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Ósio, bispo, d isse: “ Pareceu-nos de bom alvitre que se um bispo fôr acusado, ju lgado por bispos de sua região e

degradado de suas funções, e se êle apelar e recorrer ao bem -aven­ turado B isp o da Ig reja Rom ana p ara que seja ouvido, estim ando ju sto um nôvo exam e, o B isp o de Rom a escreverá aos bispos residen­ tes n a p rovíncia vizin ha para que, d iligen te e exatam ente, pesquisem o caso e se pronunciem conform e lhes conste ser a verd ad e. M as se alguém que apela para um nôvo julgam ento quiser que o B ispo de Eom a envie algum sacerdote de sua fam iliarid ade e com panhia, estará no poder do bispo [de E om a], se êle assim o decidir, enviar seus representantes para, juntam ente com os bispos, ju lg a r a causa; os enviados gozarão da autoridade de quem os en v ia . Mas, se ju lgar que os bispos são su ficien tes para solucionar o caso, proceda-se de acôrdo com seu sábio arb ítrio”.

II I . JE E Ô N IM O E A SÉ E O M A N A

E p . X V (ao P ap a Dám aso, 3 6 7 ), 1-2

[E sta ca rta apela p ara um pronunciam ento oficial sôbre a expressão tr e is h y p o s t á s e i s , expressão to rn ad a fam iliar em v irtu d e d a influência dos padres

capadócios (v er pg. 64) Jerônim o, que to m a h y p ó s t a s i s n o sentido de essência,

(o y s i a ) ficou alarm ado.]

D esgarrado p or contendas sem fim , o O riente rasga em tiras a tú n ica incon sú til do S e n h o r .. . estim o pois ser m eu dever consultar a cátedra de P e d r o . . .

2. N a presença de V ossa E m inência m e sinto aterroriz mas V ossa B enevolência m e atrai; espero do sacerdote preservar a vítim a, do p astor d efend er a ovelh a. F ora, pois, tôd a sombra de v a id a d e ! E etire-se a m ajestade ro m a n a ! D irijo-m e ao sucessor do pescador, ao d iscípu lo da cruz.

Como não marcho sob outro chefe senão Cristo, com ninguém me com unico senão com V ossa Santidade, isto é, com a cátedra de Pedro, pois ela é a rocha sôbre a qual está ed ificad a a Igreja, a arca de Noé, na qual, se alguém não estiver, perecerá quando o dilúvio cobrir a to d o s .. .

IV . IN O C Ê N C IO I, 401-417, E A A U T O R ID A D E P A P A L

E p . X X I X , janeiro de 41 7: P . L . X X . 582

[E screve aos bispos africanos, aprovando seu apêlo p ara R om a em apoio à condenação do pelagianism o, (v er pg. 94 ).]

I. . . . [aprovam os vosso gesto, fie l aos p rincípios dos pad nenhum assunto ventilado nas províncias m ais rem otas e distantes deve resolver-se d efin itivam en te sem que seja inform ada esta Sé. A ssim qualquer ju sto pronunciam ento poderá ser ratificado pela autoridade desta Sé, e as dem ais igrejas poderão in ferir o que convém e n s in a r .. .

V. A A U T O R ID A D E P A P A L D E S A F I A D A P E L O S B IS P O S A F R IC A N O S

Próspero, C on tra collatorem , V .3 ( P .L . L I .2 2 7 (

[O P ap a Zózimo (417-418) recebeu as confissões de fé de P elágio e de Celéstio e as declarou ortodoxas, escrevendo, então, aos bispos africanos a lhes recrim inar sua ação precipitada. Ê stes replicaram apelando ( “ do papa m al inform ado ao papa m elhor inform ado” . . . ) . ]

N ós decretam os que a sentença contra P elágio e C eléstio que, m ediante o venerável B ispo Inocêncio, em anou da Sé do bem -aventu­ rado P edro, seja tid a por firm e e vigen te enquanto ambos os hereges não reconheçam , clara e explicitam ente, ser necessária a graça de D eu s tanto para conhecerm os quanto para cum prirm os o que é ju s to . . .

V I. OS B IS P O S A F R IC A N O S E OS A P E L O S P A R A RO M A

S ín odo de C artago, 424: M ansi, III. 839ss

[A piário, sacerdote africano, foi deposto por seu bispo e apelou para Zósimo, que decretou sua reabilitação. P a ra ju stificar sua intervenção, Zósimo invoca um “ cânon de N icéia”, querendo dizer os cânones de S árd ica. O s bispos africanos não acataram a decisão replicando que tal cânon não ex istia. O s dois papas seguintes, Bonifácio e Celestino, não tinham ca ráte r p ara afirm ar sua autoridade. A carta aqui citada foi enviada ao segundo. É conhecida como a ca rta “ o p t a r e m u s ”, p alav ra que encabeça o docum ento. (O s bispos orientais e

africanos não tinham tom ado p arte nas sessões de S árdica, ignorando-se os câno­ nes dêste Sínodo fo ra do O cidente. Êles, aliás, gozaram de pouca aceitação, inclusive en tre os ocidentais até o século se x to .)]

A o nosso amado Senhor e venerado Irm ão C elestino. D eseja­ ríam os encontrar na carta qne enviastes, para ju stificação de A p iá ­ rio, os m otivos de contentam ento expressados em vossa ca r ta . . . F a u stin o [B ispo de P otença e legado p a p a l] . . . violentam ente opôs- se contra todo o concilio insultando-nos copiosam ente sob pretexto de alegados p rivilégios da Ig reja R om ana e exigindo a reabilitação de A p iário baseado em que Y ossa S a n t id a d e ... o r e a b ilito u ...

[A piário evitou d ificu ld ad es em confessando as a cu sa çõ es]. . . B is por que, com todo respeito, vos suplicam os que no futuro não estejais tão disposto em dar ouvidos a pessoas vind as de nossas regiões, nem tão desejoso em receber à com unhão pessoas que foram excom ungadas por n ós. Tenha Y ossa R everência a bondade de consi­ derar que isso fo i vedado pelos cânones de N ic é ia .. -1 Os cânones de N icéia, explicitam ente, confiam ao fôro dos próprios m etropolita­ nos não apenas o clero subalterno, m as tam bém os m esm os bispos. Com sabedoria n otável e com ju stiça decretaram que tôdas as causaa se processassem no lugar onde su rgiram . N ão podiam pensar que a graça do E sp írito Santo fa ltaria em algum a p rovíncia aos bispos de Cristo para julgarem bem e m anterem firm e o correto, especial­ m ente quando qualquer um que se considera p rejudicado por um a decisão goza do direito de apêlo para o sínodo da própria província e até para o C oncilio G era l. A m enos que se suponha que D eus inspira a ju stiça a um só indivíduo, recusando-a ao plenário dos bispos reunidos em con cilio. Como confiar num trib u nal de além -m ar ao qual não é p ossível enviar os necessários inform es ? . . . N ão podem os encontrar em qualquer concilio dos padres um a sanção pronunciada p or vossos re p r e se n ta n te s.. . Se alguém desejar que lhe en vieis dele­ g a d o s ... não os acedeis; não dem onstrem os querer introduzir na Ig reja de Cristo a arrogância tenebrosa do m undo; a Igreja, para todos que querem ver a D eus, ostenta a luz da sim plicidade e o brilho da h u m ild a d e .. .

V II. RO M A E C O N S T A N T IN O P L A

a. O Concilio de C on stan tin opla em 381 — H o n ra im ed ia ta Canon 3, M ansi, I I I . 560 C

O B ispo de C onstantinopla tem a prim azia de honra im ediata­ m ente depois do B isp o de Roma, p ois C onstantinopla é a nova Roma.

b . O C oncilio d e C alcedônia em 451 — J u risd içã o Paralela,

Cânon 9, 2 8 . B righ t, Cânones áos P rim eiro s Q uatro

C oncílios G erais, X L I, X L V I I I

[Ê stes cânones fo ram denunciados p o r L eão e nunca aceitos pelo O cidente.] 9. O clérigo que tiv er um a dem anda contra outro cl não pode d eixar o fôro de seu próprio bispo nem recorrer a tribunais secu lares. L evará sua causa, em prim eira instância, ao próprio bispo ou, com vên ia dêste, a árbitros aceitos por am bas as p a rte s. . . Mas se um clérigo tiv er um a dem anda contra seu bispo ou algum outro bispo, seja esta enviada ao sínodo de sua p rópria província. Se um bispo ou um clérigo tiv er um a dem anda contra seu m etropolitano, a envie ao exarca da diocese [ao m etropolitano m ais elevado de um grupo de dioceses] ou à cátedra d a cidade im p erial de C onstantino­ pla, e a í p leiteie-se a causa.

28. F ié is em tudo à determ inação dos santos padres e reco­ nhecendo os cânones dos 150 bispos m ais piedosos [reunidos no Cone. de C onstantinopla em 381] que acabam os de ler, determ inam os e decretam os idênticas prerrogativas e p rivilégios a favor da san tís­ sim a cidade de C onstantinopla, a nova R om a. Os padres tinham concedido por ju sta s razões p rivilégios ao trono da velh a Roma, pois era cidade im p erial. P ela s m esm as ponderações, os 150 bispos esten ­ deram êsses p rivilégios ao santíssim o trono da N ova R om a; estim a­ ram com tôda razão que a cidade, ilustrada p ela m onarquia e pelo senado, e adornada com os mesmos p rivilégios da velh a cidade im pe­ rial, deveria receber igu al distinção em assuntos eclesiásticos e, depois dela, ocupar o segundo lugar.

Sem elhantem ente, decretam os que os m etropolitanos, e som ente êles, das dioceses do P on to, da Á sia e da T rácia (jun tam ente com os bispos das dioceses estabelecidas entre os bárbaros) sejam ordenados p ela m encionada santíssim a cátedra da santa Ig reja de C onstanti­ n o p la . Cada m etropolitano dessas dioceses ordenará os bispos de su a província, como estabelecido pelos divinos cân on es. . .

[N o ta : N aquele tem po, a unidade de organização, ta n to eclesiástica, como im perial, e ra a província, sendo a diocese um grupo de províncias. P o ste rio r­ m ente, êstes têrm os fo ram invertidos, tom ando o sentido que conservam até hoje.]

[R elativam ente aos editos de G raciano e de V alentiniano I I I , reportar-se às pgs. 50 e 52]