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Rev. Bras. Enferm. vol.29 número4

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Academic year: 2018

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RBEn, 29 : 25-27, 1971

TENTATIVA DE UM DIAGNóSTICO DE

ENFERMAGEM DA FAMILlA

Emília Camos·

Mara Helea Machado·

Tokico Murakawa Moriya·

RBEn/02

CAPS. E., MACHAO, M.H. e MOY A, T.M. - Tentativa de m diagnóstico de en­ fermagem da fmília. Rev. Bs. Ef.; DF, 29 : 25-27, 1976

"A enfemagem é uma ciência e are de assistir o ser humano (individuo, fa­ mü1a e comunidade) no atendimento de sus necessidades básicas, de toná­ lo independente desta assistência, quan­ do possivel pelo ensino de auto-cuidado; de recuperar, maner e promover a saú­ de em colaboração com outros profis­ sionais".

Se aceitamos o pstulado acima e admitidos que as necessidades univer­ sais do ser humano

o

manifestads pelo individuo de várias maneirs é n­

dispensável que o enfemeiro as identi­ fl1ue e preste a ssistência que se fizer necesário.

Questionamos: stá o enfermeiro aen­ to a perceber e atender às necessidades básicas do ser humano quandO afeta­ das? m qualquer situação?

Tivemos uma experiência e achamos oportuno descrevê-la.

Durane visits domiclllares como par­ e de pesquisa sobre streptococcus, ns­ sa atenção estava dirigida apenas para o atendimento de objetivs da me.. Entretanto, logo nas primeiras visis demo-nos conta que ao nos apresentar­ mos às famü1as como enfermeiras, ests além das informações inerens à es­

quisa de streptococcu� apresentavam outros problemas de ordem física, emo­ cional e/ou scil. Pouco e sabe sobre o diagnóstico de enfermagem da fml­ lia, ou melhor dizendo, quais seriam s necessidades básics a familla. sta é

m odo coeso, não se constituindo a

soma das caracterfsicas da personali­ dade de cada um de seus membros.

Embora o objetlvo não tenha sido prceder ao diagnóstico de enfermagem da fmilla, por isso mesmo nem sequer esboçamos um histórico de enfermagem, foi possivel entretanto identlflcar uma

• Docentes do Departamento de nfermagem Geral e Especializada da Escola de Enfer­ magem de Ribeirão Preto, USP.

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CAPS, E., MACHADO. M.H. e MORYA, ToM. - Tenativa de m diagnstico de en­ femagem da fmila. ev. s. Ef.; DF, 29 : 25-27, 1976

série de problems de enfermagem, ma­ nifestações de necessidades humanas bá­ sicas que achamos de inerese relatar nossa experiência para estudos futuros. Foram estudads trinta famills cujos problemas foram agrupados como se e­ gue:

PROBLAS DENTIFICDOS:

Hipertensão.

Infecção auditiva com recidiva.

Afonia.

Implementação irregular de caninos, o pai não deixa extrair por medo de he­ morragia.

Analfabetismo.

Queixas de tonturas, palidez, erda de peso, mucsas descoradas.

Desmaios.

Seis esoas num único cômdo, 13 pes­

soas em dois cômodos.

Cozinha no quintai sobre tijolos. Filha com "medo" de chuva, acha que o elhado vai cair, corre pela vinhança e ao regressar dome na varanda da csa em frente.

Filha com anecedenes de anemia e aparene recidiva.

Marido após trauma craniano ficou nervoso, perdeu ânmo pela vida e tor­ nou-se alcoólatra, edema do I, não cida da higiene pesol. Não se limen­

a só bee cerveja, quexa-se de que a

spsa não mas corresonde exual­ mene.

Mulher considea-se dente, na mens­ truação apeena cefaléia durane três is, necessindo ficar em repoo abso­ luo e quaro ecuro.

Não tem fsa.

o

no quintal.

ilhs cm disrimia cerebral em tra­ tameno, nervsa.

Criança com oito mes recebendo só mamadeira.

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Falta de recursos econômicos para ali­ mentação.

Primigesta no

8.0

mês pede orientação

para o parto e freqüenta pré-natal do INPS.

Filha pálida, sonmbula, a mãe a con­ sidera anormal.

Flha de 7 anos que teve eneefalite, não fala, não anda.

Após A. V. C. encontrou o objetivo da vida.

Morte de uma filha excepcional de 5 anos, longe dos familiares, pai deprimido por haver consentido em separar-se da filha a quem muito queria.

Criança de 11 anos com dentição extra­ numerária; por informação da mãe já trcou os dentes, três vezes.

Escabise. Diarréia.

NECESSDADS AFETDAS :

Sóci-Econômico. Segurnça.

Educação à Saúde.

Cuidado Corporal. mor.

Sexualidae e Reprodução. Nutição.

Aprendizagem. Integridade Física. Terapêutica. Oxigenação. Comunicção.

Regução NeurolÓgica.

Educaço à Saúde.

Espaço.

Integridade cuidado cutâneo mucosa. Ambiene Físico.

Segurança mocional. Rgulação Vascular. RegUlação Imunitária.

:tica u filsofia de vida.

Lcomção.

Gregária.

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CAPS. E .• MACHADO. M.H. e MORIYA. T.M ..� Tentativa de um diagnóstico de en­ fermagem da fmilia. Rev. Brs. Enf. ; DF. 29 : 25-27. 1976

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-DISCUSSAO E CONCLUSAO

Analisando os problemas identificados percebemos diversos tipos de necessida­ des às quais o enfermeiro estã apto a atender. São problemas tanto sócio­ econômico como emocionais ou de saú­ de.

Não estamos certas de quanto estamos alertas para deectar essas necessidades e asistir, principalmene quando entra­ mos em contao com uma população supostamente sadia ou quando desen­ volvems um trabalho com algum obje­ tivo jã em mene.

Isto porque a maioria dos enfemeirs tem o hospital como local de trabalho cuja assistência de enfermagem é para o homem dene ou a nossa precupação esã apenas voltada para a realização de uma pesqusa.

s

enfemeiras de Saúde Pública têm assumido a respon­ sabilidade do atendimento da saúde da comunidade. Agora no entanto, estamos começando a nos conscientizar que o ideal seria que todos fssemos hãbeis em diagnosticar problems especificos de saúde da fmilla cmo fazemos com indivídus.

lgumas entativas têm sido feits para esclarecer e definir o diagnóstico de enfermagem da famíla. Freeman e Lowe idealizarm uma forma para sis­ tematizar o prcesso pelo qual uma en­ fermeira julga a cmpetência da famí­ lia. Tapia propõe o estudo de tarefas do núcleo fmiliar e a habilidade da famí­ lia em conseguir realizar ss tarefas.

Ela classifica a fmilla em cinco níveis : Nível 1 - Familia caótica - no estãg10 de desenvolvimento de criança, o mas baixo nivel caracerizado pela desorga­ nização em ods as ãreas da famil1a. Nível 2 - Familia inermediãria, estã­ gio de infância, caracterizado por me­ nor desorganização que o primeiro nível. Nível 3 - Familia normal com muitos conflitos e problemas, estãgio de ado­ lescente. Nível 4 - Familia com solu­ ções para seus problems - estãgio adulto. Nível 5 - É o ideal da família independente - maturidade cmpleta. A maior ênfase do trabalho de enfer­ magem com a família de nível 1 é de­ senvolver um verdadeiro relacionamento. com uma família de nível 2 é ajudr a familia a definir problemas; familia de nível

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requer complexa hab1l1dade de enfemagem e a prevenção sem o enfo­ que do trabalho com a fmilia 4.

Tdas esas tentativas de diagnósico de enfermagem da familia serão mais efetivos quando o enfermeiro iniciar medidas de enfermagem significativas em tempo e esforço que o conduzirã ao sucesso de ajudar a familia a aumentar sua habilidade em encontrar suas ne­ cesidades.

Percebemos que se existisse m pla­ nejmeno e integração em nosso ra­ balho, poderíamos encaminhar diverss fmilias cuj as necessidade sócio-econô­ micas erm evidentes. Limitamo-nos a encaminhar, orientar ou atender na medida do possível,

s

necessidades emo­ cionais e as relacionads cm a saúde.

BmLIOGRIA

FREEMAN. Ruth B. and LOWE. Marie.

Method for appraisig famlly publ1c

health nursing needs. Am. J. Publ1c

Health 53:47-52. Jan. 1963.

HORTA, A. Wanda - Dla,nóstlco de Enfer­ magem - Rev. Bras. En!. 4-julho/et. 1972.

TAPIA. J. A. - The nurslng proces n fa­ mlly health - Nurs. Outlook 20(4) - Aprl. 1972.

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