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1 A CONSTRUÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

2 DO CONTEXTO DA CRISE ÀS ALTERNATIVAS POSSÍVEIS: O QUE PROPÕEM A AGROECOLOGIA E A PRODUÇÃO

2.4 A AGROECOLOGIA: CIÊNCIA, PRÁTICA E MOVIMENTO SOCIAL

Como analisado anteriormente, a questão da sustentabilidade possui um caráter multidimensional, tratando a problemática do

desenvolvimento em suas múltiplas dimensões e a partir das suas inter- relações. Em sua concepção abstrata, a ideia de sustentabilidade se atrela aos problemas socioambientais, não estando diretamente associada à respostas concretas para os mesmos. Quando a questão da sustentabilidade é pensada em relação ao espaço rural é que a agroecologia se constitui como uma alternativa importante diante da sua capacidade de responder à crise ecológica e social em curso (COSTA NETO, 2006; SEVILLA GUZMÁN, 2006).

A agroecologia apresenta um caráter multidimensional, constituindo-se em uma ciência que passou a ter seu corpo teórico desenvolvido na década de 197021. Pode ser considerada uma ciência e um conjunto de práticas (ALTIERI e TOLEDO, 2011) ou uma teoria, uma prática e um movimento social (PLOEG, 2011). Caporal (2008) defende a ideia da agroecologia como uma matriz disciplinar integradora que se desvincula do paradigma cartesiano tradicional e se integra ao processo de revolução paradigmática em curso, ou seja, ao paradigma da complexidade22 (MORIN, 2011). A agroecologia

[...] se nutre de diversas disciplinas e avança para esferas mais amplas de análise, justamente por possuir uma base epistemológica que reconhece a existência de uma relação estrutural de interdependência entre o sistema social e o sistema ecológico (a cultura dos homens em coevolução com o meio ambiente)” (CAPORAL e COSTABEBER, 2004, p.119).

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Feiden (2005, p.53) lembra que “o emprego mais antigo da palavra agroecologia diz respeito ao zoneamento agroecológico, que é a demarcação territorial da área de exploração possível de uma determinada cultura, em função das características edafoclimáticas necessárias ao seu desenvolvimento”.

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Morin (2011, p.13) afirma que numa primeira definição “a complexidade é um tecido (complexus: o que é tecido junto) de constituintes heterogêneas inseparavelmente associadas: ela coloca o paradoxo do uno e do múltiplo”. O autor vai além e sustenta que “a complexidade é efetivamente o tecido de acontecimentos, ações, interações, retroações, determinações, acasos, que constituem nosso mundo fenomênico” (2011, p.13). A noção de complexidade surgida na micro e na macrofísica, ainda no século XIX, objetiva unir as diferentes disciplinas e interferir na forma de como o conhecimento é produzido.

Do ponto de vista epistemológico, portanto, a agroecologia soma- se a outras concepções teóricas na constituição de um novo paradigma23 — a exemplo da ciência pós-moderna de Boaventura de Sousa Santos e do paradigma ecológico proposto por Fritjof Capra. A agroecologia se apresenta como "uma ciência que, ao contrário dos esquemas cartesianos, procura ser integradora, holística e, por isso mesmo, mais apropriada como orientação teórica e prática para estratégias de desenvolvimento rural sustentável" (CAPORAL et al., 2006, p.21). Apesar dos esforços teóricos e a ampla difusão que o debate em torno da agroecologia vem ganhando, a sua consolidação como novo paradigma ainda depende de esforço "intelectual, prática política, ajustes institucionais, entre outras coisas" (COSTA GOMES, 2005, p.84).

A agroecologia também pode ser considerada como resultado da necessidade de um suporte teórico para o conjunto das correntes alternativas na agricultura, desenvolvidas desde o começo do século XX (ASSIS e ROMEIRO, 2002). Surgiu como proposta para uma forma de desenvolvimento descentralizado, que considera as especificidades locais e a diversidade social e dos sistemas agrícolas (ALMEIDA, 2003). A agroecologia ressignifica as relações do homem com o ambiente e propõe uma transformação profunda no processo de produção agrícola. A partir de um corpo conceitual interdisciplinar, prima pela abordagem integrada tanto no interior dos agroecossistemas — sua base de análise —, como no contexto socioeconômico onde o mesmo está inserido.

Altieri (2010, p.23), um dos principais teóricos sobre o tema, afirma que ela se define “como a aplicação de conceitos e princípios ecológicos ao desenho e manejo de agroecossistemas sustentáveis, proporciona um marco para valorizar a complexidade dos agroecossistemas”. Dessa afirmação percebe-se a amplitude da definição que incorpora preservação ambiental, eficiência produtiva, valorização cultural, equidade social e econômica.

A agroecologia usa-se de princípios ecológicos para elaborar um manejo sustentável dos agroecossistemas, ao mesmo tempo em que serve de base para estimular mudanças sociais mais complexas (GLIESSMAN, 2005). Por isso, “a agroecologia proporciona o conhecimento e a metodologia necessários para desenvolver uma agricultura que é ambientalmente consistente, altamente produtiva e

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Uma descrição sobre as bases epistemológicas da ciência tradicional e os pressupostos que se articulam nos esforços de formação de um novo paradigma, podem ser consultados em Costa Gomes (2005).

economicamente viável” (GLIESSMAN, 2005, p.54). Nesse sentido, é fundamental ultrapassar a visão unidimensional e técnica da agronomia e incluir dimensões ecológicas, sociais e culturais (ALTIERI, 1998).

Uma visão abrangente da agroecologia também é defendida por Sevilla Guzmán (2006), ao identificar três dimensões relacionadas à mesma: a ecológica e técnico-agronômica, a socioeconômica e cultural e a dimensão sociopolítica.

A dimensão ecológica e técnico-agronômica relaciona-se com a estrutura e função dos ecossistemas, vinculadas aos fluxos de matéria, energia e informação da cadeia trófica. Cada ecossistema é considerado em suas relações internas como com o seu entorno. Ademais, sempre devem ser consideradas as inter-relações a partir de uma perspectiva sistêmica, com base nos recursos humanos e naturais em interação (SEVILLA GUZMÁN, 2006). A esta dimensão podemos acrescentar a contribuição de Altieri e Toledo (2011, p.03) sobre as técnicas para maximizar as potencialidades e o uso de recursos locais, portanto,

la sustentabilidad y la resiliencia se logran por medio de la diversidad y la complejidad de los sistemas agrícolas a través de policultivos, rotaciones, agrosilvicultura, uso de semillas nativas y de razas locales de ganado, control natural de plagas, uso de composta y abono verde y un aumento de la materia orgánica del suelo, lo que mejora la actividad biológica y la capacidad de retención de agua.

A dimensão socioeconômica e cultural da agroecologia se refere ao maior nível de participação social, por isso "debe incorporar la perspectiva histórica y el conocimiento local; es decir, lo endógeno específicamente generado a lo largo del proceso histórico que nos lleva a repensar los estilos de desarrollo rural [...]" (p.211). Deve-se, portanto, incorporar técnicas de resistência ao modelo de modernização que são recriadas por camponeses e populações tradicionais. Evidentemente que, neste caso, não se pode desconsiderar o conhecimento exterior produzido em centros de pesquisa e outros lugares onde o chamado conhecimento científico é produzido, o que deve ocorrer é uma assimilação do conhecimento científico ao tradicional sem agredir a identidade local (SEVILLA GUZMÁN, 2006). A dimensão sociopolítica pretende articular experiências e projetos políticos a fim de diminuir as desigualdades sociais. Sevilla

Guzmán (2006) destaca que as intervenções agroecológicas incapazes de diminuir desigualdades dos grupos envolvidos não se enquadram nos princípios da Agroecologia, "ya que para ésta los sistemas de estratificación social desequilibrados constituyen una enfermedad ecosistémica" (p.208).

As características da agroecologia apresentadas contribuem para a geração de três tipos de soberania: alimentar, energética e tecnológica, como apontado por Altieri e Toledo (2011). Ao permitir a produção ecológica de alimentos básicos para a alimentação e o uso de canais curtos de comercialização a agroecologia cria as condições para a soberania alimentar24, já que esta se refere ao direito das pessoas consumirem alimentos saudáveis, respeitando a sua cultura alimentar a partir da livre escolha do que desejam produzir e consumir (PADILLA e SEVILLA GUZMÁN, 2013). Na mesma lógica, ao estimular a criação e uso de tecnologia adaptada às condições locais, o intercâmbio de sementes crioulas — e do conhecimento associado — e a produção de insumos com os recursos disponíveis nos agroecossistemas, criam-se as condições para alcançar a soberania tecnológica. A soberania energética, por sua vez, refere-se ao respeito à capacidade dos ecossistemas, diminuindo o aporte de energia externa por meio do uso de fontes locais, como a biomassa vegetal (ALTIERI e TOLEDO, 2011). Os três tipos de soberania têm, assim, relação intrínseca e se retroalimentam estimulando a resiliência dos ecossistemas.

A agricultura familiar camponesa25, por sua vez, é considerada como o segmento socioprodutivo que melhor comporta os princípios da agroecologia (SALAMONI, 2000; CARMO, 2004; ASSIS, 2006; HESPANHOL, 2008; COSTA, 2010). Para Carmo (2004) as especificidades na relação com a terra — considerada local de trabalho e de vida —, o caráter familiar da produção, a diversidade de formas de se

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O conceito de Soberania Alimentar foi apresentado pela primeira vez em 1996, na conferência internacional da Via Campesina em Tlaxcala, no México (PADILLA e SEVILLA GUZMÁN, 2013).

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Estamos considerando aqui a agricultura camponesa ou tradicional como um dos tipos de agricultura familiar. É, assim, marcada por um conjunto de características específicas que se articulam em torno da elevada autonomia — demográfica, social e econômica — e no interesse em atender as necessidades da própria família (WANDERLEY, 2001). Por possuir uma lógica particular, não cabem comparações ou mensurações sobre seu nível de modernização, já que sua racionalidade e modelo de organização tomam como referência as necessidades da unidade familiar e não, de imediato, os ditames do mercado.

apropriar da natureza e o comportamento atrelado à vida local são traços da agricultura familiar relevantes para a transição agroecológica. Esses elementos engendram ações de resistência presentes naquilo que Sevilla Guzmán (2006) caracteriza como espaços vazios da lógica da modernidade.

Diante da sua capacidade histórica de resistir aos diferentes constrangimentos econômicos e ecológicos os camponeses apresentam características propícias ao desenvolvimento da agroecologia (SEVILLA GUZMÁN, 2006; LÓPEZ GARCÍA e GUZMÁN CASADO, 2012; ALTIERI, 2010; CALLE COLLADO e GALLAR, 2010; ALTIERI e TOLEDO, 2011; PLOEG, 2011). É fundamental, portanto, resgatar a sua memória biocultural, como elemento estratégico na constituição dos processos de transição (TOLEDO e BARRERA- BASSOLS, 2008).

A análise de Toledo e Barrera-Bassols (2008) sobre a importância da sabedoria das populações indígenas e campesinas é elucidativa para tratar das relações entre conhecimento científico e conhecimento tradicional, um dos pontos centrais da agroecologia. Os autores, seguindo as contribuições de Russell (1918), distinguem conhecimento de sabedoria.

O conhecimento se fundamenta nas bases científicas, leis compartilhadas por um grupo de pesquisadores, resulta em diretrizes racionais que pretendem oferecer explicações universais; a sabedoria, por sua vez, se baseia em conhecimentos empíricos, nas experiências cotidianas e nas formas de ver e viver o mundo. Enquanto que o conhecimento busca explicar o mundo de uma forma simples e concreta, a sabedoria se usa de uma abordagem complexa. Há, entretanto, uma relação dialética entre os dois sistemas cognitivos, sendo ambos necessários para compreender e vivenciar a experiência humana.

O saber local (saberes locales) resulta de uma compreensão baseada na intrínseca interdependência entre cultura e natureza. "Los seres humanos son parte de la naturaleza, y por lo tanto comparten su existencia con seres vivos no-humanos. El hombre no esta separado de la naturaleza y los seres no-humanos no están separados de la cultura" (TOLEDO e BARRERA-BASSOLS, 2008, p.108). Para os autores citados, o entendimento sobre a natureza no contexto indígena e camponês é diferente daquele da ciência convencional, uma vez que não tem-se a pretensão de transpor os limitantes naturais. Essa afirmação fica evidente no trecho a seguir,

los saberes locales conforman un complejo entendimiento sobre las estructuras naturales y sus relaciones y dinámicas ecológicas siempre cambiantes e inciertas. Por esta razón, la naturaleza es profundamente entendida y respetada; es vista como una fuerza de vida que es imposible de controlar pero al mismo tiempo es fundamental para la existencia humana; por lo tanto, el conocimiento sobre su comportamiento resulta necesario para hacer frente a la incertidumbre (TOLEDO e BARRERA-BASSOLS, 2008, p.108).

Nesse sentido, é fundamental saber lidar com a incerteza, mais do que tentar produzir um conhecimento objetivo, com a pretensão de responder de forma segura as lacunas existentes (FUNTOWICZ e RAVETZ, 2000). Esse desafio poderá ser melhor enfrentado com a participação ativa dos agricultores, via processos participativos, já que eles são aqueles que mais conhecem as particularidades dos agroecossistemas onde vivem.

Apesar da ênfase na importância do conhecimento campesino e indígena, devemos ressaltar que nem todo o conhecimento tradicional possui sintonia com os princípios da agroecologia, como destacado por Guivant (1997). A assimilação do conhecimento tradicional deve ser relativizada, já que pode ir contra os princípios agroecológicos26. Outro problema identificado pela autora em alguns teóricos da agroecologia é o fato de tratarem o conhecimento científico e o tradicional "como totalidades homogêneas" desconsiderando o processo histórico que permite o contato entre os diferentes tipos de conhecimento e, assim, a sua transformação. Nessa mesma perspectiva, Alves e Guivant (2010) pontuam que o conhecimento produzido e reproduzido no espaço rural é, atualmente, produto de complexas interações que envolvem o conhecimento local com aquele produzido em laboratórios, centros de pesquisa e por outros atores que atuam no sistema de produção agrícola.

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Um exemplo destacado pela autora é a prática das queimadas das florestas adotada por imigrantes europeus no Sul do Brasil. Essa prática, aparentemente positiva, acaba prejudicando a capacidade do solo de armazenar nutrientes até que a recuperação total das áreas queimadas seja reestabelecida, o que pode levar até 50 anos. Os desequilíbrios provocados com a prática também favorecem a presença de insetos que podem prejudicar os cultivos.

Isso requer classificar o conhecimento como um híbrido. Diante disso, "o conhecimento local, enquanto híbrido, envolve uma heterogeneidade de manifestações que não o reduzem exclusivamente ao conhecimento tradicional" (GUIVANT, 1997, p.440).

Considerar o conhecimento como um tipo híbrido, no âmbito da agroecologia, têm se constituído num desafio tanto para alguns teóricos como para as instituições públicas de pesquisa e extensão rural. Se, por um lado, as escolas convencionais ainda "suponen que la producción agrícola puede ser entendida objetivamente sin considerar a los agricultores y su forma de pensar, ni a los sistemas sociales y el agroecosistema que los rodea" (NORGAARD e SIKOR, 1999, p.31), por outro, a solução não deve ser vista unicamente no conhecimento tradicional dos agricultores.

As características de uma ciência complexa ou multidimensional inerentes à agroecologia, devem ser também incorporadas no desenvolvimento da extensão rural. A Nova Extensão Rural "deverá orientar-se pela busca contínua de estratégias que impulsionem padrões socioculturalmente desejáveis, apoiados na evolução histórica dos grupos sociais em sua coevolução com o ecossistema em que estão inseridos" (CAPORAL e COSTABEBER, 2001, p.05). Nesse processo, Caporal (2003) destaca a importância dos serviços públicos relacionados à Assistência Técnica e extensão Rural (ATER) para apoiar a transição agroecológica.

Uma nova extensão rural efetivamente agroecológica depende, primeiramente, da formação dos profissionais dos serviços de extensão, para que sejam capazes de atuar como facilitadores diante dos problemas técnicos e desafios a serem enfrentados. Estimular a participação, valorizar o conhecimento local e tratar as demandas a partir de seu contexto ecológico e socioeconômico são requisitos básicos desse novo profissional (CAPORAL e COSTABEBER, 2001; CAPORAL, 2003). É necessário alterar as bases da extensão rural (em detalhes no anexo B), já que a agroecologia não pode se constituir sobre os mesmos pilares da agricultura convencional.

A agroecologia só se tornará efetivamente viável se os atuais problemas relacionados à produção, distribuição e consumo dos produtos, para além da unidade de produção, também forem solucionados. "É a interação complexa entre todas as dimensões, ecológica, técnica, social e econômica, de nossos sistemas alimentares que determinará se estes podem ser sustentáveis a longo prazo" (GLIESSMAN, 2005, p.593). Nesse sentido, faz parte dos princípios da agroecologia tratar do acesso aos alimentos, uma vez que de nada

adiantaria produzir alimentos de forma ecológica se o seu acesso continuasse restrito a um pequeno grupo de consumidores.

Esta questão é complexa, uma vez que envolve diretamente as relações entre a unidade de produção, ou seja, um agroecossistema que possui elevada autonomia — se manejado dentro dos princípios da agroecologia — e o mercado convencional, onde o agricultor, via de regra, não tem capacidade direta de controle. Se o agricultor é altamente dependente do mercado, ele acaba sendo obrigado a tomar decisões de acordo com a realidade econômica e não com os princípios ecológicos (GLIESSMAN, 2005). O autor citado aponta, então, a necessidade de mudar o enfoque. A transição agroecológica deve passar da sustentabilidade dos agroecossistemas para a sustentabilidade dos sistemas alimentares. Isso abrange

a) as relações econômicas entre proprietários de terras e assalariados agrícolas, produtores e consumidores de alimentos, cidadãos de países desenvolvidos e de países em desenvolvimento; b) os sistemas políticos que controlam esses relacionamentos; c) as estruturas sociais que influenciam o relacionamento das pessoas com a produção e o consumo de alimentos; d) os sistemas culturais que influenciam os valores e crenças das pessoas (GLIESSMAN, 2005, p.600).

Em parte, essas questões são enfrentadas com estratégias que diminuem a dependência dos agricultores aos mercados convencionais. Por isso, os canais curtos de comercialização têm se constituído como centrais para a agroecologia. Uma síntese dos circuitos curtos mais utilizados para os produtos ecológicos no Brasil é apresentada na figura a seguir.

Figura 04 – Tipologia de circuitos curtos de comercialização de produtos ecológicos no Brasil.

Fonte: Adaptado por Darolt (2013, p.143) com base em Chaffotte e Chiffoleau (2007) e Mundler (2008).

Apesar dos avanços relacionados com a agroecologia, que envolvem desde a capacidade de produção de diferentes produtos agrícolas até a criação de canais específicos de comercialização, a sua concretização plena como estratégia viável para o desenvolvimento rural ainda está curso. Esse processo de concretização é marcado por princípios particulares, muitos apresentados ao longo desta seção. Diante disso, a agroecologia apresenta semelhanças e contradições em relação à agricultura orgânica, algumas delas serão abordadas a seguir.

2.5 SIMETRIAS E ANTAGONISMOS ENTRE AGROECOLOGIA E