RBn 9 : 115-126, 1976
ENSINO DE NUTRiÇÃO NAS ESCOLAS DE ENFERMAGEM
DO ESTADO DE SÃO PAULO
Leda lson Mattos·
racy Witt P. Spinola"
Hisko Shima
•••
aa
Josefina Leuba Salum···
RB/14
MA'OS, L.U. e colabordores - Ensino de nutrição ns sos de enfermagem do Estado de São Paulo. v. Bas. Ef.; DF, 29 : 115-126, 1976.
Considerando-se que o cuidado nutri cional do paciente é uma das respnsa bidddes de fato do enfemeiro em nosso meio, seria de ineresse verificar se o profissional de enfemagem está rece bendo uma formação que lhe pemita adquirir conhecimentos e habilidades relativas à nutrição, exigidas elas de mandas do campo.
ntende-se aqui como cuidado nutri cional o conjuno de ativldades relacio nads: orientação do paciene, da fami lia ou da comunidade sobre sua dieta, supervisão da aceitação desta, avaliação da mudança de comportamento admen tar, colaboração com a nutricionista no planejamento da dieta e na sua admi nistração.
o
"Becreay's Comitee" (Departa ment of Health, Education and Welfare, WASHINGTON DC) que estudou, em 1972, os diverss papéis desempenhados pelo enfermeiro, revela que a expecta tiva em relação ao profissional de enfer magem é a sua atuação cmo membro responsável a equipe de saúde, iner pretando e desempenhando instruções dos outrs membros, coaborando no pla nej amento e implantação dos serviços de saúde ou agindo independenemente. Para tanto, deve er o enfermeiro for mação que lhe pemita desemenhar tais papéis. Em relação ao cuidado cm a nutrição do paciene, o enfermeiro de Saúde Pública, por exemplo, "tem super visionado a dieta na gestação e nain-• Professor Lire-Docente da disciplina Nutrição e Dietética Aplicads à nfermagem, da EEUSP.
• • Profesor Livre-Dcente do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de SaÚde Pública a USP.
• • • Auxiliares de Ensino da disciplina Nutrição e Dietética Aplicads à nfermgem, da EEUSP.
AIOS, L.U. e colaboradores - Ensino de nutrição nas escolas de enfermagem do Estado de São P.ulo. Rev. Bas. Ef.; DF, 29 : 115-126, 1976.
fância; de um modo geral, em sido o profssional de enfermagem responsável pela educação da paciente e da famída no seguimeno do dieta, levando em conta antecedentes culturais, preferên cias pessoais e condições financeiras".
RRISON e CoI. ( l969) fizeram um levantamento entre os enfemeiros em Saúde Pública para verificar os seus co nhecimentos de nutrição e dietoerapia. Mediram quatro categorias de conheci mentos de nutrição consideradas dese jáveis para enfermeiros : a) instrumen tos comuns utilizados na avaliação de diets ; b) fatores fisiOlógicos que inter ferem na ingestão do aLimento; c) fato res psicológicos, culturais, sciais e eco nômicos que interferem na ingestão de alimento; d) nutrientes constituintes ds alimentos. Os resultados mostraram grande variação nas áreas de conheCi mento da nutrição estudada. Por um lado, houve maior variação nas catego rias sobre conhecimento de fatores fi siOlógiCOS e psicológicos que interferem na ingestão de alimenos e necessidades nutriconais, e, por outro, verificou-se a ausência de conhecimentos sobre os instrumentos usados na avaliação e pla nejamento das dietas. s enfermeiros com grau de bacharel apresentaram va lores significativamente mais altos, ao passo que os enfermeiros atuantes não apresentaram diferençs em relação ao tipo de formação. No mesmo trabalho, os auores ciam que nos stados Uni ds o nutricionista de agênCia de saúde provê a educação e atualização do en fermeiro em Saúde Pública em assuntos de nutrição. O estudo indicou ainda que o nutricionlsta, o enfermeiro supervisor e outros enfermeiros do "staff" são fre qüentemente consultados pelos enfer meiros em Saúde Pública sobre asuntos de nutrição.
CICONELLI e CoI. ( l970) citam como uma das funções do enfermeiro hospi talar, auxUlar o paciente a
recuperar-116
se e maner a saúde, e propõem co mo uma das atividades do enfermeiro "observar a reação do paciene, relati vamente à dieta que lhe foi prescrita" e "orientar os famUlares sobre visitas, doação de sangue e tratamento, no mo mento da admisão do paciente, e so bre
deta,
curativos, medicação e retorno na ocasião da alta hospitalar".COELHO e Cal. ( 1970) descrevem a distribuição das atividades dos mem bros da equipe de trabalho no serviço de puericultura do 5.° Centro de Saúde e Unidade Sanitária de ensino em Ama ralina, sendo função do enfermeiro pe diátrico elaborar um plano de assistên cia de enfermagem à criança, no qual um dos itens é a orientação dietética para as diferentes idades.
Nos relaórios dos grupos de trabalho do II Seminário sobre Educação em En fermagem rea1izado na Escola de Enfer magem de Ribeirão Preto (OPASjOMS, 1970) - tema referente ao currículo do Curso de Graduação em Enfermagem -, concluiu-se que uma das atividades es pecíficas da assistência de enfermagem, na área de nfermagem Materno-Infan til é o cuidado com a alimentação do recém-nascido, lactente, pré-escolar e escolar.
Não bastassem tais verificações, sabe se que a Nurição em feito parte do elenco de discipdns do curso de gra duação em Enfermagem desde a im plantação do ensino de Enfermagem em nsso país, remontando tal fato aos pri mórdios da sistematização do ensino de Enfermagem. Isto vem refletir o inte resse dos educadores de Enfemagem em adequar o ensino à realidade que en contram os profisionais no campo.
AOS, L. U. e col.boradores
-
sno de nutrição ns os de enfegem do Estdo de São P.ulo. v. Bs. f.; DF, 29 : 115-126, 1976.que forma, bem como o parecer dos alu nos sobre o assunto.
Acredita-se que as observações obtidas possm ser de utilidade na adequação do ensino, uma vez que fornecem visão do que está ocorrendo e de como isto é percebido pela população estudantil. Deve-se resaltar que tah percepção re flete as necesidades sentidas pelos alu nos, podendo estas constituir subsidios para a elaboração de programs de en
sino.
Partiu-se da suposição de que as dis eiplinas Nutrição Normal, Dietoterapia,
Nutrição nfantil, Dietoterapia Infanti, .Nutrição em Saúde Pública, Nutrição da Gestante e Puerpério ,são ministradas ·em todas as Escolas de Enfermagem do Estado de São Paulo, mas de foma he erogênea, ora solada, ora integrada a .outras disciplinas de Enfemagem.
�
Alunosma t r i c ul ados
Escola F
A 76
B 40
C 25
D 1 3
E 7 5
F 4 9
G 51
H 25
Tot a l 354
A coleta de dados teve por base m �uestionário, constituido de acordo com a metodologia apregoada pelas Ciências ,Sociais tendo-se em vista a validade ds informações coletadas.
s instruções para o preenchimento ,do questllonário foram dadas oralmen
te, logo após a sua dstribuição, sendo feitos os esclarecimentos, em relação a cada item antes do seu preenchmento.
s
escolas que fierm parte do estudo foram: Escola de Enfemagem da USP, Facudade de nfermagem São Jé, Fa culdade Adventista de Enfermagem, Es cola Paulista de Enfermagem, scola de Enfermagem de. Ribeirão Preto (USP) , Escola de Enfermagem da Pontificia Universidade Católica (São Paulo) , Es cola Superior de Enfermagem (Mogi das Cruzes) , Facuhdad6 de Enfemagem da Pontificia Universidade Caólica (Cam pinas) .Os estudantes submetidos à pesquisa foram os que cursaram o último semes tre do curso de graduação em Enfer magem nas escolas citads, presentes por ocasião da visita do pesquisador e que perfizeram o total de 24, assim distribui dos :
Tabela 1
-
população estudantU ds tribuida por escolas:Alunos que re sponderam
o que s tionário
F
I
"
61 80 . 3
22 5 5 , 0
1 3 52 , 0
6 4 6 , 2
54 72 , 0
31 63 , )
32 62, 8
2 5 10. , 0
244 68 , 9
Os dados foram tabulados e serão apre sent2dos a seguir.
A Tabela 2 contém as respostas afir mativas dadas pelos estudantes ,a res peito do ensino das dsciplinas alvo do estudo.
Como pode ser visto, a disciplina Nu trição Normal obeve maior freüência de respostas afirmativas, correspondendo a m total de 99,2%, e a menor
.. .. o
Tabela 2
-
Estudant e . , por e s cola, que responderal S U·.I miniatradaa aa disciplina" nutrição norllal , dieto terapianu triçÃo i n ran t i l , nutriçÃo. ell saúde públ ica , nutriçÃo da ;eat!mte e lo puerpério.
Disciplina"
fut. Normal
Dietoterapia
N. Infantil
D . Infntil N. S. Publ. N. G. Puerp .
I
EscolasI I
I
j
I
I A I B I C I D I E F G H Total
I
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I NI I " I NI I " I NI I " I NI " I NI % NI % NI " NI " NI
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_ L_
61 100 22 100 l' 100 6 100
61 100 22 100 11 8*,6 t 66,7
61 · 100 22 100 11 8 * , 6 6 100
60 98 , t 18 818 10 76, 9 6 100
6 9 , 8 , 136 O O· O O
S, 86 , 9 20 909 2 1S, t 5 8 " , 53
53
45
38
3*
*8
98 , 1 31 100 31 9 6 , 8 25 100 2t2
98 , t 31 100 32 100 22 88 2)6
8" , 26 8' 9 ' 2 100 23 92 226
70 , t 11 '55 6 18 , 8 2 2 888 171
6 2 , 9 7 226 2 6
,
2 1 * 5'88 , 9 18 581 32 100 1 ** 179
"
99 , 2 96 , 7
9 2 , 6
70 , 9
21 , 7
.3 , t
Ôba ' A porcentagem nas e s coias �oi calculada em relação ao número de estudantes que responderam o questionáriO ,
conforme ta gela 1 .
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AS. L.U. e odos - no de nuião s os de fgem do sdo de o Plo. Y. . f.; DP. 9 : 115-126. 176.
T.bela )
-ES ·co LA
isolada
A integrada
n. respondeu
isolada ' 8. integrada
n. respondeu
isol.da C inte grada
n. respond.u
isolada
D integrada n. re spo.ndeu
isolada E integrada
n. respondeu
i s olada
, in tegrada n. re spond.u
isolada " integrada
n. r.spondeu
isolada H integrada
n. raspondeu
7 .
Disciplinas minis trada. , segundo a rorm. - isolada ou
in-tegrada
61 ( 100)
22( 100)
l ) UOO)
6 ( 100)
53 UOO)
)1 ( 100)
)1' 96 . 8 )
1 ( 3 , 2 )
2 5 ( 100)
.. discip1in. de .nCermagem •
57 ( 9 ) , % ) 56 ( 91 . 8) %( 6 , 6 ) 5 ( 8 , 2)
22( 100)
22( 100)
1 1 ( 8 . . 6 ) 11 ( 8% , 6 )
2 ( 1 5 . % ) 2 (1 5 . % )
% ( 66 , 7 ) 6 ( 100)
2 ( J3 . J)
5 ( 9 . 3 )
"0 ( 7 % . 1 )
9 (16. 6 )
5 ( 9 . 3 ) 4 5 ( 8 3 . 3) 4 ( 7 . " )
J1 ( 100) )( 9 . 7 )
2 J ( 7f , 2)
5 ( 16, 1 )
5 ( 1 5 , 6 ) 2 9 ( 90 . 6) 26 ( 81 , 3 ) ) ( 9 , % )
( ) . 1 )
1 8 ( 72 . 0 ) " (1 6 . 0 ) 3 (1 2 . 0 )
2 ( 8 . 0 ) 1 9 ( 76 , 0 ) 4 (1 6 . 0 )
I
Diet;tn l N S ' d rapia - I : au • InCanti1 1 Publica8 ( 1 3 , 1 ) 1 ( 1 , 6 )
5 2 ( 8 5 , 2 ) 5 ( 8 , 2)
1 ( 1 , 7) 55 ( 90 , 2)
1 8 ( 81 , 8 ) ) ( 1 ) . 6 ) % ( 18 , 2) 1 9 ( 86 , % )
10 ( 7 6 , % )
) ( 2 3 . 1 ) l J ( 100)
6 ( 100 )
6 ( 100)
1 ( 5 . 4 ) 2 ( ) . 7 ) ) 9 ( 7 2 . 2 ) 32( 59, 3 ) 1" ( 25 . 9) 2007.0)
2 ( 6 , 5 ) 4 ( 1 3 . 0 ) 9 ( 29 , 0 ) J ( 9 . 6 )
20 { 6f , 5 ) 24 (77.4)
-6 ( 18 , 7 )
26 ( 81 , ) )0 ( 9J , 7 ) 2 ( 6 , 3 )
2 { 8 , 0 ) 3 (12,0)
18 ( 7 2 . 0 ) ) ( 12,0)
5 ( 20 , 0 ) 19( 76,0)
Nutrição g.st. • puerpório
5 3 ( 8 6 , 9) 8 ( 1 ) . 1 )
21 ( 95 , 5) 1 ( . " . 5)
a(15 . % ) 1 . ( 8 % , 6)
6 ( 100)
5( 9 . 3 ) 41 ( 750 9 ) 8 ( 1 " . 8 )
4 ( 1 2 , 9 )
1% ( 45 . 2) 1 ) ( %1 , 9 )
)2( 100)
4 (16,0) 4 ( 16,0) 1 7 ( 68 . 0 )
Obs: o. nú.ero. entre p.rênt •••• indic • • �. po�c.ntac.ns . que Coram c.lculadas
e. rel.ç�o ao núm.ro d. e.tu4a.t •• qua responderam o qu.s tionário em cada
esco.1a.
A OS, L. U. e colaboradores - Ensino de nutriço nas ecolas de enfegem do Estado de São Paulo. Rev. Bras. Enf.; DF, 29 : 115-126, 1976.
cia encontra-se na dsciplina Nutrição em Saúde Púbica, que alcançou a por centagem de 21,7 % . Deve-se ressaltar que em duas escolas (C e D) verificou se que essa disciplina não tinha sido ministrada.
Apresenta porcentagem inferior a 75%,
a freqüência de respstas relativas ao ensino das disciplinas Dietoterapia In fantil (70,9 % ) e Nutrição da Gestane e do Puerpério (73,4% ) , o que pode de ver-se à forma integrada de ministrá ls. A notar é que essa última discipld na aparece com porcentagem baixa nas escolas H (4% ) e C ( 15,4% ) .
A seguir são apresentados os resulta dos referentes à forma de ensino, que
pode ser isolada ou integrada a uma disciplina de Enfermagem (Tabela 3) . Como se pode observar, as informa ções contidas na Tabela 3 nem sempre apresentam unanimidade por parte dos estudantes em identificar a forma de ensino das discipldnas da Nutrição. Ape sar desse fato, considerm-se que as al tenativas com maior freqüência pudes sem ser representativas da realidade.
Segundo as respostas dos estudantes, a disciplina Nutrição Norml, além de ser ministrada em todas as escolas, o é de forma isolada.
. cinco escolas
(,
B, D, F, H) os estudanes afirmaram ser a dlscipdna Dletoterapia ministrada de forma isola da, sendo que em duas delas (B e F) houve unanimidade em apontá-la como tal. Nas demais escols verifica-se que a maioria dos estudantes informou ser dada de forma inegrada. Na escola C, os estudanes referiram ser a dsciplina Dletoerapia integrada à Nutrição Nor mal (84,6 % ) , na escoa G à disciplinaEnfermagem Médico-Cirúrgica (81,3 % )
e na E informaram estar distribui da entre as diSCiplinas Nutrição Nor mal (35,2% ) e nfermagem Cirúrg.ea (33,3% ) .
A maioria dos estudantes das escolas
A, D e G informou ser a disciplina
Nu-120
trição Infantil minstrada de foma iso ada (91,8%, 100% e 90,6%, respectiva mene) . A maior freqüência que indica ser aquela disciplina integrada à outra de Enfermagem encontra-se nas esco las B 100 % ) e C (81,6% ) seguindo se da E (83,3 % ) , da H (76% ) e da F
(74,2% ) . Na escola B referirm estar integrada à disciplina Enfermage. Pe diátrica (91 % ) , bem como na escola F
( 79,2 % ) e na escola E (75,9 % ) . Na es coa H os estudantes não indicaram a que disciplina esá inegrada a Nutrição Infantil.
Quanto à disciplina Dletoterapia In fantil, verifica-se que na escola D, 10% dos estudantes referiu ser ministrada de forma isolada. Nas escolas A, B, C, E e H,
por outro lado, os estudantes em sua maioria informaram ser a disciplina mi nistrada de forma integrada, nas seguin tes porcentagens: 85,2 % , 81,8%, 76,4%, 72,2% e 72,0%. Praticamente inexste resposta sobre o assuntos nas escolas F e G. Na escola A os estudanes refe riram estar essa disciplina integrada à Nutrição Infantil (90,2 % ) ; na B, na C
e na E à nfermagem Pediátrica em
porcentagens semelhantes (77%, 79% e
70,3 % , respectivamente) . Não houve in dicação de qual isciplina integra-a na escola H.
A discipina Nutrição em Saúde Pú blica apresenta falta de resposta, na maioria das escolas, o que se justifica pelos dads da tabela anerior, onde há informação de que ela não é ministrada nas escolas alvo do estudo. Na esco. E, porém, 59,3% dos estudanes informou estar integrada à disciplina Enferma gem Matemo-Infantil (92,6% ) .
so-MAOS, L .U. e colaboradores - nsino de nutrição nas esolas de enfmagem do
Estdo de São Paulo. Rev. Bas. Enf. ; DF, 29 : 115-126, 1976.
bre a forma de ensino dessa disciplina na escola F, uma vez que praticamente a metade dos estudantes não infomou nada a respeito.
Adicionalmente são apresentadas aL gumas informações obtidas sobre as ati vidades práticas, realizadas pelos estu dantes : experiências com animais, cál culo de dietas, preparo de dietas hos pitalares, preparo de mamadeira, visitas a serviço de nutrição e dietética, visitas a lactário, visitas a indústrias de pro dutos ahmenticios, e studos de caso e cstági J em hospitais, .são as atividades que aparecem com maior freqüência.
Como muitas informações de valia são obtidas quando é dada oportunidade ao indivíduo de se manifestar, esse recurso foi uWizado na presente investigação. Praticamente não houve sugestões que se referissem ao aumento do número de disciplinas que compõem o esino da Nutrição; as observações mais provei tosas ligam-se à metodologia de ensino utilizada, ou seja, ensino teórico, prá tico ou teórico-prático. Porém a análi se das sugestões dadas não' permitiu que muitas respostas fossem enquadra das nas 3 mOdalidades citadas acima; assim, foram estabelecidas mais duas : estágio e aplicabil.dade.
s sugestões da modalidade
ensino
teórico
foram as que se referiram a ati vidades tas como : teoria exemplifica da, enfoque pluri-disciplinar, abordagem mu1tiprofissional, conceituações mais profundas, etc.A sugestão da modalidade
ensino prá
tico
mas freqüente foi a necessidade senida pelos estudantes de serem as aulas ministradas em hospital. Além desta, foram sugerids as seguintes : realização de experiências com animais, experiências em laboratório, preparo de fato de dietas hospitalares - sendo ci tados especificamente diabéticos, puér per s e ulcerosos - e maior contaocom pacientes que recebem tratamento dietoterápico.
Em relação ao ensino
te6rico-prático
foi apontada com freqüência a adequa ção das técnicas de trabalho educativo, isto é, desenvolvimento destas junto s mães e à familia de pacientes.Observação constante relativa ao
es
tágio
foi a de que deveria ser incluido um que fosse especificamente dirigido ao seguimento de pecientes sob trata mento dietoterápico.Quanto às sugestões da mOdalidade
aplicabilidade
temos : adaptação à rea lidade sócio-médica local, utilização ime diata e específica, viabi1idade econômica ds dietas, condicionamento das dietas à época do ano, etc.Destacam-se, ainda, no entanto, res postas dadas que exemplificam a meto dologia de ensino considerada ideal tais como: necessidade de maior relaciona mento entre Nutrição e Enfermagem, discussão de casos, maior adequação en. tre teoria e prática. Além destas sugeriu se maior aproximação entre os diferen tes membros da equipe de saúde, como médicos e nutricionistas, para a elabo ração conjunta de diets.
A análise ds respostas tabuladas (anexo) referentes às sugestões igadas
s
modalidades de ensino (categorias citadas anteriormente) mostra que fo ram emitidas 195 sugestões, sendo que destas 42,05% referentes à prática, se guindo-se 33,33% relacionadas ao está gio. Esses dados, como outros, podem ser vistos na Tabela 4.considerando-AS, L. U. e colaboradores - sino de nutrião ns escolas de enfgem do sado de So Paulo. Rev. rs. Enl.; DF, 29 : 115-126, 1976.
se S dados como m todo, é a que está ncesitando de reformulação, com au mento da prática, segundo parecer de maior número de pesquisados ( 12,31% ) ; porém, considerand-se apens s fre üênclas relativas à prática, esa por centagem obe para 29,27%.
Cmo era esperado, há variação en tre as freüênclas de sugestões ligads
à teoria, prática, eoria e prática, esá gio apllcabllldade entre as várias esc las. Das escoas pesquisadas, 5 apresen tm maior número de respstas refe rindo-se à necesidade de número ele vado de auls práticas (A, B, C, E e
F) . l duas escolas que apresentam maior porcentagem nesse sentido ão B (72,00% ) e F (48,00%) ; são, pois os es tudantes dessas escolas os que mais de sejam o aumento de esino prático. A necessidade mas freqüente expressa nas demals ecoas z respeito a estágio, que em certo sentido equivalente à prá tica; ais sugestões apresentam-se nas porcentagens de 83,33% na escola D, 60% na H e de 43,00% na G.
Os estudantes referirm a necessida de de mais prática e estágio na dlsci pllna Nutrição em Saúde públlca. Isto talvez se deva à quase que inexstência do ensino desa discipllna ns escolas estudadas. O mesmo, praticamene, ocor re com a Dieoterapia InfantU; quanto
.
Dieoterapia, como já vimos, a maior deficiência apontada se encontra na prática.Considerando-se especlftcamene cada ecola, na A foi apontada como neces sidade prioriária maior número de au las práticas na disciplina Nurição In fantil. Na escola B, também aparece ne cessidade expressa de maior número de aulas práticas nas isciplins Nutrição Normal, Dietoerapia e Dietoerapia In fantil. Na escola C, ressaltou-se nova mente o malor número de sugestões re lativas à prática, porém, j unto
s
ls ciplins Dietoerapla e Nutrição Infantil,122
e Nutrição da Gestante e Puerpérto; a escola D, por sua vez, apona em pri meiro lugar a necessidade de mais es tágio em odas as disciplins com ex ceção de Dietoterapla. so parece es tranho uma vez que é essa dcipllna fundamentamente relacionada à prática diárla hospitalar ds estudanes. Por outro lado, durane s estágios especia lizads infomamente são oferecidas mais oportunidades no que se refere à aplicação dos conhecients de Dieto teapia, o que poderia justificar a falta de necessidade de estágiO nessa disci plina. Na escola E há predominância de sugestões reativas à prática citada em relação a odas as dlscipllnas (15) , se guindo-se as referentes a estágio ( 14') em todas as disciplinas com exceção do Nutrição Infantil. Na escola F houve maior número de sugestões relativas à prática concentrando-se as sugestões na disciplina Dietoerapia. Na escola G aparece a necesidade de estágio em maior número reacionado à Dietoterapia Infantil e Nutrição em Saúde Pública. Finalmente, na escola H, também pre dominam s sugestões relativas a esá gio na dlscipllna Nutrição da Gestane e Puerpério.
Deve ser lembrado que a solicitação de prática ou estágio em determinada lscipina, onde já existe esta modali dade e ensino, alvez e deva o esti mulo despeado no aluno por ele.
s resultados obtidos mostram que o esino de Nutrição nas escolas de En fermagem não é uniforme em termos de disciplinas e forma de ensino, o que naturalmente condlciona a percepção das necessidades expressas peos aluns.
TAbelA � - Suge stões r o "cren tea as disciplinAS quanto
à
modalidAde de ensino • .Teoria l'rÁtica Toórico Es tágio 2r; tico
I
DisciplinA
�
F"
F"
F I"
F"
I
NutriçÃo hormAl 5 1 3 , 1 6 1 6 4 2 , 1) 1 2 , 63 1 3 )� , 2.
Dietoterapia 2 5 , 71 2� 12. 31-68 , 57 5 H , 28 29. 27· ·
NutriçÃo InfAntil ) 11, 53 9 34 . 61 8 )0 , 77
Dietotorapia InfAntil 5 12. 50 H 35 .00
,
7 . 50 lS 37. 50Sa&do '&blica
,
11, 54 8 30 . 7 6 2 7 . 69 10 38 , % 6Ges taçÃo e Puerpério 1
" "
11 36 , 67 l S 50 , 00Total 19 ( 9 , 74 ) 82 ( 4 2 , 0 5 ) 6 0 . 08 ) 66
( )J , H)
• Porcentagem em relação AO nQ total de re spos tAS ( 1 95)
• • PorcontAgem em relaçÃo ao nQ do respo s tas ret"eren tes Q
pn' tica
( lB2)Aplicada
F
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F)
7 , 8 9 38� 1 1 , " 3 JS
6 23 ,07 26
3 7 , 50 40
3 1 1 , 54 26
3 10 , 00 iO
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MA'OS, L . U . e colaboradores - Ensino de nutrição nas solas de enfemagem do Estdo de São Paulo. Rev. Bras. Enl.; DF, 29 : 115-126, 1976.
Quanto à forma, verifica-se pelos da dos obtidos, que no ensino das dicipli nas da Nutrição, inexise homogenei dade por escola e/ou discipdna, sendo uma mesma disciplina ministrada de fora diversa nas escolas pesquisadas. A oservação das sugesões apresen adas pelos estudantes, evidencia que há uma endência generalizada de as
ne-cessidades sentidas voltarem-se para R"
modlidades de ensino prático e estágio.
Acredita-se que a uilização das infor mações obtidas na eaboração dos pro gramas de ensino de Nutrição poderia colaborar no aprimoramento da forma ção do enfermeiro, no que e refere ao seu preparo para pceder ao cuida cc nutricional do paciene.
REER�CS BBIOGRICS
CICONEI, M. I., et aI papéis e funçes ds enfermeirs do Hospital das Cl1-is de Ribeirão Preto. n: SEMI NARrO SOBE DUCAÇAO M EN FEAaEM, 2.°, 11-18 novo 1970. Rieirão Preto - Reatório. Rieirão Preto, scola de Enfemagem de Ri eirão Preto da USP, OPAS/OMS, 1970. p. 33-46.
COEHO, a. a. D. et aI O papel da enfer meira na asStência mateo-infantil. n: SINARIO SOBRE DUCAÇAO
124
M EAaM, 2.°, 11-18 novo 1970, Ribeirão Preto - Reatório. Ri beirão Preto, Escola de Enfemagem de Ribeirão Preto da USP, OPAS-OMS.
1970. p. 77-86.
HARRSON, C. a., et aI Public health nuses' knowledge of nutrition. Jum. 01 Am. Diet. Assoe. 55: 133-139, 1969.
..
ANEXO I
- ' Su gc a t� o s re feren te.
a moda l i dade de ens ino por d i s c ipl inae
e � c ol a .ESCOLA
Nu trição '
Dietotorapin
Nutr. Infantil
D i e t . Infantil
Saúde Publica
Ge s t . e Puerp.
TOTAL
L egenda : , T - Teoria
P
- Prá t ica1
2
I
2
6
A n = 61
4
4
,
J
1
16 1
P - Teóri co-Prá t i c o
E - Es tágio
A - Apl i cabil idade
1 1
1
1
1
1
5
1B n= 22 C n=I J D n=61
4 2 1
4
1 1 'I 21 I I 1 I
4 I I 1
1 1 .
J
1
1
1
2 1 6
5 4
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1
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NEO 1 - ( Cont inua;ão )
ESCOLA E n=St F n= 35
Nu trição N
1
J
t
1
2"
1
1
D i e to terapia,
.1
1
6
2
Nutr. In'an t i.
1
t
1
2
2
D i e t . In'lntil
·1
2
t
1
2
J
Saúde Publica
t 1
2
1
2
1
Gest • . o Puerp .,
,
1
2
1
TOTL 1 1 5
3 H
7
6.
17
-?
5
G n= J2
1
2
.
1
2
1
1
1t
.,
1
2
4 1
1
3
3 1
.,
6
1 14 2
7
H n = 2 5
A
2
2
2
3
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1
1
5
1 5 2
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