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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS AMBIENTAIS CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS AMBIENTAIS

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

VICENTE DE PAULA GOMES JÚNIOR

ANÁLISE DE ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS COMO AUXÍLIO À TOMADA DE DECISÃO GERENCIAL EM UMA INDÚSTRIA SALINEIRA NA

CIDADE DE MOSSORÓ/RN

MOSSORÓ-RN 2019

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VICENTE DE PAULA GOMES JÚNIOR

ANÁLISE DE ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS COMO AUXÍLIO À TOMADA DE DECISÃO GERENCIAL EM UMA INDÚSTRIA SALINEIRA NA

CIDADE DE MOSSORÓ/RN

Monografia apresentada ao Departamento de Engenharias e Ciências Ambientais do Centro de Engenharias da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como obtenção do título de bacharel em Engenharia de Produção. Orientador: Prof. Ms. Thiago Costa Carvalho

MOSSORÓ-RN 2019

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que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n° 9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

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Gomes Júnior, Vicente de Paula.

ANÁLISE DE ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS COMO AUXÍLIO À TOMADA DE DECISÃO GERENCIAL EM UMA INDÚSTRIA SALINEIRA NA CIDADE DE MOSSORÓ/RN / Vicente de Paula Gomes Júnior. - 2019.

45 f. : il.

Orientador: Thiago Costa Carvalho.

Monografia (graduação) - Universidade Federal Rural do Semi-árido, Curso de Engenharia de Produção, 2019.

1. Indústria salineira. 2. Indicadores financeiros. 3. Demonstrações contábeis. I. Carvalho, Thiago Costa , orient. II. Título.

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VICENTE DE PAULA GOMES JÚNIOR

ANÁLISE DE ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS COMO AUXÍLIO À TOMADA DE DECISÃO GERENCIAL EM UMA INDÚSTRIA SALINEIRA NA

CIDADE DE MOSSORÓ/RN

Monografia apresentada ao Departamento de Engenharias e Ciências Ambientais do Centro de Engenharias da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como obtenção do título de bacharel em Engenharia de Produção.

APROVADA EM: 20/03/2019.

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2 AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela riqueza que me proporcionou – a minha família – fundamental para que este sonho se concretizasse. Esta é mais uma conquista nossa – não só minha.

Aos meus pais, primeiramente, Renata Oliveira e Vicente de Paula, por todo o apoio desde minha educação infantil até minha graduação. Juntos à minha avó Amélia, sempre se fizeram presentes para com a minha formação pessoal, educacional e profissional.

Todo o meu carinho, também, aos meus tios Raniery, Renato, Robson, Régia, Igor, Sonali, Kilza e Andrea. Na ausência de recursos, sempre se fizeram presentes. Nas limitações, sempre me facilitaram o caminho. Obrigado por todo o carinho, cuidado e atenção.

À minha irmã e amiga, Paula Renata, que, ao meu lado, presenciou toda a minha formação educacional. Obrigado pelo companheirismo.

Quero dividir esta vitória, também, com minha melhor amiga, minha namorada – Isabelly Paula. Obrigado pelo apoio, carinho, dedicação e sua confiança depositada em mim e neste trabalho. Obrigado pela paciência durante o tempo de produção deste. Obrigado por toda a força depositada em mim ao longo do curso. Dedico-te!

Agradeço aos professores por toda a orientação e contribuição – aos mestres Thiago, Cristiane e Alex. Muito obrigado.

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3 RESUMO

Este trabalho visou à identificação e análise de indicadores econômico-financeiros para auxiliar as decisões gerenciais em uma indústria e comércio de sal marinho situado na cidade de Mossoró/RN – mineral pioneiro a ser comercializado e exportado pelo estado do Rio Grande do Norte (RN). Para tanto, este buscou a seleção ideal de indicadores que se adequasse à realidade da empresa, para que a análise sobre as demonstrações contábeis obtivesse maior precisão. Foi observado, a princípio, que o faturamento da empresa permaneceu constante entre o período analisado, enquanto que as despesas aumentaram de forma significativa. No âmbito operacional, o objeto de estudo possui um Ciclo Operacional deficitário. Como uma das propostas sobre os resultados encontrados, foi proposto a renegociação para com fornecedores e clientes, bem como estudos de viabilidade econômica que visam à redução da mão-de-obra, bem como dos custos de produção. Este trabalho serve de importância não somente aos gestores da empresa, mas para estudos futuros das áreas de Engenharia de Produção e Contabilidade.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Demanda de sal no Brasil ... 11

FIGURA 2: Produção brasileira de sal marinho em toneladas (t) nos três maiores estados produtores: Rio de Janeiro (RJ); Ceará (CE); e Rio Grande do Norte (RN) entre os anos de 1971 e 2013. ... 12

FIGURA 3: Demonstração do Resultado do Exercício ... 17

FIGURA 4: Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ... 18

FIGURA 5: Representação gráfica do BP ... 19

FIGURA 6: Caracterização do Passivo e Ativo ... 20

FIGURA 7: Fluxograma das etapas de pesquisa ... 31

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Preço por tonelada do sal marinho no Brasil ... 13

TABELA 2: Indicadores de Liquidez do objeto de estudo ... 37

TABELA 3: Indicadores de Atividade/Rotatividade do objeto de estudo ... 37

TABELA 4: Indicadores de Endividamento do objeto de estudo ... 37

TABELA 5: Indicadores de Rentabilidade do objeto de estudo ... 38

TABELA 6: Indicadores de Desempenho Econômico do objeto de estudo ... 38

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Índices de Liquidez e suas interpretações ... 23

QUADRO 2: Indicadores financeiros selecionados por setor de atividade ... 33

QUADRO 3: DRE simplificada do objeto de estudo ... 34

QUADRO 4: BP do objeto de estudo, ano de exercício 2017 ... 35

(10)

7 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC – Ativo Circulante

ACO – Ativo Circulante Operacional BP – Balanço Patrimonial

CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas de Mossoró CG – Capital de Giro

CO – Ciclo Operacional

CPV – Custo dos Produtos Vendidos

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral DRE – Demonstração do Resultado de Exercício

EBTIDA - Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation/Depletion and Amortization EG – Endividamento Geral

ELP – Exigível à Longo Prazo GA – Giro do Ativo

IPL – Imobilização do Patrimônio Líquido

IRNC – Imobilização dos Recursos Não Correntes

LAJIDA – Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciações/exaustões e Amortização LC – Liquidez Corrente

LG – Liquidez Geral LI – Liquidez Imediata LS – Liquidez Seca

LSA – Lei das Sociedades por Ações MB – Margem de Lucro Bruta ML – Margem de Lucro Operacional MO – Margem de Lucro Operacional

NLCG – Necessidade Líquida de Capital de Giro PC – Passivo Circulante

PCO – Passivo Circulante Operacional PL – Patrimônio Líquido

PME – Prazo Médio de Estoque PMP – Prazo Médio de Pagamento PMR – Prazo Médio de Recebimento

(11)

ROA – Retorno do Ativo Total SMB – Sumário Mineral Brasileiro

(12)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 11 CONTEXTUALIZAÇÃO ... 11 1.1 JUSTIFICATIVA ... 12 1.2 OBJETIVOS ... 14 1.3 1.3.1 Geral ... 14 1.3.2 Específicos ... 14 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 14 1.4 2 REVISÃO DE LITERATURA ... 15 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ... 15 2.1 2.1.1 Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) ... 16

Estrutura da DRE ... 16 2.1.1.1 2.1.2 Balanço Patrimonial (BP) ... 18 Ativo ... 19 2.1.2.1 Passivo ... 19 2.1.2.2 INDICADORES FINANCEIROS ... 20 2.2 2.2.1 Liquidez ... 21 2.2.2 Atividade ou Rotatividade ... 23

2.2.3 Estrutura de Capital (Endividamento) ... 24

2.2.4 Rentabilidade ... 26

2.2.5 Desempenho Econômico ... 27

2.2.6 Necessidade de Capital de Giro ... 28

3 METODOLOGIA ... 30

CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 30

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO INSTRUMENTO DE ANÁLISE ... 31

3.2 3.2.1 Coleta de dados ... 32

(13)

SELEÇÃO DE INDICADORES FINANCEIROS ... 33

4.1 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ... 34

4.2 CÁLCULO DOS INDICADORES FINANCEIROS ... 36

4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS E PROPOSTA DE AÇÕES 4.4 ESTRATÉGICAS ... 38

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 41

REFERÊNCIAS ... 42

(14)

1 INTRODUÇÃO

CONTEXTUALIZAÇÃO 1.1

O sal pode ser encontrado em alguns terrenos em seu estado natural ou de forma diluída na água do mar. Este último, o sal marinho, é um dos produtos pioneiros a ser comercializado e exportado pelo estado do Rio Grande do Norte (RN). O mineral é usualmente utilizado em condimentos, como conservante de carnes, ou mesmo em produtos químicos. Sua exploração iniciou por volta de 1800, e com o processo de modernização em 1950 garantiu valor ao produto, desde a produção à comercialização – promovendo ao estado potiguar o domínio do mercado do sal (BEZERRA et al, 2012).

Ao longo do litoral potiguar, em sua região setentrional, mais precisamente, estão localizadas as indústrias salineiras de maior porte, considerando toda a costa brasileira. Estas são responsáveis por cerca de 97% da produção de sal marinho que é consumido e/ou exportado pelo país (DE MEDEIROS ROCHA et al, 2011). A Figura 1 apresenta a demanda nacional da indústria salineira no Brasil para o período de 2013 a 2015.

FIGURA 1: Demanda de sal no Brasil

Fonte: Sumário Mineral Brasileiro – 2016

Dados mais recentes (2016) dispostos no Sumário Mineral Brasileiro (SMB), apenas os estados do Piauí, Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte dispõem de salinas em atividade, tal que o estado potiguar foi responsável por 95% do total produzido de sal marinho em 2015. A Figura 2 (página 12) apresenta a evolução da produção salineira dos 3 principais produtores do pais entre 1971 e 2013.

(15)

FIGURA 2: Produção brasileira de sal marinho em toneladas (t) nos três maiores estados produtores: Rio de Janeiro (RJ); Ceará (CE); e Rio Grande do Norte (RN) entre os

anos de 1971 e 2013.

Fonte: Diniz, Vasconcelos e Martins (2015).

A cidade de Mossoró-RN disfruta de fatores que promovem esta produção – entre eles, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Mossoró (CDL), destacam-se a localização (próximo ao porto de escoamento da produção) e os condicionantes naturais, como o clima e as correntes de ar marítimo. Ainda de acordo com o CDL, a indústria salineira foi responsável por 10 mil empregos diretos na região no ano de 2015.

JUSTIFICATIVA 1.2

Segundo o relatório do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a produção nacional de sal gema e sal marinho teve um aumento, no ano de 2015, equivalente a 2,5% quando comparado ao ano de 2014, observado na Tabela 1 da página 13. Este acréscimo é justificado pela estiagem que assola o estado do RN. O aumento da oferta acrescido da concorrência chinesa promoveu uma queda no preço do produto, destaca a CDL Mossoró.

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TABELA 1: Preço por tonelada do sal marinho no Brasil

Fonte: Adaptado de DNPM, 2016.

Quanto ao contexto econômico, estatísticas do DNPM dispostas no SMB (2016) mostram quedas sucessivas do preço da tonelada para o sal marinho usado na indústria nacional, bem como para o sal moído e refinado (direcionado para o consumo humano) descritos na Tabela 1. É observada também a queda no preço para a sua exportação.

Para manterem a sua capacidade financeira em meio à competitividade do mercado atual, as empresas procuram reduzir suas despesas para promoverem um grande volume de lucro, bem como o uso de ferramentas administrativas possibilita a análise do desempenho passado da organização e auxiliam no poder de decisão com vistas ao futuro (FRAGA et al, 2016).

Neste sentido, Boff et al (2008) ressalta a importância dos indicadores para a Contabilidade das organizações, visto que o desempenho delas varia entre empresas individuais. Pesquisadores podem e exploram fatores que diferenciam estas empresas entre si, que para tanto, precisam conhecer as variáveis que evidenciam o melhor resultado para a empresa em questão, ou o que explicam as características (normais ou não) ocorridas num dado momento do setor.

A escolha da empresa objeto de estudo se justifica pelo contexto econômico onde se encontra atualmente, além da possibilidade do acesso aos dados econômicos e financeiros que a empresa oferece.

Este trabalho contribui para os gestores da empresa do estudo de caso de maneira a demonstrar a situação atual econômica e financeira da empresa, por meio da interpretação das demonstrações contábeis e do balanço patrimonial da mesma. Em meio ao contexto econômico em que se encontra a cadeia do mineral explorado pela indústria, os índices auxiliarão os tomadores de decisão com vistas ao futuro, bem como estudos da área de Engenharia Econômica e Contabilidade.

Como os índices econômico-financeiros podem auxiliar nas decisões gerenciais das empresas?

2013 2014 2015

115

30

25

Preço médio (US$/t)

139 121

48

53

32

20

Sal marinho (moído e refinado) Sal marinho (Ind. Química e Exportação)

(17)

OBJETIVOS 1.3

1.3.1 Geral

Este trabalho visa analisar os indicadores econômico-financeiros de uma indústria e comércio de sal marinho situada na cidade de Mossoró/RN para auxiliar as decisões gerenciais.

1.3.2 Específicos

Definido o objeto geral de estudo, percebem-se os seguintes objetivos específicos: a) Seleção de indicadores financeiros importantes para o setor da empresa em estudo com

base na literatura atual;

b) Levantamento de dados financeiros para o período de 2016 a 2017; c) Análise temporal das Demonstrações Financeiras;

d) Proposta de ações estratégicas como base nos resultados encontrados.

ESTRUTURA DO TRABALHO 1.4

Para tanto, este trabalho é subdivido em quatro partes: a revisão de literatura servirá de subsídio para contextualização e interpretação das demonstrações contábeis, bem como dos indicadores aqui utilizados; por conseguinte, a metodologia a qual o estudo foi orientado, indicando a composição e organização do mesmo; os resultados vêm em sequência, trazendo a descrição do instrumento de análise, bem como os resultados a partir dos dados obtidos no período proposto para a sua consequente análise, para então chegar às diretrizes propostas à empresa.

(18)

2 REVISÃO DE LITERATURA

Este tópico traz a explanação teórica que serve de auxílio para o entendimento para o tratamento e análise dos dados. Neste sentido, serão abordadas as definições, bem como os cálculos e estruturas referentes às Demonstrações Contábeis, Balanço Patrimonial e os Índices Econômico-Financeiros selecionados.

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2.1

Os relatórios contábeis são formados por dados coletados pela Contabilidade e apresentados periodicamente de forma simplificada e ordenada. Dos relatórios presentes na Contabilidade, destacam-se aqueles que são obrigatórios segundo a legislação brasileira. Estes são chamados demonstrações financeiras ou demonstrações contábeis (MARION, 2012).

Neste sentido, Coronado (2006) delega aos gestores a realização de estudo sobre eventos ocorridos junta à empresa, com vistas ao planejamento dos relatórios e formulários essenciais aos registros das transações.

Melo e Barbosa (2018) destacam ainda o objetivo quanto estas obrigações, que segundo ele consiste em apresentar informações úteis que auxiliem usuários em suas tomadas de decisão.

A Lei das Sociedades por Ações (LSA) impõe sobre as empresas um período chamado exercício social. Para tanto, as empresas devem elaborar as demonstrações financeiras, não havendo necessidade que o exercício coincida com o ano civil (01/01 a 31/12). Este período é também conhecido como período contábil (MARION, 2012).

Ainda de acordo com Marion (2012, p. 48), “para atender às necessidades internas (fins gerenciais) e facilitar a administração financeira da empresa, a contabilidade deverá apresentar relatórios contábeis em períodos mais curtos (mensal, quinzenal, semanal...) ”.

As principais demonstrações contábeis exigidas por lei desde 2008 são: Balanço Patrimonial (BP); Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPAc); Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); Demonstração do Valor Adicionado (DVA) (MARION, 2012).

(19)

2.1.1 Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) apresenta, segundo Marques et al (2015), os lucros de uma empresa depois de apresentado as receitas e despesas da mesma, considerando um período de tempo.

Trata-se de um critério pelo qual as receitas são auferidas, bem como as despesas num determinado período. Estas receitas se fazem pelas vendas (bens ou serviços) durante o tempo de referência, mesmo que ainda não tenham sido embolsadas. As despesas são representadas pelo esforço realizado pela empresa, considerando o mesmo período, com vistas à obtenção das receitas, não implicando na necessidade de desembolso de recursos (SZUSTER et al, 2010).

Ainda segundo Melo et al (2018), o objetivo da DRE consiste em verificar e quantificar o desempenho da organização. Neste aspecto, as receitas surgem como crescimento quanto aos benefícios econômicos, e são representados pela entrada de recursos. Por outro lado, as despesas configuram-se como redução nas vantagens econômicas - sendo as saídas de recursos.

Estrutura da DRE 2.1.1.1

A DRE ocorre de forma dedutiva (Figura 3, página 17), isto é, no sentido vertical, onde a partir das receitas são subtraídas as despesas. A DRE pode se apresentar de maneira simples (voltada para micro e pequenas empresas), tal que não faz necessária a presença de dados minuciosos pormenorizados. A DRE exigida por lei consiste numa versão completa, e dispõe de informações minuciosas (MARION, 2012).

(20)

FIGURA 3: Demonstração do Resultado do Exercício

Fonte: Adaptado de Marion (2012)

A princípio, deve-se obter a receita operacional líquida, ou seja, deduzindo cancelamentos de vendas, bem como devoluções, etc., no qual se deduz todo o custo com vendas, garantindo, assim, o lucro operacional bruto (MARQUES et al, 2015).

Em se tratando de receitas, Melo e Barbosa (2018) a classificam como o mix de operações de venda de produtos (setor de indústria), mercadoria (seja no setor comercial) e/ou serviço.

O Custo das Mercadorias Vendidas, ou CMV, consiste no valor do desnível das mercadorias vendidas. Para as indústrias, este termo é conhecido como Custo do Produto Vendido (CPV), conforme Marion (2012). Este último pode ser calculado conforme a Equação 1.

CPV = EI + Custos Totais – EF (1)

Tal que:

EI: Estoque Inicial, EF: Estoque Final.

Do lucro, são subtraídas despesas e somadas as receitas financeiras, constituindo o lucro antes de tributos (MARQUES et al, 2015). As despesas, de acordo com Szuster et al (2010), podem ser segregadas segundo sua natureza, ou seja, os gastos inerentes à comercialização e distribuição do bem ou serviço (marketing, por exemplo); despesas administrativas; bem como despesa financeira, representada pela remuneração do capital de terceiros.

Receita Receita

(-) Despesa (-) Deduções

Lucro ou prejuízo (-) Custos (-) Despesas (-) ---Lucro ou prejuízo DRE (simples) V E R T I C A L V E R T I C A L DRE (completa)

(21)

Por conseguinte, surge o lucro antes de tributos. Deste, são inferidas as provisões correntes e protelado impostos e contribuições junto à renda, derivando o lucro das operações continuadas. As operações descontinuadas referem-se às transações de venda de um arranjo produtivo, por exemplo, ou de uma aliança acionária em terceiros, etc. Consequentemente, a somatória das operações continuadas às descontinuadas gera o resultado líquido, lucro ou prejuízo (MARQUES et al, 2015). Receitas, CPV, impostos e outros parâmetros são dispostos segundo um quadro vertical (Figura 4).

FIGURA 4: Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Fonte: Adaptado de Marion (2012)

O preenchimento desde quadro e o referido modelo é orientado segundo a lei n° 6.404/76, mais precisamente o art. 187, bem como suas alterações, como o NBC TG 26 (R4) e a seção 5 da NBC TG 1.000 (R1).

2.1.2 Balanço Patrimonial (BP)

O Balanço Patrimonial (BP) deve apontar de forma qualitativa e quantitativa, conforme prescrito nos artigos 178 a 185 da LSA, o estado patrimonial e financeiro da empresa (SILVA, 2010).

Este é considerado o relatório de maior importância, afirma Marion (2012). Para tanto, o mesmo é seccionado em dois: o Ativo (frequentemente se apresenta ao lado esquerdo) e o Passivo, como se pode observar na Figura 5, página 19.

Receita Bruta (-) Deduções

Receita Líquida

(-) Custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos

Lucro Bruto

(-) Despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas (+/-) Resultado antes das receitas e despesas financeiras

(+/-) Despesas financeiras e Receitas financeiras

(22)

FIGURA 5: Representação gráfica do BP

Fonte: Adaptado de Marion, 2012.

A definição de Ativo se remete a algo que gera riqueza – seu termo sugere dinâmica, benéfico. Por outro lado, o termo passivo pressupõe negação – representa as dívidas e obrigações da empresa (MARION, 2012).

Ativo 2.1.2.1

O Ativo pode ser entendido como um recurso utilizado pela empresa sobre eventos passados aos quais se tem expectativa de benefícios econômicos futuros. Aqui, as contas devem estar dispostas em ordem decrescente conforme o grau de liquidez (SILVA, 2010).

Marion (2012) o considera como um leque de bens (máquinas, estoques etc.) e direitos (duplicatas, depósitos bancários etc.) sob o controle da organização. Este é geralmente registrado como o preço pela fabricação (aquisição), seja pelo custo histórico ou pelo valor original.

Passivo 2.1.2.2

Passivo consiste em obrigações exigíveis da empresa. Em outras palavras, este termo é representado pelas dívidas cobradas num futuro, a partir de seus vencimentos. Pode ser chamada de passivo exigível, conhecido por recursos de terceiros (MARION, 2012).

Silva (2010) o considera como uma obrigação, decorrida de eventos ocorridos que resultarão na saída de recursos. Ele ainda afirma que, como no Ativo, as contas devem estar dispostas em ordem decrescente quanto seu grau de exigibilidade.

O Passivo é caracterizado por dívidas com fornecedores, salários e encargos de funcionários, impostos, financiamentos etc. (Figura 6, página 20). Portanto, este evidencia o nível de endividamento da empresa (MARION, 2012).

Ativo Passivo BALANÇO PATRIMONIAL

(23)

FIGURA 6: Caracterização do Passivo e Ativo

Fonte: Adaptado de Marion (2012)

Neste sentido, o Patrimônio Líquido (PL) surge das aplicações dos proprietários para com a empresa. Este é conhecido como obrigação não exigível, também chamado de capital próprio, isto é, pertence à própria empresa durante toda a sua continuidade, sendo impossível reclamar, cobrar ou exigi-lo. É obtido através do valor resultante do Ativo deduzido pelo Ativo (MARION, 2012).

INDICADORES FINANCEIROS 2.2

Obtidas as demonstrações contábeis, se faz necessário um propósito bem definido acerca da sua análise. Para tanto, o (s) propósito (s) pode (m) passar pela verificação da eficiência de subsetores da empresa, ou verificar o contexto creditório seja um cliente, parceiro ou fornecedor. A análise das demonstrações pode consistir também para averiguar a situação econômico-financeira da entidade (SZUSTER et al, 2010).

Os índices econômico-financeiros surgem como protagonistas na mensuração da análise da empresa, em que consistem da comparação entre grandezas. Estes promovem aos gestores a identificação de problemas, bem como oportunidades (SZUSTER et al, 2010).

Conforme afirma Matarazzo (2003), a análise por meio desses indicadores propicia a visão estratégica junto à empresa. Neste sentido, evidencia suas limitações, bem como as potencialidades visando o futuro.

Para tanto, o processo consiste em três passos, sendo o primeiro deles a obtenção do cálculo por meio de uma razão entre duas grandezas. Logo, é possível a interpretação desse dado. Por fim, o último passo se faz em conceituar esta grandeza (MARION, 2006). Somente

Ativo Passivo

Bens Passivo exigível

> Máquinas > Fornecedores

> Veículos > Salários a pagar

> Estoque > Empréstimos bancários

> Dinheiro > Impostos a pagar

Direitos Patrimônio Líquido

> Títulos a receber > Depósitos bancários

(24)

ao fim da ponderação acerca desta informação é possível tomar uma decisão (MATARAZZO, 2003).

Reconhecem a importância que estes indicadores trazem à Contabilidade, em contrapartida, ainda são poucos estudos que destacam as especificidades dos mesmos para com os setores onde atuam as empresas. Visto que o desempenho é variável entre as empresas, e que por muitas vezes os indicadores são feitos sem algum precedente que justifique as semelhanças por setor, por exemplo, é preciso conhecer quais variáveis melhor exponham os resultados para a empresa de estudo (BOFF et al, 2008).

2.2.1 Liquidez

Pereira da Silva (2003) credita, de forma objetiva, aos índices de liquidez prover o potencial da organização em pagar seus déficits.

Seu objetivo, então, passa pela determinação, segundo Braga (2006), do potencial de financiamento da empresa em meio às próprias exigências. Em outras palavras, este indicador demonstra a facilidade com que empresa consegue administrar os débitos.

Este potencial pode ser considerado, segundo Marion (2010), a curto, longo e prazo imediato:

a) Capacidade de pagamento a curto prazo

A capacidade de pagamento a curto prazo pode ser mensurada tanto pelo Índice de Liquidez Corrente, também conhecido como Liquidez Comum (LC), quanto pelo Índice de Liquidez Seca (LS), ou ainda pela sua combinação (MARION, 2010).

O LC pode ser obtido pela razão entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante (Eq. 2).

(02)

Ativo consiste em uma gama entre bens e direitos que proporcionam ganhos pela empresa, sendo os mesmos controlados pela entidade. Como exemplos, temos que estes bens são representados pelo maquinário; veículos; estoque etc. Duplicatas a receber, bem como os títulos constituem-se como exemplos de direitos de propriedade junto à empresa. Por outro lado, o termo Passivo abrange um conjunto de obrigações exigíveis pela empresa, portanto

(25)

são representados pelas dívidas – também conhecido como capital de terceiros. São os salários a pagar; empréstimos bancários; impostos; fornecedores etc. (MARION, 2009).

Neste sentido, índice de LC maiores que 1,0 são considerados positivos de maneira geral. Todavia, não se aconselha a sua análise de maneira isolada (MARION, 2010).

O Índice de Liquidez Seca (LS) difere do LC a partir do momento em que desconsidera o estoque da empresa junto ao Passivo Circulante. Isto se deve ao fato de que o mesmo pode vir a se tornar obsoleto, e em muitos casos se constitui de produtos perecíveis (MARION, 2010). O LS pode ser obtido matematicamente segundo a Equação 3:

(03)

O índice LC pode ser considerado um indicador global, enquanto o LS elimina as incertezas. É importante destacar que o índice de LS deve vir acompanhado de outro índice, o Prazo Médio de Rotação de Estoque), a fim de mensurar por quantas vezes o estoque é renovado dentro da empresa – em outras palavras, quantas vezes a empresa vende o seu estoque dentro de um ano (MARION, 2010).

b) Capacidade de pagamento a longo prazo

O Índice de Liquidez Geral (LG), também conhecida como Liquidez Financeira, exibe a competência da entidade frente às dívidas num período a longo prazo, levando em consideração tudo o que se transformar em dinheiro, bem como o que já se adquiriu como dívida, a curto e longo prazo para ambos (MARION, 2010).

Este indicador pode ser averiguado segundo a Equação 04.

(04)

Vale destacar a influência quanto as datas divergentes tanto para recebimento quanto para o pagamento, visto que os mesmos tendem a se intensificar quando são analisados longos períodos. Em outras palavras, a entrada de Ativos pode divergir da subtração dos Passivos, que implica na desconfiança do indicador (MARION, 2010).

(26)

c) Capacidade de pagamento em prazo imediato

O Índice de Liquidez Imediata (LI) mensura a disposição de recursos a fim de saldar dívidas de Curto Prazo (Equação 05). Considerado sem proeminência, pois considera a disponibilidade imediata com débitos de Curto e Longo Prazo (MARION, 2010).

(05)

O Quadro 2 traz uma síntese de maneira ordenada dos índices financeiros, conforme Matarazzo (2010).

QUADRO 1: Índices de Liquidez e suas interpretações

Símbolo Índice Assinala Interpretação

LG Liquidez Geral

Quanto a empresa possui de Ativo c Realizável LP para cada R$1 de dívida total

Quanto maior, melhor LC Liquidez Corrente Quanto a empresa possui Ativo

C para cada R$1 de Passivo C

Quanto maior, melhor

LS Liquidez Seca

Quanto a empresa possui de ativo L (sem o estoque) para cada R$1 de Passivo C

Quanto maior, melhor

Fonte: Adaptado de Matarazzo (2007)

2.2.2 Atividade ou Rotatividade

Gitman (2010) confere aos índices financeiros de atividade a habilidade avaliar a velocidade como que as demais contas são traduzidas em caixa, além de medir, por exemplo, a eficiência com a qual os ativos totais são consumidos. Existem inúmeros índices disponíveis para estes parâmetros.

O Prazo Médio de Estocagem (PME) ou simplesmente Giro de Estoque indica o tempo médio a qual o produto permanece em estoque (Equação 06). Ou seja, este indicador mede a liquidez do estoque da organização. Para tanto, este se faz sentido quando comparado ao setor onde a empresa está inserida (GITMAN, 2010).

(27)

Prazo Médio de Recebimento (PMR), também conhecido por Idade Média das Contas a Receber, de acordo com Gitman (2010), expressa, em dias, o prazo a receber de uma venda (Equação 07). Está ligado ao setor de crédito e cobrança.

(07)

O Prazo Médio de Pagamento (PMP), ou chamado por Idade Média das Contas a Pagar, é de interesse, também, dos fornecedores, pois lhes confere o padrão de pagamento de contas da empresa (GITMAN, 2010). Seu cálculo se assemelha muito ao PMR, como se observa na Equação 08. (08)

A relação entre as variáveis acima exprime o ciclo operacional da empresa – se o Prazo Médio de Estoque (PME) somado ao Prazo Médio de Recebimento (PMR) apresentar um total abaixo que o Prazo Médio de Pagamento (PMP), significa um Ciclo Operacional Superavitário, ou seja, a organização recebe o referente a vendas antes do prazo para aquisição de, por exemplo, matéria-prima (Equação 09). Caso contrário, a soma do PME ao PMR sendo superior ao PMP, entende-se que a empresa só recebe o valor de vendas após o pagamento para aquisição de insumos – Ciclo Operacional Deficitário (SILVA, 2010).

(09)

2.2.3 Estrutura de Capital (Endividamento)

Szuster et al (2010) compete aos indicadores de endividamento apreciar a segurança por parte da empresa para com capitais alheios, tão quanto a demonstração de política de obtenção de recursos.

Visto que uma empresa se vê financiada por recursos próprios (PL) e recursos de terceiros (Passivo), o risco acaba sendo proporcional à participação deste último. Por

(28)

conseguinte, faz-se conclusivo que quanto maior for o resultado deste indicador, maior será o risco a que a organização está exposta (SZUSTER et al, 2010).

O índice conhecido por Endividamento Geral (EG) é resultante, conforme a Equação 10, da soma entre o Passivo Circulante (PC) ao Exigível a Longo Prazo (ELP), ambos divididos pelo Ativo Total (SZUSTER et al, 2010).

EG =

(10)

Ainda segundo Matarazzo (2010), o risco financeiro acaba sendo menor quando se tem menor dependência quanto aos capitais terceiros. Em contrapartida, o endividamento acaba sendo uma fonte de recursos para a manutenção da corporação, ou mesmo a sua ampliação.

Se uma empresa investe no Ativo Permanente, acaba se tornando dependente do capital de terceiros em função de seu capital de giro. A Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL) aponta quanto do PL da organização está voltado para o Ativo Permanente, expondo o volume do capital próprio (Patrimônio Líquido – Ativo Permanente). O grau do IPL (Equação 11), então, é melhor quanto menor o for (SILVA, 2010).

(11)

Não havendo alternativa senão investir no Ativo Permanente, deve-se procurar financiamento com vencimentos em longo prazo, bem como dar preferência às menores taxas, ressalta Silva (2010).

Outro indicador aponta o quando dos Recursos não Correntes a empresa aplica no Ativo Permanente – Imobilização dos Recursos Não Correntes (IRNC). Através da Equação 12 é possível calculá-lo. De acordo com Silva (2010), o seu resultado sendo superior a 100%, significa que o Patrimônio Líquido somado ao Exigível a Longo Prazo não garante o investimento em Ativo Permanente. Portanto, quanto menor o seu valor, melhor a situação.

(29)

2.2.4 Rentabilidade

Nesta seção, os índices abrangem o aspecto econômico da empresa, portanto sua atenção investiga a sua rentabilidade, no que diz respeito ao potencial de vendas, habilidade em gerar resultados, tão quanto a evolução quanto às despesas. Para tanto, é necessário calcular taxa de lucro, comparado em valores absolutos junto aos valores que guardem alguma relação com o mesmo (MARION, 2010).

Estes quocientes, segundo Matarazzo (2007, p. 175), evidenciam a situação da empresa no aspecto econômico, mais precisamente se a própria gera lucro por meio do capital a qual foi investido.

A Taxa de Retorno sobre Investimento (TRI), frequentemente chamada de Retorno do Ativo Total (ROA), conforme Marion (2010), pode ser mensurada segundo a Equação 13. Sua interpretação se revela no poder de ganho da empresa, ou seja, o quanto de ganho existente para cada real investido pela empresa.

(13)

Se o interesse consiste em avaliar o poder de ganho por parte dos proprietários da empresa, faz-se necessário calcular a Taxa de Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (TRPL), também chamada na literatura por Retorno do Capital Próprio (returno on common equity – ROE) Equação 14. Esta, segundo Gitman (2010), exibe o ganho sobre cada real investido por proprietário.

(14)

Neste sentido, a rentabilidade aparece em função dos investimentos. Visto que estes consistem em recursos próprios e de terceiros, o retorno da empresa será maior quão boa for a administração do Ativo. Este retorno pode ser previsto em função do tempo, através do payback. Esta taxa é obtida segundo a Equação 15, e pode ser usado tanto para previsão da empresa (TRI), quanto dos proprietários (TRPL) (MARION, 2010).

(30)

Por fim, o Giro do Atito Total (GA) aponta para a eficiência da usabilidade com que a empresa usa os ativos a fim de vender. Neste sentido, quanto mais alto este índice, maior a eficiência com que estão sendo usados os ativos (GITMAN, 2010). Este é calculado segundo a Equação 16.

(16)

2.2.5 Desempenho Econômico

Este grupo de índices possibilita aos proprietários avaliar os lucros relacionados ao nível de capital investido, ou em nível de vendas. Com relação a este último, portanto, existem três referências usualmente citados. O primeiro deles é a Margem de Lucro Bruto (MB), Equação 16, avalia a fração do lucro após dedução de custo de produtos vendidos (GITMAN, 2010).

( (17)

São várias as formas de se avaliar a rentabilidade de uma empresa. A Margem de Lucro Operacional (MO), segundo Gitman (2010), avalia o resultado percentual do lucro após as deduções de juros, custos e demais despesas – a que ele julga ser o “lucro puro”. Esta taxa pode ser calculada segundo a Equação 18.

(31)

Sabe-se que uma empresa que não disfruta de lucros acaba por não atrair capital. Logo, a Margem de Lucro Líquido (ML) consiste na proporção das receitas após todas as deduções (custos, despesas, juros, impostos etc.) sobre a receita total da companhia ou empresa - Equação 19 (GITMAN, 2010).

(19)

EBTIDA é outro indicador que investiga as margens de lucro operacional. Sigla originária para Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation/Depletion and Amortization, conhecida também por LAJIDA (Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciações/exaustões e Amortização), caracteriza o fluxo de caixa da empresa. Quanto maior seu resultado, mais eficiente será a capacidade honrar seus compromissos, como exemplo o pagamento a credores (ASSAF NETO, 2002). Este índice pode ser encontrado via Equação 20.

EBTIDA = Receita – Despesas *

* (excluindo impostos/juros/depreciação/amortização) (20)

2.2.6 Necessidade de Capital de Giro

Os fornecedores e credores desejam o cumprimento do prazo para pagamento, portanto os esforços da empresa devem se atentar para os fluxos de caixa, bem como o Capital de Giro (CG), também conhecido por Capital Circulante Líquido – este último, segundo Garrison (2013), inspira confiança aos credores, e pode ser calculado por meio da Equação 21.

(21)

A Necessidade de Capital de Giro (NCG), segundo Silva (2010), é fundamental na avaliação da situação financeira a qual a empresa se encontra, já que este define o nível necessário de recursos para a manutenção do giro do negócio.

Este indicador financeiro surge da diferença entre o Ativo Circulante Operacional (ACO) pelo Passivo Circulante Operacional (PCO) (Equação 22). O ACO compreende aplicações de curto prazo, enquanto que o PCO se faz por financiamentos consumidos durante um determinado exercício (FERNANDES et al, 2010).

(32)

(22)

Matarazzo (1998) classifica o ACO como sendo recursos que dão operação e origem ao produto oferecido pela operação – o estoque seria um exemplo de Ativo Circulante Operacional. Por outro lado, o PCO é caracterizado, por exemplo, pelo financiamento do funcionamento da organização, ou seja, crédito a fornecedores. A interpretação deste, segundo Fernandes et al (2010), faz-se pela observação de seu resultado – sendo este menor que zero, conclui-se que a organização utiliza de recursos próprios que viabilizarão o Capital de Giro. Caso contrário, a mesma dispõe de recursos de terceiros.

(33)

3 METODOLOGIA

Neste, são tratados os processos metodológicos – a tipologia do estudo e a definição do objeto de estudo, bem como sua caracterização. Estes deram estrutura e delineamento ao desenvolvimento da pesquisa.

CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 3.1

O conhecimento proposto ao fim dos resultados deste estudo caso, orientado como alternativas aos possíveis problemas aqui encontrados, justifica a natureza desta pesquisa como sendo aplicada. Neste sentido, o uso de equações matemáticas (indicadores socioeconômicos) é imprescindível – portanto, faz do ponto de vista da abordagem uma natureza quantitativa (SILVA & MENEZES, 2005).

A busca pela identificação dos condicionantes que caracterizam o contexto econômico e financeiro em que se encontra a empresa deste estudo de caso, bem como os fatores que expõem a realidade atual da mesma torna esta pesquisa um tanto explicativa, cujo planejamento sustenta-se pela coleta e análise dos dados. Estes dados são originados de documentos elaborados pela organização, mais precisamente em setor contábil e financeiro. Portanto, o delineamento deste trabalho tem em sua pesquisa a característica documental, mas não exclusivamente, visto que, para a compreensão dos mesmos, é necessária a pesquisa bibliográfica com vistas à compreensão e aplicação de equações matemáticas, que nortearão os resultados propostos (GIL, 2002).

Visando alcançar os objetivos aqui propostos, o delineamento deste trabalho seguiu as etapas apresentadas na Figura 7, página 31.

(34)

FIGURA 7: Fluxograma das etapas de pesquisa

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

CARACTERIZAÇÃO DO INSTRUMENTO DE ANÁLISE 3.2

A organização objeto de estudo foi fundada em 1949, inicialmente na cidade de Areia Branca/RN. Desde então, a mesma realiza atividades desde a extração até a comercialização do sal marinho. Tendo uma produção anual de 500 mil toneladas do mineral. Atualmente, encontra-se em sua terceira geração de uma mesma família a administrá-la.

Sua estrutura de produção dispõe de duas (2) salinas, três (3) centros de refinarias e um (1) local que moagem, dispostos ao longo do litoral do estado potiguar – sendo o polo administrativo localizado na cidade de Mossoró/RN. Neste sentido, goza de autonomia para extrair e produzir 100% de toda a matéria-prima utilizada até então.

A empresa de estudo trata-se de uma companhia de capital fechado, cuja sociedade é anônima (S.A.). O seu faturamento anual é de até 50 milhões de reais – operando sob o regime de lucro presumido.

O período proposto para análise de série temporal foi orientado entre o biênio que vai de 2016 a 2017. Portanto, o Balanço Patrimonial e os índices serão analisados ao fim deste período.

(35)

3.2.1 Coleta de dados

Selecionado os indicadores, o próximo passo consiste em delinear a amostra de dados. Para tanto, foram solicitados junto ao setor responsável da companhia os relatórios necessários para os respectivos tratamento e análise dos mesmos. Por se tratar de uma sociedade, estes são confeccionados anualmente, em virtude da obrigatoriedade da LSA, bem como análise de desempenho e transparência, como sugere Melo et al (2013).

Estes dados, portanto, acabam coincidindo o ano cívico com o contábil, como afirma Marion (2012). Assim, houve a facilidade de obter dados até o ano de 2017, enquanto que os dados mais atuais, referentes ao ano de 2018, não foi possível o acesso, pois ainda estavam em confecção.

Estes relatórios garantem de informações sobre receitas, impostos sobre as mesmas – além de gastos em geral (energia elétrica, matéria-prima, material de escritório, folha salarial etc.). Estes viabilizaram sua simplificação para efeito de cálculo dos indicadores.

(36)

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

SELEÇÃO DE INDICADORES FINANCEIROS 4.1

Para a seleção de indicadores, foi utilizado como critério os resultados obtidos por Boff et al (2008), onde por meio de análise fatorial, sob o teste KMO (Kaiser-Meyer-Olkin), 36 indicadores foram testados, num total de 40 empresas para os setores industrial, comercial, serviço público e agroindústria, cujo objetivo era justificar quais indicadores são mais relevantes por setor de atividade.

Como a empresa deste estudo consiste na industrialização, bem como a comercialização do sal, a seleção dos índices se deu pela associação de ambos os setores, como se pode ver no Quadro 2.

QUADRO 2: Indicadores financeiros selecionados por setor de atividade

Setor Fator Indicadores

Comércio

Liquidez EG, LC, LG, MO, ETR,

IRNC

Estrutura de Capital Ciclo Operacional

GA, MB, PME, PMP, CO

Desempenho Econômico

Capital de Giro CG, NLCG, EBITDA

Indústria

Rentabilidade

ROE, EG, ML, LC, IPL, LG, ROA, LS, MO, ETR,

IRNC

Liquidez Estrutura de Capital

Capital de Giro CG, NLCG, EBITDA

Desempenho Econômico GA, MB, VA

Fonte: Adaptado de Boff et al, 2008.

Destacam-se alguns índices que são em comum aos dois setores, como exemplo o índice de Endividamento Geral (EG), Giro do Ativo (GA), Prazo Médio de Pagamento (PMP), entre outros.

(37)

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 4.2

Para efeito de análise, foram dispostas lado a lado as DRE’s referentes aos anos de exercício de 2016 e 2017. A terceira coluna revela a variação positiva ou negativa. Os dados referentes a este período traziam as especificações e suas respectivas classificações – o que facilitou sua reorganização e posteriormente sua análise. Portanto os mesmos aparecem de maneira vertical e simplificada, como propôs Marion (2012), disposta no Quadro 3. A DRE completa segue em anexo em Apêndices.

QUADRO 3: DRE simplificada do objeto de estudo

Fonte: Dados da pesquisa

O faturamento da empresa chama a atenção por manter-se quase inalterado, com uma variação percentual próxima à zero. Enquanto que houve uma redução significativa, próximo aos 20%, dos custos – enquanto que, por outro lado, as despesas operacionais aumentaram em torno de 9%.

Outro aspecto que se destaca diz respeito ao aumento percentual do Resultado Líquido, após as receitas e deduções operacionais. Este, apesar de se continuar negativo (- R$1.757.692,55), houve um acréscimo percentual de 55% quando comparado ao ano antecedente.

A outra demonstração proposta pelo estudo é o BP. Os dados foram adquiridos juntos à Contabilidade da Empresa, e assim como na DRE, foi disposto de forma vertical, de forma a promover uma melhor visualização da análise das variações. Como sugerido por Marion (2012), o Ativo Total aparece à esquerda, e, portanto, o Passivo à direita (QUADRO 4, página 35).

ano 2016

ano 2017

Var.

(+)

Receitas de vendas

R$

50.683.579,19

R$

50.653.613,32

-0,06%

(-)

Deduções da Receita Bruta

R$

4.969.781,52

R$

4.836.723,49

-2,68%

=

Receita Operacional Líquida

R$

45.758.708,01

R$

45.848.685,26

0,20%

(-)

Custos

R$

21.053.786,37

R$

16.424.280,91

-21,99%

=

Resultado Operacional Bruto

R$

24.704.921,64

R$

29.424.404,35

19,10%

(-)

Despesas Operacionais

R$

28.646.073,08

R$

31.182.096,90

8,85%

=

Resultado Operacional Líquido

-R$

3.941.151,44

-R$

1.757.692,55

-55,40%

(38)

QUADRO 4: BP do objeto de estudo, ano de exercício 2017

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Esta demonstração, por sua vez, mostra que o Ativo em 2017 é majoritariamente representado pelo estoque – em termos percentuais, 70%. O Ativo Não Circulante (ANC) revela que boa parte está imobilizada, e que investimentos, quando comparados ao total, representam bem pouco.

As dívidas com fornecedores chamam a atenção, pois giram em torno de 16 milhões de reais, algo próximo aos 17% do Passivo. Além disso, as obrigações sociais e fiscais que chegam perto dos 28 milhões de reais – em porcentagem, 30% do Passivo Total da organização – evidenciando um aumento quando comparado ao BP de 2016 (QUADRO 5, página 36).

1 Ativo Total R$ 93.942.295,69 2 Passivo Total R$ 93.942.295,69 1.1 Ativo Circulante R$ 70.572.374,79 2.1 Passivo Circulante R$ 63.987.200,47

Disponibilidades R$ 207.975,28 Fornecedores R$ 16.536.334,01

Créditos R$ 2.908.145,62 Empréstimos e Financiamentos R$ 2.060.456,12

Adiantamentos Diversos R$ 1.965.814,61 Obrigações Fiscais e Sociais R$ 19.085.240,73

Estoques R$ 64.960.590,99 Comissões de Agentes R$ 821.847,80

Impostos a Recuperar R$ 526.776,13 Remunerações R$ 462.865,23

Desp. Do Exercício Seguinte R$ 3.072,16 Outras Obrigações R$ 20.811.113,74

Provisões R$ 4.209.342,84

1.2 Ativo Não Circulante R$ 23.369.920,90 2.2 Passivo Não Circulante R$ 10.893.664,80

Realizável a Longo Prazo R$ 161.765,88 Empréstimos e Financiamentos R$ 754.868,01 Investimentos R$ 291.432,24 Obrigações Fiscais e Sociais R$ 9.822.310,04

Imobilizado R$ 22.775.252,30 Parcelamento Federal R$ 316.486,75

Intangível R$ 141.470,48

(39)

QUADRO 5: BP do objeto de estudo, ano de exercício 2016

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Comparando os dois BP’s, percebe-se que há uma redução no Passivo, e consequente acaba elevando o Balanço Patrimonial. Essa redução é representada pelos números de fornecedores, bem como as obrigações sociais/fiscais, onde os números diminuíram significativamente. Quando ao Ativo, por outro lado, percebe-se que houve uma redução quanto aos investimentos.

CÁLCULO DOS INDICADORES FINANCEIROS 4.3

Com o auxílio do software Excel®, foi possível a disposição dos dados, bem como o suporte à realização dos cálculos – de maneira a interrelacionar as demonstrações e os indicadores.

A princípio, no contexto da liquidez, a empresa não possui potencial em prover seus déficits de prazos curtos, visto que o índice LS se aproxima à zero (TABELA 2, página 37). Segundo afirma Marion (2010), o indicador que mais se aproxima à realidade da empresa seria o LC, pois o mesmo considera o estoque como parâmetro – visto que o sal é um alimento não perecível.

1 Ativo Total R$ 106.367.541,19 2 Passivo Total R$ 106.367.541,19

1.1 Ativo Circulante R$ 84.650.297,94 2.1 Passivo Circulante R$ 80.823.684,11

Disponibilidades R$ 221.709,35 Fornecedores R$ 24.808.604,35 Créditos R$ 6.223.876,83 Empréstimos e Financiamentos R$ 1.364.671,30 Adiantamentos Diversos R$ 1.739.117,11 Obrigações Fiscais e Sociais R$ 27.443.053,09 Estoques R$ 75.931.667,70 Comissões de Agentes R$ 484.458,34 Impostos a Recuperar R$ 530.854,79 Remunerações R$ 469.473,23 Desp. Do Exercício Seguinte R$ 3.072,16 Outras Obrigações R$ 20.517.915,27 Provisões R$ 5.735.508,53

1.2 Ativo Não Circulante R$ 21.717.243,25 2.2 Passivo Não Circulante R$ 8.231.582,58

Realizável a Longo Prazo R$ 161.765,88 Empréstimos e Financiamentos R$ 462.643,11 Investimentos R$ 315.310,72 Obrigações Fiscais e Sociais R$ 7.565.256,80 Imobilizado R$ 21.094.396,17 Parcelamento Federal R$ 203.682,67 Intangível R$ 145.770,48

(40)

TABELA 2: Indicadores de Liquidez do objeto de estudo

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Neste sentido, o LC confronta com o LS, mostrando um potencial positivo com relação ao gerenciamento das dívidas. De maneira geral, LG mostra que a empresa possui de Ativo bem próximo o que tem de Passivo, de acordo com Matarazzo (2007).

Com relação à atividade da empresa, a mesma dispõe de um Ciclo Operacional Deficitário, de acordo com Gitman (2010). Isto se dá pelo fato de o Prazo Médio de Estoque (PME) somado ao Prazo Médio de Recebimento (PMR) é superior ao Prazo Médio de Pagamento (PMP), como ilustra a Tabela 3.

TABELA 3: Indicadores de Atividade/Rotatividade do objeto de estudo

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

A Tabela 4 traz os resultados para o Endividamento da empresa. O IPL chama a atenção – o mesmo superou os 100%. Segundo Silva (2010), a empresa em questão dispõe de um Ativo Permanente superior ao Patrimônio Líquido.

TABELA 4: Indicadores de Endividamento do objeto de estudo

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Quanto à mensuração da rentabilidade da organização (Tabela 5, p. 38), alguns dos índices propostos por Boff et al (2008), como o ROA e o TRPL. O primeiro se deve ao fato de a empresa pertencer a uma família, logo não se tem dados sobre os investimentos passados – anteriores à gestão atual. Conforme mostra a DRE de 2017, houve prejuízo ao fim do ano em exercício, o que inviabiliza medir o retorno de lucro líquido sobre o PL.

LC

1,10

LS

0,09

LG

0,94

PME (

Dias)

54

PMR (

Dias)

15

PMP (

Dias)

2

EG

0,80

IPL

121%

IRNC

77%

(41)

TABELA 5: Indicadores de Rentabilidade do objeto de estudo

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

No que diz respeito ao desempenho econômico da empresa, as margens de lucro, MB e MO, deram valores aproximados (TABELA 6). A Margem de Lucro Líquido (ML) não foi possível ser calculada, pois ao fim do ano em exercício (2017) houve prejuízo.

TABELA 6: Indicadores de Desempenho Econômico do objeto de estudo

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Por fim, a Tabela 7 traz os indicadores referentes ao Capital de Giro da empresa – o que dispõe, estaria distante do que necessita (NLCG).

TABELA 7: Capital de Giro do objeto de estudo

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

O conjunto com todos os indicadores segue como tabela em anexo nos Apêndices.

ANÁLISE DOS RESULTADOS E PROPOSTA DE AÇÕES ESTRATÉGICAS 4.4

A DRE promoveu a visualização de custos altos, bem como de despesas operacionais. É importante que a empresa em questão volte os esforços com vistas às suas respectivas reduções – para os custos de matéria-prima, sugere a ferramenta de Engenharia de Produção,

ROA

-TRPL

-GA

0,54

MB 0,68 MO 0,58 ML -EBTIDA R$ 34.229.332 CG R$ 6.585.174 NLCG R$ 22.501.844

(42)

a Previsão de Demanda, por exemplo, para as sacarias. Isto faria com que se comprasse o devido, evitando, assim, o estoque desproporcional.

Para o custo energético – outro que se destaca em meio ao CPV – sugere o estudo de viabilidade econômica da substituição de sua matriz energética, que hoje é utilizada a energia elétrica.

Sabe-se que a produção salineira é sazonal – um período é utilizado para produzir e outro para colher. Neste sentido, os setores de RH da empresa junto ao administrativo deveriam analisar a viabilidade de contratação de mão-de-obra temporária – isto, pois a folha salarial é outro aspecto que impacta sobre os gastos de produção.

Quanto à atividade/rotatividade, percebe-se que o Prazo Médio para Pagamento (PMP) é bem inferior ao Prazo Médio para Recebimento (PMR), portanto a empresa tem um prazo curto de responsabilidade para com fornecedores quando comparado ao de recebimento de receitas. Como consequências, essa diferença acaba sendo financiada pela organização (FIGURA 8), de acordo com Gitman (2010).

FIGURA 8: Ciclo Operacional do objeto de estudo

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Isto pode justificar o baixo potencial de pagamento de dívida a curto prazo, como mostrou o indicador LS. Além disso, acaba por gerar dívidas para com fornecedores, o que implicaria na grandeza do Passivo.

Para ajustar este Ciclo Operacional, sugere como alternativa a renegociação para com fornecedores, de maneira a aumentar os prazos de pagamento. O contrário vale para clientes – diminuir prazos de recebimento.

Compra Recebe PME 54 dias Paga PMP 2 dias 69 dias Vende PMR 15 Dias financiados 67 dias Ciclo Operacional

(43)

Percebe-se através da DRE que as receitas são realizadas, em sua totalidade, de maneira à prazo, e o BP demonstra um potencial significativo em estoque – propõe uma maneira atrativa, por meio do marketing, por exemplo, de vender este estoque, ou parte dele, por meio de pagamento à vista, visando aumentar o capital de giro – tentando aproximá-lo da sua real necessidade. E para o contexto do capital de terceiros, ou seja, o recurso que viabiliza, hoje, as responsabilidades fiscais e sociais, bem como pagamento a credores, é interessante a preferência por menores taxas de juros, bem como melhores prazos.

O ativo de caráter imobilizado seria outra opção a gerar Capital de Giro, já que o mesmo representa um percentual significativo no Passivo da empresa.

(44)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De maneira geral, este trabalho alcançou os resultados esperados – quando o objetivo era identificar a saúde financeira por meio da análise dos indicadores financeiros. Foi possível a realização das demonstrações contábeis de forma assertiva, o que promoveu o cálculo dos indicadores.

A falta de acesso a alguns dados, como, por exemplo, investimento por parte dos societários, foi a maior limitação aqui encontrada, visto que comprometeu o cálculo de alguns indicadores, como as taxas de retorno sobre investimento, além de impedir a análise mais precisa – ainda que não comprometesse o objetivo deste trabalho.

Por outro lado, os dados obtidos tornaram possíveis o seu tratamento para análise. As demonstrações financeiras puderam ser organizadas e mensuradas de maneira eficaz – tal como proposto pela literatura.

Doravante, este trabalho se faz importante para as áreas de Engenharia de Produção, bem como Contabilidade – e áreas econômicas e financeiras afins. Fica como sugestão para pesquisas futuras o aprofundamento das propostas aqui realizadas – como, por exemplo, o estudo de viabilidade econômica da substituição da matriz energética da organização estudada, bem como o estudo das previsões de demanda para as matérias-primas adquiridas pela mesma.

(45)

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE – DRE COMPLETA DO OBJETO DE ESTUDO

ano 2016 ano 2017 (+) Receitas de vendas R$ 50.683.579,19 R$ 50.653.613,32

Vendas de Produtos R$ 50.683.579,19 R$ 50.653.613,32

Vendas a Prazo R$ 50.683.579,19 R$ 50.653.613,32

(-) Deduções da Receita Bruta R$ 4.969.781,52 R$ 4.836.723,49

(+) Receitas Financ. e Var. Monetária R$ 44.910,34 R$ 31.795,43

= Receita Operacional Líquida R$ 45.758.708,01 R$ 45.848.685,26 (-) Custos R$ 21.053.786,37 R$ 16.424.280,91

Custos c/ Pessoal e Encargos R$ 10.916.595,93 R$ 11.213.230,94

Custos c/ Materiais R$ 11.477.249,88 R$ 10.863.121,11

Custos de Manutenção R$ 1.854.417,51 R$ 1.864.787,88

Outros Custos R$ 2.028.951,29 R$ 2.206.046,87

Estoque Inicial R$ 92.027.592,36 R$ 157.367.116,43

Estoque Final R$ 97.251.020,60 R$ 167.090.022,32

Custos Prods Vendidos (CPV) R$ 5.223.428,24 R$ 9.722.905,69

= Resultado Operacional Bruto R$ 24.704.921,64 R$ 29.424.404,35 (-) Despesas Operacionais R$ 28.646.073,08 R$ 31.182.096,90

Despesas c/ Pessoal e Encargos R$ 3.007.764,61 R$ 2.748.118,64 Despesas c/ Materiais Adm. R$ 5.024,79 R$ 11.000,08 Despesas de Manutenção R$ 103.300,66 R$ 126.837,93

Despesas Diversas R$ 3.384.215,84 R$ 3.796.473,22

Despesas c/ Vendas R$ 15.272.398,96 R$ 16.382.189,27

Despesas Tributárias R$ 1.721.026,46 R$ 1.822.323,04

Despesas Não Dedutíveis R$ 42.729,59 R$ 9.354,39

Despesas Financeiras R$ 5.109.612,17 R$ 6.285.800,33

= Resultado Operacional Líquido -R$ 3.941.151,44 -R$ 1.757.692,55

(+) Receitas Não Operacionais R$ 30.000,00 R$ 1.000,00 (-) Despesas Não Operacionais R$ 166,11 R$

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