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J. bras. pneumol. vol.42 número3

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Academic year: 2018

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ISSN 1806-3713 © 2016 Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37562016000000070

Terapia inalatória em ventilação mecânica

Ângelo Roncalli Miranda Rocha1,2,3, Caio Henrique Veloso da Costa1

1. UTI Geral, Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela, Maceió (AL) Brasil.

2. UTI, Hospital Escola Dr. Hélvio Auto, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Maceió (AL) Brasil. 3. Centro de Estudos Superiores de Maceió, Maceió (AL) Brasil.

Dispositivos que produzem aerossol com diâmetro aerodinâmico médio de massa < 2 µm são mais eicientes durante a ventilação mecânica que aqueles que produzem partículas maiores. Outros fatores também interferem na entrega da droga sob ventilação mecânica, tais como o dispositivo gerador do aerossol, as condições do circuito do ventilador, a via aérea artiicial, os parâmetros do ventilador, dentre outros. Recentemente surgiu uma nova geração de nebulizadores, denominados “nebulizadores de membrana” ou “vibrating mesh”, cuja eiciência na

entrega da droga é estimada ser de duas a três vezes maior que a dos nebulizadores de jato.

Ari et al.(1) realizaram um estudo experimental

comparando a eicácia dos nebulizadores de jato e de membrana em modelo pulmonar pediátrico e adulto sob ventilação mecânica. Foi demonstrado que a distribuição pulmonar da droga estudada (sulfato de albuterol) foi 2-4 vezes maior (p = 0,001) quando foi utilizado o

dispositivo de membrana. Vale ressaltar que, naquele estudo, foi utilizada a umidiicação ativa.

Assim, em virtude da ampla gama de variáveis que podem inluir sobre a entrega de drogas inalatórias a pacientes sob ventilação mecânica, icamos bastante interessados na revisão de Maccari et al.(2) No entanto,

causou-nos estranheza o fato de os autores não haverem abordado os nebulizadores de membrana como parte dos dispositivos que podem promover nebulização associada à ventilação mecânica. Outro fato que notamos foi a Figura 1 do referido estudo,(2) na qual está ilustrada a

presença de um dispositivo de troca de calor e umidade do tipo heat and moisture exchanger. Foi relatado que o uso de dispositivos de umidiicação reduz em até 40% a deposição do aerossol e o número de partículas depositadas. Uma atualização das diretrizes da American Association for Respiratory Care recomenda a retirada do iltro do tipo heat and moisture exchanger no momento da nebulização.(3) Esse fato pode equivocar o leitor.

REFERÊNCIAS

1. Ari A, Atalay OT, Harwood R, Sheard MM, Aljamhan EA, Fink JB. Inluence of nebulizer type, position, and bias low on aerosol drug delivery in simulated pediatric and adult lung models during mechanical ventilation. Respir Care. 2010;55(7):845-51.

2. Maccari JG, Teixeira C, Gazzana MB, Savi A, Dexheimer-Neto FL, Knorst

MM. Inhalation therapy in mechanical ventilation. J Bras Pneumol. 2015;41(5):467-72. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132015000000035 3. American Association for Respiratory Care, Restrepo RD, Walsh BK.

Humidiication during invasive and noninvasive mechanical ventilation: 2012. Respir Care. 2012;57(5):782-8. http://dx.doi.org/10.4187/respcare.01766 J Bras Pneumol. 2016;42(3):235-236

235

(2)

Terapia inalatória em ventilação mecânica

RESPOSTA DOS AUTORES

Juçara Gasparetto Maccari1,2, Cassiano Teixeira1,2,3

Agradecemos o interesse na leitura de nosso artigo de revisão, bem como as críticas realizadas.

De fato, recentes melhorias no tratamento com nebu-lizadores levaram ao desenvolvimento dos nebunebu-lizadores de membrana (mesh nebulizers), gerando partículas de aerossol com melhor distribuição pulmonar, fato comprovado em estudos in vitro. Dessa forma, são considerados mais eicientes que os nebulizadores de jato, podendo ofertar doses maiores da droga nas vias aéreas distais.(1) Entretanto, são poucos os estudos

clínicos que avaliam o uso dessa nova tecnologia em pacientes sob ventilação mecânica, restando algumas dúvidas na prática clínica, tal como, por exemplo, a dose adequada da droga a ser prescrita para esse tipo de nebulizadores. Outras limitações para seu uso são o

elevado custo e a difícil higienização do equipamento. (2)

Além disso, o uso dos nebulizadores de membrana ainda é muito restrito no nosso meio. Como o nosso artigo de revisão teve como principal objetivo auxiliar na prática clínica diária, foram abordados aspectos relacionados aos inaladores disponíveis na grande maioria dos serviços de terapia intensiva no Brasil.

A umidiicação do sistema realmente está associada com o aumento do impacto das partículas no circuito, podendo reduzir em até 40% a deposição do aerossol nas vias aéreas distais.(2) Porém, a recomendação de

retirar o dispositivo de troca de calor e umidade do tipo heat and moisture exchanger (como mostrado na Figura 1 em nosso estudo) durante a nebulização é controversa, uma vez que o aquecimento e a umidii -cação do sistema visam prevenir hipotermia, obstrução do tubo endotraqueal, atelectasia, broncoespasmo e infecção respiratória.(2)

1. CTI-Adulto, Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre (RS) Brasil.

2. CTI-Central, Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, Porto Alegre (RS) Brasil. 3. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFSCPA – Porto Alegre (RS) Brasil. REFERÊNCIAS

1. Ari A. Jet, ultrasonic, and mesh nebulizers: an evaluation of nebulizers

for better clinical outcomes. Eurasian J Pulmonol. 2014;16:1-7. http:// dx.doi.org/10.5152/ejp.2014.00087

2. Dhand R, Guntur VP. How best to deliver aerosol medications to mechanically ventilated patients. Clin Chest Med. 2008;29(2):277-96. http://dx.doi.org/10.1016/j.ccm.2008.02.003

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