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Qualidade de vida, contextos de inserção e esquizofrenia

4.3. O Campo de Análise

4.4.1. A constituição das amostras

Em termos genéricos optamos por estudar apenas os utentes de ambos os sexos, que apresentam um diagnóstico de psicose esquizofrénica em estado crónico da doença, compensados do ponto de vista psicopatológico e que se encontram inseridos há mais de um ano em estruturas comunitárias, nas famílias ou em hospital psiquiátrico.

No sentido de obtermos confirmação para a presença dos critérios que definimos para que as pessoas integrassem a nossa amostra recorremos quer aos processos clínicos quer aos técnicos e responsáveis das diversas instituições onde esta pesquisa se desenvolveu.

Assim, no sentido de efectuarmos uma "análise comparativa da qualidade de vida, satisfação face á vida e nível de autonomia funcional de pessoas que apresentam um diagnóstico de esquizofrenia, em função do meio onde estão inseridas: Hospital Psiquiátrico; Estruturas Residenciais Comunitárias; Família, " efectuamos o levantamento dos utentes que se encontram dentro destes critérios, a partir das populações das várias instituições que constituem o nosso campo de analise, por forma a construirmos as três sub-amostras.

4.4.1.1. Sub-Amostra dos utentes que se encontram a residir nos Internamentos de Estruturas Hospitalares Psiquiátricas

Em relação aos utentes que se encontram a residir à mais de um ano anos no internamento do Hospital Magalhães Lemos obtivemos uma listagem nominal de

utentes, por diagnóstico, data de nascimento, sexo, médico assistente e técnicos responsáveis, e condição perante o trabalho.

Em Dezembro de 2000 o universo de utentes que se encontrava a residir no Hospital de Magalhães Lemos era 22 utentes. Destes, 7 apresentam um diagnóstico de esquizofrenia e encontravam-se internados no hospital à mais de três anos. Todos os elementos passaram a integrar a nossa sub-amostra.

No Hospital Conde Ferreira optamos por seleccionar os nossos elementos a partir daqueles que, cumprindo os critérios gerais acima referidos, se encontravam a residir no hospital à mais de um ano e frequentavam o Serviço de Terapia Ocupacional. Assim, através dos processos clínicos, dos 45 elementos que frequentam aquele Serviço seleccionamos aleatoriamente 28 elementos. Por conseguinte, a sub-amostra de sujeitos que se encontram a residir em internamento hospitalar é constituída, no total por 34 pessoas.

4.4.1.2. Sub-Amostra dos utentes que se encontram integrados nas Famílias

Relativamente aos utentes que estão integrados na família e que frequentam os serviços de psiquiatria em regime de ambulatório, optamos por construir a nossa sub- amostra a partir do Serviço de Terapia Ocupacional e Reabilitação (STOR) do Hospital de Magalhães Lemos, atendendo à sua natureza e dado que se trata de um Serviço cuja área geodemográfica de influência coincide com a do hospital. Neste Serviço, a que têm acesso doentes de todas as unidades do Hospital, não se encontram doentes em situação de crise aguda, o que facilita a investigação não clínica e a nossa selecção.

Os utentes que se encontram integrados nas famílias, mas que frequentam semanalmente o serviço de Terapia Ocupacional e Reabilitação eram, em Dezembro de 2000, 102 pessoas. Destes, 34 apresentam o diagnóstico de esquizofrenia. Todos eles passaram a integrar a nossa sub-amostra.

4.4.1.3. Sub-Amostra dos utentes que se encontram integrados em Estruturas Comunitárias

Relativamente aos utentes que se encontram integrados em estruturas comunitárias e que cumprem os critérios gerais inicialmente referenciados optamos por constituir a nossa amostra a partir da Casa de Saúde do Telhai, Casa de Saúde da Idanha e Casa de Saúde do Bom Jesus, por forma a constituirmos uma amostra equilibrada com o número de utentes aproximado ao das outras sub-amostras. De realçar que por forma a obtermos uma amostra mais homogénea, em que se privilegia a inserção comunitária em toda a sua plenitude, optamos por seleccionar apenas as pessoas que se encontravam residir nos apartamentos comunitários (extra-hospitalares), excluindo aquelas que se encontravam integradas nas residências intra-hospitalares de treino. Assim, dos 16 utentes que se encontram integrados nos apartamentos da Casa de Saúde do Telhai , 14 integraram a nossa amostra, já que dois elementos, embora cumprindo os critérios definidos, recusaram participar no estudo. Integraram também a nossa amostra todos as pessoas que se encontram inseridas nas apartamentos comunitários da Casa de Saúde de Bom Jesus (9 elementos), já que todas elas apresentavam diagnóstico de esquizofrenia, numa fase crónica da doença e encontravam-se compensados do ponto de vista psicopatológico. Da Casa de Saúde da Idanha foram seleccionadas 9 pessoas, das 10 pessoas que se encontravam a residir nos apartamentos na comunidade, já que uma não apresentava o diagnóstico de esquizofrenia. Assim, esta sub-amostra é constituída no total por 32 sujeitos.

De realçar que pela necessidade de constituirmos uma amostra com um número de elementos estatisticamente significativo tivemos que recorrer, conforme já caracterizamos, a vários campos de análise. Devido a esta situação foram seleccionadas para participarem neste estudo todas as pessoas que se encontravam integradas nestas instituições que cumpriam os critérios genéricos acima referidos, que na maioria dos casos coincidia com o universo de pessoas que lá estavam inseridas (como é o caso das pessoas que se encontravam inseridas nas residências das várias instituições ou dos utentes que estavam integrados nas famílias e que frequentavam o STOR ou ainda dos utentes que residiam no

Hospital Conde Ferreira e frequentam o Serviço de Terapia Ocupacional e cumpriam os critérios acima referidos). Por conseguinte como veremos no ponto seguinte, não nos foi possível constituir as várias sub-amostras de uma forma completamente equilibrada quanto ao sexo e idade, já que tivemos que nos cingir as pessoas disponíveis nas várias instituições a que recorremos.