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Áreas de conhecimento de gestão de projetos

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.2 Áreas de conhecimento de gestão de projetos

As áreas de conhecimento são de comunicação, gerenciamento de riscos, recursos humanos e aquisições.

5.2.1 Comunicação

Quando questionados sobre a comunicação nos PQVT houve maior frequência nas respostas sobre os meios usados para a divulgação das ações.

Para esse fim são utilizados os correios eletrônicos e a intranet na publicação de informações sobre QVT, informar sobre a programação das atividades oferecidas e estimular a participação dos empregados.

Na divulgação das atividades e estímulo à participação também são usados banners, cartazes, folhetos, filmes educativos, revista da empresa, TV com canal interno, e atores para divulgarem práticas saudáveis de alimentação.

5.2.2 Gerenciamento de riscos

Ao serem perguntados sobre a previsão e análise de possíveis riscos nas atividades dos PQVT, os gestores entrevistados concordaram que não fazem o planejamento, análise e monitoramento dos riscos.

Alguns desses gestores chegaram a cogitar o cuidado com a integridade dos empregados, e a preocupação com acidentes de trabalho, porém, dentro do formato do PMBoK não executam os processos de gestão de riscos.

5.2.3 Recursos humanos

O modelo das equipes dos PQVT é multidisciplinar tendo as áreas de RH, medicina e segurança do trabalho como as de forte atuação na gestão das ações. As equipes são desenvolvidas e formadas para contribuírem com as atividades de QVT e tem a característica comum de dedicação parcial. Os profissionais são, na maior parte, da área de RH e dividem sua ocupação diária com as atividades dos PQVT. Em apenas duas empresas constatou-se a existência de equipes exclusivas de PQVT.

5.2.4 Aquisições

Os gestores entrevistados contratam consultorias e assessorias para colaborarem com implantação de atividades esportivas e físicas, orientação nutricional, ergonomia, psicologia, consultoria financeira e jurídica. Também buscam orientação para o mapeamento e diagnóstico da população a ser assistida, visando focar os PQVT dentro dos objetivos organizacionais.

5.3 Programa de qualidade de vida no trabalho

São considerados para a discussão dos resultados desta pesquisa a área gestora dos PQVT, as ações BPSO-96 implantadas, os principais instrumentos de definição de conteúdo, a formação da equipe, o público atendido, o orçamento específico e a base conceitual.

5.3.1 Área gestora do PQVT

Em duas empresas participantes desta pesquisa foi encontrada a área de qualidade de vida sem vínculo com a área de RH, sendo denominadas de saúde do colaborador e saúde e qualidade de vida.

As demais empresas colocam as ações dos PQVT dentro das atribuições da área de RH, inclusive a gestão das atividades dos programas.

5.3.2 Ações desenvolvidas no PQVT

Identificaram-se as ações conforme a classificação BPSO-96 de Limongi-França (2004) e a seguir são analisadas.

Ações biológicas

Estão em maior número nas ações relacionadas às atividades físicas, esportiva, de promoção de saúde, e gerenciamento de estresse.

As atividades desenvolvidas pelas empresas são variadas e pulverizadas.

Ações psicológicas

De todas as ações identificadas, as ações psicológicas estão em menor número e são menos encontradas nas iniciativas oferecidas aos empregados. Há maior frequência em atendimento psicológico financiado pela empresa, projeto de preparação para aposentadoria e projeto de apoio psicológico para os funcionários afastados pelo INSS.

Ações sociais

As ações sociais estão ligadas a integração social, meio ambiente e responsabilidade social, com atividades como comemorações, visitas de familiares à empresa, doação de sangue, campanhas de solidariedade e coleta de lixo seletiva.

Ações organizacionais

As ações organizacionais relacionam-se com alguns benefícios diferenciados como o planejamento financeiro, educação de adultos e descontos em supermercados e farmácias.

De todas as ações identificadas procurou-se conhecer aquelas que são mais e menos aceitas pelos participantes dos PQVT, sendo as mais aceitas: atividades esportivas e físicas e as menos aceitas estão às relacionadas aos cuidados com a saúde, bem-estar e vacinação.

5.3.3 Instrumentos de definição de conteúdo

As pesquisas de conteúdo dos PQVT são efetuadas através da pesquisa de clima organizacional no maior número de empresas pesquisadas, existindo também as pesquisas de necessidades e de opinião, de estilo de vida e exames clínicos específicos.

Algumas empresas usam a pesquisa de salários e benefícios para identificarem quais as práticas atuais de gestão de pessoas das empresas concorrentes e adequarem ao seu conjunto de benefícios.

Esses PQVT focados em práticas do mercado podem ser considerados pelos empregados e gestores como superficiais e baseados em modismos ou naquilo que faz sucesso no momento como Limongi-França (2004a) alerta para a forma “marketeira” de alguns programas.

5.3.4 Formação da equipe do PQVT

A equipe conta com uma variedade de especialistas com dedicação parcial como já mencionado. Da área de saúde foram encontrados médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, professores de educação física, fisioterapeutas. E das outras áreas há engenheiros, administradores, advogados, profissionais de marketing e comunicação, sociólogos e pedagogos.

Em catorze empresas pesquisadas as equipes contam com até cinco pessoas. Elas são formadas para implantar as ações de QVT de acordo com o público alvo da empresa e quando não existe profissional capacitado para determinada atividade, são contratados assessorias e consultorias especializadas.

5.3.5 Público atendido

São oferecidas ações dos PQVT aos funcionários, familiares e em algumas empresas, são incluídos os prestadores de serviços.

5.3.6 Orçamento específico

Existe uma clara indefinição do orçamento específico para os PQVT analisados. As ações são pagas com o budget da área de RH fazendo com que haja restrições orçamentárias e pouca prioridade para as atividades dos programas.

5.3.7 Base conceitual

São referências conceituais a Profa. Dra. Ana Cristina Limongi-França com a utilização por parte das empresas pesquisadas da classificação BPSO-96.

Os gestores entrevistados mencionaram ainda os consultores Ricardo de Marchi, Ana Luiza Cruz e Maria Aparecida Constantino como profissionais que contribuíram para a definição e estruturação dos PQVT.

A instituição mais citada nas entrevistas foi a ABQV e o reconhecimento da sua contribuição com a divulgação dos conceitos sobre qualidade de vida, o fortalecimento dos PQVT nas empresas associadas e a troca de experiências e esclarecimentos de dúvidas nos eventos por ela promovidos.

Também foram ouvidos, nesta pesquisa, os profissionais participantes dos PQVT, considerados como usuários das ações oferecidas pelas empresas pesquisadas. E são esses resultados que são discutidos a seguir.