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Rev. Bras. Enferm. vol.29 número4

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Academic year: 2018

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n 29 : 96-99, -178

SIGNIFICADO PSICOLóGICO DA DOR PARA

ENFERMEIRAS E MeDICOS

*

Wanda de Aguiar Horta

* *

Silvia T. Maurer Lane

* * *

Elisabeth M.

' Cnandelier

* * *

Denise A. da Costa

* * *

Ruth Castro

RB/ll

HORTA, W . A . e colaboradores - Significado psicológico da dor para enfemeiros e mé­ dios. Rev. Bras. Enl.; DF, 29 : 96-99, 1976.

RODUÇAO

Prsseguindo nos estudos do compor­ tamento verbal de profissionais da área de saúde em relação à dor, procuramos estudar, nese trabalho qual o significa­ do psiCOlógiCO a dor para enfemeiros e médicos de ma instituição hspialar.

Considera-se "significado psicológico" uma caracerística do comporamento verbal, resultante das contingêncis so­ ciais

s

quais o individuo está sujeio, pode-se pressupor que numa instituição, enquno comunidade, existam condi­ ções que controlarão comportmeno ver­ bas dos nivíduos bem como leren­ ças entre grups variáveis conforme variem aquelas contingêncis.

• Professor Adjunto da EUSP.

o

trabalho pretende verificar e o comportameno verbal de um grupo de enfermeiros é semelhante daquele apre­ sentado por um grupo de médicos den­ tro da mema instituição, portnto su­ jeits às mesmas contingências sciais.

PóSE

Os enfemeiros, quano ao significado pSiCOlógiCO a dor, diferem significati­ vamente dos médicos nas dimensões: valorativa, poênCia e atividade da s­ cala do Diferencial Semântico de Osgood.

'ODOLOGA

Pouação

- Constituída de 33 enfer­ femeiros (quatro do sexo masculino e

•• Pofessor D.outor ssciado da Faculdade de PSicologi. da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo .

••• lns da Escola de nfmagem da USP.

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HORTA, W.A. e colaordors - Sinificado psicolgico da dor para nfemB e mé­ os. v. Bs. f.; DF, 29 : 6-9, 1978.

29 do sexo feminino) e 33 médicos (seis do sexo fem1n1no e 27 do sexo mscli­ no) . A população estudada situou-se no grupo etário de 20 a 50 nos, sendo tdos brasileiros e trabaLhando na mesma is­ tituição hospitalar.

Instruento

- O insirumento ut1l1za­ do para medir o significado psicológico foi o Diferencial Semântico, técnica de­ senvolvida por Osgood. Aplicou-se a for­ ma reduzida para o Brsil, que irá cons­ tar do AtLas de 620 palavras para 30 co­ munidades llngüísticas.

Esta forma reduzida (Anexo 1) , cons­ ta de 12 escalas com adjetivos bi-pola­ res, dispostos ao acaso, e o valor final atribuído a cada dimensão é calculado pela soma agébrica dos valores decor­ rentes das respostas dadas

s

quatro es­ calas saturadas pelos faores dimensio­ nais.

s

dimensões utilizadas neste tra­ balho são as básicas de Osgood: Valora­ tiva, Potência e Atividade.

Aplicaão do instrento

-Sua ap1i­ caçao foi feita em pequenos grupos ou Inividualmente, precedida de prévia orientação e exercício para seu preen­ chimento. Chamou-se a atenção para que o respondente não se demorasse na atribuição de valores, a fim de que se pudesse obter uma reação espontânea de cada um sobre o conceito dimensionado nas escalas.

RESULTOS

Os dois grups foram semelhantes, ambos consideraram a dor na dnensão: Valorativa - doentia, horrível, indese­ j ável e má; Potência - grande, pesada, alta e Inensa; Atividade - morta�, ba­ rulhena, rápida e ativa.

s

diferenças encontradas entre os grups foram analisadas estatisticamen­ e pela teoria das pequenas amostras, Distribuição de "Student" T, e os resul­ tados não foram Significantes a nível de

0,01; 0,05; 0,010.

A polarização dos enfermeiros e mé­ dicos no fator I -Valorativo reflee-se l"espectivamente nas médias -2,28 e -2,14.

Quano a contradição intena os mé­ dicos apresentaram os índices 0,05; 0,27; 0,17 respectivamete para o Fator I -Vaorativo, Faor

n

- Potência e Fator

ln

- Atividade. Estes índices próxims de zero são Indicativos de comportamen­ tos verbais esereotipados, especialmene no Fator Valorativo.

Os enfemeiros, em seqüência dos mesmos fatores apresenaram os índices de 0,06, 1,10 e 0,35. Eses resultados di­

feriram dos médicos em relação o fa­

tor

n

mostrando contradição interna na

dimensão Potência, nos demais fatores os valores aproximaram-se de zero, em especial o valorativo indicando estereo­ tipia.

DISCUSSAO

A hipóese levantada foi rejeitada uma vez que os resulados obtidos Indicaram o mesmo comportamento verba� tanto para os enfermeiros como para os médi­ cos.

Em estudos aneriores realizads com profissionais de saúde, com docentes e estudantes de enfermagem e psicologia, os" resultados encontrados foram eme­ lhantes, embora tivéssemos utilizado como Instrumento a scala do Diferen­ cial Semântico de Lane, que se compõe de 7 fatores, ods relacionados aos fa­ tores básicos de Osgod. Estudos reali­ zados com pacientes, con a escala de Lane, ambém confirmaram a estereo­ tipia na dimensão Valorativa.

m trabalho recene, ainda não pu­ blicado, Lane, utillzando omo stru­ mento a forma reduzida do Diferencil Semântico de Osgood em 40 sujeitos de 13 a 17 anos, do sexo masculino, veri­ ficou que o grupo do Brsil quando com­ parado com outros grupos da mérica Latina (México, Yucatan, Costa Rica) ,

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HORTA, W . A . e colabordors - Significado psicológico da dor para enfeneirs e mé­ dicos. Rev. B. Ef.; DF, 29 : 96-99, 1976.

desvalorizam menos a dor, com conra­ dições internas. Na análise de compo­ nentes os conceitos ódio e dor (desagra­ dáves) são mais ativos que amor e pra­ zer ( agradáveIs) .

Quais as contingências que levam en­ fermeiros e médicos a darem o memo Significado pSicológicO para a dor? No fator Valorativo uma provável causa será o fator cultural, mas até que ponto este fator estaria influindo?

Teriam as escolas de enfermagem e de wedicina, enquanto instituições, influí­ do nestes resultados? E as contingêncis

a

instituição hospitaLar, o contato diá­ rio com a dor sob todas as formas e manifestações, também não atuariam no comportamento verbal destes profIs­ sionais? Chama a atenção o fato dos en­ fermeiros apresentarem contradição in­ terna no fator I - Dimensão Potência, o que os leva a dividirem-se entre con­ siderar a dor - grande, esada, alta, intensa - e pequena, leve, baixa e fraca. Observa-se ambém a grande incoerên­ cia entre os conhecimentos cientifics

a respeito da dor, como importane si­ nal de alarme e defesa orgânica, enfa­ tizado em aulas dadas a futuros pro­ fssionais, e o aparente fato destes c­ nhecimentos não alerarem o sinifica­ do psicológico da dor para aquees mes­ mos profissionais.

Teriam eles respondido ao questioná­ rio como leigos ou como profissionaIs? Muitas indagações poderiam ser feitas e motivos para outras pesquisas no gênero. Como agem realmente os profissinas estudados perante a dor de seus clien­ es? Eles a percebem obedecendo a um comportamento estereotipado, automá­ tico, ou tomam comportamentos delie­ rativos, individualizando cada cliente em seu atendimento?

CONCLUSAO - Médicos e enfemei­ ros não diferem significantemente quan­ to o significado psicológico da dor se­ gundo a Escala reduzida do Diferencial Semântico de Osgod. mbos consideram a dor doentia, horrivel, indesejável, má, grande, pesada, alta, inesa, mortal ba­ rulhenta, rápida e ativa.

BBIOGRAIA

1 . HORTA, W. de Aguiar & ABY,

z.

- O diferencial Semântico de Os­ good na avaliação da dor pós-oera­ tória. Ci�a e Cultura, 26 (7) : 537, julho de 1974.

2 . HORTA, W. de Aguiar & NBY,

z.

- Avaliação da dor em pacien­ tes submetidos . ciurgia de tiróide pela aplicação do método da scala Diferencial Semântica de Osgod. Rv. Bras. de Enl. XXVIII (2) : 43-53, abrU/junho de 1975.

3 . HORTA, W. de Aguiar. - Dor: seu sig­ nificado psiológico para estudntes e

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docentes de enfermagem e psicologia. Enl. Novas is. 2 (1) : 1-4, mar­ ço/abril de 1976.

4 . E, Silvia, Maurer - Significado Psi­ cológico de palavras em diferentes grus sócio-ulturais. Tese de Dou­ torameno. Rista de Psiologia NTll e PatOlógi., XVIII (3-4) : 3-152, julhO/deembro de 1972.

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HORTA, W.A. e colabordors - Significado sicológico da dor para enfermeiros e mé­ dicos. v. Bs. Ef.; DF, 29 : 96-99, 1976.

EXO I

DOR

pequena --: --:--:-- :--:--: --.,- grande

saudável -:-:-:-:-:-:- doentia

alva -:-:-:-:-:-:- passiva

maravilhosa -:-:-:-:-:-:- horrivel

indesejável -:-:-:- :-:-:- desejável

leve -:-:-:- :-:-:- pesada

ata -:-:-: - :-:-: - baixa

fraca -:-:-: - :-:-:- inensa

rápida -:-:-:-:-:-:- lenta

ba -:-:-: - :-:-:- má

silenciosa -:-:-:-:-:-:- barulhenta

imortal -:-:-:-:-:-: - mortal

Referências

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