• Nenhum resultado encontrado

4.1 A Defensoria Pública

4.1.2 A Defensoria Pública em Pernambuco

4.1.2.1 A atual organização da Defensoria Pública de Pernambuco

O Decreto 32.475, de 14 de outubro de 2008, que dispõe sobre o Regulamento da instituição, em seu art. 3º, determina que:

Art. 3º A estrutura administrativa da Defensoria Pública Geral do Estado é integrada pelos seguintes órgãos:

I - Órgãos de Administração Superior: a) Gabinete do Defensor Público Geral; b) Subdefensoria Pública Geral do Estado; c) Conselho Superior da Defensoria Pública; d) Corregedoria Geral da Defensoria Pública; II - Órgãos de Execução:

a) Subdefensorias Públicas do Estado; b) Núcleos da Defensoria Pública do Estado; III - Órgão de Atividade Meio:

a) Coordenadoria de Gestão; IV - Órgãos de Apoio: a) Secretaria de Gabinete; e b) Serviços Auxiliares de Gabinete.

Art. 4º Os órgãos integrantes da estrutura básica da Defensoria Pública do Estado têm a seguinte organização:

I - Gabinete do Defensor Público Geral: a) Secretaria de Gabinete;

II - Subdefensoria Pública Geral; III - Subdefensorias Públicas do Estado: a. Subdefensoria Cível da Capital; b. Subdefensoria Criminal da Capital; c. Subdefensoria das Causas Coletivas;

d. Subdefensoria de Recursos Cíveis e Criminais;

e. Subsdefensoria Cível e Criminal da Região Metropolitana; f. Subdefensoria Cível e Criminal do Interior;

IV - Núcleos da Defensoria Pública do Estado.

A despeito da complexidade da organização apresentada no texto do decreto, lembramos que o atendimento às pessoas é realizado através dos órgãos de execução, ou seja, das subdefensorias. Estas, por sua vez, possuem núcleos espalhados pelo Estado, e é nesses núcleos onde efetivamente ocorrem os atendimentos ao público pelos defensores públicos. Sendo assim, como rege o decreto, são, ao todo, seis subdefensorias divididas em núcleos espalhados por todo o Estado.

A Subdefensoria Cível da Capital possui sete núcleos. Cinco deles estão distribuídos pelo território da cidade do Recife, cabendo a cada um deles uma área de atuação. Desta maneira, temos cinco núcleos atuando a partir dos seguintes bairros: Afogados, Boa Vista, Casa Amarela, Cordeiro e Pina. Os dois outros núcleos são: Núcleo da Defensoria Pública de Defesa da Criança e do Adolescente e Núcleo da Defensoria Pública dos Juizados Especiais Cíveis.

A Subdefensoria Criminal da Capital divide-se em três núcleos: Núcleo da Defensoria Pública Criminal no Fórum do Recife, Núcleo da Defensoria Pública de Atendimento aos Estabelecimentos Criminais da Capital e Núcleo da Defensoria Pública dos Juizados Especiais Criminais.

A Subdefensoria das Causas Coletivas da Capital possui apenas um núcleo que é o de Defesa do Consumidor.

A Subdefensoria Cível e Criminal da Região Metropolitana possui treze núcleos. Doze estão distribuídos por diferentes municípios da Região Metropolitana do Recife e o Núcleo de Atendimento às Unidades Prisionais localiza-se na capital. Os doze municípios são: Cabo de Santo Agostinho, Igarassu, Itamaracá, Jaboatão, Moreno, Olinda, Paulista, Abreu e Lima, São Lourenço da Mata, Camaragibe, Ipojuca e Itapissuma.

A Subdefensoria Cível e Criminal do Interior possui 23 núcleos regionais localizados em 23 municípios distintos. Cada núcleo tenta atender, além do município em que se localizam, outros municípios vizinhos, estabelecendo, dessa forma, territórios.

Para melhor visualizar a distribuição das subdefensorias e núcleos pelo território do Estado, organizamos o Mapa 02 e, a partir dele, fazemos algumas considerações.

Mapa 02: Pernambuco – divisão segundo os territórios dos núcleos de atendimento da Defensoria Pública, 2009. Fonte: Decreto nº 11.122, de 07 de março de 1986, e http://www.defensoria.pe.gov.br. Elaboração: Willian Alcântara.

Como dissemos anteriormente, os atuais núcleos da Defensoria Pública são os mesmos da antiga AJE. Sendo assim, como a Defensoria apenas divulga os núcleos, mas não informa quais os municípios que compõem o território de atuação de cada núcleo, recorremos ao Decreto nº 11.122, de 07 de março de 1986, que dispõe sobre a estrutura da AJE e possui essa informação. Apenas fizemos as correções referentes aos municípios que foram criados por emancipação após o ano em questão e elaboramos o Mapa 02. Podemos perceber que, assim como a própria extensão dos municípios, a abrangência dos territórios atendidos pelos núcleos diminui no sentido interior-litoral. Tal fato pode ser justificado pela distribuição da população que é mais concentrada no litoral, exigindo que as ações sejam intensificadas nesta área.

Contudo, a partir dos dados do número de defensores em cada núcleo podemos perceber que a atuação da Defensoria merece ser intensificada em todos os núcleos, uma vez que, ainda que seja mais rarefeita a população do interior, a atual oferta do serviço não é suficiente. Os dados fornecidos pela Defensoria Pública de Pernambuco referem-se ao número de defensores na data de 08 de abril de 2009. Na data em questão, a instituição possuía 245 defensores em atuação. Relacionamos alguns dos números de defensores para os núcleos da Subdefensoria Cível e Criminal do Interior para ter como referência: Afogados da Ingazeira: 05; Araripina: 04; Arcoverde: 04; Belo Jardim: 01; Bezerros: 03; Carpina: 04; Caruaru: 07; Escada: 02; Floresta: 03; Garanhuns: 04; Goiana: 04; Limoeiro: 03; Macaparana: 03; Palmares: 03;Pesqueira: 01; Petrolina: 08; Rio Formoso: 01; Salgueiro: 04; São José do Egito: 02; Serra Talhada: 03; Surubim: 03; Timbaúba: 05; Vitória de Santo Antão: 04. Os demais defensores trabalham nas subdefensorias da capital e da Região Metropolitana. Apesar de tais números exigirem uma análise mais detalhada, como, por exemplo, saber a população total, bem como seu perfil, e os fluxos de transporte para citar os principais, parece evidente que se trata de um efetivo insuficiente para atender os territórios em questão. Também consideramos de fundamental importância a realização de um trabalho dessa natureza, o que forneceria um recurso valiosíssimo para que a Defensoria repensasse suas ações.

Apesar da relativa complexidade da estrutura organizacional da Defensoria Pública, nosso trabalho tem por objetivo analisar apenas a atuação dos órgãos de execução, e mais especificamente as ações da Subdefensoria Cível da Capital. Sem dúvidas que o ideal seria que pudéssemos realizar um estudo que contemplasse as ações de todas as subdefensorias com seus respectivos núcleos em todo o território do Estado. E como afirmamos, é de suma importância que a Defensoria tenha dados dessa natureza, de forma a auxiliar suas estratégias de distribuição de núcleos, bem como de recursos materiais e humanos. No entanto, as limitações que nos são naturalmente impostas nos impediram de realizar tal empreitada numa

dissertação. Contudo, esperamos poder contribuir com algumas considerações e apontar alguns caminhos para que outros possam realizar um estudo mais amplo.