• Nenhum resultado encontrado

SUBSÍDIO BÍBLICO E TEOLÓGICO Revista de Adultos da EBD

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "SUBSÍDIO BÍBLICO E TEOLÓGICO Revista de Adultos da EBD"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

SUBSÍDIO BÍBLICO E TEOLÓGICO – Revista de Adultos da EBD

Pesquisa e produção: Pr. Isaque C. Soeiro 1 Revisão orto-gramatical: Pr. Mário Saraiva 2

RESUMO

O presente texto serve de apoio aos Educadores da Escola Bíblica Dominical, especialmente aos que ensinam a Revista de Adultos do 1º Trimestre de 2022 (CPAD), intitulado: “A Supremacia das Escrituras:

a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus”, cujo conteúdo foi desenvolvido pelo pastor-teólogo pentecostal Douglas Baptista.

As citações bíblicas foram retiradas da Nova Almeia Atualizada – NAA (SBB, 3ª Ed.), salvo as indicações em contrário e devidamente referenciadas.

Este breve subsídio de apoio à Lição 01, “A Autoridade da Bíblia”, faz um estudo teológico que expõe sucintamente a doutrina da autoridade bíblica. Por meio desse conteúdo, busca-se: apresentar a definição e o fundamento da autoridade das Escrituras; e, propor uma linha de aplicação à vida cristã sobre o imperativo de cultivar, na vida cristã e congregacional, a supremacia e a primazia da Palavra de Deus.

INTRODUÇÃO

Nossos dias são os “tempos difíceis” ou “últimos dias” e, nesse contexto, a Palavra de Deus sofre ataques diários, tanto advindos do mundo como de dentro da Igreja. Nesse cenário, é oportuno conhecer mais sobre as Escrituras, especialmente sobre sua autoridade divina.

O presente estudo traz uma breve exposição sobre a autoridade divina das Escrituras, enfatizando sua definição e seu fundamento. Esses conhecimentos são de grande auxílio para uma vida levada sob a autoridade da Palavra de Deus. E, na conclusão, são feitas aplicações à vida cristã, com base na verdade de que cada cristão e as igrejas locais devem cultivar uma vida sob a autoridade bíblica.

Bons estudos!

1 Pr. Isaque C. Soeiro, pastor auxiliar na Igreja Evangélica Assembleia de Deus na cidade de Satubinha (MA). Graduações em:

Bacharel em Administração (UNITINS-TO), Bacharel em Teologia (FATEH-MA). Pós-graduações em: Especialização em Gestão Educacional (UNISEB-COC), Especialização em Ciência das Religiões (ILUSES/FATEH-MA), Mestrando em Ciência das Religiões (ILUSES/LUSÓFONA) e Mestrando em Teologia (FAETAD). Diretor do Instituto Pentecostal de Educação Cristã – IPEC. Membro do conselho de educação e cultura da CEADEMA. E-mail: ic.soeiro.ic@gmail.com.

2 Pr. Mário Saraiva, pastor auxiliar na Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Buriticupu (MA). Graduações em: Licenciatura em Letras, com habilitação em Português, Inglês e suas respectivas literaturas (Universidade Estadual do Maranhão – UEMA).

Pós- graduações em: Especialista em Teologia (Universidade Estácio de Sá – UNESA), Pós-Graduando em Exegese Bíblica (Centro de Estudos Bet-Hakam) e Mestrando em Ciências Teológicas (Universidade de Desenvolvimento Sustentável – UDS, Assunção, Paraguai). E-mail: pr.mariosaraiva@gmail.com.

(2)

2 1. O SIGNIFICADO DE AUTORIDADE BÍBLICA.

1.1 - A BASE BÍBLICA.

Toda doutrina deriva das Escrituras; desse modo, as Escrituras são a base primária e originária das verdades doutrinárias e conceitos teológicos. Assim, no caso da autoridade bíblica ou autoridade da Bíblia, existem princípios e textos bíblicos que formam a base segura desta doutrina.

1.1.1 - A Autoridade Bíblica no Antigo Testamento.

No Antigo Testamento, destaca-se a expressão “Assim diz o SENHOR”, que era um sinal solene de autenticidade e autoridade Divina no pronunciamento da Palavra por meio dos profetas. O teólogo Wayne Grudem explica sobre essa expressão:

No mundo do Antigo Testamento, essa frase seria reconhecida como idêntica em forma à expressão ‘assim diz o rei...’, usada para introduzir um edito de um rei a seus súditos, edito que não poderia ser desafiado nem questionado, mas simplesmente obedecido.

Dessa forma, quando os profetas dizem “assim diz o Senhor” eles estão reivindicando a condição de mensageiros do soberano Rei de Israel, ou seja, o próprio Deus, e declarando que suas palavras são palavras de Deus com autoridade absoluta3.

O Senhor Jesus Cristo reconheceu a plena autoridade divina do Antigo Testamento, citando recorrentemente seus textos como atestado de autoridade (cf. Mt 4.4-10; 26.54; Lc 24.25-27; Jo 10.35); e, da mesma forma, os apóstolos citaram exaustivamente as Escrituras do Antigo Testamento como autoridade divina (cf. Gl 4.21-31; Hb 7.17; 8.8-13; 1 Pe 1.15.16).

1.1.2 - A Autoridade Bíblica no Novo Testamento.

No Novo Testamento, destacam-se as verdades comunicadas nos textos de 1 Coríntios 14.37 e 2 Pedro 3.15-16 (cf. 2 Co 13.13; Gl 1.8; 2 Ts 2.15; 3.6-14).

1 Coríntios 14.37: “... se alguém pensa ser profeta ou espiritual, reconheça que o que lhes estou escrevendo é mandamento do Senhor” (NVI/grifo nosso).

2 Pedro 3.15-16: “... como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais escrituras, para a própria destruição deles” (RA/grifo nosso).

Esses textos mostram como a Igreja passou a equiparar alguns escritos apostólicos como de igual procedência e autoridade divina, assim como o Antigo Testamento (na época tida como a incontestável Palavra de Deus: a Lei, os Salmos e os Profetas).

1.2 - A DEFINIÇÃO TEOLÓGICA.

A “autoridade da Bíblia” ou “autoridade bíblica” é um conceito teológico que reflete verdades bíblicas e um dos atributos que caracterizam a Bíblia. O significado básico desse conceito é que as Escrituras possuem autoridade de Deus, de modo que a autoridade das Escrituras é a mesma autoridade de Deus.

Por isso, toda a Escritura “é a única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão”4.

3 GRUDEM, Wayne. Teologia sistemática. São Paulo, SP: Vida Nova, 1999, p.44.

4 1º artigo de fé do CREMOS da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Brasil.

(3)

3 Na Teologia Sistemática, cada autor contribui com uma explicação que lança luz sobre os vários aspectos desse conceito, como:

1.2.1 - A Definição de John Mueller: “Entendemos por autoridade divina das Sagradas Escrituras a qualidade peculiar de toda a Bíblia segundo a qual, como Palavra verdadeira de Deus que é, requer, de todos os seres humanos, fé e obediência e persiste como única fonte e norma de fé e vida”5.

1.2.2 - A Definição de Wayne Grudem: “A autoridade das Escrituras significa que todas as palavras nas Escrituras são palavras de Deus, de modo que não crer em alguma palavra da Bíblia ou desobedecer a ela é não crer em Deus ou desobedecer a ele”6.

1.2.3 - A Definição de Millard Erickson: A autoridade suprema de Deus é exercida por meio da sua Palavra; Ele “delegou essa autoridade ao criar um livro, a Bíblia. Uma vez que ela transmite sua mensagem, a Bíblia tem o mesmo valor que teria uma ordem de Deus ao falar diretamente conosco”7.

2. O FUNDAMENTO DA AUTORIDADE DA BÍBLIA.

A razão básica pela qual a Bíblia é autoritativa é encontrada na sua natureza: na sua origem e no seu propósito. Isso distingue as Escrituras em valor de toda a literatura!

No quadro abaixo, são apresentados dois pontos que justificam a autoridade das Escrituras:

AORIGEM DA BÍBLIA OPROPÓSITO DA BÍBLIA O atributo da autoridade da Bíblia está associado à

doutrina da inspiração divina. Essa doutrina fala da origem e natureza das Escrituras.

A doutrina da inspiração divina afirma a obra de Deus na produção das Escrituras: “a influência sobrenatural do Espírito Santo, exercida sobre os autores da Bíblia, que fez com que seus textos fossem um registro preciso da revelação ou resultassem, de fato, na Palavra de Deus”8. A Bíblia é a Palavra de Deus porque o Espírito Santo atuou sobrenaturalmente sobre cada autor humano, preservando suas características pessoais, mas isentando-os do erro e engano (2 Tm 3.16-17; 2 Pe 1.20-21). Assim, “a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus, tendo a verdade infalível como a autoridade divina em tudo o que ela afirma ou ordena”9.

A obra especial de Deus na produção das Escrituras teve propósitos especiais e de repercussão eterna.

Qual o propósito de Deus revelar sua Palavra em linguagem humana?

1. O propósito de revelar a Si mesmo, Deus, aos homens; desse modo, conhecer a Bíblia é conhecer a Deus: seus pensamentos, sua vontade, seu caráter e suas obras!

2. O propósito de salvar os homens; desse modo, conhecer a Bíblia é – pela fé – se apropriar da salvação dada graciosamente por Deus. Aprender as Escrituras é conhecer “as sagradas letras, que podem torná-lo sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2 Tm 3.15). Pelas Escrituras, todo homem ou será salvo, ou será condenado! (Jo 12.48).

5 MUELLER, John Theodore. Dogmática cristã: um manual sistemático dos ensinos bíblicos. 4ª ed. rev. e ampl. Porto Alegre, RS:

Concórdia, 2004, p.131.

6 GRUDEM, Wayne. Teologia sistemática. São Paulo, SP: Vida Nova, 1999, p.44.

7 ERICKSON, Millard J. Teologia sistemática. São Paulo, SP: Vida Nova, 2015, p.215.

8 ERICKSON, ibidem, p.189.

9 CHAFER, Lewis Sperry. Teologia sistemática. São Paulo, SP: Hagnos, 2003, p.112.

(4)

4 John Frame afirma: “A autoria divina é a razão

fundamental pela qual a Escritura é autoritativa [...]. O que dá a Escritura uma autoridade acima da de qualquer ser humano é que ela é Palavra de Deus”10.

Isso posto, é importante ressaltar que a autoridade da Bíblia não é a autoridade de homens, de tradições religiosas ou denominações protestantes e evangélicas. Essa autoridade advém diretamente do fato de que a Escritura é a perfeita Palavra de Deus.

A autoridade das Escrituras, portanto, rege as ações poderosas da Bíblia para salvar e tornar sábio na presença de Deus, além de reclamar as atitudes corretas que o homem pode ter diante de suas verdades escritas sob inspiração divina.

CONCLUSÃO

“Cultivando a Autoridade Bíblica na Vida Cristã”

A autoridade bíblica deve normatizar a forma como o cristão vive segundo as Escrituras e na presença de Deus.

O atributo da autoridade das Escrituras, inerente à sua inspiração divina, expressa a autoridade definitiva da Bíblia para a vida e o serviço cristão. A Palavra de Deus é a única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão. Essas verdades “deságuam” na supremacia das Escrituras e na primazia destas na vida do povo de Deus. Nesse sentido,

1. O cristão deve viver e servir à luz da Supremacia das Escrituras. A supremacia das Escrituras é o reconhecimento de que a Bíblia é a Palavra inspirada de Deus, detentora de autoridade final que direciona sob toda a vontade de Deus. A Bíblia possui tudo o que é necessário para capacitar e equipar o cristão para viver e exercer os serviços segundo a vontade de Deus. Porém, isso não ocorre pela negligência e relativização das verdades bíblicas; antes, é preciso ser obediente e fiel receptor de tudo quanto a Bíblia afirma, descreve, ordena e promete.

Seja na vida individual ou na vida congregacional, seja no culto ou vida cotidiana, não deve haver nenhum concorrente com as Escrituras!

2. O cristão deve dar primazia às Escrituras. Dificilmente um cristão negará com palavras a necessidade de priorizar a Bíblia; no entanto, existe um crescente descompasso e abismo entre a afirmação teórica e a negação prática. Muitos cristãos afirmam teoricamente a autoridade da Bíblia, mas, no cotidiano, negam pela prática de vida sua autoridade. Muitos cristãos não vivem sob a autoridade definitiva da Bíblia, mas procuram outros “recursos espirituais” como profecias, visões e mensagens pragmáticas como substitutos da autoridade da Bíblia. Muitos cristãos não experimentam a doce autoridade da Bíblia; não se alimentam diariamente da Bíblia pelo estudo e meditação; não sentem o consolo da Bíblia e não descansam nas promessas bíblicas.

Infelizmente, tanto na vida individual quanto na vida eclesiástica, a Bíblia tem sido substituída, menosprezada e até adulterada. Em muitos cultos, a primazia da Bíblia foi substituída pela ênfase em hinos, testemunhos pessoais, encenações teatrais, pregações superficiais, pregações com

10 FRAME, John M. A doutrina da Palavra de Deus. São Paulo, SP: Cultura Cristã, 2013, p.152.

(5)

5 modismos etc. Em muitas vidas, a primazia da Bíblia foi substituída pelo “achismo”, pelas experiências espirituais sem critérios, por modismos. Em muitas igrejas locais, a primazia da Bíblia foi substituída por metodologia de marketing, métodos do pragmatismo religioso, mensagens de autoajuda etc.

É urgente que a Igreja persevere no reconhecimento da supremacia das Escrituras e cultive a primazia da Bíblia, priorizando o estudo, a meditação, a aprendizagem e a prática da Palavra de Deus, aplicando-a como norma e diretriz em cada assunto e em cada área da vida. A atitude de Esdras deve ser replicada por cada cristão genuíno: estudar, obedecer e viver a Palavra de Deus (Ed 7.10).

APOIO:

Comissão de Educação da CEADEMA Conduzindo a Educação Através do Reino

Referências

Documentos relacionados

(4) Sendo dada por Deus verbalmente em toda a sua inteireza, a Escritura é isenta de erros ou equívocos em tudo quanto ensina, não somente no que afirma sobre os atos de Deus na

O presente texto desenvolve os seguintes conteúdos: no primeiro tópico, trata sobre o discipulado paulino como sua obediência à Grande Comissão; e, no segundo tópico, trata sobre

No presente estudo, na primeira parte, é apresentada a leitura, estudo e obediência da Bíblia para a experimenta cristã das Escrituras como geradora e guia da

 O Evangelho de Mateus possui como principal público os judeus, talvez cristãos de origem judaica. Esse Evangelho apresenta Jesus como o Messias prometido. O Evangelho organiza

Elias tinha Eliseu como um homem chamado por Deus; Eliseu tinha consciência do solene chamado divino; e, os discípulos da escola dos profetas reconheceram que Eliseu tinha

Assim, o presente texto busca: apresentar o duplo aspecto do chamado de Jesus Cristo para o verdadeiro discipulado: ser discípulo e fazer discípulos; e,

O Senhor Jesus Cristo vinculou a realização da obra missionária à presença capacitadora do Espírito Santo, como consta em Lucas 24.48-49 e Atos 1.8. E, desse modo,

O Espírito Santo vincula o salvo à vida de Cristo, guiando-o no processo de crescimento espiritual, conforme a “medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.13). Essas