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3 POLÍTICAS PÚBLICAS E SUA RELAÇÃO COM A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

3.2 POLÍTICAS PÚBLICAS E DESENVOLVIMENTO NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

3.2.2 A amplitude das políticas públicas inseridas na indústria

Em vista da necessidade de abastecimento nacional e a inexistente produção nacional até meados de 1950, as políticas de incentivo de exploração e a criação da empresa nacional

152 BRASIL. Lei 9478 de 1997. Brasília: Casa Civil, 2013. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9478.htm>. Acesso em 31/07/2013.

153 ROLIM, Maria João Pereira. Direito Econômico da energia elétrica. Rio de Janeiro: ed. Forense, 2002.p.60. 154 FABRÍCIO, André Rodrigues. Políticas Públicas e a Função Social da empresa petrolífera. Natal: UFRN, 2012, 99 fls. Monografia. Natal, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2012.p. 83-87.

155 Sobre o tema: BRITO, Alírio Maciel Lima de. ANP, Defesa do consumidor e o mercado de combustíveis no Brasil. Natal: UFRN, 2004. 73 fls. Monografia. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2004. 156 Sobre a questão da qualidade dos combustíveis a Agencia Nacional do Petróleo – ANP, instituiu cartilhas com instruções normativas, como é o caso da Cartilha do Posto revendedor de combustíveis e da cartilha de orientações

ao consumidor, que em seu teor trazem o “Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis” e o “Programa de Marcação de Solventes”, divulgando o disposto nas portarias 274/2001 e 231/2002 da Agência

reguladora. AGENCIA NACIONAL DO PETRÓLEO – ANP. Cartilha do posto revendedor de combustíveis: inclui procedimentos para testes de qualidade de combustíveis e normas para comercialização da mistura diesel- biodiesel. Rio de janeiro: ANP, 2011. AGENCIA NACIONAL DO PETRÓLEO – ANP. Orientações Ao

Consumidor: Qualidade e Adulteração de Combustíveis. 2011. Disponível em:

para atuar na produção de petróleo no Brasil, ambas ações direcionadas a suprir a demanda existente por combustíveis no país, podem ser observadas como o ponto de partida das políticas estatais no setor visando o desenvolvimento nacional. 157

Assim, em um momento marcado pela criação da PETROBRAS, e dada a competência do Conselho Nacional de Petróleo, estabelecida no art. 3º da Lei 2004/53158, o objetivo estatal, disposto em Lei, de realizar o abastecimento nacional, terminava por impor à indústria recém- surgida a necessidade de sua rápida expansão, funcionando explicitamente com uma política de crescimento econômico aliada a superação das demandas sociais existente que se traduziam através da necessidade do abastecimento.

Contudo, as políticas que se inserem na indústria do petróleo, tanto não se limitam ao crescimento visando o abastecimento nacional, quanto não se contem simplesmente em textos normativos, especialmente os ultrapassados. Elas vão além, e tem um condão de atualidade que é merecedor de reconhecimento, apresentando-se numa íntima e profunda relação entre o Estado e as empresas exploradoras. É o caso, por exemplo da política de “P&D”, traduzida por política de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias voltadas à atividade.

Nesta, o Estado obriga as empresas atuantes a proporcionar através de incentivo financeiro a pesquisa de tecnologia realizada no país159, entretanto, apesar dessas pesquisas em sua maioria terem como executoras instituições de ensino e pesquisa como Universidades e fundações, ela também permite a realização de parte dos investimentos em atividades endógenas das empresas160, desde que voltadas à produção de tecnologia para a atividade, proporcionando a ampliação do know-how da indústria atuante no país.

Além da importância econômica e social, essa política tem o condão de ser construída sobre uma solida estrutura contratual apresentada pelo Estado às empresas, sendo vista como

uma evolução da regulação da atividade petrolífera, assim como visto no “Capítulo V” do

157 FABRÍCIO, André Rodrigues. Políticas Públicas e a Função Social da empresa petrolífera. Natal: UFRN, 2012, 99 fls. Monografia. Natal, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2012.p. 53-55.

158 BRASIL. Lei 2004 de 1953. Brasília Casa Civil, 2014. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2004.htm>. Acesso em 06 mar 2014.

159 FABRÍCIO, André Rodrigues. Op.Cit. .p. 75.

160 Ainda estabelece no contrato que existe a possibilidade de contratação de empresas nacionais, independentemente do fato destas envolverem ou estarem relacionadas aos serviços de um determinado campo de

exploração. “A aplicação desses recursos foi assim regulamentada pelas Resoluções nº 33/2005, que estabelece

normas para a realização de investimentos em P&D pelos concessionários e regulamentam a elaboração do Relatório Demonstrativo das Despesas realizadas com investimentos em P&D, e nº 34/2005 que determina os critérios para o credenciamento das instituições de pesquisa e desenvolvimento aptas a participarem de projetos

financiados com tais recursos”. FABRÍCIO, André Rodrigues. Políticas Públicas e a Função Social da empresa petrolífera. Natal: UFRN, 2012, 99 fls. Monografia. Natal, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2012.p. 75.

modelo do contrato de concessão utilizado como base na 10ª rodada de licitação, que na 24ª Cláusula trata das despesas qualificadas em pesquisa e desenvolvimento161.

Ademais, na indústria do petróleo por se tratar da exploração de um recurso que em bases regulares encontra-se, no mínimo, de difícil acesso, e para isso requer uma tecnologia específica para seu deslanchar, aquele que estará diretamente em contato com essa exploração precisa estar bem amparado, por isso políticas de incentivo a qualificação do trabalhador, a própria proteção em relação a saúde e segurança do mesmo, bem como de seus interesses trabalhistas integram o rol de medidas normalmente observadas nas atitudes do Estado perante essa atividade.

Com isso é que a formação do trabalhador torna-se uma exigência da própria indústria, que complementando as políticas de Estado, procurar manter a atualização dos seus funcionários, deixando-os aptos a cercarem-se com as novas tecnologias que inundam o setor, chegando a abrir oportunidades para aqueles que já atuam ou querem atuar na prática.

Além dessas políticas, diversas outras podem ser vinculadas ao universo da indústria do petróleo, estando elas inseridas direta ou indiretamente nas atividades da indústria.

Pela amplitude de investimento e atividades que consegue atingir uma gama de interessados espalhados pelo território nacional em suas três esferas de percepção do espaço, a indústria do petróleo possui a possibilidade de inserir em seu âmago incontáveis políticas públicas encabeçadas pelo Estado, a serem confecionadas de acordo com as demandas existentes na sociedade brasileira.

3.2.3 A política de Conteúdo Local como instrumento de concretização de objetivos

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