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(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO DIRETORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DOUTORADO EM PSICOLOGIA DA SAÚDE. CAMILA VIANA DE ALMEIDA PROCÓPIO. TRAÇOS DE PERSONALIDADE, ESTRESSE, ANSIEDADE, DEPRESSÃO, APEGO E VÍNCULO MÃE-BEBÊ NO CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL. São Bernardo do Campo 2019.

(2) CAMILA VIANA DE ALMEIDA PROCÓPIO. TRAÇOS DE PERSONALIDADE, ESTRESSE, ANSIEDADE, DEPRESSÃO, APEGO E VÍNCULO MÃE-BEBÊ NO CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Psicologia da Saúde. Orientação: Prof. Dr. Antônio de Pádua Serafim. Pesquisa financiada pela CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior.. Área de Concentração: Psicologia da Saúde Linha de Pesquisa: Processos Saúde-Doença e Psicofisiologia. São Bernardo do Campo 2019.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA P942t. Procópio, Camila Viana de Almeida Traços de personalidade, estresse, ansiedade, depressão, apego e vínculo mãe-bebê no ciclo gravídico-puerperal / Camila Viana de Almeida Procópio. 2019. 195 p. Tese (Doutorado em Psicologia da Saúde) --Diretoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2019. Orientação de: Antonio de Pádua Serafim. 1. Personalidade 2. Maternidade 3. Relacionamento mãe-bebê 4. Ciclo gravídico-puerperal I. Título CDD 157.9.

(4) A tese de doutorado intitulada “TRAÇOS DE PERSONALIDADE, ESTRESSE, ANSIEDADE, DEPRESSÃO, APEGO E VÍNCULO MÃE-BEBÊ NO CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL”, elaborada por Camila Viana de Almeida Procópio, foi apresentada e aprovada em 28 de fevereiro de 2019, perante banca examinadora composta por Prof. Dr. Antônio de Pádua Serafim. (Presidente/UMESP),. Profa.. Dra.. Maria. do. Carmo. Fernandes. Martins. (Titular/UMESP), Profa. Dra. Hilda Rosa Capelão Avoglia (Titular/UMESP), Prof. Dr. Erik Montagna (Titular/FMABC) e Prof. Dr. Victor Mantoani Zaia (Titular/FMABC).. _________________________________ Prof. Dr. Antônio de Pádua Serafim Orientador e Presidente da Banca Examinadora. _________________________________ Profa. Dra. Maria do Carmo Fernandes Martins Coordenadora do Programa de Pós-Graduação.

(5) Dedicatória. Dedico este trabalho para todas as pessoas que participaram de sua construção, para minha família e para meu marido..

(6) Agradecimentos Este trabalho foi construído e desenvolvido ao longo de quatro anos, neste período passei por muitas frustrações, mas também por grandes alegrias e conquistas. Foram anos de saltos de crescimento profissional e pessoal. Como a vida é sempre melhor quando podemos dividi-la com outras pessoas eu tive a felicidade de poder contar com algumas muito especiais ao meu lado. O espaço aqui não seria suficiente para agradecer a todos, mas vou me arriscar em citar alguns. Agradeço imensamente as orientações, a presteza e dedicação à este trabalho e a mim despendida pelo prof. Dr. Antônio de Pádua Serafim, meu orientador, por me dar todo suporte necessário e sempre diminuir minhas angústias com muita paciência. Ao Carlos, meu marido, pelo companheirismo, pelo apoio e acolhimento nos momentos difíceis e pelas vibrações diante das minhas conquistas. Aos meus pais, Renaldo e Neila, por terem proporcionado um ambiente favorável para meu desenvolvimento, fazendo o possível e o impossível para garantir meus estudos sempre com muito amor. Às minhas irmãs, Luciana e Michelle que são e sempre serão meus melhores exemplos. Aos meus sobrinhos, João Pedro, Henrique, Estela e Valentina, por me inspirarem e sempre me darem energia para continuar meus trabalhos. À minha avó, Leonilda, à Neusa, minha tia, por estarem sempre por perto. Às minhas amigas Samanta, Laura, Regiane, Thais, Erica, Elis, Cintia, Daniele e Fernanda que tiveram contribuições gigantescas para que eu continuasse a cada dia nesta jornada. Aos Professores, Dr. Victor Mantoani Zaia e Dra. Maria do Carmo Fernandes Martins, pelas valiosas contribuições na banca de qualificação, por acompanharem e orientarem o desenvolvimento deste trabalho e por participarem da banca de defesa junto do Prof. Dr. Erik Montagna e Profa. Dra. Hilda Rosa Capelão Avoglia, esta que me acompanhou desde a graduação, agradeço a disponibilidade de todos. À minha analista, Marlene Braunholz, que contribuiu para que eu pudesse suportar e me desenvolver em meio às adversidades, tanto quanto poder aproveitar as coisas boas que aconteceram. À Aparecida Andriatte, que me ajudou em momentos difíceis com muita dedicação. À todas as mulheres que participaram deste trabalho e dedicaram um tempo para responder à pesquisa. À CAPES pelo financiamento e apoio desta pesquisa..

(7) NORMATIZAÇÃO. Esta tese está de acordo com Publication Manual of the American Psychological Association, (6th ed.)..

(8) Sumário Lista de Abreviaturas ................................................................................................................ 10 Figuras ...................................................................................................................................... 12 Resumo ..................................................................................................................................... 13 Abstract ..................................................................................................................................... 14 Resumen ................................................................................................................................... 15 1. Apresentação ........................................................................................................................ 16 1.2. Fundamentação Teórica ................................................................................................. 17. 1.2.1 Aspectos Psicológicos do Ciclo Gravídico-Puerperal ..................................................... 17 1.2.2 Vínculo na Relação Mãe-Bebê ........................................................................................ 20 1.2.4 Traços de Personalidade .................................................................................................. 23 1.2.5 Traços de Personalidade no Ciclo Gravídico-Puerperal .................................................. 25 2.. Objetivos........................................................................................................................ 32. 2.1 Geral....................................................................................................................................32 2.2 Específicos: ......................................................................................................................... 32 3.. Método ........................................................................................................................... 33. 3.1 Participantes ....................................................................................................................... 33 3.2 Locais ................................................................................................................................. 37 3.3 Instrumentos ....................................................................................................................... 37 3.3.1 Questionário Sócio Demográfico e de Saúde .................................................................. 37 3.3.2 Questionário do Puerpério ............................................................................................... 38 3.3.3 Questionário do Pós-Parto ............................................................................................... 38 3.3.4 Escala de Apego Materno-Fetal – MFA .......................................................................... 38 3.3.5 Escala de Vinculação do Adulto - EVA .......................................................................... 39 3.3.6 Escala do Estresse Percebido – PSS ................................................................................ 39 3.3.7 Self Report Questionaire – SRQ-20 ................................................................................ 40 3.3.8 Escala de Rastreamento Populacional para Depressão (CES-D) .................................... 40.

(9) 3.3.9 Inventário de Ansiedade Traço-Estado – IDATE............................................................ 41 3.3.10 Inventário de Personalidade - NEO-FFI-R .................................................................... 41 3.3.11 Inventário de Percepção Vincular Materna - IPVM ...................................................... 42 3.4 Materiais ............................................................................................................................. 42 3.5 Procedimentos .................................................................................................................... 43 3.5.1 Procedimento de Coleta de dados .................................................................................... 43 3.5.2 Procedimento de análise de dados ................................................................................... 46 4 Aspectos Éticos ..................................................................................................................... 47 5 Resultados.............................................................................................................................. 48 5.1 Dados Sociodemográficos e Caracterização das Participantes........................................... 48 5.1.1 Dados sobre a gestação e saúde da amostra .................................................................... 50 5.2.1 Inventário de Ansiedade Traço-Estado – IDATE............................................................ 56 5.2.2 Escala de Rastreamento Populacional para Depressão - CES-D..................................... 57 5.2.3 Escala do Estresse Percebido – PSS ................................................................................ 58 5.2.4 Self Report Questionaire – SRQ-20 ................................................................................ 58 5.2.5 Escala de Vinculação do Adulto – EVA ......................................................................... 59 5.2.6 Escala de Apego Materno-Fetal - MFA .......................................................................... 60 5.2.7 Inventário de Percepção Vincular Materna - IPVM ........................................................ 60 6. Discussão .............................................................................................................................. 62 6.1 Ansiedade ........................................................................................................................... 62 6.2 Depressão ........................................................................................................................... 65 6.3 Estresse Percebido .............................................................................................................. 68 6.4 Transtornos Mentais Comuns ............................................................................................. 69 6.5 Tipos de Vinculação, Apego Materno- Fetal e Percepção Vincular Materna .................... 70 7. Conclusões ............................................................................................................................ 74 Referências ............................................................................................................................... 76 ANEXOS .................................................................................................................................. 83.

(10) Anexo A - Escala de Apego Materno-Fetal – AMF ................................................................. 84 Anexo B - Escala de Vinculação do Adulto – EVA ................................................................. 85 Anexo C - Escala do Stresse Percebido – PSS ......................................................................... 86 Anexo D - Questionário de Auto Relato – SRQ-20 ................................................................. 87 Anexo E - Escala de Rastreamento Populacional para Depressão (CES-D) ............................ 88 Anexo F - Inventário de Ansiedade Traço-Estado – IDATE ................................................... 89 Anexo G - Inventário de Percepção Vincular Materna – IPVM .............................................. 91 Anexo H - Aprovação Comitê de Ética .................................................................................... 92 Anexo I - Aprovação da Emenda Comitê de Ética ................................................................... 94 APÊNDICES ............................................................................................................................ 99 Apêndice A - Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) ...................................... 100 Apêndice B - Questionário Sócio Demográfico e de Saúde ................................................... 101 Apêndice C - Questionário de Saúde – Puerpério .................................................................. 103 Apêndice D – Questionário de Saúde - Pós-Parto .................................................................. 104 Apêndice E – E-book 1 ........................................................................................................... 105 Apêndice F – E-book 2 ........................................................................................................... 135 Apêndice G – E-book 3 .......................................................................................................... 165.

(11) 10. Lista de Abreviaturas CGP - Ciclo Gravídico-Puerperal WHO - Organização Mundial de Saúde PubMed - National Library of Medicine Scielo - Scientific Electronic Library Online CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior BVS-PSI - Biblioteca Virtual em Saúde - Psicologia DPP – Depressão Pós-Parto TMC – Transtorno Mental Comum DP – Desvio Padrão M - Média GC – Grupo Controle GE – Grupo Experimental N – Número de participantes P – Significância TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido MFA - Escala de Apego Materno Fetal EVA - Escala de Vinculação do Adulto PSS - Escala de Estresse Percebido SRQ-20 - Self Report Questionaire CES-D - Escala de Rastreamento Populacional para Depressão IDATE - Inventário de Ansiedade Traço-Estado IVPM – Inventário de Percepção Vincular Materna.

(12) 11. Lista de Tabelas / Figuras Tabelas Tabela 1 - Artigos selecionados na revisão de literatura sobre traços de personalidade e CGP...........................................................................................................................................26 Tabela 2 - Médias dos domínios da NEO-FFI-R das 66 participantes .................................... 34 Tabela 3 -Distribuição das participantes por classificação nos níveis dos traços de personalidade para as 66 participantes .......... .......................................................................... 34 Tabela 4 - Distribuição das 66 participantes em GC e GE de acordo com os escores do Neuroticismo ............................................................................................................................ 36 Tabela 5 - Protocolos de Coleta de Dados ................................................................................ 44 Tabela 6 - Estatísticas descritivas da variável idade................................................................. 48 Tabela 7 - Distribuição das participantes N=66, por escolaridade, renda familiar, região do país, etnia e estado civil ............................................................................................................ 48 Tabela 8 - Estatísticas descritivas das variáveis semanas de gestação, tratamento para ter filhos, número de filhos e número de filhos amamentados ...................................................... 50 Tabela 9 - Distribuição das participantes por tempo para engravidar, histórico de aborto, tipo de aborto, complicações na gestação atual ............................................................................... 50 Tabela 10 - Distribuição das participantes por prática de atividade física, acompanhamento psicológico, histórico de depressão e uso de psicotrópicos ...................................................... 51 Tabela 11 - Distribuição das participantes por alteração de humor nos últimos meses, tipo de alteração de humos, na primeira, segunda e terceira etapa da pesquisa ................................... 52 Tabela 12 - Distribuição das participantes por tipo de gestação, participação em grupo para gestantes, tipo de parto, acompanhante durante o parto, complicações no parto, tempo para segurar o bebê após o parto. ..................................................................................................... 54 Tabela 13 - Distribuição das participantes por tempo de amamentação e ajuda para cuidar do bebê........................................................................................................................................... 55 Tabela 14 - Distribuição das participantes por classificação no IDATE-Traço, na primeira, segunda e terceira etapa da pesquisa, na comparação por grupos ............................................ 56 Tabela 15 - Distribuição das participantes por classificação no IDATE-Estado, na primeira, segunda e terceira etapa da pesquisa, na comparação por grupos ............................................ 57 Tabela 16 - Distribuição das participantes por classificação no CES-D, na primeira, segunda e terceira etapa da pesquisa, na comparação por grupos. ............................................................ 57 Tabela 17 - Distribuição das participantes por classificação no PSS, na primeira, segunda e terceira etapa da pesquisa, na comparação por grupos ............................................................. 58.

(13) 12. Tabela 18 - Distribuição das participantes por classificação no SRQ-20, na primeira, segunda e terceira etapa da pesquisa, na comparação por grupos .......................................................... 58 Tabela 19 - Distribuição das participantes por classificação no EVA, na primeira, segunda e terceira etapa da pesquisa, na comparação por grupos ............................................................. 59 Tabela 20 - Distribuição das participantes por classificação na MFA na comparação por grupos ....................................................................................................................................... 60 Tabela 21 - Distribuição das participantes por classificação da IPVM na comparação por grupos na 2ª e 3ª etapa .............................................................................................................. 60 Tabela 22 - Resultado das hipóteses ......................................................................................... 74. Figuras Figura 1 - Representação da Revisão de Literatura sobre Traços de Personalidade no Ciclo Gravídico-Puerperal.................................................................................................................. 25 Figura 2 – Fluxograma das participantes da pesquisa .............................................................. 33 Figura 3 - Representação da Conclusão....................................................................................75.

(14) 13. Resumo Procópio, C. V. A. (2019). Traços de personalidade, estresse, ansiedade, depressão, apego e vínculo mãe-bebê no ciclo gravídico-puerperal. (Tese de Doutorado, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, Brasil). O ciclo gravídico-puerperal (CGP) traz consigo mudanças bruscas que demandam rápidas adaptações. O principal objetivo desta pesquisa foi avaliar e descrever traços de personalidade, ansiedade, depressão, estresse e vínculo mãe-bebê em mulheres no CGP. Participaram desta pesquisa 66 mulheres da gestação ao pós-parto. Os dados foram através da plataforma do Google Forms. A pesquisa foi efetuada em três etapas. Na primeira etapa as mulheres estavam com 24 semanas de gestação ou mais, na segunda estavam no puerpério (30 dias após o parto) e na terceira etapa foi 4 meses após o parto. Foram aplicados os seguintes instrumentos: questionário sócio demográfico e de saúde; Escala de Apego Materno Fetal – AMF; Escala de Vinculação do Adulto – EVA; Escala de Estresse Percebido - PSS; Questionário de Auto Relato – SRQ-20; Escala de Rastreamento Populacional para Depressão (CES-D); Inventário de Ansiedade Traço-Estado – IDATE; Inventário de Personalidade NEO-FFI-R. Inventário de Percepção Vincular Materna - IPVM; Para a análise dos dados foi utilizado o SPSS. As participantes foram divididas em dois grupos, Grupo Experimental (GE) com altos níveis para o traço de personalidade neuroticismo e Grupo Controle (GC) para as participantes com níveis baixos de neuroticismo. Os principais resultados demonstraram que as participantes do GC apresentaram ansiedade, tanto em traço quanto em estado, mais elevada do que as participantes do GE. As mulheres que apresentam elevação do neuroticismo expressam mais presença de depressão, da percepção do estresse e de transtornos mentais comuns. Pode-se concluir que as mulheres com neuroticismo alto e muito alto apresentaram mais desgaste, mais sofrimento, presença de depressão, alta percepção de estresse, presença de transtorno mental comum e vínculo ansioso, indicando que são mais reativas. No entanto, estes achados não influenciaram na formação do vínculo mãe-bebê.. Palavras-chave: Personalidade; Maternidade; Vínculo Mãe-bebê; Ciclo Gravídico-puerperal;.

(15) 14. Abstract Procópio, C. V. A. (2019). Personality traits, stress, anxiety, depression, attachment and mother-baby bond in the pregnancy-puerperal cycle. (Doctoral Thesis, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, Brazil). The Pregnancy-Puerperal Cycle (CGP) brings sudden changes that require rapid adaptations. The main objective of this research was to evaluate and describe traits of personality, anxiety, depression, stress and mother-baby bond in women in CGP. Sixty-six women from gestation to postpartum participated in this study. Data was through the Google Forms platform. The research was carried out in three stages. In the first stage, the women were at 24 weeks of gestation or more, in the second stage they were in the puerperium (30 days after giving birth) and in the third stage 4 months after giving birth. The following instruments were applied: socio-demographic and health questionnaire; Maternal Fetal Attachment Scale - AMF; Adult Binding Scale - EVA; Perceived Stress Scale - PSS; Self-Report Questionnaire - SRQ-20; Population Screening Scale for Depression (CES-D); Trait-State Anxiety Inventory - IDATE; Personality Inventory - NEO-FFI-R. Maternal Linkage Perception Inventory - IPVM; SPSS was used to analyze the data. Participants were divided into two groups, Experimental Group (EG) with high levels for personality trait neuroticism and Control Group (CG) for participants with low levels of neuroticism. The main results showed that the participants of the CG presented anxiety, both in trait and in state, higher than the participants of the EG. Women with elevated neuroticism express more presence of depression, perceived stress, and common mental disorders. It can be concluded that women with high and very high neuroticism presented more wear and tear, more suffering, presence of depression, high perception of stress, presence of common mental disorder and anxious bond, indicating that they are more reactive. However, these findings did not influence the formation of the mother-baby bond.. Keywords: Personality; Maternity; Mother-baby attachment; Pregnancy-puerperal cycle;.

(16) 15. Resumen Procópio, C. V. A. (2019). Trazos de personalidad, estrés, ansiedad, depresión, apego y vínculo madre-bebé en el ciclo gravídico-puerperal. (Tesis de Doctorado, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, Brasil). El Ciclo Gravídico-Puerperal (CGP) trae consigo cambios bruscos que demandan rápidas adaptaciones. El principal objetivo de esta investigación fue evaluar y describir rasgos de personalidad, ansiedad, depresión, estrés y vínculo madre-bebé en mujeres en el CGP. Participaron de esta investigación 66 mujeres de la gestación al posparto. Los datos fueron a través de la plataforma de Google Forms. La investigación se efectuó en tres etapas. En la primera etapa las mujeres estaban con 24 semanas de gestación o más, en la segunda estaban en el puerperio (30 días después del parto) y en la tercera etapa fue 4 meses después del parto. Se aplicaron los siguientes instrumentos: cuestionario socio demográfico y de salud; Escala de Apego Materno Fetal - AMF; Escala de Vinculación del Adulto - EVA; Escala de estrés percibido - PSS; Cuestionario de Auto Relato - SRQ-20; Escala de Rastreo Poblacional para Depresión (CES-D); Inventario de Ansiedad Traza-Estado - IDATE; Inventario de Personalidad - NEO-FFI-R. Inventario de Percepción Vincular Materna - IPVM; Para el análisis de los datos se utilizó el SPSS. Las participantes fueron divididas en dos grupos, Grupo Experimental (GE) con altos niveles para el rasgo de personalidad neuroticismo y Grupo Control (GC) para las participantes con niveles bajos de neuroticismo. Los principales resultados demostraron que las participantes del GC presentaron ansiedad, tanto en rasgo y en estado, más elevada que las participantes del GE. Las mujeres que presentan elevación del neuroticismo expresan más presencia de depresión, de la percepción del estrés y de trastornos mentales comunes. Se puede concluir que las mujeres con neuroticismo alto y muy alto presentaron más desgaste, más sufrimiento, presencia de depresión, alta percepción de estrés, presencia de trastorno mental común y vínculo ansioso, indicando que son más reactivas. Sin embargo, estos hallazgos no influenciaron en la formación del vínculo madre-bebé.. Palabras clave: Personalidad; Maternidad; Vínculo Madre-bebé; Ciclo Gravídico-puerperal;.

(17) 16. 1. Apresentação O ciclo gravídico-puerperal (CGP) é marcado por mudanças significativas na vida da mulher, estas mudanças envolvem aspectos sociais, profissionais, familiares, conjugais e pessoais (Bortoletti et al., 2007). A maternidade é um momento importante no ciclo vital da mulher, podendo proporcionar novos níveis de integração e de desenvolvimento da personalidade (Maldonado, 1976, 2013). Bortoletti et al. (2007) entendem que durante a gestação a mulher apresenta alterações no comportamento. No entanto, cada mulher reage de forma diferente a estas alterações, e a forma de reagir depende de diversos aspectos como a personalidade, a relação com o parceiro, a situação em que ocorreu a gravidez, entre outros fatores. Neste período o sentimento de ambivalência afetiva se fortalece significativamente e pode comprometer a vivência saudável da gravidez, tornando-se um desencadeador de transtornos psíquicos. Outras alterações dos aspectos psíquicos relevantes da gestação são a regressão, a labilidade emocional, a hipersonia e a hipersensibilidade. Destaca-se que, embora todas estas alterações psíquicas façam parte das características do período gestacional, a sua ocorrência baseada na frequência e intensidade dos sintomas poderá se configurar como um quadro, com repercussões no processo gestacional e pósgestação. A gestação é uma fase crítica de transição e é marcada por um “...estado temporário de equilíbrio instável devido às grandes perspectivas de mudanças envolvidas nos aspectos de papel social, necessidade de novas adaptações, reajustamentos interpessoais e intrapsíquicos e mudança de identidade” (Maldonado, 2013). Sendo assim, os cuidados durante o ciclo gravídico puerperal são essenciais. A Organização Mundial de Saúde (WHO) divulgou recomendações sobre cuidados envolvendo o ciclo gravídico-puerperal, visando orientar as práticas para que mulheres e recém-nascidos tenham cuidados de qualidade. Enfatizou a importância de apoio efetivo e respeitoso nos aspectos sociais, culturais, emocionais e psicológicos. Incentivou uma maternidade positiva que visa uma gravidez saudável para a mãe e o bebê estimulando a autoestima, a competência e a autonomia materna (WHO, 2016). As recomendações da WHO são decorrentes da preocupação, dentre entre outros fatores, com os sintomas psiquiátricos durante a gravidez que são bastante comuns, já que este período pode ser favorável para o desenvolvimento destes sintomas, devido às alterações físicas e emocionais decorrentes da gestação (Reis, Bernardes, Barboza, & Gonçalves, 2015)..

(18) 17. Dito isto, a inserção de práticas psicológicas relativas ao ciclo gravídico-puerperal se mostram imprescindíveis.. 1.2 Fundamentação Teórica 1.2.1 Aspectos Psicológicos do Ciclo Gravídico-Puerperal O ciclo gravídico-puerperal (CGP) provoca alterações no comportamento das mulheres, as mudanças podem ser percebidas já no início da gestação e podem variar de pessoa para pessoa. O comportamento de cada mulher pode mudar conforme a sua personalidade, vivências emocionais, circunstância em que aconteceu a gestação, relação com sua rede de apoio, entre outras condições. Tornar-se mãe é uma experiência extremamente profunda na vida de uma mulher e fundamental em seu desenvolvimento (Bortoletti et al., 2007). Desde o início do CGP a mulher é vista e se vê de forma diferente, é um processo de transição que faz parte do desenvolvimento, com necessidade de reestruturação e reajustamento na identidade e nos papéis desempenhados. É possível atingir novos níveis de integração, amadurecimento e expansão da personalidade, embora, também, a depender das condições em que a gravidez ocorreu e de cada mulher, a pessoa pode entrar em um processo de crise e adotar soluções patológicas (Maldonado, 1976, 2013). O CGP é considerado como uma fase de transição, e de acordo com a adaptação de cada mulher, pode desencadear uma crise. Na crise o ego fica enfraquecido e a pessoa não consegue resolver os problemas com os métodos que costuma utilizar, no entanto, o ego precisa acionar mecanismos adaptativos para buscar novas possibilidades de respostas. As respostas e soluções para ultrapassar a crise podem ser saudáveis ou patológicas, desta forma, a resposta pode levar a uma melhora ou piora da situação (Maldonado, 1976, 2013). Sendo assim, um período de crise representa, concomitantemente, risco e oportunidade (Maldonado, 1976, 2013). Todavia, o CGP é considerado um período de vulnerabilidade por se tratar de uma fase de transição, sendo uma grande oportunidade de desenvolvimento e um grande risco de adoecimento. Um momento de crise força a pessoa a mudar, em alguma direção e de uma maneira nova, não tem outra saída, no entanto, nos momentos de crise os distúrbios de comportamento não devem ser confundidos com doença mental e sim como um sinal de esforço interno para alcançar um novo equilíbrio (Maldonado, 1976, 2013). Alguns sentimentos são intensificados no CGP, por exemplo, a ambivalência afetiva que se apresenta no início da gravidez e perdura até o pós-parto (Bortoletti et al., 2007). Para.

(19) 18. a psicanálise, ambivalência significa a base de estados contraditórios de sentimento destinado a um mesmo objeto, baseado na ideia de conflito mental, os sentimentos de amor e ódio podem ser sentidos com relação a um mesmo objeto (Hinshelwood, 1992). Para Maldonado (2013) a ambivalência afetiva é a vivência básica do CGP, o combinado entre o “querer e o não querer”; o desejo pelo filho é ambivalente. A autora ainda acrescenta que não há gestação totalmente aceita ou totalmente rejeitada, há sempre uma oscilação com relação ao desejo. A ambivalência está presente em todos os relacionamentos interpessoais significativos, sendo um sentimento natural e inerente ao ser humano. Uma pessoa nunca ama ou odeia totalmente a outra, a complexidade das relações humanas consente a coexistência de diversos sentimentos. E depois, o CGP envolve grandes mudanças gerando perdas e ganhos e apenas por isso, já é justificada a simultaneidade de sentimentos opostos (Maldonado, 1976, 2013). Uma vez que faz parte da dinâmica psíquica do CGP, este sentimento de ambivalência afetiva também é intensificado pela imprevisibilidade deste período, a gestante não tem certeza de nada, de como correrá a gestação, do sexo do bebê, se o bebê irá se desenvolver, sobre o parto, quando será o parto, que tipo de parto será, e as incertezas continuam após o nascimento do bebê por receio de que se saberá cuidar adequadamente e suprir as necessidades do bebê. Em meio às questões relacionadas ao bebê ainda surgem dúvidas de como ficará sua relação conjugal e sua vida profissional, se precisará se ausentar do trabalho antes do previsto, e assim por diante entre inúmeras incertezas (Bortoletti et al., 2007). Embora cada mulher tenha variações ao vivenciar este período, a intensidade e a frequência do sentimento de ambivalência afetiva pode comprometer a vivencia saudável do CGP e desencadear transtornos psíquicos (Bortoletti et al., 2007). Outra alteração esperada e importante no CGP é a regressão; na gestação ela é fisiológica e fundamental para propiciar a aproximação da mãe ao mundo infantil. A mulher naturalmente. apresenta. comportamentos. e. sentimentos. infantilizados,. estes. são. imprescindíveis para a mulher desempenhar os cuidados necessários ao recém-nascido (Bortoletti et al., 2007). A regressão leva a introversão, é como se a gestante entrasse em si mesma e ignorasse naturalmente o resto do mundo. No momento em que a mulher está voltada para si, inconscientemente se aproxima do feto e pode identificar-se com ele reconhecendo suas necessidades. Este comportamento contribui para que a mulher possa cuidar do bebê após o parto e contribui diretamente na relação da mãe com a criança. A regressão é considerada fundamental para desenvolver a maternagem (Bortoletti et al., 2007)..

(20) 19. Quando não pode vivenciar o processo natural da regressão a mulher pode sentir-se despreparada para exercer a maternagem nos primeiros momentos após o parto. Este é um quadro que merece atenção, que pode tanto comprometer a relação mãe-bebê, quanto ser fonte de angústia para a mulher (Bortoletti et al., 2007). “A regressão é indispensável para que a mulher desencadeie o processo natural de se “afastar” do mundo para viver o universo particular da criança e, dessa maneira garantir a sobrevivência do novo ser” (Bortoletti et al., 2007 p.22). A impossibilidade de viver a regressão no período da gestação pode desencadear problemas no pós-parto, com possibilidade não só de quadros depressivos, como também de psicose puerperal (Bortoletti et al., 2007). Outra alteração importante e presente no CGP é a hipersensibilidade. A mulher fica mais vulnerável emocionalmente e as oscilações de humor são frequentes. Não é difícil a mulher passar da depressão à euforia e vice e versa. Em um momento está feliz e no outro já está chorando de tristeza, questões corriqueiras tomam proporções muito maiores do que normalmente teriam. A hipersensibilidade leva a labilidade emocional, que muitas vezes assusta a gestante e frequentemente provoca o sentimento de angústia. Contudo, este sentimento não influencia apenas a gestante, mas também as pessoas que estão a sua volta e principalmente o parceiro (Bortoletti et al., 2007; Maldonado, 1976, 2013). A hipersensibilidade está intimamente ligada ao aumento da sensibilidade do olfato, paladar e audição. Em se tratando dos aspectos emocionais o aumento da sensibilidade está relacionado às oscilações de humor e a irritabilidade (Maldonado, 1976, 2013). Dentre dos aspectos psíquicos também há a hipersonia, uma das primeiras manifestações da gravidez, característica do CGP que possui papel importante, ajudando no processo de regressão. Contudo, se a hipersonia não for respeitada pode causar mais hipersensibilidade e contribuir para o aumento da labilidade emocional (Bortoletti et al., 2007; Maldonado, 1976, 2013). O ápice das mudanças maturacionais ocorre logo após o parto, no período chamado de puerpério. A partir deste momento a mulher tem a vivência com o bebê real. Este período é de transformações, provoca mudanças fisiológicas, concretização da relação mãe-bebê, grandes alterações da rotina e do relacionamento familiar (Maldonado, 1976, 2013). Há estudos sobre este período que analisam a presença de transtornos mentais, em 2015 Reis, Bernardes, Barboza, & Gonçalves, realizaram uma pesquisa com o objetivo de rastrear sintomas psiquiátricos não-psicóticos em gestantes atendidas em unidades de Estratégia de Saúde da Família, com uma amostra de 36 gestantes, entre 18 e 40 anos, como.

(21) 20. principais resultados evidenciou-se que 61,1% das gestantes apresentavam nervosismo e 50% ideação suicida como sintomas psiquiátricos não-psicótico. A pesquisa de Reis et al. (2015), apresentou como principais resultados os sintomas mais frequentes para esta população: 80,6% das participantes afirmaram “sentir-se nervosa, tensa ou preocupada”, 75% afirmaram que não se sentiam felizes e 94,4% das participantes afirmaram não conseguir pensar com clareza. Os autores declaram que, de alguma forma, as gestantes ficam mais vulneráveis para desencadear quadros depressivos, até mesmo por decorrência das alterações de humor e hormonais típicas desta fase, e associada à depressão, os sintomas de ansiedade também são bastante comuns neste momento da vida da mulher. Embora as alterações físicas e emocionais tragam desconfortos para as mulheres, é importante que ela possa vivenciar todas as alterações específicas do CGP. Por exemplo, a labilidade emocional contribui para a plasticidade da psique feminina o que pode favorecer a elaboração de conflitos. No entanto, por outro lado, a insegurança e as angústias desencadeadas pelo desconforto podem suscitar atitudes de passividade e dependência, o que pode prejudicar a maternagem (Bortoletti et al., 2007).. 1.2.2 Vínculo na Relação Mãe-Bebê Ao longo do tempo tem-se encontrado evidências de que os indivíduos, independentemente da idade, são mais felizes e mais capazes de desenvolver melhor suas capacidades quando estão seguros de que, por trás deles, têm uma ou mais pessoas que virão em sua ajuda caso surjam apuros (Bowlby, 1982, 2015). Esta pessoa “de confiança” é chamada de figura de ligação, ela fornece uma base segura a partir da qual a outra pessoa poderá atuar. A figura de ligação está diretamente relacionada ao comportamento de ligação, este último, descrito como uma forma de comportamento instintivo que se desenvolve durante a infância com a finalidade de aproximar-se da figura materna e está ligado a autoproteção (Bowlby, 1982, 2015). Apesar do comportamento de ligação ser iniciado, e especialmente forte no período da infância, quando é dirigido às figuras parentais, ele continua ativo durante toda a vida, sendo dirigido a outras figuras na fase adulta. Este comportamento é despertado toda vez que uma pessoa está doente ou em dificuldades, e torna-se intenso quando a pessoa está assustada ou a figura de ligação está ausente (Bowlby, 1982, 2015)..

(22) 21. O comportamento de ligação é considerado como uma parte normal e saudável da constituição do homem, deste comportamento deriva o vínculo afetivo que é descrito por Bowlby (2015, p.96) como sendo “a atração que um indivíduo sente por um outro indivíduo”, sendo o vínculo afetivo resultado do comportamento social de cada pessoa. O vínculo faz parte do funcionamento saudável da personalidade e está presente em qualquer idade ou fase do desenvolvimento. Envolve a capacidade de a pessoa reconhecer figuras adequadas, dispostas e aptas a oferecer uma base segura, tanto quanto da sua própria disposição em colaborar com este indivíduo, construindo uma relação mutuamente gratificante. Desta forma, hora funciona como base segura, e em outro momento precisa/usufrui desta base (Bowlby, 1982, 2015). De acordo com Bowlby (1982, 2015), uma mulher que está apta a estas trocas de papéis enfrentará o CGP com êxito, pois, hora terá papel principal de cuidadora e, hora precisará contar com cuidados, como os do marido, de sua mãe ou uma outra figura significativa. Durante o CGP inicia-se a formação do vínculo mãe-bebê, principalmente na fase da gestação que o vínculo se desenvolve e inicia-se a relação mãe-bebê, que advém da dinâmica de eventos provenientes da gravidez (Feijó, 1999; Maldonado, 1976, 2013). “A formação de um vínculo é descrita como “apaixonar-se”, a manutenção de um vínculo como “amar alguém” (Bowlby, 2015, p.172). A formação do vínculo entre a díade mãe-bebê é essencial para a sobrevivência e boa saúde física e emocional, principalmente do bebê e no caso da mãe para que ela desempenhe a maternagem. O apego envolve sentimento de segurança e conforto experimentado na presença da figura de ligação. Etes sentimentos favorecem a segurança e a autoconfiaça para explorar o mundo e estabelecer relações interpessoais saudáveis (Bowlby, 1982, 2015). Apego é uma espécie de vínculo afetivo profundo, em que a percepção de segurança da pessoa está fortemente relacionada à figura de ligação. Para o bebê está figura de apego será a pessoa que lhe dispensar a maior parte dos cuidados maternos. Em geral a primeira figura de ligação é a figura materna (Bowlby, 1982, 2015). Apego Materno-Fetal é “a intensidade com que as mulheres se engajam em comportamentos que representam uma afiliação e uma interação com a sua criança nascitura” (Cranley, 1981, apud Feijó, 1999). O CGP leva a mulher a percorrer um processo de conhecimento, e desde a gestação passa a ter familiaridade, afeição e a interagir com o feto como um sujeito diferenciado dela mesma (Feijó, 1999)..

(23) 22. O vínculo materno é essencial para o desenvolvimento emocional do bebê (Bowlby, 1982, 2015, Maldonado, 1976, 2013). Sendo assim, é importante identificar aspectos psicológicos como depressão, ansiedade e estresse que possam dificultar o curso do desenvolvimento saudável da relação mãe-bebê.. 1.2.3 Ansiedade, Depressão e Estresse no Ciclo Gravídico Puerperal Em conformidade com as seções anteriores, é comum no CGP as mulheres apresentarem oscilações de humor. Elas podem passar da depressão à euforia, sem causa aparente. Estas alterações não têm necessariamente, qualquer relação com a gestação ou com o bebê em si (Bortoletti et al., 2007; Maldonado, 1976, 2013). Como em outras fases de adaptação da vida, por exemplo, casamento, divórcio, processo de luto, etc. o início da adaptação também é marcado pela oscilação de humor; a pessoa se sente vulnerável e transita entre altos e baixos (Bortoletti et al., 2007; Maldonado, 1976, 2013). As alterações de humor levam ao aumento da sensibilidade e da irritabilidade. Com o sentimento de ambivalência afetiva fortalecido e atuante, o CGP pode desencadear transtornos psíquicos (Bortoletti et al., 2007), sendo que entre os transtornos mais comuns estão estresse, ansiedade e depressão. Almeida, Nunes, Camey, Pinheiro, & Schmidt (2012) fizeram um estudo com o objetivo de estimar a prevalência de transtornos mentais na gestação, em uma amostra de 712 gestantes, provenientes de 18 unidades básicas de saúde em duas cidades do sul do Brasil, identificou-se prevalência de um provável transtorno mental em 41,7% da população estudada, sendo que 21,6% apresentou transtorno depressivo maior, 9% apontou transtorno depressivo maior em remissão parcial, totalizando 30,6% com transtornos depressivos e 19,8% transtorno de ansiedade generalizada. Pereira, Lovisi, Lima, & Legay (2010) realizaram uma pesquisa com o objetivo de estimar a prevalência de depressão em adolescentes grávidas e identificar os principais fatores de risco, com uma amostra de 120 gestantes de uma unidade básica de saúde do Rio de Janeiro. Identificaram prevalência de depressão em 14,2% das gestantes e os principais fatores de risco associados foram: história de depressão anterior, sangramento anômalo e hospitalização na atual gestação, história de acidentes, catástrofes e maus-tratos durante a vida. Em uma revisão da literatura, Camacho et al. (2006), concluíram que há muitos casos subdiagnosticados, que os transtornos psiquiátricos no CGP são muito comuns e que as.

(24) 23. patologias trazem prejuízos para a saúde da mulher, do feto, para o trabalho de parto e à saúde do bebê. Um dado relevante foi que os transtornos neste período costumam acometer mulheres que já tenham história prévia de transtornos psiquiátricos. Chemello, Levandowski, & Donelli (2017) em revisão de literatura nacional e internacional entre os anos 2009 e 2014, notaram que há uma tendência em dar ênfase para a depressão materna, que é considerada uma das principais complicações da vivência da maternidade. Contudo, depressão e ansiedade comumente estão associadas e torna-se importante identificar a ansiedade já na gravidez e deste modo, pode-se trabalhar de forma preventiva visando a saúde mental da mãe, o desenvolvimento do bebê e a qualidade do vínculo da díade. Há escassez de estudos longitudinais que acompanhem a mulher no CGP. A grande maioria dos estudos é no período da gravidez ou no puerpério, sem que se possa acompanhar a mesma mulher. Um delineamento longitudinal da gestação ao puerpério proporcionaria conhecer as especificidades do fenômeno da ansiedade materna ao longo do tempo e favoreceria um entendimento de seu desenvolvimento e suas implicações na saúde da mulher e no desenvolvimento do bebê (Chemello et al., 2017). Quanto à depressão no CGP, a literatura tem dado destaque e está direcionada para a depressão pós-parto, sendo poucas as pesquisas direcionadas para a depressão no período gestacional (Pereira et al., 2010). 1.2.4 Traços de Personalidade Conforme visto nas seções anteriormente, o CGP é considerado uma etapa do desenvolvimento da mulher e proporciona o desenvolvimento da personalidade. Sendo assim, é imprescindível trazer à luz questões sobre o desenvolvimento e a avaliação da personalidade. Para estudar a personalidade de forma mais sólida e de maneira que se pudesse perceber aspectos incomuns nas pessoas, independente de influências sociais e culturais, foi desenvolvido o modelo Big Five dos cinco grandes fatores da personalidade. Porém, mesmo tendo alcançado uma grande aprovação, há críticas quanto à compreensão da dinâmica da personalidade, estas críticas se devem por ser um modelo eminentemente matemático (Costa Júnior & McCrae, 2007). Os primeiros trabalhos sobre personalidade foram realizados por meio de observações clínicas, com isso os estudos não favoreciam a generalidade. O modelo Big Five apresenta segurança no exame da dinâmica da personalidade. Esta segurança pode estar relacionada com a forte replicabilidade do modelo. Este modelo foi o primeiro passo para poder identificar a estrutura básica da personalidade (Costa Júnior & McCrae, 2007)..

(25) 24. O modelo Big Five dos traços de personalidade utiliza-se “exclusivamente de métodos quantitativos para explicar as variações no desenvolvimento e/ou no funcionamento dos processos da personalidade” (Costa Júnior & McCrae, 2007, p.12). McCrae (1982, p.301) afirma que os traços de personalidade são “disposições globais e abstratas que resumem as tendências, estilos e preferências dos indivíduos. Suas inferências requerem considerações do significado do comportamento no contexto das metas, motivos e valores da pessoa”. Os traços de personalidade são divididos em domínios e os cinco principais são neuroticismo, extroversão, abertura a experiências, amabilidade e conscienciosidade. Neuroticismo (N – Neuroticism) é o domínio mais intenso da personalidade e contrapõe-se à estabilidade emocional. Quanto maiores os escores apresentados neste domínio, maior será a tendência da pessoa para experimentar afetos negativos, como medo, tristeza, vergonha, raiva, culpa e nojo. Já pessoas com baixos escores neste domínio, tendem a ser emocionalmente estáveis e mais calmos (Costa Júnior & McCrae, 2007). A Extroversão (E – Extroversion) caracteriza-se por emoções positivas, sociabilidade, assertividade e busca por estimulação. Quanto maiores os escores apresentados neste domínio, maior a tendência de a pessoa ser alegre e bem-disposta. Baixos escores neste domínio devem ser vistos como falta de extroversão (Costa Júnior & McCrae, 2007). Abertura a experiências (O – Openness): é determinada por atenção aos próprios sentimentos, imaginação ativa, sensibilidade estética, curiosidade intelectual, preferência pela variedade e independência de julgamento. Os escores apresentados neste domínio são modestamente associados com educação e medidas de inteligência; contudo não é equivalente à inteligência (Costa Júnior & McCrae, 2007). Amabilidade (A – Agreeableness) define-se como a pré-disposição a sensibilizar-se pela situação do outro e colocar-se no lugar dele, levando a um comportamento, muitas vezes, de complacência. É um domínio de tendências interpessoais (Costa Júnior & McCrae, 2007). A Conscienciosidade (C – Conscientiousness) evidencia-se por autocontrole, o que também pode se referir a processos mais ativos de planejamento, organização e condução de tarefas. Altos escores neste domínio se associam à escrupulosidade (Costa Júnior & McCrae, 2007). Mas afinal, como estes traços de personalidade podem influenciar na maternidade? Uma pesquisa realizada há mais de 10 (dez) anos em Portugal, com mães de bebês prematuros, apontou os seguintes resultados: Mães com traços de personalidade mais extrovertidos, demonstraram estar bem consigo e com a vida que levam, indicando a ausência de psicopatologia. O resultados também indicaram que não se tratava de mulheres deprimidas.

(26) 25. ou ansiosas, já que foi observado vigor na saúde mental destas mães. Elas não apresentaram indícios de neuroticismo e se mostraram menos neuróticas que a população feminina geral do país; nesta pesquisa as mulheres se mostraram ajustadas do ponto de vista psicológico e adaptadas do ponto de vista social (Botelho & Leal, 2007). Assim parece que os traços de personalidade podem se tornar fatores de risco ou de proteção para o desenvolvimento da maternagem e do vínculo mãe-bebê.. 1.2.5 Traços de Personalidade no Ciclo Gravídico-Puerperal Para tratar dos traços de personalidade no CGP, realizou-se uma pesquisa em bases de indexações nacionais e internacionais, sendo estas, PubMed, Scielo, Periódicos CAPES e BVS-PSI, com a delimitação dos últimos 10 anos, nos períodos de 2008 a 2018, com os seguintes descritores: “Traços de Personalidade” e “Ciclo Gravídico-Puerperal”. Data da última pesquisa 14 de outubro de 2018. Critérios de inclusão: ser artigo original; possuir como amostra mulheres no CGP. Critérios de exclusão: artigos repetidos; artigos sem versão em inglês, português ou espanhol; resumos selecionados pelo sistema de busca das bases de dados que não discutam o tema; teses; dissertações; trabalho de conclusão de curso e resumos em anais de congressos. Dentre todas as bases de dados publicadas a única que trouxe artigos com o tema foi a PubMed, as demais não apresentaram resultados para a busca.. Figura 1 Representação da Revisão de Literatura sobre Traços de Personalidade no Ciclo GravídicoPuerperal.

(27) 26. Conforme mostra a Figura 1, na base de dados PubMed foram encontradas 28 publicações. Após colocar filtro para os últimos 10 anos obteve-se 21 artigos; ao filtrar por artigos realizados com seres humanos, o número de artigos passou para 18 e após realizar análise dos títulos e resumos, foram selecionados 13 artigos internacionais relevantes para esta pesquisa. Como mostra a Tabela 1, das 13 publicações de artigo analisadas, nenhuma das pesquisas foram realizadas no Brasil. No que se refere aos anos de publicação, em 2010, 2013 e 2018 foram publicadas apenas uma pesquisa em cada ano. Já nos anos de 2014, 2015 e 2016 foram publicados dois artigos em cada ano e o ano de 2017 foi o que mais houve publicações somando 4 pesquisas publicadas.. Tabela 1 Artigos selecionados na revisão de literatura sobre traços de personalidade e CGP Autor/Ano. Denis & Luminet (2018). Título. Objetivo. Conclusão. A ruminação inicial e a baixa autoestima foram preditores Fatores cognitivos e significativos da intensidade depressão pós-parto: Avaliar o impacto a longo dos sintomas da DPP. Qual é a influência dos prazo de fatores cognitivos nos Neuroticismo, ruminação traços gerais de sintomas de depressão pósmeticulosa e baixa autoestima personalidade, parto. materna também foram ruminação, autoestima preditores significativos dos materna e alexitimia? sintomas de DPP relatados no primeiro ano pós-parto.. Rastreio para depressão pós-parto materna e associações com características de Maliszewska, personalidade e suporte et. al social. Um estudo (2017) Polonês de acompanhamento 4 semanas e 3 meses após o parto.. Mães que são neuróticas, que Investigar a probabilidade de sofrem de problemas físicos depressão pós-parto e explorar ou mentais durante a gravidez as características maternas em e no puerpério, a falta de termos de personalidade, apoio amamentação inicial e o apoio social e outros dados médicos social insatisfatório podem e psicológicos. apresentar sintomas depressivos mais facilmente..

(28) 27. Tabela 1 (Continuação) Artigos selecionados na revisão de literatura sobre traços de personalidade e CGP Autor/Ano. Koutra et. al (2017). Título. Objetivo. Examinar os efeitos da saúde Depressão materna e mental materna pré-natal e traços de personalidade pós-natal, incluindo a em associação com o avaliação das características desenvolvimento de personalidade materna, neuropsicológico e sobre o desenvolvimento comportamental neuropsicológico e infantil em anos pré- comportamental da criança em escolares: Coorte mãeanos pré-escolares em uma filho (estudo Rhea) em coorte de base populacional Creta, Grécia. mãe-filho (Estudo Rhea) em Creta, Grécia.. Conclusão A precária saúde mental materna perinatal e um perfil de personalidade adverso podem estar associados ao comprometimento do desenvolvimento neuropsicológico e comportamental da criança nos anos pré-escolares.. As mães idealizam sua Comparar traços de condição e desejam aproveitar personalidade pelo Teste de esse tempo mágico e A interação do perfil de Cores de Lüscher, as atitudes extraordinário, apesar de se personalidade e a de ligação mãe-bebê pela Zanardo, et al sentirem estressadas. No lactação difere entre as Escala de Vinculação Mãe(2017) entanto, as mães prematuras mães do recém-nascido Filho (MIBS) e o resultado da tardias sentem-se muito tristes tardio e do termo. lactação, entre mães de e angustiadas para relaxar em prematuros tardios e bebês a seu próprio espaço após o termo. nascimento prematuro.. Correlações positivas significativas foram encontradas com os traços de personalidade de "abertura" e "amabilidade", enquanto "neuroticismo" foi significativamente negativamente correlacionado com a duração da amamentação.. Keller, Medved, & Armano (2016). A Influência da Personalidade Materna e os Fatores de Risco para Empreendimento Mãe-Infante com Dificuldade na Duração da Amamentação.. Nolvi et al. (2016). Após controlar os sintomas maternos de depressão e ansiedade, a emocionalidade Os sintomas Examinar os efeitos dos positiva da criança relatada psiquiátricos pós-natais sintomas depressivos e pela mãe, medida pelo sorriso maternos e o ansiosos maternos pós-natais e do bebê, foi relacionada a um temperamento infantil características de melhor vínculo mãe-bebê. Em afetam a ligação inicial temperamento do bebê no contraste, a emocionalidade mãe-bebê. vínculo mãe-bebê. negativa do bebê, medida pelo estresse infantil às limitações, estava relacionada à menor qualidade de vínculo.. Explorar a influência da personalidade materna e do comprometimento do vínculo mãe-bebê na duração da amamentação de acordo com as recomendações da OMS..

(29) 28. Tabela 1 (Continuação) Artigos selecionados na revisão de literatura sobre traços de personalidade e CGP Autor/Ano. Título. OddoSommerfeld, et. al (2016). Efeitos longitudinais do perfeccionismo disfuncional e do estilo de personalidade evasiva nos transtornos mentais pós-parto: caminhos através da depressão pré-parto e ansiedade.. Dørheim, et. al (2016). Iliadis et al. (2015). Lin, Crnic, Luecken, & Gonzales (2014). Objetivo. Conclusão. Investiga se o perfeccionismo disfuncional e o estilo de Perfeccionismo disfuncional e personalidade esquiva estilo de personalidade preveem DPP, ansiedade pósesquiva são fatores de risco parto e comprometimento da significativos para depressão ligação direta ou indiretamente pós-parto, ansiedade pós-parto através da ansiedade pré-natal e para a relação mãe-bebê. e depressão pré-natal.. Os traços de personalidade Neuroticismo e Amabilidade foram associados com insônia na gravidez. Nenhum traço de personalidade foi associado à Personalidade e Insônia Verificar a influência da insônia pós-parto. A materna perinatal: um personalidade no sono em extroversão foi associada a estudo durante o parto. mulheres no período perinatal. uma maior duração do sono pós-parto e melhor eficiência do sono, além de a agradabilidade à menor duração do sono.. Personalidade e risco de sintomas depressivos pós-parto. Estresse materno prénatal e capacidade regulatória infantil em México-Americanos.. Avaliar a associação entre fatores de personalidade e DPP.. Mulheres grávidas não deprimidas com altos escores de neuroticismo têm um risco quase quatro vezes maior de desenvolver sintomas de DPP.. O estudo indica que o estresse pré-natal prediz níveis mais altos de negatividade infantil e de cirurgia, os quais, direta ou Avaliar estresse materno préindiretamente, preveem natal e capacidade regulatória engajamento posterior em infantil em uma amostra comportamentos regulatórios. mexicana de baixa renda. Inesperadamente, o estresse pré-natal também previu mais engajamento na orientação, mas não comportamentos auto confortantes..

(30) 29. Tabela 1 (Continuação) Artigos selecionados na revisão de literatura sobre traços de personalidade e CGP Autor/Ano. Título. Objetivo. Conclusão. A ansiedade do estado A DPP foi um fenômeno e dos traços como psicopatológico altamente fenômeno frequente entre as mães deste Investigar a taxa de depressão Enatescu et al. psicopatológico conjunto de amostras. Além pós-parto e sua correlação com (2014) correlacionou-se com a disso, tanto o estado quanto a estado e ansiedade traço. depressão pós-parto em ansiedade de traço foram uma amostra romena: características clínicas coum estudo piloto. ocorrentes comuns. Saúde mental materna Examinar o efeito da saúde pré-natal e pós-natal mental materna pré-natal e Os achados sugerem que o como determinantes do pós-natal no bem-estar psicológico materno desenvolvimento Koutra et al. neurodesenvolvimento infantil pré-natal e pós-natal tem neurológico infantil a (2013) aos 18 meses de idade em uma consequências importantes no 18 meses de idade em coorte de base populacional neurodesenvolvimento da uma coorte mãe-filho mãe-filho (Estudo Rhea) em primeira infância. (Rhea Study) em Creta, Creta, Grécia. Grécia. O neuroticismo aumentou significativamente o risco de sintomas depressivos perinatais. Os traços de Traços de personalidade relacionados ao personalidade menor risco de depressão avaliados pelo perinatal incluíram Analisar a relação entre traços Inventário de Cinco extroversão, abertura à Podolska et al. de personalidade e o risco de Fatores NEO (NEOexperiência, alto grau de (2010) depressão perinatal em FFI) como parte do agradabilidade e mulheres grávidas e pós-parto. programa de conscienciosidade. Entre rastreamento de mulheres no pós-parto em depressão perinatal. situação de risco, nenhum fator adicional, exceto o neuroticismo, afetou a prevalência de sintomas depressivos.. Os principais resultados destes artigos apontaram que os fatores de risco para as mulheres no período gravídico-puerperal são: níveis altos de traço de personalidade neuroticismo; sintomas de depressão; sintomas de ansiedade; sintomas de estresse; perfeccionismo disfuncional; e estilo de personalidade esquiva. Estes traços podem influenciar no tempo de amamentação, em dificuldades comportamentais nas crianças, na negatividade infantil, na diminuição do desenvolvimento socioemocional e na diminuição do desenvolvimento motor, cognitivo e fino (Denis & Luminet, 2018; Dørheim et al., 2016; Enatescu et al., 2014; Iliadis et al., 2015; Keller et al., 2016; Koutra et al., 2013, 2017; Lin et.

(31) 30. al., 2014; Maliszewska et al., 2017; Nolvi et al., 2016; Oddo-Sommerfeld et al., 2016; Podolska et al., 2010; Zanardo et al., 2017). Fatores de proteção: elevação dos escores relativos aos traços de personalidade abertura, amabilidade e extroversão, além da amamentação imediata e a satisfação com o suporte social. De acordo com a literatura, estes fatores podem favorecer o tempo de amamentação e o aumento do desenvolvimento. socioemocional (Dørheim et al., 2016;. Enatescu et al., 2014; Iliadis et al., 2015; Keller et al., 2016; Koutra et al., 2013, 2017; Lin et al., 2014; Maliszewska et al., 2017; Nolvi et al., 2016; Oddo-Sommerfeld et al., 2016; Zanardo et al., 2017). Denis & Luminet, 2018 realizaram uma pesquisa com o objetivo de avaliar o impacto de fatores cognitivos nos sintomas de DPP. Encontraram como principais resultados que o neuroticismo, a alexitimia, a ruminação e a baixa autoestima como preditores significativos para aumentar a intensidade dos sintomas de DPP. Em uma pesquisa com o intuito de analisar a relação entre traços de personalidade e o risco de depressão perinatal em mulheres grávidas e no pós-parto, Podolska et al., (2010) os autores avaliaram 229 mulheres, seus principais resultados foram que o neuroticismo aumentou significativamente o risco de sintomas depressivos no CGP, enquanto os traços de personalidade relacionados ao menor risco de depressão foram extroversão, abertura à experiência, alto grau de amabilidade e conscienciosidade. Um outro estudo, verificou a influência da personalidade materna e do comprometimento do vínculo mãe-bebê na duração da amamentação de acordo com as recomendações da OMS, contando com a participação de 303 mães que haviam parado de amamentar. Em relação à amamentação, foram encontradas correlações positivas e significativas para os traços de personalidade “Abertura” e “Amabilidade”, enquanto para “Neuroticismo” a correlação foi significativamente negativa. A ansiedade sobre o cuidado foi o fator de risco mais importante que influencia a duração da amamentação (Keller et al., 2016). Ao investigar a probabilidade de DPP e explorar as características maternas em termos de personalidade, apoio social e outros dados médicos e psicológicos, uma pesquisa com 548 mulheres, nos períodos de 4 semanas e 3 meses após o parto, observou que nos primeiros três meses após o parto 6,38% das mulheres apresentaram depressão, principalmente as mulheres com nível alto de neuroticismo, história de hospitalização no período gestacional e com pouco suporte social, enquanto a amamentação imediata e a satisfação com o suporte social foram apresentados como fatores de proteção para a depressão (Maliszewska et al., 2017)..

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