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Curso EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Disciplina ELABORAÇÃO DE PROJETOS AMBIENTAIS

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Academic year: 2021

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Curso

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Disciplina

ELABORAÇÃO DE PROJETOS

AMBIENTAIS

(2)

Curso

EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

Disciplina

ELABORAÇÃO DE

PROJETOS

AMBIENTAIS

Carly MACHADO

Vera AGAREZ

www.avm.edu.br

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Sobre

os

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ores

Meu nome é CARLY MACHADO. Tenho graduação em Psicologia pela UFRJ, mestrado em Psicologia Social nesta mesma instituição e doutorado em Ciências Sociais pela UERJ. Fiz também pós-doutorado na Universidade McMaster, no Canadá. Sou professora do Instituto A Vez do Mestre – IAVM - desde 1999 e trabalho nos cursos a distância desta instituição desde 2001. Atualmente, sou Coordenadora de Educação a distância do IAVM. Sou também professora na Universidade Estácio de Sá, nos cursos de Psicologia. Minha área de pesquisa inclui debates sobre tecnologia, sociedade, mídia e religião. Espero que você aproveite bastante esta disciplina. Estou à disposição para contatos através do email carly@vezdomestre.edu.br

VERA AGAREZ

Graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1974), graduação em Bacharelado em Biologia Marinha pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1974), Mestrado em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1994). Especialista na área de Biologia Celular- CRBio-2. Coordenador do curso de Ciências Biológicas da Universidade Veiga de Almeida; . Participa como membro efetivo do Conselho Municipal de Meio Ambiente, do Comitê Guandu e do Conselho Regional de Biologia. Experiência em Educação Especial na área de Aprendizagem, como avaliador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais e Gestor no Ensino Superior.

(4)
(5)

Su

m

ári

o

07

Apresentação

09

Aula 1

Projetos Ambientais e sua Relação

com o Estado, o Mercado e o

Terceiro Setor

53

Aula 2

Planejamento Estratégico

71

Aula 3

O Sentido do Planejamento na

Elaboração de Projetos

103

Aula 4

Como Elaborar um Projeto

137

Aula 5

Finalizar o Projeto

175

AV1

Estudo dirigido da disciplina

178

AV2

Trabalho acadêmico de

aprofundamento

(6)
(7)

Elaboração de Projetos

Ambientais

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Apresen

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o

Você saberia elaborar um projeto? E se esse projeto tivesse de ser voltado para alguma problemática socioambiental? Bem, para aqueles que responderam sim as duas perguntas anteriormente formuladas, este caderno poderá servir a uma releitura e a um aprofundamento na área de planejamento e elaboração de Projetos, mas para aqueles que responderão não a pelo menos uma das perguntas supracitadas, saibam que terão, através da leitura das aulas desse caderno, uma excelente oportunidade para aprender detalhadamente de forma clara e dinâmica todas as etapas que envolvem a elaboração de um projeto (elaboração, captação de recursos, implementação, execução/gestão, avaliação e feedback) bem como saberá aplicá-los à área de Educação Ambiental. Trata-se, portanto, de um caderno de suma importância para os que desejam traduzir em ações muitas de suas idéias e planos voltados para a Educação Ambiental, aumentando suas chances não apenas de realização, mas de sua eficácia. Assim sendo, nosso convite é que você aproveite bastante a leitura e tente ao final das aulas elaborar seu próprio projeto procurando ir aos poucos sanando possíveis dúvidas sobre o assunto. Bom estudo e porque não dizer: Bons projetos!

Objetivo

s G

erais

Este caderno de estudos tem como objetivos:

 Compreender com clareza o que seja um projeto, bem como aprender todas as etapas que o envolvem: Elaboração, captação de recursos, implementação, execução/gestão e avaliação;

 Se posicionar diante do papel do terceiro setor no atual debate ambiental e como este contribuiu para o avanço da Educação Ambiental;

 Conhecer diferentes tipos de planejamento como é o caso do planejamento estratégico, tecnicista e participativo;

 Elaborar um projeto na sua íntegra, considerando os elementos estruturadores: apresentação, justificativa, objetivos, metodologia, cronograma, recursos, custos, monitoramento e avaliação;

 Analisar criticamente um projeto no que se refere ao grau de importância e viabilidade em sua íntegra.

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(9)

Projetos Ambientais e

sua Relação com o

Estado e o Terceiro

Setor

Carly Machado Barbosa

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Apresen

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Nesta primeira aula, você terá acesso aos conceitos elementares relacionados à temática “projetos ambientais” bem como estudará detalhadamente cada etapa relativa à elaboração dos mesmos (v). Como se isso já não fizesse com que esta aula merecesse sua atenção total, a autora ainda relaciona a elaboração de projetos com os setores presentes na organização econômica atual como o Estado (primeiro setor), o Mercado (segundo setor) e as OCIPs e ONGs (terceiro setor) a partir de um olhar crítico e inter-relacional, destacando o papel deste último setor, cada vez mais crescente, na problemática ambiental. A aula termina com exemplos de projetos na área ambiental, no âmbito de cada setor, explicitando a importância dos mesmos, de modo particular, no âmbito do terceiro setor.

Objetivo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Compreender o que seja um projeto bem como aprender todas as etapas que envolvem a sua elaboração: Elaboração, captação de recursos, implementação, execução/gestão e avaliação;

 Analisar as diferenças entre os chamados setores da organização socioeconômica atual: Estado (primeiro setor), o Mercado (segundo setor) e as OCIPs e ONGs (terceiro setor) a partir de um olhar amplo e consciente;

 Se posicionar diante do papel do terceiro setor no atual debate ambiental e como este contribuiu para o avanço da Educação Ambiental;

 Entender como o processo de captação de recursos está diretamente relacionado à clareza de sua elaboração em termos de seus objetivos, metodologia, orçamento e cronograma de desenvolvimento.

(10)

Introdução

Seja bem-vindo a mais um módulo sobre elaboração de projetos em educação ambiental. No entanto, antes de colocarmos a “mão na massa” e partir para o desenvolvimento de projetos, analisaremos os possíveis campos de implementação de projetos ambientais e suas peculiaridades.

No módulo anterior desta disciplina, discutimos a noção de planejamento e sua importância na elaboração de um projeto. Neste módulo, procuraremos entender melhor os diferentes âmbitos em que se aplicam projetos ambientais, com ênfase, principalmente, no Terceiro Setor - conhecido pela sua representação através das ongs – famosas na área ambiental.

Mas o que representa o Terceiro Setor? Por que Terceiro? Qual o lugar que ele ocupa na sociedade e na economia? Qual a relação entre meio ambiente e terceiro setor? Qual a relação do Terceiro Setor com o Estado e o Mercado?

Diversos são os debates em torno do Terceiro Setor: alguns reconhecem nele um campo de atuação libertário para a sociedade civil. Outros identificam em seu surgimento a falência do Estado como responsável pelo setor público da dinâmica social.

Elaboração e implementação de projetos

Antes de falarmos propriamente do Terceiro Setor, vamos entender melhor o processo de construção de um projeto para localizar neste contexto o papel de cada setor em questão.

Dica da professora O primeiro módulo sobre PLANEJAMENTO será fundamental ao longo de todo este estudo. Fique com ele sempre à mão!

Dica da professora

Apesar de posições tão diferentes que procuraremos entender melhor ao longo deste estudo, analisar a questão do Terceiro Setor é fundamental ao contexto da educação ambiental. A questão ambiental é um dos campos mais significativos de origem do terceiro setor, e, além disso, é a partir dele que muitos PROJETOS em educação ambiental alcançam sua implementação. Vamos, portanto, iniciar nossos estudos sobre este tema. Bom trabalho!!!

Introdução 10

Elaboração e implementação de

projetos 10

Estado, mercado e terceiro

setor 15

Mas, afinal o que é terceiro

setor? 21

Terceiro setor e meio

ambiente 28

Elaboração de projetos e terceiro

setor 32

Conclusão 43

(11)

 A primeira fase de todo projeto é a sua

elaboração. Para dar início a um projeto, o

primeiro passo é elaborá-lo. Elaborar um projeto significa criar sua metodologia, planejar suas ações, desenvolver cronograma, uma estimativa de custos, colocar isso tudo no papel e, então, com o projeto escrito, buscar captar recursos para sua implementação. Esta seqüência passo a passo da elaboração de um projeto é o que faremos nos próximos módulos desta disciplina.

 Segunda fase: captação de recursos. Após a elaboração de um projeto, faz-se necessário buscar recursos para implementá-lo. Caso um projeto busque financiamento, este é o momento em que o texto do projeto é encaminhado para agências financiadoras que possam investir em seu desenvolvimento. Outra opção de captação de recursos se dá através de parcerias que investem no projeto com algum tipo de ação ou serviço que possibilite sua efetivação. A maior parte dos projetos não se sustenta apenas com parcerias – este perfil de apoio exige uma ampla gama de voluntários atuando em um projeto, o que dificulta sua sustentabilidade. Sendo assim, a organização que deseja implementar um projeto, após escrevê-lo, encaminha sua proposta para agências financiadoras com perfil na área ambiental. Estas agências possuem perfis diferenciados, bem como exigências específicas na recepção de propostas de projetos. Assim, é fundamental conhecer o EDITAL e as INSTRUÇÕES de cada instituição, antes de enviar um projeto. Algumas possuem mesmo formulários dentro

Dica da professora

Existem projetos que não buscam financiamentos. Quando isso pode acontecer? Por exemplo, às vezes já atuamos numa escola e, com os recursos materiais e humanos que já temos disponíveis, queremos implementar um projeto de Educação Ambiental. O projeto elaborado aqui não tem por objetivo captar recurso, mas sim sistematizar e planejar a prática e, muitas vezes ,OFICIALIZAR o projeto, o que também é muito importante! Na maior parte dos casos, no entanto, nosso objetivo com um projeto é a captação de recursos para implementá-lo!!

(12)

dos quais devem ser escritos e formatados os projetos a serem encaminhados. Sem esse cuidado será muito difícil sua aprovação (vide, por exemplo, o anexo 1).

 Terceira fase: implementação. Após obtido o financiamento, o projeto deve ser implementado, ou seja, deve ser criada a estrutura básica que possibilita o início de seu desenvolvimento – formação da equipe, infra estrutura de apoio, agenda de atividades.

 Quarta fase: execução e gestão. Este é o momento em que o projeto está em andamento, sendo finalmente desenvolvido. Além da execução, esta fase exige GESTÃO, ou seja, um gerenciamento sistemático das atividades, mantendo a coerência entre a execução e o projeto elaborado no início do processo: o projeto deve ser executado dentro do cronograma previsto, de acordo com o orçamento proposto, cumprindo as atividades sugeridas; enfim, a gerência de projetos é o eixo central de coerência entre o projeto elaborado e aquele executado. Quaisquer mudanças acontecidas durante o andamento de um projeto devem ser devidamente notificadas ao financiador através de relatório, verificando sua possibilidade ou não de efetivação. O projeto escrito é o documento oficial sobre o qual se desenvolve um projeto e a partir do qual ele deve ser gerenciado.

 Quinta fase: avaliação. Durante sua execução, todo projeto deve ser avaliado a fim de sistematizar dados que alimentem sua análise, bem como dados que gerem os relatórios qualitativos e quantitativos enviados

Dica da professora

Não se esqueça de ver a bibliografia no fim deste módulo. É muito importante!!

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ao financiador do projeto. Estes relatórios confirmam a devida utilização da verba disponibilizada bem como o sucesso na obtenção dos objetivos propostos. O processo de avaliação, também, é importante para a equipe do projeto que tem em suas mãos através da avaliação um importante instrumento de análise contínua dos resultados de suas ações. Avaliar continuamente um processo é um dos elementos centrais de seu sucesso.

 Sexta fase: feedback. A sistematização das informações obtidas pelas avaliações de um projeto possibilita uma retroalimentação (feedback) que dinamiza toda a sua estrutura. Havendo possibilidades de mudanças ou continuidades do projeto, este momento de revisão de propostas e ações a partir da experiência realizadas se coloca como ponto central de retomada do trabalho.

Vamos então rever, na próxima página, cada um dos momentos de um projeto?

EXERCÍCIO 1

Faça aqui com as suas palavras um resumo de cada um destes momentos citados abaixo:

Elaboração ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Dica da professora Às vezes, na pressa de apresentar um projeto, existem pessoas que assumem a “filosofia” de “colocar qualquer coisa no papel e apresentar” à agência de fomento. Isso é MUITO COMPLICADO, pois o projeto apresentado serve de guia contínuo na implementação, avaliação e prestação de contas de um projeto. “Colocar qualquer coisa no papel” pode custar muito caro e levar a sua

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Captação de recursos ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Implementação ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Execução e gestão ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Avaliação ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Feedback ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

(15)

Estado, mercado e terceiro setor

A organização da economia de um país depende, diretamente, do modelo político econômico ao qual este se associa. Sendo assim, a relação entre ESTADO e MERCADO se desenvolve de diferentes formas nos diversos países.

O Estado é denominado o PRIMEIRO SETOR da economia, relacionado diretamente a tudo que diz respeito à ordem pública. O que no Brasil chamamos de “governo” no dia a dia representa o que estruturalmente identificamos como Estado, que administra os bens públicos de acordo com as finalidades do povo, buscando o bem comum. Os recursos do Estado vêm do povo e a ele devem retornar em serviços básicos e de desenvolvimento. O modelo econômico que conhecemos como “comunismo”, mas que nos termos da filosofia política identificamos como “comunitarismo”, entende que o Estado deve ser o setor mais forte da economia:

o comunitarismo propõe que o indivíduo seja considerado membro inserido numa comunidade política de i guais. E, para que exista um aperfeiçoamento da vida política na democracia, se exige uma cooperação social, um empenhamento público e participação política, isto é, formas de

comportamento que ajudem ao

enobrecimento da vida comunitária. Conseqüentemente, o indivíduo tem

obrigações éticas para com a

finalidade social, deve viver para a sua comunidade organizada em torno de uma só idéia substantiva de bem comum.

(Gonçalves, 1998:s.p)1.

1 Goncalves, Gisela. Liberalismo ou Comunitarismo. Setembro de 1998. Disponível em

http://ubista.ubi.pt/~comum/goncalves-gisela-COMUNITARISMO-LIBERALISMO.html. Data do acesso: 16 de março de 2005.

Para pensar

O debate sobre o papel do Estado na economia chega até nós no dia-a-dia, nas discussões sobre as privatizações. Que instituições devem ser públicas e que organizações podem/devem ser privadas?

Procure analisar o que você pensa sobre isso.

(16)

O debate contemporâneo entre filósofos liberais e comunitaristas polariza-se em torno da oposição: indivíduo e comunidade. As teorias políticas liberais são inseparáveis do individualismo moderno ao valorizarem o indivíduo em relação ao grupo social e por se oporem às visões coletivistas da política que tendem a valorizar o grupo social e não o indivíduo. A resultante direta da valorização do indivíduo sobre a comunidade é a valorização do MERCADO sobre o ESTADO. Diferente do Estado - que administra bens públicos voltados para os interesses públicos - o Mercado (SEGUNDO SETOR da economia) administra bens particulares com fins privados, ou seja, apóia-se fundamentalmente nos conceitos básicos de liberdade individual do liberalismo político e econômico, afirmando os interesses individuais como eixo central da política e da economia.

O Mercado diz respeito às instituições privadas que investem na economia buscando LUCRO, assim como as empresas particulares de bens e serviços. O compromisso do Mercado é com os proprietários destas instituições e a ampliação de seu capital. A ação voltada preferencialmente para o lucro individual não implica, necessariamente, um total desprezo do bem estar do grupo. Na verdade, a ação consciente no âmbito do mercado implica, necessariamente, o desenvolvimento do diálogo entre o particular e o coletivo. Leia o pequeno texto apresentado a seguir:

UM CONCEITO DE MERCADO

A economia de mercado é o sistema social baseado na divisão do trabalho e na propriedade privada dos meios de produção. Todos agem por conta própria, mas as ações de cada um procuram satisfazer tanto as suas próprias necessidades como também as necessidades de outras pessoas. Ao agir dessa forma, todos servem seus concidadãos. Por outro lado, todos são por eles servidos. Cada um é, ao mesmo tempo, um meio e um fim; um fim último em si mesmo e um meio para que outras pessoas possam atingir seus próprios fins. Este sistema é guiado pelo mercado. O mercado orienta as atividades dos indivíduos por caminhos que possibilitam

Para pensar

Não é fácil resolver essa equação política entre indivíduo e comunidade. Podemos pensar “socialmente” que a comunidade é mais importante do que o indivíduo. No entanto, quando algo nos é individualmente IMPOSTO, contra nossa vontade particular, sob o argumento do BEM COMUM, isso nos é muito difícil de aceitar, não é verdade?

Pense mais sobre esta questão e analise qual a sua posição diante dela!

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melhor servir as necessidades de seus semelhantes. Não há, no funcionamento do mercado, nem compulsão nem coerção. O Estado, o aparato social de coerção e compulsão, não interfere nas atividades dos cidadãos, as quais são dirigidas pelo mercado. O Estado utiliza o seu poder exclusivamente com o propósito de evitar que as pessoas empreendam ações lesivas à preservação e ao funcionamento regular da economia de mercado. Protege a vida, a saúde e a propriedade do indivíduo contra a agressão violenta ou fraudulenta por parte de malfeitores internos e de inimigos externos. Assim, o Estado cria e preserva o ambiente onde a economia de mercado pode funcionar em segurança. O slogan marxista “produção anárquica” retrata corretamente essa estrutura social como um sistema econômico que não é dirigido por um ditador, um czar da produção que pode atribuir a cada um uma tarefa e obrigá-lo a obedecer a seu comando. Todos os homens são livres; ninguém tem de se submeter a um déspota. O indivíduo, por vontade própria, se integra num sistema de cooperação. O mercado o orienta e lhe indica a melhor maneira de promover o seu próprio bem-estar, bem como o das demais pessoas. O mercado comanda tudo; por si só coloca em ordem todo o sistema social, dando-lhe sentido e significado. O mercado não é um local, uma coisa, uma entidade coletiva. O mercado é um processo, impulsionado pela interação das ações dos vários indivíduos que cooperam sob o regime da divisão do trabalho. As forças que determinam a - sempre variável - situação do mercado são os julgamentos de valor dos indivíduos e suas ações baseadas nesses julgamentos de valor. A situação do mercado num determinado momento é a estrutura de preços; isto é, o conjunto de relações de troca estabelecido pela interação daqueles que estão desejosos de vender com aqueles que estão desejosos de comprar. Não há nada, em relação ao mercado, que não seja humano, que seja místico. O processo de mercado resulta exclusivamente das ações humanas. Todo fenômeno de mercado pode ser rastreado até as escolhas específicas feitas pelos membros da sociedade de mercado.

O processo de mercado é o ajustamento das ações individuais dos vários membros da sociedade aos requisitos da cooperação mútua. Os preços de mercado informam aos produtores o que produzir e em que quantidade. O mercado é o ponto focal para onde convergem e de onde se irradiam as atividades dos indivíduos.

Extraído de Ludwig Von Mieses. “O mercado”. Rio de Janeiro, José Olympio/Instituto Liberal, 1987, 151 p. 16-8.

(18)

Este debate, entre a relação indivíduo e comunidade, conduziu a críticas ferozes por parte dos filósofos comunitaristas, tecendo uma questão bastante complexa, onde se pode encontrar pelo menos três dimensões ou perspectivas de abordagem: antropológica, onde se critica a concepção liberal de um sujeito descomprometido e atomizado; normativa, ao se questionar o princípio moral sobre o qual se rege a moral política - valorização da liberdade individual; e, sociológica, porque a sociedade liberal induz os membros da sua sociedade a uma atitude individualista, egocêntrica que tem efeitos desestruturantes sobre a identidade individual e do grupo. (Gonçalves, 1998: s.p.)

Segundo os Liberais, os indivíduos não

são definidos pelas suas

interdependências - econômicas,

sociais, éticas, sexuais, culturais, políticas ou religiosas. Os indivíduos são livres de colocar em questão e de rejeitar qualquer forma de participação em grupos, instituições ou atividades particulares. São livres para questionar as suas convicções, mesmo as mais profundas.

(Gonçalves, 1998: s.p.)

No entanto, o comunitarismo apresenta-se muitas vezes como uma tirania do público sobre o privado. Não basta dicotomizarmos as posições para resolver esta questão, pois ela é bem mais complexa do que parece. O liberalismo nos permite posições individuais e garante liberdade política e civil. A conquista filosófica e política do liberalismo é realmente muito significativa! O liberalismo opõe-se a um regime político hierarquicamente rígido, onde um

Disponivel em:

http://www.fca.unesp.br/departam/Gestao/docentes /texdisc/alberto/mercado.doc

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posicionamento individual era inviável e a estrutura social organizava-se em grupos separados e determinados a priori. A mobilidade social era impossível: cada um devia permanecer em sua classe, ou camada ou grupo social indeterminadamente. O liberalismo permitiu a circulação de status sociais, mobilizou posições enrijecidas, possibilitou o surgimento da noção de indivíduo e com ela a de “cidadão” moderno.

A cidadania refere-se ao

reconhecimento do indivíduo como membro do Estado e, deste modo, como alguém que está submetido aos mesmos direitos e deveres dos demais membros desta mesma comunidade". Este conceito pressupõe igualdade perante a lei, o que foi conquistado

pelas grandes revoluções. O

desenvolvimento desses direitos

acompanhou a crescente complexidade das relações sociais desde o século XVIII. A necessidade de um conceito e de conquista de igualdade entre as pessoas já revelava que as relações eram de dominação e que, portanto, os dominadores do poder resistiam à

institucionalização dos mesmos

direitos para todas as pessoas, indiscriminadamente. A cidadania pres supõe direitos que foram proclamados pela Revolução Francesa e que dizem respeito à liberdade de ir e vir, liberdade de pensamento, liberdade religiosa, de imprensa, direito à propriedade e à justiça. Tudo isto é entendido como fundamental para garantir a liberdade individual. Para que tudo isto fosse assegurado, foi preciso a codificação de todos os direitos e deveres dos indivíduos e a

implantação de instituições

administrativas e políticas que tinham como objetivo garantir que, na prática, tudo funcionasse.

(...) Essa diversidade de direitos (civis, políticos e sociais) que compõe a cidadania moderna está relacionada com o surgimento da noção de indivíduo (v. Individualismo) e com o estabelecimento do Estado (também chamado de Estado de Direito). A conse

(20)

qüente separação dos ambientes públicos e privado é um resultado da compreensão da existência de direitos individuais, liberdades anteriores à subordinação do indivíduo ao Estado e válidos para todos sem exceção. Estes são os direitos civis, como a liberdade de expressão, de pensamento, de ir e vir e, principalmente, o direito à propriedade. A própria origem do Estado vem da necessidade de garantia desses direitos individuais e universais, que podem ser entendidos

como liberdades limitadas, mas

garantidas pela lei” (Enciclopédia

Digital Master Online:

www.enciclopedia.com.br.

Data do acesso: 16 de março de 2005)

EXERCÍCIO 2

A noção de indivíduo não é sinônimo de individualismo. Vá ao dicionário e escreva aqui a diferença entre esses dois conceitos. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

A partir do liberalismo filosófico, o tema da liberdade passa a circular nos ambientes políticos e econômicos. A possibilidade de circulação do capital baseia-se nesta abertura de grilhões possibilitada pelo liberalismo, no que ele representa de melhor em sua proposta – a noção de liberdade.

O comunitarismo tem como tradição impor padrões normativos aos indivíduos de uma sociedade, limitando seus campos de expressão e sua liberdade social e política em nome do bem comum.

Enquanto o liberalismo pode conduzir exageradamente a atomização da sociedade e sua fragmentação configurada pelo extremo do

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individualismo, o comunitarismo pode “pecar” pelo excesso de controle da comunidade e do estado sobre o indivíduo, limitando demais suas possibilidades políticas e econômicas.

EXERCÍCIO 3

Vamos, então, revisar os conceitos de ESTADO e MERCADO que vimos até agora:

Características do ESTADO – PRIMEIRO SETOR:

____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

Características do MERCADO – SEGUNDO SETOR: ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

Mas, afinal, o que é o terceiro setor?

Vamos analisar o contexto que apresentamos: o Estado tem como responsabilidade administrar os bens e serviços públicos enquanto o Mercado cuida de interesses particulares.

No entanto, o Estado nem sempre dá conta de todas as demandas públicas. Ou seja, para que as necessidades dos cidadãos possam ser satisfeitas faz-se necessária uma intervenção diferente daquela feita pelo âmbito PÚBLICO. Dica de leitura O livro Terceiro Setor e Questão Social - Crítica ao Padrão Emergente de Intervenção Social, de Carlos MONTANO, Ed. Cortez, desenvolve sérias críticas ao lugar ocupado pelo Terceiro Setor na sociedade.

(22)

Isso pode se dar em dois contextos muito diferentes.

 Em um Estado liberal mínimo, onde o setor público se reduz a fim de ampliar a liberdade de atuação do mercado. Neste caso, a sociedade civil é convidada a participar mais ativamente da gestão da vida pública, mesmo fora do âmbito de governo.

 O Estado não dá conta de suas responsabilidades com o povo e a sociedade civil envolve-se em ações públicas buscando minimizar os problemas da população causados pela ineficiência do Estado.

Como é possível notar, a primeira compreensão se refere a uma visão mais NEUTRA, onde a sociedade civil assume um novo lugar na vida pública, um lugar mais ativo. Nesta perspectiva, não se faz necessário um juízo de valor sobre este lugar e, se for o caso de fazê-lo, emite-se uma visão positiva sobre a atividade voluntária da sociedade agindo de forma solidária.

A segunda compreensão, por sua vez, assume uma concepção CRÍTICA, onde o que se destaca é a falha do Estado em cumprir suas responsabilidades, exigindo que a sociedade civil se organize para responder por ações que deveriam ser governamentais – e passam a ser efetivadas por agências “NÃO GOVERNAMENTAIS”. Daí a origem do conceito de “ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS” – ONGs.

pode-se dizer que o "Terceiro Setor" é composto de organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária, num âmbito não governamental, dando continuidade às práticas tradicionais da caridade, da filantropia e do mecenato e expandindo o seu sentido para outros do

Dica da professora A idéia de solidariedade acompanha sempre os debates sobre o Terceiro Setor. Este é o campo privilegiado de ações voluntárias, espontâneas e interessadas no bem estar da coletividade e, por isso, solidárias.

(23)

mínios, graças, sobretudo, à incorporação do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil (Fernandes, 1995 e 1996a).

(Fernandes, 2005:sp)

Assim, ainda segundo Fernandes, o Terceiro Setor encerra determinadas características diferenciadoras:

1. Faz contraponto às ações de governo

Destaca a idéia de que os bens e serviços públicos resultam não apenas da atuação do Estado, mas também de uma formidável multiplicação de iniciativas particulares. Assistência social, educação, saúde, ciência e tecnologia, meio ambiente, cultura, esporte, comunicação, geração de renda e trabalho são áreas típicas de atuação governamental, como se vê pela organização dos Ministérios, que, no entanto, constituem, igualmente, objetos de notória atuação das organizações sem fins lucrativos. (...)

2. Faz contraponto às ações do mercado

Abre o campo dos interesses coletivos para a iniciativa individual. Ou melhor, empresta-lhe uma nova forma e uma nova visibilidade, posto que os indivíduos sempre foram chamados, em alguma medida, a contribuir para o bem comum. (...)

(24)

A figura da página anterior acentua as diferenças entre primeiro, segundo e terceiro setor. Esta segunda imagem, no entanto, aponta para a integração de que fala Fernandes, acreditando e investindo na possibilidade de ações conjuntas entre estes três âmbitos da sociedade.

3. Empresta um sentido maior aos elementos que o compõem

Em contraste com a simbologia dominante no pós-guerra, marcada pelas divisões dicotômicas, recupera o valor do pensamento trinário, também de profundas ressonâncias em nossa memória cultural. Modifica, pois, os termos da oposição central do período anterior (Estado X Mercado), realçando o valor tanto político quanto econômico, das ações voluntárias, sem fins lucrativos. (...)

4. Projeta uma visão integradora da vida pública

Chama-se "Terceiro" porque supõe um "Primeiro" e um "Segundo". Enfatiza, portanto, a complementaridade que existe (ou deve existir) entre ações públicas e privadas. Sem o Estado, as ações do Terceiro Setor sucumbiriam na anarquia. Fragmentar-se-iam na medida das contradições próprias aos valores e às intenções.

Fernandes, Rubem Cesar. O que é o Terceiro Setor?. Disponível em www.rits.org.br. Data do acesso: 18 de março de 2005.

(25)

O termo NÃO GOVERNAMENTAL é muito discutido neste contexto de ação da sociedade civil organizada. Sendo assim, para alguns, sua utilização é um equívoco e deturpa o sentido do que realmente se define como Terceiro Setor.

Segundo Oliveira (2005), a caracterização das ONGs como “aquilo que não é governo” revela a dificuldade dos Estados em apreender a verdadeira natureza de um fenômeno que tem suas raízes em “outro lugar” que a esfera estatal, com uma história, valores e modos de atuação originais.

A ninguém ocorreria definir o cidadão como aquele que não é governo. Do mesmo modo, ninguém diria que o fundamento da cidadania é não ser Estado. Significativamente, nos Estados Unidos, sociedade em que o Estado nun- ca foi percebido como a referência estruturadora da vida social, as organizações de cidadãos são definidas por uma outra expressão: "sem fins lucrativos" (not-for-profit).

Curiosamente, persiste a noção de uma definição pela negativa, embora aqui a referência diferenciadora seja ao mundo das organizações privadas operando no Mercado, em busca de lucro.

(Oliveira, 2005: s.p.)

Ainda segundo Oliveira, em contraposição a estas duas definições por oposição – não governamental e sem fins lucrativos – tem-se afirmado, nos últimos anos, a busca de uma definição positiva, valorizadora do que há de novo e significativo no fenômeno da participação dos cidadãos. Hoje fala-se menos em ONGs e mais de “organizações da sociedade civil” ou “organizações do Terceiro Setor”.

Com o crescimento do Terceiro Setor, surgiu a necessidade de valorização das entidades que realmente buscam fins públicos, e representam grandes segmentos da sociedade civil, e não somente pequenos

Dica da professora

Fica complicado definir alguma coisa apenas pelo que ela não é! Sendo assim, o termo “não governamental” não satisfaz muita gente...

Até porque, mantém dessa forma o foco nas ações de governo, sem legitimar

devidamente a ação da sociedade civil.

(26)

grupos. Surgiu, então, a partir de uma consulta do Conselho da Comunidade Solidária, um projeto de lei (no 4.690/98, de 28/07/98) que, mais tarde, deu origem à lei 9.790, de 23/03/99, que dispõe sobre a qualificação de entidades como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, outra terminologia importante neste contexto. Esta lei, regulamentada em 30/06/99 (decreto nº 3.100), transforma tais entidades em parceiras dos órgãos governamentais, aptas a realizarem Termos de Parceria, prestando contas com grande transparência e publicidade, mantendo a agilidade e efetividade características do Terceiro Setor.

Segundo Rezende (2004)2, no Brasil, as formas

jurídicas, para a constituição de pessoas jurídicas de direito privado (ou das chamadas organizações da sociedade civil, o que não significa, necessariamente, ONG) são:

 As sociedades, simples e empresárias, com fins lucrativos (Mercado);

 Os partidos políticos;

 As fundações, privadas, instituídas com objetivos não lucrativos;

 As associações, constituídas pela união de pessoas para fins não econômicos.

2

AS ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS (ONGs). O QUE SÃO ELAS? Conceição A. P. Rezende. Disponivel em: http://www.pt.org.br. Data do acesso: 21 de março de 2005.

O terceiro setor tem como características principais: caráter privado; sem fins lucrativos; com objetivos sociais (entendendo-se social o mais amplo possível) e ambientais, e ainda congrega pessoas idealistas. No terceiro setor, os lucros devem ser reinvestidos em novos projetos, ou mesmo distribuídos em parte para os fins sociais a que se destinam, mostrando que forma um segmento importante da sociedade.

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Nem toda Organização da Sociedade Civil configura-se como Terceiro Setor. Analisaremos essa diferenciação a partir do texto a seguir:

As Organizações da Sociedade Civil podem ser diferenciadas de acordo com seu formato, formalização, fim e setor. Através de uma análise das características de cada uma das modalidades a seguir, pode-se qualificar a instituição como pertencente ou não ao Terceiro Setor.

ONG's - Organizações Não-Governamentais

Normalmente, são iniciativas de pessoas ou grupos que visam colaborar na solução de problemas da comunidade, como mobilizações, educação, conscientização e organização de serviços ou programas para o atendimento de suas necessidades.

Toda Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos é uma ONG. Em função da falta de conhecimento por parte de seus fundadores, eventualmente algumas delas adotam nomes não compatíveis com sua modalidade jurídica.

Sociedade

Organização constituída por duas ou mais pessoas, por meio de um contrato ou convenção, com o objetivo de obter lucro. Cada um dos sócios contribui com parte do capital social. Por ter fins lucrativos, não se qualifica como organização do Terceiro Setor.

Clube

Expressão comumente empregada para qualificar associações de fins culturais, recreativos, políticos ou desportivos. Em terminologia comercial, pode ser aplicado para designar sociedade com objetivo de venda de mercadorias, bens móveis e imóveis, ou quaisquer outros produtos por meio de sorteios. Neste caso, não é uma entidade sem fins lucrativos, portanto pertence ao Segundo Setor da sociedade.

Associação

Possui o mesmo sentido da palavra sociedade, porém designa uma entidade sem fins lucrativos. É toda agremiação ou união de pessoas com um objetivo determinado, podendo ser este beneficiente, científico, político, desportivo, recreativo, artístico, literário, ativista, social, entre outros. É forma característica de entidades do Terceiro Setor.

Ex.: Associação Comercial do Paraná;

Associação Brasileira de Agência de Viagens – ABAV.

Liga

É uma associação de indivíduos, grupos ou partidos para a defesa de interesses comuns. É uma forma de associação, geralmente criada com objetivos sociais. Sempre sem fins lucrativos, é também uma modalidade característica do Terceiro Setor.

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Terceiro setor e meio ambiente

Existe uma trajetória histórica no Brasil e no mundo, que reconhece a importância crescente da atuação de entidades privadas, com fins públicos. Conceituar o Terceiro Setor só foi possível com o reconhecimento do trabalho das ONGs pela sociedade globalizada a partir dos anos de 1980 e ganha importância mundial nos anos de 1990, com as Nações Unidas promovendo uma sucessão de Cúpulas Sociais para construir uma agenda social global. Para o sociólogo Silvio Caccia Bava, a preservação do meio ambiente, o combate às discriminações étnicas, religiosas e culturais, a inclusão social tornam-se mais visíveis e ganham

Ex.: Liga das Senhoras Católicas de Curitiba;

Liga de Amadores Brasileiros de Radio Emissão – LABRE.

Rede

Semelhante à Liga, tal denominação é comumente empregada para qualificar uma união de diversas entidades com objetivos comuns. Dependendo das características destas entidades, também é uma modalidade do Terceiro Setor.

Ex.: Rede Brasileira de Proteção aos Recursos Hídricos e Naturais Amigos das Águas – ADA;

Rede Feminina de Combate ao Câncer.

Fundação

É uma entidade sem fins lucrativos, que se forma pela constituição de um patrimônio com o objetivo de servir a fins públicos. A Fundação se constitui quando tal patrimônio (geralmente doado) adquire personalidade jurídica, e passa a ser destinado para a consecução de seus objetivos. É sujeita à legislação específica (lei 3071/16).

Ex.: Fundação Ronaldinho; Fundação Pedro N. Pizzatto.

Instituto

Categoria atribuída a entidades de diversas áreas, como literária, artística, científica, política, beneficente, entre outras. Desta forma, implica a significação do regime particular imposto à entidade, em virtude das regras em que foi formatada, podendo constituir uma instituição de qualquer um dos setores da sociedade.

Ex.: Instituto Ambiental do Paraná (1o. Setor);

Instituto Ecoplan (3o. Setor).

Disponível em www.ambientebrasil.com.br. Data do acesso: 18 de março de 2005 Importante Texto retirado da Monografia: Design Gráfico e o Terceiro Setor: A Construção de Projetos Sociais/Culturais Autora: Nilza Lopes

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espaço na agenda política pelo esforço e atuação das ONGs.

(Lopes, 2005: s.p. Dispo nível em http://www.cuca.org.br/setor3monogr

afia3.htm. Data do acesso: 20 de março de 2005)

Nas últimas décadas, tem crescido muito a participação do referido terceiro setor nas questões relativas à proteção ambiental. O ambientalismo como atividade nova e paralela às gestões públicas passou a ter importância fundamental na política desenvolvimentista. A cada ano surgem novas entidades civis com objetivo de proteção ao meio ambiente.

A ECO 92 potencializou o surgimento de organizações de terceiro setor no Brasil, principalmente ONGs. O Fórum Global 92 foi um encontro paralelo a Rio-92 promovido pelas ONGs ligadas ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Estas instituições de Terceiro Setor ligadas ao meio ambiente saíram fortalecidas do Fórum Global em função do sucesso alcançado pelo evento. A partir daí, o surgimento de ONGs ligada ao meio ambiente vem crescendo significativamente.

As primeiras ONGs surgiram no Brasil a partir da década de 1960, durante o

período da ditadura militar

(1964/1984), como estratégia de organização da sociedade civil para atuação na luta pela redemocratização do país e na defesa dos direitos humanos e sociais, apesar de suas atividades terem adquirido maior visibilidade, especialmente, a partir da Conferência das Nações Unidas sobre

Ambiente e Desenvolvimento -

UNCED/CNUMAD-Brasil - Rio 92, a ECO 92 e, pelo Movimento pela Ética na Política (1993), que desencadeou a Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e pela Vida, capitaneada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.

(Rezende, 2004: s.p. idem)

Dica de leitura

Não deixe de ler o livro:

Privado Porém Público, de Rubem César Fernandes. Ed. Relume Dumará. Esta é uma

publicação central na área do Terceiro Setor.

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Segundo Rezende (2004), o Centro de Estudos do Terceiro Setor, revista eletrônica - Integração - da FGV (05/2004), estima em 500.000 o número de entidades do Terceiro Setor existentes no País, avaliando que ninguém sabe ao certo quantas ONGs atuam no Brasil e o volume de recursos movimentado por elas. Calcula que a principal fonte de financiamento vem do exterior, com aproximadamente 80% dos recursos. Normalmente, por agências bilaterais ou multilaterais de financiamento ou governos, sobretudo europeus. O fato é que muitas das transações não passam por órgãos governamentais, são feitas diretamente entre ONGs parceiras, mecanismo que visa evitar a burocracia ou os mecanismos de controle para liberar os recursos. As transações geralmente são acompanhadas pelo Banco Central, pois o dinheiro entra no Brasil como doação.

Na Constituição Federal, existem vários dispositivos que impõem à coletividade - no caso incluindo a forma de organização do terceiro setor, juntamente com o Poder Público, a proteção de valores como a educação, a cultura e o desporto (art.205 e 215,\§1º) e meio ambiente (art.\225). O seu art. 150, VI, “c”, veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos, incentivando a atuação das entidades filantrópicas.

Na Lei 6.938/81 (Política Nacional do Meio

Ambiente), há diversas indicações sobre a participação

do terceiro setor nas políticas de meio ambiente como, por exemplo, na composição dos órgãos ambientais como o CONAMA, cuja composição colegiada deve ser formada também por representantes de entidades civis, ou seja, do terceiro setor (art.7º).

Dica da professora Existem ONGs financiadas por outras ONGs. No Brasil, é comum encontrarmos projetos financiados por ONGs internacionais.

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A Lei 9.433/97 (Lei das Águas) também prevê a participação do terceiro setor no gerenciamento dos recursos hídricos e a Agenda 21 coloca em muitas passagens a coletividade como importante colaboradora no processo de desenvolvimento.

A relação entre a questão do meio ambiente e o terceiro setor é grande, e vem provocando o surgimento de um campo diversificado de atuação para profissionais envolvidos com essa temática.

O setor público tem como campo de atuação profissional, em relação às questões ambientais, as Secretarias de Meio Ambiente, sejam estas estaduais ou municipais. No âmbito federal, temos o Ministério do Meio ambiente, que agencia ações relacionadas a diversas outras agências públicas como, por exemplo, o CONAMA.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, instituído pela Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto no 99.274/90, alterado pelo Decreto nº.

2.120/97 e pelo Decreto nº. 3.942/01, é o órgão

consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do

Meio Ambiente - SISNAMA.

O CONAMA é composto de Plenário, Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho. É presidido pelo Ministro do Meio Ambiente. A Secretaria Executiva do CONAMA é exercida pelo Secretário Executivo do MMA.

Alem do CONAMA, existem outros colegiados e entidades vinculadas ao MMA. Entre essas entidades, o IBAMA é uma das mais conhecidas – Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Diversos projetos ambientais são desenvolvidos em parceria com estas agências, e estão disponíveis para

Para navegar Conheça o site do Ministério do Meio Ambiente: http://www.mma.go v.br Dica da professora Procure entrar e viajar nos sites indicados.

Isso também é fonte de pesquisa.

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consulta no site do Ministério, indicado anteriormente. Assim que possível, consulte esta fonte de informações.

Atualmente, no entanto, junto ao Terceiro Setor emerge um campo de atuação diferente para pessoas envolvidas com a causa ambiental. Segundo Merege:

O Terceiro Setor desenvolveu–se com tal velocidade que praticamente vem estimulando a criação de um novo mercado de trabalho para alimentar suas necessidades de pessoal. Esse mercado vem crescendo tanto para as suas atividades fins como para as suas atividades–meio. Essa segmentação do mercado de trabalho é recente, uma vez que os dirigentes das organizações constituem–se, na sua grande maioria, de pessoas motivadas por uma causa, ou seja, o atendimento de um serviço ao público, quer seja na área de educação, de cultura, de assistência social, de defesa de direitos humanos ou de defesa da natureza. Daí encontrarmos, à frente da direção

dessas organizações, educadores,

psicólogos, assistentes sociais,

advogados e ambientalistas cuja função é comumente autodenominada de "bom–bril", já que desempenham trabalhos tanto junto ao público como na direção das próprias organizações.

(Merege, 2005: s.p. Disponível em: http://www.aids.gov.br. Data do acesso: 20 de março de 2005).

As ações no Terceiro Setor são implementadas basicamente através do desenvolvimento de projetos com o objetivo de captar recursos para sua implementação, e é a este assunto que dedicaremos a parte final desta apostila.

Elaboração de projetos e terceiro setor

Um projeto ambiental pode ser desenvolvido por qualquer setor da estrutura que apresentamos até aqui.

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No primeiro setor, existem projetos sendo desenvolvidos pelas Secretarias de Meio Ambiente, e sua sistematização é necessária para aprovação, implementação, desenvolvimento e planejamento.

Exemplos de projetos do Primeiro Setor, aproveite para atentar sobre seus objetivos:

SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DE LONDRINA - PR

Projeto A Escola vai ao Parque: Através de monitores, a Secretaria assessora estudantes de escolas de primeiro grau, em visita ao Parque Arthur Thomas, conversando sobre natureza e questões ambientais.

Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Sobral – CE

Projeto Terra Nova: É uma operação urbana consorciada, focada no desenvolvimento social e econômico, a partir da integração de diversas políticas públicas com o objetivo de inserir social e urbanisticamente a população residente na margem direita do rio Acaraú, mais precisamente nos bairros Sinhá Sabóia, D. Expedito, Parque Santo Antônio e as COHAB I e II. Historicamente, os principais investimentos públicos e privados em Sobral localizaram-se, preferencialmente, na margem esquerda do rio Acaraú, onde a cidade nasceu no século XVIII. Isto criou um fosso social entre os habitantes das duas margens.

Há uma interação de diversas secretarias da prefeitura de Sobral, onde a nossa secretaria participa do projeto através da habitação e meio ambiente. Prioridades:

 Inserção urbana e social dos habitantes da margem direita do rio Acaraú;

 Romper a barreira física entre as duas margens do rio;

 Redução do déficit habitacional;

 Promoção da saúde dos habitantes da margem direita;

 Resgate da auto-estima de crianças e adolescentes da margem direita;

 Organização e participação comunitária da margem direita. Dica da professora O que é uma” função Bombril”? Você lembra do slogan do produto? Pois é... 1001 utilidades! O trabalho do terceiro setor exige versatilidade e disponibilidade para o cumprimento das mais diversas funções.

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Já no Segundo Setor, as ações do mercado voltadas para o meio ambiente dizem respeito a temas relacionados a Responsabilidade Social e Ambiental. A questão da Responsabilidade Social das Empresas coloca-se diante de um novo cenário econômico que traz novas exigências ao Mercado.

Uma gestão empresarial que tenha como referência apenas os interesses dos acionistas (shareholders) revela-se insuficiente no novo contexto. Ele requer uma gestão balizada pelos interesses e contribuições de um conjunto maior de partes interessadas (stakeholders). A busca de excelência pelas empresas passa a ter como objetivos a qualidade nas relações e a sustentabilidade econômica, social e ambiental.

A empresa é socialmente responsável quando vai além da obrigação de respeitar as leis, pagar impostos e observar as condições adequadas de

segurança e saúde para os

trabalhadores, e faz isso por acreditar que assim será uma empresa melhor e estará contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa.

A empresa demonstra sua

responsabilidade social ao

comprometer-se com programas

sociais voltados para o futuro da comunidade e da sociedade. O investimento em processos produtivos

compatíveis com a conservação

ambiental e a preocupação com o uso racional dos recursos naturais também têm importante valor simbólico, por serem de interesse da empresa e da coletividade.

(Disponível em www.ethos.org.br. Data do acesso: 21 de marco de 2005)

A Responsabilidade Social das Empresas (RSE) e analisada em função de INDICADORES – ações que representam o envolvimento dessas empresas com causas sociais. Para navegar As definições apresentadas a seguir foram extraídas do site www.ethos.org.br do Instituto Ethos.

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O Instituto Ethos de RSE traz como sugestão os seguintes temas de onde derivam os indicadores:

 Valores e transparência - A noção de responsabilidade social empresarial decorre da compreensão de que a ação das empresas deve, necessariamente, buscar trazer benefícios para a sociedade, propiciar a realização profissional dos empregados, promover benefícios para os parceiros e para o meio ambiente e trazer retorno para os investidores. A adoção de uma postura clara e transparente no que diz respeito aos objetivos e compromissos éticos da empresa fortalece a legitimidade social de suas atividades, refletindo-se positivamente no conjunto de suas relações;

 Público interno - A empresa socialmente responsável não se limita a respeitar os direitos dos trabalhadores, consolidados na legislação trabalhista e nos padrões da OIT (Organização Internacional do Trabalho), ainda que esse seja um pressuposto indispensável. A empresa deve ir além e investir no desenvolvimento pessoal e profissional de seus empregados, bem como na melhoria das condições de trabalho e no estreitamento de suas relações com os empregados. Também deve estar atenta para o respeito às culturas locais, revelado por um relacionamento ético e responsável com as minorias e instituições que representam seus interesses;

 Fornecedores - A empresa socialmente responsável envolve-se com seus fornecedores e parceiros, cumprindo os contratos estabeleci-

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cidos e trabalhando pelo aprimoramento de suas relações de parceria. Cabe à empresa transmitir os valores de seu código de conduta a todos os participantes de sua cadeia de fornecedores, tomando-o como orientador em casos de conflitos de interesse;

 Consumidores e clientes - A responsabilidade social em relação aos clientes e consumidores exige da empresa o investimento permanente no desenvolvimento de produtos e serviços confiáveis, que minimizem os riscos de danos à saúde dos usuários e das pessoas em geral;

 Comunidade - A comunidade em que a empresa está inserida fornece-lhe a infra-estrutura e o capital social representado por seus empregados e parceiros, contribuindo decisivamente para a viabilização de seus negócios. O investimento pela empresa em ações que tragam benefícios para a comunidade é uma contrapartida justa, além de reverter em ganhos para o ambiente interno e na percepção que os clientes têm da própria empresa. O respeito aos costumes e culturas locais e o empenho na educação e na disseminação de valores sociais devem fazer parte de uma política de envolvimento comunitário da empresa, resultado da compreensão de seu papel de agente de melhorias sociais;

 Governo e Sociedade - A empresa deve relacionar-se de forma ética e responsável com os poderes públicos, cumprindo as leis e mantendo interações dinâmicas com seus representantes, visando a constante melhoria das condições sociais e políticas do país. O com

Dica da professora

É importante destacar aqui que o Meio Ambiente é assumido como uma questão de

RESPONSABILIDADE SOCIAL,

reafirmando todo nosso debate neste curso baseado na Ecologia Social, afirmando ser o meio ambiente parte de um debate necessariamente socioambiental.

Importante

Como foi dito antes, o Instituto Ethos de RSE traz como sugestão os seguintes temas de onde derivam os indicadores. São eles: Valores e transparência; Público interno; Fornecedores; Consumidores e clientes; Comunidade; Governo e Sociedade; Meio Ambiente.

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portamento ético pressupõe que as relações entre a empresa e governos sejam transparentes para a sociedade, acionistas, empregados, clientes, fornecedores e distribuidores. Cabe à empresa manter uma atuação política coerente com seus princípios éticos e que evidencie seu alinhamento com os interesses da sociedade;

 Meio Ambiente - A empresa relaciona-se com o meio ambiente causando impactos de diferentes tipos e intensidades. Uma empresa ambientalmente responsável deve gerenciar suas atividades de maneira a identificar estes impactos, buscando minimizar aqueles que são negativos e amplificar os positivos. Deve, portanto, agir para a manutenção e melhoria das condições ambientais, minimizando ações próprias potencialmente agressivas ao meio ambiente e disseminando para outras empresas as práticas e conhecimentos adquiridos neste sentido.

Vamos nos dedicar um pouco mais a este indicador. De acordo com esta proposta, uma empresa afirma-se como socialmente responsável na medida em que se dedica à questão ambiental, o que significa investimento por parte das empresas em ações voltadas para o meio ambiente.

A RESPONSABIBLIDADE AMBIENTAL destaca-se como tema da RSE e diversas empresas hoje se preocupam em investir em projetos ambientais, visando afirmarem-se como ambientalmente responsáveis. A Gestão Ambiental é um tema recorrente nas preocupações do segundo setor e diferentes selos de qualidade vêm sendo desenvolvidos nesta área. Para navegar Leia o artigo Indústrias e Meio Ambiente, disponível em: http://www.aultimaa rcadenoe.com/indust ria.htm.

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Temas como ambientalismo empresarial estratégias empresariais e desenvolvimento sustentável – o “triple bottom-line” (integrando as variáveis econômica, social e ambiental); risco ambiental e percepção da sociedade, o marco regulatório e o licenciamento ambiental: Lei de crimes ambientais, Lei de Direito à Informação Ambiental; as medidas compensatórias e o relacionamento do Segundo Setor com os órgãos ambientais e com o Terceiro Setor são recorrentes hoje no âmbito empresarial.

Normas de gestão ambiental (como a ISO 14000) e selos de qualidade são desenvolvidos com a finalidade de estimular e garantir o envolvimento das empresas com as causas ambientais.

O investimento em projetos ambientais, por parte das instituições de segundo setor, muitas vezes, apresenta objetivos controvertidos. Como analisamos anteriormente, o mercado focaliza “tradicionalmente” a obtenção de lucros por parte das empresas. Como associar este interesse com os objetivos da responsabilidade ambiental, se estas ações ambientalmente sustentáveis não visam lucros?

O discurso oficial da RSE, que analisamos anteriormente, aponta para “um novo cenário econômico”, onde a preocupação socioambiental coloca-se como uma exigência. No entanto, percebemos diversas empresas utilizando ações em responsabilidade ambiental como ações de marketing empresarial. Muitas vezes os recursos investidos propriamente nas ações ambientais são menores do que aqueles investidos na publicidade feita sobre o projeto desenvolvido. Isso é um problema sério para ser analisado! Para navegar Visite o site da NATURA, e analise a presença da RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL em seu link denominado “desenvolvimento sustentável”. www.natura.com.br

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Até que ponto as empresas investem como deveriam na área ambiental e qual o sentido desta ação?

Outro caso controverso diz respeito às empresas que causam sérios danos ao meio ambiente e como medida “compensatória” desenvolvem (ou financiam) projetos ambientais. Analisar o envolvimento do segundo setor com projetos ambientais não é tarefa simples, e merece não apenas cuidado, mas uma ação eticamente meticulosa.

E O TERCEIRO SETOR?

Os projetos desenvolvidos pelo primeiro e pelo segundo setor podem ser desenvolvidos diretamente por grupos integrantes de sua estrutura, como funcionários das secretarias de meio ambiente ou das agências públicas, assim como por funcionários das empresas alocados para a realização de ações ambientalmente sustentáveis.

No entanto, em diversas situações, as verbas públicas e privadas são investidas no terceiro setor para que ele se responsabilize pelas ações ambientalmente sustentáveis. Tanto governos como empresas em vez de atuarem diretamente nas causas ambientais, financiam estas ações que passam a ser realizadas por instituições do terceiro setor.

Assim, encontramos projetos integrados onde estado, mercado e terceiro setor atuam em conjunto.

QUAL A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS NO TERCEIRO SETOR?

Os recursos públicos e privados disponíveis para ações ambientais apresentam determinadas exigências

Para pensar Como você responderia a esta questão? Seriam suficientes as escassas ações ambientais promovidas, muitas delas com fins de reduzir impostos ou contornar multas?

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para serem disponibilizados. A elaboração completa de um projeto apontando a metodologia, os objetivos, um orçamento e cronograma de desenvolvimento é passo fundamental nesta negociação.

A captação de recursos para implementação de projetos ambientais depende da elaboração clara de um bom projeto. E este é o objetivo central desta disciplina do curso.

Sendo assim, as organizações de Terceiro Setor captam recursos para implementação de seus projetos tanto oriundos do Primeiro Setor (vide ANEXO 1 – Dos instrumentos de acesso a recursos públicos) quanto do Segundo Setor – Mercado.

Veja abaixo o exemplo do Edital do Fundo Nacional do Meio Ambiente para seleção de projetos:

RECURSOS DAS EMPRESAS RECURSOS DO ESTADO Projetos elaborados para captação de recursos Projetos implementad os com recursos do Estado e das empresas. Projetos implementad os com recursos do Estado e das empresas. Projetos implementad os com recursos do Estado e das empresas

Referências

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