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Dental Press J. Orthod. vol.19 número1

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Academic year: 2018

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© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics 1 Dental Press J Orthod. 2014 Jan-Feb;19(1):1

edito

rial

A redação de um artigo científico: por onde começar?

“Era só começo o nosso im.” (Yuri Popof, contrabaixista e compositor mineiro)

Não é objetivo, nas próximas linhas, transformar o nosso leitor em um escritor contumaz de artigos cientíicos. A redação cien-tíica requer prática, e existem bons cursos para conduzir-nos por atalhos. No entanto, existem alguns conselhos importantes, que repasso pelas experiências que vivo como revisor, editor e, princi-palmente, como autor.

A boa pesquisa cientíica começa com uma ideia original, exe-cutada por meio de um robusto conjunto de métodos. Diante de uma boa pergunta, a resposta virá de forma mais interessante. Se você encontrou a resposta de maneira coniável, falta apenas uma pequena dose de comunicação eiciente. Já tive contato com exce-lentes trabalhos que se perderam por uma redação deiciente, como, também, boas redações tentando salvar trabalhos deicientes, o que é mais corriqueiro. O corpo editorial terá mais interesse em corri-gir problemas na redação do que deiciências metodológicas.

Por onde começar a redigir? Que tal pelo im? Sim, pela conclusão. Uma das falhas mais comuns, no meu entendimen-to, é começar a redação pela introdução. Como apresentaremos algo, se ainda não sabemos o que é? Esse caminho rotineiro decorre, em minha opinião, de tentarmos aproveitar o projeto que deu origem ao estudo, ora em redação. A consequência é uma introdução longa e distante da mensagem principal de seu trabalho: a conclusão. Então, começar pela conclusão in-cute em sua mente o desenho de um caminho que você deseja descortinar ao seu leitor.

Seguindo, mantenha a conclusão em mente para redigir todo o artigo, mas seja breve e linear. Um dos erros mais comuns na redação cientíica é ser prolixo, escrever mais do que o necessário, principalmente na introdução. O pesquisador vive intensamente o que faz, dorme e sonha com os objetos de seu experimento ou observação. Por uma inebriante osmose, passa a acreditar que tudo o que escreve é importante. Convém, então, se colocar no lugar do outro, do leitor. Nesse caso, menos é mais. Vivemos na era da comunicação rápida. Textos curtos e palavras certas são mais apropriados. Então, simplesmente, leia e releia o que escreveu e corte, sem medo ou complexo de culpa, tudo que imaginar não ser importante para a compreensão do texto. Muitas revistas cien-tíicas de maior impacto na ciência, como a Nature e Science, es-tão solicitando submissões com um texto bem menor do que nos deparamos na Odontologia. Há um bom motivo.

Desenhe. Isso mesmo. Faça um traçado estratégico, um es-queleto, de todas as informações que deseja apresentar, e deina a localização de cada item dentro da estrutura do texto. Lembre-se de manter a conclusão em mente. À medida que encontre alguma informação interessante, primeiro pergunte a si mesmo se esse co-nhecimento é realmente importante para a compreensão do texto. Somente depois da resposta airmativa e convincente, indique a posição desse questionamento na estrutura do texto.

Dentro da estrutura IMRaD (Introdução, Metodologia, Re-sultados e Discussão), depois da conclusão, normalmente, passo para os resultados, em seguida, à discussão e ao material e méto-dos. A introdução será a última parte. Em todos esses capítulos, não tenha receio de cortar gorduras. O pesquisador tem, geral-mente, diiculdade de descartar dados de seu experimento que não produziram informação útil, assim como há diiculdade em entender que dar um passo atrás, buscando uma nova informação, pode ser fundamental para o sucesso do estudo. Cortar dados ex-cessivos facilita, sobremaneira, a redação do manuscrito.

Deixe o título para o inal. Você pode, até, redigir um título provisório, porém, quando o texto estiver pronto, analise se o tí-tulo está adequado para informar, principalmente, o que se apre-senta na conclusão do estudo. Entenda que o título é o resumo do resumo, porém não o alongue mais do que o necessário. Títulos longos, tal qual textos longos, suscitam o desinteresse do leitor. O título não precisa, necessariamente, comunicar tudo.

Releia o título do presente editorial. Tudo bem, não é uma pesquisa. O editorial tem mais liberdade para devaneios. Mas, analise-o. No texto não há relato, apenas, de como iniciar a reda-ção de um manuscrito. Existem outras informações importantes. É bem provável que se eu as tivesse inserido no título, o nosso co-meço teria chegado ao im, já nas primeiras palavras.

David Normando – editor-chefe (davidnormando@hotmail.com)

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