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Capítulo 4 Modelos de Ensino a Distância

4.3. APRENDIZAGEM CENTRADA NO ALUNO

4.3.4. A aprendizagem centrada no aluno e o Ensino a Distância

A aprendizagem centrada no projecto também tem amplas aplicações no ensino a distância. Wilson, citado por Pullkinnen (2000, p. 78), descreve as relações entre as ideias do conhecimento e as consequências para a natureza do ambiente de aprendizagem através do quadro 9, que tem como ideias base a aprendizagem centrada no projecto e o ambiente de aprendizagem aberto:

Quadro 9- Relações entre ideias do conhecimento e suas consequências

Metáfora acerca do conhecimento, saber

Consequências para o ambiente de aprendizagem

O conhecimento é uma quantidade ou bolsa de conteúdos à espera de serem

transmitidos

Os produtos podem ser distribuídos por diferentes métodos ou meios (Materiais

electrónicos de autoestudo)

O conhecimento é um estado cognitivo que reflecte um esquema pessoal e

capacidades processuais.

Combinação de estratégias de ensino, objectivos e meios para mudar de

esquemas de pensamento dum indivíduo.

O conhecimento são os significados de uma pessoa construídos em interacção

com o seu próprio ambiente

O estudante actua e trabalha num ambiente pleno de recursos e estímulos

(Colecção de ferramentas e recursos)

O conhecimento é uma adopção de modos de ver e agir de um grupo

Participação no dia a dia e nas actividades das comunidades. (Ambiente de trabalho colaborativo;

pode incluir os itens mencionado anteriormente)

Pullkinnen (idem), assegura ainda que “redes, tecnologias da informação, materiais de aprendizagem e ferramentas não fazem reflectir o que realmente é mais importante para os estudantes” neste tipo de ensino.

A mesma opinião tem Taylor (s.d.) quando diz que “ é crucial apercebermo-nos que o uso de diversos meios educacionais não produz automaticamente a qualidade do ensino e da aprendizagem.“

A figura 13 (PULLKINNEN, sd, p. 80) apresenta um ambiente com elementos introduzidos pela aprendizagem, tecnologia e cultura que providenciam as bases do Ensino a Distância.

Figura 13 – Elementos introduzidos pela aprendizagem

As Funções pedagógicas referem-se as actividades práticas e metodologias utilizadas. Neste modelo são cinco, como vemos na figura. No ensino/aprendizagem, os actores principais são os alunos e os professores. Os primeiros são os destinatários cujo objectivo é a aquisição de conhecimentos através dum processo de ensino que tem de ser estudado e modelado pelos segundos (professores) de modo a que os resultados obtidos sejam positivos.

Não se concebe um modelo de ensino cujos conteúdos não sejam do interesse do estudante numa perspectiva de formação vocacional, geral ou interdisciplinar dependendo do contexto de realização da actividade.

A natureza particular do ODL exige uma atenção especial por parte dos professores para que, o que se produz seja efectivamente pedagógico. As pedagogias têm também a ver com as técnicas escolhidas para superar as distâncias e as dificuldades na interacção do ensino/aprendizagem.

A aprendizagem eficaz requer tanto o conhecimento do estilo do aluno como a preparação avançada da parte do professor.

Satisfazer as necessidades de formação dos estudantes é a base de êxito de qualquer programa de ensino. Quando a formação é feita a distância, desafios adicionais surgem em consequência do facto dos estudantes se encontrarem mediados por tecnologias que às vezes não dominam nem controlam.

Não nos parece por isso correcto repetir, virtual ou remotamente, os erros de um modelo que não funciona bem presencialmente. Há que avaliar o seu impacto que pode ser medido, por exemplo, pelo tempo que os novos programas de ensino demoram a ser aceites. Uma inaceitação ou uma aceitação difícil indica que há necessidade de alterações e que se torna obrigatório um novo modelo.

Tecnologias apropriadas - Cada vez mais, as tecnologias têm um papel importante num modelo de ensino/aprendizagem, como seja na criação de conteúdos, no relacionamento entre intervenientes e na sua comunicação, na avaliação de resultados e na reformulação de actividades. Ao longo dos séculos as tecnologias que foram surgindo têm sido utilizadas para estimular os sentidos dos estudantes e realçar as actividades de aprendizagem.

Em continuidade do que temos vindo a fazer, vamos analisar mais a aprofundadamente o papel das tecnologias da informação e comunicação como tecnologias apropriadas à divulgação e à construção do conhecimento.

Podemos dividir as tecnologias em dois tipos:

• as que permitem a interacção com os materiais de aprendizagem e de estudo;

• as que permitem as comunicações entre estudantes entre si (comunicação horizontal) e com os professores (comunicação vertical).

Relativamente ao primeiro tipo, a imagem e o som estão a tornar-se pontos de apoio das tecnologias utilizadas na transmissão e facilitação do conhecimento providenciando um conjunto de oportunidades de utilização para o suporte dos estudantes na aprendizagem. A utilização de som, imagens animadas, gráficos, figuras, vídeo, etc. propiciam um ilimitado número de alternativas através da utilização do computador, não somente para cursos a distância mas também para o enriquecimento da aula presencial; abre toda uma gama de possibilidades que terão maior ou menor sucesso, dependendo dos contextos e dos lugares.

No entanto há situações em que as TIC são meras apresentações sem qualquer interactividade, pelo que há que fazer o aproveitamento pedagógico das suas potencialidades. O Ensino a Distância na sua terceira geração (MOORE e KEARSLEY, 1996) vem incorporando um alto número de tecnologias, que expandem as possibilidades de interacção, comunicação, apresentação e condução de cursos, sendo

assim necessário pesquisa permanente na busca de soluções óptimas e contribuições que possam ser incluídas na preparação de uma base teórica e operacional que permita uma reflexão crítica sobre o tema.

Quanto ao segundo tipo, a interactividade, pode ser implementada dum modo síncrono,

assíncrono.

O modo síncrono é aquilo que podemos chamar “ao vivo” ou em “tempo real”. Num ambiente virtual, professor e alunos encontram-se no ciberespaço criando uma aula virtual. O professor expõe a matéria e pode interagir com os participantes através de conversa escrita (chat), áudio e vídeo. Neste método, podem ser criados cursos que dispensam a preparação prévia de conteúdos. Os conteúdos são apresentados na sessão virtual embora esta situação possa ocupar demasiado tempo da aula.

No modo assíncrono a interacção não é feita em tempo real. O correio electrónico e os grupos de discussão constituem formas de interacção através das quais os alunos podem esclarecer dúvidas e dialogar com o professor e os colegas, podendo interagir para esclarecer determinados pontos da matéria. Poderá dizer-se que o correio electrónico é o processo privado através do qual o aluno coloca dúvidas e questões directamente ao professor Organização Social da Aprendizagem - Os estudantes que estão em locais diferentes com culturas diferentes obrigam a uma comunidade de aprendizagem virtual. Por exemplo, a linguagem empregue é muito particular e baseada em estruturas próprias. A interacção social ajuda a criar um ambiente de aprendizagem positivo que estimula confiança entre estudantes. Interacção informal também pode ajudar os estudantes a superar algumas das reticências compartilhando as opiniões. Desenvolvem padrões de conduta, solidariedade e compromisso e executam tarefas em grupo (PERROLLE, s.d.). Moore e Kearsley (ibid, p. 163) mencionam outros factores extracurriculares que podem influenciar o desempenho do aluno a distância como “o trabalho (estabilidade, responsabilidades), família, saúde e interesses e obrigações sociais podem influenciar positiva ou negativamente o aluno”. Os autores comentam também que o melhor indicador do sucesso de um aluno a distância é sua formação académica. Quanto mais graduado o aluno, mais possibilidade tem de completar com sucesso o curso.

didácticos e pedagógicos adequados e que o ensino a distância é uma forma de colmatar as dificuldades de adopção do ensino presencial por razões já descritas anteriormente. As duas formas de ensino, necessitam de ser avaliadas para possíveis correcções reformulações. A questão de avaliações são descritas e analisadas por Schuemer, 1991 (HOLMBERG, 1995, p.184) e comparativas com o ensino presencial tem vários trabalhos mencionados por Moore e Kearsley (1996, p. 63).