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A decisão de investimento: títulos prefixados e pós-fixados

No documento MATEMÁTICA FINANCEIRA (páginas 180-183)

Títulos de renda fixa

12.6 A decisão de investimento: títulos prefixados e pós-fixados

O mercado financeiro é composto por vários agentes que têm diferentes crenças sobre o que acontecerá no futuro. Nesse sentido, a taxa de juros pode se manter igual, pode subir ou pode cair. Assim, esses vários agentes tomam decisões de comprar ou vender títulos com base no que acreditam.

Os títulos de dívida do governo são bastante líquidos, isto é, eles são muito negociados no mercado financeiro; desse modo, é fácil conhecer o seu valor. Qualquer bem ou serviço que seja escasso (pouco negociado) é mais difícil saber o seu valor com precisão. Em contrapartida, os bens e serviços que são negociados diariamente dispõem de um valor monetário conhecido.

Como os títulos de dívida do governo são bastante líquidos, seu valor também é bem conhe-cido. Dessa forma, o valor dos títulos financeiros representa a média das expectativas dos agentes que negociam no mercado.

Apesar de os títulos representarem a média das expectativas dos compradores e vende-dores, alguns acreditam que os preços dos títulos estão altos. Já outros acreditam que os preços estão baixos. Falando em termos da taxa de juros, alguns acham que a taxa de juros está baixa, enquanto outros acham que ela está alta. É dessa maneira que ocorre a compra e venda de títulos no mercado financeiro: aqueles que acreditam que o valor de um título está alto (caro) venderão o título, os que acham que o valor de um título está baixo (barato) o comprarão.

Em relação às taxas de juros, pode-se pensar, por exemplo, em um título prefixado que vencerá no prazo de um ano e está pagando uma taxa de juros de 15% ao ano. Alguns investido-res podem achar que a taxa desse título está alta, outros podem considerá-la baixa. Como todos querem receber a maior remuneração possível, aqueles que acreditam que a taxa de juros está alta comprarão esse título, já aqueles que acreditam que a taxa está baixa irão vendê-lo.

Quando um investidor acredita que a taxa de juros de um título que vencerá daqui a um ano está alta, na verdade ele crê que a taxa de juros da economia no próximo ano será menor. Se ele acha que a taxa de juros de um título está baixa, na verdade ele acredita que a taxa de juros da eco-nomia será maior.

Se um investidor tem recursos para aplicar e acredita que a taxa de juros dos títulos prefi-xados está alta, certamente ele investirá em títulos prefiprefi-xados. No entanto, se ele crê que a taxa de juros paga pelos títulos está baixa, ele irá optar por títulos pós-fixados.

A taxa de juros dos títulos pós-fixados reflete o que está ocorrendo na economia, enquanto a taxa de juros dos títulos prefixados reflete qual é a expectativa do mercado para a taxa de juros.

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A expectativa das taxas de juros ocorre sempre baseada nas expectativas da economia nacio-nal e internacionacio-nal. Quando a economia está bem, a taxa de juros está baixa, mas quando a econo-mia vai mal, os investidores ficam receosos e precisam zelar pelos seus recursos. Nesse sentido, o investidor exige um retorno maior, uma vez que o risco também é maior.

Em suma, caso a taxa de juros dos títulos prefixados esteja alta, a tendência é ocorrer inves-timentos nesses títulos. Em contrapartida, caso a taxa de juros dos títulos prefixados esteja baixa, a tendência é ocorrer investimentos em títulos pós-fixados.

Por outro lado, um tomador de recursos que deseja emitir um título de dívida terá uma atitude contrária a de um investidor. Se o tomador de recursos acredita que a taxa de juros está muito alta, ele vai preferir contrair uma dívida pós-fixada, pois assim ele poderá emitir títulos pós-fixados. Caso ele acredite que a taxa de juros esteja baixa, ele vai preferir contrair uma dívida prefixada, pois assim ele poderá emitir títulos prefixados.

As empresas são um exemplo de tomadores de recursos que podem emitir títulos de dívi-da. Como já visto, esses títulos de dívida são chamados de debêntures.

Atividades

1. Uma Letra do Tesouro Nacional (LTN) foi emitida com taxa de juros de 13% ao ano, para vencimento em 252 dias úteis. Sabendo que o seu valor de face (valor no vencimento) é de R$ 1.000,00, calcule o seu preço unitário (PU).

2. Antônio comprou uma LTN um ano antes do seu vencimento. Esse título estava cotado a uma taxa de juros de 15% ao ano. No mesmo dia ocorreram mudanças na economia nacio-nal, fazendo com que a taxa de juros caísse para 12% ao ano. Antônio vendeu o título no mesmo dia, depois dessas mudanças. Antônio obteve um ganho ou um prejuízo?

3. Francisco comprou uma Letra Financeira do Tesouro (LFT), um título pós-fixado que tem como rentabilidade a taxa Selic. Esse título paga tudo somente no vencimento, sendo que o vencimento ocorrerá cinco anos depois de sua emissão. Sabendo que Francisco pagou R$ 1.000,00 pela LFT na sua emissão, calcule o preço de venda do título depois de dois anos. Informação adicional:

A taxa Selic nesses dois anos foi: iSelic1 = 12,5% ao ano.

iSelic2 = 12,2% ao ano.

4. Uma empresa aplicou seus recursos em NTN-C por um ano, que pagou no período IGP-M mais 8% ao ano. Sabendo que a empresa pagou R$ 1.000,00 por esse título, e que o IGP-M no período foi de 4% ao ano, calcule o valor recebido pela empresa.

Gabarito

No documento MATEMÁTICA FINANCEIRA (páginas 180-183)