULO4

ESTRUTURAS DEMERCADO

1. Introdução

Nas aulas anteriores vimos, quais variáveis afetam a demanda e a oferta de bens e serviços, e como são determinados os preços, supondo sem interferências, o mercado automaticamente encontra seu equilíbrio. Implicitamente, estava sendo suposta uma estrutura específica de mercado, qual seja, a de concorrência perfeita.

As várias formas ou estruturas de mercados dependem fundamentalmente de três características:

a) número de empresas que compõe esse mercado;

b) tipo do produto ( se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados); c) se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado.

A maior parte dos modelos existentes pressupõe que as empresas maximizam o lucro total, especificamente para o caso de estruturas oligopolistas de mercado, veremos que existe uma teoria alternativa, que pressupõe que a empresa maximiza o mark-up, que é margem entre a receita e os custos diretos ( ou variáveis )de produção.

1.2. Concorrência pura ou perfeita

É um tipo de mercado em que há um grande número de vendedores ( empresas ), de tal sorte uma empresa, isoladamente, por ser insignificante, não afeta os níveis de oferta do mercado e, consequentemente, o preço de equilíbrio.

Nesse tipo de mercado devem prevalecer ainda as seguintes premissas:

· produtos homogêneos: não existe diferenciação entre os produtos ofertados pelas empresas concorrentes;

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· não existem barreiras: para o ingresso de empresas no mercado;

· transparência do mercado: todas as informações sobre lucros, preços etc. são conhecidas por todos os participantes do mercado.

1.3. Monopólio

O mercado monopolista se caracteriza por apresentar condições diametralmente opostas às da concorrência perfeita. Nele existe, de um lado, um único empresário (empresa) dominando inteiramente a oferta e, de outro, todos os consumidores. Não há, portanto concorrência, nem produto substituto ou concorrente. Nesse caso, ou os consumidores se submetem às condições impostas pelo vendedor, ou simplesmente deixaram de consumir o produto.

Nessa estrutura de mercado, a curva de demanda da empresa é a própria curva de demanda do mercado como um todo. Ao ser exclusiva no mercado, a empresa não estará sujeita aos preços vigentes. Mas isso não significa que poderá aumentar os preços

indefinidamente.

Para a existência de monopólios, deve haver barreiras que praticamente impeçam a entrada de novas firmas no mercado. Essas barreiras podem advir das seguintes condições: Monopólio puro, elevado volume de capital, patente e controle de matérias-primas básicas, existem ainda, os monopólios institucionais ou estatais em setores considerados estratégicos ou de segurança nacional (petróleo, energia, comunicação).

1.4. Oligopólio

É um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de

empresas que dominam a oferta de mercado. Pode caracterizar-se como um mercado em que há um pequeno número de empresas, como a indústria automobilística, ou então onde há um grande número de empresas, mas poucas dominam o mercado, como a indústria de bebidas.

O setor produtivo no Brasil é altamente oligopolizado, sendo possível encontrar

inúmeros exemplos: montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria de papel, indústria farmacêutica etc.

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Nos oligopólios, tanto as quantidades ofertadas quanto os preços são fixados entre as empresas por meio de cartéis. O cartel é uma organização formal ou informal de produtores dentro de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ele pertencem.

Podemos caracterizar também tanto oligopólios com produtos diferenciados (como a indústria automobilística) como oligopólios com produtos homogêneos (alumínio).

1.5. Concorrência monopolista

Trata-se de uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, mas que não se confunde com o oligopólio, pelas seguintes características:

a) número relativamente grande de empresas com certo poder concorrencial, porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados, seja por

características físicas, embalagem ou prestação de serviços complementares (pós-venda).

b) margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma vez que existem produtos substitutos no mercado.

Essas características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o preço de seu produto, embora o mercado seja competitivo (daí o nome concorrência monopolista).

2. Estrutura do Mercado de Fatores de Produção

Até aqui identificamos as estruturas de mercados de bens e serviços. O mercado de fatores de produção –mão de obra, capital, terra e tecnologia –também apresenta diferentes estruturas.

2.1. Concorrência Perfeita no mercado de fatores

É um mercado onde existe oferta abundante do fator de produção, por exemplo, mão de obra não especializada, o que torna o preço desse fator constante. Os ofertantes ou

fornecedores, como são em grande número, não têm condições de obter preços mais elevados por seus serviços.

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2.2. Monopsônio

Trata-se de uma forma de mercado na qual há somente um comprador para muitos vendedores dos serviços dos insumos. É o caso da empresa que se instala em uma

determinada cidade do interior e, por ser a única, torna-se demandante exclusiva da mão de obra local e das cidades próximas, tendo para si a totalidade da oferta de mão de obra.

2.3. Oligopsônio

É um mercado onde existem poucos compradores que dominam o mercado para muitos vendedores. Exemplo: indústria de laticínios. Em cada cidade existem dois ou três laticínios que adquirem a maior parte do leite dos inúmeros produtores rurais locais. A indústria automobilística, além de oligopolista no mercado de bens e serviços, também é oligopsonista na compra de autopeças.

2.4. Monopólio bilateral

O monopólio bilateral ocorre quando um monopsonista, na compra de um fator de produção, defronta-se com um monopolista na venda deste fator. Por exemplo, só a empresa A compra um tipo de aço que é produzido apenas pela siderúrgica B. A empresa A é

monopsonista, porque só ela compra esse tipo de aço, e a siderúrgica B é monopolista, porque só ela vende este tipo de aço.

Nesses casos, a determinação dos preços de mercado dependerá não só de fatores econômicos, mas do poder de barganha de ambos: o monopsonista tentando pagar o preço mais baixo (usando a força de ser o único comprador), e o monopolista tentando vender por um preço mais elevado (usando o poder de ser o único fornecedor).

Bibliografia

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de e GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de Economia.São Paulo: Saraiva, 2003.

MÓDULO6

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1. História da Moeda

1.1. Origem da Moeda: o Escambo e o Desenvolvimento da Atividade Econômica

Os primeiros grupos humanos, em geral nômades, não conheciam a moeda e recorriam às trocas diretas de objetos (chamada de escambo) quando desejavam algo que não possuíam. Esses grupos, basicamente, praticavam uma exploração primitiva da natureza e se alimentavam por meio da pesca, caça e coleta de frutos. Num ambiente de pouca diversidade de produtos, o escambo era viável.

O escambo apresenta alguns problemas no que se refere ao desenvolvimento das atividades econômicas de uma maneira geral. Ele exige uma dupla coincidência de desejos, porque quem pescasse e quisesse, por exemplo, um machado, teria que achar uma outra pessoas que fabricasse machados e quisesse, exatamente, peixes. Outro problema diz respeito à indivisibilidade dos objetos nas trocas diretas. Montoro Filho (1992) exemplifica esse problema salientando a dificuldade que um fabricante de canoas teria se quisesse tomar um cafezinho.

A primeira revolução agrícola foi modificando o sistema baseado no escambo. A vida nômade foi gradativamente cedendo lugar para sedentária e a produção passou a diversificar-se com a introdução de utensílios de trabalho. A divisão social do trabalho começa a diversificar-se manifestar e os integrantes do grupo ganham funções específicas como guerreiros, agricultores, pastores, artesãos e sacerdotes Dessa maneira, a divisão do trabalho provocou sensíveis mudanças na vida social. A atividade econômica tornou-se mais complexa; o numero de bens e serviços exigidos para satisfação das necessidades do grupo aumentou, por consequência, a "dupla coincidência de desejos" torna-se mais difícil; a troca torna-se fundamental para a sobrevivência do grupo social

A partir de então, alguns bens de aceitação são eleitos como intermediários de trocas, exercendo, portanto, função de moeda.

A moeda pode ser conceituada como um intermediário de trocas "que serve como medida de valor e que tem aceitação geral. (...) esta aceitação geral é um fenômeno essencialmente social. Além disso, como a moeda representa um poder de aquisição, desde o momento em que é recebida até o momento em que é dada em pagamento de outra transação, ela também se caracteriza como uma reserva de valor" (LOPES e ROSSETTI, 1991: 18).

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1.2. Evolução Histórica da Moeda

As primeiras moedas foram mercadorias e deveriam ser suficientemente raras, para que tivessem valor, e, como já foi dito, ter aceitação comum e geral. Elas tinham, então, essencialmente valor de uso; e como esse valor de uso era comum e geral elas tinham, conseqüentemente, valor de troca). O abandono da exigência do valor de uso dos bens, em detrimento do valor de troca, foi gradativo.

Entre os bens usados como moeda estão o gado, que tinha a vantagem, de multiplicar-se entre uma troca e outra—mas, por outro lado, o sal na Roma Antiga; o dinheiro de bambu na China; o dinheiro em fios na Arábia.

"As moedas-mercadorias variaram amplamente de comunidade para comunidade e de época para época, sob marcante influência dos usos e costumes dos grupos sociais em que circulavam" . Assim, por exemplo, na Babilônia e Assíria antigas utilizava-se o cobre, a prata e a cevada como moedas; na Alemanha medieval, utilizavam-se gado, cereais e moedas cunhadas de ouro e prata; na Austrália moderna fizeram a vez de moeda o rum, o trigo e até a carne.

Com o tempo, as moedas-mercadorias foram sendo descartadas. As principais razões para isso foram:

· elas não cumpriam satisfatoriamente a característica de aceitação geral exigida nos instrumentos monetários. Além disso, perdia-se a confiança em mercadorias não homogêneas, sujeitas à ação do tempo (como no caso dos gados citado acima), de difícil transporte, divisão ou manuseio;

· a característica valor de uso e valor de troca tornava o novo sistema muito semelhante ao escambo e suas limitações intrínsecas.

Os metais preciosos passaram a sobressair por terem uma aceitação mais geral e uma oferta mais limitada, o que lhes garantia um preço estável e alto. Além disso, não se desgastavam, facilmente reconhecidos, divisíveis e leves. Entretanto, havia o problema da pesagem.

Em cada transação, os metais preciosos deveriam ser pesados para se determinar seu valor. Esse problema foi resolvido com a cunhagem, quando era impresso na moeda o seu valor. Muitas vezes, entretanto, um soberano recontava as moedas para financiar o tesouro real. Ele recolhia as moedas em circulação e as redividia em um número maior, apoderando-se

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do excedente. Esse processo gerava o que conhecemos como inflação, uma vez que existia um maior número de moedas para uma mesma quantidade de bens existentes

Os primeiros metais utilizados como moeda foram o cobre, o bronze e, notadamente, o ferro. Por serem, ainda, muito abundantes, não conseguiam cumprir uma função essencial da moeda que é servir como reserva de valor. Dessa maneira, os metais não nobres foram sendo substituídos pelo ouro e pela prata, metais raros e de aceitação histórica e mundial.

O desenvolvimento de sistemas monetários demandaram o surgimento de um novo tipo de moeda: a moeda-papel. A moeda-papel veio para contornar os inconvenientes da moeda metálica (peso, risco de roubo), embora valessem com lastro nela. Assim surgem os certificados de depósito, emitidos por casas de custódia em troca do metal precioso nela depositado. Por ser lastreada, essa moeda representativa poderia ser convertida em metal precioso a qualquer momento, e sem aviso prévio, nas casas de custódia A moeda-papel abre espaço para o surgimento da moeda fiduciária, ou papel-moeda, modalidade de moeda não lastreada totalmente. O lastro metálico integral mostrou-se desnecessário quando foi constatado que a reconversão da moeda-papel em metais preciosos não era solicitada por todos os seus detentores ao mesmo tempo e ainda quando uns a solicitavam, outros pediam novas emissões. A passagem da moeda-papel para o papel-moeda é tida como uma das mais importantes e revolucionárias etapas da evolução histórica da moeda A falência do sistema privado de emissões (quando, em diversos momentos da História, todos resolviam reconverter seus papéis-moeda em metais preciosos) levou o Estado a controlar o mecanismo das emissões e a exercer seu monopólio. Após o uso de diversos sistemas de conversão que se mostraram fracassados, os sistemas monetários de quase todos os países, depois da Grande Depressão gerada pela crise de 1929-33, com a exceção dos Estados Unidos — que mantiveram o lastro metálico proporcional até 1971 —, adotaram o sistema fiduciário. Hoje, esses sistemas apresentam inexistência de lastro metálico, inconversiblidade absoluta e monopólio estatal das emissões Desenvolve-se, juntamente com a moeda fiduciária, a chamada moeda bancária, escritural (porque corresponde a lançamentos a débito e crédito) ou invisível (por não ter existência física). O seu desenvolvimento foi acidental (LOPES e ROSSETTI, 1991), uma vez que não houve uma conscientização de que os depósitos bancários, movimentados por cheques, eram uma forma de moeda. Eles ajudaram a expandir os meios de pagamento através da multiplicação de seu uso. Hoje em dia, a moeda bancária representa a maior parcela dos meios de pagamento existentes.

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Criada pelos bancos comerciais, essa moeda corresponde à totalidade dos depósitos à vista e a curto prazo e sua movimentação é feita por cheques ou por ordens de pagamento — instrumentos utilizados para sua transferência e movimentação Atualmente, as duas formas de moeda utilizadas são a fiduciária e a bancária, que têm apenas valor de troca.

2. Funções da Moeda

Para aprofundar as utilizações da moeda descritas acima, quando foi feita a sua conceituação, estão, a seguir, as principais funções da moeda relacionadas por Cavalcanti e Rudge:

· Intermediária de trocas: Superação do escambo, operação de economia monetária, melhor especialização e divisão social do trabalho, transações com menor tempo e esforço, melhor planejamento de bens e serviços;

· Medida de valor: Unidade padronizada de medida de valor, denominador comum de valores, racionaliza informações econômicas constrói sistema agregado de contabilidade social, produção, investimento, consumo, poupança;

· Reserva de valor: Alternativa de acumular riqueza, liquidez por excelência, pronta aceitação consensual;

· Função liberatória: Liquida débitos e salda dívidas, poder garantido pelo Estado; · Padrão de pagamentos: Permite realizar pagamentos ao longo do tempo, permite

crédito e adiantamento, viabiliza fluxos de produção e de renda;

· Instrumento de poder: Instrumento de poder econômico, conduz ao poder político, permite manipulação na relação Estado-Sociedade.

3. A Oferta de Moeda

Vamos nos concentrar agora nos fatores que determinam a oferta de moeda. Vimos que a oferta de moeda é realizada tanto pelas autoridades monetárias, por meio da emissão de notas e moedas metálicas, quanto pelos bancos comerciais que, apesar de não poderem

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emitir, podem, no entanto, criar ou destruir moeda. Iremos inicialmente estudar a oferta de moeda dos bancos comerciais e posteriormente analisar os instrumentos disponíveis pelas autoridades para controlarem a oferta total de moeda.

3.1. O Sistema Bancário - Criação e Destruição de Moeda

De início, convém definir o que venha a ser criação ou destruição de moeda. Na seção anterior definimos moeda como sendo a soma do papel-moeda em poder do público (inclusive moedas metálicas) e dos depósitos à vista nos bancos comerciais. A primeira parecia é chamada moeda manual ou moeda corrente, e, a segunda, moeda escritura[ ou bancária. Haverá criação de moeda quando houver um aumento desta soma, ou seja, ~o aumenta o volume da soma de moeda corrente e de moeda escritural. De outra parte haverá destruição de moeda quando se reduzir o volume de meios de pagamento. Alguns exemplos esclarecem estes aspectos:

a) um indivíduo efetua um depósito à vista. Não há criação nem destruição de moeda e, sim, uma transferência entre moeda manual e moeda escritural;

b) um indivíduo efetua um depósito a prazo. Existe destruição de meios de pagamento, pois depósitos a prazo não são considerados meios de pagamento;

c) um banco compra títulos da dívida pública possuídos pelo público, pagando em moeda corrente: há criação de meios de pagamento, pois aumenta o volume de moeda manual em poder do público (estas operações são chamadas Mercado Aberto ou Open Market). A criação (ou destruição) de moeda manual corresponde, assim, a um aumento (ou diminuição) do papel-moeda em poder do público, enquanto para a moeda escritural a sua criação (ou destruição) se dá quando há um acréscimo (ou decréscimo) dos depósitos à vista ou a curto Prazo nos bancos comerciais. Portanto nossa preocupação, no momento, é verificar como os bancos podem aumentar ou diminuir os depósitos à vista.

3.2. Mecanismo de Expansão dos Meios de Pagamento

A criação de moeda por meio dos bancos comerciais se faz, atualmente, de forma análoga à apresentada na seção anterior, quando se tratou da moeda fracionalmente lastreada. A substância é a mesma. Somente uma parte do total dos depósitos é exigida, ao mesmo tempo, para pagamento.

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De fato, um depósito à vista num banco comercial representa um direito que o depositante possui sobre uma determinada quantia. Em outras palavras, quando um banco recebe um depósito à vista, ele promete pagar a quantia depositada ou uma parte desta, quando para tal for solicitado. Normalmente esta solicitação é feita por meio de cheques. Ocorre, entretanto, que a todo instante existem depósitos e saques, de tal forma que somente uma parcela do total dos depósitos é necessária para atender ao movimento. Esta parcela é normalmente pequena, 10%, e desta forma o banco comercial pode fazer . promessas de pagar" em um valor múltiplo do total de depósitos iniciais e usar os fundos assim obtidos para efetuar empréstimos. Um exemplo esclarece melhor. Suponhamos que seja 10% a parcela do total dos depósitos que é normal mente (em média) exigida. Caso o banco tenha em caixa, como reserva, 10%, ele poderá fazer promessas de pagar num total de 10 vezes suas reservas, ou seja, 1.000.

3.2.1. Um Único Banco Comercial

Vamos analisar este exemplo com maior atenção e verificar como o banco pode criar moeda ou depósitos. Para tal fim vamos fazer inicialmente algumas hipóteses simplificadoras. Em primeiro lugar, suponhamos que exista apenas um único banco comercial. Em segundo lugar, que o público esteja satisfeito com a quantidade de papel-moeda em seu poder, de tal forma que qualquer volume a mais seja depositado nos bancos. Nestas condições vamos analisar o que ocorre quando é feito um novo depósito de $ 10o,0o, em moeda, neste nosso banco monopolista.

A tabela a seguir mostra como esta transação será transcrita nos livros do banco:

Tabela 1

Ativo Passivo

Encaixe 100 Depósitos 100

Nesta primeira etapa não houve criação de moeda e, sim, uma transferência de moeda manual para moeda escritural. Ocorre, entretanto, que o banco não precisa conservar 100% de reservas para garantir seus depósitos. A experiência mostra que uma parcela, pequena, é suficiente, vamos supor 10%.

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Com $ 10o,00 de reservas o banco pode prometer pagar $ 1.00o,00 (de depósitos). Assim ele poderá, por exemplo, emprestar $ 50o,00 para a empresa X, e emprestar $ 40o,00 ao indivíduo A, cobrando juros em ambas; as operações. Em contrapartida o banco permite ao indivíduo A preencher cheques até o montante do empréstimo e abre um crédito na conta da empresa X no valor de $ 50o,00. A tabela 2 mostra como estas transações aparecerão nos livros do banco. Tabela 2 Ativo Passivo Encaixe 100 Empréstimo para X 500 Empréstimo para A 400 Depósitos 1.000 1.000 1.000

O ativo do banco agora inclui os $ 10o,00 do depósito inicial, e os $ 90o,00 de empréstimos efetuados. O passivo, por sua vez, aumentou para $ 1.00o,0o, sendo $ 10o,00 dos depósitos iniciais, $ 50o,00 de depósitos criados para a empresa X e $ 40o,00 criados para o indivíduo A. Note-se que por simples lançamentos contábeis o banco criou $ 90o,00 de novos depósitos, ou seja, moeda escritural. Seus encaixes agora representam 10% de suas obrigações (depósitos).

É de se esperar que tanto a empresa X como o indivíduo A gastem o seu dinheiro. Na maioria dos casos eles o farão por meio de cheques. Como estamos supondo que exista um único banco e que o público não deseje conservar quantias adicionais de moeda em forma de moeda manual, os indivíduos, ou empresas, que receberem os cheques, irão depositá-los no nosso banco. O banco, então, reduzirá a conta corrente de quem preencheu o cheque e aumentará a conta de quem o recebeu. Não haverá, assim, qualquer alteração no total dos seus depósitos, e a situação permanece a mesma que foi descrita pela Tabela 2, com modificações apenas na composição interna dos depósitos.

3.2.2. Vários Bancos Comerciais

No raciocínio exposto acima, fizemos duas hipóteses simplificadoras. Vamos agora alterar o raciocínio, eliminando-as. Em primeiro lugar, vamos supor a existência de muitos

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bancos, hipótese esta que corresponde à realidade brasileira. Neste caso, cada banco, isoladamente, não pode esperar que os cheques lançados por seus clientes sejam recebidos por outros seus clientes e novamente depositados no banco. É de se esperar que estes cheques sejam depositados em outros bancos, ao menos a maioria. Assim, cada banco individualmente não poderá se comportar da forma que foi exposta no caso de um único banco.

Podemos, entretanto, pensar no sistema em conjunto, ou seja, raciocinarmos com todos os bancos agregadamente. Nestas condições, o raciocínio é o mesmo. De fato, para o sistema como um todo, vale a hipótese feita de que todos os cheques serão novamente depósitos no sistema. E, assim, o mecanismo de expansão é exatamente igual ao apresentado. O sistema bancário pode criar depósitos num valor múltiplo dos depósitos iniciais.

4. O Banco Central

Os bancos que acabamos de analisar são bancos comerciais, ou seja, bancos privados, cujo comportamento é ditado pela regra de maximizar os lucros, ou motivados em seu funcionamento pelos lucros a serem alcançados.

Além destes bancos, encontramos, em quase todos os países, Bancos Centrais, cuja função primordial é regular o fluxo da moeda e do crédito na economia. O Banco Central é uma agência das autoridades monetárias por meio da qual é realizada a política monetária. Em outras palavras, o Banco Central é o instrumento pelo qual o governo realiza sua política monetária.

A estrutura administrativa e jurídica dos diversos Bancos Centrais varia largamente entre países. No Reino Unido, o Banco Central é o Banco da Inglaterra. Nos Estados Unidos, encontramos o Sistema Federal de Reserva. No Brasil, as funções do Banco Central são desempenhadas pelo Banco Central do Brasil e pelo Banco do Brasil. Entretanto, em que pese as diferenças institucionais, as funções dos diversos bancos centrais são as mesmas. Neste sentido, vamos nos concentrar no estudo das funções gerais de um banco central.

4.1. Banco dos Bancos

Os bancos comerciais podem querer depositar seus fundos em algum lugar e necessitam de um mecanismo para transferir fundos de um banco para outro. O Banco Central

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cumpre este papel. Recebe depósitos dos bancos comerciais e transfere fundos de um para outro banco. Esta última função é desempenhada pela Câmara de Compensação de Cheques.

O funcionamento da compensação é simples. A Câmara se reúne, normalmente, uma única vez por dia. Cada banco comercial apresenta os cheques de outros bancos, recebidos em suas agências, e ao mesmo tempo lhe são cobrados cheques de seus clientes depositados em outros bancos. São somados os débitos e créditos de cada banco. Os saldos líquidos são a seguir transferidos. Os bancos que tenham saldos positivos recebem fundos dos que tenham saldos negativos. Este mecanismo é controlado no Brasil pelo Banco do Brasil.

Os bancos comerciais precisam também de fundos líquidos. Uma das formas de consegui-los é pedir emprestado ao Banco Central. A taxa de juros que os bancos comerciais pagam é conhecida como taxa de redesconto.

O Banco Central deve ser um banco austero. Recusar novos empréstimos quando achar necessário e cobrar os empréstimos atrasados. O Banco Central deve ser "um emprestador de última instância-. Sua função deve ser a de socorrer os bancos em suas dificuldades, mas somente nestas ocasiões.

De outra parte, o Banco Central pode usar, e realmente usa, este poder de emprestar para controlar e regular as atividades dos bancos comerciais.

4.2. Bancos do Governo

Grande parte dos fundos do governo são depositados no Banco Central. De outra parte, quando o governo necessita de recursos, ele normalmente emite títulos (obrigações) e os vende ou ao público ou ao Banco Central, obtendo, assim, os fundos necessários. Mesmo quando o governo vende títulos ao público, ele o faz por meio do Banco Central. Este é, por estas razões, o agente financeiro do governo, ou melhor, o banco do governo.

No Brasil, por causa da estrutura híbrida do Banco Central, uma parte das funções é desempenhada pelo Banco do Brasil. O Banco Central do Brasil não recebe depósitos do governo. Quem o faz é o Banco do Brasil.

4.2.1. Controle e Regulamentação da Oferta de Moeda

A principal função do Banco Central é controlar a oferta de moeda. Para tal fim, ele pode utilizar vários instrumentos. Os principais são as emissões de papel-moeda, as reservas

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obrigatórias dos bancos comerciais e as operações de mercado aberto (open market). A seguir, examinaremos cada uni destes instrumentos e como por meio deles as autoridades monetárias podem fornecer ao sistema econômico uma oferta de moeda suficiente para o desenvolvimento das atividades econômicas, mas que, por outro lado, não seja excessiva a ponto de se tornar uma fonte de inflação.

4.2.1.1. Monopólio das Emissões

Em quase todos os países do mundo, o Banco Central controla, por força de lei, o volume de papel-moeda emitido. Em outras palavras, o Banco Central tem o monopólio das emissões. Em geral, não se recomenda que o Banco Central use este seu poder para controlar a oferta de moeda, mas que coloque em circulação o volume de notas e moedas metálicas necessárias ao bom desempenho da economia. O controle da oferta de meios de pagamento deve ser realizado pela utilização dos outros instrumentos.

4.2.1.2. Reservas Obrigatórias

Como já foi discutido, os bancos comerciais guardam uma parcela dos depósitos como reservas e com a finalidade de atender ao movimento de caixa.

Em geral, os bancos centrais forçam os bancos comerciais a guardar reservas superiores às que seriam indicadas pela experiência e prudência destes estabelecimentos. No Brasil, estas reservas obrigatórias ou compulsórias são em média pouco superiores a 35% dos depósitos à vista; nos Estados Unidos, esta taxa é pouco inferior a 20%; e na Inglaterra, aproximadamente 8 % do total dos depósitos.

Além destes instrunentos, o Banco Central usa também seu poder de ser o banco dos bancos, especialmente por meio da política de redesconto.

Como pôde ser visto, nas fórmulas apresentadas acima, a relação encaixe-depósitos é uma das determinantes do mecanismo de expansão dos meios de pagamento. Assim, a variação das taxas de reservas obrigatórias acarreta alterações substanciais na criação de moeda por parte dos bancos comerciais.

De outra parte, não só a expansão dos meios de pagamento é afetada pela modificação nas reservas, mas o próprio volume de moeda escritural é alterado e, portanto, a oferta de meios de pagamento. De fato, para um volume de $ 1.000.00o,00 de reservas e com uma relação encaixe-depósitos igual a o,20%, o total de moeda escritural será $ 5.000.00o,00.

Referências

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