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5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.4 Participantes do PQVT

Os participantes dos PQVT responderam às perguntas específicas ao programa, com questões sobre a área gestora do PQVT, as ações BPSO desenvolvidas, os instrumentos de definição de conteúdo, a formação da equipe do PQVT, o público atendido, o orçamento específico e a base conceitual.

5.4.1 Área gestora do PQVT

Consideram a área de RH como responsável pelo programa, sem defini-la como gestora. Houve críticas relacionadas à falta de divulgação dos resultados das ações, a comunicação e a agenda dos eventos e atividades.

5.4.2 Ações desenvolvidas no PQVT

As respostas dadas pelos participantes demonstram a existência das ações de acordo com a classificação BPSO-96 de Limongi-França (2004a), tendo maior frequência nas ações biológicas e sociais.

5.4.3 Instrumentos de definição de conteúdo

Os participantes dos PQVT pesquisados declaram não existirem pesquisas para definição do conteúdo dos programas. Não consideram as pesquisas realizadas pelas organizações com o objetivo claro de conhecer as necessidades dos empregados quanto à saúde e bem-estar.

Há relatos que a empresa não faz pesquisa para ouvir as solicitações dos empregados no que diz respeito à QVT.

Configura-se uma incoerência se comparado às respostas dadas pelos gestores entrevistados, podendo-se concluir que para os usuários dos PQVT as pesquisas realizadas não se relacionam com aquilo que desejam ser perguntados.

5.4.4 Formação da equipe do PQVT

Os participantes relataram a formação da equipe dos PQVT por profissionais de RH, medicina e segurança do trabalho, assessorias esportivas e outros profissionais de saúde.

5.4.5 Público atendido

Mostraram-se satisfeitos quando a empresa oferece as atividades dos programas aos empregados e familiares. E reconhecem a importância de ações para estímulo à prática de atividades físicas e esportivas junto com esposa, marido e filhos.

5.4.6 Orçamento específico

Os usuários dos PQVT pesquisados acreditam que a área de RH organiza e financia atividades oferecidas. Não houve dúvida quanto a ausência de orçamento específico segundo os participantes dos programas.

5.4.7 Base conceitual

Não se diagnosticou junto aos participantes dos PQVT os profissionais que contribuem com conhecimentos teóricos para as empresas pesquisadas.

Identificou-se a colaboração de profissionais em eventos e cursos promovidos pela empresa, sendo a Profa. Dra. Ana Cristina Limongi-França a mais citada e a instituição foi a ABQV.

A Run & Fun Assessoria Esportiva foi citada como responsável pela inclusão de hábitos saudáveis nos empregados participantes das atividades esportivas oferecidas.

O capítulo seguinte traz as conclusões, limitações, contribuições e estudos futuros desta dissertação.

6 CONCLUSÕES

Nesse capítulo são expostas as conclusões desta pesquisa, como também, as limitações do trabalho realizado, as contribuições e estudos futuros na área de gestão dos programas de QVT.

6.1 Conclusões

No processo de elaboração desta pesquisa, iniciado com o levantamento bibliográfico na procura de inter-relações entre as disciplinas de gestão de projetos e programas de qualidade de vida no trabalho até chegar à execução da pesquisa de campo e análise dos resultados, todas essas etapas ajudaram a entender e conhecer como esses programas estão sendo geridos hoje nas organizações.

O objetivo principal desta pesquisa foi analisar como os PQVT são gerenciados nas organizações de acordo com os processos de gestão de projetos considerando a preparação, estruturação, execução e conclusão associados às áreas de conhecimento formadas pela comunicação, gerenciamento de riscos, recursos humanos e aquisições.

Uma das conclusões está na pouca aplicação da gestão de projetos nos PQVT analisados nesta pesquisa. Há a presença de alguns processos, todavia não se percebe uma metodologia definida e implantada para gerenciar tanto o programa como um todo como as suas atividades e fases. Percebe-se a necessidade de definição dos processos para gerenciar a implantação das ações e iniciativas dos programas de qualidade de vida no trabalho levando em consideração a estrutura e as estratégias de cada organização.

As áreas de conhecimento analisadas estão mais presentes quando investigadas a comunicação durante o desenvolvimento das ações dos PQVT, como estímulo e informação aos participantes e falta de maior divulgação quanto aos resultados alcançados pelos programas para a alta direção e para os empregados envolvidos.

O gerenciamento de riscos está diretamente ligado à ameaça de acidentes de trabalho envolvendo as atividades, como por exemplo: caminhada e corrida, ginástica laboral e

promoção de eventos no clube ou academia das empresas. Há acentuada preocupação em preservar a integridade física dos empregados.

Os recursos humanos dizem respeito aos profissionais envolvidos no desenvolvimento e implantação das ações de qualidade de vida no trabalho com dedicação parcial e membros da equipe multidisciplinar.

As aquisições são reconhecidas pela contratação de consultorias e assessorias especializadas em atividades físicas, esportivas, orientação nutricional, psicológica, aconselhamento financeiro e jurídico, e ergonomia. As empresas prestadoras de serviços têm um papel importante na condução das ações de QVT e na produção de relatórios específicos para a área de RH.

Os objetivos secundários encontrados nesta pesquisa são: em primeiro lugar, o reconhecimento das ações biológicas, psicológicas, sociais e organizacionais que fazem parte dos programas pesquisados. Analisadas as ações desenvolvidas pelas empresas foram identificadas ações biológicas em maior número e com maior aceitação por parte dos empregados e as ações sociais na promoção de comemorações e eventos de incentivo ao convívio dos funcionários em eventos fora do horário de trabalho. As ações sociais também englobam esforços de preservação do meio ambiente e ações solidárias.

Em segundo lugar está a identificação dos gestores e as equipes dos PQVT. Essas equipes são gerenciadas pelo gerente de RH e tem por característica marcante terem número reduzido de profissionais e serem multidisciplinares como já mencionado.

Constatou-se, em terceiro lugar, a aplicação da pesquisa de clima organizacional para definir o conteúdo dos PQVT e colher opiniões dos empregados. Também foram observados o uso de outros instrumentos de coleta de informações, tais como: pesquisas de necessidades, de opinião e de estilo de vida, exames clínicos específicos, contudo são encontrados com menor frequência nas empresas.

Em quarto e último lugar, está a definição do público atendido pelas empresas sendo os empregados e familiares os mais beneficiados pelos PQVT nas organizações. Notou-se um movimento ainda inicial de envolvimento dos profissionais terceirizados e a comunidade em algumas iniciativas desses programas.

6.2 Limitações

Ao iniciar esta pesquisa observou-se a ausência de publicações acadêmicas que reunissem as disciplinas de gestão de projetos e programas de qualidade de vida no trabalho, tendo como primeira limitação a falta de parâmetros de comparação com os estudos e investigações anteriores.

A metodologia de pesquisa qualitativa e exploratória baseada em estudos de casos múltiplos também se configurou como limitação devido à impossibilidade de generalizações dos resultados obtidos.

Além do método de pesquisa, observou-se que cada empresa pesquisada possui seu próprio PQVT com ações empreendidas de acordo com a estratégia organizacional, contribuindo para a ausência de particularizações.

Outro aspecto identificado diz respeito ao número de empresas pesquisadas representado uma amostra do universo de organizações que implantam e gerenciam seus PQVT, havendo mais possibilidades de investigações em estudos futuros.